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COLÉGIO PEDRO II. Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura Programa de Residência Docente. Rosana Rodrigues Massena

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COLÉGIO PEDRO II

Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura Programa de Residência Docente

Rosana Rodrigues Massena

LITERATURA, CÂMERA, AÇÃO!

Um novo olhar sobre um conto Machadiano através do celular

Rio de Janeiro 2018

(2)

Rosana Rodrigues Massena

LITERATURA, CÂMERA, AÇÃO!

Um novo olhar sobre um conto Machadiano através do celular

Produto Acadêmico Final apresentado ao Programa de Residência Docente, vinculado à Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura do Colégio Pedro II, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Docência da Educação Básica na Disciplina de Língua Portuguesa.

Coordenador: Rogério Neves

Orientador/Supervisor: Marta Rodrigues

Campus de atuação no Colégio Pedro II: Humaitá II Área/Disciplina: Língua Portuguesa

Instituição de Origem: Colégio Estadual Marechal João Baptista de Mattos

Rio de Janeiro 2018

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COLÉGIO PEDRO II

PRO-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA, EXTENSÃO E CULTURA BIBLIOTECA PROFESSORA SILVIA BECHER

CATALOGAÇÃO NA FONTE M415 Massena, Rosana Rodrigues

Literatura, câmera ação! Um novo olhar sobre um conto Machadiano através do celular / Rosana Rodrigues Massena. - Rio de Janeiro, 2018.

34 f.

Produto Acadêmico Final (Especialização em Docência da Educação Básica na Disciplina Língua Portuguesa) – Colégio Pedro II. Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura. Programa de Residência Docente.

Orientador: Marta Rodrigues Gomes.

1. Língua portuguesa – Estudo e ensino. 2. Gêneros literários. 3. Contos.

4. Leitura. 5. Curta-metragem. 6. Tecnologia digital. I. Rodrigues, Marta II.

Colégio Pedro II. III. Título.

CDD 469

Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Simone Alves da Silva – CRB7 5692.

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Rosana Rodrigues Massena

LITERATURA, CÂMERA, AÇÃO!

Um novo sobre um conto Machadiano através do celular

Aprovado em: _____/_____/_____.

Prof. Dra. Marta Rodrigues Gomes Colégio Pedro II

Prof. Mestre Juliana Pereira Lannes Colégio Pedro II

Prof. Dra. Silvia Barros da Silva Freire Colégio Pedro II

Produto final apresentado ao Programa de Residência Docente, vinculado à Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura do Colégio Pedro II, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Docência da Educação Básica na Disciplina Língua Portuguesa.

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Dedico este trabalho a todos os professores da especialização do Colégio Pedro II.. Obrigada por ampliarem meus horizontes.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer, em primeiro lugar, à professora Marta Rodrigues, minha orientadora durante o PRD. Através da observação de suas aulas tive a oportunidade de repensar minha prática docente e renovar meus votos com o sonho de uma educação de mais qualidade para meus alunos.

Aos meus colegas também residentes pela força e ajuda quando precisei e pela troca de experiências que tanto enriqueceu meu caminho. A convivência com vocês tornou a trajetória mais leve e agradável.

Aos meus filhos, por compreenderem o motivo das minhas ausências, por ficarem felizes com cada pequena vitória e por serem a razão original do meu desejo de um futuro melhor.

À Viviane, minha namorada, pelo incentivo e pelo bom exemplo. Grande parte desse trabalho foi escrito porque você me ajudou a manter o foco. Obrigada por cada gesto de apoio.

À equipe do C.E. Marechal João Baptista de Mattos por disponibilizarem o espaço da escola para gravação do curta-metragem, por garantirem que nossa escola funcione sempre da melhor forma possível e aos alunos da turma 1011, do ano letivo de 2017, por executarem o trabalho de maneira tão linda e, principalmente, por me ensinarem tanto sobre a vida.

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Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.

