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Análise das demonstrações contábeis com base em indicadores econômicos e financeiros nas empresas do setor agricultura listadas na B3

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS,

CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

RITIELE MARIA HARTMANN

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS COM BASE

EM INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS NAS EMPRESAS

DO SETOR AGRICULTURA LISTADAS NA B3

IJUÍ (RS)

2018

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RITIELE MARIA HARTMANN

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS COM BASE

EM INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS NAS EMPRESAS

DO SETOR AGRICULTURA LISTADAS NA B3

Trabalho de conclusão do curso apresentado no DACEC – Departamento das Ciências Administrativas, Contábeis Econômicas e da Comunicação, no Curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ, como requisito para a conclusão e obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientadora: Prof.ª MS. STELA MARIS ENDERLI

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus. Pois sem Ele nada sou, e nada seria. Me amparou incontáveis vezes durante minha trajetória em dias de chuva, de frio, em que eu estava sozinha, dias em que eu pensava em desistir, mas nunca deixei de perder a Fé que Nele tenho. Meu Deus, serei agradecida o resto de meus dias.

Eu nunca soube o que queria ser da vida, a única certeza era a de que eu queria me formar, em que, não sabia. Meu pai sempre me dizia antes de qualquer coisa: o diploma.

Pois bem, e aqui estou. Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso a esses dois seres que me deram a vida ainda tão jovens, e nunca mediram esforços para que eu pudesse realizar este sonho, fazendo o possível e o impossível para eu pudesse ter esta oportunidade, Pai Renato e Mãe Raquel serei grata a vocês enquanto eu viver. Ao pequeno Rian minha fonte de inspiração, e ao irmão do meio Riquiel, que sempre diz que não fiz mais do que a minha obrigação. Á minha Vó Maria Hartmann, o que dizer, me faltam palavras, obrigado pelo apoio e força ouvindo muitas vezes minhas lamurias, obrigado por ter aberto as portas da sua casa para que nesses dois últimos anos de faculdade eu pudesse ficar ai e desculpe os momentos de estresse.

A minha prima Franciele pelas caronas na ida e na volta pra aula, muito obrigado! A minha prima Joeline que me socorreu quando meu notebook estragou emprestando o dela, obrigado!

A minha orientadora Stela, que me acompanha desde o princípio e nunca desistiu de mim apesar de todos os problemas que passei durante minha trajetória acadêmica. Muito obrigada Mestre!

Á grandiosa Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, mestres, professores e funcionários, vocês foram indispensáveis neste conquista. Obrigado!

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RESUMO

Este trabalho de pesquisa tem como foco demonstrar os indicadores econômicos e financeiros das empresas do setor da agricultura listados na B3. Inicialmente contando um pouco do histórico e a trajetória da sua evolução no país sendo como um dos principais setores do agronegócio brasileiro. Este trabalho de conclusão apresenta o tema, o problema em questão, e especifica os objetivos principais relatando da importância da análise dos indicadores para os seus usuários e a justificativa. Os indicadores analisados foram os de liquidez, garantia de dívidas, lucratividade, rentabilidade, analise operacional atividade, giro ou ciclometria e o ebitda. Apresentou-se uma pesquisa de natureza aplicada e quanto aos seus objetivos são descritivos e identifica, relata e compara os aspectos dos dados obtidos de caráter econômicos e financeiros. Os procedimentos técnicos da mesma é a análise documental, bibliográfica e de multicaso por se tratar de mais de uma organização. Enquadra-se na abordagem do problema qualitativo baseando-se nas demonstrações contábeis para obtenção dos indicadores com análises e gráficos comparativos. Os dados monetários foram obtidos por meio eletrônico no site da B3 e demais informações utilizou-se de referências bibliográficas da biblioteca institucional e sites de pesquisa da área contábil. No estudo aplicado consta os resultados obtidos na pesquisa e, constatou-se que a empresa SLC agrícola S.A é a mais consolidada no mercado enquanto as demais variam seus indicadores econômicos e financeiros gradativamente. Foi muita pesquisa, tanto bibliográfica quanto virtual, o site da B3 foi a principal ferramenta de pesquisa das demonstrações contábeis e os resultados foram todos alcançados com sucesso.

PALAVRAS-CHAVE: Análise das Demonstrações Contábeis, Indicadores econômicos e financeiros, agricultura.

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Lista de Figuras

Figura nº 1 – Balanço Patrimonial...21

Figura nº 2 – Demonstração do Resultado do Exercício...22

Figura nº 3 – EBITDA...33

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Lista de Quadros

Quadro nº 1 - Indicadores de Liquidez...25

Quadro nº 2 - Indicadores de Garantia de Dívidas...27

Quadro nº 3 - Indicadores de Lucratividade...29

Quadro nº 4 - Indicadores de Rentabilidade...30

Quadro nº 5 - Indicadores de Atividade, Giro ou Ciclometria...31

Quadro nº 6 - Cálculo do Fator de atualização pelos índices do IGPM...41

Quadro nº 7 - Liquidez Corrente...43

Quadro nº 8 - Liquidez Seca...44

Quadro nº 9 - Liquidez Geral...45

Quadro nº 10 - Liquidez Imediata...46

Quadro nº 11 - Capital Circulante Líquido...47

Quadro nº 12 - Dívidas Circulantes...49

Quadro nº 13 - Dívidas Totais...50

Quadro nº 14 - Dívidas de Longo Prazo...51

Quadro nº 15 - Segurança Máxima...52

Quadro nº 16 - Margem de Lucro Operacional Bruto...54

Quadro nº 17 - Margem de Lucro Operacional Líquido...55

Quadro nº 18 - Margem de Lucro Líquido do Exercício...56

Quadro nº 19 - Rentabilidade do Capital Social...57

Quadro nº 20 - Rentabilidade do Patrimônio Líquido...58

Quadro nº 21 - Rentabilidade do Ativo Total...59

Quadro nº 22 - Remuneração do Investimento Operacional...60

Quadro nº 23 - Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido...61

Quadro nº 24 - Exame de Rotação dos Estoques...62

Quadro nº 25 - Prazo Médio de Cobrança de Duplicatas...63

Quadro nº 26 - Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas...64

Quadro nº 27 - Ebitda Aliperti S.A...65

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Lista de Gráficos

Gráfico nº 1 - Liquidez Corrente...43

Gráfico nº 2 - Liquidez Seca...44

Gráfico nº 3 - Liquidez Geral...45

Gráfico nº 4 - Liquidez Imediata...46

Gráfico nº 5 - Capital Circulante Líquido...47

Gráfico nº 6 - Dívidas Circulantes...49

Gráfico nº 7 - Dívidas Totais...50

Gráfico nº 8 - Dívidas de Longo Prazo...51

Gráfico nº 9 - Segurança Máxima...52

Gráfico nº 10 - Margem de Lucro Operacional Bruto...54

Gráfico nº 11 - Margem de Lucro Operacional Líquido...55

Gráfico nº 12 - Margem de Lucro Líquido do Exercício...56

Gráfico nº 13 - Rentabilidade do Capital Social...57

Gráfico nº 14 - Rentabilidade do Patrimônio Líquido...58

Gráfico nº 15 - Rentabilidade do Ativo Total...59

Gráfico nº 16 - Remuneração do Investimento Operacional...60

Gráfico nº 17 - Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido...61

Gráfico nº 18 - Exame de Rotação dos Estoques...62

Gráfico nº 19 - Prazo Médio de Cobrança de Duplicatas...63

Gráfico nº 20 - Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas...64

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Lista de Abreviaturas

AC Ativo Circulante

AO Ativo Operacional

Apud. Junto a (latim)

AT Ativo Total

B3 Brasil, Bolsa, Balcão

BOVESPA Bolsa de Valores do Estado de São Paulo CCL Capital Circulante Líquido

CFC Conselho Federal de Contabilidade CMV Custo da Mercadoria Vendida

CS Capital Social

DRE Demonstração do Resultado do Exercício

EBITDA Earnings Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization

Et. al. E Outros (latim)

