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Parque escoteiro: o escotismo e o espaço público na cidade de Maravilha/SC

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PARQUE ESCOTEIRO

O escotismo e o espaço público

na cidade de Maravilha/SC

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

ARQUITETURA E URBANISMO

Aluna: CRISTIANE LIBERALI MOTTER

Orientador: RICARDO SOCAS WIESE

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ÍNDICE

. INTRODUÇÃO ...

. O ESCOTISMO...

. O que é...

. Origem ...

. Escotismo no Brasil ...

. Escotismo hoje ...

. Organização ...

. Atividades e especialidades...

. ESCOTISMO NAS PEQUENAS CIDADES...

. ESCOTISMO EM MARAVILHA...

. ESCOTISMO E ESPAÇO PÚBLICO...

. A CIDADE DE MARAVILHA...

. Histórico...

. A cidade hoje...

. Equipamentos de lazer...

. PROPOSTA GERAL...

.Rede de Espaços públicos...

. PROJETO PARQUE ESCOTEIRO...

. PROJETO SEDE ESCOTEIRA ...

. REFERÊNCIAS ...

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Introdução

O escotismo é um movimento educacional voluntariado que visa

in-struir jovens, estimulando o contato com a natureza, vida ao ar livre;

objeti-va também, ajuda ao próximo e o desenvolvimento pessoal. Nas pequenas

cidades, o movimento escoteiro possui grande importância, sendo uma

al-ternativa de lazer que atrai cada vez mais as crianças e jovens. Na cidade

de Maravilha, localizada no extremo Oeste de SC, a relação entre

escotis-mo e comunidade é muito próxima, e ocorre principalmente nos espaços

públicos da cidade por meio de eventos e atividades. Atualmente, o Grupo

Escoteiro (G.E.) do município de Maravilha necessita de uma nova sede

com espaços adequados para suas atividades. Ao mesmo tempo, a cidade

possui uma grande demanda por espaços públicos de lazer. Pensando

nis-so, o objetivo deste estudo é desenvolver o projeto de um parque público

e o projeto da sede do grupo escoteiro que se localizará no mesmo,

config-urando uma área verde de lazer da cidade cujos elementos do escotismo

sejam diretrizes de desenho urbano, promovendo ainda mais a interação

entre o grupo e a cidade e estimulando novas alternativas de apropriações

do espaço público.

Fonte: G. E. Raízes.

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O QUE É?

O Escotismo é um movimento mundial de volunta-riado, apartidário que visa instruir jovens através de valores baseados na Promessa e Lei Escoteira. Seguindo princípios como a honra, respeito, disciplina, lealdade, o movimento incentiva a vida ao ar livre, o trabalho em equipe e o desen-volvimento pessoal do jovem.

ORIGEM

O movimento Escoteiro foi fundado por Robert Ste-phenson Smith Baden-Powell, em 1907. Robert, nascido na Inglaterra em 1857, foi uma criança pró-ativa, que gostava de estar ao ar livre e aprender coisas novas. Quando adulto, ingressou no exército onde, por suas habilidades e compe-tência, obteve muito sucesso. Durante sua carreira militar, Baden-Powell (como é chamado no movimento, ou pela abreviatura B.P.) teve a oportunidade de conhecer diversos países, diferentes culturas, principalmente das tribos que conheceu pelo interior da África. Seus feitos militares eram muito reconhecidos, como no caso da Guerra de Transval em 1899, quando mesmo com um número reduzido de sol-dados, conseguiu resistir às tropas inimigas graças à organi-zação, disciplina e coragem do grupo (THOMÉ, 2006).

Pouco depois, escreve o livro “Aids to Scouting” (traduzido como “Auxílio para o Escotismo”), uma espécie de manual não tradicional de treinamento voltado para militares, nele haviam relatos pessoais, ensinamentos sobre acampamen-to e sobrevivência, sugestões de atividades de treinamenacampamen-tos e jogos.

Após a publicação do livro, B.P. parte para mais uma missão como general. Ao retornar percebe que seu livro vi-rou sucesso, sendo usado não somente por militares, mas também para os jovens que realizavam as atividades como uma forma de lazer.

Com a repercussão da publicação, Robert decide rea-lizar um acampamento onde trabalharia com os jovens os ensinamentos de seu livro. O acampamento ocorreu na Ilha de Brownsea, em 1907, e é considerado o marco inicial do movimento escoteiro. Foram 20 jovens convidados para o evento, onde ao longo de 8 dias BP colocou em prática suas ideias e ensinamentos, desenvolvendo a vida em equipe e ao ar livre, técnicas manuais, primeiros socorros, boa alimen-tação e boas ações. Seu principal objetivo no acampamen-to era fazer com que os jovens reacampamen-tornassem melhores para

“O Escotismo é um movimento educacional que, por meio de atividades variadas e atraentes, in-centiva os jovens a assumirem seu próprio desen-volvimento, a se envolverem com a comunidade, formando verdadeiros líderes. Acreditamos que, por meio da proatividade e da preocupação com o próximo e com o meio ambiente, podemos formar jovens engajados em construir um mundo melhor, mais justo e mais fraterno.” (União dos Escoteiros do Brasil)

suas casas, mais desenvolvidos e independentes.

O acampamento foi um sucesso e no ano seguinte, 1908, B.P. reescreve seu livro – que era voltado para militares - adaptando-o para desenvolvimento dos jovens, intitulado “Escotismo para rapazes” e que teve muita boa repercussão. Assim, o movimento foi crescendo, até que em 1910 Baden--Powell afasta-se do exército para se dedicar exclusivamente ao movimento escoteiro. Daí em diante o movimento come-çou a crescer cada vez mais e, desde 1909, passou a aceitar meninas. Em 1920, acontece o primeiro Jamboree Mundial, maior evento escoteiro do mundo, e que reuniu mais de 8 mil jovens em Londres. (Fonte: UEB)

Robert dedicou o restante da sua vida ao movimen-to, ao lado de sua esposa Olave Baden-Powell, onde ambos passaram a se dedicar à inclusão das meninas no movimen-to. B.P. faleceu em 1941, aos 84 anos, e o movimento conti-nuou crescendo tendo-o como grande ídolo.

ESCOTISMO NO BRASIL

Na época da fundação do movimento, marinheiros da frota naval do Brasil estavam na Europa e acompanharam de perto o surgimento do escotismo e seu sucesso. Ao retor-narem ao Brasil, trouxeram consigo os uniformes e acessó-rios escoteiros. Logo, se organizaram para fundar a primei-ra associação escoteiprimei-ra do Bprimei-rasil, em 1910, no Rio de Janeiro com o nome de Centro de Boys Scouts do Brasil. A partir daí o movimento passou a se espalhar pelo país, sofreu ajustes e em 1924 foi fundada a União dos Escoteiros do Brasil (UEB), que visava organizar e unificar o movimento que já possuía diversas modalidades diferentes.

Robert Baden Powell. Fonte: UEB.

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LEIS ESCOTEIRAS

O ESCOTISMO HOJE

Atualmente o movimento vem crescendo cada vez mais,

mesmo com as dificuldades, no Brasil são mais de 80 mil membros, em 607 cidades (Fonte: UEB). Uma das dificuldades se dá pelo fato de ser um movimento voluntariado, portanto seus recursos financeiros são muito limitados e dependem de ações realizadas pelos próprios membros.

Outra grande dificuldade é em relação ao pré-conceito daqueles que não conhecem o movimento e o julgam como algo extremamente militar e autoritário. Apesar do movimento ter surgido através do meio militar, ele já existe há mais de 100 anos e durante esse tempo passou por diversas adaptações e mudanças.

O movimento que surgiu como “somente para meninos” logo incorporou as meninas e hoje aplica e busca incentivar a igualdade, e também liberdade de gênero. Aliás, não somente isso, mas também a igualdade de raça, cor e crença. Apesar de utilizar Deus como uma das bases do movimento, não possui religião, pelo contrário, o movimento defende a espiritualidade livre e independente, também o bem-estar da mente e espírito.

O uniforme, apesar de passar a impressão de algo “autoritário” e tedioso, serve, para que todos venham para as atividades com a mesma roupa, não como forma de restrição, mas como uma forma de ressaltar que todos são iguais, e que o que importa não é o que você esteja vestindo, mas sim o seu caráter. Por outro lado, o uniforme também representa a disciplina, mas como um dever de cada escoteiro em manter seu traje em boas condições, tornando-se uma das primeiras responsabilidades ao ingressar no movimento. Além disso, cada traje (como é chamado pelos escoteiros) carrega distintivos relacionados às especialidades, insígnias e outras informações relacionadas ao grupo.

