• Nenhum resultado encontrado

Exclusive Stars Books

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Exclusive Stars Books"

Copied!
333
0
0

Texto

(1)
(2)

Exclusive Stars Books

(3)

Eternal Mates

(4)

Olivia acha que é sua noite de sorte quando um fae inconsciente perigosamente bonito acaba em sua mesa de inspeção. Ele é sua chance de se redimir com seu empregador, a organização de caça aos demônios, Arcanjo. Mas quando o alto, escuro e mortal guerreiro

imortal acorda, ela consegue muito mais do que esperava...

Atacada por seu inimigo no reino dos elfos, a última coisa que o Príncipe Loren espera quando ele chega é um lindo anjo que o vigia

com tecnologia médica do reino mortal. Fraco de seus ferimentos, tudo em que ele pode se concentrar é o pulso pulsando em sua

garganta e o doce fascínio de seu sangue.

Uma única mordida revela que ela é sua companheira eterna, desencadeando um vínculo entre eles que vai deixá-lo enfraquecido até que esteja completo... ou quebrado, e puxando Olivia para o fogo

cruzado de sua antiga disputa.

Para proteger seu povo e sua companheira das maquinações de um louco, Loren deve arriscar tudo, trabalhando com Olivia no Arcanjo para encontrar uma maneira de quebrar o vínculo que floresce entre

eles.

Mas Loren será forte o suficiente para colocar o dever antes do desejo e desistir da única coisa pela qual ele esperou milênios e anseia

acima de tudo – sua companheira eterna? E será que Olivia será capaz de resistir ao incrível calor que queima entre eles e à tentação

do beijo de seu príncipe sombrio?

(5)

Olivia nunca tinha visto nada parecido com o espécime masculino na mesa de inspeção à sua frente.

Seu coração disparou. Ela não tinha experimentado essa combinação explosiva de incerteza, antecipação e entusiasmo em um longo tempo, desde que seus superiores a despiram e a enviaram para esta instalação de satélite em Londres, tirando seus privilégios de alto nível e forçando-a a trabalhar no estudo de espécies de demônios e fae já extensivamente pesquisadas. Ainda sentia como se a tivessem tirado de vista, enterrando-a no equivalente de um porão do Arcanjo para puni-la por seu erro. Ela havia perdido toda a esperança de remover a mancha que deixara em seu nome na organização.

Até agora.

O espécime deitado bem na frente dela era sua chance de provar a si mesma novamente, um presente que algum poder superior tinha literalmente despejado em sua porta.

O sangue manchava seu pescoço e espirrava em sua mandíbula, e se agrupava no canto esquerdo de sua boca também, atraindo o olhar de Olivia para os lábios sensuais firmes que a faziam olhar fixamente, perdidos em sua perfeição. Ela piscou fora de seu transe. O tempo era essencial. Ela precisava começar seu estudo antes de seu convidado acordar ou um dos outros médicos pertencentes à instalação invadir e tentar assumir.

Ela apertou as mãos para firmá-las, tirou o gravador digital do bolso do casaco branco e ligou-o. Colocou-o no carrinho prateado, cheio de todo o equipamento que ela achava necessário para completar a inspeção do hóspede inconsciente.

(6)

Olivia puxou um par de luvas de látex e passou os dedos pelos bisturis e ferramentas, colocando um par de tesouras. Fazia muito tempo desde que ela tinha sido capaz de trabalhar em um espécime vivo e ela queria começar fazendo com que seus sinais vitais fossem monitorados.

Ela pegou as tesouras e cortou o meio de sua longa jaqueta preta estilo túnica sangue manchando as luvas creme.

— A amostra parece ter sofrido ferimentos graves, pior do que se pensava, resultando em um alto nível de perda de sangue. — Ela chegou ao final de sua jaqueta e abriu os dois lados para trás. Ela fez uma pausa, seus olhos se arregalando com a impressionante exibição de músculos firmes e tensos sob a pele manchada de sangue e machucada. — O espécime também não está usando nada sob o casaco.

Completamente não profissional dela, mas ela esperava pelo menos algum tipo de camiseta, e ela certamente não tinha previsto um corpo como este. Ela respirou fundo, mentalmente disse a si mesma para ajuntá-lo e cortá-lo ao longo de cada uma de suas mangas. Ela tirou os dois lados de sua jaqueta arruinada para longe do corpo dele e colocou-os na bandeja.

— Lacerações e escoriações múltiplas em seu torso e braços.

Muitas parecem ser marcas de garras. Possível ataque demoníaco. O sujeito usa pulseiras de metal pretas e prateadas combinando em cada pulso. — Olivia abriu os dedos e acariciou as linhas de quatro longas barras sobre o deltóide esquerdo. Ela ofegou. — O espécime tem marcas em seu corpo que não eram visíveis antes da interação com ele.

Olivia seguiu os símbolos com as pontas dos dedos, seguindo-os enquanto formavam uma curva sobre o deltoide até o ombro. Sempre que ela se movia ao longo da linha, mais símbolos apareciam, atraindo seus dedos. Os redemoinhos coloridos e glifos brilhavam através do sangue, manchando-o. Passavam por cima do ombro e sob a clavícula, e de repente ela estava acariciando seu peitoral esquerdo, perseguindo-os enquanto seguiam a forma de seu músculo para baixo

(7)

sobre seu coração e ao redor de seu torso, e então enrolou sob o mamilo para terminar em um ponto há.

Ela nunca tinha visto nada assim. Isso a fascinou. Os que enrolavam em torno de seu deltóide já estavam desaparecendo, desaparecendo em sua pele.

Ela tinha feito o seu negócio para estudar as línguas escritas das fadas e demônios, porque muitos não-humanos traziam marcas como essa e isso tornava mais fácil identificar as espécies do dono. Os Incubi nasciam com linhas de símbolos em sua pele que não apenas mudaram de cor para mostrar seu humor, mas também detalharam sua linhagem, exibindo orgulhosamente sua herança na linhagem paterna. Os símbolos gravados na pele desse macho não eram da linguagem fae comum. Eles eram novos para ela.

— As marcas do espécime parecem limitadas a sua parte superior do tronco. — Ela inclinou-se sobre ele e passou um único dedo pelo peitoral direito e, com certeza, marcas também apareceram ali, refletindo perfeitamente o desenho que ela havia seguido. Olivia usou a tesoura para cortar a cintura de sua calça preta e congelou quando mais marcas brilhavam sobre seu osso ilíaco. — Correção. As marcas do espécime continuam na parte inferior do corpo, notavelmente nos quadris.

Olivia lançou um olhar para frente da calça dele. Se esse homem magro e incomum não usasse uma camiseta, quais eram as chances de ele também não estar usando roupas íntimas?

Ela enrolou os dedos em punhos e sufocou o rubor que rastejou em suas bochechas. Ela tinha visto muitos homens nus durante seus anos como médica e em sua vida pessoal também. Ele era apenas um espécime. Seu olhar percorreu seu belo rosto, absorvendo sua perfeição esculpida. Um espécime muito lindo.

Seu coração batia mais forte e ela revirou os ombros. Ela precisava se controlar. Esta era sua chance. Se ela nunca tivesse visto algo parecido com este homem, então havia uma chance de que os outros cientistas não tivessem empregado o Arcanjo. Todos aqueles

(8)

cientistas que estavam atualmente desfrutando de uma festa na sede, deixando-a como a única equipe médica do prédio. Se ela pudesse documentar tudo sobre esse macho, e descobrir que espécie de demônio ou fada ele era, seus superiores teriam que lhe dar algum crédito, e talvez ela pudesse voltar a fazer o que mais amava - estudar novas espécies.

Então ela tinha que fazer isso. Ele era apenas outro assunto.

Olivia cortou as calças, passando as tesouras em cada perna longa e tonificada. Ela removeu a parte central e engoliu quando seu olhar a traiu, correndo para sua virilha. Sem cueca. Seu rosto ficou vermelho. Oh meu. O homem era construído como um deus com nem um grama de gordura em seu corpo flexível. Todo músculo poderoso.

Ela colocou a tesoura para baixo e tomou outro fôlego antes de tocar as marcas desbotadas em seu quadril esquerdo. Eles se iluminaram novamente e ela os seguiu.

— As marcas do espécime se enrolam em seu quadril para trás.

Não pode-se arriscar mover o espécime sem prejudicá-lo para investigá-lo. Elas passam pela sua... virilha... e depois voltam para se curvar sobre o quadril. — Seu coração fugiu com ela novamente, seu sangue correndo através de suas orelhas. Ela não precisava seguir as marcas até que as que se arqueavam em direção às nádegas aparecessem. Seus dedos roçaram os mais próximos dos cachos escuros ao redor dos genitais e elas apareceram.

Seu quadril se contraiu sob as pontas dos dedos.

Olivia rapidamente puxou a mão para trás e congelou. Ele não se moveu novamente. A respiração que ela estava segurando correu para fora dela.

