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Influência do método pilates na força e atividade elétrica dos músculos respiratórios de idosas - ensaio clínico controlado randomizado

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

INFLUÊNCIA DO MÉTODO PILATES NA FORÇA E ATIVIDADE

ELÉTRICA DOS MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS DE IDOSAS – ENSAIO

CLÍNICO CONTROLADO RANDOMIZADO

ALINE MEDEIROS CAVALCANTI DA FONSÊCA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

INFLUÊNCIA DO MÉTODO PILATES NA FORÇA E ATIVIDADE

ELÉTRICA DOS MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS DE IDOSAS – ENSAIO

CLÍNICO CONTROLADO RANDOMIZADO

ALINE MEDEIROS CAVALCANTI DA FONSÊCA

Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Programa de pós-graduação em Fisioterapia, para a obtenção do título de Mestre em Fisioterapia. Orientador: Prof. Dr. Álvaro Campos Cavalcanti Maciel

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia: Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

INFLUÊNCIA DO MÉTODO PILATES NA FORÇA E ATIVIDADE

ELÉTRICA DOS MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS DE IDOSAS – ENSAIO

CLÍNICO CONTROLADO RANDOMIZADO

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Álvaro Campos Cavalcanti Maciel Presidente - UFRN Prof. Dr.Guilherme Augusto de Freitas Fregonezi UFRN

Profª Drª Raquel Rodrigues Britto UFMG

Aprovada em ___/___/___

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Dedicatória

Dedico este trabalho...

Ao meu pai - Professor Pós-Doutor Agostinho Paula Brito Cavalcanti

- e grande incentivador! Em todos os momentos da minha vida, mas,

sobretudo, na busca incessante pelo conhecimento.

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Agradecimentos

Agradeço a Deus, por todos os caminhos que ele tem me mostrado e facilitado a trilhar. Sem dúvida alguma, sem Ele eu nunca estaria estado aqui!

À minha mãe, Maria de Fátima Medeiros Cavalcanti, pelo exemplo de mulher de fibra que ela é e que não se deixa abater nunca, por nada! Aprendi a ser forte com você, mãe! Muito obrigada pela educação humana e religiosa que tu me deste.

Ao meu pai, Agostinho Cavalcanti (in memorian), pelas palavras certas e decisivas nas horas mais apropriadas, pelo olhar de orgulho nos momentos de dificuldade ou sucesso e pela sua infinita bondade quando cuidou com tanto zelo da educação profissional dos seus filhos.

Ao meu esposo, Meu Amor, mestrando em Fisioterapia, Ricardo Fonsêca, pelo apoio, compreensão e carinho de todas as horas, mas principalmente por acreditar no meu potencial e estar sempre comigo, me incentivando e facilitando a execução desse trabalho. Obrigada por me fazer uma pessoa melhor a cada dia de convívio contigo e por agüentar ler e reler esse trabalho tantas vezes.

Aos meus sogros, meus pais de coração, Maria dos Prazeres e Francisco Canindé da Fonsêca, pelo apoio que me deram desde que os conheci, pelo convívio fácil e pelo carinho.

Aos meus irmãos – Alano e Aléssio Cavalcanti, pela amizade e companheirismo e pela compreensão da ausência de casa desde a graduação até a vida profissional. Às minhas cunhadas – Rochelle e Leila Cavalcanti e Karla e Kathleen Fonsêca, pela torcida sincera para que todos os meus projetos dêem certo.

Aos meus sobrinhos – Pedro Yuri, Ana Cecília, Maria Rita, Bruno, Mateus e Rafaela, todos meus filhos de coração. Pela alegria, pelo brilho nos olhos, pelos sorrisos e abraços com que sempre me recebem e por sempre fazerem meus dias mais bonitos, seja estando próximos ou guardados nas saudosas lembranças.

Agradeço ao meu orientador, Prof. Dr. Álvaro Campos Cavalcanti Maciel, por ter participado desse projeto, mesmo não sendo a sua “praia” e acreditado em mim para realizar um trabalho desse porte no mestrado.

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À Universidade Federal do Amazonas, por ter permitido que esse sonho se realizasse e aos meus colegas de trabalho, que apoiaram minha saída precoce para a pós-graduação.

Ao Prof. Dr. Ricardo Oliveira Guerra, pelo incentivo, ideias e aposta de que tudo daria certo.

Ao Prof. Dr. Guilherme Augusto de Freitas Fregonezi, pela contribuição com os equipamentos e sugestões tão valiosas.

À Profª Drª Karla Morganna Pereira Pinto de Mendonça, pelo apoio com os equipamentos desde o estudo piloto.

À minha querida amiga de turma, de risadas, de aperreios, de projeto – Mestre Andréa de Carvalho Gomes, pela presença competente e decisiva para a execução desse trabalho. Essa dissertação não existiria sem o seu apoio e sem a sua preciosa parceria desde a coleta à análise dos dados! Sem você esse projeto nem teria saído do mundo das ideias!

Às alunas da graduação, Thaisy, Natália, Tainá e Camila, por toda ajuda que deram nas avaliações e nas aulas de Pilates, pelo convívio com vocês e pela sempre disponibilidade. Até nos domingos e feriados!

Aos meus colegas de mestrado pela amizade e solidariedade em todos os momentos. Em especial aos mestres Francisco Locks e Caio Alano Lins, pelas alegrias e angústias divididas no Laboratório 2.

Às minhas queridas senhorinhas que fizeram parte da amostra desse trabalho, se não fosse por vocês nada disso teria sentido.

A todos os professores que passaram pela minha vida acadêmica. Vocês iluminaram os caminhos que trilhei até hoje.

Aos funcionários do Departamento de Fisioterapia da UFRN, Pati, Edri, Seu Marcos, Jeisi, Rose e Lu pela dedicação e ajuda e pelas conversas de entretenimento nas horas em que a mente não conseguia mais pensar.

Enfim, a todos que apoiaram a realização e alegram-se com essa conquista, minha estima e gratidão!

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Sumário

Dedicatória v

Agradecimentos vi

Listas ix

Resumo Xii

Abstract xiii

1. INTRODUÇÃO 01

2. MATERIAIS E MÉTODOS 07

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 21

3.1. Anexação do artigo 22

4. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS 40

5. REFERÊNCIAS 42

6. ANEXO 53

Apêndices 55

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Listas

Lista de figuras

Figura 1 – Espirômetro Pág. 11

Figura 2 – Manovacuômetro Pág. 11

Figura 3 – Eletromiógrafo Pág. 13

Figura 4 – Eletrodo de referência Pág. 14

Figura 5 – Eletrodos dos músculos diafragma e reto abdominal Pág. 14

Figura 6 – Sinais eletromográficos Pág. 16

Figura 7 – Equipamentos utilizados no treinamento Pág. 16

Figura 8 – Desenho do estudo Pág. 20

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Lista de quadros

Quadro 1 – Programa de exercícios Pág. 17

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Lista de tabelas

Tabela 1 - Médias e desvios padrões das características gerais da amostra e

dados espirométricos Pág. 29

Tabela 2 - Médias e desvios padrões das variáveis da manovacuometria Pág. 31 Tabela 3 - Médias e desvios padrões da eletromiografia do reto abdominal Pág. 31 Tabela 4 - Médias e desvios padrões da eletromiografia do diafragma Pág. 32