Um dos fatores de maior destaque atualmente é a ajuda ao próximo, lema do movimento, defendido desde o início pelo seu fundador, como dizia Baden-Powell: “devemos deixar o mundo melhor do que o encontramos”.

1. O escoteiro tem uma só palavra, sua

honra vale mais do que sua própria vida;

2. O escoteiro é leal;

3. O escoteiro está sempre alerta para

ajudar o próximo e pratica diariamente

uma boa ação;

4. O escoteiro é amigo de todos e

ir-mão dos demais escoteiros;

5. O escoteiro é cortês;

6. O escoteiro é bom para os animais e

as plantas;

7. O escoteiro é obediente e

discipli-nado;

8. O escoteiro é alegre e sorri nas

difi-culdades;

9. O escoteiro é econômico e respeita

o bem alheio;

10. O escoteiro é limpo de corpo e alma;

Fonte: G. E. Raízes.

“O ar livre é, por excelência, a escola da observação e compreensão das maravilhas deste grandioso Universo. Ele abre o espírito, habituando-nos a apreciar a beleza que está diariamente diante de nossos olhos e não vemos.” Baden Powell

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Fonte: G. E. Raízes.

A principal, e mais conhecida, atividade de um escoteiro é o acampamento, evento mais esperado pelos jovens. É no acampamento que todas as técnicas trabalhadas nos encontros são colocadas em prática. B. P. o via como um meio propício para o desenvolvimento dos atributos pessoais de cada jovem. Acampar é uma das coisas mais importantes para um escotista, onde são vivenciados momentos que ficam na memória de cada um.

No acampamento acontecem os principais aprendizados, são os próprios jovens que preparam suas instalações e sua comida. Uma das primeiras tarefas é definir as regiões para as atividades, onde é o melhor local para as barracas, para o fogo, para cozinha, etc. A montagem da estrutura que varia muito de acordo com cada grupo, com o local e foco da atividade. São utilizadas barracas tradicionais, ou são construídas com bambu e lona, onde são colocadas em prática as habilidades manuais e nós, a organização, trabalho em equipe e responsabilidade, afinal, estão montando uma estrutura que deverá abrigá-los com segurança durante a noite. A cozinha é improvisada, com o auxílio de fogueiras ou fogareiros, localizada próxima à uma fonte de água. No início do movimento, os acampamentos aconteciam em locais sem nenhuma estrutura, sendo construída até mesmo a fossa para banheiro e os recursos eram limitados, hoje a maioria acontece em locais onde exista uma estrutura de apoio com banheiros e fonte de energia elétrica. No entanto, quanto mais “rústico” for o espaço, mais divertido ele se torna.

Os lobinhos, por serem mais novos, não realizam acampamento ao livre. Para eles a atividade é de acantonamento, que é basicamente um acampamento, só que ao invés de barracas ao ar livre, eles dormem em

espaços fechados e protegidos. Os acantonamentos costumam ser mais curtos que os acampamentos.

A relação com a natureza é extremamente valorizada no Escotismo. Segundo Nascimento (2008), o movimento defende a educação do jovem através da prática de esportes, observação e prestação de serviços à outras pessoas, sendo o campo o lugar mais propício. Desde o início o Escotismo busca aprendizado através do contato a natureza, pois ela é o espaço ideal para relaxar, descansar, aprender e cultivar boa saúde, um refúgio do caos urbano das grandes cidades. É no campo que as crianças podem observar a vida dos animais e vegetais, e assim aprender na prática, não apenas sentadas em uma sala de aula.

O ESCOTISMO - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL

O ensino acontece de variadas formas e em variados lugares, desde a casa à escola. A educação pode ser classifi-cada da seguinte maneira: formal, não formal e informal. A educação formal seria a que acontece nas escolas seguin-do os parâmetros tradicionais de ensino, com normas e or-ganizada. A educação não formal são atividades voltadas à educação que não estão vinculadas ao sistema de ensino tradicional das escolas. Já a educação informal é aquela que não possui uma organização, onde a educação acontece de maneira informal através das vivências do dia-a-dia. Além disso, a alfabetização acontece em três diferentes tipos de aprendizagem: prática, que seriam os conhecimentos técni-cos; cívica, conhecimentos que formam um cidadão; e cul-tural (GASPAR, 1992, apud MORENO, Camila).

Autores como Paolillo e Imbernon (2009), caracteri-zam o Movimento Escoteiro como “maior movimento orga-nizado de educação não formal”.

Fonte: UEB.

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ESCOTEIROS

SÊNIOR

PIONEIROS

ORGANIZAÇÃO

LOBINHOS

AR Introduz o aeromodelismo nas atividades. Esportes aéreo e meteorologia são destaque nessa modalidade. MAR Nessa modalidade as atividades são volta-das para a água (mar, rios, lagos, etc.), como

mergulho e remo.

BÁSICO

É a mais ampla, suas atividades são voltadas para a prática excursionista, campismo e montanhismo. A pioneiria (trabalho com cordas, nós e bambu) tem maior destaque.

O Escotismo possui três modalidades que determinam o foco das atividades, no entanto todas mantém a mesma base de princípios e métodos. São elas:

O grupo é divido em ramos de

acordo com a faixa etária do jovem e que são coordenados pelos adultos voluntários chamados de chefes, além de contar com

o apoio e participação da família.

Ao atingir a idade adequada ao ramo, o jovem passa pelo rito de passagem,

onde renova sua promessa escoteira e é recepcionado pelo novo ramo através de brincadeiras e desafios que marcam essa troca. LOBINHOS ESCOTEIROS SÊNIOR’S PIONEIROS

CHEFIA

FAMÍLIA Composto por crianças de 7 a 11 anos, que juntas formam a Alcateia.

O ramo trabalha com uma temática que envolve a fantasia, tendo como base o “Livro do Jangal”, de Rudyard Kipling, que conta a história

de Mogli, O Menino Lobo. A ênfase educativa é a socialização da criança através do estímulo ao convívio social,

realizando atividades divertidas e lúdicas. A Alcateia é organizada

em pequenos grupos chamados de “matilhas”, com 4 a 6 crianças. Composto por jovens de 18 a 21 anos, denominado Clã Pioneiro, o ramo é voltado à integração do jovem na sociedade e a colocar em prática, como cidadão, os ensimentos

da Lei Escoteira. Trabalha-se com autonomia e as atividades vão além dos

acampamentos e esportes radicais. O lema do clã é “servir”, pois é neste período que o jovem está se tornando

adulto e passa a aplicar os ensinamentos do movimento

através dos trabalhos comunitários.

Jovens de 15 a 17 anos. O ramo possui

ênfase no processo de autoconhecimento, aceitação e aprimoramento de características pessoais. Trabalha-se explorando os limites, com desafios físicos, mentais,

espirituais e sociais. A tropa sênior possui mais autonomia e a aventura e

superação são as palavras chave das atividades. Assim como no ramo

escoteiro, o sênior é dividido em patrulhas de 6 a 8

jovens.

Jovens de 11 a 14 anos, o ramo trabalha com os ensinamentos de B.P, vendo sua história/legado e colocando em prática. Baseiam-se também nos estudos da natureza, vida mateira, aventura e vida ao livre.O foco é na criação

e ampliação da autonomia, vivenciar a natureza e vida em equipe, explorando novos territórios com um grupo de amigos.

Os jovens são divididos em patrulhas de 6 a 8 membros. Cada patrulha possui um

monitor e sub-monitor, e um canto de patrulha onde ficam todos os

equipamentos dos mesmos.

Fonte: G. E. Raízes. Fonte: UEB. Fonte: UEB. Fonte: UEB. Fonte: UEB. Fonte: acervo próprio. Fonte: acervo próprio.

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ATIVIDADES

O movimento possui também as especialidades que consistem uma lista de atividades e tarefas relacionadas à um campo de conhecimento, que envolvem estudos, pesquisas, apresentações e podem contar com a presença de algum especialista da área. Ao completar as tarefas, o jovem deve apresentar os resultados ao grupo e então recebe um distintivo que

simboliza sua conquista. As áreas de conhecimento são:

Ciência e tecnologia: são 26 especialidades que envolvem assuntos

técnicos, como anatomia humana, arquitetura, astronáutica, paleontologia, engenharia, etc.

