• Nenhum resultado encontrado

PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (1ª Turma) GMWOC/abm

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PROCESSO Nº TST-RR A C Ó R D Ã O (1ª Turma) GMWOC/abm"

Copied!
42
0
0

Texto

(1)Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. A C Ó R D Ã O (1ª Turma) GMWOC/abm RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA RECLAMADA. HORA NOTURNA DE 60 (SESSENTA) MINUTOS. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA. ADICIONAL NOTURNO SUPERIOR AO PREVISTO EM LEI. VALIDADE. A jurisprudência desta Corte Superior é firme no sentido de que deve ser prestigiada a norma coletiva que, ao fixar a duração normal de sessenta minutos para a hora noturna, prevê, em contrapartida, o pagamento de adicional noturno em percentual superior ao valor garantido no artigo 73 da CLT. Na espécie, não se configura mera supressão ou mesmo redução do direito legalmente previsto, mas efetiva situação de mútuas concessões, mediante negociação coletiva de que trata o art. 7º, XXVI, da Constituição Federal. Desse entendimento dissentiu o acórdão regional. Recurso de revista parcialmente conhecido e provido. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO RECLAMANTE. TRANSPORTE DE VALORES. EMPRESA DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. A jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho é firme no sentido de que o transporte de valores por empregado não habilitado para o desempenho de atividade de risco configura ato ilícito do empregador e, portanto, enseja à compensação do dano moral. Recurso de revista parcialmente conhecido e provido. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista n° TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 (convertido de agravo de instrumento de mesmo número), em que são Recorrentes e Recorridos ROGER JAKSON ROSA KOZLOVSKI e SPAIPA S.A. - INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BEBIDAS. Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012.

(2) Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 A Presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região admitiu o recurso de revista interposto pelo reclamante e denegou seguimento ao interposto pela reclamada, o que ensejou a interposição de agravo de instrumento. Contrarrazões apresentadas pelas partes. Dispensada a remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho, nos termos do art. 95, § 2º, do Regimento Interno do TST. É o relatório. V O T O I – AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO PELA RECLAMADA 1. CONHECIMENTO Satisfeitos os pressupostos CONHEÇO do agravo de instrumento.. de. admissibilidade,. 2. MÉRITO O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região denegou seguimento ao recurso de revista interposto pela reclamada, ante os seguintes fundamentos: Recurso de: Spaipa S.A. Indústria Brasileira de Bebidas PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS Recurso tempestivo (decisão publicada em 22/01/2014 - fl. 400; recurso apresentado em 30/01/2014 - fl. 434). Representação processual regular (fl. 93). Preparo satisfeito (fls. 245-261, 282, 281 e 442). PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS Duração do Trabalho / Adicional Noturno. Alegação(ões): - violação do(s) artigo 7º, inciso XXVI; artigo 8º, inciso III; artigo 8º, inciso IV da Constituição Federal. Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. fls.2.

(3) fls.3. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 - violação do(s) artigo(s) Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 818; Código de Processo Civil, artigo 333, inciso I. - divergência jurisprudencial. A recorrente afirma que o autor não comprovou a existência de diferenças de adicional noturno em seu favor. Fundamentos do acórdão recorrido (destaques acrescidos): "Os instrumentos coletivos colacionados aos autos às f. 27 e seguintes preveem expressamente que "Para fins de remuneração, o adicional noturno será pago a base de 40% sobre o valor da hora normal, incluindo-se neste percentual o adicional previsto no art. 73 da CLT e a compensação pelo fato das partes considerarem a hora noturna como sendo de 60 minuto" (Cláusula 9ª, parágrafo primeiro, f. 31). Os demonstrativos de pagamento de f. 180-183 trazem pagamentos a título de adicional noturno, no importe de 40%. Todavia, esta E. Turma adota o entendimento de que é inválida disposição coletiva que não observa a hora noturna reduzida prevista no artigo 73, § 1º, da CLT, ainda que haja previsão de adicional acima do percentual legal. Fundamenta que, conquanto a Constituição Federal prestigie a negociação coletiva (artigo 7º, XXVI), a cláusula que não observa a redução da hora noturna carece de validade por contrariar disposição de ordem pública relacionada à medicina e segurança do trabalho. Ademais, ainda que se admitisse a possibilidade de a pactuação coletiva dispor sobre o adicional noturno nesses moldes, o cálculo realizado não beneficia o trabalhador, já que não contabiliza a redução ficta da hora noturna e tampouco as horas trabalhadas em regime em prorrogação às horas noturnas. Dou provimento, portanto, para acrescer à condenação as diferenças de adicional noturno, pela inobservância da hora reduzida prevista no art. 73, §1º, da CLT." Também neste tema, a solução dada à lide resultou do substrato fático-probatório registrado no acórdão, circunstância que atrai a incidência da vedação contida na citada Súmula nº 126 e impede o processamento de Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(4) fls.4. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 recurso de revista fundado nas alegações de violação de preceitos da legislação federal e de contrariedade a diretriz jurisprudencial. Duração do Trabalho / Repouso Semanal Remunerado e Feriado. Remuneração, Verbas Indenizatórias e Benefícios / Comissões. Alegação(ões): - violação da (o) Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 818; Código de Processo Civil, artigo 333, inciso I. A recorrente pugna pela exclusão do pagamento de diferenças de DSR sobre comissões. Fundamentos do acórdão recorrido: "Esta E. Turma tem aplicado, por analogia, a Súmula 422 do C. TST quando a parte não ataca os fundamentos que pautam a decisão. O intuito, segundo esse entendimento, é coibir recursos desprovidos de fundamentação ou que ataquem fundamento estranho àquele que motivou a sentença recorrida, em manifesta afronta ao artigo 514, II, do CPC. Com todo respeito, por mais que no Processo do Trabalho se adote o princípio da simplicidade dos atos processuais e que o recurso possa ser interposto por mera petição, incumbe à parte recorrente manifestar-se de forma precisa contra os fundamentos que nortearam o r. julgado, em atendimento ao princípio da dialeticidade. Assim, verificando-se ofensa ao princípio da dialeticidade, deve prevalecer a decisão primeira, porquanto a reclamada não apresentou fundamentos aptos a desconstituir o julgado. Ainda que assim não fosse, o reclamante apresentou demonstrativo de diferenças do DSR sobre comissões em seu favor (f. 213-214), o qual sequer foi impugnado pela reclamada." Os argumentos expendidos pela recorrente, com todo o respeito, desservem ao propósito de impugnar os fundamentos em que está assentado o acórdão, estando desatendida a exigência contida no inciso II do artigo 514 do Código de Processo Civil, situação que atrai a incidência da diretriz firmada na Súmula 422 do colendo Tribunal Superior do Trabalho como óbice ao processamento do recurso de revista. CONCLUSÃO Denego seguimento. Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(5) Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 O presente agravo de instrumento merece ser provido para melhor exame do tema recursal referente às diferenças de adicional noturno, a fim de afastar possível violação do art. 7º, XXVI, da Constituição Federal. Ante o exposto, caracterizada a hipótese prevista na alínea c do art. 896 da CLT, DOU PROVIMENTO ao agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso de revista, observado o procedimento estabelecido na Resolução Administrativa nº 928/2003 do Tribunal Superior do Trabalho. II – RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA RECLAMADA 1. CONHECIMENTO Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, analiso os específicos de cabimento do recurso de revista. 1.1. HORA NOTURNA DE 60 (SESSENTA) MINUTOS. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA. ADICIONAL NOTURNO SUPERIOR AO PREVISTO EM LEI. VALIDADE O Tribunal Regional do Trabalho, na interesse, proferiu acórdão nos seguintes termos, verbis:. fração. de. ADICIONAL NOTURNO A r. sentença indeferiu o pagamento do adicional noturno, sob o fundamento de que o demonstrativo de diferenças de f. 208 seria imprestável, por não considerar previsão normativa expressa a respeito do adicional noturno (cl. 9ª dos ACT's). (f. 254) O reclamante alega que o demonstrativo de diferenças apresentado é válido. Sustenta que nunca recebeu o adicional pelo trabalho noturno e que a hora noturna não era computada pela forma reduzida (52 minutos e 30 segundos), razão pela qual impugna a cláusula mencionada na r. sentença, que autoriza hora noturna de 60min. (f. 309-310) Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. fls.5.

