• Nenhum resultado encontrado

Influência de nitrogênio e matéria orgânica na produção de melão (Cucumis melo L.)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Influência de nitrogênio e matéria orgânica na produção de melão (Cucumis melo L.)"

Copied!
68
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE F E D E R A L DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CAMPUS II

COPEAG - COORD. DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENG. AGRÍCOLA

C E N T R O DE CIÊNCIAS E T E C N O L O G I A

-CAMPINA GRANDE

PARAÍBA

(2)

UNIVERSIDADE F E D E R A L DA PARAÍBA

PRÓ-REITORIA D E P E S Q U I S A E PÓS-GRADUAÇÃO

C E N T R O D E CIÊNCIAS E T E C N O L O G I A

COORDENAÇÃO D E PÓS-GRADUAÇÃO E M E N G E N H A R I A AGRÍCOLA

Centro de Ciências e Tecnologia

DISSERTAÇÃO

ÁREA D E CONCENTRAÇÃO IRRIGAÇÃO E D R E N A G E M

INFLUÊNCIA D E NITROGÊNIO E MATÉRIA ORGÂNICA NA

PRODUÇÃO D E MELÃO (Cucumis melo L . )

M A R C O S ANTONIO DA S n , V A

Campina Grande - Paraíba

MARÇO - 2002

(3)

INFLUÊNCIA D E NITROGÊNIO, M I C R O N U T R I E N T E S E MATÉRIA

(4)

iii

M A R C O S ANTONIO DA S I L V A

INFLUÊNCIA D E NITROGÊNIO, M I C R O N U T R I E N T E S E MATÉRIA

ORGÂNICA NA PRODUÇÃO D E MELÃO (Cucumis melo L.)

Dissertação apresentada ao Curso de MESTRADO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA do Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal da Paraíba, em cumprimento às exigências

para obtenção do Grau de Mestre.

Orientadora: P r o f Dra. LÚCL\ H E L E N A G A R O F A L O C H A V E S

Orientador: Dr. D A V I JOSÉ S DIVA

CAMPINA GRANDE - PB

2002

DIGITALIZAÇÃO:

SISTEMOTECA - UFCG

(5)

IV

Mu UNIVERSIDADE F E D E R A L DA PARAÍBA C E N T R O D E CIÊNCIAS E T E C N O L O G I A

C O P E A G - PÓS-GRADUAÇÃO E M ENGENHARIA AGRÍCOLA

PARECER FINAL DO JULGAMENTO DA DISSERTAÇÃO DO MESTRANDO

M A R C O S A N T O N I O DA S I L V A

Título: "Influência de Nitrogênio, Micronutrientes e Matéria Orgânica na

Produção de Melão (Cucumis melo L.)".

BANCA EXAMINADORA

\ v v _ _

Dra. Lúcia Helena Ga

rèfalotj haves-Orientadora

PARECER

fl^

o~ ^

Dr. Davi José Silva-Orient^dor

Dr. Joâ

* ' Kr Vv

o Gil Lun

—<vy "

a-Examinador

é Dantas Neto-Examinador

MARÇO - 2002

(6)

À minha esposa, Maria das Neves Alves da Cosia e Silva, que soube compreender lodos os momentos em que não lhe correspondi ao amor recebido, pelos incentivos, carinhos, e confiança,

e à minha filha Talita Stephanie Alves da Costa e Silva, OFEREÇO. À minha família, Benedito (pai), Beatriz (mãe), Maria do Carmo (avó) aos meus irmãos Maria José, José Carlos, Carlos Cézar, Célia Maria, Isabel Cristina, Saulo de Tarso, Sérgio Roberto, Romério, Luís Carlos. Aos meus sogros José e Antónia Alves. Aos cunhados, cunhadas e sobrinhos.

(7)

A G R A D E C I M E N T O S

A Deus pela vitória neste Curso de Mestrado sem o qual tudo não teria valor.

À minha esposa em especial, pelo apoio financeiro, carinhoso, compreensivo, desde o início até a conclusão deste curso, e a minha filha pelos momentos longe delas.

