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Serviço Público Federal Fundação Universidade Federal de Rondônia Núcleo de Ciências Humanas DEPARTAMENTO DE ARQUEOLOGIA.

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Academic year: 2021

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Serviço Público Federal

Fundação Universidade Federal de Rondônia Núcleo de Ciências Humanas

DEPARTAMENTO DE ARQUEOLOGIA

Grupo de Pesquisa

Arqueologia na Amazônia Meridional (GPAAM)

Líder: Profa. Dra. Juliana Rossato Santi Vice líder: Valéria Cristina Ferreira e Silva

Proposta apresentada à Universidade Federal de Rondônia a fim de Institucionalizar o Grupo de Pesquisa, e realizar as inserções das linhas de pesquisa.

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Sumário

3. VINCULAÇÃO, DENOMINAÇÃO E DESCRIÇÃO DO GRUPO DE PESQUISA ... 3

3.1DENOMINAÇÃO ... 3

3.2UNIDADE ACADÊMICA DE VINCULAÇÃO ... 3

3.3DATA DE INÍCIO DO FUNCIONAMENTO ... 3

3.4RESUMO DA PROPOSTA... 3

3.5OBJETIVO ... 4

3.6JUSTIFICATIVA... 4

3.7LINHAS DE PESQUISA DO GRUPO ... 10

3.7.1 Linha 1: Ocupação humana pretérita, variabilidade temporal e espacial dos sítios arqueológicos na Bacia do rio Madeira, Rondônia... 10

3.7.2 Linha 2: Variabilidade cerâmica e diversidade cultural na bacia do rio Madeira, Rondônia.11 3.7.3 Linha 3: Etnoarqueologia. ... 12

3.7.4 Linha 4: A tecnologia lítica no contexto das ocupações pré-coloniais em Rondônia: persistências e mudanças. ... 12

3.7.5 Linha 5: Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural da Amazônia: Museu, Memória Educação e Cidadania. ... 12

3.7.6 Linha 6: Usos do espaço e cultura material em Arqueologia ... 13

3.7.7 Linha 7: O ensino da Arqueologia no Brasil ... 13

3.9ATIVIDADES ... 13

3.10REFERÊNCIAS ... 14

5. ORÇAMENTO (PARA INSTALAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO GRUPO): ... 21

6. DISPONIBILIDADE DE INFRAESTRUTURA E RECURSOS FINANCEIROS NECESSÁRIOS À INSTALAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO GRUPO DE PESQUISA ... 21

7. INTERLIGAÇÕES COM OUTRAS INSTITUIÇÕES PARA FORMAÇÃO DE REDES ... 21

8. ENVOLVIMENTO DO PROPONENTE COM PROJETOS EM EXECUÇÃO NA INSTITUIÇÃO OU EM COLABORAÇÃO. ... 22

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3. VINCULAÇÃO, DENOMINAÇÃO E DESCRIÇÃO DO GRUPO DE PESQUISA

3.1 Denominação

Grupo De Pesquisa: Arqueologia na Amazônia Meridional (GPAAM)

3.2 Unidade Acadêmica de vinculação

Departamento de Arqueologia; Núcleo de Ciências Humanas; Fundação Universidade Federal de Rondônia.

3.3 Data de Início do Funcionamento 13 de julho de 2015.

3.4 Resumo da Proposta

O sudoeste Amazônico é caracterizado como uma região de grande diversidade cultural, conforme indicam os estudos linguísticos, etnográficos e históricos, ao mesmo tempo em que possui uma longa sequência ininterrupta de ocupação humana nos últimos dez mil anos, de acordo com os dados arqueológicos existentes, com contextos que incluem sítios líticos em abrigo e a céu aberto, sambaquis fluviais, sítios cerâmicos em diferentes compartimentos geomorfológicos, sítios com terra preta arqueológica, ou terra preta de índio como também é conhecida, registros rupestres, construções em terra como valas defensivas, geoglifos e montículos, além dos remanescentes dos seringais, da linha telegráfica, da estrada de ferro Madeira Mamoré e das ocupações do século XX que originaram as atuais cidades e povoados na região, bem como as populações tradicionais que incluem as indígenas, quilombolas, ribeirinhas e outras. Nesse sentido, o grupo de pesquisa Arqueologia na Amazônia Meridional visa contribuir para ampliar a construção, socialização e promoção do conhecimento da arqueologia e história de longa duração nesta região, bem como promover a reflexão sobre os significados atribuídos a estes contextos pelas populações locais.

