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I. NOTA DE ABERTURA... 6 II. ENQUADRAMENTO GERAL Contexto Macroeconómico Economia Mundial Zona Euro...

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1 ÍNDICE

I. NOTA DE ABERTURA ... 6

II. ENQUADRAMENTO GERAL ... 9

1. Contexto Macroeconómico ... 9

1.1 Economia Mundial ... 9

1.2 Zona Euro ... 10

1.3 Economia Portuguesa ... 11

2. Regime financeiro da Administração Local ... 12

3. Orçamento do Município do Porto ... 12

3.1 Estrutura do orçamento ... 12

3.2 Princípios orientadores ... 14

3.3 Premissas do orçamento ... 15

3.3.1 Receitas ... 15

3.3.2 Despesas ... 17

3.2 Apresentação geral do orçamento ... 18

3.3 Indicadores orçamentais ... 22

III. PREVISÃO DAS RECEITAS ... 25

1. Visão global das receitas ... 25

1.1 Receita fiscal ... 26

1.2 Receita não fiscal ... 29

1.2.1 Rendimentos de propriedade ... 29

1.2.2 Transferências correntes ... 30

1.2.3 Venda de bens e serviços correntes ... 31

1.2.4 Venda de bens de investimento ... 31

1.2.5 Transferências de capital ... 32

1.2.6 Passivos financeiros ... 33

1.3 Receita consignada ... 33

IV. PREVISÃO DAS DESPESAS ... 34

1. Visão global das despesas ... 34

(4)

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1.1 Despesas correntes ... 35

1.1.1 Despesas com pessoal ... 35

1.1.2 Despesas com aquisição de bens e serviços ... 36

1.1.3 Juros e outros encargos ... 37

1.1.4 Transferências correntes ... 37

1.1.5 Subsídios para as Empresas Municipais e Participadas ... 38

1.2 Despesas de capital ... 39

1.2.1 Aquisição de bens de capital... 39

1.2.2 Transferências de capital ... 41

1.3 Serviço da dívida ... 42

1.4 Estrutura e distribuição do orçamento pelos serviços responsáveis ... 42

1.5 Áreas de intervenção das Grandes Opções do Plano (GOP) ... 45

V. NOTAS FINAIS ... 51

1. Orçamentos de outras entidades ... 51

2. Mapas das entidades participadas pelo Município ... 52

3. Responsabilidades contingentes ... 52

VI. ANÁLISE FINANCEIRA ... 52

1. Demonstrações financeiras previsionais ... 52

1.1 Balanço Previsional ... 53

1.2 Estrutura do Património Líquido e do Passivo ... 56

1.3 Demonstração dos Resultados por Natureza Previsional ... 57

1.3.1 Estrutura dos Rendimentos ... 57

1.3.2 Estrutura dos Gastos ... 59

1.3.3 Resultados ... 60

1.3.4 Indicadores financeiros previsionais ... 60

VII. Estatuto do direito de oposição VIII. Anexos

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3 Índice de Quadros

Quadro 1 -Crescimento Real PIB 1 ... 9

Quadro 2 -Cenário macroeconómico 2021-20223 ... 11

Quadro 3 - Receitas e despesas por classificação económica ... 19

Quadro 4 - Regra do equilíbrio orçamental ... 21

Quadro 5 - Saldo efetivo ... 21

Quadro 6 – Indicadores ... 22

Quadro 7 – Rácios ... 23

Quadro 8 - Receita por classificação económica ... 25

Quadro 9- Receitas Fiscais ... 26

Quadro 10 - Receitas não fiscais – excluindo ativos e passivos financeiros ... 29

Quadro 11 - Receitas provenientes de transferências correntes ... 30

Quadro 12 - Receitas provenientes de transferências de capital ... 32

Quadro 13 - Receita Consignada ... 33

Quadro 14 - Despesas por classificação económica ... 34

Quadro 15 - Despesas com o pessoal por natureza económica ... 35

Quadro 16 – Subsídios para as empresas municipais e participadas ... 38

Quadro 17 - Investimento a realizar pela Autarquia, Empresas Municipais e Participadas ... 39

Quadro 18 - Investimento global por natureza económica ... 40

Quadro 19 - Variação da Dívida ... 42

Quadro 20 - Orçamento por Unidade Orgânica... 43

Quadro 21 - Despesas correntes e de capital por serviço responsável ... 44

Quadro 22 - Grandes Opções do Plano por objetivos e programas ... 46

Quadro 23 - Estrutura do Ativo Previsional ... 53

Quadro 24 - Estrutura do Património Líquido e do Passivo Previsional ... 56

Quadro 25 - Estrutura dos Rendimentos Previsionais ... 57

Quadro 26 - Estrutura dos Gastos Previsionais ... 59

Quadro 27 - Resultados Previsionais ... 60

Quadro 28 - Indicadores ... 60

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4 Índice de Figuras

Figura 1 - Projeções para o crescimento e a inflação na área do euro ... 10

Figura 2 - Modelo preparação do orçamento ... 13

Figura 3 - Poupança Corrente ... 20

Figura 4 - Estrutura da receita e da despesa ... 20

Figura 5 - Estrutura das receitas fiscais ... 28

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6 I. NOTA DE ABERTURA

É mais uma vez num cenário atípico, com uma crise sanitária que teima em não nos deixar viver normalmente, com uma economia ainda a recuperar do impacto da paragem forçada da economia mundial e com uma crise política que leva o País para um início do ano sem Orçamento de Estado, que é apresentado ao Executivo, à Assembleia Municipal e à Cidade a proposta do orçamento para o ano de 2022.

Neste primeiro orçamento do meu último mandato à frente da autarquia e tendo em mente que há oito anos, os Portuenses decidiram ter uma governação diferente do que é habitual na democracia portuguesa, tendo escolhido um projeto político independente, estou certo que este orçamento espelha a continuação deste projeto de cidade. Um projeto que se destaca pela ambição maior de conceber e afirmar um poder executivo prioritariamente vocacionado para servir em exclusivo os interesses da Cidade e dos seus cidadãos, livre do constrangimento de quaisquer imposições ideológico normativas ou político-partidárias exógenas – um poder executivo capaz de colocar sem concessões os interesses do Porto acima de quaisquer outros.

E é com a plena consciência dos resultados concretos que alcançamos e certos da força de uma Cidade que recuperou o seu fulgor cultural, que reafirmou a sua dimensão económica e que logrou conquistas notáveis em termos de coesão e qualidade de vida, tudo no quadro de uma gestão eficaz com contas à moda do Porto. O Porto ganhou também um renovado reconhecimento internacional ao ter sabido aproveitar as oportunidades que se lhe depararam para explorar o seu potencial de desenvolvimento e se abrir ao mundo em múltiplos planos, precisamente num momento em que cada vez é mais visível a alavancagem do progresso proveniente do labor de cidades e regiões.

A crescente atratividade do Porto, inquestionável nos dias que correm, não se explica somente pela sua beleza, pela sua singularidade e pela sua História. Ela é fruto, muito especialmente, da forma como temos sabido coletivamente afirmar-nos como uma Cidade cosmopolita, interessante e atravessada por manifestações crescentemente inequívocas de qualidade de vida. É para nós decisivo assegurar a consolidação deste caminho nos próximos anos, isto é, não perder o rumo da Sustentabilidade nas nossas políticas, mantendo a aposta nos pilares fundamentais – designadamente, em termos sociais, económicos, ambientais e culturais – que nos trouxeram aonde chegamos. Com

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7 efeito, o último ano e meio foi extremamente duro e desafiante, mas o facto é que também permitiu corroborar quanto o Porto consegue fazer das tripas coração.

