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A TERAPIA GENITURINÁRIA NA PREVENÇÃO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DURANTE O PERÍODO GESTACIONAL Karine Castro Costa¹ e Elaine Gomes Brito²

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Academic year: 2022

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A TERAPIA GENITURINÁRIA NA PREVENÇÃO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DURANTE O PERÍODO GESTACIONAL

Karine Castro Costa¹ e Elaine Gomes Brito²

Endereço correspondente: Karine Castro Costa - Guanambi, BA - Brazil - E-mail: karine584@hotmail.com

Resumo

Este artigo aborda a terapia geniturinária na prevenção da incontinência urinária (IU) em gestantes. Tal disfunção causa malefícios para o bem estar físico e psicológico da mulher, afetando a qualidade de vida. Sabe-se que a causa dessa disfunção tem relação com o enfraquecimento da Musculatura do assoalho pélvico (MAP), pois é essa musculatura que realiza a continência da urina. O presente estudo foi desenvolvido através de revisão bibliográfica utilizando as bases de dados: LILACS e SCIELO. Desse modo, para prevenir a Incontinência urinária existem diversos protocolos de exercícios que podem ser realizados para fortalecer a musculatura do assoalho pélvico, porém essas condutas são pouco divulgadas e aplicadas, fazendo com as mulheres suponham ser normal o fato da IU se instaurar em decorrência da gravides. Assim, o presente trabalho identificou as principais técnicas de terapia geniturinária para prevenir a IU, demonstrando, portanto, que essa disfunção pode ser prevenida através de tais recursos que incluem: cones vaginais, eletroestimulação, biofeedback, palpação vaginal e perineometria.

Palavras-chave: Incontinência urinária; Gestação; Qualidade de vida; Assoalho pélvico.

Submissão: 23 de Julho, 2021 - Modificação: 18 de Agosto, 2021 - Aceito: 2 de Setembro, 2021

(2)

A incontinência urinária (IU) é uma consequência a ser prevenida em mulheres grávidas, pois afeta diretamente a qualidade de vida e causa prejuízos físicos, psicológicos e socioeconômicos (1). A diminuição da qualidade de vida devido a IU apresentada pelas gestantes mostra a importância da investigação dos fatores de risco que levam a essa causa, porém estudos com amostras adequadas são escassas, e estes seriam fundamentais na identificação precoce para que os profissionais aplicassem medidas preventivas na redução da IU (2).

A Musculatura do Assoalho pélvico (MAP) é a responsável pela continência da urina, porém no período gestacional ou puerperal, é comum que o controle dessa musculatura seja perdido ou parcialmente perdido, pois, durante a gravidez o útero impõe um peso maior na musculatura (3) e também um aumento da pressão sobre a bexiga, reduzindo a capacidade vesical (4).

Além disso, as alterações hormonais do período diminuem o tônus e a força, podendo ocasionar a incontinência urinária e também, potencialmente, incontinência fecal, prolapso de órgãos pélvicos e disfunção sexual (3). Do mesmo modo, o tipo de parto, as condições do períneo e a paridade podem influenciar a Força Muscular do Assoalho Pélvico (FMAP), causando as morbidades supracitadas (5).

Dados epidemiológicos demonstram que a prevalência da Incontinência urinária em gestantes é alta, com valores de 24,3% a 63,8%, demonstrando a importância de ações que previnam esse problema. Para evitar a ocorrência dessa disfunção, estudos mostraram que é necessário o treinamento da MAP a fim de garantir que não ocorram disfunções no período gestacional (3).

O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica. A coleta de dados foi realizada através das bases de dados eletrônicos da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO). Foram utilizadas como palavras-chave os termos

“Urinary incontinennce and pregnant women”

e “Incontinência urinária e gestante”.

Através da pesquisa foram encontrados um total de 57 artigos. Inicialmente, a seleção foi feita por meio do título, posteriormente, pelo resumo e após a leitura integral foram incluídos 15 artigos das bases de dados conforme eles abordavam a terapia geniturinária em gestantes com o intuito de prevenir a incontinência urinária.

