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Os motivos de justa causa que levam aos desligamentos

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Academic year: 2021

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Demissão

É o termo aplicado para a rescisão de uma atividade remunerada. Trata-se de uma prática que pode ser adotada por parte das empresas na busca de competitividade em tempos de globalização. Neste sentido, outros métodos de reorganização das

empresas e que implicam em algum tipo de corte de pessoal têm sido adotados, sendo os mais comuns: downsizing, reengenharia, fusões, aquisições, dentre outros. Fato é que a demissão, bem como a sua consequência, o desemprego, provocaram significativas transformações nas relações de trabalho e emprego e passaram a ser vistas como sendo inevitáveis para as organizações. Demissões, bem como

admissões, são acontecimentos corriqueiros no ambiente corporativo.

Demissão por justa causa

A demissão por justa causa consiste na dispensa do trabalhador mediante a apresentação de um argumento legal forte e convincente, que seja capaz de justificar a baixa no quadro de colaboradores da equipe.

De todo modo, a justa causa que provoca a tomada da decisão deve ser devidamente provada. Isso significa que a empresa precisa demonstrar que o trabalhador incorreu em culpa durante sua ação, como desobediência,

violência, abandono de emprego etc.

Os motivos de justa causa que levam aos desligamentos

A CLT, por meio do seu art. 482, apresenta uma lista com as situações que justificam a demissão por justa causa. Conheça melhor cada uma delas nos tópicos a seguir.

1. Violação de segredo da empresa

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Para que reste caracterizada a demissão por justa causa nessa hipótese, é preciso reunir dois pré-requisitos:

• comprovação de que o trabalhador agiu com má-fé quando transmitiu as informações sigilosas;

• a empresa deve comprovar o prejuízo que sofreu devido ao comportamento do colaborador.

2. Ato de indisciplina ou insubordinação

A indisciplina se baseia no descumprimento da política interna, dos valores ou das normas entre a empresa e o contrato. Não adotar o uniforme exigido, não obedecer ao intervalo de almoço e usar o e-mail com objetivo pessoal são alguns dos exemplos.

Por sua vez, a insubordinação acontece quando há o descumprimento de ordens impostas pelos superiores aos subordinados, seja ela repassada de maneira verbal ou escrita.

3. Incontinência de conduta ou mau procedimento

A incontinência de conduta envolve comportamento sexual inapropriado ao ambiente empresarial — assédio sexual, gestos obscenos, nudez pública e acesso a materiais pornográficos por meio de máquinas corporativas durante o expediente de trabalho.

Por outro lado, o mau procedimento diz respeito a condutas imorais ou

desrespeitosas que não são aceitas pela sociedade, como nos casos abaixo.

Bullying

Caracteriza-se por todo tipo de tortura física ou emocional e, apesar de sempre ter existido, a denominação para esses ataques somente foi criada na década de 70, pelo psicólogo sueco Dan Olweus. O termo em inglês é derivado da palavra bully (tirano, brutal).

Os ataques podem acontecer de maneira velada ou explicitamente em qualquer ambiente. Ainda que seja mais comum nas escolas, também pode ocorrer no local de trabalho, sendo passível de punição com demissão por justa causa.

Machismo

O machismo se caracteriza pela desvalorização da atmosfera feminina, quando o indivíduo julga que o universo masculino é superior ao das mulheres. Embora tal tipo de atitude seja mais comum entre os homens, as mulheres também podem expressar machismo contra as demais.

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e diminuição da autoestima, entre outros quadros. No local de trabalho, o machismo também é enquadrado como motivo de justa causa.

Racismo

Esse tipo de discriminação prega que algumas etnias ou raças são superiores às outras. O preconceito ocorre pela rejeição de pensamentos, cor da pele, crenças, inteligência, ideias, cultura ou caráter.

O racismo no Brasil tem ligação direta com a cor da pele e a origem da localidade das pessoas. No mundo, ele se manifestou em movimentos como apartheid, holocausto, branqueamento, colonialismo e imperialismo, enfatizado por muitos ditadores, entre outros. O racismo é um dos motivos de justa causa no país, sendo um dos casos mais recorrentes na Justiça do Trabalho.

4. Ato de improbidade

A improbidade está relacionada com a dispensa imediata de trabalhadores que praticam atos desonestos e têm atitudes de má-fé dentro do ambiente

empresarial. Eles visam unicamente tirar vantagens indevidas para si ou terceiros, sendo essencial que o patrão consiga provar essa conduta. Confira alguns exemplos:

• entrega de atestado médico falso para justificar faltas;

• desvio de recursos financeiros;

• furtos;

• fraudes.

5. Desídia no desempenho das atividades

A desídia é representada pela preguiça, má vontade e negligência durante a execução das funções, ou seja, baixa produtividade. Alguns exemplos são:

• atrasos ou faltas com frequência (sem atestado ou nenhum motivo justificando tais situações);

• tarefas atrasadas ou entregues fora do prazo;

• serviços mal feitos etc.