EVA Economic Value Added (Valor Econômico Adicionado)

LAJIDA Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização LLE Lucro Líquido do Exercício

LOB Lucro Operacional Bruto LOL Lucro Operacional Líquido

NBC TG Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas Gerais

Número

PC Passivo Circulante

PELP Passivo Exigível a Longo Prazo PIB Produto Interno Bruto

PL Patrimônio Líquido PNC Passivo Não Circulante

PT Passivo Total

RLP Realizável a Longo Prazo ROL Resultado Operacional Líquido VDP Valor Duplicatas a Pagar

PMRE Prazo Médio de Renovação dos Estoques PMRV Prazo Médio de Recebimento das Vendas PMPC Prazo Médio de Pagamento das Compras

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 12

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA... 13

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO... 13 1.3 PROBLEMA... 14 1.4 OBJETIVO... 15 1.4.1 Objetivo Geral... 15 1.4.2 Objetivos Específicos... 15 1.5 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA... 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO... 17 2.1 CONTABILIDADE... 17 2.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS... 18 2.2.1 Balanço Patrimonial... 19

2.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício... 21

2.3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS... 23

2.4 INDICADORES DA SITUAÇÃO FINANCEIRA... 24

2.4.1 Análise de Liquidez... 25

2.4.2 Análise de Garantia de Dívidas... 26

2.5 INDICADORES DA SITUAÇÃO ECONÔMICA... 28

2.5.1 Indicadores de Lucratividade... 28

2.5.2 Indicadores de Rentabilidade... 30

2.6 ANÁLISE OPERACIONAL, ATIVIDADE GIRO OU CICLOMETRIA... 31 2.7 EBITDA... 33

3 METODOLOGIA DA PESQUISA... 35

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA... 35

3.1.1 Quanto a Natureza da Pesquisa... 35

3.1.2 Quanto aos Objetivos da Pesquisa... 36

3.1.3 Quanto aos Procedimentos Técnicos... 37

3.1.4 Quanto a Abordagem do Problema... 37

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA (UNIVERSO E AMOSTRA) ... 38

(11)

3.4 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS... 40

4 ESTUDO APLICADO... 41

4.1 ORGANIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS... 41

4.2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES POR INDICADORES... 42

4.2.1 Indicadores Financeiros de Liquidez... 42

4.2.2 Indicadores Financeiros de Garantia de Dívidas – Endividamento... 48 4.2.3 Indicadores de Lucratividade... 53

4.2.4 Indicadores de Rentabilidade... 57

4.2.5 Indicadores de Análise Operacional – Atividade, Giro ou Ciclometria... 61 4.2.6 Ebitda... 65

4.3 CONCLUSÃO DAS ANÁLISES... 68

CONCLUSÃO... 70

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 71

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1 INTRODUÇÃO

A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos e técnicas de investigação cientÍfica. Na realidade, a pesquisa desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados. (GIL, 2010).

A importância da análise de indicadores econômicos e financeiros para uso interno e externo facilita a decisão de um gestor ou de um acionista, como é o caso do presente trabalho, tratando-se de empresas de capital aberto. Também não menos importante, teve a finalidade de aprofundar os conhecimentos na área da contabilidade e de análise de indicadores da autora, futura profissional do ramo.

As empresas de capital aberto, como é o caso dessa pesquisa, além de uma gestão para seus controles e acompanhamentos econômicos e financeiros por parte de seus acionistas, estas analises também serviram como ponto de partida para um investidor vir a adquirir novas ações. Empresas de capital aberto possuem suas demonstrações contábeis disponíveis para as avaliações e estudos necessários.

Analisar, portanto, não é suficiente, sem que ela seja complementada com a precisa interpretação dos elementos avaliados. Essa interpretação decorre da comparação entre os componentes do conjunto de que fazem parte. (FRANCO, 1992). O primeiro capítulo do trabalho de conclusão de curso, caracterizou-se o tema a ser desenvolvido, fundamentação do problema em estudo e os objetivos gerais e específicos da pesquisa e a justificativa da mesma. Conforme Silva (2003), para se fundamentar um problema deve-se ter um conhecimento pleno referente as informações necessárias, já que essa parte é uma visão preliminar do trabalho.

No segundo capítulo, tratou-se do referencial teórico, evidenciando os conceitos de contabilidade, Demonstrações Contábeis e análise das demonstrações contábeis por indicadores.

A parte metodológica da pesquisa, deu-se no terceiro capítulo. Destacando-se os métodos e técnicas do projeto como a classificação da pesquisa, população e amostra e a análise dos dados.

Por fim, tem-se no quarto e último capítulo, a parte prática da pesquisa. Com a demonstração dos resultados obtidos por meio dos cálculos dos indicadores

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apresentados em quadros e gráficos, para facilitar o estudo de comparação entre uma empresa e outra durante os três últimos anos de exercício das mesmas.

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA

A contabilidade vem sendo uma importante ferramenta nos processos de criação e gestão de empresas. Por meio dela tomam-se decisões fundamentais e muitas vezes decisivas em relação ao rumo que os sócios, gestores, acionistas ou diretores darão para seus negócios.

Segundo Iudícibus (2010, p. 40): “[...] as demonstrações contábeis retratam os efeitos patrimoniais e financeiros das transações e outros eventos, agrupando-os em classes de acordo com as suas características econômicas”.

A área de conhecimento desse estudo é a análise das demonstrações contábeis, tendo por parâmetro a análise comparativa com base em indicadores econômicos e financeiros.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

As empresas em análise, pertencem a classificação setorial não cíclico da Bovespa, o que significa que em épocas que a crise se instala, seus negócios são menos afetados e prejudiciais em suas ações em relação às empresas do setor cíclico. Nesse estudo, foram analisadas seis empresas do setor agricultura listadas na B3, com intuito de fazer uma comparação das mesmas, porem levando em consideração e evidenciando principalmente o setor a que pertencem.

Segundo Brum (1985), a modernização do setor da agricultura no planalto Gaúcho, norte do estado do Rio Grande do Sul deu-se em meados dos anos 50, até então eram utilizadas ferramentas como enxada, foice, machado, máquinas para plantar de manuseio manual e a utilização da tração animal para as atividades mais pesadas. Tais ferramentas eram utilizadas nas plantações de milho, mandioca, feijão, arroz, cana de açúcar, dentre outras atividades, incluindo a pecuária. O uso da carroça ou carro de boi também foi um importante aliado para a realização dos serviços.

O autor complementa explicando que “As técnicas de preparação do solo, cultivo, colheita etc. eram fruto da experiência e se transmitiam de uma geração para a seguinte, aperfeiçoada nesse formato”. (BRUM, 1985, p. 86)

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Brum (1985), ainda retrata que a cultura de soja, foi uma das últimas atividades a ser exercidas no campo. Entre as décadas de 50 e nos anos 60, o estrangulamento da agricultura foi afetando as famílias gaúchas por falta de perspectivas na atividade agrícola, migrando assim para os estados do Paraná e de Santa Catarina pois na época a atividade ainda não era exercida pois eram territórios de mata virgem. A modernização agrícola no Planalto Gaúcho, teve início após a segunda guerra mundial, expandindo-se na década de 1970 com a utilização do trator, colheitadeira automotriz, arado de disco, terraceador, pulverizador, dentre outros que necessitavam da utilização da energia derivada do petróleo, devolvendo as esperanças as famílias que dependiam da atividade, e foi no norte do estado do Rio Grande do Sul que a modernização teve início no Brasil.

1.3 PROBLEMA

Nos dias atuais, a mecanização dos implementos está bastante avançada, e uso da tecnologia facilita o trabalho do produtor rural desde o preparo do solo, a plantação, a colheita e a entrega do produto. Diante disso, pequenos, médios e grandes produtores somam resultados ao produto interno bruto do país. Que segundo Oliveira e Mendonça (2018), o PIB brasileiro cresceu 1% devido ao alto crescimento do setor da agricultura do último ano de 2017 que simbolizam em valor corrente R$6,6 trilhões.

