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Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo Programa de Pós-Graduação - FESPSP

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Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo Programa de Pós-Graduação - FESPSP

Luiz Antonio de Castro Loureiro

Evolução da Gestão de Ativos: estudo de caso da SABESP entre 2017 e 2020.

São Paulo 2021

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Luiz Antonio de Castro Loureiro

Evolução da Gestão de Ativos: estudo de caso da SABESP entre 2017 e 2020.

Artigo científico apresentado à Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de especialista em MBA Saneamento Ambiental, sob a orientação da professora Dra.

Tathiana Chicarino.

São Paulo 2021

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Catalogação-na-Publicação – Biblioteca FESPSP

CDD 23. : Saneamento 353.93

Elaborada por Éderson Ferreira Crispim CRB-8/9724 353.93

L892e Loureiro, Luiz Antonio de Castro.

Evolução da gestão de ativos: estudo de caso da Sabesp entre 2017 e 2020 / Luiz Antonio de Castro Loureiro. – 2021.

33 p. : il. ; 30 cm.

Orientadora: Profa. Dra.Tathiana Chicarino.

Trabalho de conclusão de curso (Especialização: MBA em Saneamento Ambiental) – Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

Bibliografia: p. 32-33.

1. Gestão de ativos. 2. Saneamento básico. 3. Sistemas de controle. 4. Ferramentas de gestão. I. Chicarino, Tathiana. II. Título.

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Luiz Antonio de Castro Loureiro

Evolução da Gestão de Ativos: estudo de caso da SABESP entre 2017 e 2020.

Artigo científico apresentado à Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de especialista em MBA Saneamento Ambiental, sob a orientação da professora Dra.

Tathiana Chicarino.

Data de aprovação:

________/________/_________.

Banca examinadora:

__________________________________

Nome do (a) professor (a), titulação, Instituição e assinatura.

__________________________________

Nome do (a) professor (a), titulação, Instituição e assinatura.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente e sempre, a Deus.

À minha família; meus pais, fontes inspiradoras da busca pelo conhecimento. Minha mãe, Sônia, que está ainda se recuperando de incidente médico grave e a meu pai, Cid, que inclusive me ajudou na revisão do texto. Ambos professores aposentados, mas ainda investidos do Magistério. A meus irmãos que mesmo de longe, de alguma maneira auxiliaram, Marcos e Márcio.

À Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, por ter proporcionado esta oportunidade educacional, aliás entre tantas outras que a empresa me proporcionou nestes quase 3 anos em que estou trabalhando, com muito orgulho, devoção e respeito por todos os seus profissionais.

Dentro da Companhia, à Superintendência de Patrimônio (CP), na pessoa de seu Superintendente Eng. Luiz Henrique Cappellano, ao Departamento de Gestão de Ativos Imóveis (CPI), nas pessoas de seu Gerente Eng. Adalberto Francisco Chagas e de meu gestor direto, Adm, Paulo Kiyoshi Takinami e demais colegas, em especial ao Eng. Dival S. Filho. Agradeço ainda e de forma muito especial ao Ricardo Duarte, do Departamento de Tecnologia da Informação e um dos envolvidos diretamente na criação do SiiS – Sistema Integrado de Informações Sabesp, que proveu diversos subsídios a este trabalho.

A todos os professores e funcionários da FESPSP pelo suporte e compartilhamento de conhecimento.

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RESUMO

Este artigo científico pretende mostrar a evolução da Gestão de Ativos empreendida pela Superintendência de Patrimônio da Companhia de Saneamento de São Paulo – SABESP entre os anos de 2017 e 2020. Tendo como cenário histórico, as exigências da agência reguladora e de partes interessadas, e a implantação de um novo sistema de gestão empresarial. A boa Gestão de Ativos é primordial tanto em termos regulatórios, quanto na prestação de contas, assim como para a manutenção da rentabilidade da Companhia, que atua num setor onde o investimento em Bens de Capital ou Ativos tem grande representatividade em seu Balanço Patrimonial e com a tendência de cada vez mais ser exigido após o advento do Novo Marco Regulatório.

O objetivo é mostrar a evolução destas ferramentas neste curto período de tempo.

Palavras-chave: Gestão de Ativos, Saneamento Básico, Sistemas de Controles, Ferramentas de Gestão

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ABSTRACT

This scientific article intends to show the evolution of Asset Management undertaken by the Superintendence of Assets of “Companhia de Saneamento de São Paulo – SABESP” between 2017 and 2020. It has as a historical scenario, the requirements of the regulatory agency and interested parties, and the implementation of a new business management system. Good Asset Management is essential both in regulatory terms and in accountability, as well as for the maintenance of the Company's profitability, which operates in a sector where investment in Capital Goods or Assets is highly representative in its Balance Sheet and with the tendency to be increasingly required after the advent of the New Regulatory Framework. The objective is to show the evolution of these tools in this short period of time.

Keywords: Asset Management, Basic Sanitation, Control Systems, Management Tools

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Missão, Visão e Valores Éticos...pág. 17 Figura 2 – Mapa Estratégico: Período de 2016 a 2025...pág. 18 Figura 3 – Relações entre os Termos Chaves de Gestão de Ativos...pág. 21 Figura 4 – Diagrama dos Procedimentos de Atualização da BRR...pág. 23 Figura 5 – Sistemas de Gestão desenvolvidos com os conceitos de ERP...pág. 25 Figura 6 – Projeto SiiS – Primeiro Go Live...pág. 28

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LISTA DE SIGLAS

ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ARSESP Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo B3 Brasil, Bolsa, Balcão. Novo nome da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA)

BRR Base de Remuneração Regulatória BSI British Standard Institute

CFC Conselho Federal de Contabilidade

CPI Departamento de Gestão de Ativos Imobilizados

ERP “Enterprise Resource Planning”, ou Sistema de Gestão Integrado FAP Sistema de Gestão Patrimônio