Cora Coralina

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RESUMO

MASSENA, Rosana Rodrigues. Literatura, câmera, ação! Um novo olhar sobreum conto Machadiano através do celular. 2018. 34 f. Produto Acadêmico Final (Especialização em Docência da Educação Básica na Disciplina Língua Portuguesa) – Colégio Pedro II, Pró- Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura, Programa de Residência Docente, Rio de Janeiro, 201X.

O presente trabalho trata de uma atividade de produção de um curta-metragem, a partir da leitura de um conto, com uso do aparelho celular. Foi feito com uma turma de alunos do primeiro ano do ensino médio da Escola Estadual Marechal João Baptista de Mattos, no município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. Para o desenvolvimento da atividade, a turma foi dividida em grupos e os alunos foram orientados a executar o trabalho por áreas, sendo elas: escrita, atuação, filmagem, maquiagem, figurino e cenário, conforme sua escolha. A dois dos alunos foi incumbida a tarefa de atuarem como coordenadores do processo. Eles tiveram que ajudar na organização das etapas a fim de que o prazo fosse cumprido da melhor forma possível. O prazo dado foi de um mês. Foi ainda solicitado que os alunos fizessem a gravação com o uso do celular e que pesquisassem formas de editar o vídeo na internet, por meio de programas e/ou aplicativos. Dessa forma, o estudo em questão procurou aliar o uso da tecnologia ao ensino dos gêneros conto e peça teatral, assim como promover a leitura e a autonomia dos alunos. Portanto, o trabalho servirá como exemplo de atividade que alia tecnologia a conteúdos tradicionais, como forma de tornar o processo de ensino-aprendizagem mais interessante e eficaz, que pode ser desenvolvida por professores de diferentes segmentos, como forma de fomentar o interesse pela leitura através da vivência da história selecionada e do uso do aparelho celular.

Palavras-chave: Conto. Curta-metragem. Celular. Leitura.

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ABSTRACT

MASSENA, Rosana Rodrigues Massena. Literatura, câmera, ação! Um novo olhar sobre um conto Machadiano através do celular. 2018. 34 f. Produto Acadêmico Final (Especialização em Docência da Educação Básica na Disciplina Língua Portuguesa) – Colégio Pedro II, Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura, Programa de Residência Docente, Rio de Janeiro, 2018.

This actual work is about the activity of producing a short film, from the reading of a short tale, using a cell phone. It was done with a student group on the first year of high school from the Marechal João Baptista de Mattos State School, in the city of Rio de Janeiro, state of Rio de Janeiro. For that activity, the class was divided in groups and the students were oriented to work by areas: writing, acting, filming, makeup, costumes and scenery, according to their aptitude. Two of them were requested to act as coordinators of the process. They had to help organizing the steps so that the deadline was fulfilled in the best possible way. They had one month to finish the job. The students were also requested to record using the cell phone to edit the video on the internet, using programs or applications. In this way, the research in question intended to combine the use of technology on teaching tale and play genres, as well as to promote reading and students’

autonomy. Therefore, the work will serve as an example of activity that combines technology with traditional content, in a way to make the teaching-learning process more interesting and effective, which can be developed by teachers from different segments, fomenting the interest in reading through the experience of the selected tale and use of the mobile devices

Keywords: Tale. Short film. Cell phone. Reading.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

1 OBJETIVOS ... 13

1.1 Objetivo Geral ... 13

1.2 Objetivos Específicos ... 13

2 JUSTIFICATIVA ... 14

3 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ... 16

4 PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS ... 18

5 BREVE RELATO DO DESENVOLVIMENTO DO PAF ... 20

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 22

7 REFERÊNCIAS ... 23

APÊNDICE A – FOTOS DAS GRAVAÇÕES ... 24

ANEXO A – ROTEIRO ELABORADO PELOS ALUNOS ... 26

ANEXO B – VÍDEO PRODUZIDO PELOS ALUNOS ... 34

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11 1 INTRODUÇÃO

O baixo nível de proficiência leitora e o grande desinteresse pela escola são dois grandes problemas facilmente observáveis em alunos do ensino médio. Em alunos da rede estadual de ensino há, além das dificuldades já citadas: a falta de estrutura física e de equipamentos pedagógicos nas escolas e o fazer pedagógico tradicional baseado na tríade: quadro, livro e caderno, em aulas predominantemente expositivas.