Estivemos na linha da frente do combate e soubemos enfrentar, em conjunto, as grandes adversidades que se nos colocaram e que vieram introduzir elementos de suspensão ou contrariedade nas tendências de crescimento que vínhamos vivendo.

Neste ano que se vai iniciar e face à situação de elevada incerteza que ainda vivemos será decisivo que ninguém fique para trás!

O reforço das políticas sociais é para tal determinante, designadamente no que respeita a programas de apoio para as famílias em situações mais vulneráveis e a medidas que se traduzam num reforço efetivo dos orçamentos familiares – seja numa continuada aposta em tarifas mais baixas nos serviços que prestamos (como na água e nos resíduos), seja em sede de impostos (como é o caso do IMI, o mais baixo do País para quem tem habitação própria). Políticas sociais que se terão de manifestar, ainda, na continuidade de programas estruturantes que vimos implementando, como são a gratuitidade dos transportes públicos para as nossas crianças e jovens até aos 18 anos ou o Cartão Porto. (com muitos descontos e serviços gratuitos para os portuenses, de âmbito cultural, no desporto ou em serviços de mobilidade) ou na minimização das consequências decorrentes do envelhecimento revelado pela nossa população, por exemplo reforçando a facilidade de acesso dos mais idosos a deslocações em táxi por motivos de saúde.

Este orçamento espelha o nosso compromisso de mantermos o pilar da Sustentabilidade no centro da nossa visão, fundados na convicção do papel essencial das Cidades para transpor os grandes desafios da atualidade e construir um futuro melhor; a Sustentabilidade prosseguirá sendo um mote inspirador presente em toda a nossa ação de forma transversal e de que não abdicaremos.

Para este documento, que orientará a condução política da cidade no próximo ano, foram recebidos os contributos de todas as forças políticas com representação na Assembleia Municipal, com exceção do Partido Socialista, no respeito do exercício democrático do direito de oposição. A transparência e o elogio da democracia justificam por si só que aquelas propostas, todas elas, tenham visibilidade no documento do orçamento, sendo por isso incluídas nos seus anexos, a par das respostas de que foram merecedoras.

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8 Mas, porque o orçamento é o instrumento político por excelência, difícil seria que o documento que agora se apresenta não espelhasse o projeto político sufragado pelos portuenses nas eleições de setembro. Deste modo, este orçamento espelha o nosso projeto de cidade, bem assim como dá expressão a um acordo de governação que foi celebrado entre o Movimento Independente que apoia o Executivo e o PSD e que garante a estabilidade de que a cidade neste momento tanto necessita.

Rui Moreira

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9 II. ENQUADRAMENTO GERAL

1. Contexto Macroeconómico

A proposta de orçamento foi elaborada de acordo com os grandes objetivos estratégicos definidos no programa autárquico para o mandato que se iniciou em outubro de 2021, num contexto mundial, europeu e nacional em confronto com os efeitos da pandemia COVID-19.

1.1 Economia Mundial

Não obstante a continuação da incerteza relacionada com a pandemia COVID-19, assiste-se a uma recuperação da economia global, tendo o seu impulso enfraquecido, em face da velocidade de disseminação da variante delta e da ameaça de novas variantes que vieram aumentar as dúvidas em relação à rapidez com que a pandemia pode ser superada.

Quadro 1 -Crescimento Real PIB 1

(real GDP, annual percent changes) Projections 2020 2021 2022

World Output – 3,1 5,9 4,9

Advanced Economies – 4,5 5,2 4,5

Emerging Market and Developing Economies – 2,1 6,4 5,1

1 FMI - World Economic Outlook - outubro 2021

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10 As projeções de crescimento divulgadas, em outubro, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI)2 preveem, para 2021, uma taxa de crescimento das economias mundiais de 5,9%. Relativamente às economias mais avançadas o valor estimado é de 5,2%,sendo que se estima um crescimento de 6,4% para as economias emergentes.

Para 2022 o FMI estima uma redução nas taxas de crescimento de 1 p.p. para a economia mundial, 0,7 p.p. para as economias avançadas e 1,3 p.p. para as economias emergentes.

1.2 Zona Euro

Para 2021, o Banco Central Europeu estima para a Zona Euro um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5%, 0,4 p.p acima da estimativa efetuada a junho de 2021. A projeção para 2022 situa-se nos 4,6% tendo sofrido uma revisão em baixa face a junho de 2021.

Ao nível da taxa de inflação a estimativa para 2021 é de 2,2% projetando-se uma ligeira redução 0,5 p.p. em 2022.

Figura 1 - Projeções para o crescimento e a inflação na área do euro2

2 Banco Central Europeu – setembro 2021

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11 1.3 Economia Portuguesa

Para o ano de 2022, prevê-se uma aceleração da economia portuguesa, com um crescimento real de 5,5% face ao crescimento estimado de 4,8% para 2021. Esta evolução decorre, em larga medida, da aceleração significativa do investimento face a 2021 (mais 2,9 pp), bem como das exportações (mais 1,2 pp), que se espera que registem um crescimento superior ao das importações.

Ao nível do mercado de trabalho, estima-se que o emprego cresça 1,8% e 0,8% em 2021 e 2022, respetivamente, resultando na diminuição da taxa de desemprego para 6,8% em 2021 e para 6,5% em 2022

Quadro 2 -Cenário macroeconómico 2021-20223

3Relatório da proposta do Orçamento de Estado para 2022

Indicadores 2020 2021 (e) 2022 (p)

PIB e componentes da despesa (taxa de crescimento real, %) PIB

Consumo privado -7,1 5,2 4,7

Consumo público 0,4 4,3 1,8

Investimento (FBCF) -2,7 5,2 8,1

Exportações de bens e serviços -18,6 9,1 10,3

Importações de bens e serviços -12,1 9,4 8,2

Contributos para o crescimento do PIB (p.p.)

Procura interna -5,5 5,2 4,9

Procura externa l íquida -2,9 -0,4 0,6

Evolução dos preços (taxa de variação, %)

Deflator do PIB 1,9 0,9 1,3

Taxa de inflação (IPC) -0,1 1 0,9

IHPC -0,1 0,9 0,9

Evolução do mercado de trabalho (taxa de variação, %)

Emprego (ótica de Contas Nacionais) -1,9 1,8 0,8

Taxa de desemprego (% da população ativa) 7 6,8 6,5

Produtividade aparente do trabalho -6,7 3 4,7

Saldo das balanças corrente e de capital (em % do PIB)

Capacidade/necessidade líquida de financiamento face ao

exterior -0,1 0,9 2,1

Saldo da balança corrente da qual; -1,2 -1,1 -0,7

saldo da balança de bens e serviços -2,1 -2,4 -1,7

Saldo da balança de capital 1,1 2,1 2,8

(e) est imado; (p) previsão

Ministério das Finanças OE 22

INE

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12 2. Regime financeiro da Administração Local

O regime financeiro das autarquias locais e das entidades intermunicipais, Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, prevê a vinculação da despesa e da receita a um quadro plurianual de programação orçamental, numa base móvel de quatro anos. Por falta de regulamentação, continuam a não estar criadas as condições legais para o cumprimento deste articulado da legislação, pese embora o caráter plurianual aplicado a este orçamento, quer à receita quer à despesa por força do novo referencial contabilístico o Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP).