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A Amazônia Meridional pode ser caracterizada não somente pela grande diversidade cultural e linguística, mas também geográfica e ecológica, na medida em que está na interface com o Brasil Central, onde predomina o Planalto Central e a vegetação de cerrado, com o Pantanal; com os Llanos de Mojos cuja paisagem é caracterizada pelas áreas inundáveis; com os vales interandinos, e com a planície amazônica onde predomina a Floresta Tropical. Rios de águas brancas aspecto barrento de várzea tropical cujas nascentes estão nos Andes, e rios de águas pretas que nascem nos terrenos mais antigos do Planalto central foram alvo de constantes migrações humanas e abandonos.

Este grupo de pesquisa abrange diferentes abordagens do campo da arqueologia, que incluem o estudo da variabilidade na cultura material, dos contextos arqueológicos, históricos e etnográficos, usos do espaço, os significados da cultura material em sua articulação com a práxis social, estudos curatoriais e experimentais de acervos arqueológicos e etnológicos, formação de coleções e acervos de arqueologia e áreas afins, o combate ao colonialismo e a descolonização da arqueologia, bem como questões relativas à construção de identidade e alteridade, legitimidade de patrimônios locais, suas categorias, preservação, musealização e políticas públicas de salvaguarda.

3.5 Objetivo

Evidenciar a diversidade dos contextos arqueológicos em relação à implantação na paisagem, a formação do registro, temporalização dos eventos e a variabilidade na cultura material que produziram um complexo processo histórico e cultural na Amazônia Meridional desde períodos bastante recuados.

3.6 Justificativa

Há 10 mil anos, diferentes partes da Amazônia eram ocupadas por grupos com economia diversificada, entretanto, devido às variações climáticas que ocorreram durante o Holoceno, poucos locais na Amazônia foram ocupados entre 6.000 AC e 1.000 AC, sendo um deles o curso do alto rio Madeira e seus afluentes, onde as ocupações foram contínuas. Já a partir do primeiro milênio DC, ocorreram

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mudanças sociais e políticas rápidas em várias partes da Amazônia, com o estabelecimento da vida sedentária, criação de paisagens e a explosão de tradições cerâmicas distintas (NEVES 2012). Os estudos feitos na perspectiva da Antropologia Ecológica ou Ecologia Histórica demonstraram que a atual paisagem amazônica e a grande diversidade ecológica são resultantes de milênios de manejo humano, e que as terras pretas evidenciadas nos sítios arqueológicos são resultantes da acumulação de resíduos orgânicos de assentamentos indígenas (BALÉE 1995, 2008; DENEVAN, 1966, 1996; NEVES e PETERSEN, 2006; NEVES, 2008; ERICKSON, 2008).

A região do atual estado de Rondônia possui uma das sequências culturais mais longas da Amazônia, ao passo que é uma das áreas menos conhecidas do ponto de vista arqueológico. As pesquisas sistemáticas tiveram início na década de 1970, realizadas por Eurico Miller no âmbito do Programa Paleoindígena (PROPA) e do Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas da Bacia Amazônica (PRONAPABA). Somente na ultima década as pesquisas se intensificaram na região, porém os resultados são pouco divulgados para a comunidade acadêmica e em geral.

Miller (1983, 1992, 1999, 2009a, 2009b, 2013; Miller et al 1992) identificou sítios arqueológicos no curso do rio Madeira e em seus principais afluentes, nos quais realizou escavações esporádicas para a coleta de amostras de materiais arqueológicos e a realização de datações radiocarbônicas. Os materiais arqueológicos foram quantificados e classificados em diversas fases e tradições.

As ocupações mais antigas dos caçadores-coletores teriam iniciado na transição do Pleistoceno para o Holoceno, conforme indicam as datações de 14.700±195 AP, 12.300±95 a.P. e 10.405±100 a.P no sítio Abrigo do Sol, localizado no alto rio Guaporé (Miller, 1983; Meggers e Miller, 2003). Ao longo do curso deste rio o arqueólogo identificou também o sambaqui fluvial RO-PN-8 Monte Castelo, o qual começou a ser construído em torno de 7.100 anos antes do presente, com continuidade na sua ocupação até pelo menos 700 A.P. Nessa região foram identificados sítios cerâmicos de 4.055 a.P., associados à fase Bacabal, bem como cerâmicas mais recentes classificadas em diversas fases arqueológicas (Miller, 2009b, 2013).

