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COLÉGIO PEDRO II. Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura Programa de Residência Docente. Aline Costa Santos

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Academic year: 2022

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COLÉGIO PEDRO II

Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura Programa de Residência Docente

Aline Costa Santos

QUILOMBO DOS PALMARES E A LIBERDADE CONQUISTADA:

Usando o quadrinho Angola Janga no ensino de História afro-brasileira

Rio de Janeiro 2020

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Aline Costa Santos

QUILOMBO DOS PALMARES E A LIBERDADE CONQUISTADA:

Usando o quadrinho Angola Janga no ensino de História afro-brasileira

Produto Acadêmico Final apresentado ao Programa de Residência Docente, vinculado à Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura do Colégio Pedro II, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Docência da Educação Básica na Disciplina de História.

Coordenador: Profº Doutor Jorge Luiz Marques de Moraes

Orientador/Supervisor: Profº Doutor Gabriel Valladares Giesta Campus de atuação no Colégio Pedro II: Campus Duque de Caxias Área/Disciplina: Ciências Humanas - História

Instituição de Origem: Universidade do Estado do Rio de Janeiro campus Faculdade de Formação de Professores – UERJ/FFP

Rio de Janeiro 2020

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COLÉGIO PEDRO II

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA, EXTENSÃO E CULTURA BIBLIOTECA PROFESSORA SILVIA BECHER

CATALOGAÇÃO NA FONTE

Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Simone Alves – CRB7 5692 1. Assuntos... I. Nome do orientador. II. Colégio Pedro II. III. Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura. IV. Título.

S237 Santos, Aline Costa

Quilombo dos Palmares e a liberdade conquistada: usando o quadrinho Angola Janga no ensino de História afro-brasileira / Aline Costa Santos. - Rio de Janeiro, 2020.

32 f.

Produto Acadêmico Final (Programa de Residência Docente) – Colégio Pedro II, Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura.

Orientador: Gabriel Valladares Giesta.

1. História – Estudo e ensino. 2. Histórias em quadrinhos. 3.

Quilombo de Palmares. I. Giesta, Gabriel Valladares II. Colégio Pedro II.

III Título.

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Aline Costa Santos

QUILOMBO DOS PALMARES E A LIBERDADE CONQUISTADA:

Usando o quadrinho Angola Janga no ensino de História afro-brasileira

Aprovado em: _____/_____/_____.

Professor Doutor Gabriel Valladares Giesta (Orientador) Colégio Pedro II

Professora Mestra Nathália Fernandes de Oliveira Secretaria de Educação de Estado do Rio de Janeiro

Professor Mestre Paulo Antonio Barbosa Colégio Pedro II

Produto Acadêmico Final apresentado ao Programa de Residência Docente, vinculado à Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura do Colégio Pedro II, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Docência da Educação Básica na Disciplina História.

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Ao Cristiano Abreu, por nunca me deixar desistir dos meus sonhos.

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AGRADECIMENTOS

Aos colegas do Pré-vestibular social para negros e carentes Pastoral da Juventude por, além de terem me dado a oportunidade de ajudar jovens sonhadores – como um dia eu fui – a ingressarem na universidade, me ajudaram a conhecer o PRD e passar por esta experiência gratificante na Pós-graduação do Colégio Pedro II.

Aos professores e alunos do CPII Campus Caxias por me acolherem tão bem nessa grande família que tive o imenso prazer de conviver nesses poucos meses de estágio. Foi ótimo cada momento que vivi e vi. Guardarei no coração o carinho que recebi.

Ao professor Gabriel Giesta pela paciência, troca de experiência e toda orientação que tivemos durante o programa. Além de me colocar no mundo dos quadrinhos. Muito obrigada.

Aos meus pais e amigos, que, mesmo sem entenderem muito bem o que eu estava fazendo, me apoiaram na sua forma. Em especial ao João Victor, pela ajuda de última hora no projeto.

A todos os negros e negras que lutaram para que eu estivesse aqui hoje.

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“Mas em tempos de crise, os sábios constroem pontes enquanto os tolos constroem barreiras”

(T’Challa, Pantera Negra)

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RESUMO

SANTOS, Aline Costa. Quilombo dos Palmares e a liberdade conquistada: Usando o quadrinho Angola Janga no ensino de História afro-brasileira. 2020. 26 f. Produto Acadêmico Final (Especialização em Docência da Educação Básica na Disciplina História) – Colégio Pedro II, Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura, Programa de Residência Docente, Rio de Janeiro, 2020.