Em 2020 entrou em vigor o novo referencial contabilístico para as entidades do subsetor da administração local, o Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP), revogando o DL nº 54-A/99, de 22 de fevereiro, que aprovou o Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais (POCAL), com exceção das regras estabelecidas no seu ponto 3.3. Foi com base nestes normativos que se elaborou o orçamento para 2022.

3. Orçamento do Município do Porto

3.1 Estrutura do orçamento

A estrutura do orçamento obedecerá à seguinte decomposição:

01 – Assembleia Municipal 02 – Câmara Municipal 03 – Operações Financeiras

Esta estrutura valoriza a dimensão política do orçamento e, simultaneamente, flexibiliza a gestão orçamental na sua componente técnica, responsabilizando cada um dos diretores municipais ou equiparados pela execução do seu orçamento e, consequentemente, pelos resultados a alcançar.

As prioridades para o ano de 2022 estão inseridas no orçamento através de 7 objetivos transversais ao Município que enquadram os grandes eixos estratégicos constantes no programa autárquico sufragado em setembro de 2021, no Plano Plurianual de Investimentos (PPI) e no Plano de Atividades mais Relevantes (PAR), a saber:

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13

EIXO 1: Cultura e Património

EIXO 2: Economia, Pessoas e Inovação

EIXO 3: Ambiente, Energia e Qualidade de Vida

EIXO 4: Urbanismo e Habitação

EIXO 5: Coesão Social

EIXO 6: Mobilidade

EIXO 7: Governância da Câmara

Para efeitos de controlo do orçamento, por Direção Municipal ou equiparada, será determinante o papel das Grandes Opções do Plano (GOP) que incluirá, para além do Plano Plurianual de Investimentos (PPI), o Plano das Atividades mais Relevantes (PAR), conforme se sugere na Figura 2.

Figura 2 - Modelo preparação do orçamento

Cada unidade orgânica de primeiro nível terá sempre o seu orçamento por programas, permitindo-lhe acompanhar, quer a execução dos projetos de investimento (PPI), quer a execução das atividades mais relevantes (PAR). As modificações orçamentais a este nível, desde que não impliquem alterações aos mapas obrigatórios aprovados pela Câmara e pela Assembleia Municipal, ficarão, assim, dispensadas de aprovação por estes órgãos, aumentando a flexibilidade e a eficácia da gestão.

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14 Neste modelo, os objetivos estratégicos para o ano de 2022 contemplam as principais prioridades decorrentes do programa eleitoral, de modo a facilitar a articulação entre estes instrumentos de planeamento e permitir acompanhar o sistema de gestão autárquico de acordo com as políticas de qualidade definidas no âmbito do Sistema de Gestão da Qualidade, Gestão de Pessoas, Segurança e Saúde no Trabalho, Ambiente e Conciliação, em conformidade com os requisitos das Normas: NP EN ISO 9001:2015, NP 4427:2018, NP ISO 45001:2019, NP EN ISO 14001:2015 e NP 4552:2016. Em 2022, os objetivos individuais no âmbito do sistema de avaliação do desempenho (SIADAP) devem estar alinhados com a estratégia do Município como evidencia a Figura 2.

3.2 Princípios orientadores

O rigor e transparência na gestão e a correta e cuidada aplicação dos dinheiros públicos constituem os princípios fundamentais da política orçamental do Município do Porto.

Neste novo ciclo político continua a assegurar-se o controlo da dívida global e a seletividade da despesa municipal em linha com os eixos estratégicos definidos para o mandato autárquico 2021-2025, espelhados no respetivo manifesto eleitoral.

A elaboração do orçamento para 2022 assenta nas regras orçamentais estabelecidas pela Lei nº 73/2013, de 3 de setembro, que estabelece o regime financeiro das autarquias locais e das entidades intermunicipais e nas regras estabelecidas no ponto 3.3. do POCAL, nos termos do Decreto-Lei n.º 192/2015, de 11 de setembro que prevê a implementação do Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP).

Conforme o disposto na Norma de Contabilidade Pública (NCP) 26 – Contabilidade e Relato Orçamental, as demonstrações orçamentais previsionais consubstanciam-se num orçamento, enquadrado num plano orçamental plurianual e num plano plurianual de investimentos (PPI).

O SNC-AP prevê, conforme n.º 17 do ponto 6 da Norma de Contabilidade Pública (NCP) 1, que as entidades públicas preparam ainda demonstrações financeiras previsionais, designadamente balanço, demonstração dos resultados por natureza e demonstração dos fluxos de caixa.

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15 Pese embora, nos termos do disposto no artigo 132.º da Lei do Orçamento de Estado para 2021, não se mostre obrigatória, em 2022, o cumprimento da mencionada norma, o Município do Porto optou por preparar as demonstrações financeiras previsionais.

Assim, a proposta de orçamento do Município do Porto, para o ano de 2022, tem em conta o enquadramento legal acima referido, o contexto macroeconómico descrito anteriormente bem como as prioridades do atual executivo.

Os princípios orientadores que lhe estão subjacentes são os seguintes:

Rigor e prudência nos pressupostos, nomeadamente sendo conservadores na projeção da receita e firmes na contenção da despesa;

Gestão cuidadosa, transparência e rigor nas contas;

Aposta na Coesão Social, Economia, Cultura e Ambiente, áreas definidas como prioritárias na atuação do Município.

Os princípios orientadores têm sido genericamente reconhecidos pela agência de notação financeira Fitch Ratings, que tem sublinhado o desempenho orçamental saudável, os baixos níveis de dívida e a gestão prudente do Município do Porto. Apesar do Perfil de Crédito Autónomo (SCP - Standalone Credit Profile) do Porto ser “aa”, refletindo uma combinação de um perfil de risco avaliado como 'Midrange' e fortes métricas de sustentabilidade da dívida avaliadas na categoria “aaa” a Fitch Ratings, manteve o rating de longo prazo da cidade em “BBB” e o de curto prazo em “F2”, com

"Outlook estável”, sendo que estas avaliações não podem ser superiores às que são atribuídas à República.

O orçamento para 2022 assenta numa projeção de receita operacional prudente e em muita disciplina na previsão da despesa.

3.3 Premissas do orçamento

3.3.1 Receitas

Pese embora ainda subsista alguma incerteza relacionada com a evolução da pandemia COVID-19, com impacto na recuperação da atividade económica, para o orçamento da receita para 2022 foram observadas as regras previsionais legalmente previstas no ponto 3.3 do POCAL e restantes normativos legais.

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16 De facto, não se assistiu à necessidade de aplicação de qualquer coeficiente de prudência na estimativa da receita municipal, em particular a proveniente de impostos diretos e taxas, tal como ocorrido em 2021, na medida em que a aplicação das regras previsionais, designadamente, a média aritmética da cobrança efetuada nos últimos 24 meses, já incorpora o efeito da redução do valor cobrado decorrente da aplicação de todas as medidas fiscais municipais aprovadas de apoio à atividade económica com vista à mitigação dos efeitos da pandemia.