FESPSP Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo GES Sistema de Gestão Empresarial Sabesp

GVA Gestão de Valor Agregado

ISO “International Organization for Standardization”, ou Organização Internacional de Normalização

NET@Suite Software comercial, ligado ao SAP a ser instaurado

NYSE “New York Stock Exchange”, Bolsa de Valores de Nova Iorque ORT Organização Registro Transferência do Ativo

PAS Publicly Available Specification do BSI, PGRS Programa de Melhoria de Gestão Regulatória PMBOK “Project Management Body of Knowledge”

PMI Project Management Institute

PNQS Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento SABESP Companhia de Saneamento Básico de São Paulo

SAP “Systeme, Anwendungen und Produkte in der Datenverarbeitung” ou Sistemas, Aplicativos e Produtos para Processamento de Dados' – nome da empresa fornecedora do ERP usado pela Sabesp

SOX Lei Sarvanes-Oxley

TCC Trabalho de Conclusão de Curso TCE/SP Tribunal de Contas de São Paulo

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 10

2 DESENVOLVIMENTO 15

3 CONCLUSÃO 30

REFERÊNCIAS 32

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1 INTRODUÇÃO

O objetivo do presente artigo científico é descrever o processo de implementação das práticas de Gestão de Ativos e como estas práticas têm evoluído num período de tempo determinado, iniciando-se em 2017 e finalizando-se em 2020, tendo sido implementadas pela Autoridade Funcional na Gestão de Ativos na Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), dentro da Superintendência de Gestão Patrimonial, que é o Departamento de Gestão de Ativos Imobilizados – CPI.

Mostrar os desafios organizacionais, em termos de mudança de cultura gerencial e de aplicação de novas técnicas e procedimentos empresariais da Companhia nesta área de Gestão de Ativos, a sua evolução nos anos selecionados neste trabalho, envolvendo as melhores práticas preconizadas nas normas ISO 55000, as normativas da ARSESP (Agência Reguladora do Saneamento no estado de São Paulo) quanto à Base de Remuneração Regulatória, de vital importância, uma vez que representa 40% do valor da tarifa e os procedimentos adotados para chegar-se às melhores práticas de mercado em Gestão de Ativos.

A Gestão de Ativos tem assumido importância crescente no mundo empresarial em geral, tendo em vista um mundo mais competitivo, margens de lucro cada vez mais estreitas e o avanço da tecnologia da informação que hoje permite tarefas antes impensáveis. Particularmente na área de Saneamento, onde existe um maior controle social sobre esta atividade econômica, traduzida numa regulação da agência estadual cada vez mais exigente nos últimos anos; e neste exato momento a introdução de um Novo Marco do Saneamento, que impulsiona todo o mercado de Saneamento, trazendo oportunidades e desafios antes inimagináveis. Segundo a Norma NBR ISO 55000, pág. 9, “A gestão de ativos permite à organização examinar a necessidade para o desempenho de, ativos e sistemas de ativos em diferentes níveis”. Esta relevância se deve a vários fatores objetivos, dos quais dois destacam- se:

1. A acuidade da Base de Remuneração Regulatória (BRR), responsável por mais de 40% do valor da tarifa cobrada pelo usuário final pelas concessionárias; e

2. O Novo Marco do Saneamento, aprovado em junho de 2020, que demanda um enorme esforço das Empresas Concessionárias de Serviço Público, neste

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caso, o Saneamento Básico. O maior impacto deste novo marco será na abertura do mercado ao investimento privado, fator concorrente e concomitante ao setor público, representados pelas Companhias como a Sabesp, Empresas Estaduais de Saneamento Básico.

O maior impacto deste Novo Marco será na abertura do mercado ao investimento privado, fator concorrente que ao mesmo tempo em que gera Oportunidades de Novos Negócios, inclusive de a Companhia atuar fora do estado de São Paulo, por outro lado aumenta enormemente a concorrência no mercado por novos contratos e concessão e a manutenção dos atuais contratos de programa.

Este acirramento e competição torna a Gestão de Ativos ainda mais imprescindível, tendo em vista uma maior eficiência requerida, maior dificuldade em reajustar preços, tendo em vista a modicidade das tarifas do setor de prestação de serviço público, e um dos maiores gargalos do Saneamento que é o controle de perdas, tanto físicas, quanto comerciais, no fornecimento de água tratada.

A boa gestão destes ativos, portanto, é crucial para o sucesso a curto, médio e longo prazos das empresas de Saneamento. Tendo em vista as necessidades de investimentos até 2033, com as metas fixadas de cobertura universalizada do Saneamento em 99% em fornecimento de água potável e 90% de coleta e tratamento do esgotamento sanitário, antes do descarte no meio ambiente; e o controle destes investimentos e da base já imobilizada de ativos.

Serão descritos neste trabalho a evolução dos procedimentos e sistemas de gestão de dados através do tempo nestes 4 anos delimitados e como eles se alinham com o mercado de saneamento e suas demandas por cada vez mais regulação e competição, e as boas práticas tanto da ISO 55000 quanto das normativas ARSESP, através de pesquisa bibliográfica, dentro do que a academia inclui como área de conhecimento com gestão de ativos. A ideia central é a evolução dos sistemas de gestão informatizados utilizados pela empresa.

Este corte temporal é motivado pelo cronograma de implantação do Sistema de Gestão Empresarial (ERP), fornecido pela empresa alemã, SAP, desde uma parte de sua concepção até a entrada em operação efetivamente.

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Num setor industrial como o Saneamento Básico, que se caracteriza pela intensificação do investimento em bens de capital ou preponderância do Ativo Imobilizado, a gestão destes ativos por si, já seria uma preocupação importante, acresce a este fato os rigores da Regulação e os novos desafios trazidos pelo Novo Marco do Saneamento, conforme descrito anteriormente.

