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CDU 553.611:666.32.017 {469.321.11)
AS ARGILAS DO JAZIGO DE AGUADA DE CIMA :
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SINTESE DOS RESUL T ADOS DO SEU ESTUDO
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TECNOLOGICO APLICADA A EXPLORA~AO*
j. GRADE/A. CASAI~ MOURA
Ge6log()s do Servif¥o df; Fomel1to Minciro c-
Um j(lzigo da importancia do de Aguada de Cima A interpreta~ao subjectiva do andamento das for- e em face do volume de trabalhos sobre c!e realizado ma96es produtivas nao impede que esses paineis-diagra- (geo1ogia. sondagelis, estudo mineral6gico e tecnol6- mas possam constitllir guias de explora~ao, corn vista gico dos rcspcctivos testemunhos). envolvendo uma ao aproveitamento integral e racional das- potenciali.
soma consideravel de dados, justifica a condensa9aO dades do jazigo. Basta referir a localiza~ao das son.
dos resultados tecnol6gicos obtidos do modo mais .dagens indicadas no esquema da Fig. ? para que objectivo possfvel. tendo como finalidade a explora~ao aquela finalid3de possa ser atingida.
e encaminhamento racional das respectivas materias- Uma vez que os ensaios tecnol6gicos efectuados
-primas. p~rmitiram ir mais alem que o estabelecimento da-
E nessa b,lse que a seguir se ,lpresentam sfnteses de queles 2 gl-UpoS ceramicos fundamentais. apresentam.se m,lior ou meno~ detalhe fun?a.mentad.as. :ssencial- os cortes,tecnol6gicos da8 Figs. 4 a 9. onde, para cada mente, nas proprled,ldes tecnologlcas evIdeIlcladas. sondagem. se especifica o destino prov:ivel das mate.
rias-primas por ela atravessadas. Dentro da «Zona do
1 --PAINEIS-DIAGRAMAS E CORTES TECNO- Barro Vermelho. h:i nfveis corn possibilidad~s de
I,6GICOS aproveitamento no fabrico de tijolo e outros no fabrico
de telha. assim como na ({Zona do Barro Branco.
As Figs. .le 2 representam p,lineis-diagramas dos I ' . I
- d t .
f b ., ..a guns ruvels po( erao es Jnar-se ao a nco de por-
corpos ,Irgllosos A e B. A dlscrlmma9ao das matenas- 1 I' .
d ' ..
, -." , ce ,ma ~ ectrlca e outros ao e gres ceramlco-
-prlmas e sua dlstrlbul9ao esp,lclal nao val alem dos
Ch - d 1 d ..-.ama-se a aten9ao e que a gum o material
2 grandes grupos ceramlcos fundamentals: .. f b . d ..
I.,
Indltado para o a rlco e tJJo o necessltara de se.r
B,lrro branco. lotado corn argilas de melhor qualidade, a fim de se
Barro vermclho. Ihe beneficiarem a plasticidade e a resistencia meca-
" Esta sil1lese con,titui um subcapitulo do relatorjo interno do Servi~o dc Fomento Mincjro .As argflas do jazigo de
,o\glladJ dc Cima. III Estudo tccnot('}gico c algllmas consjdera~5es de ordem sedimentol('igic.1..
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GJ\,\I)I" J.; MOln,\, A. Casal --A.s argillJs d(, AgIladlJ de (,.im(/: rl'.sl(lllJdQs do Sl'l/ l'SllldQ tecnologicQ
nica, ou podera ser utilizado como .desengordurante» reca]cu]assem, como ja previa aquete autor. as respec-
no fabrico de telha. tivas reservas.
Esclarec~-sc. tambem, que algumas das materias- Por o.utro ]ado, os ensaios ~lgora reatizados sobre -primas ~Ipropriadas para o f~\brico de telha poderao todo o material atravessado pe]as sondagens permi- scr enc~lminhad,ls p,\r,l l,ldrilho dc piso. urn vez pro- tiram encaminhar industria]mente materias-primas nao curada ~\ temperatura de cozedur,\ que g,lranta a cor englobadas no chamado nivel de « barro negro», que correct,\ e o gr~lu de vitrific,l<;aO convcniente, A esta- constituiu o objectivo fundamental do traba]ho de bilid,lde dimensionat podera ser conseguida ~or mis- GJ\AJ)E (1973), ou nao designadas como ta].
tura adequada de argila pre-ca!cin,lda. Deste modo, considerando l!nicamente os 2 gran- Quanto as matcrias-primas a enc~lminhar para a des grllpos fundamentais ja mencionados. procedeu-se Indllstria de I3arro Branco, ha a di~tinguir as que ao calclllo automatico (I) das reservas geo]6gicas evi- [lprcsent,lm. a 1250"C, cor c;ara e vitrifical('ao sem denciadas nos corpos argitosos A e B. Esses numeros, amoJecimento d~iS que, ifi(]ependentemente da sua cor referidos ao estado da explord~ao em Mar~o de 1973, ap6s a qucim~l aqueta temper~ltura (clara, na maioria sao:
dos casos), niio yitrifjcam complet~lmel1te. As primeiras .
-. d . d
I1
, ' 'I.-Corpo arglloso A:
sao m Ica as para porce ana e ectnca e as u tlm,ls
para o f~lbrico dc gres ceramico. P,lra este caso, analo- Barro yermetho -2,3 milh6es de toneladas.
gamcnte ao que atras ficou dito, a estabi]idade ,::limen- Barro branco -1,4 milh5es de Uone:adas, sional conveniente podera jmpiicar a adi~ao de argila
pre-ca1cinad,l. -Corpo argiloso B:
B,lrro vermelho- 8,6 mi!hOes de toneladas.
2 --POTENCIALIDADES DO JAZIGO Barro branco -5,0 milhOes de toneladas.
.-Total do jazigo:
Ao fazcr a}gumas consldera~oes de natureZ[l tec-
l1o16gica, GI...\J)I.: .(1973) refere e demonstra que .nem Barro yermciho--10,9 milh5es de toneladas.
todo () nlvC1 estratigrafjco barro negro e susceptivel I3arro branco -6.4 mjlhoes de toneladas.
deter a mesma apljcar;:ao tecno!6gica». O seu col1cejto
expresso de «(b~lrro negro» c o dc uma «unidade ljto. Verjfjca-se, porlanto, tralar-se dum corpo argiloso 16gica com significado estrdtigrafjco e nao com sigl1i- de vu}to que ate a data esteve muito longe de ser
ficado tecnoI6gico». aproyeitado como se impunha.
Esse facto foj verificado atraves dos ensaios tecno-
16gicos posteriormente efectuados e obrigou a que 5e S. Mamede de Infesta, Majo de 1977.
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