Ao Curso de Pós - Graduação em Engenharia Agrícola - Campina Grande - PB e a EMBRAPA/CPATSA - Petrolina - PE pela oportunidade concedida para a realização deste trabalho de Dissertação.

À Rivanilda Pereira Diniz secretária do Curso de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, pelo apoio amigo, em todo os momentos, principalmente nos mais difíceis.

À professora Lúcia Helena Chaves Garofalo pelo apoio e aos demais professores do Curso de Pós - Graduação pelos ensinamentos ministrados.

Ao pesquisador José Monteiro e ao professor José Dantas Neto pelo encaminhamento a EMBRAPA-CPATSA para a realização deste trabalho.

Aos pesquisadores Davi José Silva e Clementino Marcos Batista de Faria, pela orientação e apoio total dado a mim durante o período da realização deste trabalho.

Aos funcionários do Campo Experimental de Bebedouro EMBRAPA/CPATSA -Petrolina - PE, Geovani, João, Mestrinho e todos aqueles que contribuíram para a realização deste trabalho.

Aos colegas Aristóteles, Florício, Lovânia, Celson, Frederico pela contribuição e compreensão que me dispensaram, e todos aqueles que contribuíram de forma direta e indireta.

Ao Pastor Nelson de Miranda Florêncio, pelo apoio durante a minha estadia em Petrolina - PE quando do desenvolvimento deste trabalho.

À Severina de Aguiar, pela compreensão com que contei no momento de precisão.

(8)

vii SUMÁRIO Pág. LISTA DE TABELAS IX LISTA DE FIGURAS X LISTA DE QUADROS X I I RESUMO X I I I ABSTRACT X I V 1. INTODUCÂO 1 2. REVISÃO DE LITERATURA 3

2.1. Considerações Gerais sobre a Cultura 3

2.1.1. Clima 3 2.1.2. Solos 4 2.1.3. Água 5 2.2. ADUBAÇÃO E NUTRIÇÃO MINERAL 5

2.2.1. Resposta à nitrogênio 5 2.2.2. Resposta à matéria orgânica 7 2.2.3. Resposta à micronutrientes 8 2.3. FUTOS E QUALIDADES 10 3. MATERIAL E MÉTODOS 14 3.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA 15

3.2. TRATAMENTOS 16 3.3. INSTALAÇÃO E CONDUÇÃO DOS EXPERIMENTOS 16

3.4. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL 18 3.5. CARACTERÍSTICAS A V A L I A D A S 22

3.5.1. Peso Médio do Fruto (kg) 22

3.5.2. Produtividade Total (t.ha1) 22

3.5.3. Classificação dos Frutos (Tipo) 22 3.5.4. Teor de Sólidos Solúveis Totais (° Brix) 22

4. RESULTADO E DISCUSSÃO 24

4.1. PRODUTIVIDADE T O T A L (t.ha1) 24

4.2. PESO MÉDIO DOS FRUTOS COMERCIAIS 33 4.3. TEOR DE SÓLIDOS SOLÚVEIS TOTAIS (° BRIX) 37

(9)

viii

5. CONCLUSÕES

(10)

ix

L I S T A D E T A B E L A S

Pág.

TABELA 1 - Extração e exportação de nutrientes pelo melão 9 TABELA 2 - Estimativas das Médias da Produtividade Total (PT), em t/ha, relativas

aos tratamentos, Coeficiente de Variação (CV) calculadas pelo método de Duncan a 5%", bem como, resultados dos quadrados médios fornecidos pela análise de variância para os contrastes de

interesse nos Campos Experimentais de Bebedouro e Mandacaru 32 TABELA 3 - Estimativas das médias do Peso Médio dos frutos comerciais (PMF),

em kg, relativas aos tratamentos, Coeficiente de Variação (CV) calculadas pelo método de Duncan a 5%", bem como, resultados dos quadrados médios fornecidos pela análise de variância para os contrastes de interesse nos Campos Experimentais de Bebedouro e