Somente para exemplificar, no Balanço Patrimonial da Sabesp1, com exercício fiscal findo em 31/12/2020, temos um Ativo Total da ordem, de R$ 50 bilhões, destes, R$

43,977 bilhões classificados como Ativos Não Circulantes e dentro destes, R$ 34,405 bilhões como Ativo Intangível. Neste valor, encontram-se os Ativos que estão relacionados à atividade principal da Companhia, seus contratos de Programa e de concessão. Estes ativos representam mais de 78% do Ativo Não Circulante. Esta diferenciação contábil entre imobilizado e intangível é uma característica peculiar do negócio de saneamento e sua legislação; entretanto estes ativos seguem necessitando de uma atenção especial da Gestão de Ativos, como ativos imobilizados.

Segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC, , em seu pronunciamento técnico CPC 272, ativo imobilizado é um bem tangível que:

a. É mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel a outros ou para fins administrativos;

b. Espera-se que seja utilizado por mais de um período.

Ou seja, o ativo é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à manutenção das atividades da empresa, cuja vida útil seja maior ou igual a 1 ano. No caso dos bens ligados a saneamento, a vida útil de um bem pode chegar a 50 anos, como no caso das tubulações e outras estruturas de saneamento.

“ativos são recursos controlados por uma entidade capazes de gerar, mediata ou imediatamente, fluxos de caixa” (LUDÍCIBUS,.in Eugenio Montoto, 2019, pág. 597) Lembrando que conceitualmente, o Balanço Patrimonial é a contraposição de Ativos (Bens e Direitos da Cia), Passivos (Obrigações e Dívidas) e o Patrimônio Líquido

1 Disponível em https://ri.sabesp.com.br/informacoes-financeiras/central-de-resultados/ Acesso em 19 abr 2021

2 2 Disponível em http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-

Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=58) Acesso em: 19 abr.2021

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(Valor do Capital Social e Lucros Acumulados). Tanto o Ativo quanto o Passivo são classificados em ordem decrescente de liquidez, no caso do Ativo (por exemplo), do caixa no Ativo Circulante aos Imobilizados no Ativo Não Circulante. Ou seja, esta parte do Balanço Patrimonial representa os valores de maior impacto no Balanço Patrimonial e maior dificuldade de se transformar em dinheiro, demonstrando a necessidade de sua gestão o mais eficiente possível.

Resumindo os conceitos segundo O Portal de contabilidade, baseado na Lei 6.404/76 – Lei das Sociedades Anônimas e pela Lei 11.638/07 que a reestruturou: A estrutura do balanço patrimonial3:

ATIVO CIRCULANTE

O ativo circulante abrange valores realizáveis no exercício social subsequente. Assim, por exemplo, uma empresa cujo exercício social encerre em 31 de dezembro, ao realizar o encerramento do exercício de 31 de dezembro de 2020, deverá classificar no Ativo Circulante todos os valores realizáveis até 31 de dezembro de 2021.

Na empresa cujo ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo deste ciclo.

Raramente, porém, é usado esta classificação mais extensa, de forma que, como padrão, pode-se adotar a classificação das contas como circulante se forem realizáveis ou exigíveis no prazo de 1 (um) ano.

ATIVO NÃO CIRCULANTE

São incluídos neste grupo todos os bens de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa finalidade.

O Ativo Não Circulante será composto dos seguintes subgrupos:

Ativo Realizável a Longo Prazo Investimentos

Imobilizado Intangível

Ativo Realizável a Longo Prazo

De uma forma geral, são classificáveis no Realizável a Longo Prazo contas da mesma natureza das do Ativo Circulante, que, todavia, tenham sua realização certa ou provável após o término do exercício seguinte, o que, normalmente, significa realização num prazo superior a um ano a partir do próprio balanço.

As despesas apropriáveis após o exercício seguinte também são classificadas no Ativo Realizável a Longo Prazo.

3 Em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/estruturabalanco.htm . Acesso em 02/06/21

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Os direitos não derivados de vendas, e adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da empresa, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da empresa, serão classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo.

Investimentos

No subgrupo Investimentos do Ativo Não Circulante devem ser classificadas as participações societárias permanentes, assim entendidas as importâncias aplicadas na aquisição de ações e outros títulos de participação societária, com a intenção de mantê-las em caráter permanente, seja para se obter o controle societário, seja por interesses econômicos, entre eles, como fonte permanente de renda.

Imobilizado

O Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à manutenção das atividades da empresa, caracterizados por apresentar-se na forma tangível (edifícios, máquinas, etc.). O imobilizado abrange, também, os custos das benfeitorias realizadas em bens locados ou arrendados.

Intangível

Os ativos intangíveis compreendem o leque de bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.

Trata-se de um desmembramento do ativo imobilizado, que, a partir da vigência da Lei 11.638/2007, ou seja, a partir de 01.01.2008, passa a contar apenas com bens corpóreos de uso permanente.

Como exemplos de intangíveis, os direitos de exploração de serviços públicos mediante concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, softwares e o fundo de comércio adquirido.

Tendo em vista esta capacidade de geração de caixa no longo prazo, a Gestão de Ativos toma uma importância fundamental nas empresas em geral e em especial na indústria do Saneamento Básico, razão deste estudo focar na sua dinâmica de desenvolvimento dentro da Companhia de Saneamento Básico – Sabesp.

Apresentação da metodologia

Este trabalho será a exposição de dados históricos à luz da bibliografia composta pela legislação aplicável, Normas ABNT ISSO e Normativos ARSESP. Dentro de uma janela temporal da implantação em abril de 2017 do Sistemas de Gestão Empresarial, SAP e o final do ano de 2020. Através da análise de implantação de cada sistema, os diversos documentos inerentes ao assunto como a ARSESP, ABNT ISO, e documentos como: O book de ativos; Orientador e Manual BRR utilizados pela corporação e de iniciativa da Área de Gestão de Ativos.

