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A IMPORTÂNCIA DA RESPIRAÇÃO NO MÉTODO PILATES- UM ESTUDO DE REVISÃO. The importance of breathing in the Pilates Method A Review Study

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A IMPORTÂNCIA DA RESPIRAÇÃO NO MÉTODO PILATES- UM ESTUDO DE REVISÃO

The importance of breathing in the Pilates Method– A Review Study

Neurielle Cruz de Barros Educadora Física, pós graduanda em Pilates, Goiânia/GO neuri_barros@yahoo.com.br Rafaela Noleto dos Santos Fisioterapeuta, Especialista em Pilates e Docente da pós-graduação em Pilates pelo CEAFI Pós-graduação/GO, Goiânia/GO.

rafinhanoleto@hotmail.com

RESUMO

Introdução: Pilates é o último nome de Joseph Hubertus Pilates, criador de um sistema de movimento extremamente benéfico que era denominado pelo autor de Contrologia. O sistema de exercícios utiliza princípios específicos para promover o equilíbrio entre corpo e mente, desenvolvendo corpos fortes, alongados e flexíveis. Para Pilates, respirar é o primeiro e o último ato da vida. Visto que não podemos viver sem respirar, é tragicamente deplorável contemplar os milhões e milhões que nunca aprenderam a dominar a arte de respirar corretamente. Objetivo: Descrever sobre a importância do ato respiratório, visando o correto e consciente uso da respiração para o alcance dos inúmeros benefícios advindos com a utilização da mesma no Método Pilates. Métodos: Este estudo constitui-se de uma revisão da literatura, realizada mediante os achados em artigos científicos publicados nas bases de dados SCIELO e LILACS. Foram incluídas referências nos idiomas português e inglês, desenvolvidas entre os anos de 1995 e 2015. Resultados e Discussão: O Método Pilates já nasceu estreitamente ligado ao tema da respiração. Joseph Pilates afirmava que frequentemente respira-se errado e usando apenas uma fração da capacidade do pulmão.

Por isso, em seu trabalho, enfatizava a respiração como fator primordial no início do movimento, fornecendo a organização do tronco pelo recrutamento dos músculos estabilizadores profundos da coluna na sustentação pélvica e favorecendo o relaxamento dos músculos inspiratórios e cervicais. A respiração proposta sincronizada com a ação muscular obteria ganho na ventilação pulmonar, melhora da oxigenação tecidual e, consequentemente, a captação de produtos metabólicos associados à fadiga. O trabalho de respiração visa à melhora da capacidade cardiovascular e respiratória, permitindo maior oxigenação do sangue. A ênfase no ato respiratório faz com que se aprenda a respirar melhor, sendo um dos grandes benefícios do método. Considerações finais: Foi possível mediante este levantamento bibliográfico compreender o importante papel que a respiração desempenha no Método Pilates e porque ela é considerada como o princípio base que norteia a prática dos exercícios no Método.

Palavras-chave: Método Pilates, Respiração.

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ABSTRACT

Introduction: Pilates is the last name of Joseph Hubertus Pilates, creator of a very beneficial movement system that was called by the author of Contrology. The exercise system uses specific principles to promote balance between body and mind, developing strong, flexible elongate bodies. Pilates, breath is the first and the last act of life. Since we can not live without breathing, it is tragically deplorable to contemplate the millions and millions who have never learned to master the art of breathing correctly. Objective: Writing about the importance of inhalation, targeting the correct and conscious use of breath to achieve the many benefits that come with its use in Pilates. Methods: This study consisted of a literature review conducted by the findings in scientific articles published in SCIELO and LILACS databases. References were included in Portuguese and English, developed between 1995 and 2015. Results and Discussion: The Pilates Method was born closely linked to the theme of breath. Joseph Pilates said that often breathe wrong and using just a fraction of lung capacity. So in his work , emphasizing breathing as a primary factor in the beginning of the movement for the organization of the trunk for the recruitment of the deep stabilizing muscles of the spine in the pelvic support and favoring relaxation of the inspiratory and cervical muscles . The proposed respiration synchronized with the muscle action would obtain gain in pulmonary ventilation, improved tissue oxygenation and hence the uptake of metabolic products associated with fatigue. The breath work seeks to improve the cardiovascular and respiratory capacity, allowing increased blood oxygenation. The emphasis on respiratory act makes you learn to breathe better, one of the great benefits of the method. Conclusions: It was possible by this literature to understand the important role that breathing plays in Pilates and why it is considered as the basic principle that guides the exercises in the method.