Mandacaru 34 TABELA 4 - Estimativas das médias do Teor de Sólidos Solúveis (SST), em °Brix,

relativas aos tratamentos, Coeficiente de Variação (CV) calculadas pelo método de Duncan a 5%", bem como, resultados dos quadrados médios fornecidos pela análise de variância para os contrastes de

interesse nos Campos Experimentais de Bebedouro e Mandacaru 39 TABELA 5 - Produção de frutos de melão em porcentagem, de acordo com o Tipo

(classificação por tamanho) em função dos tratamentos, no Campo

Experimental de Bebedouro 42 TABELA 6 - Produção de frutos de melão em porcentagem, de acordo com o Tipo

(classificação por tamanho) em função dos tratamentos, no Campo

(11)

X

L I S T A D E F I G U R A S

Pág.

FIGURA 1 - Bomba Injetora do Tipo T M B para injeção de fertilizante no sistema de

gotejamento 17 FIGURA 2 - Esquema da área experimental de Bebedouro 20

FIGURA 3 - Esquema da área experimental de Mandacaru 21 FIGURA 4 - Monitoramento do clima durante condução o ciclo da cultura do melão

no Campo Experimental de Bebedouro, Petrolina-PE 26 FIGURA 5 - Monitoramento do clima durante condução o ciclo da cultura do melão

no Campo Experimental de Mandacaru, Juazeiro-BA 27 FIGURA 6 - Precipitação durante condução dos experimentos nos Campos

Experimentais de Mandacaru, Juazeiro - BA e Bebedouro, Petrolina-PE ... 28 FIGURA 7 - Evapotranspiração durante condução dos experimentos nos Campos

Experimentais de Mandacaru, Juazeiro BA e Bebedouro, Petrolina

-PE 29 FIGURA 8 - Produtividade do melão em função das doses de nitrogênio no Campo

Experimental de Bebedouro 31 FIGURA. 9 - Comparação visual entre os tratamentos T l , T2 e T7 no Campo

Experimental de Mandacaru - BA 35 FIGURA 10 - Comparação visual entre os tratamentos T3 e T8 no Campo

Experimental de Mandacaru - BA 35 FIGURA 11 - Comparação visual entre os tratamentos T3, T2 e T8 no Campo

Experimental de Mandacaru - BA 36 FIGURA 12 - Comparação visual entre os tratamentos T l , T2 e T3 no Campo

Experimental de Mandacaru - BA 36 FIGURA 13 - Teor de Sólidos Solúveis do melão em função das doses de nitrogênio

(12)

xi

FIGURA 14 - Classificação dos frutos de melão por Tipo 41

FIGURA 15 - Tipos de frutos comerciais de melão, em porcentagem, em função dos

tratamentos, no Campo Experimental de Mandacaru 43 FIGURA 16 - Tipos de frutos comerciais de melão, em porcentagem, em função dos

(13)

xii

L I S T A D E Q U A D R O S

Pág.

QUADRO 1 - Caracterização química do Latossolo Vermelho-Amarelo e Vertissolo

a 0-0,20 m de profundidade „. 15 QUADRO 2 - Caracterização físico-hídrica do Latossolo Vermelho-Amarelo e

Vertissolo a 0-0.20 m de profundidade 15 QUADRO 3 - Tratamentos utilizados com suas respectivas doses e fontes utilizadas 16

(14)

xiii

R E S U M O

Silva. Marcos Antonio da, Influência de nitrogênio, micronutrientes e matéria orgânica na produção de melão {Cucumis melo L.). Campina Grande: UFPB, 2002 (Dissertação) Mestrado em Engenharia Agrícola - Universidade Federal da Paraíba.

