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TERMINOLOGIA USADA EM CIRURGIA

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Academic year: 2022

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SEMIOLOGIA CIRÚRGICA

CIRURGIA - Deriva do grego kheirourgikos (trabalho com as mãos) Parte da ciência médica que estuda os procedimentos manuais e instrumentais mediante os quais os tecidos vivos são incididos e reconstruídos mediante um plano pré-concebido com fins económicos, estéticos e de preparação para a terapia cirúrgica (Alexander, A., 1974).

Objectivo:

Estudo das técnicas e métodos de diagnóstico e de exploração clínica que exigem a aplicação de meios cirúrgicos.

Os 5 princípios fundamentais da cirurgia

BREVE NOTA HISTÓRICA

• 1ª REFERÊNCIA ESCRITA: PAPIRO DE KAHUN – escrito durante a XII dinastia do Antigo Egipto (2000 - 1800 AC).

• Até Hipócrates (séc. IV A.C.) - elevado nível técnico, apesar de ser considerada um ramo inferior da Medicina.

• Hipócrates foi considerado o sistematizador do corpo cirúrgico.

• De Hipócrates até Ambrósio Pareu (Séc. XVI) - Idade Média – a cirurgia sofre um declínio, sendo praticada sobretudo por barbeiros e "cirurgiões ambulantes".

- Limitada às civilizações da Europa Oriental (Grécia), da África do Norte (Egipto) e da Ásia (Mesopotâmia, Índia, China, Japão).

• No Egipto - práticas de embalsar os cadáveres permitiam conhecimentos de Anatomia.

• Realizavam-se castrações, circuncisões, abertura de abcessos, extirpação de tumores, redução de fracturas e luxações, tratamento de feridas.

• De Pareu até Pasteur e Lister (Séc. XIX):

- A introdução da assépsia em cirurgia, o aperfeiçoamen-to da anestesia e o progresso tecnológico permitiram progressos marcados, com aperfeiçoamento das técnicas operatórias e de exploração semiótica.

• De Pasteur e Lister até aos nossos dias:

- Séc. XIX e XX: Introdução do éter e clorofórmio.

TERMINOLOGIA USADA EM CIRURGIA

Denominação correcta – indispensável para programar as intervenções.

Nomes das operações: radical = nome órgão em que se intervém + sufixo = tipo de operação.

Quanto à finalidade (segundo Celsus, Roma, 25-50 A.D.)

• Diérese ou diaeresis - divisão ou separação dos tecidos ou estruturas anatómicas que normalmente se encontram juntas.

• Síntese - aproximação ou reunião dos tecidos ou estruturas anatómicas que se encontram artificialmente separadas.

Anestesia do paciente

Hemostase Incisão e manipulação de

tecidos

Assépsia

Reunião dos tecidos - suturas

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• Exérese ou exeresis - remoção ou ablação total ou parcial de tecidos ou órgãos.

• Prótese - substituição de um órgão ou parte dele por dispositivo artificial.

• Evisceração - saída de vísceras da cavidade abdominal através de ferida cirúrgica.

• Eventração – saída do conteúdo da cavidade abdominal através de ferida cirúrgica, mas com integridade do peritoneu.

Transplantação ou enxerto - prótese que utiliza materiais orgânicos.

- Do mesmo indivíduo auto-enxerto.

- De outro indivíduo da mesma espécie homo-enxerto.

- De um indivíduo de espécie diferente hetero-enxerto.

Transposição - auto-enxerto em que o tecido ou órgão em causa mantém uma ou mais das suas relações anatómicas anteriores.

DESIGNAÇÃO DAS INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS

SUFIXO SIGNIFICADO EXEMPLO

-tomia incisão ruminotomia, miotomia

-ectomia remoção, ablação, extirpação orquiectomia, nefrectomia, enterectomia

-stomia abertura de orifício, fístula, ósculo cirúrgico

traqueostomia, colostomia, enterostomia

-pexia fixação ligamentopexia, cistopexia, colopexia

-rafia união, sutura perineorafia

-centese punção, perfuração toracocentese, ruminocentese

TERMINOLOGIA CIRÚRGICA

DENOMINAÇÃO SIGNIFICADO

Ablação exerése, eliminação

Abdução movimento para fora

Adução movimento para dentro

Aneurisma dilatação arterial

Avulsão separação pela força

+ centese punção (paracentese)

cisto + relativo a bexiga (cistotomia)

Desmo + relativo a ligamento (desmorrafia) + ectasia dilatação, separação (angiectasia) + ectomia ablação, exerése (nefrectomia)

Epulis hiperplasia gengival

Esfacelo porção de tecido morto

Espasmo contracção muscular involuntária

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DENOMINAÇÃO SIGNIFICADO

+ estesia sensibilidade (hiperestesia)

Estenose estreitamento

Fenestrar abrir uma janela

Fístula abertura anormal de conduto

Flebo + relativo a veias (flebotomia)

Hemangio + relativo a vasos sanguíneos (hemangiografia) Hister + relativo a útero (histerectomia)

