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O que são bactérias multirresistentes e por que elas são perigosas?

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Academic year: 2022

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https://www.who.int/es/news/item/27-02-201 7-who-publishes-list-of-bacteria-for-which-ne

w-antibiotics-are-urgently-needed

O que são bactérias multirresistentes e por que elas são perigosas?

Como seria voltar a viver em um mundo onde um simples corte pudesse ter consequências letais e os procedimentos mais comuns pudessem ser muito arriscados por causa das infecções geradas? Esta ideia, que parece tirada de um livro ou de um filme de ciência ficção, pode se tornar realidade, caso as bactérias resistentes aos medicamentos continuem aumentando.

A OMS estima que, se elas não forem controladas, poderão causar 10 milhões de óbitos por ano até 2050, com um efeito catastrófico na economia global, custando mais de 100 milhões de dólares.

Em 2017, a OMS publicou uma lista de bactérias que precisam urgentemente de novos antibióticos, devido à sua elevada resistência aos medicamentos e ao perigo que representam para a saúde humana. Destacam-se, em particular, as bactérias gram-negativas ou multirresistentes, que são conhecidas pela sua capacidade inata de encontrarem novas formas de resistir aos tratamentos, podendo transmitir material genético que permite que outras bactérias se tornem resistentes.

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https://www.amractionfund.co m/?hsLang=en

Esta lista aumenta cada vez mais e faz com que a resistência antimicrobiana seja um problema de saúde pública, incluída em 2020 pela própria OMS na lista de

"questões sanitárias urgentes no mundo".

A indústria farmacêutica respondeu a este apelo com a formação do AMR Action Fund, uma colaboração de mais de vinte empresas biofarmacêuticas que tem como objetivo levar 2 a 4 novos antibióticos aos pacientes até 2030. Por meio do AMR Action Fund, a indústria farmacêutica uniu forças com filantropos, bancos de desenvolvimento e organizações multilaterais para fortalecer e acelerar o desenvolvimento de antibióticos.

O que são estas bactérias?

A eleição destes patógenos prioritários foi inicialmente feita pela OMS em colaboração com a Divisão de Doenças Infecciosas da Universidade de Tübingen (Alemanha), utilizando uma técnica de análise de decisão de múltiplos critérios, desenvolvida por um grupo de especialistas internacionais.

Os critérios para as bactérias serem incluídas na lista foram as seguintes:

- O grau de letalidade das infecções que elas causam.

- Se o tratamento exigir internação.

- A frequência com que ocorre a resistência aos antibióticos existentes.

- A facilidade com que eles são transmitidos entre animais, de animais para humanos e entre humanos.

- Se as infecções que elas causam podem ou não ser prevenidas.

- Quantas opções terapêuticas restam.

- Se novos antibióticos estão sendo pesquisados e desenvolvidos para as infecções que elas causam.

Esta lista está dividida em três categorias, de acordo com a necessidade de novos antibióticos: prioridade crítica, alta ou média.

O primeiro grupo inclui bactérias multirresistentes que são perigosas em hospitais, residências de idosos e em pacientes que precisam ser tratados com dispositivos como ventiladores e cateteres intravenosos. Este grupo inclui bactérias que podem causar infecções graves e frequentemente letais, tais como infecções da corrente sanguínea e pneumonias.

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https://www.who.int/es/news-ro om/fact-sheets/detail/resistenc

ia-a-los-antibi%C3%B3ticos

O segundo e terceiro nível da lista (prioridade alta e média) correspondem a bactérias que têm uma resistência crescente aos medicamentos, causando doenças comuns como gonorreia ou intoxicações alimentares por salmonela.

No grupo de alta prioridade, está o enterococcus faecium resistente à vancomicina, que é responsável por infecções como endocardite, infecções urinárias e intra-abdominais, associadas à peritonite terciária. Um exemplo de bactérias pertencentes ao terceiro grupo é o estreptococo pneumoniae com menor susceptibilidade à penicilina, que está associado a infecções como otite, sinusite, pneumonia e meningite adquirida na comunidade.