Geralmente, nesses casos são dadas algumas advertências (cerca de três) ou determina-se a suspensão do trabalhador por período determinado. Além disso, a empresa pode inovar e oferecer prêmios de performance como maneiras de aumentar a motivação e incentivar a produção de seus colaboradores.

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6. Embriaguez habitual ou em serviço

Desempenhar as funções em estado de embriaguez consiste em justa causa para demissão. Fique atento, pois não estamos tratando do alcoolismo como uma doença, mas sim um mero hábito (em situações de patologia, a rescisão do contrato de trabalho não é admitida pela lei). Nesses casos, o indivíduo deve ser encaminhado a tratamentos adequados.

7. Ofensas físicas

Entre os motivos de justa causa, estão as ofensas físicas, consideradas faltas graves no ambiente de trabalho. Se praticada durante o expediente ou mesmo fora da empresa contra superiores, a transgressão pode ser considerada razão estranha à relação empregatícia, que não se relaciona com a vida empresarial, constituindo motivo de justa causa.

8. Lesões à honra e boa fama

Palavras e gestos que exponham os colegas e sua dignidade pessoal são consideradas motivos que levam à demissão por justa causa. Para tanto, devem ser observadas as situações em que o ato ocorreu, como:

• os hábitos de linguagem aceitos no local de trabalho;

• ambiente onde a expressão foi usada;

• origem territorial do colaborador;

• grau de educação do profissional;

• forma com que as palavras foram pronunciadas (e outros dados que se fizerem necessários).

9. Jogos de azar

Os jogos de azar são proibidos no Brasil e no ambiente de trabalho. Se comprovada a prática de jogos nos quais o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente de sorte, pode ser configurado motivo para desligamento por justa causa. Isso porque a prática atrapalha a atuação do profissional, colocando em risco a imagem e a credibilidade da empresa.

Consequências da demissão por justa causa

O trabalhador demitido por justa causa sofrerá a perda do pagamento de alguns direitos trabalhistas e verbas rescisórias:

• vedação ao recebimento de aviso prévio;

• impossibilidade de sacar o FGTS;

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Direitos do trabalhador demitido por justa causa

Veja a seguir os direitos dos trabalhadores dispensados por justa causa.

Saldo de salário

O colaborador deve receber pelos dias trabalhados. Se ele foi demitido por justa causa em 12 de janeiro, por exemplo, tem direito a esses 12 dias trabalhados independentemente dos motivos do desligamento.

Salários atrasados

Caso o trabalhador esteja com salários atrasados, também tem o direito de recebê-los.

Férias vencidas (quando houver)

Se o colaborador tiver férias, tem o direito de recebê-las ainda que o motivo do desligamento seja justa causa.

A demissão por justa causa é uma decisão muito séria, que afeta a rotina da empresa. Trata-se de uma consequência extrema, portanto é muito importante ter cautela nesse momento. Os motivos de justa causa devem ser analisados e é preciso reunir provas contundentes que respaldem a decisão final. É

necessário ter certeza da decisão tomada, para evitar problemas futuros na justiça.

A demissão sem justa causa é o processo quando ocorre a rescisão do contrato de trabalho.

Ou seja, quando há o fim do vínculo empregatício sem nenhum tipo de problema ou algum tipo de penalidade.

Desta forma, o empregador precisa seguir alguns passos para o processo e garantir os direitos do empregado.

Neste artigo preparado pela Soften, será explicado como funciona o processo de demissão sem justa causa, assim como obrigatoriedades.

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Quando se diz que o empregado foi demitido sem justa causa é porque o desligamento ocorreu sem nenhum tipo de penalidade.

Tanto empregador quanto empregado, podem solicitar a quebra do contrato de trabalho.

Neste tipo de demissão, no entanto, há algumas obrigatoriedades a serem seguidas para que a empresa não tenha problemas.

Quando é o empregado que solicita a demissão, o empregador fica isento do pagamento de algumas verbas rescisórias.

No entanto, quando o processo é iniciado pela empresa, o empregador deve arcar com uma série de pagamentos e obrigatoriedades.

Lembrando que, todo o processo de quebra ou encerramento do contrato de trabalho, é regulamentado pela CLT – Consolidação da Leis Trabalhistas.

E quando a demissão é solicitada pelo empregado?

Aviso Prévio

De acordo com a legislação, quando o funcionário é quem solicita o desligamento, ele deve cumprir os 30 dias de aviso, caso a empresa solicite.

Contudo, se a empresa não desejar, ele pode ser desligado imediatamente, sendo que os 30 dias serão descontados da rescisão do contrato.

13º. Salário

Além disso, a empresa deverá pagar os dias trabalhados no mês, além de 13º proporcional ao trabalhado no ano, assim como férias vencidas, se houver.