As pesquisadoras ainda salientam que estes dados demonstram que a agricultura auxiliou na queda da recessão na economia do país, só o setor da agropecuária representou 13 % de crescimento no seu desempenho, o que é um ótimo resultado para o país que vem sofrendo com as consequências da crise econômica e financeira. (OLIVEIRA e MENDONÇA, 2018)

Com toda a importância que o setor agrícola tem para o desenvolvimento do país, quem pretende investir em empresas do setor agropecuário, ou tomar decisões financeiras e econômicas busca informações para análise. Estas informações são encontradas nas demonstrações contábeis.

Segundo, Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 26):

Denominadas de demonstrações financeiras na legislação societária, as demonstrações contábeis são relatórios que reúnem dados e informações de ordem econômica e financeira sobre determinado patrimônio, situado numa entidade específica, no momento de sua elaboração.

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As demonstrações contábeis utilizadas pelos acionistas para o estudo dos indicadores econômicos e financeiros, na hora de investir, tanto no setor da agricultura como em outros setores, são a Demonstração do Resultado do Exercício e o Balanço Patrimonial.

A clareza dos dados obtidos por meio das análises dos indicadores econômicos e financeiros das demonstrações contábeis, expressa-se em gráficos ou mesma escrita expondo os resultados derivados dos cálculos. Diante disso, a questão que fundamenta a presente investigação pode ser assim especificada: Como evoluiu a situação econômica e financeira das empresas do segmento agricultura listadas na B3 ao longo dos últimos três anos de gestão, constatadas por meio da análise de indicadores?

1.4 OBJETIVO

São os fins teóricos e práticos que se propõe alcançar com a pesquisa. (SILVA, 2003). Os objetivos devem ser bem definidos ao assunto pretendido, eles podem ser divididos em geral e específicos.

1.4.1 Objetivo Geral

Analisar a situação econômica e financeira das empresas do segmento agricultura, listadas na B3 ao longo dos últimos três anos de gestão, constatadas por meio da análise de indicadores.

1.4.2 Objetivos Específicos

 Revisar e ampliar conhecimentos teóricos e técnicos sobre a análise das demonstrações contábeis;

 Levantar as demonstrações contábeis das empresas objeto de estudo;

 Gerar os indicadores que evidenciam a situação patrimonial, econômica e financeira das empresas,

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 Analisar e comparar os indicadores obtidos demonstrando sua importância para os estudos econômicos e financeiros das empresas do setor.

1.5 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

A análise de indicadores financeiros e econômicos, é uma importante ferramenta para a gestão dos negócios. Analisa-los criteriosamente e realiza-los com uma certa frequência é muito mais eficiente para o rumo da empresa, do que apenas analisar os demonstrativos. Esse processo nos permite uma visão mais ampla sobre a evolução financeira e econômica das empresas.

Os índices financeiros revelam aspectos que dizem respeito à situação econômica da empresa, sendo então a sua principal característica fornecer uma visão ampla da estrutura, situação financeira e liquidez da empresa. Dependendo da profundidade da análise precisa-se de uma quantidade maior de índices. (GOMES; COELHO, NETO. p. 90 2015).

Este trabalho de estudo e pesquisa, desafiou a autora a aprofundar seus conhecimentos na área de análise de indicadores e consolidar seus conhecimentos na estrutura das demonstrações contábeis e também no segmento agropecuário.

Acrescenta-se, que também tem por finalidade estar disponível como material de apoio e pesquisa para os demais colegas de curso como estudantes, professores e demais interessados no assunto, dentro e fora da instituição de ensino.

A realização deste trabalho de pesquisa, foi viável pois as Demonstrações Contábeis utilizadas, encontram-se disponíveis no site da B3 para consulta, sendo assim possível a realização dos cálculos dos indicadores econômicos e financeiros.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo baseou-se no estudo de livros de diferentes autores da área contábil, e enfatiza os principais indicadores econômicos e financeiros que foram abordados na pesquisa. A caracterização dos índices e das demonstrações contábeis utilizadas baseando-se nos conceitos e fórmulas de aplicação.

2.1 CONTABILIDADE

A contabilidade vem sendo uma importante ferramenta de análise e gestão em pequenas, medias e grandes empresas. Por meio dela tem-se principalmente seus controles econômicos e financeiros para a tomada de decisões. Ela vem sendo executada desde a idade da pedra.

As figuras – caras de animais – indicavam o objeto registrado, e os riscos horizontais a quantificação dos objetos controlados. Registro de caças, pescas, carregamentos de mercadorias, produtos agrícolas e pastoris, são provas arqueológicas encontradas por pesquisadores que comprovam a antiga história que se pode, com firmeza, atribuir à Contabilidade. (BASSO; 2011, p. 24).

Basso (2011, p. 26), define a contabilidade como “[...] a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativos (monetários) e qualitativo (físico)”. Enfatiza que como um conjunto de normas, preceitos, regras e padrões gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar informações de suas variações de natureza econômica e financeira.

“Para nós, que a consideramos um conjunto sistematizado de preceitos e normas próprias, ela é uma ciência, do grupo das ciências econômicas e administrativas”. (FRANCO, 1992, p. 19).

Assim como conceitos, objetivos, a contabilidade possui finalidades. Basso (2011, p. 28) explica que “[...] a finalidade básica da Contabilidade é gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento – processo decisório”.

A contabilidade e seus diversos ramos de atuação, tem diversas finalidades. Atua como uma indispensável ferramenta de gestão tanto internamente para tomada de decisões pelos sócios, gestores, administradores e diretores, como decisões externas, como por exemplo a liberação de um empréstimo ou a realização de um

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financiamento onde o banco ou a agencia financiadora necessitam das demonstrações contábeis. A contabilidade além de dispor de todo controle patrimonial das empresas, realiza serviços muito importantes nos setores empresariais, seja na área fiscal, de recursos humanos, para a execução de um trabalho de perícia e auditoria.

Os objetivos dessa indispensável ferramenta para administradores, sócios ou acionistas, bancos, fornecedores e o próprio governo – federal, estadual e municipal, conforme Basso (2011, p. 29) “é controlar, apurar os resultados, evidenciar a situação patrimonial da entidade, onde engloba as análises econômicas e financeiras da mesma, atentar para o rígido cumprimento das normas e demais regras e demais obrigações além de fornecer informações de acordo com suas necessidades contábeis”.

Basso (2011, p. 29) menciona que:

Os objetivos assim enunciados revelam noção da Contabilidade, entendida como o centro de controle do patrimônio da entidade, para onde devem ser canalizados todos os documentos comprobatórios de atos e fatos que tenham provocado variações nos seus elementos, a fim de serem identificados, analisados e avaliados do ponto de vista da legitimidade e legalidade do ato, para, então, serem processados contabilmente e, por fim, gerar informações sobre a nova posição e resultados do patrimônio.

As demonstrações contábeis têm ligação direta com os lançamentos feitos na contabilidade da empresa, pois são através dos lançamentos diários das movimentações de débito e crédito que incluem pagamentos, recebimentos, compras, vendas, dentre outros, que são feitas e emitidas as demonstrações a serem utilizadas.

2.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As Demonstrações Contábeis, segundo a NBC TG 26 (2017, pg. 5-6) são conceituadas da seguinte forma:

As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas.

A norma ainda cita que “As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e

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responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados”. (NBC TG 26, 2017 p. 6). Também segundo a norma, tem como objetivo proporcionar informações referente aos ativos, passivos patrimônio líquido, ganhos e perdas que caracterizam as receitas e as despesas, o fluxo de caixa, alterações no capital próprio das entidades que lhes compete. (NBC TG 26, 2017).

De acordo com a NBC TG Estrutura Conceitual (2011, p. 4):

As demonstrações contábeis são elaboradas e apresentadas para usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. Governos, órgãos reguladores ou autoridades tributárias, por exemplo, podem determinar especificamente exigências para atender a seus próprios interesses.