Cultura: são 35 especialidades que abordam assuntos como artes,

artesanato, dança, fotografia, literatura, etc.

Desportos: são 45 especialidades que abordam assuntos relacionados

à esportes e atividades físicas, como natação, montanhismo, pesca, patinação, etc.

Habilidades escoteiras: são 13 especialidades que envolvem as técnicas

e conhecimentos do movimento escoteiro, como culinária, pioneiria, acampamento, marinharia, lenhador, etc.

Serviços: são 90 especialidades relacionadas à prestação de serviço à

outras pessoas, tarefas comunitárias relacionadas à diversos temas como saúde, segurança, manutenção, como por exemplo: construção civil, costura, segurança no trânsito, etc.

contação de história

ESPECIALIDADES

conversas e reflexões bivaques jogos ESPORTES RADICAIS nós e amarras canções e danças trilhas pioneiria FOGO DE CONSELHO

acantonamentos

JORNADAS

tirolesa cozinhar em fogueiras rapel escalada TRABALHOS MANUAIS BRINCADEIRAS E DINÂMICAS VIDA AO AR LIVRE ACAMPAMENTOS

Fonte imagens: G. E. Raízes

Fonte: UEB

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ESCOTISMO NAS PEQUENAS

CIDADES

O movimento escoteiro possui grande importância nas pequenas cidades. Existem alguns fatores que facilitam o desenvolvimento do grupo e sua relação com a cidade. Nessas cidades, as relações entre a população são mais próximas, devido à pequena quantidade de habitantes, a maioria se conhece ou possui conhecidos em comum. Dessa forma, há um maior envolvimento e comprometimento com o grupo, onde a participação da família é muito grande, o que auxilia o grupo a se manter ativo, já que se trata de um movimento voluntário. Os pais sentem orgulho em levar seus filhos para o movimento, assim como as crianças sentem orgulho em fazer parte do grupo.

Muitas vezes, nas pequenas cidades não há muitas opções de lazer, existem poucos parques e equipamentos culturais como teatros, cinema, etc. Dessa forma, o movimento escoteiro é muito procurado como forma de lazer e ocupação, oferecendo atividades que exploram a natureza do próprio local, mesmo onde não há muitos recursos.

A dimensão urbana auxilia na visibilidade do movimento. Núcleos urbanos menores permitem uma maior visualização das atividades pela população, pois o GE está sempre fazendo caminhadas pelas cidades, brincadeiras e atividades em locais públicos como praças por exemplo. Existe a facilidade em encontrar locais adequados para a prática das atividades, pois há muitas áreas com vegetação que, mesmo que sejam privadas (não sendo caracterizadas como parques), permitem que o grupo possa explorar seus ensinamentos vivendo ao ar livre e tendo o contato direto com a natureza.

A divulgação do movimento é maior; é comum ver notícias sobre o grupo nos jornais da cidade ou na rádio local. Além disso, há a divulgação “boca-a-boca” e os jovens que convidam seus amigos e familiares para participarem também.

Fonte: G. E. Raízes.

Fonte: G. E. Raízes.

Fonte: acervo próprio.

ESCOTISMO EM

MARAVILHA - SC

O movimento surgiu na cidade na década de 1970. Seu fundador foi Nacio Massirer, que após vivenciar o movimento em outras cidades resolveu implantá-lo em Maravilha. Depois de muitas leituras e cursos, em 1973, nasce o Grupo Escoteiro Castro Alves. Sem sede definitiva, o grupo utilizava na época diversos espaços que lhes eram “emprestados”, como escolas, CTG (Centro de Tradições Gaúchas) e Salão Paroquial. Poucos anos depois o grupo conquista sua própria sede, onde está até hoje, que foi cedida pela prefeitura para abrigar as entidades Lions, Leo Clube e o Grupo Escoteiro.

A falta de conhecimento da população em relação ao movimento e a falta de recursos, fizeram com que o grupo enfraquecesse até que encerrou suas atividades. Parado durante alguns anos, o grupo retoma suas atividades em 1995, repaginado e com um novo nome: O Grupo Escoteiro Raízes.

Atualmente o Grupo conta com 117 membros e possui mais de 70 jovens na fila de espera para ingresso, essa demanda não pode ser atendida devido à falta de adultos voluntários e também pela falta de espaço e infraestrutura. “O principal dentro da nossa seção [escoteiro], é trabalhar com os jovens o desenvolvimento do caráter, da autonomia, da responsabilidade e também da parte espiritual, sempre em conjunto com a família e a escola.” Depoimento de uma Chefe Escoteira para a revista de comemoração dos anos do movimento na cidade.

A escala de Maravilha, com pouco mais de 24 mil habitantes, permite que haja uma maior visibilidade e interação do grupo com a comunidade. Sendo realizados diversos eventos que envolvem o grupo e a cidade. Dentre eles, destaca-se a Trilha Juruna e o Almoço dos Escoteiros com expressiva participação da população maravilhense. A Trilha Juruna, é um evento de destaque principalmente para os jovens. Consiste em uma trilha de aproximadamente 10 km, que percorre a cidade e proporciona aos participantes um intenso contato com a natureza e com o estilo de vida do escotismo. Cada edição possui um percurso diferente com diversos desafios. Divididos em equipes, os participantes sentem o gostinho de um verdadeiro acampamento escoteiro, onde devem escolher um nome para a equipe, bandeira, canto, etc. Cada atividade soma pontos que, ao

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Fonte: G. E. Raízes.

Atuais membros do Grupo Escoteiro Raízes. Fonte: G. E. Raízes.

Tropa reunida em frente a sede antes da nova construção. Fonte: acervo próprio.

Atual sede. Fonte: G. E. Raízes.

Fonte: G. E. Raízes.

final da trilha, apontam a equipe vencedora.

Já o Almoço dos Escoteiros é um evento que reúne as famílias e a comunidade; possui o intuito de arrecadar fundos para o Grupo e acontece no salão paroquial da cidade. Além disso, o G.E. Raízes auxilia a prefeitura em diversos eventos realizados na cidade, principalmente em atividades voltadas para as crianças, como a caça aos ovos na páscoa, semana da criança, desfiles festivos, etc. Membro da União Escoteiros do Brasil (UEB), o Grupo Raízes se destaca pela capacitação de seus voluntários, que estão sempre participando de cursos e aprimoramentos oferecidos pela organização do movimento no Brasil, e como resultado o grupo possui classificação Ouro pela UEB.

O G. E. Raízes participa de diversos eventos escoteiros a nível regional, estadual e até mesmo nacional, como acampamentos, encontros, mutirões, etc. Há eventos específicos para cada ramo, como por exemplo: ALO (acampamento de lobos do oeste); TEA (Tropa Escoteira em Ação); Jordise (Jornada Distrital Sênior); PIO Adventure (Pioneiros); e também os que envolvem todos os ramos como: ELOs Regionais; Jamboree (nacional e mundial); Escopíadas; entre outros tantos eventos organizados pelo movimento.

As Escopíadas são as olímpiadas escoteiras a nível regional, que acontecem com frequência no Oeste de Santa Catarina. O G. E. Raízes participa ativamente do evento, que já foi organizado e realizado em Maravilha

duas vezes nos últimos anos. Nesses casos, os eventos aconteceram no parque de exposições da cidade, pois o grupo não possui um espaço adequado para esse tipo de encontro.

A atual sede do grupo localiza-se na Avenida Presidente Kennedy, no centro da cidade. O terreno foi cedido pela prefeitura para as entidades municipais e possui um pequeno chalé. O espaço era compartilhado/dividido entre o Lions Club, Leo Clube e G. E. Raízes. A edificação, apesar de simples, é muito valiosa para o Grupo e possui ambientes carregados de boas memórias; porém encontra-se muito danificada pelo tempo de uso e parte dela (o sótão, muito utilizado pela tropa Sênior) está interditada. Devido à esse fator, em 2014 as entidades ganharam um novo espaço, construído exatamente em frente ao pequeno chalé, ocupando toda a área de pátio verde antes existente. O grupo permanece com suas atividades na antiga edificação, porém, o espaço externo que antes já era pequeno, agora encontra-se ainda mais limitado.

A demanda por um novo espaço adequado para Grupo e suas atividades, foi um dos fatores que levaram ao desenvolvimento do presente projeto.

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Fonte: Google maps.