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Resumo

A deterioração das funções fisiológicas estão ligadas ao declínio do desempenho físico dos indivíduos idosos. O exercício promove alterações positivas na saúde, incluindo benefícios cardiorrespiratórios e aperfeiçoamento do desempenho muscular e funcional, sendo fator de desaceleração ou reversão de prejuízos causados pelo envelhecimento. O Método Pilates é muito utilizado na prática clínica visando promover o reequilíbrio muscular com exercícios que dão ênfase ao powerhouse, exigindo que o indivíduo mantenha a mente concentrada no núcleo do corpo o tempo todo, através da respiração. Apesar da grande popularidade do método, há carência de estudos científicos com aplicação na Fisioterapia e com abordagens cinesiológica, fisiológica e/ou biomecânica, em especial envolvendo os músculos respiratórios. O objetivo foi investigar os efeitos de um programa de exercícios de Pilates sobre a força e atividade elétrica dos músculos respiratórios de idosas. Foram avaliadas 33 idosas saudáveis, sedentárias, sem deficiência cognitiva e aptas à prática de exercício físico e divididas em 2 grupos, Controle (n=17), que recebeu cartilhas educativas com orientações sobre envelhecimento e saúde e Experimental (n=16), que além das cartilhas, passou por um programa de 24 sessões de exercícios de Mat Pilates. As idosas foram avaliadas inicialmente e após um período de três meses, levando-se em conta as medidas das pressões respiratórias estáticas máximas (PImáx e PEmáx) e o RMS dos músculos diafragma e reto abdominal em dois testes diferentes. Foi utilizado o teste T de Student para comparação entre os grupos e adotado um nível de significância p valor < 0,05 e intervalo de confiança de 95%. A idade média foi de 70,88 anos (±4,32). O RMS aumentou nos dois músculos avaliados em ambos os testes, porém os dados foram significativos para o reto abdominal durante a respiração diafragmática (p = 0,03) e para o diafragma durante a manobra de PImáx (p = 0,01). Não houve variação significativa dos valores de força. Os exercícios de Pilates alteraram a atividade elétrica, mas não tiveram influência na força dos músculos respiratórios num grupo de idosas saudáveis.

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Abstract

The reduction of physiological capacity present in the process of aging causes a marked decline in lung function. The exercise does promote several positive changes in the physical health of people and protect the cardiorespiratory function. The aim of this study was to investigate the effects of a program of Pilates exercices on the strengh and electrical activity of respiratory muscles of elderly. This is a randomized, controlled clinical trial, evaluating 33 elderly aged 65 and 80 (70.88 ± 4.32), healthy, sedentary, without cognitive impairment and able the practice physical activity. The sample was divided into two groups, one experimental group with 16 elderly women who did Pilates exercises and a control group (17) that was not submitted to the exercises, but received educational booklets on aging and health care. The elderly were evaluated initially and after a period of three months, taking into account the Maximal Inspiratory Pressure (MIP) and Maximal Expiratory Pressure (MEP), obtained by Manovacuometry and intensity of EMG activity was measured using the values of Root Mean Square (RMS) for the diaphragm and rectus abdominis muscles, during the course of diaphragmatic breathing and MIP maneuver. Data were analyzed using SPSS version 17.0. For all tests, we used a significance level or p value < 0.05 and confidence interval 95%. RMS in diaphragm and rectus abdominis muscles in both tests increased, but the data were significant for the rectus abdominis during diaphragmatic breathing (p = 0.03) and the diaphragm during the MIP maneuver (p = 0.01). There was no significant variation of the MIP and MEP. Pilates exercises were responsible for increasing the electrical activation of the diaphragm and rectus abdominis muscles in a group of healthy elderly, but had no influence on changes in strength of respiratory muscles.

Keywords: Aging; Respiratory muscles, Pilates.

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1.1. Delimitação do problema

O envelhecimento compreende uma variedade de alterações morfológicas, psicológicas, funcionais e bioquímicas que ocorrem com o passar do tempo em todos os seres vivos e é caracterizado pela perda progressiva da capacidade de adaptação e preservação do organismo diante das mudanças, podendo levar à deficiência funcional e à morte (Salomão, 2004; Spirduzo, 2005).

A partir dos 30 anos, há diminuição de 10 a 16% da massa magra, ou massa livre de gordura, que inclui água, vísceras, osso, tecido conectivo e músculo, sendo este último o que mais sofre - aproximadamente 40% de tecido muscular se perdem no processo de envelhecimento. As principais causas que levam a danos seletivos na massa muscular são a diminuição dos níveis de hormônio de crescimento e a diminuição no nível de atividade física do indivíduo idoso. Esses fatores têm sido associados a limitações funcionais importantes, incluindo déficit no andar, na mobilidade e nas atividades da vida diária. Após o impacto das alterações do sistema neuromuscular na mobilidade e capacidade funcional, as alterações do sistema cardiovascular e respiratório estão bem próximas, exercendo um impacto negativo nas variáveis de saúde do idoso (Matsudo et al, 2000).

No pulmão senil há sobreposição do colágeno à elastina, diminuindo a elasticidade e aumentando sua complacência. Esses fatores associados com a desidratação e a aterosclerose levam à atrofia do parênquima pulmonar, promovendo o desaparecimento de alguns septos alveolares. A deposição de cálcio nas cartilagens costovertebrais e discos intervertebrais promove o enrijecimento da caixa torácica levando a alterações posturais e até a mudanças no formato do pulmão. As costelas tornam-se mais rígidas, o que provoca limitações no movimento do gradil costal e na expansibilidade da caixa torácica (Britto et al, 2005).

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Sabe-se que o envelhecimento afeta os músculos respiratórios devido à redução significativa na força do diafragma com o avançar da idade, porém, o fato dos músculos respiratórios serem cronicamente ativos sugere que o envelhecimento pode afetá-los diferentemente dos outros músculos (Polla et al, 2004). O processo de sarcopenia ocorre mesmo no idoso saudável, causando a substituição de tecido muscular por tecido gorduroso, o que leva à diminuição da força muscular do diafragma em 13 a 25% (Simões et al, 2010). Existem algumas formas de avaliar a função muscular respiratória e dentre as utilizadas atualmente destacam-se a Manovacuometria e a Eletromiografia.

A manovacuometria é um método simples, rápido e não invasivo de avaliar a força gerada durante a contração dos músculos respiratórios através da medida das pressões respiratórias estáticas máximas – pressão inspiratória máxima (PImáx) e pressão expiratória máxima (PEmáx) (Neder et al, 1999).

A eletromiografia é uma técnica de monitoramento da atividade elétrica das membranas excitáveis representada pelas medidas dos potenciais de ação do sarcolema, como efeito da voltagem em função do tempo. O sinal eletromiográfico é o somatório algébrico de todos os sinais detectados numa certa área e pode ser afetado por propriedades musculares, anatômicas e fisiológicas, bem como pela instrumentação utilizada para aquisição dos sinais (Enoka, 2000). Dentre os modos de realizar a avaliação eletromiográfica dos músculos respiratórios o mais utilizado é a eletromiografia de superfície (EMGs), por ser um método não-invasivo que reflete a atividade de grandes superfícies musculares no tempo e no espaço, pela adição de sinais de unidades motoras (Decramer, 1997; Polkey e Moxham, 2001; McLean, 2003; Reynaud-Gaubert, 2004). Quanto às características de validade e confiabilidade das medidas que a eletromiografia de superfície fornece dos músculos respiratórios, a literatura destaca os trabalhos de Sinderby et al. (1996), Maarsingh et al. (2000), Demoule et al. (2003), Duiverman et al. (2004).

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crônico-degenerativas e aperfeiçoamento do desempenho muscular e funcional, agindo como fatores de desaceleração ou reversão de prejuízos decorrentes do envelhecimento. Mas apesar desse grande potencial benéfico, o nível de atividade física praticada por idosos ainda é pequeno (Matsudo, 2001).

A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME) e a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) afirmam que um programa ideal de exercícios físicos para idosos deve durar de 30 a 90 minutos, todos os dias da semana, incluindo exercícios aeróbicos, de força muscular, de flexibilidade e de equilíbrio. E ainda atividades aeróbias de baixo impacto, como caminhada, natação, hidroginástica, dança, trabalhos resistidos como a ginástica localizada, musculação e alongamento; e, se possível, que sejam realizadas em grupos (Nóbrega et al, 2010).

Dentre os tipos de exercício que reúnem essas características, destaca-se o Método Pilates, um recurso bastante utilizado na prática clínica com a proposta de promover o reequilíbrio muscular. Consiste em uma série de exercícios físicos desenvolvidos pelo alemão Joseph Pilates que buscam a harmonia entre o corpo e a mente e melhoram a consciência corporal. Sua aplicação se baseia em seis princípios fundamentais, que são: concentração, controle, centralização, fluidez nos movimentos, respiração e precisão. Podem ser realizados nos aparelhos elaborados pelo idealizador ou em solo, dessa forma são conhecidos como Mat Pilates, sendo possível a adição de equipamentos como bolas, colchonetes, rolos de espuma e therabands, o que torna mais barata e acessível a aplicação do método, além de poder ser realizada em grupos (McNeill, 2011).