No Colégio Estadual Marechal João Baptista de Mattos o cenário não é diferente, infelizmente, apesar do trabalho admirável da direção da escola. Além disso, especificamente nas aulas ministradas por mim havia também a predominância de aulas expositivas. Portanto, há a necessidade de mudança da prática pedagógica a fim de promover melhorias na qualidade das aulas ministradas a esses jovens.

A fim de promover o exercício da leitura e tornar o ambiente mais atrativo para os alunos foi desenvolvida, com a ajuda da professora Marta, orientadora deste produto final, uma atividade que trabalhasse diretamente nessas questões. Dados sobre o trabalho desenvolvido por ela, que inspiraram o presente trabalho, foram extraídos de seu artigo “Releitura de contos de Machado de Assis: o olhar do aluno” ( RODRIGUES, 2015, p. 62-77) e adaptados à realidade da turma.

A turma escolhida para o desenvolvimento da intervenção pedagógica foi a 1011, do C.E. Marechal João Baptista de Mattos, localizado em Acari- Rio de Janeiro- RJ, no ano letivo de 2017. É possível citar como características marcantes da turma: a baixa frequência, o baixo rendimento, a apatia e dificuldades relacionadas à leitura e interpretação.

Outro fator relevante a ser citado é o fato de que, na unidade escolar em questão, há empenho da direção e dos professores para que o uso do aparelho celular seja inibido durante as aulas, salvo quando solicitado pelo professor como ferramenta pedagógica. A ideia é de que haja um melhor rendimento dos alunos e melhor desenvolvimento das atividades em sala de aula.

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A partir desse panorama entendeu-se que havia a necessidade de desenvolver atividades que estimulassem a leitura de forma mais profunda, como citado acima, e como atividade de lazer para (re) encantar esses alunos e mudar o quadro de apatia que havia se instalado. Entendeu-se também que era necessário que o trabalho estivesse ligado a práticas de lazer dos jovens para que tivesse melhor aceitação e para isso foi usado o aparelho celular como instrumento usado em várias etapas da presente atividade.

Resumidamente, o presente trabalho, intitulado “Literatura, câmera, ação! Um novo olhar sobre um conto Machadiano através do celular”, consiste na produção de um curta-metragem a partir da leitura e roteirização de um conto do escritor Machado de Assis. A filmagem e edição dos vídeos deveria ser feita através do aparelho celular e o espaço usado para desenvolvimento do trabalho deveria ser o da unidade escolar.

Buscou-se com a presente atividade estimular os alunos a desenvolverem habilidades relacionadas à leitura e interpretação de textos. Além disso, espera-se que o presente produto represente um passo a mais em direção à autonomia, à criticidade, à leitura como atividade de lazer, à reflexão sobre a própria realidade através da Literatura e à capacidade de atingir camadas mais profundas de um texto, tão necessários à turma em questão.

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1 OBJETIVOS

.

1.1 Objetivo Geral

Fomentar o interesse pela leitura através da utilização do aparelho celular como ferramenta de aprendizagem para a criação de um curta-metragem produzido a partir da leitura e roteirização de um conto

1.2 Objetivos Específicos

● Identificar as características do gênero conto e do gênero peça teatral

● Apreender a narrativa selecionada

● Roteirizar o conto

● Produzir o curta-metragem com o uso do celular

● Refletir sobre o contexto histórico de produção do texto original

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14 2 JUSTIFICATIVA

De acordo com o INAF (Indicador de Alfabetismo Funcional), em 2015, cerca de apenas 9% dos concluintes do ensino médio demonstram um nível proficiente de leitura e interpretação de textos. Ou seja, a maior parte dos nossos estudantes não entende o que lê ou entende pouco, não conseguindo, portanto, alcançar as camadas mais profundas de um texto.