— Vou prosseguir com o monitoramento dos sinais vitais do espécime. — Ela pegou várias das almofadas usadas como contatos para as máquinas e as enfiou no peito e abaixo das costelas no lado esquerdo. Se ele tivesse uma fisiologia semelhante a um ser humano, como muitas outras espécies de fadas, as chances eram altas de que ela pudesse captar e monitorar sua frequência cardíaca dessa maneira.

(9)

Ela conectou os fios, ligou a máquina e colocou um clipe no dedo indicador. O monitor de frequência cardíaca bipou lentamente, mas todo o resto estava fora das paradas. — A amostra mostra níveis extremamente altos de oxigênio no sangue, além dos parâmetros normais. O que você é?

Ela correu o olhar sobre ele. Ele havia levado uma surra severa antes de o encontrarem inconsciente do lado de fora do prédio, como se alguém quisesse que ele fosse encontrado.

Sable, sua amiga e extraordinária caçadora de demônios, deu uma olhada nele e seu Dom lhe disse que ele não era mortal.

Os caçadores que a ajudaram a trazê-lo acreditaram que ele se arrastara até eles ou se dirigira para as portas deles. Sable não acreditava nisso e nem Olivia.

Nenhum demônio ou fae em sã consciência se colocaria à mercê de Arcanjo.

Não. Alguém havia deixado esse homem na varanda e o deixado lá, querendo que Arcanjo o trouxesse para dentro. Por quê?

Poderia ser uma armadilha e seria apenas a sorte dela se fosse.

— O espécime parece mortal. Marcas em sua pele parecem fae, possivelmente. — Mas elas não capturaram um fae em anos e ele não era nada parecido com o fae que ela havia lido no banco de dados ou visto em primeira mão. — O espécime é do sexo masculino, estimado em 1,86 altura, cento e oitenta a duzentos e vinte quilos. Cabelo preto.

Olivia inspecionou seu estômago, pressionando para sentir seus órgãos. Ele se sentia humano, mas algo sobre ele, algo diferente de suas marcações misteriosas, disse a ela que ele não era. Ela olhou mais de perto as feridas severas em seu estômago e peito.

— A amostra parece ter capacidade de cura avançada. A idade do sangue ao redor das feridas é indicativa de uma lesão recente, mas as feridas em questão já estão fechadas e começam a curar. — Muitas espécies de demônios e fae aumentaram a cura. Ele poderia ser

(10)

qualquer um deles. Olivia cuidadosamente puxou o lábio superior para trás e estudou os dentes. — Sem presas. Caninos parecem normais.

Ela recuou e algo chamou sua atenção. Ela separou as mechas selvagens de seu curto cabelo preto e traçou a pontiaguda ponta de sua orelha. Ele era um demônio? Eles tinham orelhas pontudas.

Olivia pairou sobre ele, olhando para o rosto bonito e manchado de sangue. Ela nunca tinha visto um demônio tão bonito, misterioso ou mortal quanto ele.

Mortal.

Ela podia sentir como uma aura ao redor dele.

Ele era perigoso.

E acordando.

Olivia recuou e pegou o botão de chamada na parede perto da cabeceira da cama. Ela não conseguiu. Seus olhos lentamente se abriram e ela congelou no meio do balanço para o botão, paralisada por eles. Eles eram incríveis. Ela nunca tinha visto olhos como os dele. Suas íris eram o mais incrível tom de roxo.

Seu olhar deslizou em direção a ela, mas ele não se moveu.

— O que você é? — Olivia sussurrou de novo quando seus olhos começaram a mudar, mudando para um tom normal de azul, e então seus ouvidos mudaram também, os pontos embotando até parecerem humanos. Adaptando. Ele estava estudando seu ambiente e ela, e ele estava se adaptando.

Foi incrível.

Fascinante.

Ela baixou a mão para o lado e olhou para ele.

— O espécime parece capaz de se misturar ao ambiente, mudando sua aparência para se esconder.

(11)

Ela nunca tinha visto um demônio fazer isso. Muitos deles faziam isso e ela ouviu as histórias dos agentes de campo, mas nunca tinha presenciado isso.

— Você está sendo mantido em uma instalação segura e nenhum dano chegará até você. — Ela esperava que ele entendesse inglês. Seu olhar azul se estreitou com a testa franzida, trancado em sua boca enquanto ela falava. Talvez ele não a entendesse.

Ele se sentou em um movimento fluido, balançando as pernas sobre a borda da mesa de inspeção, o movimento tão rápido que a assustou e ela disparou para trás, distanciando-se. Seu coração trovejou em sua garganta. Ela deveria ter pressionado o botão de chamada.

Ela deveria tê-lo amarrado.

Estúpida.

Seu olhar disparou para o botão vermelho à sua direita. Ela poderia chegar lá e soar o alarme antes que ele atacasse?

— Onde estou? — O som de sua voz profunda enviou um tremendo fogo através dela. Foi em desacordo com a sua figura ágil. A vantagem disso foi que ela esqueceu o botão de chamada e automaticamente respondeu, porque ele não soava como o tipo de homem que você poderia irritar e viver para contar a história.

— Em uma instalação de pesquisa segura em Londres. — Ela esperava que ele não perguntasse o que ela estava fazendo com ele enquanto ele estava inconsciente, porque agora que ele estava acordado, muito desperto, a sensação de perigo que ele irradiava só tinha se tornado mais forte. Seu tiro em ressuscitar sua carreira doente parecia que ele poderia matá-la se ele não gostasse de nenhuma das respostas às suas perguntas.

Seu olhar azul se moveu ao redor da sala, catalogando tudo, uma vantagem afiada para isso. Estratégias Ele havia se adaptado para se misturar ao seu ambiente e agora estava olhando uma saída.

(12)

— Como você fez isso? — ela disse, incapaz de conseguir sua voz acima de um sussurro. Sua atenção voltou para ela.

— Como eu fiz o que? — Ele definitivamente podia entender sua linguagem.

— Seus olhos... suas orelhas. — Ela apontou um dedo trêmulo para eles.

Ele plantou as mãos na borda da mesa em cada lado de seus quadris e ela lutou para não olhar para baixo. Seu convidado não parecia ter qualquer escrúpulo em estar nu na frente de um estranho.

Ele sentou-se na mesa, franzindo a testa para o equipamento na sala.

Seu olhar ficou preso nos fios ligados às máquinas e ele as seguiu até o peito. Ele levantou uma sobrancelha negra e puxou as almofadas pegajosas de seu corpo.

— Estranho perguntar-me como e não por quê. — disse ele finalmente e olhou para ela através de seus longos cílios negros, seus olhos azuis segurando um vislumbre de curiosidade.

— Eu sou uma médica... uma cientista. — Ela puxou o peito de seu longo casaco branco, chamando sua atenção para ele.

Ele olhou para ela e depois de volta ao redor da sala. Seu olhar permaneceu na bandeja de ferramentas à sua esquerda, estreitou-se e depois deslizou para ela. Uma ameaça. Ela tinha experiência suficiente do mundo para saber quando alguém a ameaçava silenciosamente. Ele não pretendia usar os bisturis e outros implementos nela. Não. Ele pretendia avisá-la de que, se ousasse tentar usá-las, ela sairia pior.

Olivia levantou as mãos na frente dela. — Escute, só estou curiosa sobre sua espécie e as coisas que você pode fazer. Eu queria te ajudar.

Ele fez uma careta e seu aperto na borda da mesa apertou até que seus braços tremiam. Ele soltou palavras escuras em uma língua estrangeira e empalideceu ainda mais. As bordas de suas íris ficaram roxas.

(13)

O monitor cardíaco ainda ligado ao dedo dele ficou louco. Ele fez uma careta para a máquina e tentou se mover para tirar o clipe. Suas mãos tremiam violentamente.

— Você não está bem. — Olivia estendeu a mão para firmá-lo, instinto dizendo a ela para ajudá-lo. Ela pegou os braços dele e ofegou.

Ele estava queimando, tremendo sob seus dedos, sua pele pegajosa.

— Precisa de descanso.

— Eu vou ficar bem... com um pouco de líquido. — Dor rangia em sua voz profunda e ele engoliu em seco.

— Eu não sabia o que dar a você. — Olivia pressionou a palma da mão contra a testa dele. Uma febre? Isso fazia parte de seu processo de cura ou sua condição estava se deteriorando? — Eu não tinha certeza do que iria prejudicar ou ajudá-lo.

Ele se inclinou para frente e sua respiração bateu sobre o pescoço nu dela. Ela estremeceu, uma onda quente varrendo através dela.

— Eu sei que líquido eu preciso. — ele sussurrou baixo, sua voz mal lá e provocante, mexendo calor espontâneo em suas veias e acelerando seu pulso.

— Diga-me e eu vou buscá-lo. — Ela tentou se afastar e as mãos dele subiram, os dedos se fechando firmemente ao redor de seus braços.

— Oh, você já tem.

