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Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências Biológicas Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal

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Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências Biológicas

Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal

Biodiversidade de diatomáceas (Bacillariophyta) em córregos conservados do Cerrado

Alline Alves França

Goiânia, GO 2016

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Ficha catalográfica elaborada automaticamente

com os dados fornecidos pelo(a) autor(a), sob orientação do Sibi/UFG.

Alves França, Alline

Biodiversidade de diatomáceas (Bacillariophyta) em córregos conservados do Cerrado [manuscrito] / Alline Alves França. - 2016.LXXXV, 85 f.:Il

Orientador: Profa. Dra. Sirlene Aparecida Felisberto; co-orientadora Dra. Bárbara Dunck.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Goiás, Instituto de Ciências Biológicas (ICB) , Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal, Goiânia, 2016.

Bibliografia. Anexos.

Inclui mapas, fotografias, gráfico, tabelas, lista de figuras, lista de tabelas.

1. diatomáceas. 2. perifíton. 3. córregos. 4. taxonomia.

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Universidade Federal de Goiás Instituto de Ciências Biológicas

Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal

Biodiversidade de diatomáceas (Bacillariophyta) em córregos conservados do Cerrado

Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal da Universidade Federal de Goiás, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Mestre em Biodiversidade Vegetal.

Alline Alves França Dr.a Sirlene Aparecida Felisberto, Dr. Marcos Jóse da Silva

Dr.a Bárbara Dunck

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Agradecimentos

Agradeço a Força Suprema que me dá sustentação para os dias de luta e sempre me levanta quanto é necessário. Ao Universo por me mostrar que o caminho do amor e respeito é a única forma de fazermos algo para melhorar as condições em que o nosso plano astral se encontra. Além de agradecer, dedico todo o meu trabalho a minha queria guardiã e mestre Sirlene Aparecida Felisberto. A mais ou menos 4 anos e meio atrás surgiu um anjo na minha vida, que veio me mostrar o amor pela vida, por ensinar e aprender. Eu queria já dar conta de escrever toda a Gratidão que tenho pelo universo por me proporcionar ter vivido ao lado dessa Rainha, que me ensinou muito além do que é ser um profissional. Minha mestre, mãe, amiga, professora, guardiã... São tantas atribuições! Veio plantou suas sementinhas, regou e se foi. Obrigada por entender as minhas falhas e saber valorizar minhas qualidades, por me mostrar que podemos vencer quando focamos e que nada é impossível quando temos a espiritualidade ao nosso lado. Meu amor por ti transcende qualquer barreira material.

Gratidão imensa aos meus pais (Alma Helcia Sérgio Alexandre) e irmãos (Carolline França, Karine Pereira e Flávio Antônio), por nunca desistirem de mim, de estarem ao meu lado em todos os momentos. Por me apoiarem emocionalmente e financeiramente quando mais necessito sem vocês eu não estaria aqui hoje escrevendo os agradecimentos de mais uma etapa que venho finalizando. A minha vozinha amada Maria de Lourdes, que deve estar lá do céu vibrando por mais essa conquista.

Á família LAFIC, incluindo aqueles que por aqui passaram mas estarão sempre no meu coração sem a força de vocês não teria conseguido. Obrigada por serem a minha muralha! A Professora Vera Lúcia e Leticia por estarem nos ajudando a guiar o laboratório. Ao Laboratório de Perifíton da UEM! Obrigado a todos por terem me acolhido no momento em que estava mais desesperada e sem rumo. Bárbara Dunck e Lillina Rodrigues é um prazer imenso poder trabalhar com quem a nossa Sir admira e ama muito. Não podia me esquecer da Maria Gabriela, quem desde o primeiro dia que fui apresentada a turma do laboratório de perifiton da UEM me acolheu com uma energia muito linda de amor e de amizade, que o que construímos continue de pé e sempre crescendo. A Janice, Natalia Lacerda, Carol e Alessandra por me acolherem em seus lares e se tornarem pessoas especiais na minha caminhada.

Gratidão ao meu companheiro de caminhada André Luiz pela força e amor que tem me cedido e principalmente pelo incentivo. Em especial deixo meu ‘xêro’ para meus irmãos da Casa de Caridade Luz do Alvorecer e a minha madrinha Roseli Santos; a mermã Allana Crícia, Stefani

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Nascimento, Fabiano Rodex, Ana Karla Rodex, Thayna Rodex, Lucas Canalis, Arthur Bartolo, Flávio Rodrigues, Maurivan Vaz, Giselly, Viviane, Bruna, Lucas Ceccato, Bárbara Paulino, Diego Rocha, Cris, Denise Pereira (meu anjo da guarda) e a todos aqueles que não coloquei o nome aqui se sintam ‘xeirados’ com o mesmo carinho.

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SUMÁRIO Lista de Tabelas...08 Lista de Figuras...10 Introdução Geral ... .... 12 Objetivos ... 13 Justificativa ... 13 Revisão Bibliográfica ... 14 1. Sistemas Lóticos ... 14 2. Comunidade Perifítica ... 15

3. Diatomáceas Perifíticas: Morfologia e Taxonomia ... 16

4. Diatomáceas Perifiticas: Aspecto ecológicos...17

Referências Bibliográficas ... 18

Resultados ... 22

Capítulo 1. Pinnularia Ehrenberg (Bacillariophyta) de córregos prístinos do cerrado, Brasil ...23 Resumo ... 23 Abstract ... 23 Introdução ... 25 Material e Métodos ... 26 Resultados e Discussão ... 29 Agradecimentos ... 47 Referências ... 48 Anexos ... 50

Capítulo 2. Gomphonema Ehrenberg de córregos prístinos do cerrado na Região Centro-Oeste, Goiás e Distrito Federal, Brasil...58

Resumo ... 59

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Introdução ... 60 Material e Métodos ... 61 Resultados e Discussão ... 63 Agradecimentos ... 74 Referências ... 75 Anexos...78

Comprovante de submissão do primeiro capítulo...85

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LISTA DE TABELAS

Capítulo 1

Tabela. 1. Coordenadas Geográficas dos córregos estudados. C1: Córrego 01, CE: Córrego Estiva, CB: Córrego Bananal, CSD: Córrego São Mateus depois da Caverna, CSA: Córrego São Mateus antes da caverna, CL: Córrego Lapa. PNCV: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros; PNB: Parque Nacional de Brasília e PETR: Parque Estatudal de Terra Ronca...53

Tabela. 2. Variáveis morfométricas e abióticas dos córregos estudados (TEM- temperatura da água, COND- condutividade, OD- oxigênio dissolvido, TP- fósforo total, PO4- Ortofosfato, NH4- amônia, NO3- nitrato, TN- nitrogênio total, TDS- sólidos totais dissolvidos, SIL- sílica). AC- antes da caverna, DC- depois da caverna. O C e S no final de cada código representa

respectivamente, S-período de chuva e C-período de

chuva...54

Tabela. 3. Ocorrência das espécies de Pinnularia nos distintos córregos, substratos e períodos sazonais amostrados. SI- silte, M-macrófita, F-folhiço, T-tronco, R- raiz e SE-seixos, C1: Córrego 01, CE: Córrego Estiva, CB: Córrego Bananal; CSD: Córrego São Mateus depois da caverna. CSA: Córrego São Mateus antes da caverna, CL: Córrego Lapa ...55

Capítulo 2

Tabela. 1. Coordenadas Geográficas dos córregos estudados. C1: Córrego 01, CE: Córrego Estiva, CB: Córrego Bananal, CSD: Córrego São Mateus depois da Caverna, CSA: Córrego São Mateus antes da caverna, CL: Córrego Lapa. PNCV: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros; PNB: Parque Nacional de Brasília e PETR: Parque Estatudal de Terra Ronca...81

Tabela. 2. Variáveis morfométricas e abióticas dos córregos estudados (TEM- temperatura da água, COND- condutividade, OD- oxigênio dissolvido, TP- fósforo total, PO4- Ortofosfato, NH4- amônia, NO3- nitrato, TN- nitrogênio total, TDS- sólidos totais dissolvidos, SIL- sílica). AC- antes da caverna, DC- depois da caverna. O C e S no final de cada código representa

respectivamente, S-período de chuva e C-período de

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Tabela. 3. Ocorrência das espécies do gênero Gomphonema nos diferentes córregos, substratos e períodos sazonais (s: Seca e c: Chuva), SI- silte, M-macrófita, F-folhiço, T-tronco, R- raiz e SE-seixos, C1: Córrego 01, Es: Córrego Estiva, Bn: Córrego Bananal; M2: Córrego São Mateus depois da caverna. M1: Córrego São Mateus antes da caverna, L2: Córrego Lapa depois caverna

e L1: Córrego Lapa antes caverna.

