Local:
Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre, RS, Brasil
09 a 11 de maio de 2007
HOSPITAL DE CLÍNICAS
ESCOLA DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM-RS
“ “ A A R Re es s po p o n n sa s a b b il i li id d a a d d e e S So o ci c ia a l l n n o o
C C o o n n t t e e x x t t o o d d a a E E n n f f e e r r m m a a g g e e m m ” ”
09 a 11 de maio de 2007
Local
Anfiteatro Carlos César de Albuquerque Hospital de Clínicas
Porto Alegre – RS
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE (HCPA) Presidente: Sérgio Carlos Eduardo Pinto Machado
Vice-presidente: Amarílio Vieira de Macedo Neto Grupo de Enfermagem
Coordenadora: Ana Maria Müller de Magalhães
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) Reitor: José Carlos Ferraz Hennemann
Vice-reitor: Pedro Cézar Dutra Fonseca Escola de Enfermagem
Diretora: Liana Lautert
Vice-diretora: Eva Neri Rubim Pedro
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM – Seção RS (ABEn-RS) Presidente: Joel Rolim Mancia
Vice-presidente: Valéria Lech Lunardi
Catalogação pela Biblioteca da Escola de Enfermagem.
S471r Semana de Enfermagem (2007, maio 9-11 : Porto Alegre, RS)
A responsabilidade social no contexto de enfermagem : resumos da Semana de Enfermagem / Grupo de Enfermagem do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul [e] Associação Brasileira de Enfermagem - RS. – Porto Alegre : HCPA;
UFRGS, Escola de Enfermagem, 2007.
1 CD-ROM : il. color. ISBN: 978-85-87582-27-0
Evento realizado no Anfiteatro Carlos Cézar de Albuquerque, com cursos na Escola de Enfermagem e no HCPA.
Evento conhecido, em suas edições anteriores, como: Semana de Enfermagem do HCPA.
1. Enfermagem. 2. Promoção da saúde. 3. Educação em enfermagem. I.
Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Grupo de Enfermagem. II. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Enfermagem. III. Associação Brasileira de Enfermagem – RS. IV. Issi, Helena Becker. V. Semana de Enfermagem do HCPA. VI. Título. VII. Título: Resumos da Semana de Enfermagem. LHSN – 001.300 NLM – W 3
CUIDADO À CRIANÇA E FAMÍLIA QUE (COM) VIVE NA EPIDEMIA HIV/AIDS A FAMÍLA E SUA TRAJETÓRIA DE CUIDADOS À CRIANÇAS SOROPOSITIVA
Maria da Graça Corso da Motta(1)
1. Doutora, Professora do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, vinculada ao Departamento de Enfermagem Materno Infantil da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Coordenadora do Grupo de Estudos do Cuidado à Saúde nas Etapas da Vida (CEVIDA/UFRGS).
RESUMO
Ao refletir sobre as famílias de crianças soropositiva é imperativo levar em consideração a multiplicidade de fatores sócio econômicos culturais, que atuam no contexto familiar, além das influências afetivos, emocionais que configuram a experiência da doença, principalmente quando se trata do HIV/Aids, uma patologia ainda marcada por um forte. estigma social. As interfaces do cuidado à saúde destas crianças e suas famílias é outro aspecto igualmente relevante que merece ser discutido, levando em conta o caráter de doença crônica e suas repercussões tanto à vida da criança como para os familiares e/ou cuidadores. Observa-se na trajetória da criança soropositiva e família a necessidade de enfrentar o estigma social, de adaptar e readaptar-se com freqüência em relação ao tratamento que é longo e complexo, além da incerteza em relação ao futuro. A família, independente de sua configuração, desempenha um papel basilar no mundo da criança. Para Polônia
;Dessen;Silva (2005, p.113) família é um sistema complexo, composto por subsistemas integrados e interdependentes, que estabelece uma relação bidirecional e de mútua influência com o contexto sócio- histórico-cultural no qual está inserida. A família, ainda representa para a criança um espaço de inclusão e acolhimento, oferece amor, afeto, proteção e segurança. É o seu referencial no mundo, intermédia sua existência como ser-no-mundo. (MOTTA; LUZ, 2003). Para Montoro (1994) a família é um sistema de vínculos afetivos responsável pela formação da estrutura psíquica da criança, é um facilitador para que possa, crescer e desenvolver suas potencialidades, em cada etapa evolutiva. A sensibilidade parental, portanto é um fator fundamental na interação com acriança, considerando que oferecendo qualidade na relação de apego.
Para Lacharité, (2003) apego tem papel significante na relação da criança consigo, com as outras pessoas, na adaptação social e cognitiva acrescenta ainda que está associado ao seu interesse de exploração do mundo.