Escotismo e o espaço público

Os espaços utilizados pelos escoteiros variam de acordo com a atividade desenvolvida. Como o movimento estimula a vida ao ar livre e o contato com a natureza, os espaços mais utilizados são as áreas verdes. Embora eles trabalhem com o que tiverem disponível, criando seus próprios recursos. Os locais mais interessantes são os que possuem maiores estímulos, oferecendo mais possibilidades de usos. Locais com vegetação (matas), com água (rios, lagos, cachoeiras), com desafios (montanhas, taludes, etc).

A cidade é palco para diversas atividades escoteiras. As praças e ruas da cidade funcionam como uma extensão da sede, sendo muito comum nos finais de semana ver os jovens andando uniformizados e em busca de aventuras.

Os acampamentos ocorrem tanto em áreas públicas quanto em privadas, em áreas com maior infraestrutura e também em locais mais afastados, até mesmo sem energia elétrica, tudo depende do objetivo do acampamento.

O grupo escoteiro de Maravilha realiza seus acampamentos nas praças da cidade, e em locais “emprestados”, como em sedes de associações, chácaras e propriedades rurais. Os eventos maiores acontecem também em espaços públicos como o centro de exposições e escolas.

Há uma relação de troca entre o grupo, os espaços que ele utiliza e a comunidade. Um dos lemas do movimento é a ajuda ao próximo e a prática de boas ações. Portanto, eles contribuem com a manutenção e melhoria dos locais que utilizam, fazendo ações de limpezas nos rios, mutirões sociais e auxiliando nos eventos da prefeitura.

Além das áreas verdes, o grupo também utiliza espaços fechados. A sede é o local de encontro, atividades, planejamento e armazenamento de materiais. Espaços semiabertos também são importantes, como áreas cobertas.

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O LOCAL: MARAVILHA

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MATA DE ARAUCÁRIAS

1949

HISTÓRICO

1954

Em 1949, chega a Maravilha – ainda mata apenas – o grupo de colonizadores da Companhia Territorial Sul Brasil. Vindos do RS, se admiraram com a quantidade de araucárias e com a beleza do lugar indagaram: “Que maravilha de lugar!”, dando origem (no futuro) ao nome da cidade.

Com a abundância de madeira, a Companhia trouxe inicialmente as madeireiras para a vila e encarregou-se de abrir estradas. Junto à eles a Companhia trouxe a Congregação dos Missionários da Sagrada Família, que recebeu um pequeno pedaço de terra para ali se instalarem e iniciar as atividades religiosas. Esse fato atraiu ainda mais colonizadores/trabalhadores para a região. Visto que era uma das únicas instituições religiosas nas proximidades.

Após trazer as madeireiras, a Companhia iniciou as vendas das terras. Os anúncios prometiam terras boas e férteis a um preço muito abaixo do mercado. O nome e a localização, tornavam a oferta ainda mais atrativa e assim as famílias foram chegando em busca de uma nova vida.

A colonização do oeste de Santa Catarina se intensificou logo após o final da Guerra do Contestado, quando o governo viu a necessidade de ocupar rapidamente as terras do oeste catarinense a fim de garantir a posse deste território que era cobiçado pela Argentina. Para isso, empresas colonizadoras vindas do Rio Grande do Sul iniciaram seu trabalho de ocupação ao longo das margens do Rio Uruguai, adentrando ao oeste catarinense ainda intacto.

Pode-se dizer que a cidade teve uma colonização múltipla, marcada inicialmente pelos colonizadores e trabalhadores da empresa Companhia Territorial, trabalhadores das madeireiras e as famílias gaúchas compradoras das terras.

Como já citado, a presença religiosa, principalmente a católica, é marcante no desenvolvimento da cidade. Desde

sua colonização, já havia a presença dos seminaristas e das irmãs. Foram elas que fundaram a primeira escola da cidade, que foi rapidamente ganhando muitos alunos (filhos dos tantos trabalhadores e famílias que chegavam na cidade), inicialmente com 25 alunos em 1954 - escola ficava localizada junto à casa das irmãs - e em 1960 esse número havia subido para 535 alunos, uma nova escola já havia sido construída e ampliada conforme a necessidade. O número de alunos nas escolas aumentava cada vez mais.

Fonte: Museu Padre Fernando Rangel Inauguração Seminário da COngregação dos Missionários da Sagrada Família. Fonte: Museu Padre Fernando Rangel.

Primeira Escola, comandada pelas irmãs. Fonte: Museu Padre Fernando Rangel.

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AV. ARAUCÁRIA CAPELA E

SEMINÁRIO

Inauguração do Museu Padre Fernando Machado

1970

1973

...

BR 282 BR 158

1958

1956

EMANCIPAÇÃO:

TORNA-SE MUNICÍPIO

A grande quantidade de crianças, principalmente em eventos com autoridades, desfiles e festas, começou a chamar a atenção e a cidade passou a ser conhecida como A Cidade das Crianças. O termo foi

oficializado em 1970, como “Capital da

Criança”.

Desfile de 7 de setembro. Fonte: Museu Padre Fernando Rangel.

Torna-se Distrito de Maravilha

A colonização iniciou-se na parte mais elevada da cidade, ao longo do eixo da atual Avenida Araucária, sendo zoneada em Cidade Alta (onde está o centro) e Cidade Baixa (acesso) (Figura 52). Portanto, a topografia foi fator prioritário de ocupação, diferenciando de outras cidades onde a ocupação acontece primeiramente em volta do rio.

Nesse eixo inicial, foram construídas as primeiras edificações e também o marco zero, que servia de referência para o processo de divisão de lotes. Na extremidade mais alta, localizavam-se as edificações religiosas: o seminário dos padres, uma capela e a casa das irmãs. O eixo ia em direção ao Rio, onde hoje está a prefeitura, e a partir dele foram traçadas novas vias. Até hoje o desenho de malha ortogonal é o que prevalece no desenvolvimento da cidade, que apesar de não ser totalmente plana, permite esse tipo de configuração.

Construção da BR 282 e BR 158

Durante sua primeira década, a atividade econômica baseava-se nas madeireiras, imobiliárias e agricultura de subsistência. A partir da década de 60, a atividade agrícola começava a aumentar e ganhar força, quando em 1970 a abertura das rodovias federais BR 282 e BR 158 alavancou ainda mais a produção. Daí em diante iniciou-se um processo de industrialização, entre 1980 e 1995, que teve como destaque a implantação da empresa frigorífica Aurora. Com a chegada do frigorífico, a agricultura passa a investir mais em pecuária. Depois das indústrias, outras empresas foram atraídas para a cidade, com destaque para as metalúrgicas, equipamentos de pecuária e agricultura, oficinas, transporte e prestadoras de serviços.

“Maravilha foi planejada assim: tendo suas ruas quadriláteras regulares traçadas conforme os pontos cardeais; contornando-a, pequenas chácaras com uma média de 3 hectares cada uma, onde se instalaram agricultores que abasteciam a cidade com horticultura e a fruticultura e, prevendo a expansão da cidade, com a possível industrialização e, no interior, chácaras maiores ou colônias para o desenvolvimento agrícola. ”

(GIALDI, 2003. p. 129)

Fundação do primeiro Grupo Escoteiro: Castro Alves. Fonte: Museu Padre Fernando Rangel

Fonte: Prefeitura Municipal de Maravilha. Fonte: Google maps.

Fonte: Museu Padre Fernando Rangel

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Papel Regional

A cidade de Chapecó é o grande polo regional do oeste catarinense, e está a 70km de Maravilha, que por sua vez exerce papel intermediário sendo polo microrregional dos pequenos municípios do entorno.

Maravilha é sede da AMERIOS - Associação dos Municípios Entre Rios. Esta associação abrange 17 municípios de menor porte localizados entre o Rio das Antas e Rio Chapecó.

Maravilha hoje possui aproximadamente 25 mil habitantes, de acordo com o censo do IBGE para 2017. Apesar das características rurais, a principal atividade econômica é a indus-trial, seguida por serviços e agricultura. Sua população vem crescendo gradualmente, sem apresentar grandes saltos, o que facilita seu planejamento que se mantem predominante-mente em malha xadrez.