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LISTA DE FIGURAS

Capítulo 1

Figura. 1. Localização das micro-bacias do Estado de Goiá e Distrito Federal e os riachos amostrados. C1: Córrego 01, CE: Córrego Estiva, CB: Córrego Bananal; CSD: Córrego São Mateus depois da caverna. CSA: Córrego São Mateus antes da caverna, CL: Córrego Lapa. PE: Parque Estadual; PN: Parque Nacional...49

Figuras. 2-18. Figuras 2-18. Espécies de Pinnularia de riachos do Cerrado. 2. Pinnularia

angusta var. angusta. 3-7. Pinnularia angustivalva. 8-10. Pinnularia brauniana. 11-13. Pinnularia butantanum. 14-15. Pinnularia castraregina. 16-17. Pinnularia divergens var.

biconstricta. 18. Pinnularia Pinnularia divergens var. media. Escala = 10

µm...50

Figuras. 19-33. Figuras 19-33. Espécies de Pinnularia de riachos do Cerrado. 19. Pinnularia

divergens var. mesoleptiformis 20. Pinnularia divergens var. protracta. 21-23. Pinnularia gibba

var. subundulata. 24. Pinnularia meridiana var. meridiana. 25. Pinnularia microstrauron var.

rostrata. 26. Pinnularia paulensis. 27. Pinnularia persudetica var. persudetica. 28-30. Pinnularia subanglica. 31-32. Pinnularia subgibba var. angustarea. 33. Pinnularia subgibba

var. capitada. Escala = 10 µm...51

Figuras. 34-44. Figuras 34-44. Espécies de Pinnularia de riachos do Cerrado. 34. Pinnularia superpaulensis. 35. Pinnularia viridiformis var. minor. 36-38. Pinnularia undula var. undula. 39. Pinnularia sp.1. 40-41. Pinnularia sp.2. 42-43. Pinnularia sp.3. 4. Pinnularia sp.4. Escala = 10

µm...52

Capítulo 2

Figura. 1. Localização das micro-bacias do Estado de Goiá e Distrito Federal e os riachos amostrados. C1: Córrego 01, CE: Córrego Estiva, CB: Córrego Bananal; CSD: Córrego São Mateus depois da caverna. CSA: Córrego São Mateus antes da caverna, CL: Córrego Lapa. PE: Parque Estadual; PN: Parque Nacional...78

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Figuras. 2-15. 2-3. Gomphonema angustatum, 4-5. G. brasiliense, 6-9. G. brasiliense var.

pacificum,10. G. costei, 11. G. exilissimum, 12-15. G. gracile. Barras: 10 μm

...79

Figuras. 16-32. 16-17. Gomphonema lagenula, 18-20. G. laticollum, 21. G. neoapiculatum, 22-23. G. pseudoaugur, 25-25. G. pumilum, 26-28. G. vibrioides, 29-30. G. sp.1, 31-32. G. sp.2. Barras: 10 μm...80

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INTRODUÇÃO GERAL

Nos ambientes aquáticos as algas podem ser encontradas livremente na coluna d’água formando a comunidade planctônica, ou aderidas a diversos substratos submersos, formando as comunidades perifíticas (Esteves 2011). De acordo com o substrato ao qual essas algas perifiticas estão aderidas, as comunidades recebem denominação específica, incluindo indivíduos que se desenvolvem sobre vegetais (epífiton), rochas (epilíton), grãos de areia (episâmon) ou sobre sedimento argiloso (epipélon) (Round et al. 1990). Independentemente do tipo do substrato, o perifiton é constituído por uma complexa comunidade de microrganismos (bactérias, fungos, algas, animais invertebrados e protozoários), além de detritos orgânicos e inorgânicos, aderidos a um substrato, vivo ou morto (Wetzel 1983). O hábito aderido de vida que estas comunidades apresentam geram vantagens para utilização em estudos ligados a conservação, avaliação de impactos ambientais, propostas aliadas a recuperação e manejo, bioindicadores da qualidade da água, já que são organismos que respondem rapidamente às mudanças ambientais (Mccormick & Stevenson 1998).

Além dos fatores ambientais (temperatura, nutrientes, transparência da água, oxigênio dissolvido) o tipo de substrato e a velocidade da correnteza da água são tidos como os principais direcionadores da distribuição espacial e temporal das comunidades algais presentes em ecossistemas lóticos (Cardinale et al. 2002). Dentre as algas perifíticas destacam-se as diatomáceas (Bacillariophyta), que representam o grupo taxonômico abundante tanto em termos de espécies quanto de indivíduos, principalmente em ambientes lóticos (Stevenson 1997).

As diatomáceas são organismos eucarióticos unicelulares de vida livre, que também podem estar organizadas em colônias (Round et al. 1990). Tem como característica principal a presença de duas valvas silicosas unidas por bandas conectivas, denominadas como frústula (Round et al. 1990). Possuem ampla distribuição geográfica, ocorrendo ao longo de rios, estuários, lagos, ambientes marinhos, locais úmidos, gelo e águas termais, sobre os mais diversos tipos de substratos (Reviers 2006).

Depois das bactérias, as diatomáceas são provavelmente os organismos de distribuição aquática mais ampla, que exercem importante papel como produtoras primárias dos ecossistemas aquáticos, especialmente as diatomáceas perifíticas por possuírem preferências e tolerâncias ambientais específicas (Stevenson & Pan 1999). Devido a esses fatores, as diatomáceas têm sido muito utilizadas como indicadores ambientais, uma vez que a composição taxonômica e a

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abundância de espécies de uma determinada comunidade respondem rapidamente as alterações ambientais tais como pH, condutividade, temperatura, enriquecimento por nutrientes, contaminação orgânica e outros contaminantes (Esteves 2011).

Porém a distribuição de estudos do perifiton não é uniforme no território brasileiro, com grande predomínio nas regiões Sul e Sudeste. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste correspondem a 82% do território nacional, porém, não somam mais que 22% dos estudos (Schneck 2013). Na região Centro-Oeste estudos taxonômicos e ecológicos com diatomáceas perifíticas ainda estão em estágio inicial. Destaca-se os estudos com a comunidade de algas perifíticas de Dunck et al. (2013a), que avaliaram a distribuição de algas perifíticas em Veredas do Cerrado sob distintos impactos antrópicos; Leandrini et al. (2013) que estudaram a estruturação da comunidade de algas perifíticas em distintas Veredas do Cerrado em distintos períodos sazonais, e Dunck et al. (2013b) que avaliaram a composição e a diversidade das algas perifíticas em veredas sob diferentes impactos antrópicos em Goiás. Para a região Centro-Oeste estudos sobre as diatomáceas destacam-se Delgado & Souza (2007), com ênfase taxonômica sobre a diatomoflóra perifítica do rio Descoberto principalmente para a ordem Naviculales, Oliveira et al. (2012a, b) com estudos taxonômicos sobre os gêneros Surirella e Stenopterobia, e Eunotiaceae do lago dos Tigres, Dunck et al. (2012) com estudo taxonômico de Coscinodiscophyceae e Fragilariophyceae do lago dos Tigres, Silva & Souza (2015) que descrevem uma espécie nova do gênero Encyonema presente no Rio Descoberto, e da Silva et al. (2016) com estudo taxonômico do gênero Pinnularia presente no lago dos Tigres.