Existem as Demonstrações Contábeis obrigatórias, e as não obrigatórias para a legislação. Especialmente nas sociedades comerciais, as duas demonstrações principais são a Demonstração do Resultado do Exercício, que evidencia o lucro líquido do exercício, e o Balanço Patrimonial que tem a função de revelar a posição financeira e patrimonial da entidade em um determinado período. As duas principais, são complementadas pela Demonstração do Fluxo de Caixa, Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e Demonstração do Valor Adicionado. (BASSO, 2011).

Basso; Filipin e Enderli (2015, p. 25), explicam que a análise das demonstrações contábeis tem:

Finalidade Interna: Atende demandas internas da entidade, especialmente nas tomadas de decisão nos vários níveis internos.

Finalidade Externa: Atende a interesses de agentes externos à entidade, como investidores, fornecedores, acionistas minoritários e outros usuários.

Para complementar as demonstrações contábeis, os demonstrativos são acompanhados pelas Notas Explicativas. Nelas se esclarecem os métodos, os resultados econômicos, financeiros e patrimoniais das entidades ao final do seu respectivo exercício social. (BASSO, 2011).

2.2.1 Balanço Patrimonial

O conceito desta demonstração contábil, segundo explica Basso (2011, p. 294) é que o Balanço Patrimonial “pode ser entendido como uma representação quantitativa e sintética dos elementos que compõem o patrimônio de uma entidade

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numa determinada data, revelando sua posição financeira e patrimonial estática, isto é, na data do seu levantamento”.

“Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial e financeira são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido”. (NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL, 2011 p. 19).

Referente a sua estrutura, de acordo com Basso (2011) no lado esquerdo do balanço representa-se o ativo, são mencionadas as aplicações de recursos determinadas pelos bens e direitos da entidade e no lado direito as origens de recursos de capital próprio e de terceiros.

O ativo é composto por dois grandes grupos: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante. Conforme Iudícibus (2010, p. 28), “São todos os bens e direitos de propriedade e controle da empresa, que são avaliáveis em dinheiro e que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa”. Ele ainda ressalta que: “Se o bem ou direito não for de propriedade da empresa, normalmente não constara do seu Ativo”. (IUDÍCIBUS, 2010, p. 28).

Do lado direito do balanço localizam-se obrigações da empresa que são nada mais e nada menos do que as origens de recursos, determinadas pelo Passivo. “Simplificadamente, evidencia toda a obrigação (dívida) que a empresa tem com terceiros; contas a pagar, fornecedores de matéria-prima (a prazo), impostos a pagar, financiamentos, empréstimos etc”. (IUDÍCIBUS. 2010, p. 29).

Basso (2011), conceitua o ativo circulante como aqueles bens e direitos fixados em até 12 meses, e o Ativo Não Circulante como aqueles além desse período, ou seja, após o término do exercício social.

Ainda no lado direito do balanço patrimonial, fica localizado o patrimônio líquido. Nesse campo compreendem os recursos próprios da entidade, diferença entre o ativo e o passivo. Ou seja, conforme Basso (2011), o patrimônio líquido é positivo quando o ativo for maior do que o passivo, e é negativo quando o passivo supera o ativo.

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Figura nº 1: Balanço Patrimonial

BALANÇO PATRIMONIAL

1 – ATIVO 2 – PASSIVO

1.1 – CIRCULANTE 2.1 – CIRCULANTE 1.2 – NÃO CIRCULANTE 2.2 – NÃO CIRCULANTE

1.2.1 – REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 2.2.1 – EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 1.2.2 – INVESTIMENTOS 1.2.3 – IMOBILIZADO 1.2.4 – INTANGÍVEL 3 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.1 – CAPITAL SOCIAL 3.2 – RESERVA DE CAPITAL 3.3 – RESERVA DE LUCROS 3.4 – AJUSTES DE AVALIAÇÕES PATRIMONIAIS 3.5 – (-) AÇÕES EM TESOURARIA 3.6 – (-) PREJUIZOS ACUMULADOS Fonte: Basso (2011, p.300).

Iudícibus (2010, p. 29) afirma que:

O patrimônio líquido da entidade não é apenas representado pelos novos investimentos dos seus proprietários, ele também é o lugar onde o lucro obtido pela empresa fica aplicado, ele pertence aos proprietários ou a entidade, porem fica retida/acumulada ao Patrimônio Líquido.

Quanto a sua estrutura, a nomenclatura das contas pode variar de entidade para entidade. Alterar as mesmas de acordo com a natureza de suas transações utilizadas na contabilidade não interfere na demonstração, desde que essas contas forneçam as informações relevantes ao contexto das operações financeiras e patrimoniais. (NBC TG 26, 2017).

2.2.2 Demonstração Do Resultado Do Exercício – DRE

A Demonstração do Resultado do Exercício é o relatório contábil que sintetiza as operações que deram origem ao resultado de um determinado período ou exercício social. (BASSO, 2011).

Para Franco (1992, p. 45):

É a mais importante demonstração da dinâmica patrimonial, pois mostra a receita bruta da entidade (vendas ou serviços prestados), o custo dessas receitas e demais despesas operacionais, evidenciando o lucro bruto e o lucro operacional. Demonstra, ainda, outras receitas e despesas não-operacionais, para evidenciar o lucro líquido do exercício.

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A Demonstração do Resultado segundo cita a NBC TG 26 (2017, p. 28), deve conter no mínimo a seguinte estrutura:

Em atendimento à legislação societária brasileira vigente na data da emissão desta Norma, a demonstração do resultado deve incluir ainda as seguintes rubricas:

(i) custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos; (ii) lucro bruto;

(iii) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas operacionais;

(iv) resultado antes das receitas e despesas financeiras; (v) resultado antes dos tributos sobre o lucro;

resultado líquido do período.

Basso (2011, p. 308), afirma que a DRE está estruturada de forma a evidenciar as diversas fases do resultado, como demonstra a figura nº 2:

Figura nº 2: Demonstração do Resultado do Exercício

DISCRIMINAÇÃO A B

1 – RECEITA (OPERACIONAL) BRUTA XXXXX XXXXX

Venda de Mercadoria X X

Venda de produtos X X

Prestação de Serviços X X

2 – DEDUÇÕES DA RECEITA (OPERACIONAL) BRUTA (XXX) (XXX)

Impostos Faturados (X) (X)

Devoluções e Abatimentos (X) (X)

3 – RECEITA (OPERACIONAL) LÍQUIDA (1-2) XXXXX XXXXX

4 – CUSTOS (XXX) (XXX)

Das Mercadoria Vendidas (X) (X)

Dos Produtos Vendidos (X) (X)

Dos Serviços Prestados (X) (X)

5 – LUCRO (OPERACIONAL) BRUTO (3-4) XXXXX XXXXX

6 – DESPESAS (OPERACIONAIS) (XXX) (XXX)

De Vendas (X) (X)

Receitas Financeiras X X

Despesas Financeiras (X) (X)

Gerais e Administrativas (X) (X)

7 – OUTRAS RECEITAS E DESPESAS (OPERACIONAIS) XXX XXX

Receitas X X

Despesas (X) (X)

8 – RESULTADO (OPERACIONAL) LÍQUIDO (5-6+-7) XXXXX XXXXX

(23)

Receitas X X

Despesas (X) (X)

10 – RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (8+-9) XXX XXX

11 – PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA E CSLL (X) (X)

12 – PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES (X) (X) Debêntures (X) (X) Administradores (X) (X) Empregados (X) (X) Outros Beneficiários (X) (X) Outras Contribuições (X) (X)

13 – RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (10-11-12) XXX XXX

14 – RESULTADO LÍQUIDO POR AÇÃO X X

Fonte: Basso (2011, p.315).

A DRE está estruturada de forma a evidenciar as diversas fases do resultado, iniciando com a ROB – Receita Operacional Bruta, passando pelas deduções de encargos tributários, deduções e demais abatimentos necessários, custos e despesas relativos, para então obter o Lucro Operacional Bruto. Ainda nesse âmbito, dispõe que se deduzindo as despesas financeiras e somando as receitas financeiras, obtém-se o ROL – Resultado Operacional Liquido. (BASSO, 2011).