Revista científica ipedss: A ciência a favor da saúde e sociedade

Ainda que a cirurgia seja considerada a primeira opção de tratamento das disfunções do assoalho pélvico, a partir da década de 80 manifestou-se o interesse pelo tratamento conservador. De acordo a Sociedade Internacional de Continência o treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) é, atualmente, o mais utilizado, pois apresenta baixo custo e risco, não são invasivos, combatem a diminuição da FMAP e, desse modo, são capazes de prevenir, diminuir ou curar a IU podendo ser implementado a nível primário de saúde em atendimento ginecológico. Já as intervenções cirúrgicas podem gerar complicações, longo tempo de recuperação e os medicamentos usados por muito tempo podem causar efeitos colaterais, além de gerar um alto custo (6,7).

Desse modo, o presente trabalho tem como objetivo abordar as principais técnicas de terapias geniturinária utilizadas para prevenção da IU em gestantes, e também os aspectos que refletem na qualidade de vida.

Métodos

Introdução

(3)

No quadro abaixo estão descritos os estudos selecionados nesta pesquisa conforme o autor, título e ano de publicação.

Resultado e Discussão

(4)

A seguir será apresentado a relevância e a eficácia da prevenção da IU na qualidade de vida das gestantes.

Revista científica ipedss: A ciência a favor da saúde e sociedade

Tendo em vista os vários métodos para prevenção da IU, é inconcebível que as gestantes não recebam orientações para a contração adequada da MAP, já que a eficiência do TMAP vai depender da capacidade que ela tem de contrair a musculatura, sendo algo difícil de alcançar, já que 30% das mulheres não conseguem contrair a musculatura na primeira tentativa.

Por isso, para que se treine uma contração adequada, antes de iniciar a terapia é indicada a palpação vaginal utilizando a Escala de Oxford Modificada, devido a sua alta segurança intraexaminadores, porém, também podem ser utilizados sensores eletromiograficos superficiais, como é o caso do biofeedback.

Esses recursos avaliam o estado da MAP e também melhoram a atividade muscular estimulando uma contração correta e eficaz.

Ao treinar a contração já pode ser observada melhora na adaptação neural e no tônus muscular, graças ao recrutamento de uma maior quantidade de fibras (3). Na literatura há várias formas como medidas de prevenção a IU, mas a realização de exercícios perineais para fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico se destacam, e dentre os métodos mais utilizados na avaliação da força do MAP a palpação vaginal se destaca (12).

A literatura relata que o TMAP durante a gravidez pode reduzir de 29 a 37% a ocorrência de incontinência urinária no período pós-natal. Além disso, esse treinamento associado a exercícios aeróbicos garante, paulatinamente, a manutenção do peso da gestante e do bebê reduzindo o dano à musculatura do assoalho pélvico (1). Alguns autores citam como possível malefício do TMAP o fato da hipertrofia da MAP, advinda do treinamento, poder atrapalhar o parto por obstruir a passagem, mas DIAS et al.

A falta de informação e o prejuízo à qualidade de vida

Existem diversas formas eficientes de prevenção e controle da IU. Entre elas estão:

exercícios de fortalecimento da MAP, controle do peso e mudança de hábitos como parar de fumar. Apesar disso, em um estudo, as gestantes pesquisadas apresentaram alta prevalência de IU, demonstrando que as ações de saúde atribuem pouca importância ao fator preventivo (8, 9).

O problema torna-se ainda mais complexo, pois apenas uma em cada quatro mulheres buscam apoio familiar, de amigos ou de profissionais da saúde devido à falta de informações sobre métodos de prevenção e de tratamento que não estão presentes em acompanhamentos pré-natais (10).Isso faz com que as gestantes acabem considerando a IU como algo comum da gestação ou decorrente da idade e acreditam no seu desaparecimento após o tempo (11).