Ele bateu com força no lado esquerdo de sua garganta e seus olhos se arregalaram. Choque roubou seus sentidos por um segundo antes que a realidade voltasse. Ele estava mordendo ela. Ele estava bebendo o sangue dela. Memórias sombrias subiram para a superfície e ela lutou contra ele, lutando como uma coisa selvagem. Ela não deixaria isso acontecer com ela novamente. Ela empurrou seu peito, arranhando suas unhas curtas, e bateu suas mãos contra ele, golpeando o mais forte que podia.

Ele puxou-a contra seu peito, enjaulando-a ali, os braços de aço em suas costas, imobilizando os dela entre seus corpos. Ela se

(14)

contorceu, desesperada para escapar dele, medo de bater nela e fazer seu coração gaguejar. Ele ia bebê-la até a morte.

Lágrimas escorriam por suas bochechas e sua cabeça girava, tontura ameaçando puxá-la para baixo na escuridão.

— Por favor. — ela sussurrou, sem fôlego e fraca, mal se agarrando à consciência quando seu pânico e medo a dominaram. — Solte-me... não me mate.

Ele imediatamente puxou suas presas de sua garganta e ela amoleceu, apenas seus braços ao redor dela a mantendo em pé. Seu coração batia descontroladamente contra as palmas de suas mãos, forte quando o dela era fraco, uma coisa tímida que mal conseguia bater.

Olivia conseguiu encontrar forças para olhar nos olhos dele.

Eles eram diferentes novamente, ametista e deslumbrante. Ele vacilou e brilhou, disse algo que ela não ouviu sobre o cheiro de sangue em seus ouvidos. Orelhas. Suas apontavam agora, mais do que antes.

Todas as suas marcações estavam brilhando também, coloridas e lindas.

Olivia arrancou a mão direita e levantou-a distraidamente, a ação parecia durar para sempre. Ela tocou seus lábios ensanguentados e eles se separaram para revelar suas presas. O sangue dela. Ele havia roubado o sangue dela. Sua cabeça girava e girava, a sala branca brilhante girando com ela. Ele falou novamente, sua linda boca movendo-se contra a ponta do dedo. Ela olhou atordoada para ele, cativada, perdida, sentindo-se não muito bem na presença deste homem.

Ele continuou a segurá-la, embalando-a contra seu corpo, mantendo-a em pé, e olhou em seus olhos. Ele brilhava com algo que ela não conseguia decifrar através da neblina em sua mente. O nevoeiro recusou-se a levantar-se e separar-se, mesmo agora que a sua força começava lentamente a voltar.

(15)

Olivia roçou a ponta de uma de suas presas com a ponta do dedo.

Ele permaneceu muito quieto e ela teve o sentimento mais estranho que ele estava deixando ela o ver assim.

— Você não é... como qualquer vampiro... eu tenho visto. — Suas palavras nadaram em sua cabeça, desarticuladas. Ela estava fazendo sentido para ele?

Seus lábios se curvaram.

— Não sou um vampiro. — ele sussurrou e a puxou para mais perto, e seu olhar permaneceu em sua boca. Decadente. Profano. Uma boca feita para beijar. Ela queria beijá-lo. Olivia se sacudiu. Foi apenas a perda de sangue falando. Ele franziu a testa, um lampejo de preocupação em seus olhos roxos, e então sua expressão voltou a ser guardada. — Talvez eu seja um antepassado dessa espécie.

Ele se inclinou e ela não resistiu a ele. Sua bochecha roçou a dela, mais fria agora, e ele lambeu sua garganta. A suave varredura de sua língua sobre sua carne enviou um arrepio através dela e o calor dolorido retornou, fazendo sua pele se sentir muito apertada.

Ela se perdeu novamente naquela carícia, cada golpe de sua língua aumentando sua temperatura em mais dez graus, até que ela estava queimando por dentro.

Suas palavras nadavam em torno de sua mente nebulosa.

— Antepassado. — Ela franziu a testa e o nevoeiro começou a levantar, trazendo consigo muitas perguntas, todas elas centradas em torno do homem lindo segurando-a contra seu corpo nu, lambendo sua garganta. — Quantos anos você tem?

Ele levantou a cabeça e olhou nos olhos dela.

Alarmes gritaram e o quarto girou em um borrão através de seus olhos, e de repente ela estava atrás dele, seu traseiro contra a mesa de inspeção vazia, e ele estava na frente dela. Ele alcançou atrás de si e agarrou o braço dela, puxando-a para mais perto de suas costas.

Inferior. Oh meu. Ela olhou para ele, culpando a perda de sangue por sua falta de vergonha. Ele tinha um bom traseiro. As marcas iam acima

(16)

dele, encontrando-se em sua espinha e subindo pelas costas até os ombros.

Ela estendeu a mão para tocá-las.

As portas se abriram e o homem a puxou para mais perto, esmagando-a contra suas costas. Ela olhou por ele, tocando-o esquecida. Dois homens estavam lá e ela não reconheceu nenhum deles.

Os homens com quem ela trabalhava não usavam armadura preta como esses homens. Era como uma segunda pele em seus corpos, cobrindo-os do maxilar ao dedo do pé. Seus capacetes foram formados para cobrir todos, exceto um V, através de seus olhos e se ergueram em dois chifres semelhantes a dragões. Ela engasgou quando a parte que se abaixou para esconder o nariz e a boca se abriu, cada ripa deslizando por baixo da próxima.

O homem que a protegia disse algo em sua língua estrangeira.

Olivia se apertou contra as costas dele e olhou as ferramentas a poucos metros de distância dela. Um bisturi não era uma arma, mas seria suficiente em uma emergência. Esta foi definitivamente uma emergência.

Esses eram os homens que haviam machucado o que estava na frente dela?

Os alarmes continuaram a soar e ela rezou para que os caçadores residentes a alcançassem antes que fosse tarde demais e esses homens atacassem.

Ela mergulhou para a bandeja de ferramentas, mas não foi rápida o suficiente. O homem agarrou seu pulso direito e a puxou de volta para ele, a rapidez da ação era demais para ela em sua condição enfraquecida. Suas pernas cederam e ela bateu no chão pálido da sala médica, sua mão esquerda pegando o carrinho e o enviando para o chão.

Um dos outros homens falou.

Na mesma língua que seu espécime.

(17)

Ele atendeu e ela olhou para ele, de mãos e joelhos no chão. Os homens pressionaram as mãos contra o peito em uma espécie de saudação. Eles estavam com o espécime dela. Aqui para tirá-lo dela.

Ele estendeu a mão para ela e vozes soaram do lado de fora no corredor. Os dois homens correram para frente para agarrá-lo. O macho rosnou algo escuro e olhou para ela com olhos roxos marcantes que falavam de raiva, confusão e arrependimento.

E desapareceu em um breve lampejo de luz violeta e azul que deixou um esboço bruxuleante dele por trás que durou apenas um segundo.

Olivia olhou para o espaço onde ele e os dois outros homens estavam, piscando devagar, tentando entender o que acabara de acontecer.

Caçadores correram para o quarto, sua amiga Sable liderando o ataque. Ela correu para Olivia e ajudou-a a se levantar. Ele queria fazer isso. Ele tentou protegê-la de homens que claramente o serviam.

Olivia descansou contra a mesa de inspeção, confusa e tonta.

O que era ele?

Ela puxou a gola do casaco branco para esconder as marcas que ele havia colocado em sua garganta, os dedos demorando-se sobre elas.

Ele tinha mordido ela, mas disse que ele não era um vampiro. Um antepassado dessa espécie.

Olivia virou a cabeça e olhou para os restos de sua roupa, repetindo tudo o que acontecera depois que ele a mordera. Ele cuidou dela, selou as marcas de furos e depois a protegeu.

E então ele estendeu a mão para ela.

Ela tinha a estranha ideia de que ele pretendia levá-la com ele e ficou com raiva porque a chegada dos caçadores o impediu de fazê-lo.

— Você está bem? — Sable inclinou-se na frente dela para chamar sua atenção, seus olhos dourados brilhando de preocupação.

(18)

Olivia se concentrou em sua amiga e assentiu.

Mentiu.

Ela não se sentia bem.

Ela não tinha certeza se ela iria se sentir bem novamente.

Não até que ela soubesse o que ele era.

Não até que ela o visse novamente.

Não até que ela lhe desse o inferno por tê-la mordido.

(19)

Loren enrolou seus quadris, dirigindo-se ao corpo flexível da fêmea, arrancando outro gemido doce de seus lábios. Seus dedos emaranharam em seus cabelos negros e ela o beijou, sua boca quente e provocante, sua língua varrendo a dele. Ele assumiu o controle do beijo, dominando sua boca e forçando-a a se submeter. Sua língua dançou com a dele, seus lábios macios e flexíveis, seu gosto viciante.

Ele pegou a nuca dela com uma mão e segurou-a no lugar, tomando sua boca quando ele tomou seu corpo, seu beijo tão agressivo quanto seus impulsos.