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preciso do método Pilates é exigir que o indivíduo mantenha sua mente concentrada para controlar o powerhouse o tempo todo, através da respiração (Muscolino e Cipriani, 2004b). É vital respirar profunda e plenamente e antes de qualquer benefício alcançado com o uso do método, é preciso aprender a respirar corretamente apesar de essa não ser uma conquista fácil (Latey, 2001).

Vários autores já pesquisaram sobre o método Pilates e há um forte indício a respeito dos benefícios desse tipo de exercício para a saúde (Rydeard et al, 2006; Bernardo, 2007; Curi, 2009; Cruz-Ferreira et al, 2011). A maior parte dos trabalhos avalia a influência do Método Pilates no equilíbrio (avaliando músculos do tronco, coxa e perna) (Johnson et al, 2007; Rodrigues et al., 2010), na flexibilidade (Segal et al, 2004; Sekendiz et al, 2007) ou na dor, especialmente a dor lombar (La Touche et al, 2008; Pereira et al, 2011). Alguns ainda incluem a análise da região abdominal (Endleman e Critchley, 2008; Critchley et al, 2011), avaliando indiretamente os músculos ligados à respiração, mas nenhum relaciona o envolvimento da musculatura respiratória com a prática do Pilates.

Mesmo com a grande popularidade do Pilates na prática clínica, observa-se a carência de estudos científicos tanto com aplicação na Fisioterapia, como com abordagens cinesiológica, fisiológica e/ou biomecânica (Bernardo, 2007; La Touche et al, 2008), em especial os que envolvam o sistema respiratório. Portanto, esse trabalho tem por objetivo investigar a influência do método Pilates na força e atividade elétrica dos músculos respiratórios de idosas através de medidas cientificamente aceitas como a manovacuometria e a eletromiografia.

1.2. Justificativa

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O que marca o envelhecimento não é somente a manifestação de doenças, mas a incapacidade que pode resultar delas, por isso é importante a atuação de profissionais que realizem atividades para prevenir doenças e suas complicações. O trabalho do fisioterapeuta tem como objetivos preservar a função e adiar a instalação de incapacidades e o exercício físico é um grande aliado nesse sentido. Nesse estudo serão enfocados os exercícios de Mat Pilates e sua relação com a função dos músculos respiratórios. Essa prática se mostra como uma alternativa atrativa, de baixo custo, fácil aplicabilidade e bastante difundida na sociedade, inclusive entre os indivíduos idosos.

Existem escassos estudos científicos sobre os benefícios do método Pilates, pouquíssimos que abordam a prática do método na população idosa e menos ainda, os que investigam as alterações dos músculos envolvidos na respiração com essa prática. Daí a importância dessa pesquisa para o campo de atuação da Fisioterapia com idosos, já que as alterações respiratórias são bem marcantes no processo de envelhecimento e o fisioterapeuta atua na prevenção e preservação da saúde com práticas que aprimoram o movimento e a função, contribuindo para reduzir o impacto de anos de vida perdidos por incapacidades.

1.3. Objetivos

1.3.1. Objetivo Geral

Analisar a influência dos exercícios de Pilates na força e atividade elétrica dos músculos respiratórios de idosas.

1.3.2. Objetivos Específicos

- Verificar o efeito de exercícios de Pilates nas pressões respiratórias estáticas máximas avaliadas pela Manovacuometria.

(22)

(23)

2.1. Delineamento da pesquisa

Caracteriza-se por ser uma pesquisa experimental quantitativo-descritiva, do tipo ensaio clínico controlado randomizado. O estudo seguiu as regras da declaração do Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT) (Moher et al, 2001).

2.2. Local da pesquisa

A pesquisa foi realizada em dois locais distintos: 1 - as avaliações foram feitas no Laboratório de Análise da Performance Neuromuscular do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); 2 - a intervenção foi realizada na Universidade Aberta para Terceira Idade (UnATI) da Universidade Potiguar (UnP).

2.3. População e amostra

A população foi constituída pelos indivíduos matriculados na Universidade Aberta para Terceira Idade (UnATI) da Universidade Potiguar (UnP), onde o universo era de 589 indivíduos. Desse total, 45 mulheres idosas com idades entre 65 e 80 anos, foram selecionadas dentre aquelas que, após o convite, aceitaram participar do estudo. Compuseram a amostra 33 dessas idosas, saudáveis e aptas à prática de exercício físico.

2.4. Critérios de elegibilidade

2.4.1. Critérios de Inclusão

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2.4.2. Critérios de Exclusão

Foram excluídas da pesquisa as idosas que: A) Se recusaram a continuar com os procedimentos da pesquisa e, B) Faltaram a 10% do treinamento previsto, ou duas sessões.

2.5. Aspectos éticos

Antes de ser executado, este projeto foi submetido à avaliação e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), sob o parecer nº 041/2011. Foi respeitada a autonomia e a garantia do anonimato das participantes, assegurando a privacidade quanto à confidencialidade dos dados, de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e a Declaração de Helsinki para pesquisas com seres humanos. Todas as voluntárias foram esclarecidas a respeito dos procedimentos da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE – Apêndice A) antes de serem admitidas na pesquisa. Foi feito o registro do estudo no ReBEC (Registro de Ensaios Clínicos Brasileiros), através do site www.ensaiosclinicos.gov.br sob o código RBR-3x64sp.

2.6. Instrumentos e equipamentos de avaliação e treinamento

2.6.1. Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) (Folstein et al, 1975)

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2.6.2. Espirometria

O procedimento técnico, os critérios de aceitabilidade, reprodutibilidade, valores de referências e interpretativos bem como a padronização do equipamento seguiram as recomendações da American Thoracic Society/European Respiratory Society (2002).

O teste foi realizado na posição sentada, numa cadeira confortável com utilização de um clipe nasal e as participantes foram orientadas a respirar através de um bocal de papelão descartável colocado entre seus dentes, assegurando que não houvesse vazamentos durante a respiração. A participante foi orientada a respirar normalmente (ao nível do volume corrente) durante três ciclos respiratórios com o bocal acoplado à boca e após o comando do avaliador foi solicitado que elas fizessem uma inspiração máxima (próximo à capacidade pulmonar total - CPT) seguida de uma expiração máxima (próximo ao volume residual - VR). Foram realizados no máximo cinco testes em cada participante e considerados os três melhores resultados reprodutíveis, contanto que a variabilidade entre eles tenha sido inferior a 5%.

Os índices avaliados foram o volume expiratório forçado no 1º segundo (VEF1), a

capacidade vital forçada (CVF) e o Pico de Fluxo Expiratório (PFE) nos seus valores absolutos e relativos, sendo este último obtido pela comparação com a curva de normalidade para todas as variáveis espirométricas (Neder et al, 1999). O equipamento utilizado foi o ONE FLOW FVC (Figura 1) (Clement Clarke International Ltd., Essex, Inglaterra).

Para seleção dos valores obtidos foram examinados os dados de todas as manobras aceitáveis. A CVF selecionada foi a maior obtida de qualquer uma das três curvas. O VEF1 foi o maior valor retirado dentre as curvas com valores de PFE situados

dentro dos critérios de aceitação (variação de PFE entre o maior e o menor valor < 10% ou 0,5L, o que for maior). Os valores de CVF e VEF1 não necessariamente foram

(26)

Figura 1 – Espirômetro

2.6.3. Manovacuometria

Para medida da força dos músculos respiratórios através das pressões respiratórias máximas foi utilizado o manovacuômetro digital MVD300 (Figura 2) (Globalmed®, Porto Alegre – RS, Brasil), calibrado de -300 a +300 cmH2O, com

precisão de 1 cmH2O, que possui um tubo transparente de silicone, onde é acoplada

uma peça plástica denominada rescal, ao qual também fica acoplado um bocal de papelão rígido, de uso individual e descartável (Globalmed®, Porto Alegre – RS, Brasil).