Localização:

26° 46’ 12” de latitude Sul com o meridiano 53° 13’ 00” de longitude Oeste;

Altitude: 606 metros acima do nível do mar, no perímetro urbano;

Clima: mesotérmico úmido, com as 4 estações bem definidas;

MARAVILHA

HOJE

Cidades pequenas, como Maravilha, possuem dinâmicas diferentes dos grandes

centros, seu ritmo é menos acelerado. As curtas distâncias resultam em um trânsito mais tranquilo, embora o automóvel seja o principal meio de transporte, devido à ausência de sistema de transporte público e ciclovias. A população possui o hábito de utilizar o carro mesmo para pequenos trajetos, apesar da cidade ter grande potencial de caminhabilidade, já que sua maior dimensão urbana não chega a 5 km e sua topografia é favorável. Há apenas um trecho de ciclovia na cidade, ao longo da Avenida Maravilha (principal acesso da cidade), porém não há continuidade e encotra-se em más condições de uso.

A caixa das vias é bem generosa, possuindo estacionamento na maioria delas. Há muitos espaços livres e muito verde, que caracterizam uma paisagem rural, com baixos gabaritos e edificações com afastamentos nos lotes.

A escala da cidade permite uma relação de proximidade e maior interação entre moradores. Aos finais de semana, um dos costumes da população é ir com a família e/ ou amigos para as praças e principais ruas da cidade. A Avenida Araucária torna-se um dos principais pontos de encontro das pessoas (principalmente dos jovens), que saem de suas casas para olhar vitrines, bater um papo ou simplesmente observar o movimento sentados nas calçadas. Até mesmo pessoas dos municípios vizinhos se deslocam para Maravilha em busca de lazer. Embora a cidade possua poucas áreas públicas de lazer, que são limitadas a pequenas praças.

População jovem com idade para participar do escotismo:

ANO População Total Pop. urbana Pop. Rural

2000 18 521 14 226 4 295 2010 22 101 18 087 4 014 2017 (estimada) 25 076 Fonte: amerios.org.br Maravilha Chapecó

IDADE n⁰ de hab. (IBGE, 2010)

7- 10 anos 1218 12 – 14 anos 1446 15 – 17 anos 1151 18 – 21 anos 1585 TOTAL 7 – 21 anos 5400

(18)

PLANO DIRETOR

Av. Araucária. Fonte: acervo próprio.

Plano Diretor de Maravilha. Fonte: Prefeitura Municipal de Maravilha.

(19)

Para elaboração do projeto, o primeiro passo foi de consulta ao Plano Diretor atual do município de Maravilha. Incialmente buscou-se identificar a existência de áreas de preservação permanentes (APPs). Por meio do mapa, percebeu-se que existem apenas duas áreas de APP, uma próxima à BR 282, onde fica a Cachoeira do Rio Iracema e outra próxima ao centro da cidade, local de topografia com declive acentuado. Junto à esta área está a única Zona de Interesse Social.

Em relação ao gabarito, o que chama atenção é o limite máximo permitido para a região central da cidade: 20 pavimentos. Essa previsão não condiz com a realidade atual do município, que possui poucos prédios e com no máximo 10 pavimentos. A verticalização e o aumento da densidade tendem à diminuir a qualidade dos espaços públicos se não for planejada levando em consideração aspectos de infraestrutura e ambientais.

A margem do Rio Iracema, que atualmente é ocupada principalmente por edificações residenciais unifamiliares, permite até 6 pavimentos. Densificar e permeabilizar mais ainda a borda do rio intensifica um problema que hoje já atormenta a população, que são as enchentes. A criação desse eixo comercial ao longo do rio também mostra uma tendência que acontece em muitas cidades: a canalização do rio.

Há também grandes vazios urbanos e uma tendência de zonas de crescimento, principalmente ZR I na região sul, tendo em vista o projeto de contorno viário previsto para os próximos anos.

MALHA VIÁRIA

(20)

EQUIPAMENTOS E

ÁREAS DE LAZER

(21)

A Praça dos motoristas possui

áreas verdes, parquinho infantil, equipamentos de

ginástica e um memorial do motorista. É muito frequentada pelas crianças,

principalmente da escola em frente e também por famílias (principalmente

aos finais de semana.

Museu Padre

Fernando Rangel. Inaugurado

em 1988, o Museu Padre Fernando Rangel foi criado com o intuito de resgatar e preservar a história da região. Possui diversos

artigos que contam a história da cidade, como artefatos indígenas, ferramentas antigas, moedas e documentos... A maioria de doação de moradores que queriam contribuir com a iniciativa. A edificação de madeira, restaurada em 2016, uma das poucas que permanecem desde o surgimento do município em 1958

e que foi a primeira casa de crédito e também sede da Companhia Territorial Sul Brasil. O museu recebe visitas principalmente das instituições de ensino, do município e

também das cidades vizinhas. Com intuito de dinamizar e atrair mais visitas, a administração do museu organiza

exposições temáticas, com duração de um mês e exibindo apenas artigos relacionados ao tema. Desta maneira, convida a população a retornar

ao museu para conferir cada exposição, valorizando assim seu acervo que não é

muito volumoso.

Cachoeira do Rio Iracema. O Rio Iracema

atravessa a cidade finalizando o perímetro urbano com uma bela cachoeira que já foi muito utilizada pela população como local turístico e de lazer. Ela fica próxima à BR 282, afastada da cidade. Hoje, infelizmente, encontra-se em estado de abandono e descaso, o rio está poluído e com mau cheiro. Havia

uma trilha com infraestrutura de escada e mirante, porém houve degradação e nenhuma manutenção, o que torna o acesso difícil e até mesmo perigoso. Ao

lado da cachoeira, foi construído um grande hotel, cercado por muros, que deixou o local ainda mais

desagradável. Até mesmo o Grupo Escoteiro, não consegue utilizar o espaço devido às condições

em que se encontra. É um ponto muito importante para a cidade e possui um

potencial enorme pois trata-se de um espaço público que deveria ser

preservado e valorizado.

Praça Cidade das

Crianças. Localizado em

frente à prefeitura, ao lado do Ginásio Municipal de Esportes e próximo à equipamentos como postos de saúde. Possui quadras de areia,

basquete, academia, playground e áreas verdes. É um dos principais espaços de lazer

utilizados pela população maravilhense, principalmente aos finais de semana. Eventualmente são realizados torneios de

esportes, que costumam lotar o espaço. Apesar de sua proximidade com o Rio Iracema, não possui nenhuma relação

com o mesmo, sendo inclusive separado por uma cerca e

estrada.

Praça Padre José Bunse é a principal praça da

cidade, está localizada no centro junto à Igreja Matriz São José Operário. Possui grande importância na cidade, sendo palco de grandes eventos do município e também do cotidiano da população. Possui muitas árvores e áreas de estar, que durante as estações quentes ficam lotadas

no final de semana. Bem ao centro, está a escultura “A Criança e o Pássaro”, do Artista Paulo Siqueira, que simboliza o sentimento especial pelas crianças na cidade. O espaço abrange

muitos públicos. As crianças adoram correr e andar de bicicleta por seus caminhos, e ficam horas brincando no parquinho, suas

famílias acompanham, trazendo o tradicional chimarrão para sentar e conversar entre amigos enquanto esperam seus filhos brincarem. É local de encontro de jovens e adolescentes, que se reúnem para conversar e dar voltas pela cidade. Inclusive, o local

já foi mais atrativo para este público, pois possuia uma pista de skate que recentemente deu lugar a um estacionamento

da Igreja. Seu entorno possui comércio e serviços que mantem um grande fluxo de pessoas. Durante a noite,

quem aparece são as barraquinhas de lanches para incrementar o espaço. Com infraestrutura simples,

a praça poderia oferecer muito mais no quesito acessibilidade, que é sempre deixado de

lado.

Fonte: acervo próprio.

Fonte: acervo próprio.

Fonte: acervo próprio.

Fonte: acervo próprio. Fonte: acervo próprio.

Fonte: acervo próprio. Fonte: Prefeitura Mu-nicipal de Maravilha.

Fonte: Google Street View.

Fonte: Prefeitura Mu-nicipal de Maravilha.

(22)

COMUNIDADE ESCOTEIROS PARQUE ESPAÇOS ATIVIDADES CIRCUITOS Caminhada Ciclovia Atividades

Espaço público composto por uma praça, ginásio esportivo e praça coberta. Uma das áreas de lazer mais utilizadas pela população maravilhense, concentra usos esportivos e o público infantil. A proposta para esse parque é manter suas características principais, apenas propondo uma conexão com o Rio Iracema.

