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Educ. Soc. vol.25 número89

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Academic year: 2018

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Educ. Soc., Campinas, vol. 25, n. 89, p. 1413-1414, Set./Dez. 2004

Disponível em <http://www.cedes.unicamp.br>

Francisco Silva Noelli

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL:

RELATOS E EXPERIÊNCIAS*

FRANCISCO SILVA NOELLI**

educação patrimonial é um tema ausente ou pouco comum na atual agenda do ensino básico e médio brasileiro. Isso também é resultado de uma conjuntura que impõe dificuldades ao que, em última instância, chamamos de “cultura brasileira”, incluindo aí a preservação de prédios e espaços históricos, objetos diversos, paisagens naturais e outros elementos. Não se trata apenas de legislação específi-ca e verbas (ou da sua ausência!), mas da consciência históriespecífi-ca que per-mite valorizar/preservar a cultura material e a memória da nossa socie-dade e de outras que nos precederam em nível local, regional ou nacional. Estudiosos de vários países e órgãos como a UNESCO já de-monstraram com muita ênfase que a preservação do patrimônio cultu-ral depende, principalmente, do conhecimento e de uma educação vol-tada à compreensão e valorização da diversidade.

Destaca-se aqui o caso do Patrimônio Arqueológico do Brasil, con-tinuando a discussão sobre os problemas da temática indígena na escola, que tive a oportunidade de iniciar em números passados de Educação & Sociedade (v. 22, n. 77; v. 24, n. 82). A educação patrimonial voltada para a arqueologia dos povos indígenas é tão importante quanto a abor-dagem da temática indígena pela história, sociologia, artes ou língua por-tuguesa. Como um prédio histórico ou qualquer outro objeto, a preser-vação da cultura material e dos sítios arqueológicos é necessária em um país que teve seu território totalmente ocupado por povos indígenas. O processo histórico pode ter reduzido a população indígena a 0,3% da

po-* Resenha do livro organizado por André Luis Ramos Soares, Alexander da Silva Machado, Cynthia Gindri Haigert e Vanessa Rodrigues Possel (Santa Maria: Editora da UFSM, 2003.

120p.).

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Educação patrimonial: relatos e experiências

Educ. Soc., Campinas, vol. 25, n. 89, p. 1413-1414, Set./Dez. 2004

Disponível em <http://www.cedes.unicamp.br>

pulação atual, mas legou uma ascendência de tal sorte que aproximada-mente 57 milhões dos brasileiros de hoje possuem um antepassado indí-gena! Diante da realidade de um país multicultural, a educação patrimonial precisa (e com urgência!) estar presente nas redes de ensino e deveria ser considerada um objeto relevante de reflexão por aqueles que pensam e articulam a educação brasileira.

O livro Educação patrimonial: relatos e experiências conta como um grupo de jovens pesquisadores empregou as abordagens da arqueologia para desenvolver um projeto de extensão na educação, com o objetivo de valorizar o patrimônio arqueológico de São Martinho da Serra, um pe-queno município do Rio Grande do Sul. Integrando a vanguarda da edu-cação patrimonial brasileira, expõe de maneira didática as etapas teórica e prática da experiência realizada entre 1998 e 2001, com professores das redes municipal e estadual e com estudantes da 5a série. O projeto

incluiu palestras à comunidade, exposições itinerantes, uma escavação ar-queológica, realizada após um “longo período de preparação da comuni-dade, por meio da escola” (p. 64), e o exercício com técnicas de restaura-ção de objetos. Após a realizarestaura-ção dessas atividades, houve avaliações por meio de questionários e debates.

Além dos objetivos e da fundamentação teórica do projeto, os au-tores apresentam um capítulo interessante, resumindo o “estado da arte sobre educação patrimonial”. Também discutem a “parceria entre cultu-ra material, educação patrimonial e ensino de história” e a “construção da cidadania a partir da educação patrimonial”. Mostram dois exemplos de como realizar ações didáticas, por meio do “projeto piloto” para expo-sições itinerantes e da “construção de material lúdico e paradidático para inclusão da educação patrimonial no ensino fundamental e médio”. No final há um balanço do projeto, avaliando as atividades e apresentando uma reflexão sobre sua aplicação em nível local, pensando na realidade e nas experiências vivenciadas por comunidades específicas.

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