Keywords: Pilates Method, breathing.

INTRODUÇÃO

Pilates é o último nome de Joseph Hubertus Pilates, criador de um sistema de movimento extremamente benéfico que era denominado pelo autor de Contrologia. O sistema de exercícios utiliza princípios específicos para promover o equilíbrio entre corpo e mente, desenvolvendo corpos fortes, alongados e flexíveis. Joseph Pilates (1880-1967) nasceu em Monchengladbach, perto de Düsseldorf, Alemanha1.

Desde criança muito doente teve raquitismo, febre reumática e asma, então para superar sua debilidade física resolveu dedicar-se a esportes como ginástica, esqui, boxe e luta romana, e consequentemente adquirir força muscular e corpo saudável. Aos 14 anos, já exibia invejável boa forma2.

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Aos 32 anos mudou-se para a Inglaterra, onde ganhou a vida como lutador de boxe, artista de circo e instrutor de autodefesa3.

No período da Primeira Guerra Mundial, no ano de 1914, ele foi exilado, sendo mandado para uma ilha inglesa onde trabalhou em um hospital com exilados e mutilados.

Investigou formas de reabilitar vítimas acamadas da pandemia de Influenza de 1918, iniciando o uso de molas no tratamento médico, o que levou ao desenvolvimento do aparelho conhecido como Cadilac, utilizado até hoje4.

Ao retornar para Hamburgo, na Alemanha, Pilates refinou seus equipamentos e trabalhou principalmente com a força policial da cidade. Em 1926, desiludido com o exército alemão, decidiu ir para os Estados Unidos, encontrando assim sua futura esposa, Clara, que muito o ajudou nas sistematizações do próprio método5, 6,7.

Em janeiro de 1966 houve um incêndio no Studio de Pilates e Clara. Na tentativa de salvar os seus equipamentos, Joseph ficou pendurado em uma viga por bastante tempo.

Alguns acreditam que isso tenha contribuído para sua morte em outubro de 1967, aos 87 anos.

Clara continuou na direção do Studio até que por volta de 1970 passou o cargo à Romana Kryzanowska, uma antiga aluna de Pilates8.

O sistema completo desenvolvido por Joseph, por ele chamado de “Contrologia”, e que, mais tarde foi denominado de Método Pilates, é um trabalho no solo, realizado sem aparelhos e completado com exercícios feitos em uma série de máquinas com molas e roldanas9.

Segundo Pilates10, a Contrologia representa um breve sistema de Educação Física e é apresentada como arte e ciência que, se for universalmente adotada e ensinada nas instituições educacionais, muito auxiliará a eliminar o sofrimento nos hospitais, sanatórios, casas para deficientes, asilos para lunáticos, reformatórios e prisões. Ela também transformará as palavras saúde e felicidade em termos que indiquem não apenas condições teóricas, mas condições reais.

O método possui seis princípios bem definidos e interdependentes que devem ser aplicados durante a execução dos exercícios: centro, concentração, controle, fluidez de movimentos, precisão e respiração. É dividido nos níveis básico, intermediário, avançado e superavançado. Os exercícios são executados tanto no mat (solo) quanto nos equipamentos11.