OBJETIVOS

Os objetivos gerais dessa dissertação foram descrever a composição florística das espécies de Pinnularia e Gomphonema presentes no perifíton em diferentes substratos de córregos pristinos no Cerrado.

JUSTIFICATIVA

No Brasil, a região ocupada pelo bioma Cerrado é reconhecida como o “berço das águas”, por abrigar nascentes de três importantes bacias hidrográficas da América do Sul (Araguaia/Tocantins, São Francisco e Bacia do Prata) (Rabelo et al. 2009). Apesar desta condição privilegiada, a qual lhe oferece o título de hotspot de biodiversidade do mundo, este bioma também está na lista de ecossistemas ameaçados de extinção (Myers et al. 2000).

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Os Parques selecionados para este estudo (Parque Nacional de Brasília, Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e Parque Estadual de Terra Ronca, situados na Região Centro-Oeste do Brasil, no Bioma Cerrado) são considerados como as principais nascentes de águas localizadas no Brasil encontrandos ainda em condições prístinas. Estudos ficológicos nestes ambientes são inexistentes gerando uma grande lacuna sobre o conhecimento da biodiversidade de diatomáceas. E, atualmente, conhecer a flora de ambientes prístinos é um desafio, visto a extensiva ação antrópica sobre esses ecossistemas. E esse conhecimento é necessário para tomadas de decisões conservacionistas.

Dessa forma, com este estudo pretende-se preencher uma importante lacuna no que diz respeito à biodiversidade das espécies de diatomáceas destas áreas, mostrando a importância da conservação destes córregos prístinos para a manutenção da vida.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1- SISTEMAS LÓTICOS

Os rios podem ser considerados sistemas abertos com estrutura tridimensional (longitudinal, lateral e vertical), caracterizado por processos hidrológicos e geomorfológicos dinâmicos frente as mudanças climáticas e temporais (Petts 2000).

As características que distinguem os rios dos lagos, áreas alagadas, represas e tanques (sistemas lênticos) são: permanente movimento horizontal das correntes e a interação com sua bacia hidrográfica, onde há contribuição de material alóctone (Tundisi 2008). Os ecossistemas lóticos apresentam um fluxo de água contínuo unidirecional, ausência de estratificação térmica e grande variação das condições físicas e químicas, devido á presença da correnteza (Marquardt et

al. 2010).

Por serem sistemas abertos, são fortemente influenciados pelas características naturais ou pelos efeitos antrópicos nas áreas terrestres adjacentes (Payne 1986). Assim é notável a grande interação com diversos fatores, como precipitação, intemperismo das rochas da bacia de drenagem, reações químicas entre água e sedimento, processos biológicos, ações antrópicas pontuais e não pontuais, adubação e uso do solo, fatores que determinam a composição física, química e as comunidades biológicas (Tundisi 2008). Por apresentarem estruturas que possibilitam a fixação em substratos, a comunidade de algas perifítica é bastante representativa nestes sistemas (Biggs & Smith 2002).

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2- COMUNIDADE PERIFITICA

O termo perifíton foi usado pela primeira vez por Behning em 1924, para definir organismos aderidos a substratos artificiais na água (Burliga & Schwarzbold 2013). De acordo com Schwarzbold (1992), vários pesquisadores discutiram a terminologia apropriada e esse autor apresenta uma retrospectiva sobre a origem e o uso do termo perifiton e similares. O conceito de perifíton proposto por Wetzel (1983) define que o perífiton é constituído por uma complexa comunidade de microrganismos (bactérias, fungos, algas, animais invertebrados e protozoários) além de detritos orgânicos e inorgânicos, aderidos a um substrato vivo ou morto, é amplamente aceito entre os especialistas (Burliga & Schwarzbold 2013).

A comunidade perifítica pode variar no espaço e no tempo, tanto na composição, densidade, biomassa e produtividade (Stevenson 1997). Essa variabilidade é influenciada por diversos fatores, dentre eles o fluxo d’água e velocidade de corrente, temperatura, sazonalidade, características limnológicas do ambiente aquático como a concentração de nutrientes, as relações bióticas, principalmente a alelopatia e a herbivoria, natureza do substrato, disponibilidade de luz (Hermany et al. 2006; Wellnitz & Poff 2006). Porém a proporção da importância de cada um desses fatores na determinação da estrutura e dinâmica do perifiton não está ainda completamente esclarecida (Schneck & Melo 2012).

As comunidades perifiticas podem ainda ser subdivididas de acordo com o substrato de colonização e assim recebem denominações específicas, incluindo indivíduos que se desenvolvem sobre vegetais (epífiton), rochas (epilíton), grão de areia (episamon) ou sobre sedimento argiloso (epipelon) (Round et al.1990).

Durante muitos anos a comunidade perifítica foi considerada simplesmente como ‘objeto’ de curiosidade pelos limnólogos, devido à percepção geral de que as macrófitas e as algas do fitoplâncton seriam principais produtores primários em ambientes aquáticos (Castro et al. 2008). Porém o perifíton é um importante contribuinte da produção primária aquática, desempenhando papel nos ciclos energéticos dos ecossistemas aquáticos continentais (Vadeboncouer & Steinman 2002). Tem sido reconhecido como principal fonte de deposição de carbono orgânico, importante na mineralização de matéria orgânica dissolvida, ciclagem de nutrientes, metabolismos do iodo, fonte de alimento para invertebrados e peixes e ainda na proteção de macrófitas aquáticas contra a ação dos herbívoros (Fernandes 2005). O hábito de vida aderido que esta comunidade apresenta gera vantagens para utilização como ferramenta em estudos ligados a conservação, avaliação de impactos ambientais, propostas aliadas a recuperação e

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manejo, bioindicadores da qualidade da água, já que são organismos que respondem rapidamente às mudanças ambientais (McCormick & Stevenson 1998).

Em estudos recentes o termo ficoperfíton tem sido utilizado para designar somente a comunidade de algas perifíticas (Fonseca & Rodrigues 2005). As algas compõem a maior parte dos componentes da comunidade perifítica, chegando a contribuir cerca de 95 a 99% (Fernandes 1997). De acordo com Hill & Webster (1982), as algas do perifiton são as maiores produtoras nos ecossistemas lóticos de baixa ordem, e Lowe & Pan (1996) enfatizam o papel crítico que essas comunidades de algas exercem nas cadeias alimentares de ambientes aquáticos, compondo um elo entre os componentes bióticos e físico-químico, sendo que as alterações na composição, estrutura e biomassa levarão a mudanças na dinâmica das cadeias alimentares destes ecossistemas.

Entender o processo de distribuição do perifíton nos ambientes aquáticos é importante, pois compõem a base da cadeia alimentar em ambientes lótico, são redutores e transformadores de nutrientes, além de servir como habitat para muitos organismos (Stevenson 1997). Diversas espécies de algas utilizam as rochas para se fixarem, podendo elevar o conteúdo de matéria orgânica e facilitar o desenvolvimento de variados organismos (Oliveira 2007).