A realidade do primeiro ano do ensino médio do C.E. Marechal João Baptista de Mattos não é diferente. As turmas são, em sua maioria, compostas de alunos apáticos, com baixo rendimento e sem hábito de leitura. A falta de preparo desses estudantes para ler e entender um texto fica evidente em todas as disciplinas, principalmente nas aulas de Língua Portuguesa e Literatura.

Como ensinar gêneros, períodos e escritores, por exemplo, a estudantes com esse perfil? Outro fator a ser considerado nesse contexto é que, na atualidade, os jovens já nascem imersos em tecnologia. Portanto, acreditamos que para um melhor resultado é necessário ensinar através de ferramentas tecnológicas disponíveis, pois:

Como educadores, nós precisamos pensar sobre como ensinar tanto o conteúdo Legado e o Futuro na língua dos Nativos Digitais. O primeiro requer uma tradução maior e mudança de metodologia; o segundo requer tudo o que adiciona o novo conteúdo e pensamento (PRESNKY, 2011, p.4).

A partir dessa perspectiva, foi incluído, na intervenção pedagógica, o uso do aparelho celular para filmagem e edição dos vídeos que dariam origem ao curta- metragem. Além do uso do celular, esperava-se que os alunos fizessem uso de computadores e da internet, caso fosse necessário.

Dessa forma, como afirmado por Prensky (2011), buscou-se ensinar conteúdos de legado, como os gêneros conto e peça teatral, o conteúdo de futuro, produção de um curta-metragem, através de um recurso tecnológico familiar aos estudantes, o aparelho celular.

Além disso, debates sobre os assuntos de urgência social, como o preconceito racial, por exemplo, fazem-se necessários. Através da atividade foi possível levar os alunos da turma em questão à reflexão sobre o assunto por meio de um debate que seguiu à leitura do conto.

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O conto escolhido para desenvolvimento do trabalho foi o “Pai contra mãe”, do escritor Machado de Assis, por se tratar de um texto permeado por questões como a escravidão, o racismo, o valor da vida humana e as diferenças sociais, por exemplo.

As adversidades passadas por Candinho em busca do dinheiro que salvaria seu filho recém- nascido do destino de ser abandonado na roda dos enjeitados, provocam nos alunos reflexões sobre o contexto histórico de produção do conto e sobre assuntos de urgência social da atualidade.

Entendemos que toda atividade que leve a repensar a própria realidade é fundamental, pois, como é previsto na LDB e com o que concordamos:

A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1996, p. 7).

Portanto, a intervenção pedagógica desenvolvida para compor este trabalho mostra-se importante sob diferentes aspectos, entre eles: ampliação dos conteúdos previstos pelo currículo mínimo da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (2012), fomento do interesse pela leitura, debate de assuntos de urgência social e promoção da autonomia do aluno.

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16 3 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

Promover experiências literárias significativas para alunos pouco afeitos à pratica da leitura é, sem dúvida, um grande desafio. Incentivar os jovens a repensarem a própria realidade, desenvolver uma visão crítica e estimular a leitura por prazer devem fazer parte das aulas de Literatura.

Para isso é necessário que levemos em consideração as características dos jovens para os quais nossos esforços são direcionados. O forte apego ao uso das tecnologias como, por exemplo, do aparelho celular é uma delas. Dessa forma, é imperativo que, como afirmado por Moran, Presnky e Mainart (2010), repensemos nossas metodologias de ensino a partir da integração de recursos digitais.