Com a obrigatoriedade do ensino de História da África, a partir de 2003, nas escolas públicas e privadas surgiu a necessidade de novos métodos para falar de determinados assuntos ligados ao tema. Foi nesse contexto que a História em Quadrinhos Angola Janga, de Marcelo D’Salete, foi escolhida como material paradidático adequado a ser trabalho com crianças do Ensino Fundamental II. Já que, ao tratar sobre o Quilombo dos Palmares, o maior símbolo de resistência negra durante o período colonial, consegue-se ir além da abordagem nos livros de História, que enfatizam muito mais a escravidão, visto que utilizam mais imagens ligadas ao sofrimento, captura e venda dos negros cativos do que as que mostram algum tipo de liberdade, seja em festejos ou relações familiares. Outros fatores que contribuem para a sua utilização são a maior aproximação que os quadrinhos exercem entre os adolescentes, por conta das figuras e linguagem acessível, e a capacidade de abordar temas não explorados mais a fundo nos livros didáticos. Com isso, espera-se que a curiosidade e a imaginação sejam despertadas ao conhecer a história de Palmares mais a fundo. Ademais, propõe-se que os discentes construam seu próprio quadrinho ao recriar o dia a dia dos quilombolas, além de proporcionar maior contato com a história afro-brasileira e a identidade presente na cultura africana por meio da ancestralidade.

Palavras-chave: Educação. Ensino da África. Quilombo. Histórias em Quadrinhos.

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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Recorte do quadrinho Angola Janga (2017) ... 28

Figura 2 Recorte do quadrinho Angola Janga (2017) ... 29

Figura 3 Recorte do quadrinho Angola Janga (2017) ... 30

Figura 4 Recorte do quadrinho Angola Janga (2017) ... 31

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ... 10

1 INTRODUÇÃO ... 12

1.1 Os quadrinhos na sala de aula como recurso didático ... 15

2 OBJETIVOS ... 15

2.1 Objetivo Geral ... 15

2.2 Objetivos Específicos ... 15

3 JUSTIFICATIVA ... 16

3.1 Novos olhares sobre o Negro nos livros didáticos ... 15

4 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ... 18

4.1 Quadrinhos e o ensino da História da África e dos negros no Brasil ... 15

5 PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS ... 21

5.1 Proposta de atividade pedagógica sobre identidade, ancestralidade e resistência negra a partir do quadrinho Angola Janga ... 21

6 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 24

REFERÊNCIAS ... 25

ANEXO A – TEXTO DIDÁTICO SOBRE QUILOMBOS ... 27

ANEXO B – SUGESTÕES DE TRECHOS DE ANGOLA JANGA A SEREM TRABALHADOS EM SALA ... 28

ANEXO C – MODELO DE FOLHA COM QUADROS FIXOS PARA PRODUÇÃO DE HQ PELOS ALUNOS ... 32

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APRESENTAÇÃO

A minha maior dificuldade neste trabalho nem foi o ato de escrever, mas, sim, achar um título adequado para um tema tão complexo como o Quilombo dos Palmares.

Até que em conversas com amigos encontrei o título liberdade conquistada como o ideal. Não que o negro hoje já tenha a sua liberdade, mas é que o negro no passado colonial lutou muito para conseguir a sua liberdade e sair da condição de escravidão.

Pensei na fuga para o quilombo, o medo que esse escravizado deve ter passado na mata fechada, com o capitão do mato e bandeirantes a sua procura, desnorteado e em busca do caminho para o quilombo.

Após passar por vários perigos pelo caminho, ele, enfim, pôde encontrar esse local seguro onde seus outros irmãos o esperavam. Depois disso, ele passou a ser uma pessoa livre, um ser humano com vida própria. Isso é a liberdade conquista.

Ao pensar nesse título, também quis trazer uma provocação ao material encontrado no livro didático o qual eu trabalho com meus alunos. Quando me deparei com um texto extremamente desatualizado e que utiliza da palavra sequestro como justificativa para alguns quilombolas irem até os engenhos e levarem os escravizados do local, isso me deixou pensando: “como pessoas em situação de escravidão, vivendo de forma precária, iriam ser sequestradas para viver em liberdade nos quilombos?”. Eu não achei explicação plausível, mas sei que esses escravizados não foram “sequestrados”

para os quilombos, eles foram libertados.

Eu tenho consciência que essa liberdade conquista que defendo existir nos quilombos permanece sendo buscada até hoje. Mas também acredito que as crianças precisam saber que esse movimento acontece desde os primeiros escravos a chegarem nestas terras. Não é algo que só aconteceu séculos depois, quando grande parte da sociedade brasileira percebeu que escravizar outros seres humanos não era legal e o movimento abolicionista ganhou mais fôlego e voz.

O Brasil foi o último país a abolir a escravidão e é fato que conseguimos ver as marcas até os dias de hoje. Uma recém república que não integrou os recém negros livres, além de um passado escravista que se tentou apagar ou amenizar por muitos anos. Isso também reflete na sociedade atual, na qual os subempregos ou os que exigem maior esforço braçal são destinados a pessoas majoritariamente negras. Vemos isso exemplificado no varredor de rua, no lixeiro, na empregada doméstica, no auxiliar de

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serviços gerais. Poucos são aqueles que conseguiram transpor a barreira imposta por esses anos de escravidão mal resolvidos.