Essa área é onde fica o centro de exposições e eventos da cidade, composto por um grande ginásio esportivo e um campo de futebol. O espaço é bem amplo e serve como local de shows e eventos maiores, sendo pouco utilizado pela população durante a semana. Está próximo à escolas e outros equipamentos da cidade. O Rio Iracema cruza o terreno, porém não existe nenhuma relação do mesmo com o espaço, não sendo possível o acesso até a sua borda. A proposta é requalificar esse espaço mudando sua relação com o rio, incluindo novos usos e configurando-o como um grande parque esportivo e de exposições.

- Trabalhar a borda do rio com percursos e áreas de estar;

- Criar aberturas nas quadras para permitir o acesso ao interior do parque;

- Qualificar os espaços e acessos, permitindo que a escola possa utilizar o local para suas atividades;

- Inserir equipamento de apoio ao Grupo Escoteiro. O Clã Pioneiro possui foco de atividades voltadas à ações comunitárias, assim poderiam trabalhar em conjunto com a escola e comunidade no local, principalmente durante os dias de semana.

Área de Preservação Permanente, com mata densa e preservada e de topografia acentuada. Em sua borda localiza-se uma zona de interesse social. Não existem espaços de estar e lazer no entorno. A proposta para essa região é a criação de um parque voltado para a educação e conscientização ambiental.

- Inserção de um observatório de plantas que possa ser utilizado pelo Grupo Escoteiro e pelas escolas para estudos e pesquisas sobre plantas.

- Criar caminhos e trilhas permitindo o acesso à mata;

- Qualificar a borda, proporcionando espaços de estar para a população e conformando limites e controlando a ocupação ilegal;

A prefeitura possui planos de implantação de um parque linear para esse local, com intuito de requalificar a borda e amenizar o problema das enchentes. A área atualmente é predominantemente residencial unifamiliar e possui vias locais de acesso às residências, porém o plano diretor permite um drástico aumento da densidade com edificações de até 6 pavimentos.

A proposta para essa área:

- Requalificar a borda, aumentando seus afastamentos, e garantindo a preservação da vegetação.

- Fortalecer os eixos perpendiculares ao rio, criando novas pontes;

- Manter o caráter das vias locais transformando-as em vias compartilhadas para que os automóveis possam acessar os lotes;

- Trabalhar com caminhos e espaços de estar pelas bordas do rio;

- Manter a frente dos lotes voltadas para o rio, permitindo o uso comercial;

- Limitar o gabarito para 2 ou 4 pavimentos (de acordo com o tamanho do lote) reduzir a taxa de ocupação e aumentar a taxa de permeabilidade;

- Criar bacias de acumulação em alguns pontos afim de evitar enchentes;

REDE DE ESPAÇOS

PÚBLICOS

PROPOSTA GERAL

1. Parque Cidade das Crianças

3. Parque Esportivo

4. Parque Ambiental

5. Parque Escoteiro:

Unindo a necessidade de um espaço adequado para a sede do Grupo Escoteiro à carência de espaços públicos para a cidade, surge a ideia de criar um novo espaço - um parque - e que atenda a essas demandas. Dessa forma, a cidade ganha uma nova área de lazer e o G.E. ganha um local adequado para instalar sua sede, em troca fica encarregado de gerenciar e auxiliar na manutenção do mesmo.

2. Parque Linear

A demanda por um espaço público de qualidade, somada à necessidade de espaço adequado para os escoteiros e tendo em vista a relação que já ocorre em Maravilha entre espaço x comunidade x escoteiro, nortearam as decisões deste projeto, que partiu da escolha de um local adequado que tivesse importância para a cidade e também possuísse características favoráveis para os escoteiros. Assim, avaliando as potencialidades e fragilidades dos espaços públicos existentes surge a proposta de criação de uma rede de áreas públicas.

Para essa escala, foram propostas algumas diretrizes para o projeto de uma rede de espaços públicos. O objetivo é trabalhar com os espaços públicos existentes na cidade, qualificando-os e inserindo os conceitos do movimento escoteiro. São 5 núcleos, 4 em áreas já existentes e a criação de 1 nova. Esses núcleos serão conectados por meio de eixos verdes, com passeios adequados e ciclovia. A ideia é explorar a caminhabilidade da cidade, valorizando os caminhos de pedestre.

(23)

5

eventos uso esporádico

esporte

uso diário

relação com a escola

Clã pioneiro

espaços públicos escolas

conexões de áreas verdes eixos principais

área de recorte de projeto

PARQUE ESPORTIVO

urbanização consolidada

requalificação da borda do rio

.

relação da cidade com o rio

cidade

PARQUE LINEAR

PRESERVAÇÃO

educação ambiental

NATUREZA

escoteiros

PARQUE AMBIENTAL

centralidade

resgate histórico

SEDE PRINCIPAL DO GRUPO ESCOTEIRO

expansão urbana

área verde lazer

PARQUE ESCOTEIRO

ESPORTE

brincadeiras

lazer

crianças

relação com o rio

PARQUE CIDADE DAS

CRIANÇAS

CENTRO

1

2

3

4

(24)

Av. Ar aucár

ia

R. Duque de C axias

Conexão com o Parque Ambiental AV. X V de No vembr o Av. P adr e Ant ônio R. Das Hor tên cias R. Olá vo Bila c

PARQUE ESCOTEIRO

Para

quem?

Por que

ali?

Por que um

parque?

Como visto anteriormente, a cidade de Maravilha carece de áreas de lazer qualificadas, ao mesmo tempo o Grupo Escoteiro da cidade, que utiliza os espaços públicos para suas atividades, necessita de uma estrutura adequada para suas atividades e principalmente uma nova sede. Tendo em vista que os espaços públicos atuais estão saturados e não oferecem opções diferenciadas de lazer, a intenção do parque é criar uma grande área verde de lazer que traga um maior contato com a natureza e que estimule novas atividades, despertando na população o prazer de conhecer algo novo, por meio da inserção do escotismo no parque.

Para o Grupo Escoteiro ter sua própria sede, poder realizar suas atividades e aplicar os conceitos do movimento interagindo com a comunidade. É para quem busca atividades de lazer, contato com a natureza, novas experiências ou até mesmo novos visuais. O parque abrange tanto a comunidade escoteira, quanto a população em geral, é também uma opção para os habitantes das cidades vizinhas, que já se deslocam para Maravilha em busca de lazer com maior infraestrutura.

VII - Será, ainda, considerada como Zona de Preservação Permanente, quando declarada de interesse social e devidamente desapropriada por ato do Chefe o Poder executivo, a área coberta com florestas ou outras formas de

vegetação destinada a proteger o bem-estar geral, bem como:

a) conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra;

b) proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico;

c) formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias.

Trecho “projeto de lei complementar nº 004, de 08 de junho de 2016, Art. 103 (pg 37)” para o Plano Diretor de Maravilha.

A área foi escolhida para o projeto por diversos fatores como localização, condicionantes ambientais, aspecto histórico e potencial paisagístico. Parte dele está sob direito de preempção pela prefeitura que até agora possui apenas a intenção de construir um pequeno parque, mas que ainda não desenvolveu nenhum projeto para área. O restante está sob processo de aprovação de novos loteamentos.

O terreno possui localização estratégica na área central da cidade, está conectado com a principal avenida (Av. Araucária) e em uma região de expansão urbana que vem crescendo com novos projetos de loteamentos.

No entanto é um local de fragilidade ambiental, pois os projetos de urbanização para a região estão modificando cada vez mais sua topografia que já era acentuada naturalmente. Para viabilizar a criação de novos lotes, as curvas de nível foram (e estão sendo) modificadas formando assim grandes taludes. A área possuía muita vegetação e hoje ainda restam massas de mata nativa, com destaque para as araucárias que possuem grande importância para a cidade. Além disso, existem cursos d’água que formam um pequeno córrego (Cambuim) delimitando uma área de preservação permanente nas suas bordas.

O aspecto histórico e a simbologia do local são muito fortes. O local fez parte do surgimento da cidade, onde está localizado o antigo seminário de padres, que foi uma das primeiras construções

da cidade e também abrigou a primeira escola por muitos anos. Apesar de já terem sido substituídas por novas edificações e não funcionar mais como seminário, o espaço ainda carrega essa história e fez parte da vida da maioria dos habitantes da cidade. Hoje, abriga uma instituição de ensino, parte do local ainda é utilizada pelos padres e pela Igreja.