Diversos são os benefícios do Pilates, seja para a mente, seja para o corpo. Entre eles, estão: condicionamento do corpo; melhora da capacidade cardiorrespiratória, com desenvolvimento da função e eficiência pulmonar e melhora da circulação; aumento da força;

elasticidade muscular e mobilidade articular; alívio do estresse e da tensão; otimização do

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desempenho esportivo; melhoria do desempenho sexual; melhoria das funções neuromusculares; despertar da consciência e controle corporal permitindo uma conduta postural correta; diminuição do percentual de gordura corporal; aumento da densidade óssea e melhoria do estado de saúde em geral. Além disso, estão inclusos; aumento da estabilidade para a pélvis e os ombros; prevenção de doenças e reabilitação física; mais equilíbrio e coordenação; alívio de dores; promoção do bem-estar, integração entre corpo, mente e espírito4.

Para Pilates10, respirar é o primeiro e o último ato da vida. Visto que não podemos viver sem respirar, é tragicamente deplorável contemplar os milhões e milhões que nunca aprenderam a dominar a arte de respirar corretamente.

Ele ensina que a respiração correta é a completa inalação e exalação de ar, ou seja, devemos inspirar o máximo de ar possível para dentro dos pulmões e expirar o máximo de ar para um perfeito ciclo respiratório. A regra utilizada na prática é inspirar quando se prepara para realizar um movimento e expirar enquanto estiver realizando-o, assim o aluno irá expandir a caixa torácica na inspiração e na expiração irá esvazia-la12.

A principal função do sistema respiratório é fornecer oxigênio e remover o dióxido de carbono dos tecidos do corpo. Embora todas as células precisem de oxigênio para sobreviver, a necessidade do corpo de se livrar do dióxido de carbono, um subproduto do metabolismo celular, é o estímulo mais importante para a respiração de uma pessoa saudável13.

O sistema respiratório pode ser dividido em duas grandes partes: os tratos respiratório superior e inferior. O trato respiratório superior é um sistema de cavidades interconectadas e de tubos (cavidade nasal, cavidade oral, faringe e laringe) que fornece uma via para que o ar passe para o trato respiratório inferior. Ele também serve para purificar, aquecer e umidificar o ar antes de atingir a porção final do trato inferior. O trato respiratório inferior (traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos) termina em estruturas que permitem as trocas gasosas, incluindo cerca de 300 milhões de alvéolos e sua extensa rede de capilares associados. A parede de um alvéolo é mais fina do que um pedaço de lenço de papel, permitindo facilmente a passagem de oxigênio do alvéolo para os pequenos capilares pulmonares e de dióxido de carbono dos capilares pulmonares para os alvéolos por difusão simples13.

O principal músculo da respiração é o diafragma. Ele está conectado à coluna em diversos pontos, desde o topo até a base. Além disso, se conecta também com músculos, como os abdominais, órgãos internos, além de nervos, veias e artérias. O músculo diafragmático tem sua primeira contração no momento do nascimento (passagem da vida fetal

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para a extra-uterina), impulsionando o ato respiratório, a circulação e a digestão e intervindo diretamente na fonação14.

No Pilates o tipo respiratório é o abdômino- torácico com expansão intercostal. A expiração forçada é a chave da inspiração profunda. A biomecânica do ato respiratório leva sempre em consideração que uma respiração integral e completa expande o tórax em 3 diâmetros: ântero-posterior ( braço de bomba), transverso (alça de balde) e vertical15.

O objetivo deste tipo de respiração é utilizar os músculos do tórax e das costas para ampliar a caixa torácica lateralmente permitindo assim que os pulmões se expandam, mas sem a necessidade da expansão abdominal. Ao expandir o abdômen durante a respiração os músculos dessa região se alongam deixando de sustentar a parte baixa das costas deixando-a desprotegida. Por isso o método Pilates enfatiza uma respiração que evite a expansão abdominal16.

No Pilates, durante a respiração, é executada a inspiração pelo nariz e a expiração pela boca. Na inalação as costelas se abrem fazendo força para fora e para cima, ao mesmo tempo em que a coluna vertebral cresce axialmente, preenchendo os pulmões de oxigênio. Ao inspirar é muito importante não relaxar os músculos abdominais, para evitar perder o alinhamento postural e cuidar para não utilizar os músculos inadequados durante a execução dos exercícios16.

