A relação professor/aluno e o processo ensino aprendizagem em matemática
Rosemeri Vieira Dittrich
1I. Introdução
A experiência de sala de aula nos mostra que o aluno que num dia está empenhado em resolver exercícios e solucionar problemas, que faz perguntas e participa ativamente da aula, no dia seguinte pode bem apresentar-se de forma completamente diversa: mal consegue entrar na discussão, logo se cansa e abandona a aula. O professor, à frente, torna- se o guia de uma viagem indesejada. Não é inusual o recurso ao que bem se poderia denominar tratamento de choque: “prova na semana que vem: capítulos 1, 2, 3, 4 e 5”.
Reconquista-se o aluno para a aula, para a matemática, contudo, em boa parte dos casos, um aprendiz a menos.
Quando falamos em aprendizado nos referimos a um processo de duas vias: por um lado há o esforço do professor em apresentar sua disciplina, os problemas que devem ser confrontados, os instrumentos à disposição, a utilidade do que se ensina. Do outro lado, os alunos esforçam-se para entender, ouvem, perguntam, especulam sobre o que fazer, investigam, fazem comparações entre si. Há os momentos de inspiração e de entendimento, e há os momentos do trabalho de fixação, nos quais se busca criar uma espécie de hábito cognitivo associado ao processo de raciocínio matemático. Assim o processo de aprendizagem vai se construindo. Logo destacam-se alguns alunos: alguns positivamente, porque aprendem com facilidade, outros negativamente, porque parecem incapazes de entender os temas em discussão. De forma mais ou menos paralela surge uma divisão entre
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