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2 DESENVOLVIMENTO

Neste trabalho será descrita a evolução da Gestão de Ativos na Sabesp como um todo, através da análise de sua autoridade funcional, CP – Superintendência de Gestão Patrimonial, subordinada à Diretoria de Gestão Corporativa, que delimita os procedimentos para todas as áreas da Companhia. Com a entrada em operação do Sistema Integrado de Gestão Empresarial, o SAP ERP, este sendo um sistema integrado de gestão empresarial transacional e que agrega ferramentas de controle, acurácia e possibilita maior transparência para empresas de diferentes seguimentos.

Objetivando a melhoria da eficiência do controle e gerenciamento das informações das companhias, ocorrida em abril de 2017, a janela temporal desta pesquisa inicia- se em 2016 – com os preparativos e adequações necessários a este início operacional. Esta mudança de ferramenta, fez-se necessária em função das várias demandas desde suas partes interessadas (usuários dos serviços, Poderes Concedentes, Governo do Estado de São Paulo e demais acionistas, Comissão de Valores Mobiliários – CVM – Bolsa de Valores de São Paulo, Controles Sox – Bolsa de Valores de Nova Iorque, Tribunal de Contas do Estado de São Paulo – TCE/SP e auditorias internas e externas) como do aprimoramento da Regulação e maior controle por parte da ARSESP e dos desafios que se apresentam e já eram previsíveis desde a discussão e consequente aprovação do Novo Marco do Saneamento.

Paralelo a este processo legal (por parte das legislações recentes) e regulamentador (maior controle da ARSESP sobre o aumento tarifário, derivado de investimentos em ativos ligados diretamente às áreas operacionais, surgiram as normas BSI (British Standards Institution) PAS-55 em 2004 publicadas no Reino Unido, estabelecendo os requisitos para um sistema de gestão de ativos industriais. Esta norma foi redesenhada em 2008 e finalmente em 2014 foi publicada a norma ISO 55000 – Visão Geral, Princípios e Terminologia; e posteriormente, a norma ISO 55001 – Requisitos básicos do sistema de gestão de ativos e norma ISO 55002 – Guia geral da aplicação e implantação do sistema de gestão norma ISO 55001. Estas normas ISO estão em processo de implantação na Companhia.

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Desenvolvimento do Referencial teórico

O setor de Saneamento passa por profundas transformações e uma delas é a importância cada vez maior dada à Gestão de Ativos, tendo em vista:

1. O aperfeiçoamento da Regulação,

2. Necessidade de dar maior transparência à Base de Remuneração Regulatória, ou seja, o impacto dos investimentos em ativos e sua gestão na tarifa a ser cobrada dos usuários finais;

3. A própria abertura do capital da Sabesp, o que traz consigo certas obrigações com o mercado no sentido de dar maior transparência aos resultados da Companhia,

4. Além do aperfeiçoamento das normas de gestão, exemplificada pelas normas NBR ISO 55000.

5. Estas alterações por que passa a Companhia em geral e a Superintendência de Patrimônio em particular, conduzindo a empresa a adotar procedimentos de Gestão de Ativos.

Partindo-se da Missão e da Visão da Sabesp4, e tendo em vista a Missão: “Prestar serviços, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente”, a Visão: ”Ser referência na Prestação de serviços de saneamento, de forma sustentável e inovadora, com foco no cliente” (grifo meu). Mapa Estratégico válido de 2016 a 2025, relativo a Processos, item 3: “Assegurar a qualidade dos Serviços” e Item 4:

“Aperfeiçoar Processos”, conforme quadros sinópticos abaixo apresentados:

Os dois termos do Mapa estratégico estão intrinsicamente ligados ao escopo deste trabalho: “Aperfeiçoar Processos”, sendo que a Gestão de Ativos e vários procedimentos laterais estão dentro deste Objetivo de aperfeiçoar processos e assegurar a qualidade dos serviços.

Este processo de reestruturação advém de medidas estratégicas corroboradas pelo cenário do setor de Saneamento, por um lado, a Regulação, na figura da Arsesp e pela legislação, pelo Novo Marco – Lei Nº 14.026 de15/07/20.

4 Site da empresa: http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=173 Acessado em 21 abr.2021

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Figura 1 -Missão, Visão e Valores Éticos:

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Figura 2 - Mapa Estratégico: Período de 2016 a 2025:

Ainda dentro do contexto corporativo da Sabesp, existem as políticas institucionais, válidas para toda a organização, sendo um instrumento organizacional. Dentre estas, a Política Institucional, vigente desde 2018 e em sua 4ª versão, a PI0021 – V4, assim define algumas Diretrizes pertinentes ao escopo deste trabalho:

“3. Diretrizes

3.1 O patrimônio da empresa deve ser entendido como o conjunto de direitos e bens de posso, domínio e/ou propriedade da empresa em um determinado momento, relacionado com a sua missão e utilizado na obtenção dos resultados empresariais, classificado em dois grandes grupos: Ativo Intangível e Ativo Imobilizado.

(...)

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3.2 Cada Profissional, em seu nível de atuação, é responsável pela utilização e conservação do patrimônio da empresa.