No que concerne aos impostos diretos, especificamente, ao Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI), em face da consolidação das contas do Município do Porto e o seu equilíbrio financeiro, deu-se continuidade à estratégia de alívio da carga fiscal dos cidadãos da cidade do Porto ao nível da tributação do seu património.

Neste contexto, optou-se por manter genericamente a taxa do IMI em 0,324% para todos os prédios urbanos situados na área do concelho do Porto, discriminando-se positivamente os residentes na cidade, ou seja, a habitação própria e permanente do proprietário do prédio que corresponda ao seu domicílio fiscal, por via da redução da taxa anual do IMI em 15%, prevista no artigo 11º do Regulamento de Isenções de Impostos Municipais do Município do Porto (RIIMMP).

Esta medida, que permite uma taxa efetiva de IMI inferior ao limite mínimo legal de 0,3%, já aplicada ao IMI referente a 2019 e 2020, e que terá abrangido cerca de 40% e 50%

da população residente, respetivamente, tendo por referência a população média residente na Cidade e a dimensão média das famílias, manter-se-á para o IMI relativo a 2021 a liquidar e cobrar no ano 2022.

No tocante à derrama, manter-se-á a redução de cerca de 33% relativamente ao limite máximo legal, o que corresponde a 1% sobre o lucro tributável sujeito e não isento de IRC gerado no Município do Porto, para os sujeitos passivos com um volume de negócios que não ultrapasse os 150 mil euros e de 1,5% sobre o lucro tributável sujeito e não isento de IRC, para os sujeitos passivos com um volume de negócios superior àquele valor.

Consciente do contexto atual de caráter excecional e de especial exigência social, económica e financeira, o Município do Porto pretende dar continuidade à estratégia

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17 política de apoio à atividade económica e de alívio fiscal às famílias residentes no município, por meio da redução daquela taxa em 0,5 p.p., com impacto direto na diminuição da carga fiscal dos contribuintes residentes no Município do Porto.

Nestes termos, a participação variável no IRS até 5% será reduzida em 10%, para 4,5%, com impacto direto da carga fiscal sobre os rendimentos dos contribuintes singulares residentes no Município do Porto.

Relativamente às dotações previstas das transferências a título de participação das autarquias locais nos impostos do estado, foram mantidos os valores referentes a 2021 face à não aprovação da proposta de Lei do Orçamento de Estado para 2022.

A venda de bens de investimento foi projetada de acordo com o artigo 124º da LOE 2021, que define o limite à previsão orçamental das receitas das autarquias locais resultantes da venda de imóveis, não pode ultrapassar a média aritmética simples das receitas arrecadadas com a venda de bens imóveis nos últimos 36 meses que precederam o mês de início da elaboração da proposta de orçamento, o que corresponde a 9,9% do valor dos imóveis com potencial para alienação em hasta pública.

As transferências de capital incluem, a comparticipação do IHRU,I.P. ao abrigo do Acordo de Colaboração no âmbito do programa 1º Direito-Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, as comparticipações comunitárias nos projetos cofinanciados e outras fontes de financiamento.

3.3.2 Despesas

No âmbito da despesa, nomeadamente, no domínio das transferências destaca-se o aumento previsto para as Freguesias e Uniões das Freguesias na ordem dos 25,5%, apesar da estimativa de redução da receita municipal, em resultado de:

- Aumento de 10%, no que respeita aos contratos interadministrativos de delegação de competências, o que representa um reforço de cerca de 385,7 mil euros;

- Transferências no âmbito do Orçamento Colaborativo, no valor total de 1,085 milhões de euros;

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18 - Transferências a efetuar relativamente ao Fundo de Dinamização do Movimento Associativo Popular, no montante total de 875 mil euros, na medida em que a competência para a gestão deste fundo caberá a estas autarquias locais.

No tocante aos subsídios às empresas municipais, a DomusSocial passou a assegurar a gestão, implementação e operacionalização do programa municipal Porto Solidário – Fundo Municipal de Emergência Social, estimando-se o correspondente subsídio para acomodar esta recente área de atuação.

Prevê-se um reforço do subsídio às Águas e Energia do Porto decorrente da assunção das competências objeto da transferência legal operada relativamente à limpeza pública e à gestão de resíduos urbanos nas praias do Porto.

Mantém-se em 2022, o programa "Porto com Sentido", iniciado em 2020, através do qual pretende-se atrair para o centro da cidade novos residentes, constituindo-se como um dos eixos de acesso à habitação com renda acessível. A gestão do programa é assegurada pela empresa municipal Porto Vivo, SRU. Os senhorios ficam habilitados a gozar de benefícios fiscais em sede de IRS, IRC e IMI, de acordo com o previsto na Lei.

O Município torna-se arrendatário dos imóveis e suporta 30% do valor dos arrendamentos ficando os restantes 70% a cargo dos subarrendatários.

No que concerne à despesa de investimento destacam-se a habitação social, a reabilitação de diversas Escolas Básicas, a finalização da requalificação da Escola Alexandre Herculano, a concretização da reabilitação do Mercado do Bolhão, a reabilitação do cinema Batalha, a construção e beneficiação de infraestruturas desportivas, e, no âmbito da regeneração urbana, diversas intervenções com impacto na mobilidade e requalificação do espaço público. Realça-se, também, o investimento previsto na promoção da eficiência e diversificação energética.

3.2 Apresentação geral do orçamento

Em termos globais o orçamento apresenta uma redução de 2,9% face a 2021, no montante de 9,5 milhões de euros.

A previsão das receitas e das despesas é de 319 milhões de euros. A receita corrente atingirá um montante de 217,7 milhões de euros que suporta a despesa corrente de

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19 200,4 milhões de euros, enquanto a receita de capital ficará em 29,7 milhões de euros para uma despesa de capital de 118,6 milhões de euros.

Quadro 3 - Receitas e despesas por classificação económica

Realça-se o peso das receitas fiscais, que totalizam 155,5 milhões de euros e que contribuem em 48,8% para a receita total. Destaca-se, ainda, a receita proveniente das transferências com um peso de 21,7%. Os passivos financeiros contribuem em 22,4%

o orçamento municipal.

No que se refere à despesa destaca-se o peso dos encargos com pessoal (26,0%), da aquisição de bens e serviços (18,5%) e da aquisição de bens de capital (35,9%) que representam, em conjunto, cerca de 80,3% do total da despesa.

A análise da evolução das diferentes componentes da receita e da despesa acima discriminadas será aprofundada em capítulos subsequentes.

(Un.: euro)

Receitas Valor % Despesas Valor %

Receitas Correntes 217 735 612 68,3% Despesas Correntes 200 420 767 62,8%

Impostos diretos 127 397 459 39,9% Despesas com pessoal 82 990 372 26,0%

Taxas, multas e outras penalidades 28 134 064 8,8% Aquisição de bens e serviços 58 909 714 18,5%

Rendimentos de propriedade 11 732 009 3,7% Juros e outros encargos 405 721 0,1%

Transferências correntes 42 471 159 13,3% Transferências correntes 12 957 991 4,1%

Venda de bens e serviços correntes 7 828 125 2,5% Subsídios 42 998 823 13,5%

Outras receitas correntes 172 796 0,1% Outras despesas correntes 2 158 146 0,7%

Receitas de Capital 29 691 234 9,3% Despesas de Capital 118 578 813 37,2%

Venda de bens de investimento 3 087 960 1,0% Aquisição de bens de capital 114 401 100 35,9%

Transferências de capital 26 603 244 8,3% Transferências de capital 3 179 725 1,0%

Outras receitas de capital 20 0,0% Outras despesas de capital 997 988 0,3%

Reposições não abatidas nos pagamentos 10 0,0%

Total das Receitas Efetivas 247 426 846 77,6% Total das Despesas Efetivas 318 999 580 100,0%

Ativos financeiros 10 0,0% Ativos financeiros 400 0,0%

Passivos financeiros 71 573 144 22,4% Passivos financeiros 20 0,0%

Total das Receitas não Efetivas 71 573 154 22,4% Total das Despesas não Efetivas 420 0,0%

Total 319 000 000 100,0% Total 319 000 000 100,0%

(22)

20

Figura 3 - Poupança Corrente

O saldo corrente é de 17,3 milhões de euros, o qual financiará no mesmo valor as despesas de capital efetivas.