A respeito dessa adequação do processo de ensino ao contexto atual, Moran afirma que:

Avançaremos mais se soubermos adaptar os programas previstos às necessidades dos alunos, criando conexão com o cotidiano, com o inesperado, se transformarmos a sala de aula em uma comunidade de investigação (MORAN, 2000, p.138).

Os PCNs (BRASIL, 2006) também apontam a necessidade de conquistar o leitor e motivá-lo para a leitura e, para tanto, é preciso que busquemos novas formas de atrair os jovens para o universo da leitura e todas as possibilidades que esse hábito pode oferecer.

Entendemos que é preciso fugir de análises superficiais e do posicionamento do aluno como mero expectador de uma leitura fechada que muitas vezes é proposta pelos manuais. É preciso estender as provocações de leitura e interpretação para além das sugeridas nos manuais didáticos, pois, como afirma Kleiman e Moraes:

O livro didático, quando usado como única fonte de conhecimento na sala de aula, favorece a apreensão fragmentada do material, a memorização de fatos desconexos e valida a concepção de que há apenas uma leitura legítima para o texto. (KLEIMAN E MORAES, 1999, p.66)

Para isso, entendemos que é preciso pensar além dos materiais didáticos e desenvolver atividades que, além de trabalhar aspectos superficiais dos textos, posicionem o aluno como leitor ativo. Dentro dessa perspectiva que se insere a presente intervenção pedagógica. Nela, o aluno é levado a reescrever um texto do gênero narrativo, de um conto, sob a forma de outro, de estrutura dramática. Dessa forma, o aluno é compelido a uma leitura mais profunda, à fixação das características dos

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gêneros textuais em questão e a debater o tema do texto fazendo uma ponte com a sua realidade.

A escolha do celular para registro das cenas, para a edição e possíveis pesquisas teve como objetivo tornar a atividade mais atrativa, levando em consideração que o uso do aparelho é reprimido normalmente nas aulas e os jovens são bastante ligados a esse recurso tecnológico.

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18 4 PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS

Por se tratar de uma pesquisa que não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, é possível afirmar que a abordagem do presente trabalho é qualitativa.

Em relação ao tipo de pesquisa, podemos enquadrar o presente trabalho como estudo de caso, pois visa interferir no panorama específico da turma em estudo, entender suas questões dentro do contexto em que estão inseridas e por sua coleta de dados ter sido feita a princípio através da observação da professora regente e através de pesquisa oral feita com os alunos durante o processo.

A proposta de intervenção foi a produção de um curta-metragem produzido a partir da leitura e roteirização de um conto de Machado de Assis com o uso do aparelho celular como ferramenta pedagógica. Para chegar a esse produto foram necessárias algumas etapas, são elas:

● Aula expositiva sobre os gêneros peça teatral e conto: Nessas aulas, ocorridas, respectivamente, no primeiro e segundo bimestres, os alunos foram apresentados às características de cada gênero. Entraram em contato com alguns exemplos de textos construídos nessa estrutura. Os alunos debateram sobre o assunto proposto no texto e refletiram sobre a estrutura que compõe os gêneros estudados.

● Escolha do texto para produção do curta: A escolha foi feita pela professora tendo em vista as várias possibilidades de debates possíveis devido à temática do texto e por ter as marcações de tempo e espaço bem marcados, o que facilitaria a produção do curta-metragem pelos alunos. O conto escolhido foi “Pai contra mãe”, de Machado de Assis. A leitura inicialmente foi feita em conjunto, na sala de vídeo, com o uso do data show para melhor visualização do texto.

● Divisão da turma para produção do trabalho: Os alunos foram divididos em grupos específicos: roteiro, figurino, atuação e edição/supervisão.

É importante ressaltar que a ideia inicial da proposta era a de que a turma fosse dividida em pequenos grupos que deveriam produzir de forma independente um curta- metragem, a partir de contos diferentes, porém, devido às especificidades da turma,

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principalmente ao baixo número de alunos frequentes, o pedido deles de fazer um trabalho único foi atendido.