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A participante fez o teste sentada em uma cadeira com apoio para as costas, com o tronco a um ângulo de 90° com o quadril e os braços apoiados sobre as pernas. Foi orientada a prender o bocal com os dentes e a fazer um ajuste adequado dos lábios ao redor do mesmo para evitar escape de ar e usou um clipe nasal em todas as medições.

As medidas avaliadas foram a Pressão Inspiratória Máxima (PImáx) e Pressão Expiratória Máxima (PEmáx). Para a avaliação da PImáx, a participante foi orientada a respirar normalmente pela boca (ao nível do volume corrente) durante três ciclos respiratórios com o clipe nasal acoplado e após o comando do avaliador, realizou uma expiração máxima (até aproximadamente o volume residual – VR), quando indicou o final da expiração por um gesto previamente combinado. Nesse momento, o avaliador solicitou que fosse feita uma inspiração máxima até aproximadamente a capacidade pulmonar total – CPT. Para obtenção da PEmáx, foi solicitado à participante que realizasse uma inspiração máxima (próxima à CPT) seguida de uma expiração máxima (próxima ao volume residual - VR) no bocal do aparelho. Para cada avaliação, foi considerado o valor máximo obtido em no máximo cinco provas, desde que este valor não tenha sido superior a 5% entre as três melhores provas. Os valores obtidos foram comparados com a curva de normalidade descrita por Neder et al (1999).

2.6.4. Eletromiografia (EMG)

(28)

Figura 3 – Eletromiógrafo.

Para realização das medidas de EMG na presente pesquisa, foi utilizado um equipamento constituído por 4 canais, sendo um canal direcionado para a coleta do músculo Diafragma e outro para a coleta do músculo Reto Abdominal. A detecção dos sinais foi feita com eletrodos Double® (Hal Indústria de Comércio LTDA, São Paulo, Brasil) que são ativos, bipolares, cujo contato é constituído de Prata/Cloreto de Prata (Ag/AgCl) e um gel sólido aderente de alta condutibilidade. Nesse modelo de eletrodo, as superfícies de contato (Ag/AgCl) ficam inseridas em um corpo único confeccionado em espuma de polietileno que contém um adesivo medicinal hipoalergênico, sendo fixa a distância entre as superfícies de contato em 21mm.

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Figura 4 – Fixação do eletrodo de referência.

A atividade eletromiográfica foi medida na parte inferior do tórax a fim de captar a atividade do músculo diafragma colocando-se o eletrodo no sétimo ou oitavo espaço intercostal anterior, entre a linha axilar e hemiclavicular direita, seguindo a direção do arco costal, de acordo com a melhor captura de sinal (Figura 5) (Dornelas de Andrade et al., 2005). A atividade do músculo reto abdominal foi medida colocando-se o eletrodo a dois centímetros laterais à cicatriz umbilical (Figura 5).

No entanto, a análise e interpretação da EMGs pode facilmente sofrer interferência de sinais não-fisiológicos, sinais de eletrocardiograma (ECG) ou de sinais de músculos adjacentes (Sinderby et al, 1996). A interferência de sinais de ECG foi atenuada pela colocação de eletrodos no hemitórax direito.

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A intensidade da atividade elétrica foi medida usando os valores de Root Mean Square (RMS), que é um cálculo eletrônico de média. Esse cálculo representa a raiz quadrada da soma de todos os sinais num determinado intervalo de tempo dividida pelo número dos sinais considerados e vem sendo muito utilizado na literatura (Moraes, 2010).

Para captura dos sinais, os avaliados foram orientados a realizar 3 etapas diferentes de testes – 1) Captura da intensidade do sinal eletromiográfico na respiração basal (quiet brief); 2) Captura do sinal ao realizar a respiração diafragmática; 3) Captura do sinal durante a realização da manobra de PImáx. Cada uma dessas etapas foi repetida e coletada 3 vezes. As duas primeiras etapas foram acompanhadas durante 120 segundos e a última foi acompanhada a partir da expiração forçada, até o término da manobra da PImáx. Para as duas etapas iniciais só foi considerado o minuto intermediário, ou seja, o intervalo de tempo entre 30 e 90 segundos.

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Figura 6 – Sinal eletromiográfico antes e após aplicação do filtro Butterworth.

2.6.5. Instrumentos de treinamento

Para realização do programa de exercícios foram utilizadas bolas de 65 cm, caneleiras e halteres de ½ kg e 1 kg, faixas elásticas de resistência forte, anel flex, rolos e colchonetes em Espuma Vinílica Acetinada (EVA) (Figura 7).

Figura 7 – Equipamentos utilizados no treinamento

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Aquecimento e Estabilização Alongamento Mobilização da coluna Fortalecimento Relaxamento

1ª e 2ª semanas

1. Aprender a respirar 2. Arm Arcs

3. Bent Knee Fallout 4. Arcs Femur

5. The Hundred preparatório

1. Side to side 2. Open the book 3. Spine stretch 4. Spine twist

1. Bridge on the shoulder

1. Single leg circle 2. Side kick 3. Swan dive 4. One leg kick

Trabalho de

percepção dos

grupos musculares e respiração costal e diafragmática.

3ª e 4ª semanas

Permanecem 1 a 4.

5 (nível 1). Permanecem 3 e 4. Saem 1 e 2. 5. Mermaid

1 com anel flex. Permanece 1.

2 com MI de apoio em extensão. 3 com extensão total de MMSS. Permanece 4.

5. Swimming preparatório 6. Quadruped (cavalo)

Sem alteração.

5ª e 6ª semanas

Sem alteração. Sem alteração. 1 com halteres em

MMSS. Sai 1. 7. Double leg circle (com faixa) 2 com caneleiras de 0,5kg. Permanece 3.

4 com caneleiras de 0,5kg. 8. Double leg kick (com caneleira) 5 Swimming

6 com alternância de MMSS/II.

Sem alteração.

7ª e 8ª semanas

Sem alteração. Sem alteração. 1 com elevação de

MMII. Saem 3 e 4. 9. Extensão de MMII com faixa elástica 10. Estabilização de tronco com dissociação de membros.

2 com caneleiras/apoio no antebraço. Permanece 8.

5 com halteres e caneleiras 0,5kg. 6 com alternância/caneleiras 0,5kg.

Sem alteração.

9ª e 10ª semanas

Sem alteração. Sem alteração. 1 deitada no rolo. Sai 7 e 9.

10 deitada no rolo. Retorna 3 com rolo.

6 alternância/MMSS apoiados no rolo. 2 em pé apoiando no rolo.

11. Half squat assistido com o rolo.

Sem alteração.

11ª e 12ª semanas

Sem alteração. Sem alteração. 1 com pés apoiados

na bola.

1 com pés apoiados no rolo.

Sai 5.

Permanece 10 e 3.

6 com MMII apoiados no rolo. Permanece 2.

11 com bola. 12. Push up na bola

(33)

2.7. Procedimentos

Antes da execução, o projeto foi encaminhado à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e após aprovação foi iniciado um estudo piloto para adequação dos procedimentos da pesquisa e treinamento dos pesquisadores envolvidos.

A execução do projeto segue o desenho apresentado na Figura 7.

Inicialmente foi feita uma visita à UnATI para divulgação da pesquisa às idosas matriculadas, através de panfletos convidando-as a participar da pesquisa e a assistir um ciclo de palestras de cunho educativo, que teve a participação de um médico geriatra, dois fisioterapeutas e um nutricionista. O objetivo fundamental desse ciclo educativo foi fazer com que as idosas compreendessem o processo de envelhecimento, a importância da realização de atividade física e os benefícios de uma alimentação saudável. Ao final do ciclo de palestras, que teve duração aproximada de 4 horas, as idosas foram informadas sobre os objetivos e procedimentos do estudo e as que tiveram interesse em participar assinaram uma lista de contatos para ser agendada a avaliação clínica, realizada em duas etapas.

Na primeira etapa de avaliação, realizada na UnATI, as idosas assinaram voluntariamente o TCLE e em seguida foram coletados os dados de identificação e sócio-demográficos, os diagnósticos clínicos, o MEEM e realizada a espirometria, contidos no Protocolo de Avaliação I (Apêndice B). Para as idosas praticantes de exercício físico foi solicitado a interrupção do mesmo, com exceção de caminhada, durante o período da pesquisa.