Seus pés se apertaram contra seu traseiro, um apelo silencioso por mais, e ele agarrou seus quadris, arrastou-a para a borda da mesa com tampo de borracha preta e a bombeou com mais força, empurrando o mais fundo que pôde. Ela inclinou a cabeça para trás, fazendo as ondas suaves de seu cabelo castanho se derramarem ao redor de seus ombros, um olhar lindamente selvagem em seus ricos olhos castanhos. Loren rosnou e a levou mais forte, impulsionado pela necessidade de reivindicar tudo dela. Ele grunhiu com cada impulso, cada encontro de seus quadris, perdido em quão quente e úmida ela estava, firmemente enfiando-o e deixando-o louco com a necessidade de mais.

Um fino brilho de suor escorria suas bochechas coradas e manchava seus seios nus, algumas gotas se acumulando em seus mamilos frisados.

(20)

Outro grunhido escapou dele. Ele queria provar esses brotos requintados enquanto a levava.

Ele se inclinou sobre ela, pressionando-a para baixo na mesa e subindo acima dela sem quebrar seu ritmo. Seu casaco branco se separou, caindo longe de seu corpo e revelando tudo para seus olhos famintos. Ele rosnou possessivamente e se abaixou para reivindicar seu mamilo esquerdo, puxando o seixo duro em sua boca. Ela choramingou, agarrou seus ombros e enfiou os dedos pelos cabelos dele, segurando- o contra ela. Seu corpo apertou o dele, puxando-o mais fundo, aumentando seu prazer quando ele empurrou nela com golpes longos e medidos, sentindo toda ela.

Loren ainda precisava de mais. Não foi o suficiente. Ele precisava saber que ela era dele e ela sabia disso.

Ela balançou os quadris, contrariando seus movimentos, levando- o tão fundo quanto seu corpo permitiria. A ponta de seu comprimento atingiu profundamente dentro dela e ele retirou quase todo o caminho para fora dela antes de mergulhar de volta, golpeando-a novamente.

Ele gemeu e enrolou as mãos ao redor dos ombros dela, colocando seu peso nos cotovelos. Ele a arrastou contra ele com cada impulso de seus quadris, desesperado por mais, precisando levá-la mais duro e mais profundo, arruinando-a para todos os outros machos. Suas pernas tremeram, mas ele não parou. Não podia. Ele queria possuí-la. Ele queria carimbar sua marca em cada centímetro dela.

Loren bateu mais forte nela, fazendo-a senti-lo, querendo que ela soubesse que ela era dele agora.

Ela gemeu e arqueou seus seios em sua boca, e ele chupou mais forte em seu mamilo, provocando-o com seus dentes contundentes enquanto continuava a dirigir dentro dela, implacável e duro, incapaz de ignorar sua necessidade de levá-la tão completamente que nunca iria querer outro macho e nunca o esqueceria. Ele suavemente mordeu seu mamilo e seu gemido rouco passou direto por ele. Suas presas desceram em resposta e ele levantou-se novamente, apoiando-se sobre ela enquanto ele mergulhava nela, trazendo-a para seu clímax com golpes implacáveis e selvagens. Ela balançou a cabeça e arqueou

(21)

para cima, seu corpo apertando ao redor do dele, arrancando um gemido de sua garganta. Seus pés pressionaram em suas nádegas, forçando seu comprimento duro nela cada vez que ele se retirou. Seus olhos escuros lhe pediram mais, seu fôlego gemia seu guia, dizendo-lhe que ela estava perto.

Loren queria sentir o clímax junto.

Seus lábios se soltaram de suas presas e ela obedeceu, virando a cabeça para um lado, revelando as marcas que ele havia colocado nela antes, neste mesmo laboratório. Ele bateu duro novamente, enterrando suas presas em sua carne macia e quente e puxando com força seu sangue. Ela gritou e seu corpo estremeceu ao redor dele, seu prazer correndo nele através de seu sangue, trazendo-o ao clímax. Ele estremeceu e se sacudiu, rosnou dentro dela quando gozou, bombeando sua semente em seu núcleo quente quando ele puxou seu sangue em seu corpo.

Loren se levantou na cama, respirando com dificuldade e tremendo, seus sentidos se recuperando com o intenso prazer que fervia em suas veias. Seu pênis doía, o roçar das mantas de seda se acumulava ao redor de sua agonia na cintura contra sua carne sensível.

Ele esfregou a palma da mão e o calor atravessou-o, varrendo para fora com a virilha no epicentro. Ele gemeu e caiu de costas na cama, lutando para recuperar o fôlego.

Fazia dois dias desde que ele acordara cativo de uma organização mortal e tomara o sangue da fêmea. Toda vez que ele fechava os olhos para dormir e acelerar a cura, ela estava lá esperando por ele em seus sonhos.

Sonhos eróticos, intensos e incríveis.

Loren se espalhou novamente e então arrastou a mão para longe.

Ele estava apenas convidando os sonhos se desse prazer a si mesmo por causa deles. Ele enfiou as mãos sob os travesseiros macios sob sua cabeça, enjaulando-os ali, e olhou para o teto de madeira de seus aposentos.

Por que ele não conseguia tirar sua mente dela?

(22)

Ela o assombrava a cada hora e a cada um dormindo, enchendo sua cabeça com pensamentos que o faziam necessitado e dolorido, duro em alguns momentos extremamente inapropriados.

Loren sinceramente esperava que suas roupas tivessem ocultado a ereção que ele ostentara durante uma reunião do conselho. Ele se recusou a ir embora, arrastando sua mente pela sarjeta, fazendo-o imaginar pegando a fêmea ali mesmo em seu trono. Ele não ouvira uma palavra que seus conselheiros de confiança haviam dito quando o repreendiam gentilmente por sua falta de cautela que o levou a ser ferido e deixado à mercê dos caçadores de demônios.

Ele esfregou a mão pelo rosto e, em seguida, enfiou os dedos pelo cabelo preto, puxando-o com força o suficiente para doer.

Ele não experimentara a luxúria em quarenta e dois séculos, não desde que entrara em guerra com o irmão. Ele também não tinha pensado em outra coisa senão Vail e sua guerra naquele tempo. Ele não gostou. Ele precisava se concentrar em seu irmão agora que ele ressurgiu do esconderijo.

A procura de seu irmão ocupara a maior parte de seus dias desde que a guerra começara. Vail se camuflou, tornando impossível para Loren encontrá-lo através do vínculo entre o sangue deles, então todas as buscas tinham que ser feitas manualmente, usando batedores e seu exército cada vez menor para acompanhar os rumores e encontrar pistas.

Seu irmão tinha ido embora sem deixar vestígios, pistas ou boatos para seguir por quase quatro séculos.

A guarda de Loren tinha caído três noites atrás quando caminhava pelos terrenos do castelo, precisando do espaço de seus ajudantes para que ele pudesse pensar. Vail o havia derrotado antes mesmo que ele conseguisse reunir seus sentidos e começar a defender e retaliar.

De alguma forma, ele acabou no reino mortal. Vail estava lá agora?

(23)

Isso enervou Loren. Vail nunca tinha levado sua batalha para o reino mortal e o conselho estava preocupado que ele pretendia revelar a existência de sua espécie para os humanos.

O povo de Loren já era baixo em número, enfraquecido por ataques resultantes dos planos nefastos de seu irmão ao longo dos séculos. Ele não tinha certeza se sobreviveriam se os mortais descobrissem um caminho para esse reino e enviassem seus exércitos.

O conselho estava usando este último ataque, e uma tentativa quase bem-sucedida contra a vida de Loren, para forçá-lo a concordar em abandonar suas tentativas de capturar Vail e acabar com ele. Loren fechou os olhos, seu peito doendo com o pensamento de matar seu irmão, sua única família. Ele ainda estava convencido de que Vail poderia ser salvo, mas ele era o único que se sentia assim. Todos os outros, mesmo seu segundo em comando, Bleu, acreditava que Vail era um tirano e merecia morrer em troca das vidas que ele tinha tomado no campo de batalha, tanto por suas próprias lâminas quanto por táticas dissimuladas.

Loren tinha um dever para com o seu povo.

O conselho teve grande prazer em lembrá-lo disso e Loren nunca poderia argumentar contra isso. Seu dever era para com o seu povo e ele faria todo o possível para protegê-los.

Até matar o irmão dele.

Ele não tinha certeza se tinha forças para fazer isso. Sempre que ele via Vail, ele queria capturá-lo e levá-lo para casa. Ele queria salvá-lo e ele hesitou por causa disso, permitindo que seu irmão escapasse.

Agora, Loren temia que fosse um sonho tolo e que ele vivesse para ver seu reino cair e seu povo sofrer por causa de seu amor por seu irmão.

Por causa de sua incapacidade de colocar seu povo diante de sua única família.

O conselho não estava no campo de batalha para ver o que ele testemunhou. Sempre que ele encontrava Vail em batalha, eles davam

(24)

um ao outro golpes, mas sempre sentiam como se estivessem brincando uns com os outros, nenhum deles desejando a morte do outro.