● Após essas etapas, os alunos responsáveis pelo roteiro deveriam transformar o conto em um roteiro obedecendo às seguintes recomendações, que foram dadas oralmente e reforçadas ao longo do processo:

❖ As falas dos personagens deveriam ser adaptadas à linguagem coloquial corrente, respeitando a história, a cena e o contexto do texto e as características dos personagens, em discurso direto.

❖ Deveria conter os elementos básicos da estrutura narrativa: fatos, personagens, tempo e lugar, de maneira explícita.

❖ O nome do personagem deveria constar antes de cada fala, com indicações de entonação de voz e atitude corporal.

● Após a produção do roteiro e escolha das roupas e locais para filmagem, deu-se a gravação das cenas que deveriam seguir as recomendações abaixo:

❖ A gravação deveria preferencialmente ser feita no espaço escolar com o uso do aparelho celular dos alunos.

❖ As cenas e o roteiro deveriam estar alinhados.

Observações:

❏ Ao final da produção do roteiro e do vídeo, os alunos deveriam enviá-los para o e-mail disponibilizado.

❏ Para as gravações, foram disponibilizados 6 tempos da aula de Língua Portuguesa.

❏ Os alunos que escolheram não participar de nenhuma etapa do trabalho não foram pontuados. Tal fato foi verificado pela observação do professor e através do relatório entregue também por e-mail.

❏ A pontuação dada ao trabalho foi de até 10 pontos, a fim de que, ao final, fosse feita a média com a nota bimestral do aluno.

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20 5 BREVE RELATO DO DESENVOLVIMENTO DO PAF

A atividade escolhida para compor o presente PAF (Produto Acadêmico Final) foi definida com o auxílio da professora Marta Rodrigues, orientadora desde projeto. A princípio a ideia era de que os alunos se dividissem em quatro grupos que produziriam curtas a partir dos seguintes contos: Pai contra mãe, Contos de escola, O alienista e Singular ocorrência, todos do escritor Machado de Assis.

Entretanto, devido à falta de familiaridade dos jovens com atividades diferentes e consequentemente o medo demonstrado por eles ao depararem-se com a proposta da produção de vários curtas houve uma modificação da atividade proposta. A ideia de mudança foi dada pelos alunos e aceitada pela professora a fim de garantir que a turma desenvolvesse a atividade.

Seguido a isso foi necessário escolher apenas um entre os contos previamente selecionados. Por se tratar de um texto que abre a possibilidade para muitas reflexões e debates, como: o racismo, a ética e o valor da vida humana, por exemplo; e por entender que a marcação das cenas ficaria mais satisfatória para produção do vídeo a professora fez a escolha do conto “Pai contra mãe”.

Após a escolha houve a divisão da turma em pequenos grupos que se responsabilizariam por diferentes áreas dentro da produção conto. Dessa forma, formou- se os seguintes grupos: roteiro, figurino, atuação e edição / supervisão.

Além da produção do vídeo foi solicitado que os alunos produzissem um roteiro e um relatório. No relatório além das atividades realizadas seria necessário apontar os alunos que não participassem de nenhuma das etapas do projeto. Infelizmente, apesar das modificações na estrutura do trabalho, houve alunos que não participaram.

A turma foi orientada a gravar as cenas dentro das dependências da unidade escolar devido à violência do entorno. Havia a preocupação de que os alunos se colocassem em situações de risco. A direção atendeu prontamente ao pedido e os alunos gravaram as cenas nos tempos de Língua Portuguesa, nas aulas de quinta-feira, pois geralmente havia o adiantamento dos tempos desse dia, e em alguns dias em que foram no contra turno.

Eles gravaram as cenas com o auxílio de objetos que trouxeram de casa com o objetivo de caracterizar a marcação dos ambientes. Levaram panelas, toalha de mesa, roupas, boneca etc. Para a realização das cenas fizeram uso do pátio, quadra, sala de aula e saída lateral da escola.