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No rio Jamari, afluente da margem direita do rio Madeira, as ocupações caçadoras-coletoras também são antigas, datadas entre 8.320 +-100 e 2.640 +- 60 a.P., sendo que em torno de 4.780 +-90 teria início nesta área a formação das terras pretas mais antigas da Amazônia, associadas a vestígios líticos, e não à cerâmica como comumente ocorre. Foram ainda identificadas ocupações ceramistas associadas à tradição Jamari, com datas entre 2.500 ±90 e 420 – 230 ±80 (Miller et

al 1992).

Cerâmicas mais antigas foram evidenciadas em sítios com terra preta nos rios Ji-Paraná, Pimenta Bueno e Comemoração, afluentes do rio Madeira, com datas entre 5.000 e 400 anos antes do presente (Miller 2009a). Estas apresentam características típicas da tradição Tupiguarani, evidenciada nas demais regiões do Brasil, associadas aos povos de matriz cultural Tupi, da família lingüística Tupi-Guarani (Cruz 2008; Zimpel 2009). Os dados lingüísticos existentes (Rodrigues 1958, 1964, 1984) indicam que a diferenciação dos povos falantes do tronco Tupi teria ocorrido há 5.000 anos e a separação da família Tupi-Guarani há 2.500 anos nessa região. Noelli (1996) indica o centro de origem dos Tupi em uma região delimitada ao norte pela margem direita do médio e baixo Amazonas, a leste pelo Tocantins, a oeste pelas bacias do Madeira e baixo-médio Guaporé e a sul por uma linha que vai do médio Guaporé até o Tocantins, próximo da foz do Araguaia. Portanto, trata-se de uma área cujas pesquisas são fundamentais para a compreensão da expansão destes povos.

No curso do Alto rio Madeira foram identificados sítios arqueológicos datados em 2.700 e 2.400 AP, cujas cerâmicas foram inicialmente classificadas na Subtradição Jatuarana (Miller, 1992), associada a Tradição Policroma da Amazônia, que possui uma ampla dispersão desde a Foz do rio Amazonas a leste até o rio Napo a oeste, ao longo da calha do rio Amazonas, bem como nos seus principais afluentes (Neves, 2012). Recentemente as pesquisas foram retomadas no curso do rio Madeira, com a identificação e escavação de mais de 100 sítios arqueológicos no âmbito dos projetos de arqueologia preventiva (SCIENTIA, 2008; DOCUMENTO) e acadêmicos (Almeida, 2013; Zuse, 2014; Pessoa, 2015).

Almeida (2013), ao analisar os contextos e os materiais arqueológicos dos sítios Teotônio e Itapirema, identificou as ocupações relacionadas à Tradição Polícroma da Amazônia no período de 1.250 ±30 AP no primeiro sítio, e de 540±40

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AP, 590 ±40 AP e 620 ±60 AP no sítio Itapirema. O autor concluiu que as ocupações dos portadores da tradição Polícroma não são tão antigas nessa área, como havia sugerido Miller (1992). Estes dados suscitaram uma série de discussões sobre a expansão dos povos portadores desta cerâmica, sendo possível que tenham saído desta área em direção ao rio Amazonas (Neves, 2012). A maioria dos arqueólogos associa os sítios arqueológicos desta tradição aos povos de matriz cultural Tupi (Lathrap, 1970; Brochado, 1984; Neves 2012), sendo este um dos grandes debates da arqueologia na Amazônia.

Além disso, Almeida (2013) relaciona a cerâmica policrômica antiga (ou Inciso Pintada), evidenciada nos níveis mais profundos do sítio Teotônio (especialmente na escavação feita por Eurico Miller, cujo material o autor teve acesso), às cerâmicas Saladóide do Orinoco e Pocó da Amazônia Central, associando à presença dos povos Arawak no rio Madeira, e considera este sítio como um núcleo na rede de trocas que caracteriza o padrão multi-étnico destes grupos.