(6) fls.6. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 Os instrumentos coletivos colacionados aos autos às f. 27 e seguintes preveem expressamente que "Para fins de remuneração, o adicional noturno será pago a base de 40% sobre o valor da hora normal, incluindo-se neste percentual o adicional previsto no art. 73 da CLT e a compensação pelo fato das partes considerarem a hora noturna como sendo de 60 minuto" (Cláusula 9ª, parágrafo primeiro, f. 31). Os demonstrativos de pagamento de f. 180-183 trazem pagamentos a título de adicional noturno, no importe de 40%. Todavia, esta E. Turma adota o entendimento de que é inválida disposição coletiva que não observa a hora noturna reduzida prevista no artigo 73, § 1º, da CLT, ainda que haja previsão de adicional acima do percentual legal. Fundamenta que, conquanto a Constituição Federal prestigie a negociação coletiva (artigo 7º, XXVI), a cláusula que não observa a redução da hora noturna carece de validade por contrariar disposição de ordem pública relacionada à medicina e segurança do trabalho. Ademais, ainda que se admitisse a possibilidade de a pactuação coletiva dispor sobre o adicional noturno nesses moldes, o cálculo realizado não beneficia o trabalhador, já que não contabiliza a redução ficta da hora noturna e tampouco as horas trabalhadas em regime em prorrogação às horas noturnas. Dou provimento, portanto, para acrescer à condenação as diferenças de adicional noturno, pela inobservância da hora reduzida prevista no art. 73, §1º, da CLT. A reclamada, nas razões do recurso de revista, sustenta a validade da norma coletiva que fixou a duração da hora noturna em 60 minutos e previu o pagamento de um adicional noturno de 40% (quarenta por cento). Indica violação dos arts. 7º, XXVI, e 8º, III e IV, da Constituição Federal. O recurso alcança conhecimento. Na hipótese, a Corte Regional registrou que a norma coletiva estabeleceu que, "Para fins de remuneração, o adicional noturno será pago a base de 40% sobre o valor da hora normal, incluindo-se neste percentual o adicional previsto no art. 73 da CLT e a compensação pelo fato das partes considerarem a hora noturna como sendo de 60 minuto" Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(7) fls.7. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 (Cláusula 9ª, parágrafo primeiro, f. 31)". Não obstante, considerou inválida a cláusula que prevê a hora noturna de 60 minutos. Constata-se que não houve mera supressão do direito do trabalhador à hora noturna reduzida, o que, de fato, lhe causaria prejuízo. Houve, em contrapartida, a concessão de vantagem compensatória, de forma a se respeitar a diretriz inserta no artigo 7º da Constituição Federal, visto que a hora noturna foi remunerada com percentual de 40%, índice superior ao legal de 20%. A jurisprudência desta Corte Superior é pacífica no sentido da possibilidade de supressão, por norma coletiva, da hora ficta noturna, desde que haja a majoração do adicional noturno em contrapartida a essa alteração. Nesse sentido, os seguintes julgados, inclusive da Subseção I Especializada em Dissídios Individuais: RECURSO DE EMBARGOS. REGÊNCIA DA LEI Nº 11.496/2007. HORA NOTURNA DE 60 (SESSENTA) MINUTOS. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA. ADICIONAL NOTURNO SUPERIOR AO PREVISTO EM LEI. VALIDADE. 1. A eg. Quinta Turma deu provimento ao recurso de revista, quanto ao trabalho noturno, para, reputando inválida norma coletiva prevendo o adicional de 42% para cada hora noturna de sessenta minutos, "determinar o pagamento de 7,5 (sete minutos e meio), por hora noturna trabalhada, acrescido de adicional de 80%". Entendeu que a hora noturna reduzida, prevista no art. 73, § 1º, da CLT, protege a saúde e segurança do trabalho, constituindo garantia legal infensa à negociação coletiva. 2. Entretanto, a jurisprudência desta Corte Superior é firme no sentido de que deve ser respeitada a norma coletiva que, ao fixar duração normal de sessenta minutos para a hora noturna, prevê, em contrapartida, o pagamento de adicional noturno em percentual superior ao valor garantido pelo art. 73 da CLT, na medida em que não se configura mera supressão ou mesmo redução do direito legalmente previsto, mas a efetiva situação de mútuas concessões, mediante negociação coletiva de que trata o art. 7º, XXVI, da Constituição Federal. Recurso de embargos conhecido e provido. (E-ED-RR - 233-17.2010.5.03.0073, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa, Data de Julgamento: 01/03/2018, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 09/03/2018). Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(8) fls.8. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 RECURSO DE REVISTA. HORA NOTURNA DE 60 (SESSENTA) MINUTOS. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA. ADICIONAL NOTURNO SUPERIOR AO PREVISTO EM LEI. VALIDADE. Deve ser respeitada a norma coletiva que, ao fixar a duração normal de sessenta minutos para a hora noturna, prevê, em contrapartida, o pagamento de adicional noturno em percentual superior ao valor garantido no artigo 73 da CLT, na medida em que não se configura mera supressão ou mesmo redução do direito legalmente previsto, mas a efetiva situação de mútuas concessões, mediante negociação coletiva de que trata o art. 7º, XXVI, da Constituição Federal. Tendo sido o acórdão regional proferido em consonância com a jurisprudência deste Tribunal Superior, incide como óbice a disposição contida no art. 896, § 7º, da CLT. Recurso de revista de que não se conhece. (RR - 1543-02.2010.5.03.0027, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa, Data de Julgamento: 12/09/2017, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 15/09/2017). (...). HORA NOTURNA DE SESSENTA MINUTOS. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA. VALIDADE. ADICIONAL NOTURNO SUPERIOR AO PREVISTO EM LEI COMO CONTRAPARTIDA. Esta Corte considera válida a norma coletiva que fixa a hora noturna de sessenta minutos em contrapartida ao acréscimo do valor pago a título de adicional noturno, porquanto não se trata de simples supressão de direito, mas concessões recíprocas. Precedentes. Recurso de revista não conhecido. (...). (RR - 16800-26.2009.5.02.0255, Relatora Ministra: Maria Helena Mallmann, Data de Julgamento: 24/08/2016, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 02/09/2016). (...). 2) HORA NOTURNA REDUZIDA. NORMA COLETIVA QUE AMPLIA SUA DURAÇÃO. PREVISÃO DE ADICIONAL NOTURNO SUPERIOR AO PREVISTO EM LEI. VALIDADE DESDE QUE NÃO HAJA REDUÇÃO OU ALTERAÇÃO LESIVA. A norma prevista no § 1º do art. 73 da CLT tem por finalidade proteger a saúde do trabalhador, induvidosamente prejudicada em razão do labor que se realiza no período noturno. Nessa linha, a incidência de hora ficta noturna constitui medida jurídica que visa a assegurar a higidez física e mental do trabalhador, não apenas garantida por norma legal imperativa (art. 73, da CLT), como também tutelada constitucionalmente (art. 7º, XXII, da CF). Apenas se a Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(9) fls.9. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 negociação coletiva fixar adicional noturno mais elevado, compensando o cálculo econômico da hora ficta do art. 73, §1º, da CLT, é que será viável a flexibilização do mencionado horário noturno por regra coletiva negociada. No caso dos autos, o Tribunal Regional assentou a existência de norma coletiva prevendo a hora noturna como sendo de 60 minutos, mas, em contrapartida, a incidência de adicional superior ao legal, fixado no percentual de 27%. Assinale-se que, de acordo com a jurisprudência que se tornou dominante, em hipóteses como a dos autos, não se cogita de supressão de verba trabalhista, mas de negociação coletiva em que as partes transacionaram aspectos distintos relativos a um mesmo direito trabalhista, no caso, o adicional noturno. Logo, não há como se afastar a validade dessa norma coletiva, tendo incidência o disposto no art. 7º, XXVI, da Constituição Federal, que confere o reconhecimento à negociação coletiva. Agravo de instrumento desprovido. (...). (ARR - 138500-71.2010.5.17.0010 , Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 29/11/2017, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 11/12/2017). (...). RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. NORMA COLETIVA. HORA NOTURNA. ESTIPULAÇÃO EM 60 MINUTOS. MAJORAÇÃO DO ADICIONAL NOTURNO PARA 30%. VALIDADE 1.A iterativa, notória e atual jurisprudência da SbDI-1 do TST considera válida a supressão da hora noturna ficta, prevista em norma coletiva, mediante acréscimo relevante e significativo no adicional noturno. Precedentes. 2.Recurso de revista da Reclamada de que se conhece e a que se dá provimento, no particular. (ARR - 858-16.2013.5.09.0029, Relator Ministro: João Oreste Dalazen, Data de Julgamento: 16/08/2017, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 25/08/2017). (...). DURAÇÃO DO TRABALHO. HORA NOTURNA DE SESSENTA MINUTOS. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA. CONCESSÃO DE ADICIONAL NOTURNO SUPERIOR AO PREVISTO EM LEI. A jurisprudência desta Corte vem se alinhando no sentido de considerar válida e eficaz a norma coletiva que afaste a redução ficta da hora noturna, prevista no art. 73, § 1º, da CLT em favor de disciplina substancialmente mais favorável ao trabalhador no tocante ao respectivo adicional de hora noturna. Precedentes. Recurso de revista conhecido e Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(10) fls.10. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 provido. (...). (ARR - 84-59.2011.5.04.0234, Relator Ministro: Emmanoel Pereira, Data de Julgamento: 23/02/2016, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 04/03/2016). (...). HORA NOTURNA NÃO REDUZIDA. ADICIONAL NOTURNO SUPERIOR AO PREVISTO NA LEI. O caput do art. 73 da CLT prevê o pagamento de adicional de 20% (vinte por cento) enquanto a cláusula coletiva estabelece um percentual maior para o labor em prorrogação. A ausência de redução da hora noturna, nos termos da previsão do § 2º do art. 73 da CLT, foi compensada mediante o estabelecimento do aumento do adicional previsto no caput do dispositivo. Tratando-se de circunstância que se mostra mais vantajosa ao trabalhador, não há como se reconhecer a nulidade da avença coletiva, no particular, ante o permissivo expresso da Constituição Federal, inserto no art. 7º inciso XXVI. Recurso de revista conhecido e provido. (...). (RR - 89-70.2011.5.09.0322, Relator Ministro: Augusto César Leite de Carvalho, Data de Julgamento: 21/03/2018, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 23/03/2018). (...). RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. HORA NOTURNA FIXADA EM 60 MINUTOS. MAJORAÇÃO DO PERCENTUAL DO ADICIONAL NOTURNO. NORMA COLETIVA. CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA. VALIDADE. O entendimento desta Corte, com esteio no artigo 7º, XXVI, da Constituição Federal, é no sentido de prestigiar a negociação coletiva, quando assegurada ao trabalhador condição mais benéfica do que aquela estabelecida na legislação trabalhista. No caso, o Tribunal Regional consignou que o acordo coletivo estabelece a majoração do percentual do adicional para 35%, portanto, mais benéfico aos empregados e, em contrapartida, estabelece a duração de 60 minutos para a hora noturna. E por se tratar de cláusula mais benéfica, comporta interpretação estrita, sendo inviável, em razão dos termos das normas coletivas, condenar o empregador ao pagamento da hora ficta noturna prevista no artigo 73, § 1º, da CLT (52 horas e 30 minutos). Precedentes. Recurso de revista de que não se conhece. (ARR-105200-24.2009.5.15.0006, Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, 7ª Turma, DEJT 20/05/2016). Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(11) Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 (...). II - RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA. TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. ELASTECIMENTO DA JORNADA PARA OITO HORAS DIÁRIAS. HORA NOTURNA DE 60 MINUTOS. ADICIONAL NOTURNO SUPERIOR AO LEGAL. NORMA COLETIVA. A jurisprudência desta Corte tem se posicionado no sentido da validade da norma coletiva que visa compensar a ausência de redução ficta da hora noturna, prevista no artigo 73, § 1º, da CLT, com o aumento do adicional noturno previsto no caput do referido dispositivo. Recurso de revista conhecido e provido. (...). (RR - 10397-04.2016.5.18.0141, Relator Ministro: Márcio Eurico Vitral Amaro, Data de Julgamento: 07/03/2018, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 09/03/2018). Assim, não tendo sido reconhecida válida a cláusula da convenção coletiva de trabalho em que se promoveu alteração benéfica para o trabalhador no que diz respeito à flexibilização da norma prevista no art. 73, § 1º, da CLT, mediante o cômputo da hora noturna como de 60 minutos com a contrapartida remuneratória de adicional de 50%, resulta violado o art. 7º, XXVI, da Constituição Federal. Ante o exposto, CONHEÇO do recurso de revista por afronta ao art. 7º, XXVI, da Constituição Federal. 1.2.. COMISSÕES.. DIFERENÇAS.. REPOUSO. SEMANAL. REMUNERADO Acerca do tema em epígrafe, o Tribunal Regional registrou: DIFERENÇAS DE DSR SOBRE COMISSÕES O Juízo a quo deferiu o pagamento de diferenças de DSR sobre comissões ao reclamante, por entender que a questão foi impugnada de maneira genérica pela reclamada. (f. 257) A reclamada, para justificar a reforma da r. sentença, singela e comodamente, reproduz os mesmos argumentos da contestação no sentido de que improcede a pretensão obreira, pois a recorrente sempre quitou escorreitamente os DSRs sobre todas as comissões auferidas pelo Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. fls.11.