Inúmeros estudos evidenciam o papel das algas perifíticas como potenciais indicadoras da qualidade da água e do seu estado trófico (Moresco & Rodrigues 2010), pois acumulam grandes quantidade de substâncias poluentes, metais pesados e substâncias radioativas, sendo usadas ainda em pré-tratamento de águas residuais devido à capacidade de remover nutrientes (Fernandes 1997). Além disso, a composição, riqueza específica e abundância, atributos chaves na comunidade de algas perifíticas, refletem as condições físicas e químicas da água e diferenças no gradiente longitudinal do rio (Lobo et al. 2004).

3-DIATOMÁCES PERIFÍTICAS: MORFOLOGIA E TAXONOMIA

As diatomáceas são organismos eucarióticos unicelulares de vida livre, que também podem ser organizados em colônias (Joly 1979). Tem como característica principal a presença de duas valvas silicosas unidas por bandas conectivas, denominadas de frústula (Round et al. 1990). Podem ser divididas em dois grandes grupos de acordo com a simetria da frústula: diatomáceas cêntricas, que tem simetria radial e diatomáceas penadas, com simetria bilateral (Wetherbee et

al. 1998). São algas de coloração castanho-dourada, com dois ou muitos cloroplastos discóides

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crisolaminarina, e possui ainda gotículas de lipídios espalhadas pelo citoplasma (Reynolds 2006).

Entre os diversos grupos de algas presentes no ficoperifíton destacam-se as diatomáceas (Bacillariophyta), que podem representar o grupo taxonômico mais abundante tanto em termos de espécies quanto de indivíduos, principalmente em ambientes lóticos (Wehr & Sheath 2003). A sua grande representatividade nestes sistemas se deve às adaptações morfológicas que favorecem a fixação nos substratos. Uma delas é a mucilagem, que é secretada através de estruturas como campo de poros apicais, rafe e pórtulas (Round et al.1990).

Além das adaptações morfológicas que possibilitam a fixação, as diatomáceas possuem outras características como adaptação cromática (Sommer 1988). Essa adaptação as tornam tolerantes à menores intensidades luminosas, o que contribui para seu desenvolvimento em camadas mais profundas e menos iluminadas da matriz perifítica, porém, camadas muito ricas em nutrientes, com sílica dissolvida, essencial para a formação de suas paredes celulares (Borghi 2010). Nos gêneros Navicula e Nitzschia, esta adaptação cromática é presente, e ambos podem se desenvolver em ambientes com baixa intensidade luminosa e fazer suplementação energética através da heterotrofia (Costin 2007).

De acordo com Round et al. (1990) as diatomáceas foram enquadradas na divissão Bacillariophyta, onde são agrupadas em três classes: Coscinodiscophyceae, Fragillariophyceae e Bacillariophyceae. Entretanto, estudos filogenéticos recentes levaram Medlin & Kaczmarska (2004) a reorganizarem as diatomáceas em Coscinodiscophyceae, Mediophyceae e Bacillariophyceae, com os táxons antes incluídos dentro de Fragillariophyceae transferidos para Bacillariophyceae.

4-DIATOMÁCEAS PERIFÍTICAS: ASPECTOS ECOLÓGICOS

As diatomáceas possuem ampla distribuição geográfica, ocorrendo ao longo de rios, estuários, lagos, ambientes marinhos, sobre os mais diversos tipos de substratos, e são encontradas também em locais úmidos, gelo e águas termais (Reviers 2006). Depois das bactérias, as diatomáceas são provavelmente os organismos de distribuição aquática mais ampla, exercencendo importante papel como produtoras primárias dos ecossistemas aquáticos (Lowe & Pan 1996).

São consideradas colonizadoras rápidas e eficientes, capazes de ocupar os substratos em um curto espaço de tempo (Rodrigues 2009), porém correnteza de maior velocidade pode afetar a taxa de crescimento e a abundância relativa das espécies de diatomáceas epilíticas e assim

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diminuir sua diversidade (Rolland et al. 1997). Alterações na estrutura (composição, abundância relativa) das assembleias de diatomáceas perifíticas são comunentemente associadas à tolerância e preferência ecológica das espécies (Lobo et al. 2004).

Uma das abordagens na avaliação da qualidade da água em sistemas lóticos pode ser a resposta das comunidades biológicas às mudanças ambientais (Karr 1991), e as diatomáceas são consideradas eficientes organismos biondicadores. Isso se deve ao fato de serem organismos sensíveis e responderem rapidamente às mudanças dos fatores físicos, químicos e biológicos (Moresco & Rodrigues 2010), e facilmente coletados e armazenado em lâminas permanentes (Silva et al. 2010). Dentre os efeitos da poluição aquática estão a redução na diversidade de espécies e o aumento da densidade de espécies tolerantes (Juttner et al. 1996). Desta forma, alterações nas condições ambientais, promovem uma reestruturação nas assembleias de diatomáceas perifiticas (Stoerme & Smol 1999), e o aumento do conhecimento sobre as diatomáceas perifiticas traz maior fundamento para o uso múltiplo das águas e a sustentabilidade dos recursos hídricos.

A variabilidade dos substratos presentes em ambientes lóticos é particularmente importante, pois afeta a estruturação das algas perífiticas (Cattaneo 1987). A multiplicidade de microhabitats ocupados pelas diatomáceas é favorável para a grande variedade de formas de vida, e pode explicar a diversidade de formas de vida no grupo (Schneck 2011). O termo heterogeneidade vem sendo muito utilizado na literatura ecológica como importante característica dos ecossistemas e que afeta uma gama de questões teóricas e práticas (Palmer & Poff 1997). Desta forma a estruturação física dos habitats influencia fortemente a composição e diversidade das espécies das comunidades (Downes et al. 1998).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIGGS, B. J, & SMITH, R. A. Taxonomic richness of stream benthic algae: effects of flood disturbance and nutrients. Limnology and Oceanography, v.47, p.1175–1186, 2002.

CASTRO et al. Fatores Controladores da biomassa do ficoperifíton no rio Jaú - Parque Nacional do Jaú (Amazônia Central). Revista de Biologia e Ciências da Terra, v.8, p 22, 2008.

CATTANEO, A. Periphyton in lakes of different trophy. Can. J. Fisch. Aquat. Sci., v. 44, p. 296-303, 1987.

DA SILVA, W. J., RUWER, D., NOGUEIRA, I. S., DUNCK, B. The genus Pinnularia (Bacillariophyta, Pinnulariaceae) from Lago dos Tigres, Britânia, Goiás, Brazil. Biota Neotropica, vol.16, p. e20150028, 2016.

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DELGADO, S.M.; SOUZA, M.G.M. Diatomoflórula perifítica do rio Descoberto: DF e GO, Brasil, Naviculales (Bacillariophyceae): Diploneidie e Sellaphorine. Acta botânica Brasilica, v.21, p. 767-776, 2007.

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Resultados

Capítulo 1

Artigo elaborado e formatado conforme as normas do periódico científico Brazilian Journal of Botany. Disponível em: http://http://www.scielo.br/revistas/rbb/iinstruc.htm#03. Submetido à Brazilian Journal of Botany em 25/02/2016.