Portanto, este trabalho surge com o propósito de que mais crianças e jovens negros passem a ver os livros de História de outra forma que não seja somente com relação ao sofrimento da escravidão. Desse modo, quero que eles vejam na resistência quilombola a não aceitação de sua condição de escravizados, não aceitando serem só uma coisa nem terem sua liberdade arrancada. Além de mostrar que nós, negros, somos capazes de tudo, até de sobreviver numa sociedade que não nos quer vivos.

É como dizem, representatividade importa. Assim, se aquilo que me representa sempre é visto por baixo, por que eu iria me ver diferente dele? Contudo, quero dizer a todo aluno negro que eu tenho/tiver que nós resistimos no passado, tivemos a conquista da nossa liberdade e teremos muito mais. Pois foi com a política de cotas para negros que eu cheguei à UERJ, me formei em História e agora estou terminando uma pós- graduação no Colégio Pedro II.

Eu sempre me vi como negra, porém me redescobri neste projeto. Afinal, eu sempre me vi como mulher negra, mas nunca dimensionei o que é ser uma pessoa negra neste mundo que nos reprime constantemente de forma violenta. Assim sendo, foi em junho deste ano que consegui ver o tamanho disso, quando o movimento Vidas negras importam tomou proporções mundiais e senti um pavor enorme pelos meus alunos negros e periféricos.

Por uns breves dias eu quase fui levada a pensar que nunca encontraríamos a nossa liberdade atualmente e que iriamos continuar a sofrer e a morrer nas mãos de gente que nos odeia só por conta da nossa cor de pele. Porém, este projeto me mostrou que nenhuma liberdade foi feita sem luta. Se palmares conseguiu resistir e permanece vivo até hoje, nós também iremos.

Portanto, acredito que eu preciso mostrar pra essa geração que passará pela minha sala de aula a existência de um povo negro resistente contra a opressão que sofreu no passado, de modo a lhes dar forças para resistir no presente. Ademais, com isso, a cada dia teremos a nossa liberdade conquistada.

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Os quadrinhos na sala de aula

O uso dos quadrinhos em sala de aula pode ser considerado recente, já que, entre as décadas de 20 a 60, esse tipo de literatura era considerado imoral ou prejudicial para as crianças (VERGUEIRO, 2010, p. 10-12). Sendo até mesmo motivo de sérias desconfianças entre pais e professores. Ainda segundo Vergueiro, essa desconfiança fez com que as HQs rapidamente sofressem restrições por conta de serem um meio de comunicação direcionado, em sua maioria, para as crianças, fazendo com que esse tipo de literatura fosse afastada dos bancos escolares (2010, p. 08).

Ao longo dos anos, e com sua popularidade crescente, bem como a derrubada de barreiras restritivas, como a de não fazer bem para as crianças e de prejudicar no intelecto, as Histórias em Quadrinhos começaram a ser usadas no ambiente escolar, de maneira tímida, muitas vezes voltadas para facilitar a alfabetização na infância. Lima nos diz que esse movimento de incorporação e aceitação dos Quadrinhos aconteceu nos anos finais do século XX com a publicação, nos anos 70, de quadrinhos para fins educativos e usados para a transmissão do conhecimento escolar (LIMA, 2017, p. 148).

De acordo com Vergueiro, a discriminação que as Histórias em Quadrinhos sofreram no passado, em que eram acusadas de afastar os jovens de leituras consideradas mais sérias, como, por exemplo, as de livros clássicos, perdura até os dias de hoje (2010, p. 16). Entretanto, a resistência no uso dos quadrinhos como material paradidático é bem menor e há cada vez mais adeptos em seu uso, como forma de complementar os estudos tanto de História como de outros conteúdos.

Muitos são os fatores que podem ser considerados para que as Histórias em Quadrinhos tenham melhor aceitação entre as crianças. Segundo Vergueiro, desde os primórdios da humanidade temos contato com os desenhos pra representar fatos do cotidiano. Iniciando nas figuras rupestres e passando pelas Bíblias, com gravura para o povo iletrado no período medieval. Além dos desenhos feitos na infância como uma das formas de comunicação e expressão que a criança exerce para o entendimento geral (VERGUEIRO, 2010, p. 10).

É nesse sentido de aproximação que a utilização das Histórias em Quadrinhos, quando bem aplicada, pode ser benéfica em aprofundar conceitos de História ou

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temáticas dos conteúdos. Palhares (2008) ressalta isso ao falar sobre como a utilização das HQs tem grande validade por sua forma de comunicação ser tanto verbal como visual. Ademais, a autora pontua que muitos quadrinhos abordam temas discutidos no ambiente escolar e até mesmo assuntos mal explorados (p. 04), como ainda é o caso do ensino da História da África, mesmo tendo se tornado obrigatório nos currículos escolares desde 2003.

Foi um grande avanço na historiografia brasileira, cuja influência europeia levava a um restrito espaço para se contar as histórias dos outros povos. Mas isso também causou um problema, pois existiam poucos estudos que abordassem temas como etnia, preconceito e discriminação, principalmente no campo da educação (PAULA;

GUIMARÃES, 2014, p. 437).

