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Benefícios propiciados pelas tecnologias móveis na área da saúde para os pacientes de diabetes.

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Academic year: 2021

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Benefícios propiciados pelas tecnologias

móveis na área da saúde para os pacientes

de diabetes.

Jonny Gonçalves Paulino¹, Douglas Schneider²

1. Formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Analista de Novos Negócios. Hospital Unimed Rio, Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

2. Cirurgião-Dentista, Especialista em Saúde Pública (USP/SP) e em Saúde da Família (UNIFESP/SP).

Resumo

O Diabetes Mellitus é uma doença crônica de alta prevalência. Os portadores dessa patologia devem cumprir uma dieta rigorosa e seguir o tratamento a eles indicado, para que possam conviver com a doença e preservar a qualidade de vida. O presente estudo teve como objetivo identificar estudos que analisam a possibilidade de tecnologias como os aplicativos móveis auxiliarem os portadores de diabetes a manterem uma vida mais regrada, preservando a qualidade de vida e reduzindo suas despesas com a saúde. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica, utilizando as bases de dados MEDLINE e LILACS, para identificação dos artigos sobre o tema, publicados entre os anos de 2010 e 2015. Os artigos foram analisados para identificar tecnologias e aplicativos que estão sendo utilizados para facilitar a auto-gestão da diabetes e para melhorar a saúde dos portadores de Diabetes. Esses estudos indicam que os aplicativos móveis podem auxiliar essas pessoas a terem um melhor controle da diabetes, melhorando sua qualidade de vida e reduzindo os gastos com a sua saúde.

Descritores: Tecnologia em saúde; Tratamento; Diabetes.

Introdução

A tecnologia pode ser uma enorme aliada da medicina e da saúde, com potencial para auxiliar pacientes e profissionais da saúde de diversas formas. Driscoll e Young-Hyman (1) mostram que alguns aplicativos têm como objetivo ajudar portadores de diabetes, fazendo com que tenha uma facilidade na auto-gestão da diabetes, no acompanhamento das refeições e de seus níveis de insulina. Segundo os mesmos autores, essas informações são de uma grande

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importância para o controle da doença. Existem outros aplicativos que podem registrar a ingestão dos alimentos, níveis de insulina, os medicamentos que foram utilizados e os exercícios realizados (1).

O diabetes mellitus é uma das principais alterações crônicas que acometem a população nos dias de hoje. O aumento da sua incidência e prevalência coloca a doença entre os maiores problemas da saúde pública em todo o mundo, representando um grande desafio para os serviços de saúde (2). Uma pesquisa nacional de saúde, realizada pelo Ministério da Saúde em 2015, em parceria com o IBGE, mostrou que o diabetes atingia naquela ocasião mais de 9 milhões pessoas no Brasil (6).

A Federação Internacional de Diabetes (IDF), organização que agrega mais de 230 associações nacionais de diabetes em 170 países e territórios, estima que, em 2015, 415 milhões de pessoas estavam com diabetes, projetando para o ano de 2040 um total de cerca de 642 milhões de pessoas acometidas pela doença (7). (Figura 1)

Figura 1: Atlas de diabéticos no mundo. Fonte – Federação Internacional de Diabetes (IDF) Murphy (5) expressa que novas tecnologias têm motivado relações sociais e ações da vida diária de um modo previamente imprevisível. Não são somente os avanços tecnológicos, mas as relações entre seres humanos e as tecnologias que são verdadeiramente transformadoras.

Com os avanços tecnológicos, a criação de novos aplicativos vem ajudando e muito no controle e no enfrentamento contra diversas doenças,

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trazendo dessa forma uma melhoria da qualidade de vida das pessoas, um bem-estar e saúde para população (2).

Os grandes avanços tecnológicos no gerenciamento do diabetes têm sido descritos como uma ajuda no caminho rumo a uma possível cura, mas, enquanto essa cura não chega, as pessoas podem aprender a conviver com a doença. Com a ajuda desses aplicativos, a qualidade de vida crescerá e os gastos diminuirão, na medida em que as pessoas aprendam cada vez mais com esses avanços tecnológicos, principalmente com o desenvolvimento dos aplicativos que auxiliam no controle da diabetes (3).