Laceração ferida superficial

Laparo + relativo a abdómen (laparotomia…)

+ litíase pedras ou cálculos (urolitíase) Metro + relativo a útero (ex. metrorragia) Nistagmus movimento rítmico do globo ocular Odonto + relativo a dentes (odontologia) Onfalo + relativo a umbigo (ex. onfaloflebite) Orqui + relativo a testículo (orquiectomia…)

Paralisia incapacidade motora

Paraplegia paralisia dos membros posteriores Parésia paralisia incompleta ou transitória

+ péxia fixação (ruminopexia)

Pielo + relativo a pélvis renal (pielonefrite)

Pio + relativo a pús (piómetra)

+ plasia desenvolvimento, formação (hiperplasia) + plastia reformação, reconstituição (condroplastia) Prolapso saída de víscera através de orifício

+ tomia Incisão (tenotomia)

Volvo torsão axial dum órgão

Prótese material de substituição

+ rafia sutura (ex. herniorrafia)

+ ragia descarga excessiva (ex. metrorragia)

+ reia fluxo (ex. gonorreia)

Salpingo + relativo a oviducto (salpingografia) Sialo + relativo a saliva (sialorreia)

+ stomia execução de abertura (gastrostomia)

+ taxia movimento em resposta a estímulo

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DENOMINAÇÃO SIGNIFICADO

Teno + relativo a tendões (tenorrafia)

CLASSIFICAÇÃO DAS INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS Quanto à gravidade:

• Leve – quando não representa perigo de vida para o paciente (anestesia local) – extirpação de dedos suplementares, pequenos tumores cutâneos, descorna).

• Grave – quando as funções vitais (respiração, circulação) estão comprometidas ou podem ser comprometidas pela própria intervenção (cirurgias cardio-torácicas, neuro-cirurgias).

Quanto à complexidade:

• Elementar ou simples – quando se realiza a secção duma porção mínima de tecido e se usa um reduzido número de instrumentos cirúrgicos.

• Complicada ou complexa – quando são interessadas várias estruturas anatómicas e se requer muito tempo de execução.

Quanto ao derramamento de sangue:

• Incruentas – quando a hemorragia é mínima, quer através da hemostase local, quer porque a zona de intervenção é pouco irrigada (amputação de orelhas e cauda).

• Cruentas – quando é necessário seccionar grande quantidade de vasos e incidir tecidos com abundante irrigação capilar (ressecção de tumores malignos, amputação de membros/dedos).

Quanto ao método:

• Clássico – quando se utiliza uma técnica já descrita e se conhecem devidamente todos os tempos (ruminotomia, nefrectomia, esplenectomia).

• De génio – intervenção cirúrgica em que, devido às características das lesões, não se pode prever a invasão real dos tecidos envolvidos e, além disso, surgem problemas de ressecção de órgãos, síntese dos mesmos e hemorragias não previstas, pelo que o cirurgião deve resolver as situações segundo o seu critério (tumores malignos cerebrais, cirurgias torácicas).

Quanto à oportunidade:

• Urgente – quando está em perigo a vida do paciente se não se intervém rapidamente (obstrução das vias respiratórias, roturas de vasos, perfurações gástricas).

• Não urgente ou programada – não está em perigo a vida do paciente e pode marcar-se uma data para execução (ovariectomias, orquidectomias).

• Necessárias – quando têm como finalidade tratar uma patologia.

• Úteis – quando se realizam para dar mais valor aos animais operados (castrações em animais produtores de carne).

Quanto ao efeito:

• Radical – quando permite a cura total do paciente (extracções dentárias, resolução de hérnias, extirpação de tumores benignos).

• Paliativa – quando permite melhorar a saúde do paciente ou a função comprometida, sem resolver de vez o problema (tumores malignos).

Quanto ao objectivo:

• Estética – quando têm como finalidade melhorar a aparência do paciente.

• Correctivas – quando se realizam para melhorar a função dum órgão (ligamentopexia, teorrafias, perinorrafias).

CONDUTA DO PESSOAL DENTRO DO BLOCO CIRÚRGICO ou OPERATÓRIO Equipa cirúrgica:

• Responsabilidade colectiva.

• Ambiente de compreensão e espírito de colaboração entre os elementos da equipa.

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FUNÇÕES DOS ELEMENTOS DA EQUIPA CIRÚRGICA

• Cirurgião: dirige todo o acto e assume a responsabilidade do êxito ou fracasso da intervenção.

• Anestesista: tem como função manter os pacientes insensíveis à dor sem alteração das funções vitais; reparte a responsabilidade com o cirurgião.

• Ajudante(s): colaboradores imediatos do cirurgião, deve conhecer a técnica a seguir, para facilitar todas as manobras e proporcionar ajuda efectiva em qualquer situação

• Instrumentista: tem como função facilitar o trabalho do cirurgião e do(s) ajudante(s); chegar-lhe os instrumentos, material de sutura, compressas e tudo o que a técnica requerer; retirar do campo operatório os instrumentos que já não são necessários; manter a mesa de instrumentos em rigorosa ordem, com tudo limpo e pronto para voltar a ser usado. Deve conhecer a técnica, para ajudar na cirurgia se necessário.