Os tempos em que as mulheres de Vail estavam presentes eram diferentes. A bruxa estivera presente em muitas de suas lutas ao longo dos séculos e, a cada vez, Vail era um homem selvagem, concentrado e determinado. A visão de seu irmão assim deixou Loren com a sensação de que seu irmão havia perdido completamente a cabeça.

Sempre que tinham cruzado espadas sem Kordula presente, Vail ainda parecia enlouquecido, mas não selvagem ou irracional. Ele voou entre atacar e recuar, como se estivesse dividido entre eles, sua mente dividida em dois.

Loren soltou um suspiro e apertou a ponta do nariz.

Ele ainda doía. Não mais a dor da excitação. As feridas em seu corpo estavam curando, mas doloridas, um lembrete persistente de que Vail era perigoso e quase o matara dessa vez.

Porque agora?

Ele não conseguia se lembrar de tudo o que havia acontecido.

Havia peças faltando e ele teve um forte desejo de voltar para a médica e terminar de descobrir como ela havia se deparado com ele.

Não é uma ideia sensata.

O senso comum alertou que ele realmente queria voltar para ela, porque ele tinha outro impulso forte, aquele que ocupou seus sonhos e fez com que ele se levantasse sob os lençóis novamente.

Loren se sentou e mudou as pernas sobre a borda esquerda do colchão expansivo. Ele tirou os lençóis roxos escuros e se levantou da cama, espreguiçou-se e tentou ignorar o quão duro ele estava novamente. Não adiantava. Ele havia ignorado por dois dias e não iria embora até que ele encontrasse a liberação. Muitos em sua corte sugeriam encontrar uma fêmea para se aliviar, mas ele não queria uma estranha em sua cama, uma fêmea que estaria lá sob ordens, sem dúvida, cumprindo seu dever pelo reino.

(25)

Ele não se deitou com uma mulher desde muito antes de ter entrado em guerra com Vail. Ele não ia começar agora. Ele queria sua ki’ara . Sua fêmea predestinada. Ele queria aquela destinada a ser sua para sempre.

Ele atravessou a sala, indo em direção ao arco à sua direita, além do guarda-roupa que se alinhavam do lado oposto da parede à sua cama. Seu banheiro tinha metade do tamanho do seu quarto, toda a pedra escura no chão e nas paredes. Um lindo lustre de cristal estava pendurado acima da piscina que ficava no chão. Os cristais brilhavam em cores diferentes, lançando-os ao redor da sala.

Loren se inclinou e passou a mão pela água na grande piscina quadrada. Estava morna. Ele desceu e afundou sob a superfície, prendendo a respiração e deixando a água aquecer cada centímetro dele. A luz colorida ondulava e dançava através da superfície acima, e uma sensação de paz fluia através dele. Quando a necessidade de respirar tornou-se urgente, ele rompeu a superfície e foi para o lado da piscina mais próxima de seu quarto. Ele se recostou e fechou os olhos, descansando a parte de trás de sua cabeça na borda.

Pensamentos da fêmea instantaneamente invadiram a escuridão por trás de seus olhos fechados. Loren se concentrou no calor que o rodeava e em como ele se sentia calmo enquanto estava sob a superfície, tentando excluí-los. Seu pênis doía novamente, rígido sob a água. Loren também ignorou isso. Ele iria absorver para aliviar seus músculos cansados e corpo dolorido, e então ele se levantaria e se vestiria, e falaria com Bleu.

A fêmea voltou a dançar em sua mente, vestindo o casaco branco partido e muito pouco abaixo. Ele a imaginou em pé na frente dele, na beira da piscina, seus olhos castanhos escuros de desejo enquanto ela os arrulhava sobre ele.

Ela inclinou a cabeça para um lado e correu os dedos pelo peito, circulando seus seios com eles, deslocando os dois lados do casaco branco e piscando seus mamilos escuros. Ele gemeu e ela sorriu, prendeu os dedos no casaco e abriu-o devagar, revelando tudo para os

(26)

olhos dele. Deixou o material deslizar pelo corpo e se acumulou em volta dos pés descalços, e depois entrou na água.

Loren engoliu em seco, paralisado por ela enquanto ela caminhava em direção a ele, seus quadris balançando com cada passo vagaroso, provocando-o.

Ele correu os braços ao longo da borda da piscina, esperando por ela.

A fêmea parou diante dele e ele estendeu uma mão para ela. Ela deslizou a dela para ele e ele a atraiu para ele. Ela apertou um joelho ao lado de sua coxa e montou ele. Loren engoliu novamente e aliviou mais baixo na água, agarrou seus quadris, e a colocou em posição acima de seu comprimento duro.

A cabeça dele cutucou sua bainha quente e ela gemeu, abaixando-se sobre ele, levando-o profundamente. Loren agarrou seus quadris e gemeu quando ele a ergueu e depois a trouxe de volta, dando um passo lento desta vez. Ela segurou seus ombros, fazendo com que suas marcas brilhassem, e começou a cavalgá-lo, assumindo o controle de seu amor. Loren deixou-a, deitando-se e apreciando a sensação de ela levá-lo em seu corpo, apertando-o e liberando-o, fazendo-o cair debaixo dela. Ela sorria sempre que ele empurrava para cima, incapaz de se conter, e o montava mais e mais rápido, até que ambos estavam ofegando e gemendo, perdidos no momento.

Ela arqueou para trás e gritou sua libertação. A sensação dela tremendo ao redor dele o puxou para a borda. Ele rosnou quando ele agarrou seus quadris, bateu nela sobre ele, e se derramou, o prazer correndo em suas veias e roubando seus sentidos. Respirou com dificuldade, tentando se abaixar, as coxas tremendo.

Loren não queria abrir os olhos.

Ele não queria testemunhar o resultado dos atos eróticos de seus sonhos se tornando fantasias que invadiram suas horas de vigília também.

Loren afastou a mão de seu comprimento ainda latejante, alcançou a água e puxou a corrente sobre a grande pedra que cobria o

(27)

fundo. A água imediatamente começou a descer pelo ralo. Saiu da piscina, se enxugou com um quadrado de tecido roxo e grosso e rosnou com a falta de autocontrole.

Ele caminhou silenciosamente pelo chão de pedra escura até os elegantes guarda-roupa que revestiam a parede de seu quarto, secando o cabelo ao mesmo tempo. Todas as oito portas eram de madeira preta decorada com uma incrustação feita de pedras preciosas e conchas, representando dragões e sua espécie, vivendo em harmonia com todos os reinos. A vida tinha sido assim uma vez, milhares de anos atrás. Agora, muitos dos reinos demoníacos o queriam morto, culpando-o e a seu povo pelos ataques cruéis de seu irmão contra suas aldeias.

Apenas o primeiro e o segundo reino do demônio impediram que os outros cinco destruíssem suas terras e matassem seu povo. Ele havia assinado um tratado de paz com eles há mil anos. Os reinos não toleraram qualquer demônio individual de fora de seu reino passando por ele sem permissão, muito menos um exército.

Tirou um par de calças pretas e apertadas, prendeu-as nos quadris e enfiou os pés descalços nas botas de montaria de couro preto.

Suas marcas se abriram, uma sensação quente e arrepiante que sempre o fez tenso. Elas tinham feito isso com muita frequência desde que ele tirou sangue da fêmea, perturbando-o.

Não foi a única anomalia.

Ele não estava se curando tão rapidamente quanto deveria.

Foram dois dias. Suas feridas já deveriam ter desaparecido, mas elas se demoraram e ele se sentia mais fraco do que de costume. O ataque de seu irmão foi severo, mas ele tirou sangue da fêmea e bebeu sangue armazenado desde que voltou ao seu mundo. Ele havia comido também, devorando os pratos de legumes e frutas nutritivos que Bleu o havia pressionado a consumir, mesmo quando não sentia fome. Ele deveria ter curado ontem.

Talvez ele precisasse de mais sangue.

(28)

Loren passou os dedos pelos cabelos negros e úmidos e atravessou o amplo quarto. A luz do dia entrava pelas janelas altas e arqueadas que se alinhavam à parede à sua direita, onde ficava sua cama. Alguém estivera enquanto ele descansava e abria as portas gêmeas que davam para a sacada. Uma brisa varreu através deles, despenteando as cortinas azuis, carregando o perfume das flores.

Parou no comprido gabinete baixo preto que cobria o lado mais curto do quarto e abriu uma das portas. Alguém também tinha enchido a geladeira. Os pequenos recipientes de metal triangular de sangue na caixa de pedra escura cheiravam fracamente a Bleu. Loren sorriu para si mesmo e pegou uma das latas.

Bleu ficou furioso com ele quando veio buscá-lo no laboratório da médica. Loren recebera mais do que um sermão. Bleu praticamente o repreendeu, parecendo muito com a mãe que Loren havia perdido quase cinco mil anos atrás.

Seu segundo no comando nunca aprendera como expressar seus sentimentos. Sempre que ele estava preocupado, ficava com raiva.