Elsen (2002) introduz a idéia da família como uma unidade de cuidado de saúde, acrescenta que para isso emprega os seus recursos internos e externos para a manter e ou recuperar a saúde de seus membros. A doença é um elemento antropológico, desarticula a existência do ser doente e seu universo familiar emerge muitos sentimentos e percepções, a possibilidade da morte, sempre presente geradora de muito estresse e ansiedade. A doença provoca transformações radicais no mundo da família, precisa reestrutura-se para assumir os novos papeis, reconstituir-se para enfrentar este fato existencial, para cuidar de si e do filho. A doença provoca uma ruptura no mundo da criança, o corpo, seu referencial, no mundo, altera-se, apresenta transformações modifica a sua imagem corporal manifesta dor, enfrenta o sofrimento (MOTTA, 1997). A
percebe diferente. Ao vivenciar a doença a criança, mesmo muito pequena, a madurece, compreende o significado da doença e da morte, luta para preservar sua existência, manifesta força e coragem, entretanto o seu olhar é distante e triste, revela, possivelmente, suas incertezas, inseguranças em relação ao seu futuro (MOTTA,1997). Estes aspectos são salientados por Levinas, (1982) quando a firma que a criança é uma presença que através do olhar expressa-se. A família deve ser considerada pela equipe de saúde como uma unidade de desenvolvimento humano e saúde, auxiliando ampliar sua capacidade e estratégias no cuidado de seus membros (MOTTA; LUZ, 2003). • O acolhimento e a construção de redes de apoio à família, (intra/extra familiar e profissional) parece ser eficaz, como estratégias de cuidado, fortalecendo para o enfrentamento da doença e o cuidado da criança. A equipe de saúde pode auxiliar a família e/ou cuidador a lidar com seus sentimentos, favorecendo a busca do equilíbrio, a fim de construir condições para o enfretamento do estress, reorganizar-se e adaptar-se as adversidades advindas da doença.Destaca-se ainda a possibilidade de aproveitar os recursos individuais e do entorno familiar e social, a fim de reforçar seus vínculos e responsabilidades, bem como assegurar um tratamento competente e estabelecer redes de apoio para a criança e família. Identificar as forças da família, esperança é outro aspecto relevante. A manutenção uma relação ética e estética, onde está presente a solicitude, intersubjetividade e sensibilidade são essenciais no processo de cuidar (MOTTA, 1997).
A trajetória da família com a criança soropositiva é árdua, difícil e complexa, considerando a multiplicidades de fatores envolvidos, a partir do diagnóstico e ao longo do tratamento da doença. Para a da equipe de saúde é exigindo competência, capacidade de reconhecer os direitos, a subjetividade e referências culturais da família, respeitando seus ritos e mitos relacionados aos cuidados da saúde/doença de seus membros, o que caracteriza o acolhimento. Além disso, desenvolver uma comunicação clara e solidária, favorecer a autonomia, o empedramento, ajudando na buscar seus direitos como cidadão, em fim resgatando no processo de cuidar em saúde os valores humanos, oferecendo dignidade aos seres humanos, em especial, em situação de sofrimento e dor, determinado pela doença. REFERÊNCIAS: SLEN, Ingrid.Cuidado Familial:Uma proposta Inicial de sistematização. Conceitual.In: ELSE, MARCON; SANTOS.Oviver em Família e sua Interface com a Saúde e a Doença.(org.) Maringá: Eduem, 2002. LACHARITÉ, Carl. Sensibilidade Materna e Apego. In: Seminário GAPEFAM, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, março de 2003. LEVINAS, Emmanuel. Ética e Infinito. Lisboa: Ed. 70, 1982.
MONTORO, Gilda Franco. Contribuições da teoria do apego à terapia familiar.In: Temas em terapia familiar. São Paulo: Plexus, 1994. MAFFESOLI, Michel. O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de massa. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1987. MOTTA, Maria da Graça Corso. O Ser Doente no Tríplice Mundo da Criança, Família. Hospital: Uma Descrição Fenomenológica das Mudanças Existenciais. Florianópolis: UFSC/Centro de Ciências da Saúde, 1997. Tese (Doutorado) Universidade Federal de Santa Catarina. MOTTA, Maria da Graça, Corso;LUZ Anna Maria Hecker.Família como Unidade de Desenvolvimento Humano e Saúde .Ver.Ciência,Cuidado e Saúde,Maringá,v.2 sulp, 2003. POLÔNIA ,Ana; DESSEN,Maria Auxiliadora;SILVA, Nara Liana. O MODELO BIOECOLÓGICO DE BRONFERBRENNER; CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO. In:DESSEN
Perspectivas.Porto Alegre: Artmed,2005. VASCONI, Rúben. La Salud como Problema Existencial.In: I Seminário Internacional de Filosofia e Saúde. Florianópolis, 16 a 19 de Nov. de 1994. WHALEY;
WONG.Enfermagem Pediátrica-Elementos Essenciais Internação Efetiva. 5ª ed. Rio de Janeiro:Guanabara/Koogan,1999.