(12) fls.12. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 demandante. Aduz, ainda, que o reclamante sequer apontou a existência de tais diferenças, nem mesmo por amostragem. (f. 279-280) Esta E. Turma tem aplicado, por analogia, a Súmula 422 do C. TST quando a parte não ataca os fundamentos que pautam a decisão. O intuito, segundo esse entendimento, é coibir recursos desprovidos de fundamentação ou que ataquem fundamento estranho àquele que motivou a sentença recorrida, em manifesta afronta ao artigo 514, II, do CPC. Com todo respeito, por mais que no Processo do Trabalho se adote o princípio da simplicidade dos atos processuais e que o recurso possa ser interposto por mera petição, incumbe à parte recorrente manifestar-se de forma precisa contra os fundamentos que nortearam o r. julgado, em atendimento ao princípio da dialeticidade. Assim, verificando-se ofensa ao princípio da dialeticidade, deve prevalecer a decisão primeira, porquanto a reclamada não apresentou fundamentos aptos a desconstituir o julgado. Ainda que assim não fosse, o reclamante apresentou demonstrativo de diferenças do DSR sobre comissões em seu favor (f. 213-214), o qual sequer foi impugnado pela reclamada. Nada a deferir. A reclamada, no recurso de revista, argumenta que sempre pagou corretamente os valores a título de descanso semanal remunerado, inexistindo diferenças. Indica violação dos arts. 818 da CLT e 333, I, do CPC/73. O recurso não alcança conhecimento. Na hipótese, o Tribunal Regional não apreciou o mérito da questão atinente às diferenças de comissões, por entender que, no particular, a reclamada não se insurgiu contra os fundamentos da sentença. Diante de tal contexto, a Corte de origem entendeu que não foi respeitado o princípio da dialeticidade, aplicando, por analogia, o entendimento consagrado na Súmula nº 422 do TST. Cotejando-se o acórdão regional com as razões do recurso de revista, constata-se que a reclamada, em relação ao tema em apreço, passa ao largo da fundamentação contida no acórdão recorrido, uma vez que se limita a sustentar que pagou corretamente os valores Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(13) fls.13. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 devidos ao reclamante, o qual não se desincumbiu do ônus de comprovar eventuais diferenças em seu favor. Portanto, a reclamada deixou de observar pressuposto de regularidade formal dos recursos de fundamentação vinculada (art. 524, II, do CPC/1973 - atual art. 1.016, III, do CPC/2015, c/c art. 769 da CLT), também denominado na doutrina de princípio da dialeticidade, que, na presente hipótese, consiste na necessidade de que a recorrente exponha os fundamentos pelos quais está inconformada com a decisão que negou provimento ao recurso ordinário. Referenda esse posicionamento a Súmula nº 422, I, do TST, verbis: RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO CONHECIMENTO (redação alterada, com inserção dos itens I, II e III) - Res. 199/2015, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.06.2015. Com errata publicado no DEJT divulgado em 01.07.2015. I - Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que proferida. NÃO CONHEÇO do recurso de revista, no particular.. 2. MÉRITO HORA NOTURNA DE 60 (SESSENTA) MINUTOS. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA. ADICIONAL NOTURNO SUPERIOR AO PREVISTO EM LEI. VALIDADE No mérito, conhecido o recurso de revista por afronta ao art. 7º, XXVI, da Constituição Federal, DOU-LHE PROVIMENTO para excluir da condenação o pagamento de diferenças de adicional noturno.. Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(14) Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 III – RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO RECLAMANTE 1. CONHECIMENTO Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, analiso os específicos de cabimento do recurso de revista. 1.1. TRANSPORTE DE VALORES. EMPRESA DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região deu provimento ao recurso ordinário interposto pela reclamada, afastando a condenação ao pagamento de indenização por dano moral decorrente do transporte de valores, mediante os seguintes termos, verbis: DANOS MORAIS - TRANSPORTE DE VALORES O Juízo a quo condenou a reclamada ao pagamento de indenização por danos morais no importe de R$ 15.000,00, por entender que uma vez reconhecido o risco decorrente do transporte de valores, o empregador deve responder objetivamente pelos danos sofridos pelo empregador, ensejando o dever de indenizar. (f. 249-251) A reclamada alega que o reclamante jamais realizou o transporte de valores, não sendo possível igualar o transporte de valores realizados pelas instituições financeiras com a entrega de refrigerante realizada pela recorrente. Argumenta que a Lei 7.102/83 é inaplicável ao caso; que o reclamante ocupava o cargo de auxiliar de motoristas entregador, razão pela qual não tinha qualquer responsabilidade em relação ao recebimento de valores; e que o risco de sofrer um assalto é comum a todos, não sendo razoável que a recorrente seja responsabilizada por isso. Requer, assim, seja excluída a condenação em questão ou reduzido o valor arbitrado. (f. 266-279) A despeito dos argumentos da reclamada, a prova testemunhal (José Roberto, itens 8/10, f. 235; Fábio Maurício, itens 7 e 10, f. 236) e o depoimento do preposto (itens 9/11, f. 235) comprovam que era prática da Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. fls.14.