Avaliou-se a influência de nitrogênio, micronutrientes (Boro, Molibdênio e Zinco) via fertirrigação e matéria orgânica na produção e qualidade de melão (Cucumis

melo L ) , híbrido AF 682, Valenciano Amarelo. Os experimentos foram conduzidos nos

Campos Experimentais de Bebedouro e Mandacaru, localizados nos municípios de Petrolina-PE e Juazeiro-BA, respectivamente, ambos pertencentes a EMBRAPA-SEM1-ÀRIDO, entre o período de outubro a dezembro de 2000. Os tratamentos consistiram de duas doses de N (80, 160 kg/ha) sendo a primeira dose aplicada isolada e em combinação com os micronutrientes boro, molibdênio e zinco (1,2; 0,4; 4 kg/ha, respectivamente) e matéria orgânica (20 m7ha) utilizando o delineamento experimental em blocos casualizados com oito tratamentos e quatro repetições. Em relação à produtividade total, no Campo Experimental de Bebedouro, o meloeiro respondeu às aplicações de nitrogênio, micronutrientes e matéria orgânica, o que não ocorreu no Campo Experimental de Mandacaru. O peso médio dos frutos produzidos no Campo Experimental de Bebedouro não foi influenciado por esses tratamentos sendo que no Campo Experimental de Mandacaru apenas a aplicação de nitrogênio em conjunto com matéria orgânica influenciou o peso médio dos frutos. Em relação ao teor de Brix, no Campo Experimental de Bebedouro o meloeiro respondeu, de forma linear, somente à aplicação de nitrogênio. No Campo Experimental de Mandacaru não houve resposta do meloeiro à aplicação de nitrogênio, micronutrientes e matéria orgânica.

PALAVRAS-CHAVE: nitrogênio, molibdênio, zinco, boro, matéria orgânica, Cucumis

(15)

A B S T R A C T

Silva, Marcos Antonio da. Influence o f nitrogen, micronutrients and organic matter in the melon production (Cucumis melo L.). Campina Grande: UFPB, 2002 (Dissertation) Mestrado in Agricultural Engineering - Federal University o f Paraíba.

The influence o f nitrogen, micronutrients (Boron, Molibden and Zinc) and organic matter was evaluated in the melon (Cucumis melo L) production and quality o f fruits. The experiments were conducted in two Experimental Station EMBRAPA - SEMI-ÀRIDO, located in the municipal o f Petrolina-PE and Juazeiro-BA, Brazil, among the period o f October to December of 2000, with the following treatments: control and two rates o f N (80, 160 kg/ha) being the first rate isolated applied and in combination with the micronutrients boron, molibden and zinc (1,2; 0,4; 4 kg/ha, respectively) and organic matter (20 m3/ha) using the experimental design in blocks with eight treatments

and four repetitions. In relation to the total productivity, in the Experimental Station o f Bebedouro, the melon crop answered to the applications o f nitrogen, micronutrients and organic matter, what didn't happen in the Experimental Station o f Mandacaru. The medium weight of the fruits produced in the Experimental Station o f Bebedouro was not influenced by those treatments and in the Experimental Station o f Mandacaru just the application o f nitrogen together with organic matter influenced the medium weight o f the fruits. In relation to the text of Brix, in the Experimental Station o f Bebedouro the melon crop answered, in a lineal way, only to the application o f nitrogen. In the Experimental Station of Mandacaru there was not answer o f the melon crop to the application o f nitrogen, micronutrients and organic matter.

KEY-WORDS: nitrogen, molibden, zinc, boron, organic matter, Cucumis melo, irrigation.

(16)

1. I N T R O D U Ç Ã O

O aumento da população no mundo e, conseqüentemente, da demanda por alimentos, tornam necessário um aumento na produção agrícola para que haja um abastecimento compatível com o desenvolvimento. O incremento da produtividade das culturas e a melhoria da eficiência de produção são aspectos importantes na agricultura moderna. Assim, as limitações à produção eficiente das culturas devem ser identificadas para que sejam tomadas as medidas necessárias para reduzi-las ou mesmo eliminá-las.

Nas regiões semi-áridas, levando em consideração o Nordeste brasileiro, o aumento da produção agrícola vem merecendo atenção dos ó r g ã o s governamentais através da introdução de tecnologias que aumentam a produtividade e propiciam melhorias do solo no qual se trabalha. Neste contexto, a cultura do melão desempenha um importante papel constituindo-se numa das grandes alternativas da agricultura irrigada para a região semi-árida nordestina (Costa, 2000).