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Por fim, terminada a confecção do vídeo, do roteiro e do relatório era hora de exibir o filme para toda a turma. Lamentavelmente, a única sala de vídeo que estava em funcionamento no período da gravação não estava mais no momento que precisávamos exibir o vídeo. Para burlar o problema o vídeo foi disponibilizado no Facebook, rede social, da professora em modo público e exibido através do celular para a turma.

O uso do aparelho celular mostrou-se primordial em vários aspectos: como meio de atrair os alunos para a atividade, uma vez que ele é inibido normalmente em sala de aula; como forma de tornar possível a gravação, pesquisa e edição do material produzido - todos os alunos possuíam o aparelho; como forma de promover a autonomia dos alunos e por fim para exibição do resultado do trabalho.

A autonomia dos alunos foi verificada ao longo do processo e mostrou-se ao muito eficiente, pois ao tornarem-se protagonistas das etapas do trabalho foram gradativamente tornando-se mais interessados, logo produziam com mais qualidade.

Essa mudança mostrou-se significativa também para a professora, que ao mudar a perspectiva pela qual conduzia seu trabalho teve a oportunidade de repensar seu fazer pedagógico e os papéis geralmente atribuídos aos professores e alunos durante o processo de ensino-aprendizagem.

A confecção do trabalho, os debates e reflexões que surgiram podem ser apontados como resultados positivos do presente trabalho. Como ponto a ser revisto há a proximidade com a Feira Cultura do colégio. Acredito que se a atividade tivesse sido executada no início do ano letivo os resultados seriam ainda melhores.

A produção do curta-metragem promoveu a possibilidade de manipular um texto até sua apreensão. Vivenciar a história tornou isso possível. A turma manteve-se motivada e demonstrou ao fim do trabalho interesse por “textos como esse”, como eles chamaram o conto. Entendo isso como grande avanço diante de uma turma que faz parte de uma geração que não se interessa por textos que consideram grandes.

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22 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao fim da atividade, foi possível observar tanto aspectos positivos quanto negativos em relação ao planejamento, à aplicação e ao desenvolvimento do trabalho.

Há alguns pontos a corrigir, adequar e rever. No entanto, isso não diminui o sucesso do trabalho que se mostrou eficiente dentro dos objetivos traçados.

Como pontos positivos, podemos destacar que os alunos demonstraram interesse na produção da atividade. Eles se mostraram mais seguros a respeito das características do gênero conto e peça teatral e, ao longo do trabalho, debates ligados ao tema racismo fizeram-se presentes. Além disso, produziram o vídeo dentro das especificações solicitadas.

Há também os pontos negativos, que acredito que podem ser melhorados em futuras aplicações da atividade. Um exemplo foi a impossibilidade de montar mais de um grupo por conta das características da turma e o tempo limitado devido à proximidade com a Feira Cultural promovida pela escola. Entendemos que seria mais produtivo se o trabalho fosse proposto no primeiro bimestre e se a turma produzisse mais de um vídeo para que fosse possível montar uma mostra com os curtas.

Após a tarefa, os alunos se interessaram por textos parecidos. Isso comprova que a atividade foi feliz quanto aos gêneros trabalhados. Características como a extensão da leitura e número de personagens, por exemplo, foram determinantes para que eles pudessem tomar posse do texto e realmente refletir sobre ele, manipulá-lo e absorvê-lo de maneira mais eficiente.

Outro ponto a ser observado é que o uso do aparelho celular também contribuiu positivamente para a integração da turma e para tornar o processo mais ágil e agradável.

Muitas vezes eles recorreram ao aparelho para pesquisar algo que os inquietava sobre o assunto, o texto, técnicas de gravação, etc.

Concluímos que os objetivos foram alcançados. Obviamente, é necessário mais que apenas uma tarefa para conduzir os alunos ao hábito da leitura e a uma leitura crítica do mundo, porém a intervenção pedagógica foi importante para tornar o processo de leitura mais atraente para os jovens envolvidos e para promover leituras mais profundas do texto e do contexto desses alunos.