(15) fls.15. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 reclamada a realização de transporte de valores pelos empregados que trabalhavam com as entregas de mercadorias. Esta E. Turma, contudo, adota o entendimento de que o mero transporte de valores não dá ensejo ao pagamento de indenização por danos morais, quando tal circunstância não esteja prevista na Lei 7.102/1983, como ocorre na hipótese vertente. Assim, para o deferimento da indenização postulada, incumbia ao reclamante a comprovação de algum dano concreto, do qual se evidenciasse algum abalo psíquico (art. 818 da CLT c/c art. 333, I, do CPC). Não obstante isso, a petição inicial (f. 17-18) e as testemunhas ouvidas (itens 234-236) sequer mencionaram que o reclamante tenha sido vítima de algum assalto. Logo, não comprovado qualquer dano a honra e/ou imagem do reclamante, inviável o deferimento de indenização por dano moral. Reformo para excluir a condenação ao pagamento de indenização por danos morais decorrente do transporte de valores. Nas razões do recurso de revista, o reclamante alega, em suma, que o transporte de valores por empregado não habilitado é elemento ensejador da indenização por dano moral. Sustenta que o transporte de valores compete exclusivamente à empresa especializada. Aponta violação dos arts. 5º, X, e 7º, XXII, da Constituição Federal e 186 e 927 do Código Civil. Colaciona arestos para o cotejo de teses. O recurso alcança conhecimento. Na hipótese, a Corte Regional registrou, expressamente, que o reclamante realizou transporte de valores. Não obstante, concluiu pela não caracterização da responsabilidade civil subjetiva capaz de ensejar a reparação por danos morais. No entanto, há de se reconhecer que, na espécie, encontram-se presentes os pressupostos da responsabilidade civil subjetiva, previstos no art. 186 do Código Civil, quais sejam o ato danoso, o nexo de causalidade e a culpa da empresa no evento, impondo-se ao ofensor o dever jurídico de indenizar. Com efeito, revela-se indubitável o dano moral suportado pelo autor ("damnum in re ipsa"), consubstanciado no inevitável Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(16) fls.16. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 abalo emocional e consequente desequilíbrio psicológico, tendo em vista a atividade que lhe fora imposta (transporte de valores, sem qualquer habilitação específica), sabidamente de alto risco à integridade física e psíquica do empregado, sem que lhe fosse assegurada a devida preparação, mediante a adoção de sistema de segurança aprovado pelo Ministério da Justiça, nos termos da Lei nº 7.102/83. A corroborar esse entendimento, destacam-se os seguintes precedentes da Subseção I Especializada em Dissídios Individuais deste Tribunal Superior, verbis: RECURSO DE EMBARGOS. REGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. TRANSPORTE DE VALORES. EMPRESA DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS. EMPREGADO NÃO HABILITADO. DANO MORAL. INDENIZAÇÃO. 1. A eg. Quinta Turma deu provimento ao recurso de revista interposto pelo reclamante, sob o fundamento de que, tratando-se de empresa de outro setor econômico, que não o de segurança e transporte de valores, a realização habitual dessa atividade pelo empregado, sem a necessária habilitação técnico-profissional, enseja o pagamento de indenização por dano moral, em razão do descumprimento, pela empregadora, da exigência expressa no art. 10, § 4º, da Lei nº 7.102/1983. 2. Demonstrado o dissenso pretoriano válido e específico, no tocante à hipótese de motorista de empresa distribuidora de bebidas, o recurso não logra êxito quanto ao mérito. A jurisprudência iterativa, notória e atual desta Corte é firme no sentido de que o direito à redução dos riscos inerentes ao trabalho, assegurado no art. 7º, XXII, da Constituição Federal e disciplinado na legislação específica dos serviços de transporte de valores, impõe reconhecer a ilicitude da conduta da empresa que atribui essa atividade a empregado sem o devido treinamento, o que autoriza a manutenção da condenação ao pagamento da indenização por dano moral, configurado "in re ipsa". 3. O transporte de valores em veículos da empresa, contendo cofre, evidencia o risco potencial a que estava submetido o empregado responsável pela guarda do dinheiro recebido pelas vendas, sem o necessário treinamento para a função, não tendo relevância, para esse fim, a discussão em torno do montante do numerário existente no cofre. Recurso de embargos de que se conhece e a que se nega provimento. Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(17) fls.17. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 (TST-E-RR-514-11.2013.5.23.0008, Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, SBDI-1, DEJT 01/07/2016). [...] INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. TRANSPORTES DE VALORES. A determinação para que empregado não especializado efetue o transporte de valores, em evidente desvio de função, configura a exposição do empregado a risco não previsto no contrato de trabalho e resulta no dever de indenizar o dano moral por ele sofrido, sendo desnecessária, nessa hipótese, a efetiva comprovação do dano psíquico, uma vez que o risco é inerente à atividade de transporte de valores. Precedentes. Recurso de Embargos de que se conhece e a que se dá parcial provimento. (TST-E-ED-RR-100-20.2004.5.09.0654, Redator Ministro José Roberto Freire Pimenta, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT 29/07/2016). RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI N.º 11.496/2007. DANO MORAL. TRANSPORTE DE VALORES . EMPREGADO DE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. 1. A jurisprudência desta Corte superior vem-se firmando no sentido de que a conduta da instituição financeira de atribuir aos seus empregados a atividade de transporte de valores dá ensejo à compensação por danos morais. Leva-se em consideração, para tanto, o risco à integridade física (inclusive de morte) inerente à função em exame e o desvio funcional perpetrado pelas empresas, que, em vez de contratar pessoal especializado, consoante determina a Lei n.º 7.102/1983, utilizam-se de empregados comuns. 2. Precedentes da SBDI-I deste Tribunal Superior. 3. Recurso de embargos a que se nega provimento. (TST-E-ED-RR-146400-42.2007.5.05.0561, Relator Ministro Lelio Bentes Corrêa, SBDI-1, DEJT 19/12/2014). [...] BANCÁRIO - TRANSPORTE DE VALORES INDENIZAÇÃO. Se reconhecido que foi exigido da trabalhadora o transporte de valores sem que ela possuísse treinamento ou aparato instrumental necessário ao desempenho seguro de tal desiderato, o reclamado infringiu a orientação constitucional quanto à prevenção de riscos no trabalho, em particular o art. 3º da Lei nº 7.102/83, acarretando à obreira danos psicológicos caracterizados pela tensão e estresse, inerentes à situação de risco, impondo-se a reparação civil por esse dano. Recurso de embargos conhecido e provido. (...) (TST-E-ED-RR-363200-67.2006.5.09.0018. Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(18) Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 Redator Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, SBDI-1, DEJT 16/05/2014). RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELA LEI Nº 11.496/2007. INDENIZAÇÃO - TRANSPORTE DE VALORES. Esta SBDI-1 vem entendendo que a mera realização, por empregado não treinado, de atividade de transporte de valores, enseja a condenação ao pagamento de indenização, por constituir ato ilícito do empregador. Dessa forma, ressalvado meu entendimento pessoal, nego provimento ao recurso de embargos para manter a condenação. Recurso de embargos conhecido e desprovido. [...] (TST-E-ED-RR-632200-02.2008.5.09.0019, Relator Ministro Renato de Lacerda Paiva, SBDI-1, DEJT 09/01/2012). Dessa forma, o Tribunal Regional, ao entender que o transporte de valores efetuado pelo reclamante, empregado de empresa distribuidora de bebidas, não habilitado para tal mister, não enseja reparação civil, dissentiu da jurisprudência pacífica desta Corte Superior, violando o art. 186 do Código Civil. CONHEÇO do recurso de revista por violação do art. 186 do Código Civil. 1.2. DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO. LISTA DE MAUS PAGADORES Quanto. ao. tema. em. epígrafe,. constou. do. acórdão. regional: DANOS MORAIS - LISTA X1 - MAU PAGADOR O Juízo a quo indeferiu o pagamento de indenização por danos morais por inclusão do nome do reclamante em lista de inadimplentes. Entendeu não evidenciada ofensa à honra ou dignidade do trabalhador nem mesmo a prática de conduta ilícita pela reclamada que caracterize abuso do poder patronal. Os depoimentos das testemunhas foram divergentes nesse aspecto e não houve prova específica de que o reclamante tenha tido seu nome incluído em qualquer lista, nem que foi exposto a situação que pudesse humilhá-lo. (f. 257-258) Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. fls.18.