A expiração, por sua vez, facilita a contração dos músculos abdominais, já que anatomicamente ocorre a redução da caixa torácica “para dentro e para baixo”. Ao praticar o processo de expiração o diafragma se eleva gerando assim um “empurrão” dos músculos abdominais para dentro, no qual cria um centro de energia forte, que é fundamental para o processo de estabilização16.

Mediante os fatos apresentados, objetiva-se com este trabalho descrever sobre a importância do ato respiratório, visando o correto e consciente uso da respiração para o alcance dos inúmeros benefícios advindos com a utilização da mesma no Método Pilates.

MÉTODOS

Este estudo constitui-se de uma revisão da literatura, realizada mediante os achados em artigos científicos publicados nas bases de dados SCIELO e LILACS. Foram incluídas

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referências nos idiomas português e inglês, desenvolvidas entre os anos de 1995 e 2015, utilizando as palavras-chave: Método Pilates e Respiração.

Foram utilizados referenciais teóricos contidos em livros, revistas e periódicos com base de dados científicos, os quais retratam a importância da Respiração no Método Pilates.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Método Pilates já nasceu estreitamente ligado ao tema da respiração. O seu criador, Joseph Hubertus Pilates, foi uma criança raquítica e asmática e passou a vida inteira pesquisando atividades físicas que melhorassem sua função respiratória e, em consequência, o seu desenvolvimento corporal. É possível, por meio do Pilates, devolver aos sedentários, aos fumantes e ex-fumantes, às gestantes do terceiro trimestre e a tantas outras pessoas que, com frequência, não respiram de forma eficaz uma organização corporal mais eficiente, uma consequente otimização da respiração e melhora da qualidade de vida. Tudo isso também pode prevenir futuros problemas corporais17.

Joseph Pilates afirmava que frequentemente respira-se errado e usando apenas uma fração da capacidade do pulmão. Por isso, em seu trabalho, enfatizava a respiração como fator primordial no início do movimento, fornecendo a organização do tronco pelo recrutamento dos músculos estabilizadores profundos da coluna na sustentação pélvica e favorecendo o relaxamento dos músculos inspiratórios e cervicais. A respiração proposta sincronizada com a ação muscular obteria ganho na ventilação pulmonar, melhora da oxigenação tecidual e, consequentemente, a captação de produtos metabólicos associados à fadiga18, 19.

De acordo com Pilates10, o verdadeiro controle do coração é resultado de uma respiração correta, que, simultaneamente, reduz a pressão, purifica o sangue e desenvolve os pulmões. Respirar corretamente implica no completo processo de inspiração e expiração, sempre procurando “espremer” bem forte todos os átomos de ar impuro dos pulmões, da mesma maneira que torceria cada gota de água de um pano molhado. Esta ação estimula todos os músculos a uma atividade muito maior. Logo, todo o corpo é abundantemente carregado de oxigênio puro10.

A crença de que os exercícios respiratórios, ou padrões respiratórios voluntariamente controlados, podem fornecer benefícios à saúde ou melhorar o desempenho físico tem sido

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compartilhada por muitas culturas ao longo dos séculos. Os benefícios propostos variam de melhora no relaxamento e diminuição do estresse à redução na pressão arterial, melhora no foco, ativação de músculos específicos, melhora na circulação e na respiração e até mesmo diminuição do risco de doença cardiovascular. Embora existam algumas pesquisas científicas a respeito dos potenciais efeitos positivos de várias técnicas de respiração controlada, são necessárias pesquisas adicionais para entender melhor esses benefícios e criar técnicas de treinamento ideais. No entanto, não se pode ignorar o número de disciplinas, tanto orientais quanto ocidentais, que usam a respiração de uma maneira profunda: Yoga, Tai Chi, Aikido, Karatê, Capoeira, Dança, Natação, Levantamento de peso e assim por diante. Alguns sistemas de treinamento têm se esforçado para aproveitar os diferentes efeitos da respiração, para aumentar o desempenho e promover a saúde do corpo, da mente e do espírito13.