Zuse (2014), ao analisar os contextos arqueológicos e a cerâmica de alguns sítios arqueológicos do alto curso do rio Madeira, identificou cinco conjuntos tecnológicos, os quais a autora atribuiu a diferentes identidades sociais, concluindo que representam a diversidade cultural presente na região desde o período anterior ao contato dos indígenas com os colonizadores europeus. De acordo com a autora, os dados arqueológicos existentes demonstram que as populações ceramistas ocuparam esta área desde aproximadamente 3.000 atrás até o século XVII da nossa era.

Zuse (2014) relacionou as cerâmicas mais antigas (policrômicas antigas ou inciso pintadas) aos contextos Saladóide do Orinoco, Açutuba da Amazônia Central e Pocó do baixo Amazonas, associados à presença dos povos de matriz cultural Arawak. Além disso, as ocupações caracterizadas pela cerâmica Barrancóide, datadas no rio Madeira entre 1.500 e 700 AP, seriam um correlato da presença destes povos no Alto rio Madeira, com um evidente aumento demográfico em torno de 1.000 anos antes do presente. De acordo com a autora, no rio Madeira esta cerâmica possui especificidades tecnológicas em função das trajetórias históricas específicas dos povos Arawak nesta região e dos possíveis contextos etnogênicos em que estavam envolvidos. Além disso, seus dados indicam que apenas posteriormente os povos portadores da cerâmica da Tradição Polícroma da

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Amazônia chegaram ao trecho encachoeirado do rio Madeira, permanecendo até o século XVII, quando passam a sofrer de forma mais intensa os impactos do colonialismo (Zuse, 2014).

No alto rio Guaporé, estado do Mato Grosso na fronteira com a Bolívia, os estudos apontam para a presença de ocupações contemporâneas de diversas populações ceramistas, oriundas de regiões vizinhas como o Planalto Central Brasileiro, a Amazônia central e ocidental, a bacia do alto rio Paraguai, o pantanal e as terras baixas orientais da Bolívia, integrando antigas redes de trocas. Os sítios arqueológicos são datados entre 500 AC e 1.700 AD, com cerâmicas chamadas Córrego Banhado e Capão do Canga, além daquelas pertencentes às tradições Uru, Una e Tupiguarani (Erig Lima, 2010, 2012).

O sudoeste Amazônico encontra-se na interface com o Brasil Central. No sudeste do Mato Grosso, os primeiros ceramistas chegaram ao redor do início da era cristã, possuindo uma cerâmica semelhante à da tradição Una e, a partir de 900 d.C. surgiram as aldeias anulares dos ceramistas da tradição Uru, com um ou vários anéis concêntricos. Além destes, os portadores da tradição ceramista Tupiguarani chegaram à região no século XIII e permaneceram até o período histórico, assim como os portadores da tradição Uru, ambos estabelecendo relações interétnicas com os povos Bororo, pertencentes linguisticamente ao tronco Macro-Gê (Wust, 1999). Entre o final do século XIII e início do XIV, o Brasil Central foi cenário de pressões demográficas externas oriundas do Oeste e do Norte, resultando numa variedade de alianças multiétnicas (Wust e Barreto, 1999). No Alto rio Paraguai, os dados arqueológicos também evidenciaram a presença de grupos ceramistas diferenciados, portadores de tradições ceramistas distintas da tradição Pantanal e da tradição Descalvados, os quais deram origem à complexidade étnica relatada pelos europeus no século XVI (Migliacio, 2002, 2006).

No estado Brasileiro do Acre e na Bolívia foram construídas estruturas de terra chamadas geoglifos, incluindo montículos e redes de caminhos, no período anterior a era cristã (Schan, 2009). Nos Llanos de Mojos, Bolívia, as estruturas de terra incluem campos elevados para o cultivo, montículos habitacionais, caminhos terrestres e fluviais e valas, com a construção de paisagens monumentais (Erickson, 2011). As inovações e mudanças tecnológicas na tecnologia das cerâmicas desta

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região seriam decorrentes de relações e influências com povos de outras de regiões (BETANCOURT, 2010).