• Circulante: tem como função proporcionar a roupa e instrumentos esterilizados à equipa; deve permanecer atento durante toda a cirurgia a fim de dar instrumentos ou suturas que possam fazer falta; ajuda o anestesista em manobras de urgência e em todas as manobras não- assépticas.

BOAS PRÁTICAS PARA O PESSOAL DA EQUIPA CIRÚRGICA 1) Comportamento na sala de operações.

a) Roupa adequada – gorro, máscara, pijama cirúrgico, bata, protectores de calçado e luvas.

b) Silêncio – requisito indispensável para o bom desenrolar da cirurgia.

c) Pontualidade – se algum membro da equipa se atrasa, deve ser substituído e não permitir a sua entrada.

d) Disciplina – todos os membros da equipa devem permanecer na sala durante toda a

operação, devem conhecer perfeitamente os seus deveres e funções e executá-los de acordo com o programado.

e) Trabalho em equipa – o cirurgião é o chefe da equipa e o responsável pela operação, pelo que é o único que dita ordens e vigia o funcionamento da equipa.

f) Erros e dúvidas técnicas – se se comete algum erro ou se tem uma dúvida na técnica, devem consultar imediatamente o professor.

g) Anestesia – deve vigiar-se constantemente para evitar surpresas e acidentes.

h) Limpeza – no final da cirurgia, todo o instrumental deve ser lavado e entregue ao encarregado.

2) Técnica de preparação pessoal a) Colocar o gorro e a máscara.

b) Lavagem das mãos:

i) Pegar na escova e colocar sobre ela o detergente/antisséptico.

ii) Humedecer as mãos e antebraços.

iii) Esfregar vigorosamente na seguinte ordem: unhas, palma da mão, dorso da mão, face palmar do antebraço, face dorsal do antebraço até ao cotovelo.

iv) Repetir 5 a 6 vezes a lavagem e enxaguamento.

v) Fazer um enxaguamento com álcool a 70% para desidratação (opcional).

c) Vestuário

i) Vestir a bata.

ii) Calçar as luvas.

3) Funcionamento da equipa cirúrgica a) Deveres do cirurgião:

i) Organizar a equipa.

ii) Rever os detalhes da intervenção com o professor e ajudantes.

iii) Preparar-se pessoalmente (vestuário, lavagem, assépsia).

iv) Preparar o campo operatório e colocar os panos de campo.

v) Operar.

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vi) Fazer a informação da operação.

b) Deveres do ajudante:

i) Preparar-se pessoalmente (vestuário, lavagem, assépsia).

ii) Ajudar o cirurgião a preparar o campo operatório.

iii) Ajudar o cirurgião na operação.

iv) No final, ajudar o instrumentista a lavar os instrumentos.

c) Deveres do instrumentista:

i) Preparar-se pessoalmente (vestuário, lavagem, assépsia).

ii) Arrumar os instrumentos na mesa de instrumentos ou mesa de Mayo.

iii) Preparar o material de sutura e as compressas.

iv) Dar os instrumentos ao cirurgião e ajudante.

v) Lavar os instrumentos depois da cirurgia.

d) Deveres do anestesista:

i) Avaliar o paciente antes da anestesia (registar a FC e FR).

ii) Colocar o catéter de venóclise e conectar o frasco de fluidoterapia.

iii) Induzir a anestesia e colocar a sonda endotraqueal.

iv) Manter a anestesia no plano cirúrgico adequado durante toda a intervenção.

v) Registar todos os dados do transoperatório referentes ao pulso (FC), respiração (FR) e reflexos pupilar e palpebral.

e) Deveres do circulante:

i) Dar apoio a todos os membros da equipa cirúrgica.

ii) Levar o paciente para a sala de cirurgia e, no final da operação, para a sala de recuperação.

iii) Vigiar o paciente após a cirurgia, juntamente com o anestesista, até que recupere completamente da anestesia.

Fichas de anestesia/cirurgia:

• Todo o paciente que vai ser submetido a uma cirurgia deverá ter uma ficha onde são anotados todos os dados da anestesia e da cirurgia.

• Para o internamento deverá utilizar-se outra ficha onde se anotarão as constantes fisiológicas, tratamentos e observações necessárias durante todo o período de internamento.

BIBLIOGRAFIA

ALEXANDER, Alfonso (1974). Tecnica quirurgica en animals. Interamericana.

KNECHT, C.D., ALLEN, A.R., WILLIAMS, D.J., JOHNSON, J. – Fundamental Techniques in Veterinary Surgery. (1987)

SLATER, D.H. – Textbook of Small Animal Surgery. Philadelphia. W.B. Saunders (2002). Cap. 15 e 16.

FOSSUM, T.W. – Small Animal Surgery. Mosby-Year Book Inc., Missouri.

BOJRAB, M.J. – Current Techniques in Small Animal Surgery (1997)

Referências

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