Loren apreciou a preocupação de seu amigo, porém, e que ele conseguiu rastreá-lo até o mundo mortal antes que os humanos tivessem, bem, ele ainda não tinha certeza de qual era a intenção deles.

Estudando ele.

A fêmea disse que desejava estudá-lo.

Ela desejara ajudá-lo.

Loren gemeu com a lembrança do que ele fez depois disso. Ele a havia mordido. Ele se sentiu fraco e trêmulo, prestes a desmaiar da dor de seus ferimentos. Foi instinto. Ela cheirava divina e estava tão perto dele, tão quente e bonita. Ele não tinha sido capaz de se conter.

Ele puxou a tampa da lata e rapidamente engoliu o conteúdo. Ele fechou a porta do armário e colocou a lata vazia no topo, e atravessou a sala, passando a sua cama e indo para as portas duplas além deles que se estendiam a seis metros de altura. O tecido azul-claro acariciava seu torso nu enquanto se movia pelas cortinas. O sangue iria chutar em breve e então ele se sentiria melhor.

(29)

Seu estômago apertou, a dor vibrando através de seu corpo. Ele estendeu a mão e agarrou a porta à esquerda, agarrando-a por apoio.

Algo estava errado. Ele deveria estar ficando mais forte, mas sentia como se estivesse ficando mais fraco.

Os olhos de Loren se arregalaram e ele segurou seu estômago, lutando contra uma onda de náusea.

Dedos frios dançaram pela espinha dele, gelando o sangue em suas veias.

A fêmea era mais que uma fonte de sustento. Ela era diferente.

Não apenas um humano normal. Ela sabia disso? Vail?

Loren tinha uma sensação terrível de que seu irmão sabia.

Ki’ara.

Seus joelhos enfraqueceram. Ela não podia ser. Não era possível que a médica humana fosse sua fêmea predestinada. Sua ki’ara.

Loren rosnou, sua frustração levando a melhor sobre ele. Ele queria encontrar sua ki’ara por quase cinquenta séculos, mas ele não precisava disso agora e certamente não precisava que ela fosse membro de algum tipo de organização de caça aos demônios.

Garras geladas deslizaram por suas costas novamente e se enrolaram ao redor de seu coração.

Ele temia que não fosse o destino que o trouxera junto com sua companheira eterna agora.

Era o irmão dele.

Ele precisava saber exatamente o que aconteceu na noite em que a conhecera.

Loren se afastou da porta e tropeçou através do quarto, apontando para a cama. Ele teve que ser cuidadoso embora. Se ele estivesse certo, e ele tivesse ligado a fêmea a ele, retornando a ela poderia não ser um movimento sábio.

(30)

Os machos ligados podem se tornar extremamente agressivos e perigosos na presença de suas fêmeas.

Vail era prova disso.

O vínculo completo com a bruxa das trevas o mudou e Loren teve certeza de que era responsável pela loucura de seu irmão e sede de violência. Se ele tivesse dado o primeiro passo para se ligar à médica, ele não podia se dar ao luxo de deixar que isso mudasse, já que mudara seu irmão mais novo. Ele nunca poderia completá-lo, não importando quanto tempo ele tivesse esperado por sua ki’ara. O destino de seu povo estava em seus ombros.

Ele precisava encontrar uma maneira de quebrar o vínculo frágil.

Se ela fosse sua ki’ara.

Havia uma maneira de descobrir.

Se ela fosse, ele seria capaz de usar o vínculo entre eles para localizá-la. Seus joelhos bateram no colchão e ele desabou de frente e rolou de costas.

Loren fechou os olhos e focou, voltando seus pensamentos para dentro, para a fêmea e seu sangue. Ele encontrou um fino fio dela dentro dele e segurou-o, usando suas habilidades psíquicas para realçá-lo, até que se transformou em uma fita mais grossa de cores que giravam como suas marcas, iridescentes e bonitas. Sua respiração ficou difícil, a força necessária para usar suas habilidades o enfraqueceu ainda mais. Um quarto brilhou em sua mente, um lugar com paredes creme e móveis marrons e tecnologia que ele nunca tinha visto antes.

A fêmea entrou em vista, vestida com seu longo casaco branco e calças escuras apertadas abaixo dele, seu cabelo castanho enrolado em um nó na parte de trás de sua cabeça.

Loren se levantou e desejou que seu portal pessoal aparecesse.

A luz violeta e azul perseguia seu corpo, delineando-o, e ele ordenou que o levasse para a fêmea.

(31)

Ele apareceu atrás dela em seu pequeno apartamento. Ele tinha estado neste edifício antes. Cheirava familiar. Ela morava no lugar onde trabalhava.

Ele queria falar com ela aqui, onde coisas familiares a cercariam e ela não se sentiria ameaçada, mas ele não podia arriscar que ela levantasse o alarme.

Loren agarrou-a por trás e cobriu a boca com a mão. Ela instantaneamente começou a se contorcer em seus braços, esfregando as costas contra a virilha dele, reacendendo o desejo que ele mal conseguira prender em sua sala de banho. Ele cerrou os dentes e enjaulou-a contra o corpo, e se obrigou a voltar ao portal em seu quarto.

No momento em que seus aposentos apareceram ao redor dele, ele a soltou e ela virou-se e bateu com o punho na boca dele.

Loren tropeçou e caiu de costas, o impacto com a pedra fria sacudindo sua espinha.

Sua mulher estava em cima dele, um brilho ardente em seus olhos escuros, seus lábios comprimidos em uma linha fina de fúria.

Ela era bonita.

Mas ela nunca poderia ser dele.

Não importa quanto tempo ele esperou por ela, sonhava em ter sua ki’ara, ele tinha que fazer a coisa certa para variar. Ele tinha que colocar seu povo em primeiro lugar e ele teve que derrotar seu irmão.

Havia apenas uma maneira de ele ser forte o suficiente para lutar e matar Vail.

Ele olhou para a mulher elevando-se sobre ele, seu coração batendo em sincronia com o dela, seu corpo enfraquecido pela conexão incompleta.

Ele tinha que encontrar uma maneira de quebrar seu vínculo e deixá-la ir.

Ele tinha que sacrificar seus sonhos.

(32)

Os nós dos dedos de Olivia queimavam.

O homem que ela plantara em seu traseiro não parecia ter sofrido muito dano com o golpe. Ela tinha a sensação de ter causado mais dor do que ela infligiu nele. Ela ficou de pé ao lado dele, deixando que ele visse toda a extensão de sua raiva em seus olhos. Demorou um pouco mais de dois dias desde que ele tentou tirar um pedaço de sua garganta e sua fúria por causa disso não caiu de uma fervura para frio. As feridas gêmeas em seu pescoço ainda estavam doloridas, irritando-a, uma lembrança constante do que ele havia feito.

Ela havia pensado em como essa reunião iria muitas vezes ao longo das últimas cinquenta horas, considerando todos os cenários, mas ela nunca imaginou que isso realmente aconteceria e ela o veria novamente.

Ela definitivamente nunca imaginou que ele iria sequestrá-la de seu apartamento.

Onde diabos ela estava?

Seu olhar correu entre ele e o quarto, tentando absorver tudo sem lhe dar uma chance de atacá-la de surpresa.

Se ele tentou algo engraçado, ela estava apontando para baixo e com o pé. Ele era anatomicamente semelhante a um homem humano e

(33)

isso significava que ela poderia lhe dar um golpe que ele definitivamente sentiria, tudo sem causar uma única gota de dor.

A sala à sua volta era escura e sombria, as paredes e o chão de pedra que beiravam o negro, e o teto feito de uma espécie rica de madeira. As janelas arqueadas em intervalos ao longo da parede à sua direita e a alta porta em arco a poucos metros atrás dela na mesma parede deixavam entrar uma grande quantidade de luz. O mundo lá fora era brilhante. Muito mais brilhante do que deveria ter sido. Ele a levara na calada da noite. Eles estavam do outro lado do mundo agora?

O homem levantou-se do chão e ela recuou um passo, brandindo os punhos na frente dela. Ele levantou uma sobrancelha para ela e esfregou a boca com as costas da mão, seus olhos roxos escurecendo.

Ela conhecia aquele olhar. Ela o irritou. Não o que ela pretendia fazer, mas era satisfatório mesmo assim.

— Você tem muita coragem, senhor. Você toma liberdades com meus fluidos vitais e depois me sequestra? — Ela permaneceu firme quando ele subiu a sua altura máxima, lembrando a ela o quão alto ele era, os músculos afiados de seu torso nu se alongando com sua ação.

Olivia se recusou a deixar seus olhos descerem e tomar aquele corpo delicioso. Ele a machucou. Ele era algum tipo de demônio e ele a havia mordido, e ela tinha tido malditos homens o suficiente em sua vida daquele jeito. Ela não estava procurando por uma performance repetida com a alta, escura e mortal fatia de sexy em pé diante dela. De jeito nenhum.

Ela realmente não era.