Uma análise feita pela professora Warley da Costa em 2005, dois anos após a aprovação da lei, demonstra a falta de um trabalho mais cuidadoso sobre a escravidão africana no Brasil. Uma vez que houve a observação de que os livros didáticos dirigidos a crianças do fundamental II reduziam esse período em imagens de sofrimento, captura e venda dos negros cativos. Em contrapartida, as imagens que representam festejos ou outro tipo de liberdade não estavam presentes (COSTA, 2011, p. 153-154).

Observando os livros didáticos mais recentes, percebe-se que, ao falar de resistência negra, por vezes fica restrita a luta abolicionista já no século XIX. Quando se trata dos escravizados no período colonial é abordada muito mais a escravidão em si, e pouco se fala da existência de resistência dos negros no Brasil.

Temos como exemplo o livro didático intitulado História, de Fábio Salvari (2012), da coleção Formando Cidadãos, o qual foi utilizado por alunos do 7º ano em 2019. Ao retratar o quilombo dos Palmares não se fala diretamente sobre o assunto, ficando restrito ao quadro de Curiosidades, com o texto de artigo retirado da revista Superinteressante, de 1993. A reprodução não possui atualizações em relação a novos estudos sobre os quilombos e seu simbolismo à resistência negra. Além de reduzir a luta quilombola em senso comum, como o fato de que eles sequestravam os escravizados que permaneciam no engenho.

O escasso de materiais paradidáticos de História adequados aos alunos do Ensino Fundamental II, aliado à falta de um aprofundamento dos livros didáticos, fez surgir o pensamento de falar sobre resistência negra para além dos conteúdos escolares impostos pelo currículo mínimo. Assim, demostrar as formas de protagonismo, que vão muito além da escravidão ou de como conseguiram lutar pela sua liberdade, torna-se essencial.

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Como sinaliza Slenes (2011, p. 302), deve-se pensar também nas relações familiares e de solidariedade que os negros e negras fizeram nos quilombos e/ou nas fazendas de engenho. Isso pode fazer o discente ampliar sua visão de conhecimento sobre esse período da história do Brasil, que muitas vezes é retratado de maneira superficial.

Portanto, acredita-se que a utilização da História em Quadrinhos Angola Janga, de Marcelo D’Salete (2017), daria esse espaço de maior conhecimento e entendimento da causa. Utilizando-se da criatividade, além do acesso a outras fontes de pesquisas.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Mostrar o uso da História em Quadrinhos como alternativa de material paradidático no ensino de História para turmas do Fundamental II. Com isso, a compreensão de conceitos da História com o uso da linguagem lúdica dos quadrinhos, junto com suas gravuras, torna-se mais fácil, trazendo o estudo para mais próximo dos discentes, pois as HQs fazem parte do cotidiano deles. Ademais, esse tipo de literatura também pode ser utilizado como alternativa de estudo para outras narrativas históricas, como a luta dos negros escravizados por sua liberdade, tendo como símbolo maior o Quilombo dos Palmares.

2.2 Objetivos Específicos

 Analisar fontes históricas, conceitos e novas formas de pesquisa utilizando o quadrinho Angola Janga, textos sobre o cotidiano dos quilombolas no passado e no presente, além de vídeos sobre o tema.

 Despertar o interesse à leitura e criatividade através da confecção de uma história em quadrinhos.

 Desenvolver nos estudantes a busca por conhecimento para além do livro didático, estimulando a valorização das Histórias em Quadrinhos como materiais de pesquisa e aprendizado lúdico.

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3 JUSTIFICATIVA

3.1 Novos olhares sobre o Negro nos livros didáticos

Na observação dos conteúdos históricos abordados em sala de aula percebe-se que, em relação à história da África, ficava faltando algo a ser mais explorado.

Geralmente, essa parte do conteúdo é colocada em um único capítulo de poucas páginas e sem muito aprofundamento. Essa limitação pode ter surgido pela lacuna do ensino de História da África na grade curricular das escolas e faculdades até o ano 2003 (PAULA;

GUIMARÃES, 2014, p. 445).

Antes da lei 10.639/2003, em que se obrigou a inclusão do estudo dos povos africanos, a visão que se tinha do negro era amplamente reduzida à escravidão. Além de que, muitas das vezes, esse conceito estava envolto na teoria do escravo coisa, ou seja, sem ação efetiva contra sua condição de escravizado (PINTO, 1999, p. 211).

Logo após começam a surgir com mais força os estudos e livros com a temática sobre os povos africanos. Abordando as grandes civilizações existentes, como o Império egípcio e os Reinos de Gana e Mali. Além de apresentar a África com um aspecto positivo, desmistificando os estereótipos (OLIVA, 2009, p. 156).