Os dados históricos demonstram que a região do alto curso do rio Madeira passou a ser adentrada pelos colonizadores portugueses e espanhóis no século XVII, através das bandeiras, missões religiosas e expedições de reconhecimento, intensificando-se a partir do século XVIII quando as disputas pelas fronteiras se tornaram mais acirradas por parte das duas coroas (Hugo, 1959). Os relatos do século XVIII mencionam uma diversidade de etnônimos nesta área e movimentações dos povos indígenas, ao passo que evidenciam os impactos da colonização sobre estes grupos (Pessoa e Costa, 2014). No século XX os projetos de da Linha Telegráfica do Mato Grosso ao Amazonas e da Estrada de Ferro Madeira Mamoré tinham por objetivo modernizar, “civilizar” e integrar uma região e as populações consideradas primitivas, de acordo com preceitos positivistas e evolucionistas tão característicos do pensamento científico e do projeto de estado nacional em voga (Roquette-Pinto, 1935; Hardman, 2005). Sítios arqueológicos do período histórico foram ainda pouco abordados na região, sítios como Vila Bela, Forte Príncipe da Beira, Vila Santo Antônio).

Estudos etno-históricos, etnográficos e linguísticos (Keller, 1874; Urban, 1992; Ramirez, 2006, 2010; Amoroso, 1992; Crevels & Van Der Voort, 2008; Menéndez, 1992; MIGLIAZZA, 1982; Levi-Strauss, 2000; Eriksen, 2011; Pessoa e Costa, 2014; Junqueira, 1978; Leonel, 1995; Midlin, 1985; Nimuendaju 1981, 1982; Vander Velden 2010; Vidal, 2011; Vilaça, 2006; Vidal, 2011) evidenciam uma grande diversidade cultural e lingüística, incluindo grupos indígenas falantes Tupi, Macro Jê, Arawak, Pano e outras línguas isoladas.

O grande número de sítios arqueológicos evidenciados na Bacia do Rio Madeira, bem como a diversidade dos contextos em relação à implantação na paisagem, a formação do registro arqueológico, aos contextos temporais e a variabilidade na cultura material induz a pensar num complexo processo histórico e cultural nesta região desde períodos bastante recuados (Miller, 1983, 1992, 1999, 2009a, 2009b, 2013. Miller et al, 1992; Cruz 2008; Zimpel 2009; Tizuka 2013, Gomes 2013; Zuse 2014; Almeida 2013; Moraes 2013; Moraes e Neves 20012; Neves 2012, Tikuka et al 2013). Apesar disso, ainda foram realizados poucos estudos da variabilidade na cultura material cerâmica e lítica, bem como os

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sedimentos coletados nos sítios arqueológicos, vestígios florísticos e faunísticos, registros rupestres, usos do espaço e sistemas de assentamento. No curso de graduação em Arqueologia da Universidade Federal de Rondônia, os estudantes e docentes desenvolvem projetos de iniciação científica e monografias abordando alguns destes temas (Pessoa, 2011; Costa, 2011; Santos 2012; Duran da Silva, 2012; Oliveira 2012; Noleto da Silva 2012; Vassoler 2013; Bertollo 2013), contribuindo para o entendimento da história desta região.

Nesse sentido, as pesquisas desenvolvidas pelos integrantes do grupo de Pesquisa Arqueologia na Amazônia Meridional (GPAAM) buscarão dar continuidade a estes estudos, além de abordar outras questões importantes como os processos de formação das terras pretas arqueológicas, os estudos curatoriais e experimentais de acervos arqueológicos e etnológicos, a formação de coleções e acervos de arqueologia e áreas afins, a legitimidade de patrimônios locais, preservação, musealização e políticas públicas de salvaguarda, o combate ao colonialismo e a descolonização da arqueologia, pouco contempladas nas pesquisas realizadas até o momento na região.

3.7 Linhas de Pesquisa do Grupo

3.7.1 Linha 1: Ocupação humana pretérita, variabilidade temporal e espacial dos sítios arqueológicos na Bacia do rio Madeira, Rondônia.

Pesquisadores: Juliana Rossato Santi e Carlos Augusto Zimpel Neto

Discentes Iniciação Científica: Emanuella da Costa Oliveira; Eclésia Gonçalves do Nascimento; Renato do Nascimento; Igor Andryanws Alves de Moura; Ana Izabela Bertolo; Andreia Silva Andrade Ravani; Deise Lemos Carvalho.