(19) fls.19. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 O reclamante alega que a prova oral produzida comprova os fatos ensejadores da indenização por danos morais pleiteada, conforme o depoimento do preposto e da testemunha obreira. Aduz que a simples divulgação do seu nome em uma lista exposta, bem como a cobrança realizada pelos seus superiores perante os demais funcionários, já ensejam, por si só, direito à indenização em questão. (f. 291-299) O direito à indenização por dano moral decorre de norma expressa no artigo 5º, incisos V e X, da Constituição Federal, bem como dos preceitos contidos no artigo 186, do Código Civil, na medida em que impõe o dever de indenizar não apenas àquele que causar prejuízo material como também àquele que violar direito de outrem. Para a reparabilidade do dano moral, alguns pressupostos são essenciais: 1) efetiva existência de ação ou omissão lesivas, 2) comprovado dano na esfera psíquica da vítima, por quem tenha autoridade para avaliá-lo, e 3) existência de nexo causal entre a ação ou omissão do agente e o trauma sofrido pela Reclamante. A fixação desses parâmetros se impõe, visto que é preciso cautela no deferimento de danos morais, sob o risco de se desvirtuar a finalidade da criação deste instituto e de se qualificar qualquer atrito ou dissabor entre as partes como uma ofensa aos valores imateriais, invocando-se desde logo, princípios constitucionais que visam proteger o trabalhador. Da prova oral colhida, mormente o depoimento das testemunhas das partes (f. 235-236), extrai-se que a questão pertinente à lista contendo o nome dos trabalhadores em débito, de fato, existia. No entanto, tendo em vista a natureza das atividades exercidas pelo reclamante e colegas (motoristas ou auxiliares de caminhão), razoável que houvesse o acertamento de contas, caso verificada pendências e mesmo que houvesse uma lista com tal relação. Outrossim, a tese obreira relativa à publicidade de uma lista de maus pagadores não ficou demonstrada, já que o depoimento do preposto e da testemunha obreira, ao contrário do que alega o recorrente, nada mencionam a esse respeito (vide f. 234-235 e 236, respectivamente). Diante disso e considerando as regras de distribuição do ônus da prova, compartilho do mesmo entendimento manifestado pelo MM. Juízo a quo no Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(20) fls.20. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 sentido de que o reclamante não conseguiu demonstrar a ocorrência de situação ou fato capaz de abalar a sua honra e imagem. Os fatos narrados, por si só, não são suficientes para deixar marcas e provocar dano moral com consequências, pois para que um fato possa ser considerado uma ofensa a ponto de ensejar indenização por danos morais, há que ter se originado de ato causador de profunda mágoa, desgosto, de modo a abalar a auto-estima do trabalhador, o que não restou demonstrado nos autos. Indevida, portanto, a condenação ao pagamento de indenização por danos morais. Mantenho. No recurso de revista, o reclamante reitera o pedido de pagamento de indenização por dano moral, tendo em vista o assédio moral na cobrança das diferenças de caixa e sua inclusão em lista pública de maus pagadores. Aponta ofensa aos arts. 1º, III e IV, 4º, II, 5º, III, V e X, e 114 da Constituição Federal, 8º e 818 da CLT, 186, 927 e 953 do CCB e 333 do CPC. Colaciona arestos. O recurso não alcança conhecimento. Da leitura do acórdão recorrido, constata-se que o Tribunal Regional, ao apreciar o conjunto probatório, foi claro ao afirmar que o reclamante não produziu prova dos fatos alegados na inicial. Dessa forma, correto o Tribunal a quo ao manter a sentença de improcedência, pelo entendimento de que incumbia ao reclamante a comprovação da tese alegada, pois cabe à parte autora a prova de fatos constitutivos do direito postulado, nos termos do art. 373, I, do CPC de 2015 (art. 333, I, do CPC/73). Quanto aos argumentos recursais relacionados à existência e publicidade de uma “Lista X1 de maus pagadores”, o acolhimento das arguições da parte dependeria do revolvimento de fatos e provas – procedimento vedado nesta instância extraordinária. Esta é a inteligência da Súmula 126 do TST. Nesse cenário, não há que se falar em maltrato aos preceitos indicados no apelo. NÃO CONHEÇO. Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(21) fls.21. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 1.3. DIFERENÇAS DE HORAS EXTRAS. COMPENSAÇÃO DE JORNADA. ADICIONAL DE HORAS EXTRAS No que se refere ao ônus da prova do apontamento de diferenças de horas extras, eis os termos do acórdão, verbis: HORAS EXTRAS - INTERVALO INTRAJORNADA INAPLICABILIDADE DO ART. 58 DA CLT E DA SÚMULA 366 DO C. TST (ANÁLISE CONJUNTA DOS TÓPICOS) O Juízo a quo indeferiu o pagamento de diferenças de horas extras e intervalos. Fundamentou que a jornada trabalhada era aquela registrada nos cartões ponto, com uma hora de intervalo intrajornada, pois o reclamante reconheceu corretos os horários de entrada e saída dos controles de jornada e a prova oral foi frágil quanto à ocorrência de violação do intervalo intrajornada. Esclareceu, ainda, que o demonstrativo de diferenças apresentado pelo reclamante apresenta premissas equivocadas, pois desconsidera os minutos residuais e o contido na Súmula 340 do C. TST. Ainda, apura como extras as horas excedentes da 4ª de sábado, sem que haja qualquer fundamento contratual, normativo ou legal para tanto, causando distorções na quantidade de horas extras. (f. 252-254) Inconformado, o reclamante argumenta, em síntese, que o demonstrativo de diferenças apresentado é válido e que o acordo de compensação adotado pela reclamada é nulo. Requer a reforma da r. sentença para que lhe sejam deferidas as horas excedentes da 8ª diária e 44ª semanal, com reflexos; adicional de horas extras de 100%; inaplicabilidade do disposto no art. 58 da CLT e Súmula 366 do C. TST; o pagamento dos intervalos intrajornada suprimidos; e adicional noturno. (f. 299-310) A veracidade das anotações contidas nos controles de jornada constantes dos autos às f. 151-168 é incontroversa, exceto quanto no que tange aos intervalos intrajornada. Da análise dos cartões ponto (f. 151-168), verifico a existência de pré-anotação dos intervalos intrajornada. Trata-se de prática autorizada legalmente pelo artigo 74, § 2º, da CLT, competindo ao empregado a prova de inidoneidade das anotações. Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(22) fls.22. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 A pré-anotação do intervalo intrajornada conduz à presunção meramente relativa de veracidade, passível de desconstituição por outros elementos de prova, o que não ocorre no caso presente. O convencimento do julgador é formado a partir da valoração do conjunto de provas, sendo livre em seu cotejo e contraste para exame da seriedade de cada testemunho. A aptidão probatória é revelada a partir das características que acompanham as descrições históricas do depoimento, a exemplo de circunstâncias como a contemporaneidade, local e período de trabalho. No caso, compartilho do mesmo entendimento manifestado pelo MM. Juízo a quo no sentido de que a prova oral produzida é frágil quanto a ocorrência de violação do intervalo intrajornada, haja vista que a testemunha obreira nada mencionou a esse respeito (f. 236). Por outro lado, a testemunha patronal foi contundente em afirmar que "o intervalo é registrado no celular e determina-se a parada de 1h durante a rota" e que "é possível fazer esse intervalo" (itens 6-7, f. 235). Assim, imperioso reconhecer que não foi produzida qualquer prova capaz de infirmar a veracidade dos controles de jornada, inclusive no que se refere ao gozo do intervalo intrajornada pré-anotado de 1 hora. Compulsando os autos, observo, ainda, que a reclamada não adotava qualquer tipo de acordo de compensação de jornadas (vide f. 151-168) e que, habitualmente, efetuava o pagamento de horas extras ao reclamante (vide f. 180-183). Com relação ao demonstrativo de diferenças apresentado, a explicação dada nas razões recursais não se prestam a validar o demonstrativo incorreto na fase de instrução. Ocorre que o demonstrativo de diferenças de horas extras apresentado às f. 202-216 e f. 218-225 e renovado em razões recursais (f. 299-300) se revela imprestável, pois desconsidera os minutos residuais e/ou o gozo do intervalo intrajornada de 1 hora, não observa o contido na Súmula 340 do C. TST (o fato de o reclamante ser comissionista puro), e apura, como extras, as horas excedentes da 4ª de sábado. A título de exemplo, observo que a informação trazida no item "B" de f. 204, relativa ao mês de agosto/2011 (período compreendido entre 16/07/2011 e 15/08/2011), revela-se equivocada. O reclamante informa que não lhe foram pagas 28,89 horas (f. 204), contudo, as horas extras dos Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(23) fls.23. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 sábados (dias 16, 23, 30/07/2011 e dias 06 e 13/08/2011), em um total de aproximadamente 22,29 horas, estão indevidamente computadas no demonstrativo de f. 218, o que evidencia que os cálculos do reclamante estão errados. Nesse contexto, devia o reclamante apresentar demonstrativo válido de diferenças que entendia devidas, ônus que lhe incumbia, a teor dos artigos 818 da CLT e 333, I, do CPC, já que o Juízo não é órgão de contadoria das partes. Por fim, esta E. Primeira Turma entende ser necessária a observância do disposto no § 1º do art. 58 da CLT, quanto à exclusão dos minutos não excedentes de 5min antes e depois dos horários de início e de final da jornada, até o limite diário de 10min. Somente se ultrapassado o limite legal é que a contagem das horas extras deverá ser minuto a minuto, sem qualquer exclusão. Esse dispositivo foi acrescido pela Lei nº 10.243, de 19 de junho de 2001 e consolida o posicionamento jurisprudencial consubstanciado na Súmula nº 366 do C. TST, razão pela qual deveria ter sido considerado pelo reclamante em seu demonstrativo. Por todo o exposto, reputo irretocável a r. sentença que indeferiu o pagamento de horas extras e intervalos ao reclamante. Mantenho. Nas razões do recurso de revista, o reclamante afirma a existência de diferenças de horas extras em seu favor, visto que a reclamada não apresentou norma coletiva apta a viabilizar o banco de horas praticado. Alega que as horas extras deveriam ser pagas com adicional de 100%. Reitera a alegação de correção do demonstrativo de diferenças apresentado. Aponta violação dos arts. 7º, XIII, da Constituição Federal e 59, § 2º, da CLT. Traz arestos. O recurso não alcança conhecimento. Na espécie, a Corte Regional, valorando o conjunto fático-probatório dos autos, firmou convicção quanto à invalidade dos demonstrativos de diferenças de horas extras apresentados pelo autor, bem como registrou que “a reclamada não adotava qualquer tipo de acordo Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(24) Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 de compensação de jornadas (vide f. 151-168) e que, habitualmente, efetuava o pagamento de horas extras ao reclamante”. Tendo ocorrido a regular distribuição do ônus da prova e estando a matéria, objeto do recurso de revista, assente no conjunto fático-probatório, tem-se que é vedada a sua reapreciação nesta fase recursal, à luz da Súmula nº 126 deste Tribunal, o que obsta o exame dos arestos transcritos para o cotejo de teses. Assim, não há divisar violação dos dispositivos indicados no recurso de revista. Inespecíficos os arestos trazidos à colação, incidindo o entendimento consagrado na Súmula nº 296, I, do TST. NÃO CONHEÇO. 1.4. INTERVALO INTRAJORNADA Quanto. ao. tema. em. epígrafe,. constou. do. acórdão. regional: HORAS EXTRAS - INTERVALO INTRAJORNADA INAPLICABILIDADE DO ART. 58 DA CLT E DA SÚMULA 366 DO C. TST (ANÁLISE CONJUNTA DOS TÓPICOS) O Juízo a quo indeferiu o pagamento de diferenças de horas extras e intervalos. Fundamentou que a jornada trabalhada era aquela registrada nos cartões ponto, com uma hora de intervalo intrajornada, pois o reclamante reconheceu corretos os horários de entrada e saída dos controles de jornada e a prova oral foi frágil quanto à ocorrência de violação do intervalo intrajornada. Esclareceu, ainda, que o demonstrativo de diferenças apresentado pelo reclamante apresenta premissas equivocadas, pois desconsidera os minutos residuais e o contido na Súmula 340 do C. TST. Ainda, apura como extras as horas excedentes da 4ª de sábado, sem que haja qualquer fundamento contratual, normativo ou legal para tanto, causando distorções na quantidade de horas extras. (f. 252-254) Inconformado, o reclamante argumenta, em síntese, que o demonstrativo de diferenças apresentado é válido e que o acordo de compensação adotado pela reclamada é nulo. Requer a reforma da r. sentença Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. fls.24.