Entretanto, quando o assunto é a escravidão negra no Brasil, esses novos olhares ainda não aparecem nos livros didáticos. Pelo contrário, existe certa preferência em focar mais no sofrimento e desumanização dos negros escravos ao se perceber uma preferência de utilização de imagens que envolvam sofrimento e castigos físicos, como observado pela professora Warley da Costa (2011, p. 150-154).

Mas, o que mostrar para uma leva de crianças negras, cujas origens acabam sendo reduzidas a imagens de dor e sofrimento? Como mostrar que o negro escravizado não era só uma coisa, não era “pacifico”, não era “acostumado” com a escravidão? Foram perguntas que me surgiram ao me deparar com o conteúdo de História sobre o período colonial destinado ao ensino fundamental II. Muito se fala sobre escravidão do povo negro no Brasil, mas pouco se fala da resistência desse povo.

O desafio estava na forma de abordar o tema com alunos em idades entre 13 a 15 anos, pensando em algo que despertasse o interesse e, ao mesmo tempo, fosse capaz de gerar debate e reflexão sobre os males da escravidão e também demostrar as relações familiares e de solidariedade presentes nos quilombos. Entretanto, tudo isso deveria ser

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colocada de maneira leve por conta da faixa etária. Assim, o quadrinho Angola Janga foi a forma escolhida por conter todos esses elementos necessários.

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4 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

4.1 Quadrinhos e o ensino da História da África e dos negros no Brasil

O ensino de História nas escolas tem desafios, dentre eles o de demostrar aos alunos, principalmente do fundamental II, qual é a importância da História na vida e no cotidiano deles. Também existe o desafio a respeito de como podemos abordar determinados temas. Isso porque, por conta da idade, pode ser que os alunos tenham pouco conhecimento prévio de mundo.

Os livros didáticos ajudam, mas nem sempre conseguem auxiliar em alcançar os objetivos propostos pelo docente. Como, por exemplo, obter um melhor aprendizado que envolva o aluno ao ponto de perceber que aquilo que aconteceu no passado também pode afetar o seu presente ou quem ele é um ser histórico no mundo. É nesse sentido que a utilização de Histórias em Quadrinhos pode se tornar uma alternativa de material paradidático para que os discentes consigam compreender melhor os conceitos e temas estudados em sala de aula.

Entretanto, por muitos anos as Histórias em Quadrinhos não eram bem vistas como uso complementar de aprendizado. Pelo contrário. Segundo Vergueiro (2010), essas histórias foram amplamente combatidas por pais e professores que acreditavam estar protegendo seus filhos e alunos contra os supostos malefícios que poderiam causar, fazendo com que esse tipo de literatura ficasse afastado dos bancos escolares (p.

08).

Já no Brasil, de acordo com Lima (2017, p. 148-149), essa visão começa a se modificar a partir das mudanças ocorridas com a inserção dos Parâmetros Curriculares Nacionais, em 1997. Somente após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelecer a necessidade de inserir novas formas de expressão da língua e das artes tanto no ensino médio como no fundamental. A partir disso, passou a existir um aumento do uso das Histórias em Quadrinhos nas salas de aula

Em 2006 surge um novo aspecto mediante a orientação de que as HQs fazem parte da literatura e, com isso, abre caminho para adaptações de obras clássicas.

Ademais, o Governo Federal passou a considerar os quadrinhos como os mais indicados para a realidade escolar do ensino básico, ampliando ainda mais o acesso ao gênero (LIMA, 2017, p. 149).

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Com isso, a utilização das HQs foi ganhando cada vez mais espaço. Vergueiro (2010) menciona o fato de que, depois de algumas décadas, professores de diversas disciplinas buscavam nas Histórias em Quadrinhos elementos, não só para tornar o conteúdo mais agradável, como também para discutir temas específicos (p. 20).

Com a lei 10.639/2003, a qual amplia o currículo de Ensino de História, definindo a obrigatoriedade dos estudos sobre História e cultura africana e afro-brasileira, surge a necessidade de abordar outros assuntos que vão além do livro didático. Contudo, apesar da lei, ainda existem restrição de alguns temas, como os ligados à escravidão. Os quais, algumas vezes, apresentam com mais ênfase parte da utilização e sofrimento do escravizado, deixando a parte da resistência de fora (SILVA, 2018, p. 13).

É nesse sentido que a História em Quadrinhos intitulada Angola Janga, produzida por Marcelo D’Salete em 2017, surge como um contraponto ao abordar a resistência negra à escravidão. Uma vez que trata o Quilombo dos Palmares pela perspectiva dos moradores, e não dos vencedores, portugueses e bandeirantes, mostrando uma outra visão da história: a dos vencidos.

A importância de abordar o tema da resistência negra no período da escravidão ocorre por conta da falta de maior abrangência nos livros didáticos, principalmente se tratando dos Quilombos. Geralmente existe uma caixa amarela de curiosidades onde se menciona o fato, porém sem dar maior relevância nessa luta contra a escravidão no Brasil. Santana exemplifica isso ao dizer que:

O Negro foi escravizado sim, mas não se curvou. As lutas contra a dominação e a resistência geraram muitas vozes que foram se erguendo. A injustiça e a incompreensão formaram homens, guerreiros, capazes de lutar contra tudo de indigno que havia na escravidão e recuperar a liberdade.