A presente linha de pesquisa visa contribuir e ampliar o conhecimento sobre o estabelecimento de populações humanas em tempos pretéritos e aos processos de interação que podem se desenvolver entre elas, visualizados pela arqueologia, levando em consideração a variabilidade temporal e espacial dos sítios arqueológicos na Bacia do Rio Madeira, RO. Registrar o ambiente que serviu como assentamento, território de captação e de processamento de recursos das populações pretéritas recuperando-se os possíveis processos que levaram à transformação da paisagem local será o principal condutor deste trabalho. Conhecer a forma, estrutura e funcionamento desses assentamentos será uma maneira de

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entender as variações do uso do espaço e, por conseguinte, os mesmos grupos humanos que habitaram a área e exploravam o meio ambiente em distintos momentos. Dar-se-á ênfase ao estudo de um tipo específico do produto humano (a paisagem), que utiliza o espaço físico para criar o espaço social que é humanizado, econômico, agrário, habitacional, político, territorial, cultural, hereditário, tradicional, etc.; por meio da aplicação de um espaço que é simbólico (sentido, percebido, pensado, etc.). Dentro desse contexto, salienta-se que as ocupações humanas são responsáveis pela modificação da paisagem e ainda a redistribuição dos solos locais através de vários mecanismos conscientes ou inconscientes, ressaltando-se assim os solos de Terra Preta que apresentam uma grande variedade de distribuição espacial e de contexto geológico/geomorfológico ao longo da Bacia Amazônica. Compreender a gênese e resiliência desses solos extremamente férteis transcende questões arqueológicas, e estudos arqueológicos sistemáticos ligados ao tema na região do sudoeste amazônico ainda são escassos, porém a arqueologia desta área tem demonstrado ser crucial para o entendimento dos assentamentos das populações pretéritas na Amazônia com indícios de ocupações antigas, que datam do início do Holoceno e incluem o que parecem ser os sítios mais antigos de terras pretas em toda a Amazônia, apontando ainda para uma longa sequência ininterrupta de ocupação (Miller, 2009; Miller et al, 1992).

3.7.2 Linha 2: Variabilidade cerâmica e diversidade cultural na bacia do rio Madeira, Rondônia.

Pesquisadora: Silvana Zuse

Discentes Iniciação Científica: Karleny de Jesus Lima Costa; Francisco das Chagas Lopes Santos; Edileno Duram da Silva; Viviane de Brito Romano; Odair Jose Petri Vassoler.

O sudoeste amazônico é uma das áreas com maior diversidade histórica e cultural, conforme demonstram as pesquisas da lingüística histórica, etnografia, etno-história e arqueologia. Através do estudo da variabilidade na cultura material cerâmica buscamos contribuir para a história das populações indígenas que habitaram a região há longa data. As escolhas tecnológicas adotadas pelos ceramistas em todos os estágios da produção dos artefatos, bem como nos seus usos e descarte, são decisões tomadas de acordo com os sistemas culturais e simbólicos, ou a tradição cultural do grupo. Portanto, o estudo dos modos de fazer e usar os objetos cerâmicos fornece informações sobre identidades sociais e culturais específicas, ao passo que a comparação contextual dos conjuntos tecnológicos possibilita a diferenciação de grupos culturais e fronteiras territoriais.

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3.7.3 Linha 3: Etnoarqueologia.

Pesquisador: Eduardo Bespalez

Discentes Iniciação Científica: Brena Caroline Barros de Souza Miranda, Francisco Freitas Vieira.

A Etnoarqueologia é um campo da Arqueologia voltado ao estudo das comunidades étnicas e tradicionais “vivas” e/ou conhecidas histórica e etnograficamente, com o objetivo de discutir questões relativas à interpretação arqueológica, como os processos de formação do registro arqueológico, a reconstrução de práticas e padrões de atividade e descarte, o uso social e simbólico do espaço, a organização tecnológica, a classificação artefatual e os significados da variação estilística, bem como o combate ao colonialismo e a descolonização da arqueologia, através de posturas críticas, colaborativas e comunitárias.

3.7.4 Linha 4: A tecnologia lítica no contexto das ocupações pré-coloniais em Rondônia: persistências e mudanças.

Pesquisadora: Valéria Cristina Ferreira e Silva

Discentes Iniciação Científica: Laura Nisinga Cabral; Aldinéia Rodrigues dos Santos; Cleiciane Aiane Noleto da Silva; Edclei Siqueira de Oliveira.