A produtividade e qualidade do melão como a de outros produtos agrícolas, são fatores controlados geneticamente, mas também influenciados pelo solo e clima (Faquin, 1994). Segundo Buzetti et al. (1993), os fatores determinantes da qualidade dos frutos, como a coloração e as características organolépticas, são dependentes da adubação, do solo e da disponibilidade hídrica.

Vários trabalhos científicos têm mostrado que a adubação, tanto com os macro como com os micronutrientes, influencia na produção do melão e na qualidade do fruto. N o entanto, essa influência, ainda é pouco estudada para as condições brasileiras.

Dentre as técnicas hoje disponíveis para a aplicação de fertilizantes está a fertirrigação. Esta, além de proporcionar melhor distribuição dos fertilizantes durante o ciclo da cultura, através das aplicações parceladas de nutrientes, associadas a irrigações diárias, por gotejamento, favorece uma menor perda de nutrientes por lixiviação e melhor distribuição dos mesmos no volume de solo explorado pelo sistema radicular da cultura (Souza. 1993). Em países onde a agricultura irrigada é mais desenvolvida, a

(17)

fertirrigação já é uma prática rotineira. Todavia no Brasil, a aplicação de fertilizantes via água de irrigação é de uso recente. No caso específico da utilização de fertirrigação na p r o d u ç ã o de melão no Brasil, embora possa haver aumento na produtividade da cultura torna-se necessário adotar um controle rigoroso deste sistema j á que o melão é produzido preponderantemente em solos arenosos, onde o manejo da água e dos nutrientes é mais complexo (Costa et a i , 1986).

Diante do exposto o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de nitrogênio, micronutrientes (boro, zinco, molibdênio) e matéria orgânica na p r o d u ç ã o e qualidade de melão (Cucumis melo L . ) .

(18)

2. R E V I S Ã O B I B L I O G R Á F I C A

2.1. C O N S I D E R A Ç Õ E S G E R A I S S O B R E A C U L T U R A

O meloeiro (Cucumis melo L . ) é uma olerícola pertencente à família das curcubitáceas, originária da Africa e Ásia (Soares et al, 1999). Entretanto, foi a partir da índia que ocorreu sua dispersão para várias regiões do mundo, sendo a adaptação da cultura a essas regiões, uma conseqüência da sua variabüidade genética, a qual é responsável pelo aparecimento de diferentes tipos de melão quanto a cor, formato e aroma.

N o Brasil, a introdução foi feita pelos imigrantes europeus e o estado do Rio Grande do Sul foi, possivelmente, o seu primeiro centro de cultivo no país (Costa & Grangeiro, 2000).

O meloeiro é uma cultura de ciclo fenológico relativamente curto. Na região do Submédio São Francisco, o crescimento da planta é lento até os 15 dias a p ó s a germinação, mas logo depois se intensifica, atingindo maiores incrementos de crescimento entre 30 e 45 dias, e a maturação dos frutos ocorre entre 70 e 75 dias a p ó s o plantio (Costa & Grangeiro, 2000).

2.1.1. Clima

O clima ideal para o cultivo do meloeiro inclui períodos com dias longos, livres de geadas, com bastante luz solar, calor e ar seco. A temperatura é o principal fator climático que afeta a cultura do melão, desde a germinação das sementes até a qualidade final do produto. Para uma boa produtividade a cultura necessita de temperaturas elevadas, na faixa de 25 a 32 °C, durante todo o seu ciclo (Filgueira, 1981). A polpa de melão, à medida que a temperatura se eleva, dentro de certos limites, torna-se mais doce e a sua maturação é mais rápida e completa.

(19)

E m temperatura elevada, especialmente quando acompanhada por ventos fortes, em razão da elevada transpiração e do acúmulo de mucilagem em suas células, resultando em aumento da pressão interna do fruto, pode ocorrer ruptura da casca dos frutos nos pontos mais fracos (Costa & Grangeiro, 2000).