Respirar adequadamente permite economia de energia durante a movimentação do corpo, aumentando a demanda de oxigênio aos tecidos e promovendo a homeostase de todo o sistema biológico. Estudos recentes têm mostrado que a expiração prolongada praticada no Pilates promove níveis de relaxamento muscular que contribuem para o ganho de amplitude de movimento e melhora do estresse físico e emocional, proporcionando benefícios no aumento da qualidade de vida de seus usuários4.

Além destes benefícios, o Pilates auxilia em doenças pulmonares como a asma, onde a expiração é realizada em menor tempo, causando a falta de ar e o cansaço no peito, pois o oxigênio não consegue atingir a parte inferior do pulmão. Este é um exemplo em que o aluno aprenderá a realizar uma respiração correta e profunda, devolvendo o bem-estar e conseguindo melhor aproveitamento do oxigênio nos tecidos12.

Durante a inspiração, o diafragma deprime sua cúpula, comprimindo e deslocando o conteúdo abdominal para frente. O transverso abdominal, por sua ação tônica, e os outros músculos abdominais por meio do relaxamento, evitam que essas estruturas sejam expulsas, funcionando assim, como antagonistas-sinergistas do diafragma. Na expiração tranquila há uma ação passiva desses músculos, ocorrendo à retração elástica dos pulmões e do gradil costal. A atividade muscular é detectada apenas durante a expiração forçada, onde o transverso abdominal é o primeiro a ser ativado, demonstrando toda a sua importância na mecânica respiratória20.

O transverso do abdome é o músculo mais profundo dessa região. Considera-se que sua principal função seja postural; sua contração resulta em tração da parede abdominal para dentro e compressão do conteúdo dessa região, semelhante ao que faz um espartilho. Deste modo desempenha um papel importante na proteção da coluna vertebral, pois se contrai

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automaticamente para ajudar a estabilizar a coluna saudável e a pelve antes dos movimentos dos membros13.

O trabalho de respiração visa à melhora da capacidade cardiovascular e respiratória, permitindo maior oxigenação do sangue. A ênfase no ato respiratório faz com que se aprenda a respirar melhor, sendo um dos grandes benefícios do método21.

Uma pesquisa desenvolvida por Liberalino et al22 verificou a influência dos exercícios do método Pilates sobre o sistema cardiorrespiratório em indivíduos sedentários. De caráter exploratório, quantitativo, foi realizada em uma clínica-escola de fisioterapia de uma instituição de ensino superior da cidade de Patos, Estado da Paraíba. Inicialmente realizou-se uma triagem de avaliação para identificar do perfil e a aplicar os testes cardiorrespiratórios com os participantes, repetidos após a vigésima sessão. Os dados analisados foram tabulados no software IBM SPSS Statistic 20, sendo descritos com média, desvio padrão e porcentagens e com a estatística inferencial teste T-student para amostras pareadas, com nível de significância menor ou igual a 5% (p≤0,05). A amostra foi formada por um grupo de 06 pessoas sedentárias, com idade média de 26 (±5,93) anos, das quais 02 realizam atividades ocupacionais. Quando comparado os testes iniciais e após 20 sessões, verificaram-se os seguintes achados clínicos: Frequência respiratória- FR1 de 19,17 (±3,25) irpm e FR20 de 14,33(±3,39) irpm (p=0,010); Pressão Arterial Sistólica -PAS1 de repouso de 118,33(±9,83) mmHg e PAS20 de repouso 103,33 (±13,66) mmHg (p=0,017); Pressão expiratória máxima - PEmáx1 de 65,83 (±30,95) cmH2O e PEmáx20 78,00 (±29,80) cmH2O (p=0,037);

Capacidade Vital Forçada - CVF1 de 3860,00 (± 1094,75) ml e CVF20 de 4108,33 (±1158,35) ml (p=0,050). Isto evidência que o grupo apresentou melhora das condições cardiorrespiratórias, quando comparado com os testes no início, sendo os exercícios do método Pilates fatores condicionantes em indivíduos sedentários.