(23)

Pinnularia Ehrenberg (Bacillariophyta) de córregos prístinos do Brasil Central

ALLINE ALVES FRANÇA14, BÁRBARA DUNCK2, LILIANA RODRIGUES3 e SIRLENE APARECIDA FELISBERTO

RESUMO – (Pinnularia Ehrenberg (Bacillariophyta) de córregos prístinos do Brasil Central). Este estudo objetivou inventariar as espécies do gênero Pinnularia presentes em córregos prístinos localizados no bioma cerrado (Centro-Oeste do Brasil) entre os anos de 2012 e 2013. O perifíton foi coletado em cinco córregos no cerrado, em diferentes substratos e períodos sazonais. Foram identificadas 23 espécies, sendo que 17 são primeiras citações de ocorrência para a Região Centro-Oeste: P. angustivalva, P. butantanum, P. castraregina, P. divergens var.

biconstricta,P. divergens var. mesoleptiformis, P. divergens var. protracta, P. gibba var. subundulata, P. meridiana var. meridiana, P. microstrauron var. rostrata, P. paulensis, P. persudetica var. persudetica, P. subgibba var. angustarea, P. subgibba var. capitada, P. superpaulensis, P. viridiformis var. minor e P. undula var. undula. Os táxons que tiveram maior

freqüência de ocorrência nos córregos analisados foram P. subanglica, P. angustivalva, P.

brauniana e P. butantanum.

Palavras-chave: algas, conservados, diatomáceas, perifíton

ABSTRACT - (Pinnularia Ehrenberg (Bacillariophyta) of pristine streams of Central Brazil). This study aimed to inventory the species of the genus Pinnularia present in pristine streams located in the cerrado biome (Midwest Brazil) between the years 2012 and 2013. The periphyton was collected in five streams in the savannah, in different substrates and seasons. Were identified 23 species, of which 17 are on the 1st occurrence of citations for the Midwest Region: P.

angustivalva, P. butantanum, P. castraregina, P. divergens var. biconstricta, P. divergens var. mesoleptiformis, P. divergens var. protracta, P. gibba var. subundulata, P. meridiana var. meridiana, P. microstrauron var. rostrata, P. paulensis, P. persudetica var. persudetica, P. subgibba var. angustarea, P. subgibba var. capitada, P. superpaulensis, P. viridiformis var.

1 Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Vegetal, Universidade Federal de Góias, Goiânia, GO, Brasil. 2 Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais, Universidadee Estadual de

Maringá, Maringá, PR, Brasil.

3 Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais, Universidadee Estadual de

Maringá, Maringá, PR, Brasil.

(24)

minor and P. undula var. undula. Taxa that had a higher frequency of occurrence in the studied

streams were P. subanglica, P. angustivalva, P. brauniana and P. butantanum. Key words: algae, diatom, periphyton

(25)

INTRODUÇÃO

Dentre os vários grupos de organismos presentes no perifíton, as diatomáceas destacam-se como um dos grupos de microrganismos autotróficos repredestacam-sentativos e abundantes nos ecossistemas aquáticos, principalmente emambientes lóticos, devido às adaptações morfológicas que facilitam sua fixação nos substratos (Stevenson 1997). Diversas espécies conseguem se aderir a superfície de substratos por mucilagem secretada através de estruturas presentes na valva, como a rafe, campo de poros apicais e rimopórtulas (Roundet al. 1990), fornecendo vantagens adaptativas (Passy 2007; Law et al. 2014). A variabilidade dos substratos presentes em ambientes lóticos é particularmente importante, pois afeta a estruturação das algas perífiticas (Cattaneo et al. 1997).

A família Pinnulariceae Man é formada por representantes unicelulares solitários que podem formar cadeias curtas, e se caracterizam por apresentar valvas linear-lanceoladas, em raras vezes elípticas, com extremidades apicais levemente arredondadas, podendo ser captadas a subcapitas, a levemente cuneadas (Rocha & Bicudo 2008). Possuem estrias de estrutura alveolada em forma de câmaras que se estendem do esterno para a direção das extremidades da valva. Essas estruturas alveoladas se abrem para o exterior através de poros com oclusão do tipo hímen (Round et al. 1990). Esta família abrange os gêneros Caloneis Cleve, Diatomella Greville,

Dimidiata Hajós, Ostrupia Heiden ex Hustedt e Pinnularia Ehrenberg (Tremarin et al. 2010). Pinnularia Ehrenberg é caraterizado por apresentar indivíduos de hábito solitário,

raramente coloniais. As valvas podem ser lineares, lanceoladas ou elípticas, com margens retas ou onduladas e extremidades apicais arredondadas, rostradas ou capitadas (Round et al. 1990). Este gênero é rico em número de espécies e ocorre globalmente em ambientes de água doce de diferentes pH e estados tróficos, tendo preferência por ambientes oligotróficos e valores reduzidos de pH, e, em menor proporção, em solos úmidos e ambientes costeiros marinhos (Metzeltin & Lange-Bertalot 1998, Krammer 2000).

(26)

Apesar do elevado número de espécies e da ocorrência frequente em ambientes de água doce, ainda há pouca informação sobre a flora de Pinnularia no Brasil (Tremarin et al. 2010), principalmente na Região Centro-Oeste (Silva et al. 2011). Estudos taxonômicos da diatomoflórula perifítica na Região Centro-Oeste se encontram em estágio inicial, sendo os trabalhos de Delgado & Souza (2007) e da Silva et al. (2016) os únicos até o momento que trazem descrições de espécies do gênero Pinnularia. Visando ampliar o conhecimento da biodiversidade de Pinnularia, este estudo objetivou inventariar as espécies deste gênero presentes no perifíton de córregos prístinos no cerrado entre os anos de 2012 e 2013.

MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo foi desenvolvido em cinco córregos, situados no Parque Nacional de Brasília (PNB), Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV) e Parque Estadual de Terra Ronca (PETR), situados na Região Centro-Oeste do Brasil, no Bioma Cerrado (Figura1) (Tabela 1). O clima da região Centro-Oeste é do tipo Aw de acordo com a classificação de Koppen, caracterizando ser tropical chuvoso, com duas estações bem definidas, uma quente e chuvosa, de outubro a março (temperatura do ar em média de 29°C) e uma fria e seca, de abril a setembro (temperatura do ar em média de 18°C) (Silva et al. 2008). A precipitação media anual é de aproximadamente 1.500 mm, variando de 750 a 2.000 mm (Silva et al. 2008).

O PNB está situado no Distrito Federal e a abrange regiões administrativas de Brasília, Sobradinho e Brazlândia e o munícipio goiano de Padre Bernardo, protejendo ecossistemas típicos do cerrado do Planalto Central. Dentre os córregos localizados no PNB ocorre a nascente do Córrego Bananal que deságua no lago Paranoá e faz parte da Bacia do Rio São Bartolomeu. Essa região localiza-se ao norte da bacia do Alto Rio Paraná e é separada da bacia do Tocantins/Araguaia pela Chapada da Contagem (Pinto 1993). O córrego Bananal possui mata

(27)

ciliar fechada e preservada com pouca incidência luminosa no leito do córrego e predomínio de literira e raizes no seu leito.

O PNVC está localizado no município de Alto Paraíso de Goiás, situado na messoregião norte do Estado de Góias. Insere-se no Complexo Montanhoso Veadeiros-Araí (Felfili 2007), onde são encontrados os locais mais altos do Centro-Oeste brasileiro, podendo chegar a mais de 1.600 m (Ribeiro & Walter 2008). As nascentes localizadas no PNCV são formadoras da bacia do Rio Tocantins, um dos últimos mananciais de água não poluída do Brasil. No PNCV foi selecionado o Córrego Estiva e o Córrego 01. No Córrego Estiva há ausência de mata ciliar o que propociona grande incidência luminosa, e a vegetação do entorno é caracterizada por cerrado rupestre e em seu leito há predomínio de Utricularia sp. Já o Córrego 01 possui um trecho com presença de dossel de mata ciliar e é marcada por grande heterogeneidade de substratos em seu leito, como predomíno de areia e cascalho.