Outro fator climático que exerce influência na cultura do melão é a intensidade luminosa (Costa & Grangeiro, 2000) a qual determina a taxa de crescimento foliar quando a temperatura está abaixo do ótimo. A redução da intensidade de luz, ou encurtamento do período de iluminação, determina uma menor área foliar. Assim, todos os fatores que afetam a fotossíntese afetam também a qualidade do fruto.

A umidade relativa do ar também exerce influência na cultura do melão. Segundo Costa & Grangeiro (2000), condições de umidade do ar elevada promovem a formação de frutos de má qualidade e propiciam a disseminação de d o e n ç a s na cultura. Os melões produzidos nessas condições são pequenos e de sabor inferior, geralmente com baixo teor de açúcares, devido à ocorrência de doenças fúngicas que causam queda de folhas.

Assim, temperaturas elevadas associadas à alta luminosidade e baixa umidade relativa proporcionam as condições climáticas necessárias para a boa produtividade da cultura e para a obtenção de frutos de ótima qualidade (aumenta o teor de açúcares, melhora o aroma, o sabor e consistência dos frutos).

As diferentes condições climáticas existentes no Nordeste Brasileiro favorecem o desenvolvimento e produção da cultura do melão com possibilidade de plantios e colheitas durante o ano todo, com limitações apenas nas localidades onde há grande precipitação pluviométrica em determinados períodos do ano.

2.1.2. Solos

O meloeiro é bastante exigente em solo, no entanto a cultura se adapta a diferentes tipos. Segundo Bernardini (1974) e Filgueira (1981), o ideal seria um solo com textura variando de franco-arenoso à areno-argiloso, leve, solto, profundo, bem drenado e com p H variando entre 6,4 e 7,2.

Solos arenosos, de boa drenagem natural, profundos, favorecem uma melhor aeração e um maior desenvolvimento do sistema radicular das plantas. Já os solos argilosos, de difícil drenagem e compactados, não são recomendados para o cultivo do

(20)

5

meloeiro. O excesso de água no perfil provoca o aparecimento de d o e n ç a s e prejudica o desenvolvimento das plantas e a produtividade da cultura.

2.1.3. Agua

Morouelli et al. (2000) observaram que a necessidade de á g u a do meloeiro, do plantio até a colheita, varia de 350-550 mm, dependendo das condições climáticas, ciclo da cultivar e sistema de irrigação. A necessidade diária de água, t a m b é m chamada de evapotranspiração da cultura (expressa em mm/dia), engloba a quantidade de á g u a transpirada pelas plantas mais a água evaporada do solo, sendo afetada, principalmente, pelo clima, estádio de desenvolvimento da cultura e sistema de irrigação. Conforme o mesmo autor, a irrigação quando realizada de forma adequada é a prática agrícola que, com maior freqüência, favorece o desenvolvimento, a produtividade e a qualidade de frutos do meloeiro. Assim, a escolha correta do sistema de irrigação e o suprimento de água às plantas no momento oportuno e na quantidade adequada é aspecto decisivo para o sucesso da cultura.

2.2. A D U B A Ç Ã O E N U T R I Ç Ã O M I N E R A L

2.2.1. Resposta a nitrogênio

Segundo Filgueira (1972), o meloeiro é uma das olerícolas mais exigentes em termos de fertilidade do solo, não suportando solos ácidos, portanto se desenvolvendo melhor em solo com p H na faixa de 6,4 a 7,2. De acordo com Elamin & Wilcox (1986), em solos com p H menor que 5,0 o crescimento e a produtividade do meloeiro são reduzidos. Isto, provavelmente porque quando os valores de p H são inferiores a 5,0 surgem problemas de toxidez de ferro, alumínio e manganês, diminuindo t a m b é m a disponibilidade de fósforo e boro (Pedrosa, 1997, citado por Santos, 2000). Cruz (1977) citado por Santos (2000) comenta que a calagem aumenta o tamanho dos frutos melhorando a produtividade e qualidade dos frutos comerciais, pois a aplicação de calcário de rocha aumenta a concentração de fósforo, cálcio e magnésio e decresce a de mancanês e zinco, nas folhas do meloeiro (Bhella & Wilcox. 1986).