O estudo realizado por Andrade e Souza23, verificou a influência da prática do Método Pilates na força muscular respiratória em mulheres, praticantes do método Pilates. Foram selecionadas 18 voluntárias, tendo como critério de inclusão faixa etária de 33 - 60 anos e sexo feminino, sendo 9 mulheres praticantes do método Pilates há pelo menos 3 meses, e 9 mulheres não praticantes do método e sedentárias. Os critérios de exclusão incluíram tabagistas, voluntárias com doenças pulmonares crônicas, infecções de vias aéreas superiores e inferiores no último ano, doenças neuromusculares, deformidades torácicas e IMC>30kg/m2. Os resultados obtidos após coleta de dados foram quantificados em planilhas e submetidos à análise descritiva para comparação destes. Quando comparadas as pressões respiratórias obtidas com as previstas das voluntárias praticantes e não praticantes do método,

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observou-se que houve diferença significativa dos valores de PE max de ambos os grupo, não ocorrendo o mesmo com os valores de PI max. Quando comparadas as pressões respiratórias obtidas entre os dois grupos, foram encontradas diferenças significativas na PE max, enquanto que não houve diferenças significativas na PI max obtida.

A força dos músculos respiratórios pode ser avaliada diretamente por meio de medidas estáticas como as pressões respiratórias máximas ou inferida utilizando-se alguma manobra dinâmica como ventilação voluntária máxima. A mensuração das pressões respiratórias estáticas máximas é um teste relativamente simples, rápido e não invasivo, que consiste em duas medidas. A pressão inspiratória máxima (PImáx) é um índice de força da musculatura inspiratória, e a pressão expiratória máxima (PEmáx) é um índice de força dos músculos expiratórios24.

Nessa mesma temática, outro trabalho objetivou analisar os efeitos do método Pilates na força muscular e na função pulmonar de pacientes com Fibrose Cística (FC). Foi realizado um ensaio clínico, casuística de 19 pacientes com FC. Estes foram recrutados no Ambulatório de FC do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas e no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Todos foram submetidos a uma sessão semanal de Pilates de 60 min durante quatro meses. As variáveis estudadas, antes e após a intervenção, foram Força Muscular Respiratória (PImáx, PEmáx), Capacidade Vital Forçada (CVF) e Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo (VEF1). Como resultados houve um aumento significativo na PImáx nos pacientes do sexo masculino (p = 0,017), enquanto houve aumentos significativos na PImáx e PEmáx nos pacientes do sexo feminino (p = 0,005 e p = 0,007, respectivamente) após a intervenção.

Não houve diferenças significativas nos valores de CVF e VEF1 antes e após a intervenção no grupo total de participantes, nem nos subgrupos em relação ao gênero. Os resultados deste estudo mostraram os efeitos benéficos da aplicação do método Pilates na força muscular respiratória nos pacientes estudados25.

Uma pesquisa desenvolvida por Jesus et al26 avaliou a influência do método Pilates sobre a função pulmonar, mobilidade toracoabdominal, força muscular respiratória e características antropométricas em mulheres saudáveis. Trata-se de um ensaio clínico não randomizado, placebo-controlado com 21 voluntárias, que foram alocadas por conveniência em dois grupos: Pilates com 11 voluntárias, com idade de 33,18±8,08 anos, submetidas ao método Pilates duas vezes por semana durante três meses e Controle com 10 voluntárias, com idade de 31,70±7,39 anos que permaneceram três meses sem a realização de exercícios físicos regulares. Todas foram submetidas à avaliação antropométrica, questionário de atividade

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física de Baecke, função pulmonar por espirometria, mobilidade toracoabdominal por cirtometria e força muscular respiratória pelas medidas das pressões respiratórias máximas obtidas por meio de um manovacuômetro. Todas as voluntárias foram avaliadas antes da inserção nos grupos e reavaliadas após três meses. No Grupo Pilates houve aumento significativo da atividade física de lazer e no total do questionário de atividade física, aumento da mobilidade nos três níveis (axilar, xifoidiano e abdominal), da força muscular respiratória, tanto inspiratória como expiratória, bem como redução significativa da circunferência da cintura (CC) (p<0,05), após três meses de intervenção. Entretanto, com exceção da atividade física de lazer e no total do questionário de atividade física, quando comparados os grupos, não foram constatadas diferenças significativas (p>0,05). Para a função pulmonar, não foram constatadas diferenças significativas (p>0,05) entre os grupos e tampouco entre seus integrantes. Conclui-se que, após a prática do método Pilates, houve melhora na atividade física de lazer, mobilidade toracoabdominal, força muscular respiratória e redução da circunferência da cintura.