Como pode se prevenir a resistência antimicrobiana?

Estas bactérias multirresistentes já existem e a indústria biofarmacêutica está trabalhando para criar novos antibióticos para tratá-las. No entanto, o futuro depende não só deles, mas de todos, pois essa resistência é acelerada pelo uso indevido desses medicamentos e pela pouca prevenção e controle de infecções.

Segundo a OMS, podem ser tomadas medidas a todos os níveis da sociedade para reduzir o impacto e limitar sua propagação:

- Tomar antibióticos apenas quando sejam prescritos por um profissional da saúde certificado.

- Não consumir antibióticos se o profissional da saúde disser que não é necessário.

- Não usar antibióticos que sobraram de outros.

- Prevenir infecções lavando as mãos frequentemente, preparando os alimentos de forma higiênica, evitando o contato próximo com pessoas doentes, evitando as relações sexuais sem proteção e mantendo as vacinas atualizadas.

- Os profissionais da saúde podem prevenir infecções limpando adequadamente as mãos, os instrumentos e o ambiente.

- Os médicos podem prescrever e distribuir antibióticos unicamente quando eles sejam necessários.

- Os profissionais da saúde podem reportar infecções resistentes a antibióticos às equipes de vigilância.

- Informar os pacientes sobre como tomar os antibióticos corretamente e os perigos do seu uso indevido.

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O setor agrícola também deve se manter informado e utilizar corretamente os antibióticos:

- Administrar antibióticos aos animais apenas sob supervisão veterinária.

- Não utilizar antibióticos para estimular o crescimento ou a prevenção de doenças nos animais saudáveis.

- Vacinar os animais para reduzir a necessidade de antibióticos.

- Promover e implementar boas práticas ao longo de toda a cadeia de produção alimentar animal e vegetal.

- Promover a biossegurança nas fazendas para prevenir infecções.

Conclusão

O mundo precisa de antibióticos para combater o surgimento de bactérias gram-negativas, mas parar a aceleração da resistência antimicrobiana depende de muitos setores da sociedade: governos, criando políticas públicas que eduquem a população em geral e gerando investimentos sustentáveis para a produção de novos antibióticos; profissionais da saúde, seguindo protocolos para o uso desses medicamentos em seus tratamentos e na educação de seus pacientes; a indústria farmacêutica, continuando com as pesquisas e produzindo novos tratamentos; e todos nós, nos educando sobre a prevenção de infecções e o uso correto de antibióticos.

Fonte:

Antimicrobial resistance is the next battle

https://www.ft.com/content/1f3aecbd-ca76-4bda-9c88-d631ea2c0e4a

Patógenos multirresistentes que son prioritarios para la OMS (Patógenos multirresistentes que são uma prioridade para a OMS)

https://www.paho.org/es/noticias/4-3-2021-patogenos-multirresistentes-que-son -prioritarios-para-oms

Infecciones causadas por bacterias gramnegativas multirresistentes:

enterobacterias, Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumannii y otros bacilos gramnegativos no fermentadores (Infecções causadas por bactérias gram-negativas multi-resistentes: enterobactérias, Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumannii e outros bacilos gram-negativos não fermentadores).

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https://www.elsevier.es/es-revista-enfermedades-infecciosas-microbiologia-clinic a-28-articulo-infecciones-causadas-por-bacterias-gramnegativas-S0213005X13 000955

Resistencia a los antibióticos (Resistência aos antibióticos)

https://www.who.int/es/news-room/fact-sheets/detail/resistencia-a-los-antibi%C 3%B3ticos

Antibiotic resistance in the patient with cancer: Escalating challenges and paths forward (Resistência antibiótica no paciente com câncer: Desafios e caminhos a seguir)

https://www.amractionfund.com/resources/antibiotic-resistance-in-the-patient-wi th-cancer

Referências

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