(25) Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 para que lhe sejam deferidas as horas excedentes da 8ª diária e 44ª semanal, com reflexos; adicional de horas extras de 100%; inaplicabilidade do disposto no art. 58 da CLT e Súmula 366 do C. TST; o pagamento dos intervalos intrajornada suprimidos; e adicional noturno. (f. 299-310) A veracidade das anotações contidas nos controles de jornada constantes dos autos às f. 151-168 é incontroversa, exceto quanto no que tange aos intervalos intrajornada. Da análise dos cartões ponto (f. 151-168), verifico a existência de pré-anotação dos intervalos intrajornada. Trata-se de prática autorizada legalmente pelo artigo 74, § 2º, da CLT, competindo ao empregado a prova de inidoneidade das anotações. A pré-anotação do intervalo intrajornada conduz à presunção meramente relativa de veracidade, passível de desconstituição por outros elementos de prova, o que não ocorre no caso presente. O convencimento do julgador é formado a partir da valoração do conjunto de provas, sendo livre em seu cotejo e contraste para exame da seriedade de cada testemunho. A aptidão probatória é revelada a partir das características que acompanham as descrições históricas do depoimento, a exemplo de circunstâncias como a contemporaneidade, local e período de trabalho. No caso, compartilho do mesmo entendimento manifestado pelo MM. Juízo a quo no sentido de que a prova oral produzida é frágil quanto a ocorrência de violação do intervalo intrajornada, haja vista que a testemunha obreira nada mencionou a esse respeito (f. 236). Por outro lado, a testemunha patronal foi contundente em afirmar que "o intervalo é registrado no celular e determina-se a parada de 1h durante a rota" e que "é possível fazer esse intervalo" (itens 6-7, f. 235). Assim, imperioso reconhecer que não foi produzida qualquer prova capaz de infirmar a veracidade dos controles de jornada, inclusive no que se refere ao gozo do intervalo intrajornada pré-anotado de 1 hora. Compulsando os autos, observo, ainda, que a reclamada não adotava qualquer tipo de acordo de compensação de jornadas (vide f. 151-168) e que, habitualmente, efetuava o pagamento de horas extras ao reclamante (vide f. 180-183). Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. fls.25.