Após essa etapa as idosas foram alocadas aleatoriamente no Grupo Controle ou no Grupo Experimental. O sorteio foi feito através do site www.randomization.com em duas etapas, alocando 20 sujeitos em cada um deles. Os planos dos sorteios foram registrados sob os números 20216 e 17220.

(34)

Eletromiografia dos músculos reto abdominal e diafragma, constantes no Protocolo de Avaliação II (Apêndice C).

A idosa que faltou à segunda etapa de avaliação e não justificou a ausência, foi excluída da amostra. O Grupo Controle que contou com 17 idosas, recebeu cartilhas educativas, além das informações fornecidas durante o ciclo de palestras, com orientações sobre as alterações próprias do envelhecimento e cuidados com a saúde.

O Grupo Experimental, composto por 16 idosas, além de receber essas mesmas orientações, também foi submetido a um programa com exercícios de Mat Pilates, envolvendo alongamento, fortalecimento e equilíbrio, listados no Protocolo de Treinamento aplicado por um fisioterapeuta que não teve acesso aos resultados das avaliações. Os exercícios foram executados em grupos de no máximo três idosas durante 1 hora, duas vezes na semana por 12 semanas, totalizando 24 sessões.

Ao final de três meses, as idosas que permaneceram na pesquisa foram submetidas à reavaliação com os equipamentos de coleta de dados utilizados na segunda avaliação, a fim de se fazer uma comparação entre os resultados. Todas as avaliações foram realizadas por pesquisadores que não conheciam a formação dos grupos.

2.8. Análise dos dados

Para realização da análise estatística foi utilizado o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 17.0 para Windows. Para todos os testes foi utilizado um nível de significância ou p valor < 0,05 e intervalos de confiança de 95%.

Para verificar a distribuição dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov, que apresentaram distribuição normal. Na análise descritiva dos dados quantitativos foram usadas medidas de tendência central (média) e dispersão (desvio padrão) e para os dados categóricos freqüências absolutas e relativas.

(35)

Figura 8 – Desenho do estudo

DIVULGAÇÃO DA PESQUISA PARA CAPTAÇÃO DAS

VOLUNTÁRIAS

PALESTRAS EDUCATIVAS E INFORMAÇÕES SOBRE A

PESQUISA

ASSINATURA DA LISTA DE PRESENÇA PELAS

INTERESSADAS

ASSINATURA DO TCLE

AVALIAÇÃO 1 – Dados de identificação e sócio-demográficos,

MEEM e Espirometria (n=33)

ALOCAÇÃO ALEATÓRIA

GRUPO CONTROLE (GC) = 17 GRUPO EXPERIMENTAL (GE) = 16

GC = 16

1 perda por

desistência 2 perdas por desistência

GE = 14

AVALIAÇÃO 2 – Manovacuometria e Eletromiografia

12 SEMANAS DE INTERVENÇÃO

GC = 12 GE = 09

3 perdas por desistência

1 perda por falha na coleta 3 perdas por desistência 2 perdas por exclusão por falta

(36)
(37)

INFLUÊNCIA DO MÉTODO PILATES NA FORÇA E ATIVIDADE

ELÉTRICA DOS MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS DE IDOSAS – ENSAIO

CLÍNICO CONTROLADO RANDOMIZADO CEGO

ALINE CAVALCANTI1, RICARDO GUERRA1, ANDRÉA GOMES1, GUILHERME FREGONESI1, ÁLVARO MACIEL1.

1Departamento de Fisioterapia. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Rua Irmã Rosaly Guimarães Wanderley, 3545. Candelária. Natal – RN. CEP: 59.064-710. E-mail: alinemeca@gmail.com

Título curto: Pilates na força e atividade elétrica de mm. respiratórios de idosas

Resumo

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Não houve variação significativa dos valores de força. Conclusão: Os exercícios de Pilates alteraram a atividade elétrica, mas não tiveram influência na força dos músculos respiratórios num grupo de idosas saudáveis.

Palavras-chave: Envelhecimento; Músculos respiratórios; Exercício.

Abstract

Background: The damage of physiological functions in this process of aging causes significant declines in lung function. Pilates exercises are widely used in clinical practice and promote muscle rebalancing, with emphasis on what the creator called the powerhouse. Objective: To analyze the influence of Pilates exercises in strength and electrical activity of respiratory muscles in elderly women. Methods: 33 elderly women were evaluated for general data and health, the maximal static respiratory pressures and the RMS of the diaphragm and rectus abdominis muscles in two different tests. The sample was randomly allocated into two groups, Control (n = 17) who received educational booklets with guidelines on aging and health and Experimental (n = 16), which in addition to the booklets, went through a program of 24 exercise sessions Mat Pilates. At the end of 3 months were reassessed the forces and the RMS of the respiratory muscles. Student´s t test was used for comparison between groups and adopted a significance level of p value <0.05 and confidence interval of 95%. Results: The mean age was 70.88 years (± 4.32). The RMS increased in both muscles in both tests, but the data were significant for the rectus abdominis during diaphragmatic breathing (p = 0.03) and the diaphragm during the MIP maneuver (p = 0.01). There was no significant variation of strength values. Conclusion: Pilates exercises alter the electrical activity, but had no influence on respiratory muscle strength in healthy elderly group.

(39)

Introdução

O envelhecimento compreende uma variedade de alterações morfológicas, psicológicas, funcionais e bioquímicas que ocorrem com o passar do tempo em todos os seres vivos e é caracterizado pela perda progressiva da capacidade de adaptação e preservação do organismo diante das mudanças, podendo levar à deficiência funcional e à morte (Salomão, 2004; Spirduzo, 2005). A partir dos 30 anos, há diminuição de 10 a 16% da massa magra e aproximadamente 40% de tecido muscular se perdem no processo de envelhecimento. As principais causas dessa perda são a diminuição dos níveis de hormônio de crescimento e do nível de atividade física do indivíduo idoso (Matsudo et al, 2000).

Sabe-se que o envelhecimento afeta os músculos respiratórios devido à redução significativa na força do diafragma com o avançar da idade (Polla et al, 2004). O processo de sarcopenia ocorre mesmo no idoso saudável, causando a substituição de tecido muscular por tecido gorduroso, o que leva à diminuição da força muscular do diafragma em 13 a 25% (Simões et al, 2010). No pulmão senil há sobreposição do colágeno à elastina, diminuindo a elasticidade e aumentando sua complacência. A deposição de cálcio nas cartilagens costovertebrais e discos intervertebrais promove o enrijecimento da caixa torácica e torna as costelas mais rígidas, provocando limitações no movimento do gradil costal e na expansibilidade da caixa torácica (Britto et al, 2005). Há aumento da insuflação alveolar, diminuição da capacidade vital, diminuição do fluxo e volume expiratório forçado, aumento do volume residual, aumento do espaço morto anatômico, aumento da ventilação voluntária máxima, diminuição da capacidade de difusão pulmonar e decréscimo da ventilação expiratória máxima (Freitas et al, 2010).

(40)

movimentos, respiração e precisão e odem ser realizados nos aparelhos elaborados pelo idealizador ou em solo (conhecidos como Mat Pilates), o que torna mais barata e acessível a aplicação do método, além de poder ser realizada em grupos (McNeill, 2011). Os exercícios envolvem contrações isotônicas (concêntricas e excêntricas) e principalmente isométricas, com ênfase no “powerhouse”, que é o centro de força do corpo, composto pelos músculos abdominais, glúteos, paravertebrais lombares e do assoalho pélvico (Pires e Sá, 2005). Todos os exercícios do método são dirigidos para fortalecer o powerhouse, sendo o foco nítido e preciso do método. Cada exercício exige que o indivíduo mantenha sua mente concentrada nesse núcleo o tempo todo, através da respiração (Muscolino e Cipriani, 2004b). E antes de qualquer benefício alcançado com o uso do método, é preciso aprender a respirar corretamente (Latey, 2001).