Após esta fase, acrescentam-se sobre a ROL, as receitas não operacionais e deduzem-se as despesas também não operacionais, tendo por sequencia o resultado antes do imposto de renda e deduz a provisão do IR e da CSLL, logo após os valores relativos as participações e contribuições societárias e sociais, tendo então o resultado ou lucro e/ou prejuízo do exercício ou resultado líquido por ação. (BASSO, 2011).

Para Iudícibus (2010, p. 49) “O lucro líquido é a sobra liquida à disposição dos proprietários da empresa. Os proprietários decidem a parcela do lucro que ficará retida na empresa e a parte que será distribuída aos donos do capital (Dividendos)”.

2.3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Via de regra, a técnica da análise de balanços utiliza-se fundamentalmente do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício e apenas complementarmente das demais demonstrações contábeis. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015).

(24)

Benedicto e Padoveze (2014, p. 27) mencionam que:

A demonstração de resultado é o modelo de mensuração e informação de lucro, enquanto balanço patrimonial é o modelo de mensuração e informação do investimento. [...] a análise conjunta das informações desses dois modelos decisórios é que deflagra todo o processo de gestão econômica.

As análises das demais demonstrações contábeis são na verdade decorrentes das duas demonstrações principais. Não sendo elas menos importantes, mas tem a função de gerar outras informações que o pesquisador ou analista deseja verificar.

2.4 INDICADORES DA SITUAÇÃO FINANCEIRA

Matarazzo (2003, p. 150) afirma que “[...]. Os índices da situação financeira, por sua vez, são divididos em índices de estrutura de capitais e índices de liquidez [...]”.

Os indicadores da situação financeira das empresas, permite aos acionistas diversas finalidades. “A análise financeira permite uma visão da estratégia e dos planos da empresa analisada, estimar seu futuro, suas limitações e suas potencialidades”. (BENEDICTO e PADOVEZE, 2014, p. 91).

Os autores ainda salientam que:

Os maiores interessados estão os acionistas (shareholders). Contudo, uma série de outros interessados, sejam empresas, pessoas ou instituições que se relacionam com as empresas (stakeholders), sejam entidades que tem interesse social, podem ou devem utilizar-se dos relatórios contábeis para análise financeira. (BENEDICTO, PADOVEZE, 2014, p. 91-92).

Para Iudícibus (2010, p. 92) “O uso de quocientes tem como finalidade principal permitir ao analista extrair tendências e comparar os quocientes com padrões preestabelecidos”. Ele também enfoca que essa ferramenta de análise financeira, além de verificar o desempenho da empresa no passado, verifica sua evolução e projeções para o futuro da mesma.

Seguindo na mesma ideia, Benedicto e Padoveze (2014, p. 89) afirmam que “Para o gerenciamento empresarial, é necessária a informação contábil no processo de planejamento, controle e tomada de decisão dentro da empresa”.

[...] a comparabilidade em vários aspectos é importante:

 Comparação com períodos passados;  Comparação com padrão setorial;  Comparação com períodos orçados;

(25)

 Comparação com padrões internacionais;

 Comparação com empresas concorrentes. (BENEDICTO e PADOVEZE, 2014, p. 89)

Desse modo, efetuado o cálculo dos indicadores financeiros da empresa, ficou mais clara a ideia para elaborar o relatório de análise para a comparação dos resultados. Saber interpreta-los quanto ao seu grau de positividade também é um fator essencial para que assim os usuários dos dados possam propor alternativas ao curso da empresa.

2.4.1 Análise de Liquidez

Assaf Neto (2002, p. 171), explica que “Os indicadores de liquidez evidenciam a situação financeira de uma empresa frente a seus diversos compromissos financeiros”. Ele ainda afirma que esse estudo ainda inclui outros indicadores financeiros além do tradicional.

Para Matarazzo (2003, p. 283) “Se um analista estiver analisando o balanço de uma empresa e se deparar com um índice de Liquidez inferior a 1,00, não deve, em princípio, considera-la sem condições de pagar suas dívidas em dia”.

Os indicadores de liquidez existentes, são demonstrados no Quadro n° 1 conforme segue abaixo:

Quadro nº 1: Indicadores de Liquidez

INDICE DESCRIÇÃO/ CONCEITO FÓRMULA

Liquidez Corrente

Mostra a capacidade de pagamento da empresa a curto prazo

AC / PC

Liquidez Seca

Se a empresa sofresse uma total paralisação de suas vendas, quais seriam as chances de pagar suas dívidas

AC – ESTOQUE / PC Liquidez Geral Mostra a capacidade de pagamento da empresa a Longo Prazo AC + RLP / PC + PNC Liquidez Imediata

Mostra o quanto a empresa dispõe imediatamente para saldar as dívidas de curto prazo

DISPONIBILIDADES / PC

(26)

Legenda:

AC: Ativo Circulante PC: Passivo Circulante

RLP: Realizável a Longo Prazo PNC: Passivo Não Circulante

Basso; Filipin e Enderli (2015), ainda citam o indicador do Capital Circulante Líquido, que demonstra em valores aquilo que sobra ou falta no ativo circulante caso liquidasse todo seu passivo circulante em um determinado momento, obtido pela fórmula:

CCL= AC – PC

Legenda:

CCL: Capital Circulante Liquido AC: Ativo Circulante

PC: Passivo Circulante

2.4.2 Análise de Garantia de Dívidas

“Estes quocientes relacionam as fontes de fundos entre si, procurando retratar a posição relativa do capital próprio com relação ao capital de terceiros”. (IUDICIBUS, 2010, p. 97).

Para Marion (2010, p. 94), composição do endividamento é a seguinte:

 Endividamento a Curto Prazo, normalmente utilizado para financiar o Ativo Circulante;

 Endividamento a Logo Prazo, normalmente utilizado para financiar o Ativo Permanente.

Neste quesito, incluem-se os indicadores de Coeficientes de Dívidas Totais, Coeficientes de Dividas Circulantes, Coeficientes de Dívidas de Longo Prazo e Coeficiente de Segurança Máxima conforme mostra o Quadro n° 2:

(27)

Quadro nº 2: Indicadores de Garantia de Dívidas

INDÍCE DESCRIÇÃO/CONCEITO FÓRMULA

Dívidas Circulantes

Compara a proporção de dívidas de curto prazo com o capital próprio da Entidade, e quanto menor de 1,00 melhor.

PC/PL

Dívidas Totais

Compara a proporção de dívidas de curto e de longo prazos com o capital próprio da Entidade, e quanto menor de 1,00 melhor.

PT/PL

Dívidas Longo Prazo

Compara a proporção de dívidas de longo prazo com o capital circulante líquido da Entidade, e quanto menor de 1,00 melhor.

PNC (PELP)/CCL

Segurança Máxima

Compara a proporção das dívidas de curto e de longo prazo (dívidas totais – Passivo) com o Ativo Total da Entidade, e quanto menor melhor, não podendo ultrapassar a 0,5 (ou 50%).

PT/AT

Fonte: adaptado de Basso, Filipin, Enderli (2015).

Legenda:

PC: Passivo Circulante PL: Patrimônio Líquido PT: Passivo Total

PNC: Passivo Não Circulante

PELP: Passivo Exigível a Longo Prazo CCL: Capital Circulante Líquido

AT: Ativo Total

Estes indicadores têm como principal finalidade a transformação da participação dos valores dos principais grupos representativos no balanço patrimonial em percentuais, e diante disso mensurar percentualmente sua relação com o capital próprio, representado pelo patrimônio líquido. (BEDEDICTO e PADOVEZE, 2014),

(28)

2.5 INDICADORES DA SITUAÇÃO ECONÔMICA

“Os indicadores econômicos buscam evidenciar a situação do desempenho dos negócios praticados pela empresa, sintetizado nos resultados obtidos, lucros ou prejuízos com as diversas unidades de medidas [...]”. (BASSO; FILIPIN e ENDERLI 2015, p. 136).