— Você pretende me machucar? — Ela tinha certeza de que ele provavelmente não seria honesto e diria a ela se ele era, mas ela tinha que perguntar.

Ele balançou sua cabeça. — Não. Te machucar seria machucar a mim mesmo.

Isso soou bastante nobre e romântico. Ela olhou ao redor da sala novamente. Era enorme, e a mobília era de madeira maciça, possivelmente ébano e muito ornamentada. Ela estava em um castelo?

(34)

Era assim que ela imaginou que os castelos pareciam. Por que ele morava em um castelo?

— Mulher, conte-me tudo sobre como nos conhecemos. — Aquele tom de comando de novo. Ele era um homem acostumado a conseguir o que queria, dando ordens e mandando as pessoas obedecerem, e ele parecia morar em um castelo do outro lado do mundo para seus escritórios em Londres.

Sua mente supria que talvez ele fosse um cavaleiro ou um príncipe. Ele tinha um porte real e era bonito o suficiente para ser alguém de sangue nobre. Ele agiu como um bastardo preso também.

Ele deu um passo em direção a ela e Olivia recuou um, mantendo a distância entre eles estável. Ela não tinha certeza se ele tinha outros poderes além da capacidade de se teletransportar, mas ela não arriscaria deixá-lo fechar a lacuna. Ele já a havia mordido uma vez. Não havia nada para dizer que ele não iria tentar o truque novamente e drená-la a seco desta vez. Ela se irritou com a lembrança dele atacando-a e cerrou os punhos.

Ele parou e arqueou uma sobrancelha para ela. Talvez ele tivesse bons sentidos como muitos demônios e tivesse detectado sua raiva.

— Ouça. Eu responderei suas perguntas, mas se você chegar perto de mim, eu não serei responsabilizado pelos danos causados às suas partes íntimas.

Ele recuou um passo. Parecia que até os demônios tinham instintos de preservação quando chegavam às suas bolas.

— Melhor. — Ela também deu um passo, ampliando o espaço, dando-se mais espaço e chegando mais perto das portas. As ricas cortinas azuis se elevavam em uma brisa morna que cheirava a flor.

Hemisfério sul? Era o começo do outono no norte. — A equipe de patrulha encontrou você perto da instalação.

— Quão perto? — Ele franziu a testa, seus olhos escurecendo.

— Essa foi a coisa estranha. Você praticamente caiu na nossa porta... como um presente.

(35)

Ele amaldiçoou em sua língua estrangeira, sua expressão tornando-se pensativa, o que não era bom para Olivia porque ele era ainda mais bonito quando as sobrancelhas negras se juntaram, seus lábios sensuais franzidos, e seus olhos roxos brilharam com inteligência afiada.

— Eu sabia. — ele murmurou, sua voz grave ainda em desacordo com a sua figura atlética magra. Ele andava de um lado para o outro, as botas não emitiam som no chão.

Como ele poderia se mover silenciosamente daquele jeito? O chão escuro era de pedra sólida e as botas pareciam pesadas, as solas feitas de camadas de couro e possivelmente de madeira. Ele deveria estar sacudindo as fundações a cada passo determinado, mas ele não estava.

Ela tinha mil perguntas que queria perguntar a ele, a maioria delas sobre se estava saindo dessa vida, mas não conseguiu encontrar coragem para expressá-las quando ele parecia tão sombrio e perturbado.

Olivia resolveu olha-lo enquanto ele andava, certa de que ele teria outra pergunta para ela em breve, porque ele estava pensando muito.

Ele estava pálido também, talvez até mais do que quando ela o colocara em sua mesa de inspeção. Ele ainda estava doente?

Seu olhar roxo voou para ela, e depois para longe, e depois de volta novamente. Sempre que pousava sobre ela, ele parecia perdido por um momento, perplexo, como se tivesse esquecido o que deveria estar fazendo, mas suspeitava que estivesse fazendo alguma coisa antes de fixar os olhos nela.

O corpo de Olivia a traia cada vez que seu olhar pousou nela, ruborizando com o calor ardente e aquela sensação dolorida e dolorosa que se apoderou dela quando se conheceram. Ela se amaldiçoou. Ela não ia passar por isso novamente. Pelo menos a primeira vez que ela não percebeu que estava lidando com um demônio até que ele tentou derrubar a sede central do Arcanjo. Ela sabia que desta vez ela tinha suas barreiras e trancadas no lugar. Não havia como ele as destruir.

(36)

Ela não iria cobiçar outro demônio.

Ele se virou para a direita e seus olhos dispararam para a porta em arco perto da outra extremidade da sala, perto de um armário baixo e comprido.

Foi um dos homens da outra noite. Aquele que falou. Ela reconheceu o rosto dele. Ele ainda usava sua armadura, mas seu capacete sumiu, revelando cabelos negros ao longo do tempo. Todas as suas espécies tinham o mesmo cabelo e cor dos olhos? Ele olhou para ela, olhos roxos escuros e frios, mas atados com um toque de surpresa.

— Senti sua agitação. — Ele mudou seu foco para o homem que havia mordido e sequestrado ela. — Está tudo bem, meu príncipe?

Príncipe. Oh meu. Ela estava certa sobre o dinheiro. Seu sequestrador era um príncipe. Um príncipe de que?

O olhar estranho do outro homem deslizou de volta para ela e estreitou, e Olivia teve a terrível sensação de que ele estaria disposto a matá-la se ela estivesse perturbando o homem a quem ele se referia como seu príncipe.

O príncipe em questão balançou a cabeça e acenou majestosamente, dispensando o homem. — Essa ação não será necessária, Bleu. A fêmea não é uma ameaça para mim.

Olivia se irritou com isso. Ela poderia tê-lo matado quando o deixara inconsciente em sua mesa de inspeção. Não é uma ameaça sua bunda.

Os dois homens olharam em sua direção e Olivia percebeu que havia dito tudo em voz alta. Ela recuou, tentando parecer tão pequena e não ameaçadora quanto possível.

O príncipe dispensou o macho novamente. Desta vez, ele obedeceu e saiu. Olivia esperou até fechar a porta de madeira antes de voltar a atenção para o príncipe e relaxar um pouco. O homem na sala com ela havia mordido e sequestrado ela, mas tinha dito que ele não iria machucá-la. Se ela tivesse que escolher entre ele e o que ele

(37)

chamara de Bleu, que a olhara como se fosse uma peste a ser erradicada, ela escolheria seu captor de beber sangue sobre o maníaco homicida.

— Continue. — disse ele e ela meio que esperava que ele usasse aquele tom real com ela. Se ele tentasse, ela poderia estar inclinada a realocar seus testículos, afinal. Ela poderia ser humana, mas não deixaria ninguém dar ordens para ela, nem mesmo um poderoso príncipe imortal. Ela teve o suficiente disso de seus superiores. — Em que condição você me encontrou?

— Você levou um inferno de uma surra... você não se lembra de lutar? — ela disse e ele balançou a cabeça e sentou-se na beira da cama. Cobertas roxas amarrotadas. Macho mal vestido. Ela poderia fazer as contas. Ele acordou e veio para levá-la logo depois, porque ele não conseguia se lembrar da luta e como ele havia terminado em Arcanjo. Parecia o tipo de homem que gostava de estar no controle e odiava fraqueza, e não se lembrar dos acontecimentos que o haviam deixado inconsciente em uma organização de caçadores de demônios provavelmente o deixava louco. — Deve ter sido épico.

A luz em seus olhos desapareceu e ele olhou para a direita, olhando para o pé da fileira de armários.

— Minhas batalhas com esse inimigo em particular são sempre.

— Algo derivou em seus ricos olhos roxos, uma sombra de remorso que a deixou sentindo que ele preferiria não lutar contra esse inimigo.

Ele amaldiçoou novamente, ficou de pé e andou de um lado para o outro, dando longos e agitados passos para cima e para baixo na sala.

Olivia recostou-se contra a parede e estudou-o em silêncio, dando-lhe tempo para pensar e começar a relaxar.

Ele era bonito, sua figura alta e magra mudando sensualmente a cada passo, trabalhando seus músculos como uma sinfonia. De vez em quando, as marcas que ela havia seguido com os dedos começavam a surgir e ele rosnava, aparentemente irritado por elas, e a encarava, como se ela fosse culpada.

(38)

Olivia perdeu a noção do tempo, seu medo desaparecendo e sua guarda caindo junto. O que ele estava pensando? Ele parecia melancólico às vezes, aflito, mas zangado com os outros. Sentimentos passaram pelo seu rosto bonito, mudando rapidamente sua expressão, atraindo-a para ele ainda mais.

Ele parecia triste por algum motivo, uma tristeza terrível que brilhava em seus olhos, insondável e dolorosa. Misturado com aquela tristeza havia uma sensação de letalidade, o perigo que ela originalmente sentira em sua presença, uma sensação que ele exalava como uma aura. Deveria tê-la alertado para longe dele. Em vez disso, ela se viu afastando-se da parede e em direção a ele, atraída por uma necessidade inexplicável de consolá-lo e aliviar a dor que ela jurava poder sentir nele.