Além disso, é uma das áreas mais altas da cidade com um potencial paisagístico enorme. Acredita-se que foi apreciando o visual desse local que os colonizadores exclamaram, impressionados com a beleza do local, “que maravilha!!” dando origem ao nome da cidade.

Esses fatores citados foram predominantes para definir as diretrizes do projeto.

(25)

diretrizes do parque

A proposta abrange a comunidade e o: a cidade ganha uma nova área de lazer e os escoteiros ganham um local adequado para instalar sua sede, em troca, o grupo fica encarregado de gerenciar e auxiliar na manutenção do mesmo.

A ideia do parque é criar uma grande área verde de lazer que traga um maior contato com a natureza e que estimule novas atividades por meio da inserção dos conceitos do escotismo no parque, despertando na população o prazer de conhecer algo novo.

A área, com cerca de 138 000 m², foi escolhida para o projeto por diversos fatores como localização, condicionantes ambientais, aspecto histórico e potencial paisagístico. Parte do terreno está sob direito de preempção pela prefeitura para construção de um pequeno parque, porém o projeto de um loteamento é que está sendo executado no local.

Uma das principais diretrizes foi preservar suas características originais, fazendo o projeto se encaixar no terreno modificando o mínimo possível de sua topografia que já sofreu diversas alterações e também promover a restauração da vegetação que existia ali.

O terreno possui uma carga histórica muito grande, a partir dele saiu o eixo de desenvolvimento da cidade (Av. Araucária) e ali estava localizado o seminário dos padres que foi uma das primeiras construções da cidade e também abrigou a primeira escola por muitos anos. Apesar de já terem sido substituídas por novas edificações e não funcionar mais como seminário, o espaço ainda carrega essa história e fez parte da vida da maioria dos habitantes da cidade. Portanto, a proposta é manter essas edificações com o uso institucional voltado para o ensino.

Naturalmente as condicionantes do terreno foram direcionando o desenho do projeto, que se estrutura através de dois eixos principais: cidade e natureza. O eixo cidade é conectado com a parte central urbana, abrange a parte mais alta do parque e seus equipamentos públicos. O da natureza, na parte mais baixa, é conectado com o parque ambiental, e faz ligação entre as áreas de mata com a inserção da sede do Grupo Escoteiro, que exerce um papel de elemento conector da cidade com a natureza.

Assim como nas modalidades escoteiras, o parque aborda os diferentes elementos da natureza: ar, terra, água e fogo. O ar está representado na camada mais alta do parque, através das duas torres e das atividades em altura como arvorismo, rapel e tirolesa. A terra está na camada intermediária através da exploração da topografia e do contato direto com o solo pelos caminhos no meio da mata. O elemento água está presente no Córrego Cambuim que passa pelo parque. Já o fogo vem como elemento pontual e de encontro, nos espaços do fogo de chão e do fogo de conselho.

(26)

1. Vegetação densa: mata

2. Vegetação espaçada (tamanhos variados) 3. Eixos de vegetação pontual

4. Vegetação caduca 5. Vegetação com cores 6. Árvores frutíferas 7. Bambuzal

Vegetação existente no local

VEGETAÇÃO

A relação com a natureza é muito forte no escotismo. Desde o surgimento do movimento, B. P. falava sobre a importância do contato com a natureza, e de sua preservação. São desenvolvidas diversas atividades de preservação da natureza, como cultivo de plantas, plantio de árvores e limpeza de rios e córregos. A proposta para o parque é explorar essa relação e deixar o grupo escoteiro encarregado de gerenciar o processo de regeneração da vegetação local. A ideia é fazer com que a vegetação vá se recuperando aos poucos e de maneira natural, não domesticada.

1: Região com vegetação existente, massa de vegetação mais densa, com espécies variadas e a presença das araucárias, com trilhas pela mata. 2: Vegetação menos densa, com partes livres de solo, permitindo o transitar com mais facilidade entre ela.

3: Vegetação pontual e linear que serve para demarcar eixos principais e além de sombrear os caminhos garantindo o conforto dos usuários. 4: Vegetação caduca, posicionada em locais estratégicos, como na área de acampamentos, visando gerar sombras no verão e evitá-las no inverno. 5: Vegetações coloridas e floridas, posicionada para criar diferentes ambiências e gerar novas sensações para o usuário.

6: Árvores frutíferas, configurando um pomar para que os usuários possam usufruir das frutas da estação, além de ser muito útil durante os acampamentos escoteiros.

7: O bambu é uma das principais matérias primas dos escoteiros, enquanto planta gera ambiências muito interessantes, se renova facilmente e depois de seco pode virar mesa, banco, cadeira e diversas outras estruturas.

Fonte: G. E. Raízes

(27)

26 2 7 3 5 4 6 8. 16 14 15 9. 11 12 21 10 20 18 19 17 22 23 24 25 13 1 14. Passagem Bambu 15. Espaço sempre alerta 16. Sede do Grupo Escoteiro 17. Represa

18. Pomar

19. Caminho Flor de Lis

20. Área de acampamento Raízes 21. Trilha Juruna

22. Caminho dos troncos 23. Torre Pioneira

24. Fogo de conselho 25. Equipamento público 26. Praça de entrada Raízes 1. Entrada Araucária

2. Praça das Araucárias 3. Praça Seminário 4. Institucional (ensino) 5.Estacionamento 6. Praça Jamboree 7. Arvorismo

8. Passarela e torre ELO 9. Praça Araucária 10. Playground

11. Comércio (alimentação) 12. Espaço Skate

13.Praça e equipamento público

A

(28)

O acesso ao parque pela Av. Araucária é dificultado pela topografia acidentada que possui diversos taludes. A proposta aqui é criar um caminho com patamares e espaços de estar que amenizem a subida e proporcionem diferentes visuais. Para sustentar os taludes há muros de contenção com vegetação trepadeira e espelhos d’água que auxiliam a drenagem e melhoram a ambiência do local.

A declividade do terreno dificulta a conexão entre os espaços, como solução vem a inserção de um elemento muito característico do movimento escoteiro: a torre. Batizada de Torre ELO em referência à um tradicional evento escoteiro e também por significar realmente um elo entre a cidade e a natureza, entre a população e os escoteiros. A torre funciona não apenas como circulação vertical, mas também como mirante, dela é possível avistar a segunda torre, que fica no meio da mata.

CORTE A A’

0

20

50

100

200

(29)

O acesso pela Rua XV de novembro se dá através de uma pequena praça de entrada que contém um espaço para lanchonete e áreas de estar. A partir dessa entrada há uma região voltada principalmente para as crianças, começando com um espaço construído mais urbano, que é o espaço do skate, e depois no espaço de playground que vai se desconstruindo indo ao encontro do natural. A ideia é que as crianças explorem novos equipamentos, mesmo que seja um simples tronco, redescobrindo brincadeiras simples como escorregar morro abaixo com um pedaço de papelão ou escalar árvores.

Esse espaço exerce papel de transição entre a área da sede e a mata. A vegetação é espaçada e vai ficando mais densa próxima a mata, com árvores de espécies caducas que proporcionam sombra durante o verão e permitem a passagem do sol durante o inverno. O local é propício para acampamentos, pois foram utilizados muros de contenção para criar algumas áreas planas, facilitando a colocação de barracas.

Ainda como apoio à atividade de acampamento, os muros possuem pontos de água e a estrutura vazada pontos de energia elétrica.

A estrutura de vigas metálicas não se limita apenas à edificação, ela conforma caminhos criando ambiências diferenciadas por meio do piso, vegetação e mobiliário.

(30)

O fogo de conselho é uma das atividades mais emocionantes do escotismo e geralmente marca o final de algum evento (ex: acampamento). O grupo se reúne à noite ao redor da fogueira para um momento de diversão e reflexão, por isso acontece em espaços mais reservados. Nos acampamentos o grupo procura clareiras em locais bem altos para ter uma melhor visão do céu. No parque, foi posicionado o espaço em uma clareira no meio da mata, garantindo a privacidade que o momento pede.

São realizadas apresentações, histórias, canções e dinâmicas, que incentivam a imaginação e criatividade do jovem. No final acontece um momento de reflexão conduzido pelos chefes e finalizado com a tradicional música escoteira “Canção da Despedida”.