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23 7 REFERÊNCIAS

INSTITUTO PAULO MONTENEGRO. AÇÃO EDUCATIVA. Indicadores de alfabetismo funcional – INAF: estudo especial sobre alfabetismo e mundo do trabalho.

São Paulo, 2016. Disponível em:<http://www.ipm.org.br/relatorios>. Acesso em: 12 set.

2017.

BRASIL. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Planalto, 1996. Disponível em:<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1996/lei-9394-20-dezembro-1996-362578- normaatualizada-pl.html>. Acesso em: 19 Jul. 2018.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:

Orientações curriculares para o ensino médio: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias..

Brasília: MEC/SEF (Volume 1), 2006.

KLEIMAN, A.; MORAES, S. Leitura e interdisciplinaridade: tecendo redes nos projetos da escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1996.

MAINART, D. A.; SANTOS, C. M. A importância da tecnologia no processo ensino- aprendizagem. In: CONGRESSO VIRTUAL BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO, 7., 2010, Faculdade Presidente Antonio Carlos. Anais... Faculdade Presidente Antonio Carlos. Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri- UFVJM, 2010. p.

1-11. Disponível em:<http://www.convibra. com.br/upload/paper/adm/adm_1201.pdf>.

Acesso em: 12 set. 2017.

MORAN, J. M. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias. Informática na Educação: teoria e prática, Rio Grande do Sul, v. 3, n. 1, p. 137-144, setembro 2000.

Disponível em: < http://seer.ufrgs.br/InfEducTeoriaPratica/article/view/6474/3862 >.

Acesso em: 12 set. 2017

PRENSKY, M. Nativos Digitais, Imigrantes Digitais. On the Horizon, Lincoln, v. 9, n.

5, p. 1-6, Outubro 2001. Disponível

em:<.http://www.colegiongeracao.com.br/novageracao/2_intencoes/nativos.pdf..>.

Acesso em:12 set. 2017

RIO DE JANEIRO. Governo do Estado do Rio de Janeiro. Secretaria do Estado de Educação. Currículo mínimo 2012: língua portuguesa e literatura. Rio de Janeiro, 2012.

Disponível em < http://www.rj.gov.br/web/seeduc/exibeconteudo?article-id=5776111>

Acesso em 19 jul.2018.

RODRIGUES, Marta . Releitura de contos de Machado de Assis: o olhar do aluno.

ECOS DE LINGUAGEM , v. 06, p. 62-77, 2015.

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APÊNDICE A – FOTOS DAS GRAVAÇÕES

Imagem 1- Casamento de Candinho e Clara. Clara entra no altar acompanhada. Cena gravada no pátio do C.E.Marechal João Baptista de Mattos.

(MASSENA, 2017)

Imagem 2 - Escravo fugitivo. Cena gravada na saída lateral do C.E. Marechal João Baptista de Mattos

(MASSENA, 2017)

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25 Imagem 3 - Tia Mônica. Cena gravada em uma das salas de aula do C.E. Marechal João Baptista de Mattos.

(MASSENA, 2017)

Imagem 4 - Cadinho segurando o filho do casal e sua esposa Clara. Cena gravada em uma sala de aula do C.E. Marechal João Baptista de Mattos.

(MASSENA, 2017)

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26 ANEXO A – ROTEIRO ELABORADO PELOS ALUNOS

Imagem 1 - Rascunho do roteiro, folha 1, feito no caderno de um dos alunos.

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27 Imagem 2 - Roteiro feito pelos alunos

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8 ANEXO B – VÍDEO PRODUZIDO PELOS ALUNOS

HTTPS://DRIVE.GOOGLE.COM/FILE/D/10IVMEWEFU89MJMDIQCZZTDFZF5AQKU

OT/VIEW?USP=SHARING

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