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ARBORIZAÇÃO DE CAFEEIROS COM CEDRO AUSTRALIANO NAS CONDIÇÕES DA ZONA DA MATA EM MINAS GERAIS M.L. Carvalho, Eng Agr Fazendas reunidas L e S e J.B. Matiello, Eng Agr Mapa e Fundação Procafé

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Academic year: 2022

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ARBORIZAÇÃO DE CAFEEIROS COM CEDRO AUSTRALIANO NAS CONDIÇÕES DA ZONA DA MATA EM MINAS GERAIS

M.L. Carvalho, Eng Agr Fazendas reunidas L e S e J.B. Matiello, Eng Agr Mapa e Fundação Procafé

O cafeeiro (Coffea arabica L.) é uma planta originária da Etiópia, onde crescia sob ambiente de sub-bosques, de sombra moderada, indicando ser uma espécie não tolerante a temperaturas extremas.

Muitos países cafeeiros empregam o sombreamento como prática tradicional no cultivo de cafezais.

No Brasil, o cultivo do café se desenvolveu extensivamente em ambientes a pleno sol. Várias experiências foram aqui realizadas para introduzir o sombreamento das lavouras cafeeiras, sem bons resultados, especialmente quanto às menores produtividades obtidas sob sombra. Surgiu, então, a ideia da arborização, um sombreamento mais ralo, cobrindo somente cerca de 30% da área, visando a proteção contra adversidades climáticas e promover a sustentação da cafeicultura.

Ultimamente, alguns trabalhos experimentais vem buscando introduzir o cultivo de cedro australiano (Tooma ciliata var australis) em lavouras de café, visando melhorias climáticas na lavoura, associando com a possibilidade de agregar fonte alternativa de rendimento com madeira.

O objetivo deste trabalho, ainda em fase preliminar, foi quantificar as modificações microclimáticas, com ênfase em temperatura do ar em diferentes escalas de tempo, em agro-sistema de cultivo de café consorciado com Cedro Australiano, em comparação com sistema a pleno sol, nas condições ambientais da Zona da Mata, em Minas Gerais.

Foi instalado um ensaio em uma lavoura de café Catucaí 785-15, com 4 anos de idade e espaçamento de 2,5 x 0,7 m, numa altitude de 860 m ,na sede das Fazendas Reunidas Laia & Souza, no município de São Domingos das Dores-MG. A arborização foi feita utilizando o Cedro, plantado em Nov de 2008, no espaçamento de 7,5 x 8,0 m.

Para avaliação do microclima foi instalado, tanto na área arborizada como naquela a pleno sol, um termo-higrômetro com data logger com registro de dados a cada 60 minutos. Os termo-higrômetros foram instalados em janeiro de 2012.

Na safra de 2012 foram avaliadas as produtividades em parcelas de plantas arborizadas e a pleno sol. Foram feitas avaliações, também, sobre a maturação dos frutos sob os dois sistemas. Efetuou-se, ainda a medição do volume de madeira nas árvores de cedro.

Resultados e conclusões, preliminares

Na figura 1 estão colocados os registros de temperatura média, diurna e noturna, nos dois sistemas de condução, arborizado e a pleno sol. Na figura 2 consta o cálculo da evapotranspiração (Eto) nos 2 sistemas.

Verifica-se que na temperatura diurna houve, em média, uma redução de 1,8º C e na noturna uma elevação de 0,3º C favorável ao sistema arborizado. Na transpiração, no acumulado de 7 meses ,houve uma redução de cerca de 42 mm nas parcelas sob arborização.

18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Temperatura(°C)

Temperatura Diurna a Pleno sol x Sombreado

T Diurna Pleno sol T Diurna Sombreado

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Figura 1- Curva de temperatura média diurna e noturna, observadas em cafezal em sistema a pleno sol e arborizado. S. D. das Dores-MG, 2012

Figura 2- Evapotranspiração (Et) calculada em cafezal em sistema a pleno sol e arborizado. S. D. das Dores-MG, 2012

Na tabela 1 estão inseridos os dados de produtividade e rendimento e maturação do café colhido sob os sistemas arborizado e a pleno sol. Observa-se que a produtividade, nesta primeira safra avaliada foi estatisticamente semelhante nos 2 sistemas, embora a pleno sol tenha havido um diferencial positivo de 7,5%. No rendimento e no tamanho dos grãos houve superioridade para os frutos colhidos da parcela arborizada. Na maturação verifica-se que o café sob sombra, conforme conhecido, atrasa a maturação, possibilitando colheita maior de cafés cereja.

A observação dos cafeeiros após à colheita, nos 2 sistemas, mostrou que as plantas a pleno sol se mostravam mais estressadas pela carga, com maior numero de ramos secos, em relação àquelas arborizadas.

A medição do volume de madeira, acumulada até o momento, nas árvores de cedro, mostrou que, apesar de ainda jovens já renderiam 7,5 m

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por ha.

Os resultados preliminares obtidos e as observações de campo permitiram concluir que –

a- O sistema de arborização permite a redução das temperaturas do ar diurnas e o aumento das noturnas,

tornando o ambiente mais ameno para o cultivo.

b- A arborização promove a economia de água, devido a uma menor ETc, aumentando a disponibilidade de água no solo, o que permite evitar, muitas vezes, a irrigação.

c- A arborização reduz ligeiramente a produtividade anual, o que pode ser compensado na média bianual.

d- A arborização melhora o rendimento dos frutos e o tamanho dos grãos e atrasa sua maturação

Tabela 1 – Produtividade, rendimento, tamanho dos grãos e maturação dos frutos em cafeeiros sob sistema de arborização e a pleno sol . S.D. das Dores-MG, 2012.

Tratamentos Produtividade em 2012(scs/ha)

Rendimento (Litros para obter uma saca)

Peneira

> 17(%)

Estágio de maturação dos frutos (%) Verdes Cerejas Secos 15

16 17 18 19 20 21

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Temperatura(°C)

Temperatura Noturna a Pleno sol x Sombreado

T Noturna Pleno sol T Noturna Sombreado

20 40 60 80 100 120 140

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Evapotranspiração(mm)

Evapotranspiração a Pleno sol x Sombreado

Eto pleno sol Eto Sombreado

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Café a pleno sol 90,7 a 487 56 25 50 25

Café sombreado 84,3 a 456 68 60 35 5

Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey a 0,05.

Referências

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