(31)
(32)

O PROJETO

Para o projeto da sede o objetivo é trabalhar com uma arquitetura simples, com espaços flexíveis e que busca interagir com o usuário. Como a maior parte das atividades escoteiras acontecem em locais abertos em contato com a natureza, a diretriz teve o intuito de integrar o ambiente construído ao meio natural e trabalhar com a transição entre os espaços abertos e fechados, para isso os blocos foram dissolvidos criando áreas semiabertas que fazem essa transição. A estrutura de pilares e vigas veio para reforçar essa relação e fazer a conexão entre os ambientes, trazendo unidade ao projeto.

O escotismo utiliza muitas técnicas de pioneiria, construindo diversos objetos e estruturas com bambu e corda, como mesas, bancos, torre, etc. Pensando nisso, a estrutura de pilares e vigas aparentes vai além de sua função estrutural e conectora, ela permite que o usuário interaja com a edificação servindo como base para intervenções. A ideia é que o grupo possa finalizar a arquitetura e transformá-la, criando coberturas onde e quando achar necessário.

O programa da sede consiste em:

- Bloco principal: Está localizada a cozinha, sala dos chefes e depósito. A sala dos chefes, serve como espaço de recepção, reuniões, administração e armazenamentos de materiais importantes. Logo ao lado está a cozinha, que é um dos ambientes mais importantes, não sendo apenas espaço para preparo de alimentos, mas sim de convivência, é como se fosse o “coração” da sede, sendo utilizada pelos jovens, chefes e familiares.

- No segundo bloco estão localizados os sanitários e a sala de pioneirias. Os banheiros foram concentrados em um único volume, que além dos sanitários, também possui chuveiros para serem utilizados pelos escoteiros em dias de acampamento. A sala de pioneirias é um ambiente coletivo, onde estão localizados os materiais e equipamentos para trabalhos manuais e prática das técnicas escoteiras. A sala possui acesso direto ao gramado e um pequeno pátio que permite que as atividades se estendam para o espaço externo.

- O terceiro bloco é compostos pelas salas de cada ramo e está posicionado mais próximo à mata. A primeira sala, separada das demais, é a dos lobinhos. Por se tratar das crianças menores, foi posicionada mais próxima ao centro facilitando o monitoramento das mesmas. Possui duas entradas, sendo uma mais reservada entre as paredes de pedra, remetendo à entrada das cavernas de lobos. As salas dos ramos escoteiro e sênior possui os cantos de patrulha, delimitados por divisórias simples feitas pelos próprios jovens (geralmente de bambu) onde cada patrulha tem seu espaço para guardar os equipamentos e materiais de acampamento. Os cantos de patrulha ficam nas laterais e podem variar de tamanho e configuração. As janelas são amplas e com baixo peitoril, permitindo até mesmo a passagem para área externa. O bloco conta também com um mezanino que pode ser utilizado por todos os ramos.

No projeto são três materiais que predominam na linguagem arquitetônica: a pedra, a madeira e o aço. A pedra traz a solidez para projeto, numa linguagem presente em todo parque através dos muros de contenção necessários devido à topografia. A madeira vem como fechamento e em parte da estrutura, trazendo aconchego e remetendo ao natural, além de ser um material abundante na região. O aço vem como finalização da estrutura através das vigas, trazendo leveza e tecnologia, foi escolhido também por questão de durabilidade e acessibilidade ao material, já que a atividade industrial de maior destaque na cidade é a metalúrgica. Além disso, o formato da viga “i” facilita o encaixe de outros materiais como o bambu.

29

SEDE ESCOTEIRA

Acessos principais Conexão área externas Espaços de transição Salas dos ramos Sanitários Salas coletivas Bloco principal

TORRE: circulação vertical ACESSO

(33)

PLANTA

B’

B

1. Pátio IBOA

2. Sala dos chefes (29m²) 3. Cozinha (40m²) 4. Lavabo (2m²) 5. Depósito (5,2m²) 6. Fogo de chão 7. Torre ELO 8. Sanitários (41,4m²) 9. Sala de Pioneirias (34,5m²) 10. Sala Escoteiros (45m²) 11. Acesso mezanino 12. Sala Pioneiros (36m²) 13. Sala Sênior (48m²) 14. Sala B.P. (24m²)

15. Sala dos lobinhos (49m²)

1 4 5 2 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 3

C

C’

(34)

Sala Sênior Sala Escoteiros

Sala de

Pioneirias Sanitários Sala dos chefes

CORTE B B’ 0 5 10 20

CORTE C C’

0 5 10 20 Escoteiros realizando atividades de pioneiria. Fonte: G. E. Raízes.

CORTES

31

(35)

O pátio IBOA se localiza logo na

chegada da sede, é um local aberto e amplo

onde acontece o IBOA. Todos os encontros

escoteiros iniciam e terminam com o IBOA

(Inspeção, Bandeira, Oração e Avisos),

que é um momento cívico onde o grupo

todo se reúne realizando o hasteamento e

arreamento das bandeiras. É também um

momento de reflexão com a oração, que

não é de alguma religião específica e sim

um agradecimento pela vida e suas coisas

boas.

Chefes reunidos planejando as atividades do grupo.

(36)

Locais com água são muito utilizados pelos escoteiros. Na maioria das vezes, os acampamentos são instalados próximos aos rios, lagos ou açudes. O G.E. Raízes, realiza atividades de conscientização com as crianças – e que acaba abrangendo a população pela visibilidade – como a limpeza dos rios na área urbana, retirando lixos e plantando árvores na sua borda. O projeto do parque busca manter essa relação e evidenciar o córrego Cambuim que sempre esteve escondido atrás dos lotes residenciais, sendo apenas “lembrado” durante casos de enchente do Rio Iracema. Como seu volume é pequeno durante a maior parte do tempo, foi criada uma pequena represa facilitando e acesso e contato com a água para os usuários do parque.

As residências próximas ao córrego Cambuim serão removidas por estarem localizadas em área de APP (30 m da borda), isso acabaria acontecendo de qualquer maneira, porém para dar espaços à novas edificações, pois a área é definida como comercial permitindo até 6 pavimentos pelo atual plano diretor. A retirada das edificações garante uma maior permeabilidade na borda do parque, melhorando sua conexão com a rua.

Atividade chamada “Falsa Baiana”, que é uma travessia pelo rio/córrego através de duas cordas. Fonte ima-gem: G. E. Raízes.

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As salas dos ramos escoteiro e sênior possui

os cantos de patrulha, delimitados por divisórias

simples feitas pelos próprios jovens (geralmente

de bambu) onde cada patrulha tem seu espaço

para guardar os equipamentos e materiais de

acampamento. Os cantos de patrulha ficam

nas laterais e podem variar de tamanho e

configuração. As janelas são amplas e com baixo

peitoril, permitindo até mesmo a passagem para

a área externa. O bloco conta também com um

mezanino que pode ser utilizado por todos os

ramos.

Estrutura em bambu feita pelos escoteiros utilizando técnicas de pioneiria.

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A torre ELO é um importante elemento do projeto, que além de circulação vertical é um espaço de atividades, como rapel e escalada. Sua lateral possui um grande painel metálico que permite a colocação de apoios para escalada. Abaixo da passarela há um piso intermediário para a prática do rapel em um nível mais fácil (para as crianças que não estão preparadas para a maior altura.

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O pátio do fogo de chão é uma extensão da cozinha da sede, foi pensado para que os escoteiros pudessem realizar suas atividades relacionada à comida mateira que é preparada de uma maneira não convencional. Durante as atividades na sede são aprendidas as técnicas de cozinha mateira para serem utilizadas nos acampamentos, onde os jovens são responsáveis por levar e cozinhar suas refeições, portanto, devem ser simples e fáceis. O preparo acontece na brasa das fogueiras, são feitos diversos tipos de alimentos como batatas, ovos, pães, milho, carnes e etc.

Além dessa função, é também local de encontro para reuniões do grupo, roda de canções e conversas envolta da fogueira.

O espaço contém também um espelho d’água na borda do muro, que serve de apoio as atividades (como um espécie de “pia”) e auxilia no escoamento da água pelos muros.

Fonte: G. E. Raízes. Lobinhos em atividade de culinária.

Pais auxiliando no preparo das refeições.

Exemplo de comida mateira.

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A sala B.P., localizada ao lado da sala dos lobinhos, é um espaço coletivo voltado para atividades como roda de histórias, leitura e estudos, onde ficam armazenados os livros e materiais didáticos. Além disso é local para reuniões, palestras e filmes.

Lobinhos reunidos em roda de histórias.

Fonte: G. E. Raízes.

Referências

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