O PETR é localizado no município de São Domingos (GO), e é considerado Unidade de Conservação da Natureza de Proteção Integral que objetiva conservar o complexo espeleológico, além das nascentes, cursos d’água e flora nativas do bioma cerrado. Os córregos selecionados para o estudo deste parque foram Lapa e São Matheus e as coletas foram feitas antes e depois das cavernas. O córrego Lapa antes da caverna é caracterizado pela presença de mata ciliar e em alguns pontos existem sinais de captação de água no canal principal do rio. O leito apesar de arenoso encontra-se sobre argila. No período chuvoso houve a formação de um pequeno córrego entrando como afluente e a coleta do material perifítico foi realizado após a confluência. Após a caverna o córrego Lapa também apresenta mata ciliar no leito ocorre o predomínio de matacão, e velocidade de corrente é alta.

O córrego São Matheus antes da caverna apresenta requisicios de mata ciliar, e após a caverna a amostragem foi realizada próximo á confluência dos córregos São Matheus e Lapa, caracterizado por apresentar requicios de mata de galeria e relativa incidência luminosa.

(28)

As amostragens foram realizadas nos cinco córregos (em xx pontos) nos períodos de seca e chuva entre os anos de 2012 e 2013 (Tabela 1). Em cada córrego, foi delimitado um transecto de 50 m divididos em cinco trechos (0 m, 10 m, 20 m, 30 m, 40 m, 50 m), no sentido longitudinal, seguindo sua sinuosidade no sentido jusante-montante. Ao longo dos cinco trechos foram realizadas as análises morfométricas dos córregos, de largura (m) do canal, profundidade (m) e velocidade (fluxo) de corrente (Tabela 2).

Em cada trecho foram realizadas as amostragens abióticas. As variáveis abióticas analisadas foram: temperatura da água (°C), pH, condutividade (µS/cm), fósforo total (µg/L), ortofosfato (µug/L), sólidos totais (mg/L) e silicato (mg/L) (Tabela 1). As variáveis pH, condutividade elétrica e temperatura da água foram aferidas em campo com auxílio de medidores portáteis da marca YSI. Amostras de água para análises de nutrientes foram coletadas na superfície, distantes, no mínimo, 1 m da margem, ou no centro em riachos com menos de 2 m de largura, e mantidas resfriadas. As análises foram realizadas posteriormente no Laboratório de Águas da Universidade Católica de Brasília e mensuradas de acordo com APHA (2005).

Para a amostragem do material perifítico, a unidade amostral foi cada transecto de 50 m do curso d’água, onde foram feitas subamostras explorando-se os seguintes substratos: 1) silte/argila, 2) folhiço, 3) tronco, 4) macrófitas, 5) seixos/paredões, 6) raiz. Ou seja, o número de subamostras em cada ponto de amostragem (50 m) podia varia de uma (quando havia apenas um tipo de substrato) a seis. Sendo que a divisão do transectos de 50 m em trechos não foi a premissa para a coleta das subamostrar, e sim o tipo de substrato.

A técnica de coleta do material perifítico variou de acordo como substrato amostrato. Quando o leito do córrego era de silte/argila, utilizou-se uma seringa, coletando-se o biofilme superficial. No caso dos demais substratos (folhiço, tronco, raiz, seixo/paredões), foi feita foi feita a raspagem em campo com escova de dente de cerdas macias ou o espremido de macrófitas aquáticas. O material coletado de cada substrato foi armazenado em frascos de 100 mL do tipo

(29)

snapcap de vidro e recebeu identificação interna com papel vegetal, informando o tipo de substrato. O material foi fixado em solução formalina com concentração entre 3 a 5% em relação á água da amostra (Bicudo & Menezes 2004). As amostras foram depositadas posteriormente no Herbário da UFG.

Para a análise das espécies o material perifítico foi oxidado e limpo através da técnica de Simonsen (1974) modificada por Moreira-Filho & Valente-Moreira (1981). Lâminas permanentes foram preparadas utilizando resina Naphrax como meio de inclusão. A observação dos espécimes de diatomáceas foi realizada em microscópio óptico Leica DM500, equipado com câmera digital acoplada para a captura de imagens. A identificação foi baseada nas características morfológicas e morfométricas das valvas utilizando as obras clássicas de Hustedt (1965), Krammer (2000) e Metzeltin & Lange-Bertalot (1998, 2007), e regionais, como Rocha & Bicudo (2008), Tremarin et al. (2010) e Pereira et al. (2012). O sistema de classificação adotado foi o proposto por Round (1991).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram identificados 23 táxons para o gênero Pinnularia neste estudo. A ocorrência nos distintos córregos, substratos e períodos sazonais podem ser conferidos na Tabela 3. Apresenta-se a Apresenta-seguir a chave de identificação para as espécies identificadas, Apresenta-seguidas pela descrição, comentários, distribuição para a região Centro-Oeste do Brasil e ilustrações do material examinado.

Chave para identificação das espécies de Pinnularia Ehrenberg

1. Área central rômbica ...2 1. Área central de outra forma ...9

(30)

2. Valvas lineares ...3 2. Valvas linear lanceoladas ...7

3.Rafe filiforme ...4 3. Rafe ondulada ...P. subgibba var. capitada

4. Extremidades subcapitadas... 5 4. Extremidades de outras formas... 6

5. Eixo apical entre 45,22-52,78 µm ...P. divergens var. media 5. Eixo apical entre 54,44-60,58 µm ...P. gibba var. subundulata

6. Extremidades rostradas... P. microstauron var. rostrada 6. Extremidades capitadas...P. subanglica

7. Rafe ondulada... 8 7. Rafe linear complexa... P. mesoloptiformis

8. Eixo apical entre 81,52-82,13 µm ... P. divergens var. biconstricta 8. Eixo apical entre 72,4-76,91 ...P. divergens var. protracta

9. Rafe reta... 10 9. Rafe de outras formas ... 12

10. Valvas elíptico-lanceoladas ... Pinnularia sp.1 10. Valvas lanceoladas... 11

11. Extremidades subcapitadas a capitadas...P. brauniana 11. Extremidades rostradas a cuneadas... Pinnularia sp.4

12. Área central retangular alcançando as margens...P. angustivalva 12. Área central semi-circular a assimétrica ...13

13. Extremidades rostradas ... P. meridiana var. meridiana 13. Extremidades de outras formas... ...14

14. Extremidades arredondada-cuneadas com eixo transapical entre 14.4-14,88 µm... 15 14. Extremidades arredondadas a capitadas com eixo transapical entre 7,44 – 15,77 ... 16

(31)

15. 10 estrias em 10 µm ... P. viridiformis var. minor

16. Área central assimétrica ...17 16. Área central em forma de círculo ou semi-círculo... 18

17. 13 estrias em 10 µm ...P. angusta var. angusta 17. 12 estrias em em 10 µm ... Pinnularia sp.3

18. Área central semi-circular em um dos lados da valva e assimétrica do outro... 19 18. Área central circular em ambos lados da valva... 20

19. 14 estrias em 10 µm ... 21 19. 11 estrias em 10 µm ... Pinnularia sp.2

21. Eixo apical de 89,76 µm ...P. paulensis 21. Eixo apical entre 128,67-129,38 µm ...P. superpaulensis

20. Extremidades cônicas ...P. castraregina 20. Extremidades de outras formas...22

22. Margem valvar reta e intumescida na região mediana ...P. subgibba var. angustera

22. Margem fortemente ondulada na região mediana

...P. undula var. undula

DIVISÃO Bacillariophyta CLASSE Bacillariophyceae ORDEM Naviculales

FAMÍLIA Pinnulariceae Man GÊNERO Pinnularia Ehrenberg

Pinnularia angusta var. angusta (Cleve) Krammer, In Krammer, Biblioth. Diatomol. 26:122.