Zumbi, juntamente com outros representantes da coletividade negra, durante o período escravista brasileiro, empenhou-se na luta contra a opressão do sistema que impunha o trabalho compulsório aos africanos e seus descendentes (SANTANA, 2012, p. 02).

Expor esse assunto em sala de aula ganha importância ao tirar o negro do papel de ser “pacífico” à escravidão, colocando-o como ser ativo em busca de sua liberdade.

Pois, segundo João José Reis (1996), os estudos sobre criminalidade, fugas, quilombos, capoeira e formação da cultura afro são sinais de resistência.

O quilombo também pode ser trabalhado como demonstração do esforço dos escravizados em manter a cultura e ancestralidade africana. Isso é mostrado no quadrinho Angola Janga, de D’Salete (2017, p. 196-197), quando Griot – figura

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responsável em preservar a memória ancestral africana – conta aos mais novos a história de como foi a chegada deles ao Brasil e a criação de Palmares

Quando se fala em ancestralidade, fala-se dessa busca por memória e identidade e no empenho de encontrar esses laços ancestrais. Em especial nas crianças de descendência negra, que passam ou passaram a maior parte da vida escolar com pouca ou nenhuma representação da cultura africana que não fosse ligada diretamente à escravidão.

Com isso, ao tratar o Quilombo como uma figura de resistência, também trataremos como tentativa dessa busca pela ancestralidade. Isso fica evidente quando Franco (2012, p. 04) diz:

Portanto, ao lado da identidade e da ancestralidade, a memória se constitui em conceito chave para se pensar as experiências de africanos/as e seus descendentes em terras brasileiras. E nos chama a atenção para a importância de nós negros/as ressignificar nossas histórias ancestrais para conhecer, reconhecer e pertencer a um grupo. No momento em que rememoramos nossa história, nos fortalecemos e começa o processo de resistência.

Pode parecer que falar disso seja banal, mas, para uma criança afro-brasileira, pode ser algo importante. Visto que ela tem a capacidade de se enxergar numa HQ, vendo-se de maneira positiva, e se reconhecer como ser histórico que vai além do sofrimento imposto pelo período escravista.

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5 PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS

5.1 Proposta de atividade pedagógica sobre identidade, ancestralidade e resistência negra a partir do quadrinho Angola Janga

A atividade prática para a execução do projeto final foi pensada para ser aplicada com estudantes do 7º ao 9º do Ensino Fundamental II, cuja faixa etária vai dos 12 aos 14 anos. Os quais já tiveram contato com a parte da História do Brasil referente ao período colonial.

A intervenção pedagógica pode ser realizada no 4º bimestre letivo em uma semana sobre a consciência negra, sendo capaz de fazer parte de um projeto interdisciplinar entre Português, Artes, História e Geografia; ou em sete aulas divididas em cinco etapas. Porém, é algo que pode e deve ser trabalhado ao longo do ano todo, sem ficar restrito apenas a uma semana ou efemérides. Isso pois são temáticas que estão diretamente ligadas ao cotidiano do Brasil ao longo dos dias, anos e séculos de história do país.

1ª Etapa

Número de aulas: 1 Tempo: 50min

Conhecendo Histórias em Quadrinhos: Mesmo que o aluno já tenha tido algum tipo de contato com Histórias em Quadrinhos, pode-se fazer uma aula contando a história das HQs, como surgiram, como se lê e os símbolos utilizados. Por exemplo, pode se dizer que Histórias em quadrinhos são narrativas gráficas com imagem e texto;

são lidas da esquerda para a direita, de cima para baixo (no modelo ocidental) e seu os símbolos utilizados podem significar uma fala, narração, pensamento ou representação de sons na foram escrita.

Toda essa explicação ajuda na etapa final de construção de uma História em Quadrinhos feita pelo discente. Também pode ser mostrado o Quadrinho que será usado na atividade, no caso, Angola Janga, para ter um primeiro contato com a história. Nesse momento, é só para o aluno folhear ou ler o quadrinho, ter um contato direto, mas já despertando uma curiosidade do que se trata a história contida no exemplar.

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Também falar um pouco do autor do quadrinho, Marcelo D’Salete, um homem negro que na sua inquietação em não conhecer mais além dos relatos rasos e negativos nos livros de História, resolveu buscar um novo olhar sobre o quilombo dos Palmares.

2ª Etapa

Número de aulas: 2 Tempo: 1h40

Conhecendo o assunto proposto: Após o contato inicial da primeira etapa, o docente aprofunda o tema proposto – a resistência negra no Quilombo dos Palmares – ao abordar o assunto através de um vídeo e/ou texto que fale sobre a vinda dos negros ao Brasil, das regiões em que eles foram retirados e como eram tratados. Pode se explicar, por exemplo, sobre o quilombo ou mocambo e nome dado para formação de uma comunidade majoritariamente de negros que fugiam dos engenhos e de sua condição de escravizado.