O objetivo do presente estudo é conhecer e analisar os artigos que vem sendo publicados na literatura cientifica sobre o efeito dos aplicativos móveis no que se refere à organização da sua rotina de vida com a doença e no cumprimento de estratégias de precaução, controle da doença e suas dificuldades para a manutenção da qualidade de vida.

Método

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo revisão de literatura. Foram realizadas pesquisas bibliográficas no Google Acadêmico e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), que contempla as seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE). Para localização dos artigos foi utilizada a expressão de busca Tecnologias em saúde, Tratamento e Diabetes. Foram aplicados os seguintes critérios de inclusão e exclusão:

• Critérios de Inclusão: Estudos que tratam de tecnologias voltadas para a pergunta do presente trabalho, publicadas em português e inglês, em formato de artigos;

• Critérios de exclusão: Monografias e trabalhos de teses, trabalhos que não tenham textos completos, e que não estejam apenas descrevendo as tecnologias móveis.

Resultados

A pesquisa compreendeu publicações no período de 2010 a 2015. Foram localizados 31 artigos que tratavam de tecnologias móveis para pacientes da diabetes que os auxiliam no controle da doença e dos custos com a saúde. A leitura dos resumos dos artigos permitiu identificar os que

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efetivamente tratavam do tema de interesse, resultando na seleção dos 5 artigos que compõem a presente revisão.

Os Títulos, autores e as principais características dos artigos selecionados estão descritas na Tabela 1.

Tabela 1 – Artigos localizados nas bases de dados MEDLINE e LILACS (2010 -

2015), sobre Tecnologias Móveis na Área da Saúde para pacientes de diabetes.

Título do Artigo/Referência

Objetivos Resultados

1- Analisando uma aplicação móvel para avaliarmos a consumação de alimentos dos pacientes diabéticos: Baldo, Cristiano; Zanchim, Maria Cristina; Kirsten, Vanessa Ramos; De Marchi, Ana Carolina Bertoletti; 9(3): 1-12, jul.-set.2015.

O objetivo é avaliar se aplicativos desenvolvidos para analisar os marcadores do consumo de alimentos dos diabéticos podem ajudar numa melhor qualidade de vida para o paciente. Para efeito de dieta alimentar apropriada, conhecer a descrição nutricional e apoio do tratamento dos diabéticos é importante para que o paciente possa melhorar a sua qualidade de vida, a fim de reduzirmos os gastos com a saúde.

O artigo apresenta uma análise de um aplicativo desenvolvido para analisar os o consumo de alimentos dos diabéticos. O aplicativo permitiu uma maior praticidade, facilidades e agilidades na coleta e verificação de dados pelos pacientes. 2 - Cuidados com a Diabetes: um casamento entre humanos e tecnologia: Murphy, Helen R. Trends Endocrinol Metab; 24(5): 219-21, 2013 May.

O objetivo é mostrar como os avanços tecnológicos tem ajudado na gestão da diabetes. Os grandes avanços tecnológicos no gerenciamento da diabetes têm sido descritos como uma ajuda no caminho rumo a uma possível cura. Isso inclui a monitorização contínua de glicose, bombas de insulina,

algoritmos matemáticos

computadorizados e sistemas de pâncreas artificial de circuito fechado.

Os aplicativos ofereceram uma perspectiva de controle da glicose para pessoas com diabetes. No entanto, como é frequente no caso de interações humanas/tecnológicos, a tecnologia contribui, mas não propicia todas as respostas. 3 – As tecnologias

digitais que estão

transformando a

tomada de decisões para diabetes e todas as áreas de cuidados

de saúde: Klonoff,

David C. J Diabetes

O objetivo é mostrar como estão sendo feitos os esforços para desenvolvimento de soluções para ajuda no controle da diabetes. Os esforços na área da tecnologia de diabetes têm a intenção de fazer medições, detectar padrões e desenvolver conclusões sobre a condição da população para que as decisões

Os resultados mostram que as tecnologias estão revolucionando a coleta de dados, a geração de informação e conhecimento, e o desenvolvimento de

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Sci Technol; 7(2): 291-5, 2013;

apropriadas são feitas do paciente. Esses processos são equivalentes ao princípio básico da ciência da informação, que descreve uma hierarquia de dados, informações e conhecimento.

decisões com base no conhecimento derivado de novos tipos de dados e informações. 4 - Uso da tecnologia quando se avalia a adesão a comportamentos de auto-gestão da diabetes: Driscoll, Kimberly A; Young-Hyman, Deborah. Curr Diab Rep; 14(9): 521, 2014.