1992. Figura 2

(32)

Valvas lineares, com margem triondulada com leve inflação na região mediana; extremidades subcapitadas; rafe filiforme; área central assimétrica, formada pelo encurtamento e radiação das estrias medianas; estrias radiadas convergindo nas extremidades. Eixo apical: 48,88 µm; eixo transapical: 7,74 µm; razão eixo apical/transapical: 6,31µm; 13 estrias em 10 µm.

No material analisado foi registrado somente um individuo. Pinnularia angusta var.

angusta possui características morfológicas como contorno da frústula e estrias semelhantes a Pinnularia grunowii Krammer e Pinnularia pluvianiformir Krammer. A diferença entre elas está

na relação eixo apical/transapical. Nas espécies descritas por Krammer (2000) esta relação é relação é entre 3,7-5,4 e 4,5 respectivamente, e na espécie de P. angusta é entre 5,5-8,5. No Norte da Europa tem sua distribuição relatada principalmente em ambientes oligotróficos com baixo teor de eletrólitos (Krammer 2000).

Registro para a para Região Centro-Oeste: Citação pioneira.

Ocorrência nas amostras: Brasil. Goiás: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Córrego 01, A. A. França 9 (UFG 50 251).

Pinnularia angustivalva Krammer & Metzeltin, In Lange-Bertalot, Iconogaphia Diatomologica

5:164, pl. 190, figs. 10-11. 1998. Figuras 3-7

Valvas lanceoladas, margens paralelas a levemente convergentes; extremidades cuneado-arredondadas; rafe lateral com extremidades terminais fletidas; área central retangular alcançando as margens; estrias encurtadas e paralelas. Eixo apical: 51,86-65,41 µm; eixo transapical: 8,33-11,01 µm; razão eixo apical/transapical: 5,19-7,29 µm; 11-13 estrias em 10 µm.

Pinnularia instabiliformis Krammer & Metzeltin apresenta contorno valvar e estriação

semelhante a Pinnularia angustivalva, porém a diferença está na medida dos eixos apicais e transapicacias que são mais amplos. Pinnularia acuminata var. guyanensis é bastante

(33)

confundida com P. instabiliformis, mas possui valvas maiores (eixo apical 70-110 µm e eixo transapical 15-6 µm) e extremidades apicais menos cuneiformes (Metzeltin & Lange-Bertalot 2007). Os indivíduos observados apresentaram maiores eixo transapicais que os espécimes encontrados no rio Negro (eixo transapical 32-54 µm) por Metzletin & Lange-Bertalot (1998, 2007), entretanto as suas dimensões conferem com a descrição e as ilustrações originais das espécies.

Registro para a para Região Centro-Oeste: Citação pioneira.

Ocorrência nas amostras: Brasil. Goiás: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Córrego 01, A. A. França 9 (UFG 50 251); Córrego 01, A. A. França 7 (UFG 50 249); Córrego Estiva, A. A. França 18 (UFG 50 260); A. A. França 21 (UFG 50 263).

Pinnularia brauniana (Grunow) Studnicka, In Verh. K.K. Zoo. Bot. Ges. Wien 38:737. 1888.

Figuras 8-10

Valvas lanceoladas com lados levemente convexos; extremidades subcapitadas a capitadas; rafe reta com esterno estreito; área axial lanceolada alargando em direção a região mediana; área central semi-rômbica formada pelo encurtamento das estrias medianas e com espaço silicoso alcançando a margem valvar; estrias radiadas a convergente nas extremidades apicais. Eixo apical: 53,18-63,32 µm; eixo transapical: 9,18-10,86 µm; razão eixo apical/transapical: 5,18-6,34 µm; 10-12 estrias em 10 µm.

Pinnularia subcapitada Gregory é próxima a P. brauniana por apresentar valvas

lanceoladas com extremidades subcapitadas a capitadas, porém diferem-se por possuir área axial mais estreita e eixo transapical menor (Krammer 1992). Já Pinnularia psiciculus var. angusta Metzeltin & Krammer diferencia-se de P. brauniana por apresentar a margem reta, extremidades apicais acentuadamente capitadas e área axial estreita.

(34)

Ocorrência nas amostras: Brasil. Goiás: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Córrego 01, A. A. França 5 (UFG 50 247); Córrego 01, A. A. França 5 (UFG 50 251); Córrego 01, A. A. França 7 (UFG 50 249); Córrego Estiva, A. A. França 18 (UFG 50 260); Córrego Estiva, A. A. França 21 (UFG 50 263).

Pinnularia butantanum (Krasske) Metzeltin, Iconografia Diatomologica 5:628, pl. 197, figs 1-3.

1998.

Figuras 11-13

Valvas lanceoladas a elíptico-lanceoladas; extremidades levemente arredondadas; rafe reta formando ganchos fletidos nas extremidades; área central levemente arredondada a assimétrica; estrias paralelas a levemente radiadas nas extremidades. Eixo apical: 73,47-91,32 µm; eixo transapical: 11,18-14,22 µm; razão eixo apical/transapical: 5,92-8,16 µm; 13-15 estrias em 10 µm.

De acordo com Lange-Bertalot (1998) Caloneis westii (Smith) Hendey tem morfologia valvar e de estrias semelhantes a P. butantanum, contudo C. westii se diferencia principalmente pela forma mais atenuada das extremidades apicais e o esterno da rafe mais estreito.

Registro para a para Região Centro-Oeste: Citação pioneira.

Ocorrência nas amostras: Brasil. Goiás: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Córrego 01, A. A. França 7 (UFG 50 249); Córrego 01, A. A. França 1 (UFG 50 243); Córrego 01, A. A. França 4 (UFG 50 246); Córrego 01, A. A. França 3 (UFG 50 245); Córrego Estiva, A.

A. França 23 (UFG 50 248).

Pinnularia castraregina Krammer, In Krammer & Lange-Bertalot, Diatoms of Europe 1:39,

pl.10, figs. 9-13. 2000. Figuras 14-15

(35)

Valvas lineares elíptico-lanceoladas levemente convexas; extremidades cônicas e não diferenciadas; rafe filiforme; área central redonda desenvolvida com uma fáscia bi ou unilateral; estrias levemente radiada na região mediana, tornando-se levemente convergente em direção às extremidades. Eixo apical: 28,82-34,92 µm; eixo transapical: 5,51-5,95 µm; razão eixo apical/transapical: 4,96-6,06 µm; 12-13 estrias em 10 µm.

Apesar de os indivíduos ilustrados neste estudo apresentarem semelhanças na rafe, morfologia da valva e extremidades apicais com a espécie tipo, podemos ver leve diferença no eixo transapical e nas estrias, que na espécie tipo descrita Krammer (2000) são 7,5-8,9 µm e 9-10 estrias em 10 µm.

Registro para a para Região Centro-Oeste: Citação pioneira.

Ocorrência nas amostras: Brasil. Goiás: Parque Nacional de Brasília, Córrego Bananal, A.

A. França 7 (UFG 50 252); Córrego Bananal, A. A. França 7 (UFG 50 253).

Pinnularia divergens var. biconstricta (Cleve-Euler) Cleve-Euler, In Cleve-Euler, Die

Diatommen von Schweden und Finnland 5(4):1-232, figs. 971-1306. 1955. Figuras 16-17

Valvas linear lanceoladas; extremidades arredondadas; rafe levemente ondulada com extremidades fletidas; região mediana da valva levemente inchada; área central romboide expandindo-se para uma pequena fáscia silicosa; estrias radiadas a convergentes nas extremidades apicais. Eixo apical: 81,52-82,13 µm; eixo transapical: 11,39-11,91µm; razão eixo apical/transapical: 6,89-7,15 µm; 10-11 estrias em 10 µm.