Logo após, fazer o mesmo, mas agora falando sobre a luta dos escravizados contra os senhores nas fazendas e como aconteciam as fugas. Terminando a exposição dando ênfase a Zumbi dos Palmares e o quilombo do qual foi o líder, além de abordar os quilombos que existem até hoje. Ao final, pode-se fazer um pequeno debate com os alunos em que o docente irá mediar, com perguntas prévias, que leve-os a perceber as diferenças entre o que está escrito no livro didático e o que foi exposto em sala de aula.

Assim, os discentes serão levados a perceber que nem tudo o que sabemos ou aprendemos irá constar nos livros de História.

3ª Etapa

Número de aulas: 1 Tempo: 50min

Construção de uma história em quadrinhos: Acompanhado de um texto e imagens retiradas do quadrinho Angola Janga, (sugestões no Anexo I e II, respectivamente) que tratam sobre o cotidiano dos quilombos, o aluno será direcionado a construir sua própria História em Quadrinhos. Baseada nas informações da etapa anterior e nas contidas na atividade que será impressa juntamente com uma folha, onde terão seis retângulos em branco (ver Anexo III), semelhantes aos encontrados nas HQs.

Essa etapa poderá ser feita individualmente ou em duplas, para que se tenha um melhor aproveitamento da construção da história e ilustração.

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4ª Etapa

Número de aulas: 1 Tempo: 50min

Análise de compreensão: Com o término da etapa 3, o docente pedirá para que os quadrinhos feitos pelos alunos sejam expostos à turma e fará perguntas sobre a história contida na folha. Desse modo, ele poderá avaliar a compreensão do aluno sobre as formas de resistência negra através dos quilombos, se conseguiram observar que existem outras narrativas e figuras históricas que vão além do livro didático. Para isso, o docente irá indagar os discentes com perguntas previamente elaboradas. Ao final, os quadrinhos poderão ser expostos em varais nos corredores da escola ou em fanzines, que são pequenos quadrinhos feitos de maneira artesanal.

5ª Etapa

Número de aulas: 2 Tempo: 1h40

O quilombo de ontem e de hoje e a ancestralidade: Nessa etapa o docente dará ênfase à ancestralidade e identidade africana. Para isso, inicie um debate, com os discentes em roda, sobre o que eles sabem ou já ouviram falar sobre ancestralidade.

Nesse momento pode ser falado sobre a figura de Griot como referência na preservação da memória e identidade africana, e como os idosos da família dele também podem ter esse mesmo papel. Enquanto isso, no centro do círculo o professor poderá deixar elementos da cultura africana (exemplo: vocabulário, culinária, dança, música.), de forma que o aluno possa reconhecê-los na cultura afro-brasileira.

Por fim, o docente poderá passar um filme, documentário ou outro material audiovisual que fale sobre a resistência dos quilombos hoje em dia e como eles também buscam as suas ancestralidade e identidade. Com isso, o docente irá mostrar que a luta do povo negro não chegou ao fim com Palmares, mas que existe nos dias de hoje, seja nos quilombos ou nas cidades.

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6 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao trabalhar sobre Quilombo dos Palmares com alunos do 7º ano, em escala reduzida ao proposto no projeto, eu percebi que existia curiosidade e estranhamento sobre o assunto. Até aquele momento meus estudantes1 não sabiam quem era Zumbi e nem Palmares, mas, quando se viram livres para colocar nos quadrinhos aquilo que haviam assistido e lido sobre o assunto, tive o retorno esperado. Já que eles perceberam que dentro do quilombo existiram histórias, laços familiares e de solidariedade, os quais não são encontrados nos livros didáticos.

Palmares resistiu por quase 100 anos e pouco sabemos da rotina no quilombo, além do que os documentos oficiais nos contam. Pouco se sabe até de seus líderes. Mas sempre são usadas as mesmas narrativas do surgimento e queda do quilombo, sem pensar no que tinha entre os dois fatos. É como se a derrota fosse mais importante, e não o motivo que levou tantos escravizados a fugirem dos engenhos e criarem uma comunidade que os fizesse se aproximar da África, da sua ancestralidade.

Ao aprofundar sobre o Quilombo dos Palmares, maior símbolo de resistência negra, a expectativa é que os discentes concluam que os escravizados estavam sempre em busca de sua liberdade e não eram apáticos a sua condição. De forma a dar voz àqueles que não se encontram na história contada nos livros. Além disso, é esperado mostrar que a luta quilombola não acabou com a queda de Palmares. Ele está vivo e resiste nos dias de hoje.

1 Alunos do 7º ano do Colégio ATM, situado no bairro Saracuruna, Duque de Caxias – RJ.

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REFERÊNCIAS

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<http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.639.htm>. Acesso em: 25 jun.

2020.