Um considerável número de autores já pesquisou sobre o método Pilates e há um forte indício a respeito dos benefícios desse tipo de exercício para a saúde (Rydeard et al, 2006; Bernardo, 2007; Curi, 2009; Cruz-Ferreira et al, 2011), e sua relação com o equilíbrio (Johnson et al, 2007; Rodrigues et al., 2010), a flexibilidade (Segal et al, 2004; Sekendiz et al, 2007) ou a dor lombar (La Touche et al, 2008; Pereira et al, 2011), porém nenhum estudo investigou o envolvimento da musculatura respiratória com a prática do Pilates. Eapesar da grande popularidade do Pilates, observa-se a carência de estudos científicos tanto com aplicação na Fisioterapia, como com abordagens cinesiológica, fisiológica e/ou biomecânica (Bernardo, 2007; La Touche et al, 2008), em especial os que envolvam o sistema respiratório. Portanto, esse trabalho tem por objetivo investigar a influência do método Pilates na força e atividade elétrica dos músculos respiratórios de idosas através de medidas cientificamente aceitas como a manovacuometria e a eletromiografia.

Materiais e métodos

Sujeitos

(41)

impossibilitassem a realização dos exercícios, não podiam fazer uso de nenhum dispositivo de auxílio à marcha e deveriam ter estado cognitivo compatível com a escolaridade avaliado pelo Mini Exame do Estado Mental (MEEM). Foram excluídas as idosas que se recusaram a continuar com os procedimentos da pesquisa e as que faltaram a 10% do treinamento previsto, ou duas sessões.

Aspectos éticos

Esse projeto foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), sob o parecer nº 041/2011. Todas as voluntárias foram esclarecidas a respeito dos procedimentos antes de serem admitidas na pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), redigido de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e a Declaração de Helsinki para pesquisas com seres humanos. Foi feito o registro do estudo no ReBEC (Registro de Ensaios Clínicos Brasileiros) e publicado sob o código RBR-3x64sp.

Procedimentos

Após aprovação pelo CEP foi iniciado um estudo piloto para adequação dos procedimentos da pesquisa e treinamento dos pesquisadores envolvidos. A captação das voluntárias foi feita através de visitas à UnATI para divulgação da pesquisa às idosas matriculadas. Foram utilizados panfletos e cartazes que as convidavam a participar de um ciclo de palestras de cunho educativo, que teve duração aproximada de 4 horas, contou com a participação de um médico geriatra, dois fisioterapeutas e um nutricionista e teve por objetivo fundamental informá-las sobre o processo de envelhecimento, a importância da realização de atividade física e os benefícios da alimentação saudável. Ao final das palestras as idosas foram informadas sobre os objetivos e procedimentos da pesquisa e as que tiveram interesse em participar assinaram uma lista de contatos para ser agendada a avaliação clínica, realizada em duas etapas.

(42)

sócio-demográficos, os diagnósticos clínicos, o MEEM e realizado o exame de espirometria, que seguiu as recomendações da American Thoracic Society/European Respiratory Society para o procedimento técnico e a padronização do equipamento (ONE FLOW FVC - Clement Clarke International Ltd., Essex, Inglaterra). Para as idosas praticantes de exercício físico foi solicitado a interrupção do mesmo, com exceção de caminhada, durante o período da pesquisa. Após essa etapa as idosas foram alocadas aleatoriamente no Grupo Controle ou no Grupo Experimental. O sorteio foi feito através do site www.randomization.com em duas etapas, alocando 20 sujeitos em cada um deles. Os planos dos sorteios foram registrados sob os números 20216 e 17220.

A segunda etapa de avaliação, realizada no Departamento de Fisioterapia da UFRN, constou da realização da Manovacuometria, para coleta dos parâmetros de força muscular respiratória, através da medida das pressões respiratórias estáticas máximas – pressão inspiratória máxima (PImáx) e pressão expiratória máxima (PEmáx) e da Eletromiografia dos músculos reto abdominal e diafragma, para captação da atividade elétrica desses músculos em 3 etapas diferentes de testes – durante a respiração basal (quiet brief); ao realizar a respiração diafragmática e durante a realização da manobra de PImáx. Cada uma das etapas foi repetida e coletada 3 vezes, durante 120 segundos nos dois primeiros testes e a partir da expiração forçada, até o término da manobra, no último teste. Os eletrodos de superfície foram fixados à pele previamente passada por tricotomia e limpa com álcool e guiada por proeminências ósseas e pelas vias das fibras musculares. O eletrodo de referência, utilizado para o controle das interferências de sinais indesejados foi colocado em uma região não ativa - acrômio da escápula direita.

(43)

acesso aos resultados das avaliações. Os exercícios foram executados em grupos de no máximo três idosas durante 1 hora, duas vezes na semana por 12 semanas, totalizando 24 sessões. Ao final de três meses, foram reavaliadas 23 idosas, 13 no grupo controle e 10 no grupo experimental, com os mesmos equipamentos de coleta utilizados na segunda avaliação.

Análise estatística

Para realização da análise estatística foi utilizado o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 17.0 para Windows. Para todos os testes foi utilizado um nível de significância ou p valor < 0,05 e intervalos de confiança de 95%.

Para verificar a distribuição dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov, que apresentaram distribuição normal. Na análise descritiva dos dados quantitativos foram usadas medidas de tendência central (média) e dispersão (desvio padrão) e para os dados categóricos freqüências absolutas e relativas.

Para a comparação das variáveis desfechos entre os grupos foi utilizado o teste t, enquanto para análise intra-grupo, foi aplicado o teste t para amostras dependentes.

Resultados

33 idosas com idade média de 70,88 anos (±4,32) fizeram a primeira etapa da avaliação. A caracterização da amostra e os valores obtidos na espirometria encontram-se na tabela 1, onde estão descritos os resultados dos dados antropométricos, do mini-exame do estado mental (MEEM) e dos valores de capacidade vital forçada predita (CVFpred), dos apresentados pela amostra (CVF) e ainda pela porcentagem do valor predito para a CVF (%CVFpred); de volume expiratório forçado no 1º segundo predito (VEF1pred), da amostra (VEF1) e da porcentagem do valor predito para o VEF1

(%VEF1pred); da relação VEF1/CVF, ou razão, predita (VEF1/CVFpred), da amostra

(VEF1/CVF) e a porcentagem do valor predito para a razão (%VEF1/CVFpred) e, por

(44)

Tabela 1 – Médias e desvios padrões das características gerais da amostra e dados espirométricos.

Os dados estão apresentados como média ± desvio padrão.

A tabela 2 apresenta os valores de PImáx (pressão inspiratória máxima) e PEmáx (pressão expiratória máxima), da amostra e os preditos (PIpred e PEpred) e ainda a porcentagem do valor predito para as duas pressões (%PIpred e %PEpred), avaliados através de manovacuometria. Houve perda de 3 sujeitos na segunda etapa de avaliação (n = 30) e de mais 7 sujeitos na reavaliação (por desistência ou falta). Os resultados mostram que não houve diferença estatística, porém houve aumento da

Variáveis Total

(n = 33)

Grupo Experimental

(n = 16)

Grupo Controle

(n = 17)

p valor

Idade (anos) 70,88 ± 4,32 72,13 ± 4,38 69,71 ± 4,05 0,11 Peso (Kg) 63,29 ± 11,02 60,21 ± 13,04 66,18 ± 8,06 0,12 Altura (cm) 153,65 ± 5,48 153,31 ± 6,86 153,97 ± 3,97 0,74 Escolaridade (anos) 10,94 ± 5,22 10,81 ± 6,67 11,06 ± 3,57 0,89 MEEM (pontos) 28,03 ± 1,15 27,88 ± 1,02 28,18 ± 1,28 0,46

n = 32 n = 16 n = 16

CVFpred (L) 2,58 ± 0,29 2,54 ± 0,36 2,62 ± 0,20 0,45

CVF (L) 2,55 ± 0,42 2,51 ± 0,43 2,59 ± 0,43 0,62

%CVFpred 99,44 ± 17,22 99,86 ± 8,33 99,03 ± 16,63 0,89 VEF1pred (L) 2,02 ± 0,22 1,99 ± 0,28 2,06 ± 0,15 0,37

VEF1 (L) 1,75 ± 0,32 1,76 ± 0,32 1,75 ± 0,34 0,87

%VEF1pred 86,67 ± 12,27 88,86 ± 11,31 84,48 ± 13,15 0,32 VEF1/CVFpred (%) 121,76 ± 1,24 121,52 ± 1,50 122,01 ± 0,89 0,23 VEF1/CVF (%) 69,56 ± 11,75 70,88 ± 10,99 68,25 ± 12,67 0,53 %VEF1/CVFpred 57,19 ± 9,53 58,43 ± 8,86 55,96 ± 10,29 0,23 PFE (L/min) 264,53 ± 74,69 272,50 ± 76,57 256,56 ± 74,38 0,55

(45)

PImáx no grupo experimental entre os dois períodos de avaliação, bem como aumento da PEmáx em ambos os grupos entre os períodos de avaliação.