Figura 4 - Estrutura da receita e da despesa

Em termos relativos verifica-se que a receita corrente representa 68,3% da receita total e que a receita de capital representa 9,3%. Na componente da despesa o peso relativo das despesas correntes fixa-se nos 62,8% da despesa total e a despesa de capital em 37,2%.

217 735 612 200 420 767

29 691 234

118 578 813

Receita Despesa

(un:euro)

Capital Correntes

Receitas efetivas Despesas efetivas

Poupança corrente 17 314 845

Receitas Correntes 68,3%

Receitas Capital

9,3%

Despesas correntes

62,8%

Despesas de capital

37,2%

(23)

21

Quadro 4 - Regra do equilíbrio orçamental

Sem prejuízo do equilíbrio orçamental evidenciado pelo saldo corrente de 17,3 milhões de euros, a Lei nº 73/2013, de 3 de setembro que aprovou o Regime Financeiro das Autarquias Locais e das Entidades Intermunicipais, define, no seu artigo 40º, a regra do equilíbrio orçamental em que as receitas correntes devem cobrir as despesas correntes acrescidas das amortizações médias dos empréstimos de médio e longo prazo, instituindo uma margem de incumprimento até 5% das receitas correntes totais, a ser compensada no ano subsequente.

A proposta de orçamento para 2022 cumpre este normativo, ou seja, as receitas correntes cobrem as despesas correntes acrescidas das amortizações médias dos empréstimos de médio e longo prazo, apresentando um valor de 9 milhões de euros no equilíbrio orçamental.

Quadro 5 - Saldo efetivo

(Un. : euro)

Descrição Valor

Receitas correntes 217 735 612

Despesas correntes 200 420 767

Saldo corrente 17 314 845

Amortização média dos EMLP 8 301 664

Equilíbrio Orçamenal 9 013 182

(Un.: euro)

Valor %

Receitas correntes 206 565 952 217 735 612 11 169 660 5,4%

Receitas de capital (efetivas) (*) 38 298 857 29 691 234 -8 607 623 -22,5%

Receita efetiva (*) 244 864 809 247 426 846 2 562 037 1,0%

Despesas correntes 193 465 032 200 420 767 6 955 735 3,6%

Despesas de capital (efetivas) (*) 132 993 996 118 578 813 -14 415 183 -10,8%

Despesa efetiva (*) 326 459 028 318 999 580 -7 459 448 -2,3%

Saldo corrente 13 100 920 17 314 845 4 213 925 32,2%

Saldo de capital -94 695 139 -88 887 589 5 807 550 6,1%

Saldo efetivo -81 594 219 -71 572 734 10 021 475 12,3%

(*) Não inclui ativos e passivos financeiros

Descrição Variação

2021 2022

(24)

22 No que concerne à evolução do orçamento face a 2021, prevê-se um acréscimo do saldo efetivo, ou seja, se excluirmos os passivos e os ativos financeiros quer na receita quer na despesa, o saldo é superior em 10 milhões de euros.

O saldo efetivo negativo, no montante de 71,6 milhões de euros, resulta do efeito conjugado da receita efetiva com a despesa efetiva e decorre da inclusão no orçamento do valor de 71,6 milhões de euros, relativo à utilização dos empréstimos de médio e longo prazo que são contabilizados nos passivos financeiros, sendo por isso excluídos para efeitos de cálculo da receita efetiva.

3.3 Indicadores orçamentais

Apresentam-se nos quadros seguintes indicadores de receita e de despesa para aferir a evolução prevista para 2022.

Quadro 6 – Indicadores

Da análise destes indicadores, e no âmbito da dívida de médio e longo prazo, é de assinalar que a comparação é efetuada com o valor estimado daquela dívida a dezembro de 2021 e não com a previsão inicial. Admite-se, assim, para 2022, um crescimento do valor em dívida na ordem dos 71,6 milhões de euros refletindo a utilização do empréstimo em vigor e do novo empréstimo de médio e longo prazo que se encontra em apreciação pelo Tribunal de Contas.

(Un.: euro)

Valor %

Dívida de MLP* 16 746 828 88 319 962 71 573 134 427,4%

Despesa corrente primária 193 059 306 200 015 046 6 955 740 3,6%

Despesa primária 326 053 302 318 593 859 -7 459 443 -2,3%

Saldo primário -81 188 493 -71 167 013 10 021 480 12,3%

Saldo efetivo -81 594 219 -71 572 734 10 021 485 12,3%

*Em 2021 o valor corresponde à dívida estimada para 31-12

Designação 2021 2022 Variação

(25)

23 A despesa primária regista uma redução de 2,3% essencialmente por efeito da aquisição de bens de capital. Ao nível da despesa corrente primária o acréscimo verifica- se, essencialmente, na rubrica de subsídios.

Quadro 7 – Rácios

Numa perspetiva dinâmica e mais abrangente, e com suporte nas dotações previstas para 2022, verifica-se um aumento do peso das receitas fiscais sobre o total das receitas do Município em resultado do acréscimo dos impostos diretos e taxas, multas e outras penalidades e redução da receita total.

O rácio das receitas próprias sobre as receitas totais tem uma variação positiva pelo facto das receitas próprias registarem um acréscimo, apesar da redução das receitas totais.

Rácios 2021 2022

Rácios da Receita

Receitas Fiscais/Total das receitas 43,7% 48,8%

Venda de bens de investimento/Total das receitas 3,8% 1,0%

Total das receitas próprias/Total das receitas 54,0% 55,9%

Total das transferências/Total das receitas 20,6% 21,7%

Passivos financeiros/Total das receitas 25,5% 22,4%

Rácios da Despesa

Transferências correntes/Total das despesas 3,9% 4,1%

Transferências capital/Total das despesas 1,0% 1,0%

Despesa corrente/Total da despesa 58,9% 62,8%

Despesa capital/Total da despesa 41,1% 37,2%

Total do investimento/Total da despesa 39,2% 35,9%

Rácios da Dívida

Dívida bancária (% variação anual) 1136,4% 427,4%

Juros financeiros/Receitas correntes 0,2% 0,2%

Amortizações/Despesa total 0,6% 0,0%

Serviço da dívida/Despesa total 0,7% 0,1%

Amortizações/Empréstimos utilizados 2,4% 0,0%

Dívida bancária/Receitas correntes 43,0% 40,6%

Dívida bancária/Saldo corrente 6,8 5,1

(26)

24 O rácio referente aos passivos financeiros regista um decréscimo, face a 2021, resultante da redução de 12,1 milhões de euros da dotação inscrita na rubrica de empréstimos de médio e longo prazo.