3.3 A gestão dos ativos operacionais e administrativos da empresa deve privilegiar a garantia da segurança, qualidade e disponibilidade de produtos e serviços, mediante:

a) a otimização das instalações, equipamentos e áreas;

b) alienação das áreas e instalações que não tenham interesse operacional ou administrativo claramente definidos. ”

Tomando-se por base uma legislação à qual a Companhia está subordinada, a definição de Ativo na Lei das S.A.5 :

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Já as Normas NBR ISO, que tratam do assunto Gestão de Ativos ,define os Ativos da seguinte maneira:

“Um ativo é um item, algo ou entidade que tem valor real ou potencial para uma organização. O valor irá variar entre diferentes organizações e suas partes interessadas, e pode ser tangível ou intangível, financeiro ou não financeiro” (NBR ISO 55000, 2014, p.3). A Norma define assim o termo Ativo, sendo que sua vida útil vai da sua criação até seu fim, sendo que pode não coincidir com o tempo em que este forneça valor potencial ou real, podendo se alterar durante sua vida deste ativo.

Os ativos podem ser subdivididos em alguns tipos:

a) Ativos Físicos

b) Ativos de Informação (Dados, informações, análises, modelos, tomada de decisões, entre outros);

c) Ativos Financeiros (planos financeiros para diferentes períodos, EBITDA)

5 Lei 6404/76: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm) Acesso em 24/04/21

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d) Ativos de Capital Intelectual (Recursos Humanos, Liderança, Gestão, Cultura corporativa, etc)

Já a Gestão de Ativos é definida na literatura como:

“Atividade coordenada de uma organização para obter valor dos ativos. Produzir valor normalmente envolve equilibrar os benefícios de custos, riscos, oportunidades e desempenhos. O termo atividade é abrangente e pode incluir, por exemplo, a abordagem o planejamento, os planos e suas implantações. Atividade também se refere à aplicação dos elementos de um sistema de gestão de ativos”

(KARDEC, A et al. 2015, p 18)

A Gestão de Ativos foca no que os ativos podem fazer pela organização; o que é diferente da visão mais usual, que pode ser denominada Gerenciar Ativos, onde o foco está no que a organização faz nos Ativos.

Assim, o papel da Gestão de Ativos é de alinhar processos, a tomada de decisões e resultados com a realização dos objetivos da organização, visando agregar valor à Companhia, que pode ser representado pelo nível de satisfação dos clientes, valor de mercado da ação em Bolsa de Valores, Resultados operacionais e financeiros.

Na Norma NBR ISO 5500, são elencados diversos benefícios da gestão de ativos, entre eles:

a) Melhoria do desempenho financeiro;

b) Decisões informadas sobre investimentos em ativo;

c) Risco gerenciado;

d) Melhoria de saídas e serviços;

e) Responsabilidade social demonstrada;

f) Conformidade demonstrada;

g) Melhoria de imagem;

h) Melhoria da sustentabilidade organizacional;

i) Melhoria da eficiência e eficácia.

A norma requer um conjunto de fundamentos para suportar a gestão de ativos:

a) Valor: Ativos existem para fornecer valor para a organização e suas partes interessadas;

b) Alinhamento: A gestão de ativos traduz os objetivos organizacionais em decisões técnicas e financeiras, planos e atividades;

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c) Liderança: Liderança e cultura do local de trabalho são fatores determinantes na obtenção de valor;

d) Garantia: A gestão de ativos garante que os ativos cumprirão com seus propósitos requeridos (NBR ISO 55000, 2014 p.3 e 4).

Ainda segundo outro importante texto, ligado ao tema de Gestão de Ativos, ainda sobre estes fundamentos:

Se qualquer um desses fundamentos ou princípios estiver ausente da gestão de ativos, a organização provavelmente testemunhará uma redução no valor que tais ativos oferecem. Assim, os fundamentos devem influenciar diretamente os sistemas e planos de gestão de ativos da organização. (LAFRAIA; HARDWIC, 2015, p.3).

A gestão de ativos suporta os objetivos organizacionais através de um sistema de gestão de ativos, que segundo a NBR ISO 55000 (2014), é caracterizado por um conjunto de elementos inter-relacionados e interagidos de uma organização, cuja função é estabelecer a política e objetivos de gestão de ativos e os processos necessários para alcançar estes objetivos. Um sistema de gestão de ativos é usado pela organização para dirigir, coordenar e controlar as atividades de gestão de ativos.

A figura a seguir apresenta as relações entre os termos-chave da gestão de ativos.

Figura 3 – Relações entre os termos-chave da Gestão de Ativos (NBR ISO 55000, 2014, p.5)

Estes processos, tanto da agência reguladora, quanto as macrodefinições estratégicas, bem como a própria legislação do setor de saneamento básico.

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Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo – ARSESP, em sua Deliberação Nº941 de 13 /12/2019, em seu artigo 1º, deixa patente a necessidade de uma gestão de Ativos excelente.

Art. 1º Esta Deliberação estabelece a metodologia e os critérios gerais a serem utilizados na definição da base de ativos regulatórios da 3ª Revisão Tarifária Ordinária (3ª RTO) da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp, na forma do Anexo I desta deliberação.

§1º A contratação para estudo, levantamento e avaliação dos ativos será feita pela própria Sabesp, nos termos desta Deliberação.

§ 2º A Sabesp deverá estender a avaliação e a atualização dos ativos inclusive aos municípios por ela atendidos e não regulados pela Arsesp no momento da contratação.

§ 3º A Sabesp deverá apresentar o laudo de avaliação de ativos em até 15 de julho de 2020.

§ 4º Na hipótese de a Sabesp não proceder à avaliação dos ativos e o encaminhamento das informações, nos termos definidos nesta Deliberação e no prazo estabelecido pela Arsesp, caberá à Agência arbitrar a base de remuneração regulatória a ser considerada na revisão tarifária.

§ 5º - Após a publicação desta Deliberação a ARSESP enviará à concessionária ofício solicitando:

a) Cronograma de trabalho para levantamento dos ativos; e b) Definição do Plano de Amostragem a ser seguido.