Segundo Santos et al27 apesar de o método Pilates ser muito utilizado atualmente inclusive na reabilitação, há escassez de trabalhos que avaliam os efeitos sobre parâmetros respiratórios, ressaltando que a respiração está entre os primeiros princípios do Pilates. O objetivo do seu estudo foi avaliar os efeitos do método Pilates no Solo sobre parâmetros respiratórios de indivíduos saudáveis. Foram selecionadas 10 mulheres saudáveis avaliadas por espirometria, manovacuometria e cirtometria antes e após intervenção com o método Pilates no Solo por um período de 10 semanas com frequência de duas vezes por semana, totalizando 20 sessões. A análise estatística foi realizada pelo teste Shapiro-Wilk seguido do teste t de Student ou Wilcoxon, dependendo do resultado do teste de normalidade de cada domínio analisado (p<0,05). Os resultados mostraram que o método Pilates aumentou a ventilação voluntária máxima (7,9%), a força muscular inspiratória (24,7%) e expiratória (25%), além do aumento na cirtometria axilar (85,9%), xifoideana (90,8%) e abdominal (192,3%). Conclui-se que o método Pilates no Solo se mostrou eficaz na melhora da força e resistência muscular respiratória, além da mobilidade tóraco-abdominal em mulheres saudáveis.

De acordo com Lopes et al28 dentre os sistemas do organismo, acredita-se que o respiratório seja o que envelhece mais rapidamente, devido à maior exposição a poluentes ambientais ao longo dos anos. O método Pilates surge como forma de condicionamento físico particularmente interessado em proporcionar bem-estar geral ao indivíduo. Partindo dessa premissa, desenvolveu um estudo para avaliar os efeitos de exercícios do método Pilates na

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força muscular respiratória de idosas antes e após 11 semanas de treinamento. Sendo este um ensaio clínico, longitudinal e prospectivo. Foram selecionadas sete mulheres com idade igual e superior a 60 anos e com autonomia cognitiva preservada. A Prova de Função Pulmonar (Espirometria) foi realizada por meio do espirômetro marca Vitalograph(r) modelo 8600. A força muscular respiratória foi obtida pelas técnicas de medidas da pressão inspiratória máxima e pressão expiratória máxima, por meio de um manovacuômetro analógico da marca Gerar. O período experimental foi de 11 semanas. Para a análise comparativa dos dados obtidos nas avaliações, foi aplicado o teste t pareado e nível de significância de 5%. Os resultados do estudo mostraram aumento significativo (p≤0,01) em relação à pressão expiratória máxima de 46±18 para 75±29 cmH2O, sendo o método Pilates uma das práticas recomendadas à população idosa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível mediante este levantamento bibliográfico compreender o importante papel que a respiração desempenha no Método Pilates. Considerada como o princípio base que norteia a prática dos exercícios no Método.

Dentre os benefícios apontados, evidenciam-se a organização corporal mais eficiente, por meio do recrutamento de músculos estabilizadores profundos da coluna, como forma de proteção, além da promoção de relaxamento, diminuição do estresse, melhoras da oxigenação tecidual, concentração, circulação, capacidade respiratória, força muscular e função pulmonar em diferentes públicos.

Propõe-se ainda a continuidade dos estudos referente ao papel da respiração no Método Pilates com vistas a elencar uma maior gama de conhecimento desse tema, objetivando por sua vez, o correto e consciente uso desse princípio como forma de atingir os inúmeros benefícios advindos com a prática do Pilates.

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Referências

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