Ao nível das despesas correntes regista-se um aumento do peso relativamente às despesas totais, justificado essencialmente pela rubrica de subsídios.

O decréscimo nas aquisições de bens de capital implica uma redução das despesas de capital sobre as despesas totais.

Resultante das utilizações previstas para 2022 dos empréstimos de médio de longo prazo todos os rácios relacionados com a dívida reduzem-se.

(27)

25 III. PREVISÃO DAS RECEITAS

As perspetivas para 2022 encontram-se, ainda, rodeadas de particular incerteza decorrente da pandemia da COVID-19.

Para efeitos de comparabilidade deve ser considerada a premissa de que o orçamento para 2021 foi elaborado com a influência deste contexto pandémico. Durante o ano de 2021 adotou-se uma atitude de especial prudência ao se estimar a receita proveniente de impostos municipais e a receita relativa à taxa municipal turística inferior em 15% e 50%, respetivamente, relativamente às regras previsionais.

1. Visão global das receitas

A previsão da receita municipal para 2022 é de 319 milhões de euros, traduzindo uma redução de 2,9% face à estimativa inicial do ano anterior. A redução esperada na receita total, que em termos absolutos é de 9,5 milhões de euros, justifica-se, essencialmente, pela redução da receita não efetiva.

Da receita total, prevê-se que 217,7 milhões de euros tenha origem em receitas correntes (68,3%), 29,7 milhões de euros em receitas de capital (9,3%) e 71,6 milhões de euros em receita não efetiva (22,4%).

Quadro 8 - Receita por classificação económica

(Un.: euro)

Valor % Valor % Valor %

Receitas Correntes 206 565 952 62,9% 217 735 612 68,3% 11 169 660 5,4%

Impostos diretos 115 705 972 35,2% 127 397 459 39,9% 11 691 487 10,1%

Taxas, multas e outras penalidades 27 882 536 8,5% 28 134 064 8,8% 251 528 0,9%

Rendimentos de propriedade 11 925 919 3,6% 11 732 009 3,7% -193 910 -1,6%

Transferências correntes 41 731 489 12,7% 42 471 159 13,3% 739 670 1,8%

Venda de bens e serviços correntes 8 466 101 2,6% 7 828 125 2,5% -637 976 -7,5%

Outras receitas correntes 853 935 0,3% 172 796 0,1% -681 139 -79,8%

Receitas de Capital 38 298 857 11,7% 29 691 234 9,3% -8 607 623 -22,5%

Venda de bens de investimento 12 519 669 3,8% 3 087 960 1,0% -9 431 709 -75,3%

Transferências de capital 25 779 158 7,8% 26 603 244 8,3% 824 086 3,2%

Outras receitas de capital 20 0,0% 20 0,0% 0 0,0%

Reposições não abatidas nos pagamentos 10 0,0% 10 0,0% 0 0,0%

Total das Receitas Efetivas 244 864 809 74,5% 247 426 846 77,6% 2 562 037 1,0%

Ativos financeiros 10 0,0% 10 0,0% 0 0,0%

Passivos financeiros 83 635 181 25,5% 71 573 144 22,4% -12 062 037 -14,4%

Total das Receitas não Efetivas 83 635 191 25,5% 71 573 154 22,4% -12 062 037 -14,4%

Total 328 500 000 100,0% 319 000 000 100,0% -9 500 000 -2,9%

Variação

Designação da Rubrica 2021 2022

(28)

26 A estimativa da receita corrente apresenta um acréscimo de 5,4% relativamente ao orçado para 2021, traduzido em mais 11,2 milhões de euros, pelo efeito das receitas fiscais (impostos diretos e taxas, multas e outras penalidades), evidenciando a perspetiva de uma ligeira retoma da atividade económica, e das transferências correntes. Em contrapartida, estima-se um decréscimo dos rendimentos de propriedade, das vendas de bens e serviços correntes e das outras receitas correntes.

A redução estimada nas receitas de capital face a 2021 resulta do decréscimo da venda de bens de investimento conjugado com o aumento das transferências de capital.

Para a receita não efetiva estima-se uma redução nos passivos financeiros de 12,1 milhões de euros.

1.1 Receita fiscal

Na estrutura das receitas municipais é relevante o peso das receitas fiscais que, incluindo os impostos diretos e as taxas, multas e outras penalidades, ascendem a 155,5 milhões de euros e constituem a maior fonte de receita do orçamento, representando 48,8% da receita total e 71,4% da receita corrente.

Quadro 9- Receitas Fiscais

Comparativamente ao ano anterior prevê-se para as receitas fiscais um aumento de 11,9 milhões de euros, ou seja, 8,3%.

(Un.: euro)

Receitas Fiscais 2021 2022 Variação

Impostos diretos 115 705 972 127 397 459 10,1%

Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) 40 432 746 41 165 230 1,8%

Imposto Único de Circulação (IUC) 5 529 413 6 571 482 18,8%

Imposto Municipal sobre Transmissão Onerosa de Imóveis (IMT) 53 241 322 60 613 097 13,8%

Derrama 16 502 461 19 047 620 15,4%

Outros 30 30 0,0%

Taxas, Multas e Out. Penalidades 27 882 536 28 134 064 0,9%

Loteamentos e obras 11 453 467 12 695 803 10,8%

Ocupação da via pública 2 689 717 2 853 858 6,1%

Taxa Turística 6 645 519 6 127 836 -7,8%

Outras 3 130 348 3 116 279 -0,4%

Multas e outras penalidades 3 963 485 3 340 288 -15,7%

Total 143 588 508 155 531 523 8,3%

(29)

27 Para este resultado contribui a estimativa de acréscimo dos impostos diretos que, comparativamente ao orçado para 2021, se prevê que venham a aumentar 11,7 milhões de euros e das taxas, multas e outras penalidades com uma previsão de aumento de 251,5 mil euros.

Num contexto de rigor e transparência na gestão, e correta e cuidada aplicação dos dinheiros públicos que constituem os princípios fundamentais da política orçamental do Município do Porto, e por se entender que a consolidação do equilíbrio financeiro do Município deve concorrer para a redução da carga fiscal dos contribuintes desta cidade, bem como para a dinamização da sua atividade económica, e ainda perante a possibilidade legal dos municípios poderem conceder isenções fiscais no âmbito dos impostos de cuja receita são destinatários, através da emanação de regulamentos próprios, foi publicado, em Diário da República, 2ª série, de 3 de dezembro de 2018, o Regulamento de Isenções de Impostos Municipais do Município do Porto (RIIMMP) e em 20 de dezembro de 2020 a sua alteração.

Este regulamento prevê um regime de isenções do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), que constituem incentivos ao desenvolvimento do mercado de arrendamento com renda acessível para fins habitacionais; à habitação própria e permanente na cidade do Porto;

à fixação de residência de famílias e jovens, nomeadamente nas áreas de reabilitação urbana aprovadas do Centro Histórico, da Baixa, da Lapa, do Bonfim e de Massarelos, e à reabilitação do edificado urbano.

No âmbito do apoio às famílias opta-se por manter genericamente a taxa do IMI em 0,324% para todos os prédios urbanos situados na área do concelho do Porto, discriminando-se positivamente os residentes na cidade, ou seja, a habitação própria e permanente do proprietário do prédio que corresponda ao seu domicílio fiscal, por via da redução da taxa anual do IMI em 15% prevista no artigo 11º do RIIMMP.