Para Matarazzo (2003, p. 262):

Resultado econômico é sinônimo de lucro (ou prejuízo). O lucro aumenta o Patrimônio Líquido, mas não as disponibilidades de dinheiro. Uma empresa pode estar em excelente situação econômica com imóveis, equipamentos, investimentos em outras empresas, mas sem dinheiro para pagar suas dívidas.

“Diversas razões ou objetivos específicos também levam os diversos usuários das demonstrações contábeis a se debruçarem sobre eles para obter uma avaliação da situação da empresa”. (BENEDICTO e PADOVEZE, 2014, p. 91).

Dentre as razões e objetivos da realização de análises econômico-financeiras, para Benedicto e Padoveze (2014, p. 91) encontram-se:” Liberação de Crédito; Investimentos de Capital; Fusão de Empresas; Incorporação de Empresas; Rentabilidade/Retorno; Saneamento Financeiro; Perspectivas da Empresa; Fiscalização ou Controle; Relatórios Administrativos”.

Os indicadores da situação econômica estão divididos em lucratividade e rentabilidade e dentro de cada indicador destes, possuem outros subgrupos de indicadores para ter-se uma análise mais criteriosa e ampla. Na rentabilidade possuem os indicadores de Remuneração do Capital Social, Remuneração do Patrimônio Líquido, Remuneração do Ativo Total e a Remuneração do Investimento Operacional, Enquanto no indicador de lucratividade, tem-se a Margem de Lucro Operacional Bruta, Margem de Lucro Operacional Líquida e a Margem de Lucro Líquido do Exercício. (BASSO, FILIPIN, ENDERLI, 2015).

2.5.1 Indicadores de Lucratividade

Basso; Filipin e Enderli (2015, p. 137), explicam que:

Estudar a lucratividade consiste em comparar os diversos estágios do resultado (Lucro Operacional Bruto, Lucro Operacional Liquido e Lucro Líquido do Exercício) da entidade com o volume monetário da Receita Operacional Liquida (de Vendas e/ou Serviços) no período em exame.

(29)

Basso, Filipin e Enderli (2015) afirmam que não há um indicador padrão para o cálculo da lucratividade. Quanto maior ela for, melhor para a empresa. Os indicadores que demonstram a lucratividade das entidades, são evidenciadas no quadro nº 03:

Quadro nº 3: Indicadores de Lucratividade

ÍNDICE DESCRIÇÃO/CONCEITO FÓRMULA

Margem de Lucro Operacional Bruto

Compara o indicador Lucro Operacional Bruto com a Receita Operacional Líquida, e, quanto maior melhor

LOB / ROL x 100

Margem de Lucro Operacional Líquido

Compara o indicador Lucro Operacional Líquido com a Receita Operacional Líquida, e, quanto maior melhor

LOL / ROL x 100

Margem de Lucro Líquido do Exercício

Compara o indicador Lucro Líquido do Exercício com a Receita Operacional Líquida, e, quanto maior melhor, sendo que nunca deve ser menor do que a menor opção de aplicação no mercado financeiro (...)

LLE / ROL x 100.

Fonte: adaptado de Basso, Filipin, Enderli (2015)

Legenda:

LOB: Lucro Operacional Bruto

ROL: Resultado Operacional Líquido LOL: Lucro Operacional Líquido LLE: Lucro Líquido do Exercício

Uma lucratividade negativa ou abaixo do desejado pelos gestores, merece atenção redobrada. Diversas podem ser as razões do resultado negativo deste indicador que deriva de algo chamado lucro. Quedas nas vendas, aumento das despesas financeiras, estoque parado ou com giro lento, gastos fixos aumentados gradativamente, inadimplência, dentre outros fatores, podem afetar diretamente na lucratividade da empresa. Este é um dos principais indicadores econômico das empresas, ligado diretamente com a competitividade dos negócios. (SEBRAE, 2018).

(30)

2.5.2 Indicadores de Rentabilidade

A análise da rentabilidade, é o estudo do retorno sobre o Investimento. Para Iudícibus (2010, p. 105) “O melhor conceito de dimensão poderá ser ora volume de vendas, ora valor do ativo total, ora valor do patrimônio líquido, ou valor do ativo operacional, dependendo da aplicação que fizermos”.

Nesse estudo, tem-se os indicadores de Rentabilidade do Capital Social, do Patrimônio Líquido, do Ativo Total e do Retorno do Investimento Operacional, evidenciados no quadro nº 04:

Quadro nº 4: Indicadores de Rentabilidade

ÍNDICE DESCRIÇÃO/CONCEITO FÓRMULA

Do Capital Social

Estabelece a taxa de remuneração que o lucro líquido do exercício proporcionou ao capital social (integralizado) da empresa

LLE / CS x 100

Do Patrimônio Líquido

Estabelece a taxa de remuneração que o lucro líquido do exercício proporcionou

ao capital próprio da empresa. LLE / PL x 100

Do Ativo Total

Estabelece a taxa de remuneração que o lucro líquido do exercício proporcionou

aos Ativos Totais da empresa. LLE / AT x 100

Remuneração do

Investimento Operacional

Estabelece a taxa de remuneração que o lucro operacional líquido do exercício proporcionou aos Ativos Operacionais da empresa

LOL / AO x 100

Fonte: adaptado de Basso, Filipin, Enderli (2015).

Legenda:

LLE: Lucro Líquido do Exercício CS: Capital Social

PL: Patrimônio Líquido AT: Ativo Total

LOL: Lucro Operacional Líquido AO: Ativo Operacional

(31)

“As abordagens da análise da rentabilidade decorrem diretamente das abordagens de estrutura de capital, uma vez que o custo de capital para quem toma os recursos é a rentabilidade para quem cede os recursos”. (BENEDICTO e PADOVEZE, 2014, p. 116).

Assim, comparando-se ao estudo da lucratividade, a rentabilidade também pressupõe o lucro final do exercício social das entidades. Quanto maior e de forma crescente for esse indicador, melhor é o resultado da rentabilidade.

2.6 ANÁLISE OPERACIONAL – ATIVIDADE, GIRO OU CICLOMETRIA

São importantes quocientes de análise que representam a velocidade com que os elementos patrimoniais da entidade de renovam durante o período de tempo, conforme Iudícibus (2010, p. 100):

A importância de tais quocientes consiste em expressar relacionamentos dinâmicos – daí a denominação de quocientes de atividade (rotatividade) – que acabam direta ou indiretamente, influindo bastante a posição de liquidez e rentabilidade.

Basso; Filipin e Enderli (2015, p. 151) observam que:

Vários outros indicadores, tanto financeiros quanto econômico e combinados entre si, podem ser elaborados, utilizando-se de fórmulas criadas especialmente para evidenciar outros aspectos da análise econômica e/ou financeira da entidade, como são os denominados Indicadores de Atividade ou de Ciclometria (giro ou rotação).

Os mais comuns dos indicadores de atividade, giro ou ciclometria são o Exame de Rotação dos Estoques, o Exame do Prazo Médio de Cobrança de Duplicatas (ou clientes), Exame do Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas, Prazo Relativo das Duplicatas e o Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido. No presente trabalho, são analisados os descritos no quadro nº 5:

Quadro nº 5: Indicadores de Atividade, Giro ou Ciclometria

ÍNDICE DESCRIÇÃO/CONCEITO FÓRMULA

Grau de Imobilização do PL

Procura verificar o quanto o capital próprio está comprometido com o Ativo Permanente.

AP x 100 / PL

Giro do Estoque

Representa os bens de venda

(32)

tempo médio de sua permanência na empresa.

Prazo Médio de Cobrança de Duplicatas

Demonstra quanto tempo a empresa leva para receber seus créditos cedidos aos clientes.

VDR MÉDIO x 365 / Valor Vendas a Prazo do Ano

Prazo Médio de

Pagamento de Duplicatas

Demonstra quanto tempo a empresa leva para pagar seus fornecedores.

VDP MÉDIO / Valor Compras a Prazo

Fonte: adaptado de Basso; Filipin, Enderli (2015).