O objetivo é revelar os dados derivados das tecnologias para avaliar a prestação de cuidados de diabetes e aceitação do paciente nas áreas de monitoramento de glicose; administração de insulina e medicamentos hipoglicemiantes; terapia nutricional médica; e atividade física. Durante a alguns anos, a criação de tecnologias sofisticadas ocorreu para facilitar a auto-gestão da diabetes e melhorar os resultados da saúde. Monitores de glicose no sangue, bombas de insulina, e monitores de glicose contínua tem a capacidade de armazenar dados que podem ser usados na gestão da saúde diabetes e nos resultados. Esses dados são usados para ilustrar o tratamento do diabetes e porque refletem os comportamentos de pacientes reais.

Os resultados deste artigo demonstram a possibilidade de facilitar a auto-gestão da diabetes, fazendo com que o portador do diabetes possa ter resultados

significativos para uma maior qualidade de vida e para aprimorar o autocontrole da sua doença. 5 - A avaliação da utilização de um programa telessaúde dos pacientes

diabéticos: Lee, Ting-Ting; Huang, Tzu-Yi; Chang, Chi-Ping; Lin, Kuan-Chia; Tu, Hsiu-Mei; Fan, Ching-Jih; Mills, Mary Etta. Comput Inform Nurs; 32(12) 2014 Dec.

O objetivo é de avaliar o uso de um programa de telessaúde de pacientes diabéticos usando inquérito por questionário e os resultados dos dados de laboratório. Este estudo recrutou 20 pacientes diabéticos que receberam serviço de telessaúde para medir sua glicose, frequência cardíaca e pressão arterial, com dados enviados de volta para o hospital diariamente. A diabetes é uma doença metabólica que, se não for tratada rapidamente e de forma adequada, pode causar complicações de saúde complexos e mortalidade. Alguns modelos de tecnologia, como a telessaúde, pode ser de grande utilidade no trabalho da prevenção da diabetes.

A aplicação de telessaúde, com as comunicações sem fio, têm influenciado significativamente os cuidados de saúde nos últimos anos. Os resultados da utilização dessas tecnologias indicaram que os pacientes que

aceitaram e participaram do modelo de atenção e de programas em telessaúde, melhoraram o controle da glicose.

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Discussão

Baldo, Zanchim, Kirsten, De Marchi (2) argumentam que as tecnologias vêm se tornando uma eventual ferramenta nas rotinas médicas e de saúde pública, contribuindo para o avanço da gestão da informação, acesso aos serviços, a qualidade dos cuidados prestados e a moderação de custos.

A análise dos artigos mostra situações nas quais tecnologias estão cada vez mais sofisticadas e vem sendo desenvolvidas e utilizadas para assessorar os doentes na auto-gestão dos programas de tratamento a diabetes (1). Baldo, Zanchim, Kirsten, De Marchi (2) demostram a utilização de um aplicativo voltado para a avaliação do consumo de alimentos dos diabéticos que é baseado num questionário validado, enquanto Lee, Huang, Chang, Lin, Tu, Fan, et al (4) trataram da utilização de telessaúde para medir a glicose, frequência cardíaca e pressão arterial dos pacientes, com dados enviados diariamente para o hospital. Driscoll, Young-Hyman (1) enuncia que os dados derivados das tecnologias auxiliam na análise dos cuidados prestados aos diabéticos e a aceitação do paciente nas áreas de monitoramento de glicose, administração de insulina e medicamentos hipoglicemiantes, terapia nutricional médica, e atividade física para a prática clínica no foco em estudos desse método objetivo.

Esses aplicativos demonstram o constante esforço em criar e desenvolver tecnologias que podem realizar as mais variadas formas do controle e acompanhamento da diabetes, e que estão sendo feitos esforços para desenvolvimento de soluções para ajudar a realizar medições, detectar padrões e desenvolver conclusões sobre a condição dos pacientes, para que sejam tomadas decisões apropriadas para cada um deles. Os processos são equivalentes ao princípio básico da ciência da informação, que descreve uma hierarquia de dados, informações e conhecimento (3).