Art. 3º A base de remuneração regulatória (BRR) será composta da seguinte forma:

I – ativo imobilizado em serviço, avaliado e depreciado conforme critérios estabelecidos nesta Deliberação, incluindo-se neste grupo os ativos imobilizados que se tornaram ativos intangíveis a partir dos contratos de programa assinados.

II – obrigações especiais, proporcionalmente ao valor da participação financeira da Sabesp no investimento; e

III – capital de giro estritamente necessário à movimentação financeira de curto prazo da Sabesp, conforme critérios a serem estabelecidos para o processo da 3ª RTO.

§ 1º Caso a Sabesp não esteja de posse dos dados que estabeleçam a relação dos ativos vinculados a obrigações especiais com os recursos efetivamente investidos, caberá à Arsesp arbitrar o montante que será considerado para compor a Base de Remuneração Regulatória.

§ 2º São considerados ativos vinculados a obrigações especiais:

I – os provenientes de recursos recebidos de Municípios, do Estado de São Paulo, da União e de usuários em geral;

II – os relativos a doações e

III – os resultantes de investimentos realizados com participação financeira do usuário.

IV – os ativos adquiridos com recursos provenientes da tarifa de contingência

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Abaixo um diagrama dos procedimentos de atualização da Base de Remuneração Regulatória, ou seja, todos os equipamentos ou ativos móveis ou ativos imóveis ligados à atividade fim da Companhia devem ser levantados. Sendo que a Base Blindada, é a base usada no ciclo tarifário anterior.Contabiliza-se os novos municípios porventura assumidos e a base incremental, ou seja, os ativos adquiridos após o último ciclo. Cada grupo tem um tratamento diferenciado, ou são apenas corrigidos pelo índice de inflação, ou pelo Valor Novo de Reposição ou pelo Valor Contábil. Após o quê é calculado o índice de aproveitamento operacional daquele ativo e então estruturada a Base de Remuneração Regulatória; que servirá de parâmetro na concessão de reajuste da tarifa a ser cobrada dos usuários finais (Extraída da NTF – 0063/2019 da ARSESP), de acordo com a agência reguladora:

Figura 4 – Diagrama dos Procedimentos de Atualização da BRR

Evolução dos sistemas de Gestão de Ativos na Sabesp

A companhia de Saneamento de São Paulo tem como marco de sua fundação o ano de 1973, produto da fusão de alguns Departamentos de Águas e Esgoto e Companhias de Saneamento, da região Metropolitana, Baixada Santista e Vale do Ribeira, quando foi criada uma estrutura de organização técnica com o cadastro de

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todos os bens patrimoniais ativos existentes anteriormente e incorporados na empresa, o Cadastro ORT. Nesta época, os bens patrimoniais da Companhia eram atualizados mensalmente neste Cadastro Técnico, com valor original, correções de inflação e depreciação, pela Contabilidade. Na década de 80 e 90, diversas automatizações de regras de cálculo e rotinas mensais foram implementadas. A área de Tecnologia e Contabilidade faziam a gestão deste processo e controle de rotinas diária, semanais, mensais, trimestrais e anuais de incorporação de novos ativos, baixa de ativos inservíveis, depreciações e correções monetárias.

Passadas quase três décadas de sua fundação, no ano de 2002, a Sabesp foi a primeira empresa de economia mista a aderir ao Novo Mercado da B3, e disponibiliza ações na Bolsa de Valores de São Paulo e Bolsa de Valores de Nova Iorque - NYSE, os controles sobre os ativos se tornaram mais amplos e complexos, com obrigações de demonstrações públicas e governança. Desta necessidade, a Sabesp criou a Superintendência de Controle Patrimonial, a CP. Junto com a criação da CP, foi criado um projeto de Implantação de um Sistema On-Line para automatização e controle dos Ativos Patrimoniais, o Sistema FAP, uma plataforma especializada na Gestão de Ativos, buscando maximizar o uso dos ativos da Companhia.

Este Sistema FAP levou aproximadamente três anos para ser implementado e era gerenciado por três autoridades funcionais, sendo dois departamentos dentro da diretoria de Gestão Corporativa (Diretoria C – razão pela qual seus departamentos iniciam-se com esta letra), ou seja, CPM - Bens Móveis, CPI - Bens Imóveis e a ainda uma outra diretoria, a Econômico-Financeira e de Relações com Investidores – F, com o departamento FCP – Contabilidade de Custos e Patrimônio. Foi implantado em novembro de 2005, com as transações principais de Cadastro, Baixa e Transferência de Ativos. Nos meses seguintes foram criadas novas funcionalidades, transações e processos, dentre os quais se destaca o processo de Valoração e Imobilização dos Ativos (integrado a outros módulos financeiros e de contabilidade). Era o início de um Sistema de Planejamento de Recursos Empresariais, ou “Enterprise Resource Planning”, do original em inglês e mais conhecido pela usa sigla: ERP. Este, um sistema interno integrado a outros processos centrais da Companhia em seu “Core business”.

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Figura 5 – Sistemas de Gestão desenvolvidos com os conceitos de ERP

Em 2009, todos os sistemas online, já integrados, foram unificados em uma única interface, o GES - Sistema de Gestão Empresarial Sabesp (consolidando-se como uma espécie de ERP interno). Durante estes anos, o foco foi nas integrações de processos e módulos do GES, de forma a encurtar caminhos, aprimorar cadastros e eliminar redundâncias de informações nas bases de dados da empresa. O FAP teve uma grande evolução neste período, com diversas melhorias fiscais, contábeis e de gestão.

Nos anos seguintes, com o aumento da demanda por gestão de resultados e indicadores econômico-financeiros, foi adotado o Modelo de Gestão de Valor Agregado – GVA na Sabesp, podendo ser definido da seguinte maneira6:

A Gestão de Valor Agregado (GVA) é considerada como um dos melhores métodos para analisar a evolução dos custos e prazos de um projeto devido à sua eficiência.