Legenda:

AP: Ativo Permanente PL: Patrimônio Líquido

CMV: Custo das Mercadorias Vendidas VDR: Valor Duplicatas a Receber VDP: Valor Duplicatas a Pagar

“O grau de imobilização, indica o quanto a empresa aplicou no seu Ativo Permanente para cada $100 de Patrimônio Líquido”. (MATARAZZO, 2003, p. 156). E quanto menor seu resultado, melhor.

Obviamente, quanto menos dias o estoque levar para em sua rotação, melhor é a qualidade dele na empresa. Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 153) referente aos créditos, afirmam que “Quanto menos tempo levar para receber os créditos e quanto maior a folga entre receber e pagar, melhor é a situação das Duplicatas a Receber (Clientes) da empresa”.

Para Iudicibus (2010, p. 103) “Se uma empresa demora muito para receber suas vendas a prazo do que para pagar suas compras a prazo, ira necessitar mais capital de giro adicional para sustentar suas vendas, criando-se um círculo vicioso difícil de romper”.

Porem obtendo-se um EVA igual a zero, não quer dizer que a empresa vai mal. Nessa situação significa que houve um retorno exatamente igual ao exigido pelos sócios, atendendo assim as suas expectativas nos resultados. Já se o EVA for negativo, representa que houve perca de seus valores de capital, não gerando o

(33)

retorno desejado, deixando assim, um alerta para seus gestores quanto as razões deste desempenho. (ASSAF NETO, 2017).

2.7 EBITDA

O termo abreviado em inglês ebitda - earnings before interests, taxes, depreciation and amortization, conhecido pelos brasileiros como lajida – lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização, conforme Iudícibus (2010, p. 247):

O EBITDA é uma medida essencialmente operacional, desconsidera os efeitos dos resultados financeiros, assim revelando o potencial da empresa para a gestão de caixa operacional.

Ele ainda salienta que este método de indicador, não representa o valor de caixa. O EBITDA vem sendo estudado a pouco tempo no Brasil, e salienta a capacidade que a entidade tem para formar o seu resultado operacional. Sua formula é representada da seguinte maneira:

Figura nº 3: EBITDA

EBITDA

(+ ) Receita Bruta

( - ) Deduções Receita Bruta (= ) Receita Líquida

( - ) CMV

(= ) Lucro Líquido

( - ) Despesas Operacionais (= ) EBITDA

Fonte: adaptado de Iudícibus (2010, p. 247)

Para Silva (2008, p. 199):

[...] é uma medida de performance operacional, que considera as receitas operacionais liquidas, menos os custos e as despesas operacionais, exceto as depreciações e amortizações. Ou seja, é o lucro operacional I, mais as depreciações.

Silva (2008) ainda salienta que o resultado do EBITDA, se for negativo é péssimo para a empresa e se for positivo é bom, mas ainda não o suficiente para tomar qualquer decisão, isso inclui para a compra de ações e fornecimento de empréstimos.

(34)

Para Assaf Neto (2017, p. 28) “(...) o EBITDA não pode ser entendido como a disponibilidade efetiva de caixa da empresa, sendo melhor interpretado como um indicador de capacidade (potencial) de geração de caixa de suas operações”.

(35)

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Neste trabalho, a metodologia se dividiu em grandes blocos: de classificação da pesquisa, população e amostra, plano de coleta de dados e o plano de análise de dados. Esses grandes blocos contem subgrupos nos quais se explica cada caso em relação ao setor da pesquisa.

A metodologia abrange os métodos e procedimentos utilizados para a elaboração do trabalho de conclusão de curso. Por mais qualificado que seja o pesquisador, não é possível ignorar certas circunstancias “extra científicas”. Além do tempo para dedicar-se à pesquisa, são necessários equipamentos, livros, instrumentos e outros materiais e, conforme o caso, verba para a remuneração de serviços prestados por outras pessoas. Isso significa que, para realizar uma pesquisa, devem ser levados em conta os recursos humanos e materiais, tais como disponibilidade de tempo e o indispensável suporte financeiro. (ANDRADE. 2003, p. 122).

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

“A realização de uma pesquisa pressupõe alguns requisitos básicos, tais como a qualificação do pesquisador, os recursos humanos, materiais e financeiros”. (ANDRADE, 2003, p. 22). O autor acrescenta que existem várias finalidades para o trabalho de pesquisa, e que podem ser classificadas por dois grupos no qual o primeiro é motivado por razões intelectuais e o segundo por razões de prática.

Ainda segundo Andrade (2003, p. 23) “Para cumprir a finalidade de oferecer apenas noções introdutórias, parece o bastante limitar a classificação da pesquisa quanto à natureza jurídica, aos objetivos, aos procedimentos e ao objeto”.

3.1.1 Quanto a Natureza da Pesquisa

Na classificação da pesquisa quanto à natureza, conforme Andrade (2003), esse é um tipo de pesquisa que geralmente é desenvolvido por cientistas e especialistas em determinada área de estudo, mas também muito utilizada por estudantes em seus trabalhos de graduação. Nesse caso, no trabalho abordado se enquadrou nesse âmbito, pois contribui para a ampliação dos conhecimentos da autora do projeto, utilizando de livros e artigos de autores.

A natureza da pesquisa pode ser dividida e dois grupos segundo Gil (1999), apud (ZAMBERLAN et al, 2016 p. 95):

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- Pesquisa Básica: é a que objetiva aumentar e/ou gerar conhecimentos novos, tentar hipóteses, construir teorias e talvez descobrir alguma aplicação pratica no futuro, mas muito uteis para o avanço da Ciência. Envolve verdades e interesses universais.

- Pesquisa Aplicada: visa gerar conhecimentos para aplicação pratica voltados à solução de problemas específicos da realidade. Envolve verdades e interesses locais.

Por meio da pesquisa aplicada, foram analisados os resultados individualmente por organização e comparativamente o setor.

3.1.2 Quanto aos Objetivos da Pesquisa

Quanto aos objetivos da pesquisa em análise, podem ser classificados em exploratória, descritiva e explicativa. (ANDRADE, 2003).

Para Beuren et al. (2004, p. 82) “Num comparativo com as pesquisas exploratórias e descritivas, a pesquisa explicativa integra estudos mais aprofundados pela necessidade de explicar os determinantes na ocorrência dos fenômenos”.

Zamberlan et al. (2016, p. 96), afirmam que:

A pesquisa exploratória pode ser empregada para quaisquer das finalidades a seguir:

 Formular um problema ou defini-lo com maior precisão;  Identificar cursos alternativos de ação;

 Desenvolver hipóteses;

 Isolar variáveis e relações-chave para exame posterior;  Obter critérios para desenvolver uma abordagem do problema;  Estabelecer prioridades para pesquisas posteriores.

A pesquisa utilizada para o trabalho é a descritiva. Pois segundo Beuren et al. (2004), a pesquisa identifica, relata, compara dentre outros aspectos os dados obtidos através dos grupos de contas do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício. Estes dados de caráter econômico e financeiro foram calculados e analisados para fundamentarem o estudo o que torna a pesquisa quanto aos objetivos como descritiva.

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3.1.3 Quanto aos Procedimentos Técnicos

Para Andrade (2003, p. 25) “Nesta modalidade incluem-se a pesquisa bibliográfica e a documental”. Ele ainda enfatiza que a única diferenciação está no fato de que a bibliográfica se utiliza de materiais secundários como livro, revistas, e a documental se baseia em documentos primários, de primeira mão.

Triviños (1987, apud BEUREN et al., 2004, p. 85) explica que:

[…] os estudos multicasos diferem do estudo comparativo de casos pelo falto de proporcionarem ao pesquisador a possibilidade de estudar dois ou mais sujeitos, organizações etc., sem a necessidade de perseguir objetivos de natureza comparativa.

E conforme Zamberlan et al. (2016), dificilmente se usa apenas um procedimento para a realização do trabalho de pesquisa, na maioria das vezes se utiliza dois ou mais tipos.