Estudo dos conjuntos líticos evidenciados em escavações realizadas nos sítios arqueológicos localizados na bacia do rio Madeira. Com esse estudo, busca-se caracterizar as indústrias líticas regionais a fim de contribuir no entendimento do processo de transição entre os períodos Arcaico e Formativo.

3.7.5 Linha 5: Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural da Amazônia: Museu, Memória Educação e Cidadania.

Pesquisadora: Marcele Regina Nogueira Pereira

Discentes Iniciação Científica: Natiele Pessoa de Souza; Andreia Souza da Nóbrega Oliveira.

A configuração do campo do Patrimônio vem sendo alargada consideravelmente e, desde a segunda metade do século XX, podemos acompanhar a ascensão da “cultura” enquanto categoria que legitima as novas políticas públicas sobre o patrimônio. Já o século XXI, inaugura uma série de preocupações que deslocam o ponto central das discussões sobre patrimônios e singularidades nacionais para a garantia e legitimidade de patrimônios locais e suas populações tradicionais (ABREU, 2010). Assim, percebemos como fundamental para o campo

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da arqueologia e da museologia no Brasil, especialmente na região da Amazônia Brasileira, estabelecer um amplo debate e a consequente produção de conhecimentos advindos de profundas investigações que possam permitir novas possibilidades de compreensão da utilização do patrimônio como ferramenta de cidadania e educação motivando sua preservação e apropriação.

A linha de pesquisa pretende investigar e discutir os conceitos de patrimônio, sua configuração histórica, destacando as categorias de patrimônio: histórico e cultural dos povos e comunidades tradicionais, assim como promover a aproximação e a discussão acadêmica possibilitando o diálogo partir das riquezas presentes na região norte com as demais regiões do Brasil e da América Latina. Os órgãos que registram e fiscalizam os patrimônios e as principais políticas públicas de salvaguarda também será objeto de análises para que possamos traçar um panorama das práticas voltadas para a preservação do patrimônio e incentivar a formação de coleções, acervos de arqueologia e áreas afins.

3.7.6 Linha 6: Usos do espaço e cultura material em Arqueologia Pesquisadora: Elisangela Regina de Oliveira

Discente Iniciação Científica: Alyne Mayra Rufino dos Santos; Maria Isabel Maçal de Souza Gomes

Esta linha de pesquisa congrega os estudos sobre uso do espaço, transformações territoriais e sociais de longa duração, situações de contato e questões relativas à construção de identidade e alteridade. Engloba também estudos curatoriais e experimentais de acervos arqueológicos e etnológicos, incluindo estudos de tecnologia, tipologia e processos de transformação dos objetos, incorporando abordagens que buscam significados da cultura material em sua articulação com a práxis social.

3.7.7 Linha 7: O ensino da Arqueologia no Brasil

Pesquisadoras: Elisangela Regina de Oliveira e Valéria Ferreira e Silva. Esta linha de pesquisa objetiva mapear o ensino da Arqueologia no Brasil especialmente na formação básica - a graduação -, refletindo sobre a constituição dos seus currículos, o perfil do egresso e o seu impacto no status e na identidade da Arqueologia como campo disciplinar da Antropologia no Brasil.

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A capacitação técnica e inserção de alunos voluntários de graduação do Curso de Arqueologia da UNIR, durante o desenvolvimento das pesquisas propostas em cada linha, proporcionará a Iniciação Científica dos mesmos.

Os discentes participarão de atividades em laboratório, no que diz respeito aos procedimentos de organização da documentação gerada nos trabalhos de campo, (curadoria, análise e organização/conservação), bem como na sistematização dos dados e discussão dos resultados. Participarão ainda de atividades de campo dependendo da demanda de cada pesquisa.

3.10 Referências

ALMEIDA, F. O. A Tradição Polícroma no Alto Rio Madeira Tese de Doutorado, MAE-USP, São Paulo, 2013.

AMOROSO, M. R. Corsários no caminho fluvial: Os Mura do rio Madeira. In Manuela Carneiro da Cunha (org). História dos Índios do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 297-310.