Foi desenvolvida nos anos 1960 pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a partir do “Cost/Schedule Control System Criteria — C/SCSC”. Este é um modelo de controle de projetos criado por Quentin W. Fleming e Joel M. Koppelman, consultor de gestão e desenvolvedor de software, respectivamente.

6 Site Project Builder: https://www.projectbuilder.com.br/blog/o-que-e-gestao-de-valor-agregado-gva-e-qual- a-importancia-dele-para-a-minha-empresa/. Acesso em 16 mai 21

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Naquele momento, a ideia era criar um padrão para medir o desempenho de um projeto, o que acabou evoluindo e se estendendo para o mercado em geral.

Em síntese, podemos dizer que a GVA é uma abordagem estruturada que integra o escopo, o cronograma e os recursos, para então medir o desempenho e o progresso do que foi planejado.

De acordo com o PMBOK, guia de melhores práticas do gerenciamento de projetos, elaborado pelo PMI (Project Management Institute), o desempenho é mensurado a partir da comparação entre o valor agregado e o custo real.

Já o progresso compara o valor agregado com o valor planejado.

Entende-se como valor agregado o valor orçado para realizar o trabalho requerido pelo projeto em um tempo determinado.

Quatro ideias centrais dão a tônica da Gestão de Valor Agregado no gerenciamento de projetos:

1. Estabelecer as linhas de base de escopo, tempo e custo antes de iniciar um projeto;

2. Determinar qual será o ritmo de execução do projeto (entregas, tarefas e custos, sobretudo);

3. Integrar as linhas de base do projeto;

4. Acompanhar a execução do projeto utilizando indicadores do método GVA”

Para acompanhar o movimento e facilitar esta gestão, iniciou-se o projeto de sistematização de informações integradas em uma camada gerencial, e nasceu o Sistema GVA. Este Sistema GVA tem como principais indicadores o Fluxo de Caixa (Receita - Despesa) com a Base de Ativos como denominador, então se intensificaram as iniciativas para melhor controle e integridade da Base de Ativos na Sabesp. A partir dos resultados do GVA, diversas iniciativas foram criadas para melhorar o controle e processo de Ativos, dentre as quais se destaca o Projeto de Imobilização Parcial, que trouxe maior agilidade na ativação de Obras/Investimentos.

Concomitantemente, a Agência Reguladora iniciou os processos de revisão tarifária, com uma série de derivações e definições de controle de Ativos. Desta forma, iniciou- se um trabalho de Inventário e registro de valores regulatórios dos ativos, criando uma Base de Ativos Corporativa e uma nova Superintendência de Custos e Tarifas para gestão destes elementos e da Base de Ativos.

Tendo estes processos ocorrendo, em 2012 foi iniciado o estudo de implantação de uma ERP de mercado, para que a empresa pudesse estar de acordo com as normas internacionais geralmente aceitas de “Compliance” com controles, auditorias e

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governança internacional. Assim, surgiu o Projeto SIIS, e a contratação do Consórcio Nascente (empresas de Consultoria Empresarial Accenture e EngDB) para implementação da Solução SAP (e Net@Suite) na Sabesp.

O Projeto teve início em 2013 e a primeira fase (SAP) implantada em abril de 2017, com a adoção dos módulos financeiros, administrativos e contábeis do SAP para sistematizar os processos corporativos, e BI/BPC – “Business Intelligence” ou inteligência de negócios, processo com uso massivo de Tecnologia da Informação para coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações no suporte à gestão de negócios com para planejamento e informações gerenciais.7 Após a implantação e estabilização do Sistema SAP (dois anos depois), a empresa começou a investir em melhorias do sistema e novos projetos de inovação e transformação. Desta forma, a Sabesp assinou dois contratos Premium com a SAP:

a. SAP Education, para capacitar as equipes técnicas e de negócio nas melhores práticas de mercado e melhor uso do SAP; e

b. SAP MaxAttention, que fez um diagnóstico apurado dos processos da empresa e a solução SAP implementada, permitindo significativas melhorias técnicas, de performance e otimização de processos de negócio.

7 Definição sobre Business Intelligence: https://www.knowsolution.com.br/o-que-e-business-intelligence-bi/

Acesso em 02 jun 21

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Figura 6 – Projeto SiiS – Primeiro Go Live

Mais recentemente, a partir de 2019, com apoio da SAP e consultorias utilizadas anteriormente, foram criados grandes projetos para alavancar os resultados da empresa, tais como: como Back to Standard (redesenho de solução standard SAP), Projetos BRR (implantação de melhorias no processo e nova áreas de avaliação regulatória para controle de ativos), Projetos Legais e de Controle (para atendimento de necessidade e determinações de órgãos fiscais e reguladores, como Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, ARSESP, Receita Federal, SOX, etc) e O Programa de Melhoria da Gestão Regulatória (PGRS), assim como a participação no Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento (PNQS)8 da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES)9.

Estes Programas de Melhoria da Gestão e Prêmios da Qualidade são iniciativas coordenadas na empresa, inclusive a ABES lançou em maio deste ano Prêmio ABES de Gestão de Ativos10, para evolução nos controles e processos de gestão da BRR (Base de Remuneração Regulatória), buscando maior agilidade, integridade,

8 PNQS/ ABES : https://pnqs.com.br/ Acessado em 03 jun 21

9 PNQS/ ABES : https:// abes-dn.org.br/ Acessado em 03 jun 21

10Prêmio ABES de Gestão de Ativos: https://pnqs.com.br/premio-abes-de-gestao-de-ativos-e-lancado-em- evento-online-do-abes-conecta/ Acessado em 03 jun 21