Os procedimentos técnicos utilizados na pesquisa, foram a análise de documentos (demonstrações contábeis), e de uso bibliográfico, e de multicaso pois analisou-se dados de mais de uma organização.

3.1.4 Quanto a Abordagem do Problema

A perspectiva quanto a forma de abordagem da pesquisa, segundo Zamberlan et al. (2016, p. 94) pode ser classificada em:

- Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o emprego de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.).

- Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números.

A pesquisa se enquadrou na abordagem do problema de caráter qualitativo, pois baseou-se nas demonstrações contábeis do balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício para obter-se os indicadores econômicos e financeiros e elaborado através destes as análises e gráficos explicativos.

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3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA (UNIVERSO E AMOSTRA)

Nesse estudo, foram amostrados a população de empresas listadas na B3, mais precisamente do subsetor não cíclico do segmento do ramo da agricultura. Há duas grandes divisões no processo de amostragem: a não-probabilística e a probabilística. (LAKATOS; MARCONI, 2003).

Para Lakatos e Marconi (2003, p. 223):

Conceituando, universo ou população é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum. [...] A delimitação do universo consiste em explicitar que pessoas ou coisas, fenômenos etc. serão pesquisados, enumerando suas características comuns, como, por exemplo, sexo, faixa etária, organização a que pertencem comunidade onde vivem etc.

As empresas que foram estudadas no projeto, conforme seleção efetuada no site da B3:

 BRASIL AGRO - cia brasileira de propriedades agrícolas: A Brasil Agro é uma das maiores empresas brasileiras em quantidade de terras agricultáveis e com foco na aquisição, desenvolvimento, exploração e comercialização de propriedades rurais com aptidão agropecuária;

 CTC - centro de tecnologia canavieira s.a.: Com sua atuação em biotecnologia e melhoramento genético o ctc busca promover o aumento da produtividade, a redução de custos e soluções agrícolas e industriais para o setor suco energético;

 POMIFRUTAS S/A: pomicultura produção comercialização e exportação;

 SIDERURGICA J. L. ALIPERTI S.A.: fabricação de peças e acessórios para o sistema de direção e suspensão de veículos automotores;

 SLC AGRICOLA S/A: produção e comercialização de algodão, soja, milho, café, entre outros;

 TERRA SANTA AGRO S/A: produção e comércio de produtos vegetais (soja, milho e algodão) - industrialização e comércio de biocombustíveis, óleo vegetal e subprodutos.

No presente trabalho utilizou-se o método de amostra intencional, o que torna a pesquisa mais rica qualitativamente. Segundo Silva (2003, p. 75) “Julgamento ou

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não probabilístico (amostragem intencional e por quotas). Possibilita ao pesquisador a escolha de determinado elemento do universo”.

3.3 COLETA DOS DADOS

Para a coleta dos dados de fonte documental, foram obtidos por meio eletrônico na página da B3. Seis empresas do segmento da agricultura, analisando-se o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício dos últimos três anos: 2015, 2016 e 2017.

Também utilizou-se de referências bibliográficas, que são obras da biblioteca institucional e sites de pesquisa do ramo contábil.

Zamberlan et al. (2016, p. 5) explica que:

O referido processo inicia-se com a fase exploratória da pesquisa, em que são abordados aspectos referentes ao objeto, aos pressupostos, às teorias pertinentes, à metodologia apropriada e às questões operacionais necessárias para desencadear o trabalho de campo. Esta fase culmina com a elaboração do projeto de pesquisa.

O processo de coleta de dados é uma parte muito importante para o trabalho de pesquisa, pois descreve onde e como se obtém os dados em análise. Segundo Zamberlan et al. (2016), a fonte bibliográfica da coleta de dados abrange todo o referencial teórico (livros, revistas, pesquisas, teses, dentre outros), os autores afirmam que a parte documental refere-se a documentos sejam eles escritos ou não, que podem ser recolhidos no momento em que o fato ocorre, ou depois.

Os principais dados da Demonstração do Resultado do Exercício que foram utilizadas são os subgrupos das contas de resultado operacional líquido, lucro operacional bruto, lucro operacional líquido, lucro líquido do exercício e custo da mercadoria vendida.

Do Balanço Patrimonial, as principais contas que foram utilizadas nos cálculos dos indicadores econômicos e financeiros serão o ativo circulante, passivo circulante, passivo não circulante, realizável a longo prazo, patrimônio líquido, capital social, passivo total, ativo total, ativo permanente, estoque e as disponibilidades.

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3.4 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Neste tópico descreve-se como foram analisados e interpretados os dados. Esse processo ocorre de forma sistematizada, devendo o pesquisador encontrar meios de organizar o material coletado com maior profundidade, entendimento da metodologia científica.

Segundo Beuren et al. (2004, p. 141):

De uma forma bem pragmática, a análise deve ser feita para atender aos objetivos da pesquisa e para comparar e confrontar dados e provas, no intuito de confirmar ou rejeitar as hipóteses ou os pressupostos da pesquisa monográfica.

O estudo e a interpretação dos dados da pesquisa, foi feito por meio de cálculos de indicadores econômicos e financeiros, demonstrados por meio de gráficos, planilhas e a partir destas elaboradas as análises.

Figura 5: Desenho da Pesquisa

Fonte: Elaborado pela autora (2018)

PROBLEMA: Como evoluiu a situação econômica e financeira das empresas do

segmento agricultura listadas na BM&FBOVESPA ao longo dos últimos três anos de gestão, constatadas por meio da análise de indicadores?

OBJETIVO GERAL: Analisar a situação econômica e financeira das

empresas do segmento agricultura, listadas na BM&FBOVESPA ao longo dos últimos três anos de gestão, constatadas por meio da análise de indicadores. BASE TEÓRICA - Princípios de Contabilidade - Analise das Demonstrações Contábeis - Sistemas de Informações COLETA DE DADOS - demonstrações contábeis - Documental - Bibliográfico

ANÁLISE DOS DADOS

- Apuração dos Indicadores

- Elaboração de gráficos - Elaboração do parecer

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4 ESTUDO APLICADO

Neste capítulo desenvolveu-se o estudo aplicado. Primeiramente a coleta dos dados nas demonstrações contábeis por meio do site da B3, seguido dos cálculos dos indicadores econômicos e financeiros por meio da Demonstração do Resultado do Exercício e do Balanço Patrimonial das organizações. Realizou-se após o trabalho de confecção dos gráficos comparativos entre os indicadores de uma empresa para a outra seguido de análises explicativas.

As empresas Aliperti S.A, Pomifrutas S.A, SLC S.A e Terra Santa S.A participaram da pesquisa, pois estava disponibilizadas suas demonstrações contábeis dos três últimos anos, sendo de 2015, 2016 e 2017 para a realização da apuração dos indicadores econômicos e financeiros.

As empresas BRASILAGRO – cia brasileira de propriedades agrícolas e CTC – centro de tecnologia canavieira s.a, não disponibilizaram de forma completa suas demonstrações contábeis no site da B3 para que este trabalho de análise fosse realizado.

4.1 ORGANIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As demonstrações contábeis utilizadas para o cálculo dos índices econômicos e financeiros, retirados da B3 dos anos de 2015, 2016 e 2017 foram devidamente atualizados com o índice de atualização correspondente ao IGPM, conforme o quadro abaixo:

Quadro nº 6: Cálculo do fator de atualização pelos índices do IGPM

Ano Valores do IGPM

Fator de atualização De 2013 para 2014 1583,2308/1393,2905 1,17862 De 2014 para 2015 1583,2308/1484,9309 1,06620 De 2015 para 2016 1583,2308/1591,7080 0,99467 Em 2017 1583,2308 1,00000 Fonte: IGPM, (2018).

A apuração do índice para a realização da atualização dos valores das contas das demonstrações contábeis, deu-se através da divisão do valor do IGPM do ano anterior pelo valor do ano a ser atualizado conforme demonstrado no quadro nº 6. Após isso, multiplicou-se o valor das contas do balanço patrimonial e demonstração

Referências

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