(26) Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 Com relação ao demonstrativo de diferenças apresentado, a explicação dada nas razões recursais não se prestam a validar o demonstrativo incorreto na fase de instrução. Ocorre que o demonstrativo de diferenças de horas extras apresentado às f. 202-216 e f. 218-225 e renovado em razões recursais (f. 299-300) se revela imprestável, pois desconsidera os minutos residuais e/ou o gozo do intervalo intrajornada de 1 hora, não observa o contido na Súmula 340 do C. TST (o fato de o reclamante ser comissionista puro), e apura, como extras, as horas excedentes da 4ª de sábado. A título de exemplo, observo que a informação trazida no item "B" de f. 204, relativa ao mês de agosto/2011 (período compreendido entre 16/07/2011 e 15/08/2011), revela-se equivocada. O reclamante informa que não lhe foram pagas 28,89 horas (f. 204), contudo, as horas extras dos sábados (dias 16, 23, 30/07/2011 e dias 06 e 13/08/2011), em um total de aproximadamente 22,29 horas, estão indevidamente computadas no demonstrativo de f. 218, o que evidencia que os cálculos do reclamante estão errados. Nesse contexto, devia o reclamante apresentar demonstrativo válido de diferenças que entendia devidas, ônus que lhe incumbia, a teor dos artigos 818 da CLT e 333, I, do CPC, já que o Juízo não é órgão de contadoria das partes. Por fim, esta E. Primeira Turma entende ser necessária a observância do disposto no § 1º do art. 58 da CLT, quanto à exclusão dos minutos não excedentes de 5min antes e depois dos horários de início e de final da jornada, até o limite diário de 10min. Somente se ultrapassado o limite legal é que a contagem das horas extras deverá ser minuto a minuto, sem qualquer exclusão. Esse dispositivo foi acrescido pela Lei nº 10.243, de 19 de junho de 2001 e consolida o posicionamento jurisprudencial consubstanciado na Súmula nº 366 do C. TST, razão pela qual deveria ter sido considerado pelo reclamante em seu demonstrativo. Por todo o exposto, reputo irretocável a r. sentença que indeferiu o pagamento de horas extras e intervalos ao reclamante. Mantenho.. Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. fls.26.