Os dados relativos à eletromiografia do músculo reto abdominal são mostrados na tabela 3, através dos valores de RMS relativizados pelo quiet brief (RMS qb), da respiração diafragmática (RMS rd) e da manobra de PImáx (RMS PI). A tabela mostra diferença estatística para a média de RMS durante a realização da respiração diafragmática, na reavaliação. Pode-se atribuir essa diferença à diminuição da média de RMS no grupo controle, enquanto o grupo experimental permaneceu praticamente com o mesmo valor. Para a coleta realizada durante a manobra de PImáx, observa-se que houve aumento das médias de RMS no grupo experimental e diminuição no grupo controle, porém sem significância estatística.

Os valores obtidos com a eletromiografia do músculo diafragma são mostrados na tabela 4, através dos valores de RMS relativizados pelo quiet brief (RMS qb), da respiração diafragmática (RMS rd) e da manobra de PImáx (RMS PI). A tabela aponta diferença estatística para a média de RMS coletada durante a realização da manobra de PImáx, na reavaliação.

(46)

experimental (GE) e o grupo controle (GC) antes e após a intervenção.

Variáveis

Pré-intervenção Pós-intervenção

Total (n = 30)

GE (n = 14)

GC (n = 16)

p valor

Total (n = 23)

GE (n = 10)

GC (n = 13)

p valor PIpred (cmH2O) 75,64 ± 2,16 75,08 ± 2,28 76,13 ± 1,29 0,11 75,97 ± 1,98 75,36 ± 2,36 76,43 ± 1,56 0,20

PImax (cmH2O) 76,17 ± 18,62 72,00 ± 20,35 79,81 ± 16,77 0,25 81,68 ± 23,61 77,22 ± 23,95 84,77 ± 23,84 0,47

%PIpred 100,45 ± 23,16 95,56 ± 24,94 104,73 ± 21,36 0,28 112,40 ± 37,70 114,79 ± 47,64 110,57 ± 29,92 0,79 PEpred (cmH2O) 72,33 ± 2,69 71,63 ± 2,84 72,93 ± 2,48 0,11 72,74 ± 2,46 71,98 ± 2,95 73,32 ± 1,95 0,20

PEmax (cmH2O) 99,23 ± 25,69 93,64 ± 28,07 104,13 ± 23,20 0,27 105,05 ± 23,48 103,60 ± 27,85 106,25 ± 20,36 0,79

%PEpred 137,21 ± 35,32 130,43 ± 37,57 143,15 ± 33,29 0,33 149,47 ± 39,19 143,17 ± 34,86 154,33 ± 42,96 0,51 Os dados estão apresentados como média ± desvio padrão.

Tabela 3 – Comparação das médias (±DP) das variáveis avaliadas através da Eletromiografia do músculo reto abdominal entre o grupo experimental (GE) e o grupo controle (GC) antes e após a intervenção.

Variáveis

Pré-intervenção Pós-intervenção

Total (n = 26)

GE (n = 12)

GC (n = 14)

p valor

Total (n = 21)

GE (n = 09)

GC (n = 12)

p valor

RMS qb 100% 100% 100% 100% 100% 100%

RMS rd 126,52 ±50,71 124,89 ± 51,50 127,80 ± 51,99 0,89 130,81 ± 58,84 166,90 ± 70,89 103,75 ± 27,82 0,03* RMS PI 133,31 ± 54,29 121,56 ± 49,41 144,15 ± 58,23 0,30 137,19 ± 50,85 137,29 ± 43,49 137,13 ± 57,67 0,99

(47)

entre o grupo experimental (GE) e o grupo controle (GC) antes e após a intervenção.

Variáveis

Pré-intervenção Pós- intervenção

Total (n = 26)

GE (n = 12)

GC (n = 14)

p valor

Total (n = 21)

GE (n = 09)

GC (n = 12)

p valor

RMS qb 100% 100% 100% 100% 100% 100%

RMS rd 171,52 ± 48,32 171,90 ± 61,59 171,18 ± 35,79 0,97 170,15 ± 67,98 200,62 ± 79,26 145,22 ± 47,28 0,06 RMS PI 234,58 ± 84,47 240,64 ± 99,76 228,98 ± 71,26 0,73 203,60 ± 55,54 238,73 ± 45,11 180,19 ± 50,38 0,01*

(48)

Discussão

Os valores de força dos músculos respiratórios (MR) obtidos no presente estudo não foram significativos, mas estão acima dos preditos pela equação de Neder et al. (1999), dentro das faixas apresentadas em estudos anteriores (Chen e Kuo, 1989; Enright et al, 1994; McConnell e Copestake, 1999) e diferente do encontrado por Gonçalves et al. (2006), que observou alteração significativa das pressões respiratórias estáticas máximas num grupo de idosas brasileiras, após realização de treinamento com Threshold®. A diminuição da força dos MR com a idade pode ser explicada principalmente pela sarcopenia associada ao processo de envelhecimento (Roubenoff, 2001)e as mulheres tendem a apresentar menores níveis de força muscular em todo o ciclo de vida, quando comparadas ao sexo masculino (Janssen et al, 2000), colocando-as potencialmente em maior risco no que diz respeito à perda de força com o envelhecimento. No entanto, o presente estudo não revelou essas alterações relacionadas com a idade, o que pode ser explicado pelo fato da amostra ter sido composta por idosas saudáveis.

(49)

Nesse estudo, após 12 semanas de treinamento de Mat Pilates, houve aumento na atividade elétrica dos músculos reto abdominal e diafragma no grupo experimental, enquanto houve diminuição da ativação desses mesmos músculos no grupo controle, que não praticou atividade física durante o mesmo período. Se houve diferença na atividade muscular entre os grupos, estes resultados sugerem que a prática de Pilates influenciou essa mudança.

A atividade elétrica do músculo reto abdominal representada pelo valor de RMS durante o teste de realização da respiração diafragmática (RD) teve alteração significante (p=0,03), com indicação de aumento de 42% no grupo experimental, enquanto a ativação no grupo controle diminuiu em 24%, após o período de intervenção. A RD é caracterizada pela realização de uma inspiração movimentando-se predominantemente o abdômen, enquanto se reduz a movimentação da parede torácica superior (Vitacca et al, 1998; Gosselink, 2004; Dechman e Wilson, 2004), assim, respira-se predominantemente com o diafragma, enquanto minimiza-se a ação dos músculos acessórios da inspiração (Cahalin et al, 2002) e faz-se uma contração dos músculos abdominais, o que potencializa a contração do diafragma por otimizar sua curva comprimento-tensão, melhorando sua capacidade de gerar força. Isso pode explicar o aumento significante da ativação do reto abdominal nesse estudo, já que ele participa ativamente da respiração diafragmática.