— Você está bem?

Ele parou e olhou para ela, sua expressão aberta e vazia, como se a pergunta dela o tivesse desprevenido. Seu olhar endureceu novamente um segundo depois, girou sobre o calcanhar e atravessou a sala até ela. Ele parou a centímetros dela, elevando-se sobre ela, fazendo-a sentir-se nervosa e insegura de si mesma. Quanto mais tempo ele estava ali estudando-a com aqueles intensos olhos roxos sem dizer nada, mais no limite ela sentia, até que suas entranhas se torceram em nós apertados e ela não podia suportar mais isso.

— Você terminou de me questionar agora? — ela deixou escapar.

Ele assentiu.

— Eu posso ir para casa?

— Sinto muito, mas não posso permitir que isso aconteça. — Ele olhou além do ombro esquerdo, em direção às cortinas azuis e às portas. — Meu inimigo fez de você um alvo, um movimento bem jogado da parte dele e um que eu não previ ou sequer considerei.

Sua raiva voltou a ferver e ela abriu a boca para lhe dar o inferno, mas ele roubou sua voz. Seus olhos voltaram para encontrar os dela e ele levantou a mão, lentamente estendeu a mão para ela e afastou a

(39)

gola do casaco branco. Ele acariciou as marcas no lado esquerdo de sua garganta, enviando um arrepio quente através dela.

— Eu fiz de você um alvo. — Aquelas palavras enviaram um tipo diferente de arrepio através dela. Este não é nada agradável.

Ela levantou a mão para tocar sua garganta e acabou cobrindo a mão dele. Sua pele estava fria sob a dela. Suas narinas se alargaram, seus olhos brilharam e as pontas pontiagudas de suas orelhas se estenderam e se afiaram. Ele mostrou suas presas para ela e se afastou, afastando a mão do toque dela.

O coração de Olivia acelerou, trovejando contra suas costelas, e sua mão tremia, o medo congelando seus pés no lugar.

O príncipe parecia doente mas, ao mesmo tempo, havia uma inconfundível faísca de desejo em seus olhos.

Poderia tê-la lisonjeado se ela não tivesse se apegado ao que ele dissera, repetindo isso em sua cabeça e ficando cada vez mais irritada com cada ciclo. Ela era um alvo para um maníaco que havia espancado este imortal homem perto da morte?

— Que diabos está acontecendo aqui? — Ela estalou e avançou para ele, surpresa quando ele realmente recuou, como se ele a temesse. De jeito nenhum um macho poderoso como ele temeria uma mulher pequena como ela. Ele não gostou quando ela o tocou. Ele reagiu fortemente a isso. Talvez ele temesse que ela o tocasse novamente se ele a deixasse chegar perto o suficiente. Ela queria tocá- lo bem. Ela queria quebrar o nariz dele com o punho. — Eu quero saber o que está acontecendo porque tenho a sensação de que minha vida está em risco e eu não me inscrevi nessa merda. Você me mordeu... Eu malditamente bem não pedi para você me violar... e eu quero saber como o seu abuso do meu corpo e os meus direitos fizeram de mim um alvo.

O príncipe ergueu as mãos e ela parou, respirando com dificuldade para acalmar seus sentimentos voláteis. Ficar brava com ele provavelmente não resolveria nada. Se ela estivesse em perigo,

(40)

provavelmente precisaria da ajuda dele. Ele a arrastou para isso. Ele poderia muito bem tirá-la ilesa.

— A razão pela qual seus companheiros me acharam tão perto de suas instalações é porque meu inimigo me deixou lá... é um jogo distorcido... ele poderia ter me matado, mas eu não teria sofrido. — Ele parecia muito calmo também.

Olivia não podia ver como ele poderia estar tão relaxado sobre tudo isso. Algum psicopata o espancou perto da morte e o deixou na porta da casa, e foi tudo um jogo? Isso não foi um jogo. Que estava doente.

— E ele quer que você sofra... por quê? — Ela não conseguiu segurar a nota irritada de sua voz. Ele queria respostas e a trouxe até aqui. Bem, agora ela queria algumas malditas respostas.

— Não é para você saber. — ele disse baixinho.

Muito bem foi. — Por que ele deixou você conosco? Ele achava que o Arcanjo iria te torturar?

Ele balançou a cabeça, o olhar solene retornando aos seus olhos.

— Não. Ele sabia que você iria me torturar.

Olivia franziu a testa. — Eu não entendi. O que você quer dizer?

Eu disse que ele acha que iríamos te torturar e você disse que não, e então você disse que ele sabia que iríamos... isso não faz sentido. Estou avisando, estou disposta a realocar seus testículos se eu não começar a obter algumas respostas diretas.

Ele deu um passo para trás. — Foi uma resposta direta. Não nós...

você... ele sabia que você iria me torturar.

— Eu? — Seus olhos se arregalaram e a indignação se juntou às fileiras de seus sentimentos. — Eu sou médica. Eu sei que trabalho para um grupo de caçadores de demônios, mas isso não significa que eu iria torturar um.

Ele olhou para as botas e depois de volta para ela, sua expressão preocupada. Ele rosnou, expondo suas presas, e enfiou os dedos pelos cabelos negros.

(41)

— Ele sabia o que você era quando ele me deixou lá e ele sabia o que eu faria. — ele gritou as palavras para ela, sua expressão selvagem e desesperada, o olhar de um homem firmemente no limite. Ele andou até ela e estendeu a mão para ela, e então deixou as mãos caírem para os lados e amaldiçoou.

— O que... me morder? — Ela tocou as marcas em seu pescoço, sentindo os inchaços pronunciados onde suas presas a haviam perfurado. O que ele fizera ao mordê-la?

O príncipe fechou a distância entre eles e ela inclinou a cabeça para trás, segurando o olhar dele. Ele franziu a testa e ela engasgou quando seus dedos se acomodaram contra sua mandíbula. Ele deslizou a mão ao longo dela para segurar sua bochecha, seus olhos fixos nos dela, atraindo-a para suas profundezas roxas até que ela se sentiu perdida.

— Ligá-la a mim.

(42)

Olivia não conseguia respirar, e não foi só porque ela estava se afogando em seus olhos e perdida na sensação de seu toque gentil.

Ligar. Ela. Com. Ele.

Amarrar ela. Com ele.

Ele gradualmente afundou, deixando-a sentindo dormente e atordoada.

O homem o havia espancado inconsciente e o jogou em sua porta. Especificamente. O príncipe havia se aproximado, ferido e fraco, e a mordido. Essa mordida os uniu.

Seu inimigo sabia que a coisa toda aconteceria.

Ele orquestrou para fazer o príncipe sofrer e torná-la um alvo.

Olivia mudou de ideia. Não estava afundando em tudo.

— O que diabos você quer dizer? — Ela estalou e olhou para o príncipe.

Sua mão ainda estava contra o rosto dela. Perigoso. Ela puxou suas barreiras para cima, mais com medo dele agora do que nunca. Ela estava ligada a ele. Isso não poderia ser uma coisa boa. Parecia distintamente íntimo e ela não estava fazendo íntimo com um demônio.

Nunca mais. Ela aprendera a lição. Você não podia confiar em um demônio.

— Em circunstâncias normais, minha mordida não teria sido um problema. Seu sangue teria restaurado minha força, você teria curado e sua vida teria voltado ao normal.

— Você continua dizendo normal. — Ela sempre tinha sido perspicaz e ele poderia estar falando com uma voz calma e racional

Referências

Documentos relacionados

Seminário/Salão do turismo Seminário/Salão do turismo Entrega do novo pin Fornatur Entrega do novo pin Fornatur Mostra Inteligência Competitiva Mostra Inteligência

também, de Augusto Abelaira. Organizado por Paulo Alexandre Pereira. Aveiro: Universidade de Aveiro, 2008. Grandes Romances).. Ensaio de

Semelhante ao grau de hidrólise (Figura 1a), o teor de aminoácidos aromáticos livres para Novo Pro D ® foram maiores que para reação catalisada por Alcalase ® (Figura

Ao analisar a Metade Norte como uma Região apenas, desconsidera-se todo um processo que vem ocorrendo no Rio Grande do Sul há dois séculos, relativo a migração da população para

23.1. Aquele que, convocado dentro do prazo de validade de sua proposta, não assinar o contrato ou ata de registro de preços, deixar de entregar documentação exigida no

a) Ecocardiograma transtorácico: exame de ultrassom do coração para ver a anatomia e a função detalhadas do coração. b) Ultrassom das artérias do pescoço (ultrassom de

Este artigo pretende analisar as práticas de itinerância dos aedos gregos a partir dos épicos de Homero, destacando a importância que tais movimentos tiveram para as suas récitas

No já mencionado estudo de Leprince et al (2014), onde foram avaliadas as propriedades mecânicas de 8 resinas bulk fill (Tetric EvoCeram Bulk fill, Venus Bulk fill,