No que se refere ao IMT, uma das principais fontes da receita municipal, prevê-se arrecadar 60,6 milhões de euros, mais 13,8% do que o previsto no orçamento do ano transato, refletindo a recuperação gradual do mercado imobiliário.

Na derrama, continua a verificar-se alguma incerteza quanto ao montante potencial da receita pelo facto de estar dependente dos apuramentos realizados pela Administração Central sem possibilidade de qualquer controlo por parte dos municípios.

(30)

28 Para 2022 manter-se-á a redução de cerca de 33% relativamente ao limite máximo legal, o que corresponde a 1% sobre o lucro tributável sujeito e não isento de IRC gerado no Município do Porto, para os sujeitos passivos com um volume de negócios que não ultrapasse os 150 mil euros e a taxa de 1,5% sobre o lucro tributável sujeito e não isento de IRC, para os sujeitos passivos com um volume de negócios superior àquele valor.

Nas taxas, multas e outras penalidades, o acréscimo de 251,5 mil euros, previsto para 2022, deve-se essencialmente à rubrica loteamentos e obras.

Com uma receita prevista de 6,1 milhões de euros, a taxa municipal turística representa 21,8% da receita orçada para o capítulo das taxas, multas e outras penalidades e 3,9%

das receitas fiscais. Esta taxa, paga pelos turistas nacionais e internacionais e com incidência sobre as dormidas em empreendimentos turísticos ou estabelecimentos de alojamento local, localizados no Município do Porto, constitui uma fonte de financiamento, em limiares comportáveis, para fazer face ao desgaste, nomeadamente, nos equipamentos públicos, nas infraestruturas, na via pública e no espaço urbano em geral, e à necessidade de reforçar os níveis de atuação e competência no âmbito da segurança de pessoas e bens, da manutenção do espaço público, limpeza e higiene urbana e sinalética.

Figura 5 - Estrutura das receitas fiscais

81%

19%

2021

82%

18%

2022

Impostos diretos Taxas, multas e out. penalidades

(31)

29 1.2 Receita não fiscal

As receitas não fiscais, excluídos os ativos e passivos financeiros, estimam-se em 91,9 milhões de euros. Apresentam, em termos globais, uma redução de 9,3% face a 2021, prevendo-se um decréscimo em todas as rubricas, com exceção das transferências correntes e de capital. O peso das receitas não fiscais sobre a receita total é de 28,8%.

Quadro 10 - Receitas não fiscais – excluindo ativos e passivos financeiros

A agregação das receitas não fiscais por capítulos económicos, de acordo com a natureza das mesmas, permite concluir que 67,7% respeitam a receitas correntes, e 32,3% a receitas de capital.

1.2.1 Rendimentos de propriedade

Os 11,7 milhões de euros previstos em rendimentos de propriedade incluem, para além da renda do contrato de concessão de distribuição de energia elétrica com a E-REDES, a receita variável proveniente da concessão da gestão e exploração dos lugares públicos de estacionamento pagos na via pública na cidade do Porto. Com um peso atualmente pouco significativo incluem-se ainda aqui os juros resultantes da remuneração das contas que o Município detém nas instituições financeiras.

(Un.: euro)

2021 2022

Valor % Valor % Valor %

Receitas Correntes 62 977 444 62,2% 62 204 089 67,7% -773 355 -1,2%

Rendimentos de propriedade 11 925 919 11,8% 11 732 009 12,8% -193 910 -1,6%

Transferências correntes 41 731 489 41,2% 42 471 159 46,2% 739 670 1,8%

Venda de bens e serviços correntes 8 466 101 8,4% 7 828 125 8,5% -637 976 -7,5%

Outras receitas correntes 853 935 0,8% 172 796 0,2% -681 139 -79,8%

Receitas de Capital 38 298 857 37,8% 29 691 234 32,3% -8 607 623 -22,5%

Venda de bens de investimento 12 519 669 12,4% 3 087 960 3,4% -9 431 709 -75,3%

Transferências de capital 25 779 158 25,5% 26 603 244 28,9% 824 086 3,2%

Outras receitas de capital 20 0,0% 20 0,0% 0 0,0%

Reposições não abatidas nos

pagamentos 10 0,0% 10 0,0% 0 0,0%

Total 101 276 301 100,0% 91 895 323 100,0% -9 380 978 -9,3%

Variação Designação da Rubrica

(32)

30 1.2.2 Transferências correntes

Quadro 11 - Receitas provenientes de transferências correntes

Face à não aprovação da proposta de Lei de Orçamento de Estado para 2022, as transferências correntes provenientes do orçamento de Estado mantêm, nesta proposta de orçamento, o valor atribuído pela Lei do Orçamento de Estado de 2021. Ascendem assim a 33,2 milhões de euros, o que representa 78,2% do total das transferências correntes (42,5 milhões de euros).

A verba referente à Participação no IVA passou a ser distribuída aos municípios a partir do ano de 2020 decorrente da aplicação do artigo 26.º-A da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, na sua redação atual.

Destacam-se também as receitas provenientes de Protocolos com o Ministério da Educação no âmbito do pré-escolar, da generalização do fornecimento de refeições escolares e das atividades de enriquecimento curricular, no montante de 3,6 milhões de euros. O remanescente das transferências correntes, no total de 5,6 milhões de euros, provém, fundamentalmente, de programas com financiamento comunitário, designadamente de candidaturas apresentadas no âmbito do Portugal 2020 e da UE.

(Un.: euro)

Valor %

Participação nos Impostos do Estado

. Fundo de Equilíbrio Financeiro 448 209 448 209 0 0,0%

. Fundo Social Municipal 2 126 515 2 126 515 0 0,0%

. Participação fixa no IRS 28 045 427 28 045 427 0 0,0%

. Transferência de Competências - Lei 50/2018 0 10 10

. Participação no IVA 2 599 045 2 599 045 0 0,0%

Comparticipação a Fundo Perdido

. De Protocolos com Administração Central 3 749 041 3 611 422 -137 619 -3,7%

. De Contratos com Fundos Autónomos 153 209 274 705 121 496 79,3%

. De Fundos Comunitários 4 610 013 5 365 796 755 783 16,4%

Outros 30 30 0 0,0%

Total 41 731 489 42 471 159 739 670 1,8%

Transferências Correntes 2021 2022 Variação

(33)

31 1.2.3 Venda de bens e serviços correntes

A venda de bens e serviços correntes representa 2,5% das receitas totais e 8,5% das receitas não fiscais, excluídas dos ativos e passivos financeiros.

Neste capítulo englobam-se as receitas provenientes do arrendamento de casas ou edifícios municipais, para fins habitacionais ou não habitacionais, e dos contratos de concessão e exploração, das refeições escolares, dos parques de estacionamento e cemitérios, entre outras.

Anota-se que, tal como nos últimos anos, as rendas das habitações sociais se mantêm na empresa municipal DomusSocial e são afetas à manutenção e gestão dos bairros municipais.

A redução de 638 mil euros da dotação inscrita neste capítulo resulta, essencialmente, da estimativa do valor para os parques de estacionamento e rendas.