Horas Extras Adicionais Prêmio Gratificações

Também entram nessa conta, horas extras não compensadas, adicionais, prêmios e gratificações.

Multa

O empregado também não tem direito à multa de 40% do saldo do FGTS e nem ao recebimento do seguro desemprego.

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Agora, no caso da demissão ser solicitada pelo empregador, é importante saber que existem uma série de obrigações, multas e valores a serem pagas.

São elas:

Saldo de salário

, podendo ser o correspondente aos dias corridos em que se trabalhou no mês.

Aviso Prévio Indenizado

caso a dispensa seja imediata;

Para funcionários com mais de um ano de empresa, deve ser pago o Aviso Prévio especial;

13º Salário Proporcional

aos meses trabalhados no ano, lembrando que o aviso prévio deve entrar nessa conta;

Férias proporcionais e vencidas

, caso houver, assim como adicional de ⅓

incidente sobre as férias vencidas e proporcionais;

Prêmios, Comissões, Adicionais, Descanso Semanal

Remunerado – DSR, Horas Extras, etc;

Multa de 40%

dos depósitos de FGTS;

Fornecimento das guias

para o seguro-desemprego, se for o caso;

Indenizações adicionais

de acordo com as convenções coletivas de trabalho;

Podem ser descontados destes valores

, INSS inclusive do 13º Salário,

Vales Refeição e de Transporte, assim como Adiantamento Salarial.

Sobre o Aviso Prévio

Independente de solicitada pelo empregador ou empregado, ambos devem ser avisados com no mínimo 30 dias de antecedência da demissão.

Esta medida de aviso, é prevista no artigo 487 da CLT.

Quando a dispensa é solicitada pelo empregador, o funcionário durante o aviso prévio pode reduzir em 2 horas a jornada diária, assim como faltar os últimos 7 dias.

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Quanto ao cálculo do aviso prévio

, deve-se haver atenção à alguns pontos essenciais.

Devem ser acrescidos ao mesmo

, três dias por ano trabalhado, chegando

ao máximo de sessenta dias.

Quando o empregado então possui mais de um ano de

empresa

, a seguinte fórmula deve ser aplicada para o cálculo.

Aviso Prévio = [30 x (3 x número de anos trabalhos na empresa)]

Prazos para pagamentos

Todos os pagamentos devem ser realizados em dinheiro ou em cheque visado ou administrado, assim como também por comprovação de depósito bancário.

O prazo para pagamento de todas as verbas rescisórias varia entre o 1º dia útil para os casos de aviso prévio trabalhado.

E no caso de aviso prévio indenizado, até 10 dias após o encerramento do contrato de trabalho.

Caso não seja respeitado o prazo, o empregado pode fazer receber um salário a mais como forma de indenização.

Documentos que devem ser apresentados

Assim que definido e conversado com o empregado sobre a rescisão contratual, o empregador deve realizar alguns procedimentos.

Toda a documentação deve ser homologada no sindicato da classe ou na delegacia do trabalho.

São os seguintes documentos que devem ser apresentados:

Extrato do FGTS e Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS – GRRF;

Carta de Preposto, quando há um representante da empresa; Carteira de Trabalho, devidamente atualizada;

Livro ou Registro do empregado;

Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho;

Comunicado de dispensa, caso haja o recebimento de seguro desemprego; Cópia do acordo ou convenção da categoria, caso haja;

Aviso Prévio ou o Pedido de Demissão; Atestado de Saúde Ocupacional;

Chaves de conectividade, que é o que o funcionário irá levar até a CAIXA para saque do FGTS.

Lembrando que, quando o funcionário for menor de 18 anos, todo o processo deve ser acompanhado pelo pai ou responsável.

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Lembrando que de acordo com a CLT, há casos em que o empregado não pode ser demitido por iniciativa do empregador.

Gestantes, desde o início da gestação até o fim da licença maternidade que pode durar de 4 a 6 meses, de acordo com o combinado.

Funcionário que tenha sofrido acidente de trabalho, até um ano depois de retornar ao trabalho, não pode ser demitido.

Empregados que sejam membros do CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, e também os envolvidos em acordos com sindicatos, possuem estabilidade provisória.

Ou seja, enquanto estes estiverem em tais representatividades ou cargos, não podem sofrer demissão.

Ainda de acordo com o art 492 da CLT, empregados com mais de 10 anos de empresa só podem ser demitidos caso haja falta grave.

Além disso, a demissão só será efetivada após uma sindicância que prove a procedência da acusação.

Informações adicionais

Lembrando que o empregador não é obrigado a apresentar os motivos para a demissão.

Além disso, há os casos em que pode ocorrer demissões com justa causa de acordo com o estabelecido em CLT.

Para isto, é preciso ocorrer algum dos motivos do Art. 482 da CLT, e assim seguir os passos corretos.

O empregador precisa ficar atento, pois em casos de demissão por justa causa não deve ser realizada nenhuma anotação na carteira de trabalho.

Referências

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