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confiança da base de ativos e melhores resultados nas revisões de tarifas com a Agência Reguladora ARSESP. Estes novos projetos contam com uma gestão compartilhada entre diversas Superintendências, como Sup. De Assuntos Regulatórios - PR, Sup. De Patrimônio - CP, Sup. De Custos e Tarifas - FA e Sup. De Tecnologia da Informação - CI. Dentre os principais produtos do programa, estão o redesenho do processo de Ativos (ativação, baixa, transferências, documentação, integrações, imobilizações, contabilização, etc), implantação de uma Manual de Controle Patrimonial Regulatório, e diversas integrações sistêmicas (de forma a mapear e permitir a gestão física, contábil e documental de todos os ativos da empresa) para unificação em um Portal de Gestão Regulatória, o PGRs. Este projeto é pioneiro no setor de saneamento e referência para diversas outras empresas no mercado. Como parte deste esforço algumas Unidades de Negócios, como a MO – Metropolitana Oeste, começaram a estudar a aplicação das Normas ISO 55000 em sua área de atuação operacional.11

11 Disponívle em: https://d3nxihh4akwdic.cloudfront.net/s.fesp873ee070/2021/02/90c8f07f-valdinei- mardegan-dos-santos-ra0023043-versao-final.pdf. Acesso em 03 jun 21

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3 CONCLUSÃO

Este artigo analisou a evolução procedimental e de ferramentas informáticas na Gestão de Ativos, preconizadas pela Superintendência Patrimonial da Sabesp.

A análise destes processos, motivados pela regulação, pelas alterações na legislação, visando dar maior transparência para as partes interessadas, mostra a evolução nestes anos estudados e como a Gestão de Ativos vem auxiliando a Companhia a ter maior Governança Corporativa. Pode-se visualizar áreas de melhorias para atender os futuros desafios que se vislumbram. Paralelo ao contexto deste trabalho que focou nos impactos da legislação e regulação, temos ainda objetivos que estão interligados:

1. Gerenciamento de Recursos Hídricos cada vez mais escassos, e cada vez mais dispendiosos. Trazer estes recursos de regiões cada vez mais distantes dos centros consumidores;

2. Controle de Perdas;

3. As exigências de uma Regulação cada vez mais presentes e imperativas na execução das tarefas do Saneamento;

4. Novos desafios apresentados pelo Novo Marco do Saneamento;

5. Usos de novas formas para se obter alguma segurança hídrica, como por exemplo:

a. Água de Reuso;

b. Aproveitamento mais eficiente dos aquíferos;

c. Uso de água da chuva; e d. Dessalinização de água.

Todos estes desafios e oportunidades estão no horizonte da Companhia, que está se preparando, alterando e atualizando sua Cadeia de Valor. Dentro do Processo de definição da Cadeia de Valor da Sabesp, a Gestão de Ativos ganha relevância em diversas áreas:

 Planejamento do Ciclo de Vida dos Ativos;

 Desenvolvimento de Ativos;

 Imobilização de Ativos;

 Manutenção de Ativos;

 Desmobilização de Ativo.

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Tendo como proposta de valor:

 Otimização da disponibilidade e confiabilidade dos ativos;

 Maximização do aproveitamento dos sistemas de água e de esgoto.

É neste contexto que a Companhia busca a Inovação e se esforça não apenas para continuar como líder do mercado nacional de Saneamento, tanto em termos de faturamento quanto em termos usuários atendidos, mas galvanizar sua posição como líder tecnológica e a empresa a ser seguida pelo mercado.

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REFERÊNCIAS

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AGÊNCIA REGULADORA DE SANEAMENTO E ENERGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO –ARSESP. NT.F- 0063 de 17/12/2019: Nota Técnica Final - Metodologia e critérios para atualização da Base de Remuneração Regulatória para 3ª Revisão Tarifária Ordinária - SABESP

AGÊNCIA REGULADORA DE SANEAMENTO E ENERGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO –ARSESP. Manual de contabilidade regulatória e plano de contas contábeis do setor de saneamento para empresas reguladas pela ARSESP. Acesso em 13/05/2021 http://www.arsesp.sp.gov.br/ConsultasPublicasBiblioteca/Contrib_SBSP_CP18- 2020.pdf

AGÊNCIA REGULADORA DE SANEAMENTO E ENERGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO –ARSESP. Deliberação ARSESP Nº 1.137, de 04 de Março de 2021. Dispõe sobre o Manual de Contabilidade Regulatória e Plano de Contas Regulatório para as empresas do setor de saneamento básico reguladas pela ARSESP e revoga a Deliberação ARSESP nº 395, de 14 de janeiro de 2013.

http://www.arsesp.sp.gov.br/LegislacaoArquivos/ldl11372021.pdf . Acesso em 13/05/2021 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 55000:

gestão de ativos: visão geral, princípios e terminologia. Rio de janeiro: ABNT, 2014 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 55001:

gestão de ativos: sistema de gestão: requisitos. Rio de janeiro: ABNT, 2014

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 55002:

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sobre o serviço de saneamento, a Lei nº. 10768, de 19 de novembro de 2003, para alterar o nome e as atribuições do cargo de Especialista em Recursos Hídricos, a Lei nº. 11107, de 6 de abril de 2005, para vedar a prestação por contrato de programa dos serviços públicos de que trata o art. 175 da Constituição Federal, a Lei nº. 11445, de 5 de janeiro de 2007, para aprimorar as condições estruturais do saneamento básico no País, a Lei nº. 12305, de 2 de agosto de 2010, para tratar dos prazos para a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, a Lei nº. 13089, de 12 de janeiro de 2015 (Estatuto da Metrópole), para estender seu âmbito de aplicação às microrregiões, e a Lei nº. 13529, de 4 de dezembro de 2017, para autorizar a União a participar de fundo com a finalidade exclusiva de financiar serviços técnicos especializados. Diário Oficial da União, Brasília, 15 de julho de 2020.

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Referências

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