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APELADA: CAROLINE KELLY ARAUJO NASCIMENTO DOS SANTOS, Representada por seu pai ALUISIO NASCIMENTO DOS SANTOS

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Academic year: 2021

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DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL

PROCESSO Nº: 0028750-63.2007.8.19.0001 47ª VARA CÍVEL

COMARCA DA CAPITAL

APELANTE 1: ASSOCIAÇÃO DOS MÚSICOS, ARRANJADORES E REGENTES – AMAR-SOMBRÁS

APELANTE 2: ESCRITÓRIO CENTRAL DE ARRECADAÇÃO - ECAD

APELADA: CAROLINE KELLY ARAUJO NASCIMENTO DOS SANTOS, Representada por seu pai ALUISIO NASCIMENTO DOS SANTOS

RELATORA: DES. JACQUELINE LIMA MONTENEGRO

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITOS AUTORAIS. CONTROVÉRSIA RELATIVA À GRAVAÇÃO DO TEMA DA PERSONAGEM EMÍLIA, DO PROGRAMA SÍTIO DO PICA-PAU AMARELO. DESFILIAÇÃO DA AUTORA, POR ATO

UNILATERAL DA ASSOCIAÇÃO

ENCARREGADA DA GESTÃO DOS SEUS DIREITOS CONEXOS. PROCEDIMENTO QUE, INEQUIVOCAMENTE, CONFIGURA DANO MORAL. AUTORA QUE SUSTENTA TER PARTICIPADO DA GRAVAÇÃO DA OBRA MUSICAL (“LI EMI ALI EMÍLIA”) COMO INTÉRPRETE. ALEGAÇÃO CONTRARIADA PELA PROVA PRODUZIDA NOS AUTOS. CIRCUNSTÂNCIA REVELADA QUANDO DO CADASTRO DEFINITIVO DO FONOGRAMA JUNTO AO ECAD QUE DEFINE A PARTICIPAÇÃO DA AUTORA COMO CORO E VOZ. ESPECIFICIDADE DO CASO CONCRETO QUE REQUER A APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO

Assinado por JACQUELINE LIMA MONTENEGRO:000016065

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DA RAZOABILIDADE, NO SENTIDO DE EXCEPCIONAR A PROIBIÇÃO DE REPASSE DOS VALORES RETIDOS PELO ECAD DIRETAMENTE AO TITULAR DO DIREITO CONEXO. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO INTERPOSTO PELA 1ª APELANTE (ASSOCIAÇÃO), MANTENDO, ASSIM, A SUA CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO INTERPOSTO PELO 2º APELANTE (ECAD) PARA AFASTAR A CONDENAÇÃO DE INCLUSÃO DA AUTORA EM SEU CADASTRO NA CONDIÇÃO DE INTÉRPRETE, MAS SIM NA CATEGORIA DE CORO E VOZ, MANTENDO, CONTUDO, A CONDENAÇÃO IMPOSTA NA SENTENÇA PARA O REPASSE DOS VALORES ARRECADADOS DIRETAMENTE ÀQUELA.

¶¶¶Ā¶Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível – Processo nº 0028750-63.2007.8.19.0001 - em que figuram como Apelantes 1) ASSOCIAÇÃO DOS MÚSICOS ARRANJADORES E REGENTES – AMAR-SOMBRÁS e 2) ESCRITÓRIO CENTRAL DE ARRECADAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO ECAD, e Apelada CAROLINE KELLY ARAUJO NASCIMENTO DOS SANTOS, Representada por seu pai ALUISIO NASCIMENTO DOS SANTOS,

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Cuida-se de apelações interpostas contra a sentença que condenou a 1ª Apelante, ASSOCIAÇÃO DOS MÚSICOS, ARRANJADORES E REGENTES – AMAR-SOMBRÁS, ao pagamento de indenização por danos morais, e o 2º Apelante, ESCRITÓRIO CENTRAL DE ARRECADAÇÃO – ECAD, ao repasse à Apelada/Autora dos valores por ele retidos em razão de veiculação da obra, na proporção do direito autoral conexo, como uma das intérpretes da música “LI EMI ALI EMILIA,” a ser apurado em liquidação de sentença, bem assim a incluir o nome daquela nos cadastros da ECAD, na qualidade de intérprete da referida obra, a fim de permitir que receba os valores arrecadados relativos à sua utilização e exibição.

De logo rejeito a prejudicial de mérito, reiterada nas razões recursais pela 1ª Recorrente.

O exame dos autos revela que, no momento do ajuizamento da presente ação, a Autora, ora Apelada, era menor, absolutamente incapaz, razão pela qual não havia contra ela se iniciado o prazo prescricional, consoante se pode inferir do artigo 198, I, do Código Civil.

Passo, portanto, ao exame das razões de fundo dos recursos interpostos.

No que tange ao primeiro apelo, interposto pela Associação dos Músicos, Arranjadores e Regentes – Amar/Sombras, importa salientar que a condenação ao pagamento de indenização por danos morais teve por fundamento não apenas a má gestão dos interesses da autora, como também a sua injustificada exclusão dos quadros de associada.