COSTA, Warley da. Olhares sobre as Imagens da Escravidão Africana: Dos pintores viajantes aos livros didáticos de história do ensino fundamental. Acervo, v. 18, n. 1/2, p.

153-154, 6 dez. 2011. Disponível em:

<http://revista.arquivonacional.gov.br/index.php/re vistaacervo/article/view/190>.

Acesso em: 26 jun. 2020.

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<https://rhhj.anpuh.org/RHHJ/article/view/332>. Acesso em: 30 jun. 2020.

OLIVA, Anderson Ribeiro. A história africana nas escolas brasileiras: entre o prescrito e o vivido, da legislação educacional aos olhares dos especialistas (1995-2006).

História, Franca, v. 28, n. 2, p. 143-172, 2009. Disponível em:

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Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2262-8.

pdf>. Acesso em: 1 jul. 2020.

PAULA, Benjamin Xavier de; GUIMARAES, Selva. 10 anos da lei federal nº 10.639/2003 e a formação de professores: uma leitura de pesquisas científicas. Educ.

Pesqui., São Paulo, v. 40, n. 2, p. 435-448, jun. 2014. Disponível em:

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<http://www.scielo. br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517- 97022014000200009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 24 jun. 2020.

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SALVARI, Fábio. História: 7 ° ano. Recife, PE: Formando Cidadãos Editora, 2012.

(Sistema integrado de educação: formando cidadãos).

SANTANA, K. C. E. Por trás das paliçadas de Palmares: uma reescritura da história de Zumbi por Leda Maria de Albuquerque Noronha. Darandina Revisteletrônica. Anais do Simpósio Internacional Literatura, Crítica, Cultura VI – Disciplina, Cânone:

Continuidades & Rupturas, 2012, p. 01-20. Disponível em: <http://www.ufjf.br/darandi na/files/2012/09/Por-tr%C3%A1s-das-pali%C3%A7adas-de-Palmares-Artigo-de-Comu nica%C3%A7%C3%A3o-do-Simp%C3%B3sio.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2020

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GOMES, Flávio dos Santos (Orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade: 50 textos críticos. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. p. 13-16.

SLENES, Robert Wayne. Na senzala, uma flor – esperanças e recordações na formação da família escrava: Brasil Sudeste, século XIX. 2ª ed. corrigida. Campinas: Editora da Unicamp, 2011.

VERGUEIRO, Waldomiro. O uso das HQs no ensino. In: RAMA, Ângela;

VERGUEIRO, Waldomiro. (Orgs.). Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. 4 ed. São Paulo: Contexto, 2010, p. 07-29.

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ANEXO A – TEXTO DIDÁTICO SOBRE QUILOMBOS

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ANEXO B – SUGESTÕES DE TRECHOS DE ANGOLA JANGA A SEREM TRABALHADOS EM SALA

Figura 1 Recorte do quadrinho Angola Janga (D’SALETE, 2017, p. 196-197)

Menina corre para se reunir com as outras crianças para ouvi o Griot contando como surgiu o quilombo em que habitam. A página seguinte mostra a casa grande sendo incendiada enquanto os escravizados fogem. A chegar a um lugar seguro, uma mulher retira sementes de seus cabelos, coloca na terra e crescem duas plantas germinadas.

Essa imagem tem como objetivo mostrar como seria o suposto cotidiano dentro do quilombo e como foi o início do local.

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Figura 2 Recorte do quadrinho Angola Janga (2017)

Dois escravizados estão fugindo pela mata e um deles relembra do seutrabalho no engenho de açúcar. Na página seguinte o escravo está moendo a cana de açúcar, mexendo no tacho do melado e colocando o açúcar nas formas para secar. Logo após, o mesmo escravo, ao carregar mais cana, encara o capitão do mato que o está vigiando.

O objetivo dessa imagem é mostrar a motivação dos escravizados em fugir do trabalho no engenho e como eles eram sempre vigiados.

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Figura 3 Recorte do quadrinho Angola Janga (2017)

Escravizado encontra com os quilombolas no meio da mata. Na imagem seguinte, o outro escravizado é capturado e morto pelo capitão do mato. Um pássaro negro sobrevoa o céu.

O objetivo dessa imagem é mostrar o quanto a fuga para o quilombo era perigosa e muitas vezes sem sucesso de chegar ao local e, enfim, conquistar sua liberdade.

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Figura 4 Recorte do quadrinho Angola Janga (2017)

Menino negro leva uma pedrada na cabeça feita por dois meninos que correm do local, ele apanha a concha que estava segurando enquanto uma senhora se aproxima dele. Na página seguinte à senhora entrega ao menino um livro e ambos olham para uma serra eu fica além da vila.

O objetivo dessa imagem é mostrar que mesmo um menino negro ser criado como livre em uma vila, ele sempre é visto como escravo pelos outros habitantes deixando o menino sem um lugar no mundo.

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ANEXO C – MODELO DE FOLHA COM QUADROS FIXOS PARA PRODUÇÃO DE HQ PELOS ALUNOS

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