Um estudo com 344 mulheres mostrou que 70,1% das mulheres incontinentes no período puerpério já apresentavam IU desde o terceiro mês de gestação, podendo assim concluir que a prevenção deve começar nesse período, aplicando o TMAP no pré-natal com o objetivo de redução da IU (2). Ademais, é interessante notar que no Brasil existe a Política de Atenção a Saúde da Mulher, como a rede Cegonha, responsável por acompanhar as mulheres no período gestacional, contudo, essa assistência não assegura às mulheres a prevenção de uma disfunção tão danosa como a IU (4).

Eficácia da contração adequada,

orientação e acompanhamento no TMAP

(5)

Verificou em seus estudos que esse treinamento não provoca esse tipo de prejuízo (13).

Em uma pesquisa, foi avaliado a efetividade de um manual de orientação de exercícios domiciliares (MOED) para o assoalho pélvico. As gestantes do estudo foram divididas em três grupos: No primeiro grupo, as gestantes recebiam o MOED, eram orientadas de como usar e supervisionadas pelo fisioterapeuta mensalmente, e ainda preenchiam as fichas de controle mensal da realização do exercício e o diário de perda urinária; O segundo, era apenas supervisionado e as participantes preenchiam as fichas de controle; Já o terceiro, não recebeu orientações e nem supervisão, as gestantes só preenchiam a ficha com o diário de perda urinária. Entre o 1º e o último encontro houve uma redução do número de gestantes incontinentes, no primeiro e no segundo grupo, de 51,7 e de 44,8%, respectivamente, enquanto no terceiro ocorreu um aumento de 48%. Estes dados demonstram que a utilização e a supervisão do MOED são cruciais na prevenção da IU (7).

Além disso, resultados de um estudo apontaram que, em uma amostra, 96% das mulheres não receberam qualquer tipo de orientação ao preparo do períneo, durante a gravidez e no puerpério. Diante de tal comprovação, é possível notar que ainda não existe uma aplicação recorrente do MOED e nem de outros tipos de terapia geniturinária (11).

eles, destacam-se os cones vaginais, apresentando pesos variados entre 20 a 100 g, com mesma forma e volume. Ao avaliar cada paciente é necessário que elas consigam reter o cone na vagina durante um minuto sendo de forma ativa ou passiva, apresentando contração voluntária ou não da MAP. Desse modo, associando-o aos exercícios, se caracteriza na consolidação dos resultados de fortalecimento da musculatura (14, 15).

Outro recurso é a eletroestimulação, devido aos estímulos elétricos acredita-se que há um aumento da pressão intrauretral e do fluxo sanguíneo para os músculos pélvicos e relacionando essa técnica aos exercícios, permite que as pacientes tenham consciência dessa musculatura e um maior controle.

Assim, através de um estudo randomizado, foi possível observar que as técnicas descritas atuaram na melhora da qualidade de vida e perdas de urina das mulheres com IU, e por ser satisfatório os resultados, influenciou parte dessas mulheres submetidas a pesquisa, a não optarem pelo tratamento cirúrgico (14,15).

Técnicas complementares aos exercícios de FMAP

Dentre as diferentes formas de tratamento da IU, alguns recursos são utilizados de forma complementar aos exercícios no TMAP por serem considerados uma terapia eficaz. Entre

Considerações finais

Portanto, pode-se afirmar que a IU possui uma alta prevalência nas mulheres em seu período gestacional, afetando assim a sua qualidade de vida devido a falta de informação e por elas não buscarem os serviços de saúde, no entanto, esse quadro pode ser revertido com o fortalecimento da musculatura pélvica o mais precocemente possível.

Além de promover o bem estar na qualidade de vida, o TMAP também contribui em diversos aspectos, inclusive quanto a redução de custo no tratamento da incontinência urinária para as mulheres e para o sistema de saúde. Assim, é importante que se inicie precocemente a prevenção e tratamento da IU por meio de exercícios

(6)

1. SZUMILEWICZ et al. O programa de exercícios pré - natal de alto e baixo impacto , apoiado pela educação e treinamento dos músculos do assoalho pélvico, diminui o impacto na vida da incontinência urinária pós- natal. Medicina, [S.l.], v. 99, p. 1-19, fev.