(50)

Após o período de intervenção, o grupo experimental apresentou aumento na atividade elétrica do músculo diafragma durante a respiração diafragmática (28%), enquanto houve iminuição durante a manobra de PImáx (2%). No grupo controle houve diminuição de RMS nos dois testes (26% e 48%, respectivamente), porém só foi significante o teste que avaliou o diafragma durante a manobra de PImáx (p=0,01). Em estudo realizado por Dornelas de Andrade et al (2005), comparando a atividade elétrica do músculo diafragma em um grupo com DPOC e um grupo de idosos saudáveis que fizeram exercícios com Threshold®, houve diferença apenas no grupo com DPOC, que aumentou 28% o valor de RMS durante a realização do exercício com carga. No grupo de idosos, houve uma tendência de incremento de 7%, sem atingir o nível de significância. Diferentemente do observado no grupo dos pacientes com DPOC onde o aumento ocorreu predominantemente nos músculos acessórios, como no músculo esternocleidomastóideo (ECM), nos indivíduos idosos houve participação do diafragma e do ECM, com incrementos de 7% e 11%, respectivamente, demonstrando maior tendência de ativação do diafragma. A autora sugere que devido às alterações mecânicas presentes nesses pacientes o diafragma não tenha uma participação tão importante na realização do trabalho ventilatório durante a sobrecarga imposta pelo Treshhold®, já no grupo de idosos saudáveis sua participação fica mais evidente, como aconteceu na pesquisa hora apresentada.

Martins (2009), avaliou a atividade elétrica do músculo diafragma em 10 homens com insuficiência cardíaca e fraqueza muscular inspiratória (PImáx < 70% predito) que foram submetidos a exercício com limiar de carga inspiratória em duas intensidades: a 30% e a 50% da PImáx Houve aumento da ativação do diafragma tanto com a sobrecarga de 30% quanto com a sobrecarga de 50% da PImáx Durante a sobrecarga de 30% da PImáx, o diafragma apresentou um aumento significativo na ativação de 34,9% (p=0,007). Os níveis de ativação do diafragma e do ECM aumentaram significativamente da situação de respiração sem carga para a respiração com carga inspiratória, sendo maior na carga de 50% da PImáx.

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coxa em 6 sujeitos jovens (4 homens e 2 mulheres) durante a realização de 6 modalidades de exercícios de Pilates. Menacho et al. (2010) avaliaram a ativação de músculos extensores da coluna em 11 mulheres jovens durante a realização de 3 exercícios de Mat Pilates, comparando a média de RMS de uma contração voluntária máxima com a média de RMS gerada durante a execução dos exercícios. Não se pode fazer uma correlação entre músculos de diferentes naturezas e com atividades tão diversas.

Foi encontrado um único trabalho que analisa a atividade elétrica do músculo reto abdominal e sua relação com o Pilates. Queiroz et al. (2010) avaliaram 6 músculos num grupo de 19 sujeitos, enquanto realizaram 4 tipos diferentes de exercícios de Pilates. A atividade do reto abdominal foi significativamente maior durante a execução dos exercícios, do que durante a manutenção da postura neutra. Diferentemente do escopo desse trabalho, não foi analisada a intervenção com Pilates, somente a ativação muscular durante a realização dos exercícios, mas, como encontrado aqui, percebe-se que o músculo reto abdominal tem sua atividade elétrica aumentada com a prática dos exercícios.

Não foi encontrado nenhum trabalho que relacionasse o músculo diafragma com os exercícios de Pilates, porém é importante lembrar que esse músculo faz parte do powerhouse (centro do corpo) e durante a realização dos exercícios de Pilates, toda a atenção deve estar voltada para essa região. Segundo Muscolino e Cipriani (2004a), o powerhouse é delimitado por 5 grupos musculares, sendo o diafragma o músculo que faz o limite superior enquanto a musculatura abdominal faz o limite anterior, inclusive o músculo reto abdominal. Como todo o trabalho durante a realização dos exercícios é focado nos princípios estabelecidos no método, é evidente a relação da atividade diafragmática durante a execução dos exercícios de Pilates.

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do núcleo do corpo. O termo pressão intra-abdominal é por vezes aplicado ao conceito de rigidez abdominal porque quando faz-se uma inspiração profunda o diafragma cai, permitindo que mais ar entre nos pulmões; este volume adicional de ar nos pulmões aumenta a pressão no interior da cavidade torácica e a queda da cúpula do diafragma, por sua vez, aumenta a pressão da cavidade abdômino-pélvica. O resultado é que a pressão no interior do tronco inteiro é aumentada. Isso se traduz em maior estabilidade do núcleo do corpo, resultando em maior força muscular (Muscolino e Cipriani, 2004a).

A respiração é um elemento importante do método, pois é preciso aumentar a consciência sobre a respiração para ajudar a focar e usar melhor o powerhouse. Os primeiros princípios enfatizados no aprendizado do método são o da respiração e trabalho do powerhouse. Somente após o desenvolvimento de uma respiração adequada e do controle dos músculos do powerhouse é que uma ampla gama de exercícios são introduzidos para auxiliar na aplicação dos demais princípios do método. A respiração é de extrema importância porque todos os exercícios devem ser feitos com um ritmo respiratório ideal, com a finalidade de obter um ponto ótimo de circulação de sangue oxigenado para todos os tecidos do corpo (Latey, 2002).

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Duas revisões incluíram a análise do tempo de intervenção com exercícios de Pilates. Silva e Mannrich (2009) afirmam que a freqüência semanal do Pilates para idosos tem efeito quando a atividade é realizada três vezes por semana, mas o tempo varia de um mês a um ano de exercícios, ambos referindo positividade. Alteração na flexibilidade ocorreu com os exercícios realizados uma vez por semana, durante dois meses (8 sessões) e para tratamento da lombalgia, 10 dias consecutivos ou três vezes por semana durante um mês (12 sessões) de exercícios com Pilates já foram suficientes para apresentar melhora. No estudo de Cruz-Ferreira et al. (2011), todos os grupos que tiveram intervenções com Pilates apresentaram melhora sobretudo na flexibilidade, equilíbrio dinâmico e resistência muscular, mas a freqüência foi de 2 a 3 dias por semana, durante 5 a 12 semanas de intervenção, uma variação de 10 a 36 sessões. No estudo ora apresentado o treino foi realizado durante 3 meses, com freqüência de 2 aulas semanais (24 sessões) e mostrou que esse tempo foi suficiente para promover aumento da atividade elétrica dos músculos avaliados.

Cruz-Ferreira et al (2011) também incluíram análise sobre o tamanho da amostra e dentre os estudos que incluíram adultos e idosos na amostra (10) houve variação de 11 a 62 sujeitos, média = 37,50 participantes. Eles observaram que houve uma evolução no número de participantes de pesquisas com Pilates, mas que também há muita evasão, sobretudo quando há um grupo controle que não realiza os exercícios. No estudo ora apresentado a amostra inicial foi de 33 sujeitos, mas houve perda amostral de 9 participantes, em maior número no grupo experimental (5 sujeitos), diferente do encontrado pelos autores acima citados. Porém, todas as idosas do grupo controle que não terminaram a pesquisa (n = 4) relataram ser pelo fato de não terem ficado no grupo dos exercícios. A evasão no grupo experimental deveu-se, sobretudo, à desistência em participar (n = 3), mostrando a dificuldade de captar idosos para participar de pesquisas com intervenção, sendo esse um dos pontos de limitação do estudo. As outras duas idosas do grupo experimental que não concluíram a pesquisa foram excluídas por falta.

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A intenção inicial deste estudo foi avaliar se os exercícios de Pilates influenciam na força e na ativação dos músculos respiratórios de idosas saudáveis. Existiram algumas limitações, como a utilização da eletromiografia de superfície e a dificuldade de captação das voluntárias. Apesar disso, foi possível avaliar o que foi proposto.

Este estudo permitiu verificar que tanto o diafragma quanto o reto abdominal apresentaram aumento da ativação elétrica, tanto durante a realização da respiração diafragmática, quanto durante a realização da manobra de PImáx, porém só foi significativa a ativação do reto abdominal na realização da respiração diafragmática e no diafragma quando da realização da manobra de PImáx.

Os resultados desse estudo sugerem que os exercícios de Pilates foram responsáveis por alterar a ativação elétrica dos músculos diafragma e reto abdominal num grupo de idosas saudáveis, mas não teve influência na alteração da força dos músculos respiratórios.

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Figura 4 – Fixação do eletrodo de referência.
Figura 6 – Sinal eletromiográfico antes e após aplicação do filtro Butterworth.
Figura 8 – Desenho do estudo
Tabela  1  –  Médias  e  desvios  padrões  das  características  gerais  da  amostra  e  dados  espirométricos
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Referências

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