(27) fls.27. PROCESSO Nº TST-RR-1020-96.2012.5.09.0012 Nas razões do recurso de revista, o reclamante sustenta que a reclamada não se desincumbiu do ônus de comprovar a concessão do intervalo intrajornada. Afirma que, na hipótese, deve prevalecer a jornada descrita na inicial. Indica violação dos arts. 71 e 818 da CLT e 333 do CPC/73. Transcreve aresto para o confronto de teses. O recurso não alcança conhecimento. De plano, registro que não se divisa violação dos artigos 333, II, do CPC de 1973 e 818 da CLT, visto que o egrégio Tribunal Regional apreciou a controvérsia com fundamento nos fatos e provas produzidos nos autos, sem inverter, inadvertidamente, a distribuição do ônus da prova. Consta do acórdão a afirmação expressa segundo a qual “não foi produzida qualquer prova capaz de infirmar a veracidade dos controles de jornada, inclusive no que se refere ao gozo do intervalo intrajornada pré-anotado de 1 hora”. Em tal contexto, não se cogita de violação do art. 71 da CLT. Ademais, a jurisprudência desta Corte Superior é firme no sentido da inaplicabilidade do item III da Súmula nº 338 do TST à hipótese de pré-assinalação do período de intervalo intrajornada nos registros de ponto, porquanto tal possibilidade encontra-se prevista no art. 74, § 2º, da CLT, razão pela qual compete à parte reclamante o ônus de demonstrar a fruição irregular ou supressão do referido intervalo. Nesse sentido são os seguintes precedentes desta Corte Superior: AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS. HORAS EXTRAS. INTERVALOS INTRAJORNADA. PRÉ-ASSINALAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. SÚMULA Nº 338, III, DO TST. CONTRARIEDADE. NÃO CARACTERIZAÇÃO 1. Revela-se impertinente a indicação de contrariedade à Súmula nº 338, III, do TST se se controverte acerca da viabilidade de o empregador pré-assinalar o intervalo intrajornada nos cartões de ponto do empregado. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgR-E-RR - 149700-14.2006.5.17.0011, Relator Ministro: João Oreste Dalazen, Data de Julgamento: 01/12/2016, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 09/12/2016) Firmado por assinatura digital em 05/02/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10035CF53B5F2C538F.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

Referências

Documentos relacionados

As análises físico-química foram realizadas em triplicata no Laboratório Instrumental e de Química do Instituto Federal Goiano - Campus Ceres de acordo com as

Da mesma forma que a riqueza, a equitabilidade e os índices de diversidade também aumentaram gradativamente, em todas as estações, durante o período do estudo;

Assim, este trabalho apresenta a avaliação da integração de energia solar fotovoltaica à cobertura de uma edificação educacional pública localizada na cidade de Santa Maria

Hospedagem de Acompanhante (valor máximo por diária) Adiantamento de Fiança Adiantamento de Fundos no Exterior Assistência Jurídica Localização de Babagem Auxílio em caso de Perda

“Outrossim, esclareça-se que, em face do reconhecimento da coisa julgada quanto aos pedidos de dano moral e pensão vitalícia e, considerando que, no entender desta E.

19b é possível notar que as correntes de pico obtidas para os medicamentos genéricos foram semelhantes aos do VI em todos os três pulsos de potencial, sendo que as amostras

732, que a parte recorrente transcreveu parte do acórdão a respeito do tópico examinado pelo Tribunal Regional, todavia não indicou o trecho contendo todos os fundamentos

Assim, registrada pelo laudo técnico a premissa de que havia uma média de seis abastecimentos por dia, e que o autor ora se mantinha na cabine, ora acompanhava o abastecimento