Embora todos os artigos estudados indiquem que as tecnologias utilizadas para o controle e auto-gestão da diabetes contribuem no aprimoramento dos cuidados realizados pelos pacientes e pelos médicos, Murphy (5) alerta que os avanços tecnológicos estão lentos, mas seguramente podem influenciar na interação de profissionais e pacientes “[...], acrescentando que neste momento, temos a tecnologia, mas não todas as respostas”. Já Klonoff (3) argumenta que é crucial separar as demais situações clínicas na qual a medicina digital e toda alta tecnologia podem ser um avanço a respeito das práticas correntes de condições onde o toque humano ainda é importante para resultados médicos eficientes "[...] medicina futuro digital será mais pessoal do que é agora, mas de uma forma diferente do que estamos acostumados".

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Conclusão

Existe a necessidade de orientações para um apropriado desenvolvimento dos diversos aplicativos destinados a oferecer suporte para pacientes diabéticos. Estes aplicativos devem ser desenvolvidos de modo a fornecer, ao mesmo tempo, facilidade de uso, conexão entre sistemas, uma boa comunicação com a equipe cuidadora. Ao mesmo tempo, devem ser garantidos todos os direitos do paciente, referentes ao sigilo e acesso a informações importantes garantindo uma boa relação entre médico e paciente. As tecnologias voltadas para o paciente de diabetes demonstram a possibilidade de facilitar a auto-gestão da enfermidade, onde o portador do diabetes possa ter resultados significativos para melhorar a qualidade de vida e para aprimorar o autocontrole da sua doença. O uso dos aplicativos podem se tornar de uso habitual dos pacientes de diabetes, para que possam realizar registros e avaliações da patologia e, assim, conquistar uma melhor qualidade de vida e um autocontrole de sua doença.

A criação de diversos aplicativos sobre a diabetes pode ajudar num caminho para uma vida mais tranquila e saudável e podem ajudar aos doentes a reduzir alguns custos com a doença. A utilização desses aplicativos, representa um incentivo para uma vida mais saudável dos pacientes, e uma maior segurança dos profissionais de saúde quanto ao seguimento das rotinas preconizadas.

Ainda que os avanços tecnológicos venham crescendo, a diabetes continua sendo um desafio para saúde em todo o mundo, mas como os artigos demonstram, as tecnologias vêm ajudando a medicina a prevenir, controlar e dar uma vida com mais qualidade para pessoas que têm diabetes.

Referências

1 – Driscoll KA, Young-Hyman D. Use of technology when assessing adherence to diabetes self-management behaviors. Curr Diab Rep. 2014; 14(9): 521.

2 – Baldo C, Zanchim MC, Kirsten VR, De Marchi ACB. Diabetes Food Control – Um aplicativo móvel para avaliação do consumo alimentar de pacientes diabéticos. RECIIS. 2015 jul-set; 9(3): 1-12.

3 – Klonoff DC. Twelve modern digital technologies that are transforming decision making for diabetes and all areas of health care. J Diabetes Sci Technol. 2013; 7(2): 291-5.

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4 –Lee TT, Huang TY, Chang CP, Lin KC, Tu HM, Fan CJ, et al. The evaluation of diabetic patients use of a telehealth program Comput Inform Nurs. 2014 Dec; 32(12): 569-77, quiz 578-9.

5 - Murphy HR. 21st century diabetes care: a marriage between humans and technology. Trends Endocrinol Metab. 2013 May; 24(5): 219-21.

6 - Diabetes atinge 9 milhões de brasileiros [Internet]. Brasil: Governo Federal; [atualizado em 2015 Jul 8; acesso em 2016 Out 31]. Disponível em:

http://www.brasil.gov.br/saude/2015/07/diabetes-atinge-9-milhoes-de-brasileiros

7 - International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas Seventh Edition 2015. [Internet]. Bruxelas: International Diabetes Federation (IDF); 2015 – [acesso em 2016 Out 31]. Disponível em: http://www.idf.org/diabetesatlas/

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