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Rev. Assoc. Med. Bras. vol.53 número5

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Academic year: 2018

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Rev Assoc Med Bras 2007; 53(5): 377-88 377

E

ditorial

No período entre 9 e 12 de maio de 2007, ocorreu o 7º Congresso Internacional de Câncer Gástrico, na cidade de São Paulo. Este evento é bianual e reúne clínicos, cirurgiões, gastroenterologis-tas, oncologisgastroenterologis-tas, endoscopisgastroenterologis-tas, vários outros profissionais como biólogos, bioquímicos e diversos cientistas altamente especializados, de todo o mundo, que se dedicam ao estudo e ao tratamento do câncer de estômago. Neste ano, o Congresso reuniu aproximada-mente 1.300 profissionais, dos quais 500 estrangeiros, com a apresentação de aproximadamente 450 trabalhos, entre vídeos, temas livres e pôsteres.

A realização do evento no Brasil foi possível graças ao esforço de diversas entidades, principalmente da Associação Brasileira de Câncer Gástrico (ABCG). A ABCG, fundada em São Paulo, em 1999, reúne especialistas interessados no estudo do câncer e tem como finalidade difundir, entre clínicos e cirurgiões, o melhor tratamento da terrível doença que coloca o Brasil entre os mais atingidos do mundo.

Uma especial colaboração, que engrandeceu o evento, foi a publicação dos temas livres pela Revista da Associação Médica Brasileira (RAMB), na forma de suplemento especial. Tornamos público nosso agradecimento à RAMB por esta ação.

Nos quatro dias do Congresso, especialistas de todo o mundo discutiram e divulgaram suas experiências sobre o tema câncer gástrico, conhecimentos estes, muito importantes, que procuramos resumir a seguir, para que possam ser divulgados a todos os profissionais que lidam de alguma forma com a doença.

Adenocarcinoma gástrico: o melhor tratamento ainda é o cirúr-gico. Recomenda-se que a cirurgia seja realizada por equipe treinada, principalmente para a realização da linfadenectomia estendida D2 (padrão na cirurgia do câncer de estômago). A linfadenectomia D3, que é realizada no oriente, ainda não mostrou benefícios reais no tratamento, estando ainda em discussão. Houve uma evolução no que se refere à adjuvância e neo-adjuvância. O uso de um derivado do 5 FU, uma droga conhecida como S-1, associado à oxaliplatina, parece ter resultados promissores, bem como a radioterapia asso-ciada à quimioterapia em casos selecionados.

Linfoma gástrico: o linfoma ainda é um desafio terapêutico, pois sua incidência é pequena e, portanto, não há muitos estudos no mundo que permitam conclusões cientificas definitivas sobre o tema. De modo geral, é provável que os tratamentos quimioterápicos isolados sejam a melhor escolha para este tipo de tumor. A tendência é que a cirurgia perca seu lugar no tratamento dos linfomas gástricos, ficando em segundo plano ou como terapia de resgate. O linfoma MALT ainda gera discussões sobre o tratamento, principalmente

devido ao envolvimento do H. pylori na doença. Os linfomas de baixo

grau em geral apresentam boa resposta à erradicação do H. pylori, o

que não ocorre com os mais agressivos.

GIST gástrico: o tumor estromal gastrintestinal (GIST) do estô-mago também foi tema de palestras e discussões durante o congres-so. O tratamento cirúrgico é o padrão-ouro no GIST e consiste na retirada total do tumor, com pequena margem de segurança de 0,5 a 1cm. Não é necessária a realização de linfadenectomia. Um grande avanço no tratamento do GIST foi a introdução da terapia alvo com o Mesilato de Imatinibe, que pode ser utilizado nos tumores irressecáveis ou metastáticos. Pode ser utilizado como terapia adjuvante em GIST de alto grau ou grau intermediário, casos nos quais há grande chance de recidiva tumoral após a cirurgia radical do tumor. Pode também ser utilizado como terapia neo-adjuvante nos tumores grandes, pois permite maior ressecabilidade após o tratamento, ou ainda em casos de doença residual. Novas drogas estão no mercado, como o Sunitinibe, que pode ser indicado quando o Imatinibe não se mostra eficiente. Outra droga, chamada RAD, ainda está sendo avaliada em protocolos de pesquisa, devendo estar disponível no mercado em breve.

ELIAS JIRJOSS ILIAS

PAULO KASSAB

Referência

1. Journal of the Brazilian Medical Association. 2007; Supplement. 7th International Gastric Cancer Congress. May 9-12, 2007.

Referências

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