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recebimento de seus direitos como participante da obra musical indicada na inicial.

Se é verdade que a obrigação legal de informar os dados atualizados e corretos do fonograma pertence ao produtor fonográfico, também o é que compete à Associação, que aceitou a Autora em seus quadros, a tarefa de administrar os seus interesses.

Nesta ordem de ideias era de se esperar que atuasse a 1ª Apelante de forma efetiva, ou seja, buscando a regularização da situação da Apelada ou, se impossível, prestando-lhe toda a orientação e assistência necessária para que pudesse ela própria atuar nesta direção.

A leitura atenta dos autos revela que a Apelada/Autora foi abandonada à própria sorte pela Associação, que, incapaz de solucionar o embaraço, simplesmente a excluiu de seus quadros.

Patente, portanto, que o atuar da Associação/1ª Apelante enseja a sua condenação por danos morais.

Destarte, não merece retoque a sentença no tocante à condenação da 1ª Apelante.

Quanto ao recurso interposto pelo ECAD, verifico que há razões que justificam a reforma parcial do julgado.

O primeiro ponto a ser enfrentado diz respeito à elucidação da forma de participação da Autora na execução da obra musical, de modo a definir se ela atuou como intérprete ou como coro e voz.

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Examinados esses documentos podemos observar que o seu cadastramento se deu de forma confusa, porquanto foi requerido tanto na categoria de Autor, na categoria de Músico/acompanhante e na categoria intérprete.

Certamente foi esta confusão que gerou a impossibilidade inicial de se efetuar o cadastro, já que seria necessário esclarecer qual era realmente a categoria da Autora.

Verifica-se do documento de fls. 176 que a Autora estava inscrita em diversas categorias relativamente à obra musical “LI EMI ALI EMíLIA”.

Observe-se, em agosto de 2007 o fonograma da mencionada obra foi cadastrado corretamente junto ao ECAD, constando a Apelada como “CORO E VOZ”.

Cumpre salientar que a responsabilidade pela identificação da participação de cada um em obra musical é do produtor fonográfico, cabendo ao ECAD, apenas, o cadastramento de tais informações, distribuindo os direitos a ela relativos com observância das categorias informadas, como se depreende do artigo 113 da Lei 9.610/98, c/c artigo 8º do Regulamento de Distribuição e com o Decreto nº 4.533/2002.

Neste diapasão, não há dúvida de que na hipótese em comento deve prevalecer a informação prestada ao ECAD pelo produtor musical, a qual inscreve o nome da Apelada na categoria CORO E VOZ, e não de intérprete, como se verifica de fls. 331.

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Ao ECAD cabe a obrigação de pagar-lhe os valores arrecadados pela obra na categoria CORO E VOZ, conforme cadastro realizado com base na informação prestada pelo responsável legal.

Desta forma, cabe a autora receber os valores na proporção do direito autoral conexo como CORO E VOZ.

Quanto à necessidade de sua vinculação a uma Associação para a percepção dos valores cobrados nesta demanda, vale lembrar que ninguém está obrigado a se associar, a teor do que dispõe o artigo 5º, XX, da Constituição Federal.

Ocorre, porém, que a própria Lei 9.610/98 possibilita aos interessados que faça a gestão dos direitos autorais pessoalmente ou por meio de gestão coletiva.

A gestão coletiva, como se sabe, é feita pelo ECAD, o qual inscreve os profissionais em seu cadastro a partir da listagem informada pelas 09 (nove) Associações que com ele trabalham.

Grife-se, no estatuto do ECAD resta consignado o impedimento de os valores por ele arrecadados serem distribuídos diretamente ao titular de direitos autorais, impondo que o referido pagamento seja feito à Associação que o tem como filiado.

Por sua vez, compete à Associação entregá-los ao titular associado.

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Entretanto, considerando, na hipótese em exame, que os valores devidos à Autora/Apelada estão em seu poder, não é razoável exigir que ela filie-se a uma Associação apenas para receber a quantia reservada.

Destaque-se, contudo, se a Autora porventura tiver a pretensão na gestão coletiva de seus direitos, não há outro caminho a seguir senão associar-se, na forma do que dispõe a lei.

Ante exposto, VOTO no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao primeiro recurso, e no sentido de DAR PROVIMENTO PARCIAL ao segundo recurso, para determinar que os direitos devidos à Autora pelo ECAD sejam pagos na categoria de CORO E VOZ, entretanto, afastando a condenação de incluí-la imediatamente em seus cadastros na qualidade de intérprete da música “LI EMI ALI EMíLIA”, para o fim de receber os valores arrecadados relativos à sua participação pela utilização e exibição da referida obra.

Considerando, em relação ao ECAD, a sucumbência recíproca, custas pro rata, arcando cada parte com os honorários de seus respectivos patronos.

Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 2013.

Referências

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