BALEÉ, W. Historical Ecology of Amazonia. In Indigenous Peoples and the Future

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BROCHADO, J. P. An ecological model of the spread of pottery and agriculture into eastern south america.1984. 578f. Tese (doutorado em Filosofia e Antropologia) - University of Illinois at Urbana-Champaign, Carbondale, 1984.

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_____. Entre artefatos e Narrativas: A História indígena do Alto rio Madeira a partir dos dados de relatos dos viajantes do século XVIII. Monografia. Curso de História. UNIR, 2012.

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CREVELS, M., & VAN DER VOORT, H. The Guaporé-Mamoré region as a linguistic area, in From linguistic areas to areal linguistics. Editado por P. Muysken. Amsterdam: John Benjamins Publishing Company, 2008, p. 151-179.

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5. ORÇAMENTO (Para instalação e desenvolvimento do grupo):

Utilizará material existente no DARQ, bem como Laboratório do Departamento de Arqueologia. Necessitará de sala de Estudos no NCH.

6. DISPONIBILIDADE DE INFRAESTRUTURA E RECURSOS

FINANCEIROS NECESSÁRIOS À INSTALAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO GRUPO DE PESQUISA

O Grupo de Pesquisa terá suas atividades desenvolvidas junto ao Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Rondônia necessitará de uma sala junto ao Prédio de Grupos de Pesquisa do Núcleo de Ciências Humanas.

7. INTERLIGAÇÕES COM OUTRAS INSTITUIÇÕES PARA FORMAÇÃO DE REDES (Colaboração com outros cientistas, instituições de pesquisa, ligações com outros projetos de pesquisa):

Colaboração do Laboratório de Arqueologia dos Trópicos - ARQUEOTROP, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo.

Colaboradora do Instituto Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação Biodiversidade e uso da terra da Amazônia- Conservação da Sociobiodiversidade em Paisagens sustentáveis – CONSOBIO: Edital CHAMADA INCT - MCTI/CNPq/CAPES/FAPs nº 16/2014 – Museu Goeldi.

Colaboração com o grupo de pesquisa Arqueologia Pública localizado No Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Pará (UFPA) e liderado por Marcia Bezerra de Almeida e Anne Pyburn.

Colaboração com o grupo de pesquisa Estudo de Terra Preta Arqueológica (Antropogênica) na Amazônia localizado no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e liderado por Dirse Kern.

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8. ENVOLVIMENTO DO PROPONENTE COM PROJETOS EM EXECUÇÃO NA INSTITUIÇÃO OU EM COLABORAÇÃO.

Projeto PIBIC “Lugares de gente, lugares persistentes: variabilidade temporal e espacial a partir do estudo da Terra Preta Arqueológica no Alto Rio Madeira, RO” (2013 a 2014).

9. POTENCIAL DE DIVULGAÇÃO

Divulgação através de publicações de artigos científicos em revistas especializadas nacionais e internacionais, além da divulgação em congressos científicos, relacionados a temas específicos da Arqueologia, bem como ligados às ciências humanas, naturais, exatas.

Estudos referentes à caracterização da Terra Preta; materiais líticos; cerâmicos; restos faunísticos; estudo das comunidades étnicas e tradicionais “vivas” e/ou conhecidas histórica e etnograficamente; relacionados aos sítios arqueológicos da Região do Alto Madeira, inseridos neste longo período de ocupação agregará novos e importantes dados ao período pré-colonial na Amazônia e à pesquisa arqueológica regional (Zimpel, 2009; Kipnis, 2010 e Almeida, 2013).

A integração dos resultados das análises com dados cronológicos e da cultura material dos sítios arqueológicos selecionados, proporcionará informações referentes ao manejo dos recursos disponíveis, o uso dos espaços e o próprio comportamento humano pré-histórico.

A iniciação científica dos alunos integrados ao grupo de pesquisa dar-se-á através da participação das atividades de campo e laboratório e ainda serão incentivados quanto a participação em congressos científicos, apresentação de trabalhos ligados ao tema. A publicação de trabalhos científicos em congressos, seminários, salão de iniciação científica deverá ser um processo rotineiro. Tendo como enfoque a região amazônica, perceberão a Arqueologia como uma ciência interdisciplinar por excelência, podendo dentro de um processo de ensino/aprendizagem, utilizar materiais, métodos e técnicas relacionados a diversas áreas de conhecimento, para uma compreensão ampla dos eventos arqueológicos.

Referências

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