1.2.4 Venda de bens de investimento

Neste capítulo das receitas de capital, o valor inscrito em orçamento para 2022 apresenta uma redução de 9,4 milhões de euros, face ao valor de 2021.

Pese embora o conjunto de terrenos e edifícios que o Município detém com potencial de alienação, a Lei do Orçamento de Estado para 2021, à semelhança dos últimos anos, estabelece, no seu artigo 124º, que os municípios não podem, na elaboração dos orçamentos previsionais para 2022, orçamentar receitas respeitantes à venda de bens imóveis em montante superior à média aritmética simples das receitas arrecadadas com a venda de bens imóveis nos últimos 36 meses que precedem o mês da sua elaboração.

A receita orçamentada poderá ser excecionalmente de montante superior se for demonstrada a existência de contrato já celebrado para a venda de bens imóveis.

Assim, pelo efeito do normativo legal mencionado, contribuem para a estimativa deste capítulo, o valor da venda, em hasta pública, de diversos imóveis e edifícios cuja média foi de 3 milhões de euros. Para 2022 não se encontra previsto qualquer valor para permutas de terrenos municipais.

Nos termos das Normas de Execução do Orçamento, que se propõe que sejam aprovadas pela Assembleia Municipal com os restantes documentos previsionais, e nos

(34)

32 termos previstos na Lei, ficará o Presidente da Câmara autorizado, no decorrer do ano de 2022, a alienar os imóveis que integram o Anexo XIV.

1.2.5 Transferências de capital

Quadro 12 - Receitas provenientes de transferências de capital

A variação positiva das transferências de capital situa-se, essencialmente, ao nível dos contratos com fundos autónomos por força da inscrição da verba referente à comparticipação do IHRU,I.P. ao abrigo do Acordo de Colaboração no âmbito do programa 1º Direito - Programa de Apoio ao Acesso à Habitação.

A variação negativa das transferências de capital situa-se, essencialmente, ao nível dos programas com financiamento comunitário, de candidaturas apresentadas no âmbito do Portugal 2020 e da EU, e decorre da previsão de execução das candidaturas e do encerramento do ciclo de programação 2014-2020.

Neste âmbito, as receitas previstas respeitam ao ciclo de programação 2014-2020, em particular ao abrigo do Portugal 2020, com enquadramento no Plano Estratégico para o Desenvolvimento Urbano (PEDU) e no Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial (PDCT), entre outros programas.

Adicionalmente e no domínio das comparticipações a fundo perdido, com origem na Administração Central, prevê-se a receita de 3,4 milhões de euros, proveniente do Acordo de Colaboração para a requalificação e modernização das instalações da Escola Secundária Alexandre Herculano, celebrado entre o Ministério da Educação e o Município do Porto.

(Un.: euro)

Valor %

Participação nos Impostos do Estado

. Fundo de Equilíbrio Financeiro 49 801 49 801 0 0,0%

Comparticipação a Fundo Perdido

. De Protocolos com Administração Central 3 750 010 3 862 886 112 876 3,0%

. De Contratos com Fundos Autónomos 5 120 518 10 106 328 4 985 810 97,4%

. De Fundos Comunitários 16 858 799 12 584 199 -4 274 600 -25,4%

Outros 30 30 0 0,0%

Total 25 779 158 26 603 244 824 086 3,2%

Transferências de Capital 2021 2022 Variação

(35)

33 1.2.6 Passivos financeiros

Encontra-se previsto o valor de 56,5 milhões de euros do empréstimo contratualizado, em 2020, com vista à cobertura de necessidades de investimento em diversas áreas, com o objetivo de manter-se o financiamento do orçamento municipal para 2022.

Acresce ainda a previsão da utilização de 15,1 milhões de euros do empréstimo que o Município contratualizou, em 2018, no montante de até 39 milhões de euros.

O Município cumpre os limites de endividamento previstos no artigo 52º da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro.

1.3 Receita consignada

Quadro 13 - Receita Consignada

Do total de 319 milhões de euros previstos como receita de 2022, 109,2 milhões de euros respeitam a receita consignada cujo valor está afeto à cobertura de despesas específicas.

(Un.: milhares de euros)

Parcial Total 319 000 109 240 - Administração Central

DGEstE 3 611

Fundo Social Municipal 2 127

Ministério da Educação 3 429

Fundo Ambiental 427

Fundo Emergência Municipal 6

- Compartições a fundo perdido

Outros projetos 17 950

- Serviços e fundos autónomos

IHRU - Programa 1º Direito 10 099

Turismo de Portugal, IP 18

- Empréstimos

Outros investimentos 71 573

209 760 Receita não Consignada

Orçamento da Receita Receita Total

Receita Consignada

(36)

34 IV. PREVISÃO DAS DESPESAS

1. Visão global das despesas

A despesa municipal para 2022, repartida por despesa corrente e despesa de capital, e constituída por diversos agrupamentos económicos, prevê-se que ascenda a 319 milhões de euros, o que corresponde a um decréscimo de 2,9% relativamente ao ano transato.

Quadro 14 - Despesas por classificação económica

No que respeita às despesas correntes, estima-se um aumento do seu peso no valor global do orçamento face ao ano anterior, com um acréscimo previsto de 7 milhões de euros devidos, em parte, ao incremento dos subsídios e das despesas com pessoal conjugado com uma redução das aquisições de bens e serviços.

As despesas de capital, com um decréscimo previsto de 14,4 milhões euros face ao ano de 2021, passam a representar 37,2% do orçamento, reduzindo-se o valor estimado de todas as rubricas.

Assim, prevê-se uma diminuição da despesa efetiva de 7,5 milhões de euros por força da redução das despesas de capital conjugado com o aumento das despesas correntes.

(Un.: euro)

Valor % Valor % Valor %

Despesas Correntes 193 465 032 58,9% 200 420 767 62,8% 6 955 735 3,6%

Despesas com pessoal 80 486 087 24,5% 82 990 372 26,0% 2 504 285 3,1%

Aquisição de bens e serviços 62 298 797 19,0% 58 909 714 18,5% -3 389 083 -5,4%

Juros e outros encargos 405 726 0,1% 405 721 0,1% -5 0,0%

Transferências correntes 12 919 289 3,9% 12 957 991 4,1% 38 702 0,3%

Subsídios 34 623 288 10,5% 42 998 823 13,5% 8 375 535 24,2%

Outras despesas correntes 2 731 845 0,8% 2 158 146 0,7% -573 699 -21,0%

Despesas de Capital 132 993 996 40,5% 118 578 813 37,2% -14 415 183 -10,8%

Aquisição de bens de capital 128 661 505 39,2% 114 401 100 35,9% -14 260 405 -11,1%

Transferências de capital 3 190 200 1,0% 3 179 725 1,0% -10 475 -0,3%

Outras despesas de capital 1 142 291 0,3% 997 988 0,3% -144 303 -12,6%

Total das Despesas Efetivas 326 459 028 99,4% 318 999 580 100,0% -7 459 448 -2,3%

Ativos financeiros 400 0,0% 400 0,0% 0 0,0%

Passivos financeiros 2 040 572 0,6% 20 0,0% -2 040 552 -100,0%

Total das Despesas não Efetivas 2 040 972 0,6% 420 0,0% -2 040 552 -100,0%

Total 328 500 000 100,0% 319 000 000 100,0% -9 500 000 -2,9%

Designação da Rubrica 2021 2022 Variação

Referências

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