2020.

2. LEROY, Lígia da Silva; LUCIO, Adélia;

LOPES, Maria Helena Baena de Moraes.

Fatores de risco para incontinência urinária pós-parto. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 50, n. 2, p. 200- 207, Abr. 2016.

3. BATISTA, Roberta L. A. et al.

Biofeedback na atividade eletromiográfica dos músculos do assoalho pélvico em

gestantes. Rev. bras. Fisioter., São Carlos , v.

15, n. 5, p. 386-392, Out. 2011.

4. MOCCELLIN, Ana Silvia et al.

Incontinência urinária na gestação:

implicações na qualidade de vida. Rev. Bras.

Súde Matern. Infant., Recife, v. 14, p. 47-54, jun. 2014.

5. COROCI, Adriana de Souza et al.

Avaliação da força muscular perineal no primeiro trimestre da gestação. Rev. Latino- Am. Enfermagem, pág. 863-901, São Paulo, 2014.

6. COHEN-QUINTANA, Camila et al.

Revista científica ipedss: A ciência a favor da saúde e sociedade

Fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico em gestantes controle em um centro de saúde da família: um estudo experimental.

Rev. chil. obstet. ginecol. Santiago, v. 82, n.

5, p. 471-479, novembro 2017.

7. ASSIS, Liamara Cavalcante et al.

Efetividade de um manual de ecercícios domiciliares na promoção da continência urinária durante a gestação: um ensaio clínico aleatorizado pragmático, São Paulo, 2015.

8. SACOMORI, Cinara et al. Prevalência e variáveis associadas à incontinência urinária no terceiro trimestre gestacional. Rev. Bras.

Saúde Matern. Infant., Recife, v.13, pág. 215- 221, julho, 2013.

9. OLIVEIRA, Claudia de et al. Incontinência urinária em gestantes e sua relação com variáveis sociodemográficas e qualidade de vida. Rev. Assoc. Med. Bras. , São Paulo, v.

59, n. 5, p. 460-466, outubro de 2013.

10. LIMA, Mônica Cruvinel de et al. Efeito do modo de parto e paridades na ocorrência de incontinência urinária durante a gravidez.

Fisioter. mov. , Curitiba, v. 28, n. 1, p. 107- 116, mar. 2015.

11. LOPES, Daniela Biguetti Martins;

PRAÇA, Neide de Souza. Incontinência urinária autorreferida no pós-parto. Texto contexto - enferm. , Florianópolis, v. 19, n. 4, p. 667-674, dez. 2010.

12. RIESCO, Maria Luiza GONZALEZ et al.

Incontinência urinária relacionada á força muscular perineal no primeiro trimestre da gestação: estudo transversal. Rev Esc Enferm USP, São Paulo, v.48, pág 33-39, 2014.

13. DIAS, Letícia AR et al. Efeito do

Referências

perineais (5).

Essa assistência pode acontecer por meio do acompanhamento profissional do fisioterapeuta que é capaz de traçar um programa de treinamento da MAP evitando os prejuízos à saúde física e psicológica das gestantes (4).

(7)

treinamento muscular do assoalho pélvico nos resultados do trabalho de parto e do recém- nascido: um estudo controlado randomizado.

Rev. bras. fisioter., São Carlos, v. 15, n. 6, p.

487-493, dezembro de 2011.

14. SANTOS, Patrícia Fernandes Diniz et al . Eletroestimulação funcional do assoalho pélvico versus terapia com os cones vaginais para o tratamento de incontinência urinária de esforço. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., Rio de Janeiro , v. 31, n. 9, p. 447-452, Sept.2009 . 15. GUERRA, Thais Eduarda Carvalho et al.

Atuação da fisioterapia no tratamento de incontinência urinaria de esforço. Rev.

FEMININA, Paraná, v. 42, n. 6, Nov./Dez.

2014.

Referências

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