Os exemplares de Pinnularia var. malayensis Hustedt ilustrados por Tremarin et al. (2010) possuem características valvares, estriação e área central romboide semelhantes a P.

divergens var. biconstricta, porém se diferem se por apresentar eixo apical 115,3-176,0 µm e

(36)

Registro para a para Região Centro-Oeste: Citação pioneira.

Ocorrência nas amostras: Brasil. Goiás: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Córrego 01, A. A. França 5 (UFG 50 247).

Pinnularia divergens var. media Krammer, In Lange-Bertalot, Diatoms of Europe 1:61, pl.34,

figs. 1-5.2000. Figura 18

Valvas lineares; extremidades subcapitadas; rafe filiforme; área central rômbica chegando a atingir as margens da valva; estrias radiadas a convergentes nas extremidades. Eixo apical: 45,22-52,78 µm; eixo transapical: 8,89-10,44 µm; razão eixo apical/transapical: 5,05-5,08 µm; 10-11 estrias em 10 µm.

A variedade media difere da variedade típica por apresentar o eixo apical e transapical da valva menor (Krammer 2000). Pinnularia divergens var. media possui preferência por ambientes oligrotróficos com baixo conteúdo de minerais (Krammer 2000). Os indivíduos observados apresentaram maior eixo transapical e menos estrias que os espécimes encontrados no rio Guaraguaçu (eixo apical 33,1-49,4 µm; estrias: 12-14 em 10 µm) por Tremarin et al. (2010), entretanto as suas dimensões conferem com a descrição e as ilustrações originais da espécie.

Registro para a para Região Centro-Oeste: Distrito Federal (Delgado & Souza 2007); Goiás (Delgado & Souza, 2007).

Ocorrência nas amostras: Brasil. Goiás: Parque Nacional de Terra Ronca, Córrego Lapa,

A. A. França 25 (UFG 50 267); Córrego São Mateus, A. A. França 15 (UFG 50 257).

Pinnularia divergens var. mesoleptiformis Krammer & Metzeltin, In Lange-Bertalot, Iconografia

Diatomologica 5:170, pl. 173, figs. 1-4. 1998. Figura 19

(37)

Valvas linear-lanceoladas, com margens trionduladas, com ondulação mediana mais intumescida; extremidades capitadas; rafe linear complexa; área central rômbica com espaçamento silicoso presente na região mediana da valva; estrias radiadas e convergentes em direção as extremidades. Eixo apical: 76,71 µm; eixo transapical: 12,54 µm; razão eixo apical/transapical: 6,11 µm; 11 estrias em 10 µm.

A descrição original de P. divergens var. mesoleptiformis a coloca como bastante semelhante com a P. divergens var. laticeps Franquelli, mostrando que as diferenças se encontram somente nas medidas do eixo transapical, que em Pinnularia divergens var. laticepes é sempre menor, 13,4 µm contra 20 µm. Porém no ilustrado por Metzeltin & Lange-Bertalot (1998) e Frenquelli (1933), percebemos que além da variação do comprimento da valva, as duas variedades também se diferem quanto ao formato das extremidades terminais e ao tipo de rafe. Em Pinnularia divergens var. laticeps as extremidades terminais são capitadas com leve achatamento e rafe filiforme, já Pinnularia divergens var. mesoleptiformis possui extremidades terminais capitadas e alongadas e a rafe é complexa.

Registro para a para Região Centro-Oeste: Citação pioneira.

Ocorrência nas amostras: Brasil. Goiás: Parque Nacional de Terra Ronca, Córrego Lapa,

A. A. França 25 (UFG 50 267).

Pinnularia divergens var. protracta Krammer & Metzeltin, In Lange-Bertalot, Iconografia

Diatomologica 5:171, pl. 172, figs. 1-3. 1998. Figura 20

Valvas linear lanceoladas com margens levemente onduladas; extremidades capitadas a levemente rostradas; rafe levemente ondulada com extremidades fletidas; região mediana da valva levemente inchada; área central romboide expandindo-se para uma pequena fáscia silicosa;

(38)

estrias radiadas. Eixo apical: 72,4-76,91 µm; eixo transapical: 12,32-13,25 µm; razão eixo apical/transapical: 5,50-6,24 µm; 11-12 estrias em 10 µm.

Pinnularia divergens var. protracta se difere do complexo P. divergens por apresentar

extremidades apicais a levemente rostratos (Krammer 2000). Registro para a para Região Centro-Oeste: Citação pioneira.

Ocorrência nas amostras: Brasil. Goiás: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Córrego 01, A. A. França 7 (UFG 50 249); Córrego 01, A. A. França 4 (UFG 50 246); Córrego 01, A. A. França 6 (UFG 50 248).

Pinnularia gibba var. subundulata (Mayer ex Hustedt) Frenguelli, In Anales del Museo Nacional

de História Natural 37:365-475, pl. 9. 1993. Figuras 21-23

Valvas lineares, margem com leves ondulações; extremidades subcapitadas; rafe filiforme com extremidades terminais fletidas no mesmo sentido e em forma de gancho; área central rômbica alcançando as margens; estrias fortemente radiadas a convergentes nas extremidades. Eixo apical: 54,44-60,58 µm; eixo transapical: 8,74-9,19µm; razão eixo apical/transapical: 6,14-7,06 µm; 10-11 estrias em 10 µm.

Pinnularia subggiba var. undula Krammer se difere de P. gibba var. subundulata

(Mayer) Frenquelli por ter extremidades apicais levemente capitadas além do esterno bem amplo (Krammer 1992).

Registro para a para Região Centro-Oeste: Citação pioneira.

Ocorrência nas amostras: Brasil. Goiás: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Córrego 01, A. A. França 5 (UFG 50 247); Córrego Estiva, A. A. França 21 (UFG 50 263)

(39)

Pinnularia meridiana var. meridiana Metzeltin & Krammer, In Lange-Bertalot, Iconographia

Diatomologica 5: 180, pl. 181, figs. 1-5. 1998. Figura 24

Valvas linear-elípticas com margem paralelas a levemente convexas; extremidades levemente rostradas a arredondadas; rafe ligeiramente lateral com fissuras terminais indistintas; área central formando semi-circulo pelo encurtamento da estrias na região mediana; estrias transapicais paralelas a levemente radiadas na região mediana da valva. Eixo apical: 45,02 µm; eixo transapical: 9,87 µm; razão eixo apical/transapical: 4,56 µm; 10 estrias em 10 µm.

No material analisado foi registrado somente um individuo. P. meridiana var. meridiana se distingue de P. var. parallela, por apresentar margens paralelas a levemente convexas e extremidades apicais levemente arredondadas, enquanto que P. var. parallela possui margens paralelas e extremidades fortemente arredondadas (Metzeltin & Lange-Bertalot 1998). O exemplar de P. meridiana var. meridiana encontrado neste estudo apresenta semelhança ao ilustrados Metzeltin & Krammer (1998), diferindo em relação eixo transapical, que de acordo com o autor varia de 12-13 µm.

Registro para a para Região Centro-Oeste: Citação pioneira.

Ocorrência nas amostras: Brasil. Goiás: Parque Nacional de Terra Ronca, Córrego São Mateus, A. A. França 17 (UFG 50 259).

Pinnularia microstrauron var. rostrata Krammer, In Krammer & Lange-Bertalot, Diatoms of the

Europe 1:217, pl. 51, figs. 8-18. 2000. Figura 25

Valvas lineares com margens levemente convexas; extremidades rostradas; rafe filiforme; área central rômbica alcançado as margens devido aoespaçamento silicoso formado pelo encurtamento das estrias na região mediana; estrias radiadas, convergentes em direção as

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