(21)

6

Em relação à absorção de macronutrientes pelo meloeiro, Tyler & Lorenz (1964) observaram que o nitrogênio e o potássio foram os elementos mais requeridos, de modo que absorção destes elementos foi cinco vezes maior que a do fósforo e cálcio, e três vezes maior do que a do magnésio, isto é, 153, 23, 179, 31 e 43 kg/ha de N , P, K , Ca e M g , respectivamente.

Em geral, o nitrogênio é o nutriente exigido em maiores quantidades pelas culturas e, juntamente com o fósforo e o potássio, tem grande importância para a nutrição das plantas. O nitrogênio está presente nos pigmentos, como clorofila, nas proteínas (16% em média) e nas enzimas, que atuam como catalizadores da absorção de minerais do solo, da respiração, da fotossíntese e de muitos outros processos, sendo de \ i t a l importância no processo fisiológico dos vegetais e nas funções que desempenha. Além disso, o nitrogênio é essencial para o crescimento e desenvolvimento vegetativo das plantas, estimula o perfiihamento dos cereais e aumenta a produção dos vegetais, melhorando a qualidade do grão especialmente o teor de proteínas. N o caso específico do meloeiro, o nitrogênio aumenta o número de flores femininas, influenciando no pegamento e na conformação dos frutos. O incremento no número de frutos por ramo pode ser atribuído ao vigor da planta, associado à aplicação de nitrogênio, resultando em mais flores hermafroditas (Santos. 2000).

Ao longo dos anos vários autores têm avaliado as respostas do meloeiro em função de diferentes níveis de adubação nitrogenada. Lorenz et al. (1972) verificaram respostas do meloeiro até o nível de 134 kg/ha de nitrogênio; Wilcox (1973) obteve maiores produtividades usando níveis de 80 a 90 kg/ha de nitrogênio; j á Chander & Mangal (1983) constataram que a dose de 40 kg/ha de nitrogênio foi a que proporcionou o melhor crescimento, floração e frutificação do meloeiro tendo este resultado sido semelhante aos obtidos por Yadav & Mangal (1984) e Mangal et al. (1985).

Meisheri et al. (1984) estudando o efeito de doses crescentes de nitrogênio (40, 80 120, 160 e 200 kg/ha de N ) no rendimento do melão em solo franco arenoso com 4,7g/kg de matéria orgânica, constataram que a melhor dose foi de 80 kg/ha do elemento.

Srinivas & Prabhakar (1984) observaram um aumento de 200% na produção do melão em relação à testemunha quando utilizaram 50 kg/ha de nitrogênio em solos que inicialmente apresentavam teores de N disponíveis de 111 e 114 ppm. Prabhakar et al. (1985) trabalhando em solo franco-argiloso-arenoso, com doses crescentes de nitrogênio (0. 50 e 100 kc/ha de N ) também obtiveram melhor resposta com a dose de 50 kg/ha.

(22)

7

Hasan et al. (1984) constataram resposta quadrática aos níveis de nitrogênio (0. 60 e 120 kg/ha de N ) sendo a dose ótima de 96,6 kg/ha. Da mesma forma, Faria et al. (1994) avaliando doses crescente de nitrogênio (0, 120 e 180 kg/ha de N ) na p r o d u ç ã o do melão em Vertissolo, no município de Juazeiro, B A , obtiveram resposta quadrática as respectivas doses, tendo observado, no entanto, a dose ótima de 74 kg/ha de N .

Belfort (1985) verificou, em Latossolo Vermelho Amarelo do Estado de São Paulo, para uma produção estimada de 19,6 t/ha de frutos, que a cultura do melão cv. Valenciano absorve 115,4 kg/ha de nitrogênio.

Bhella & Wilcox (1986) verificaram que no meloeiro a absorção de nitrato foi influenciada diretamente pela sua concentração na solução do solo e que tanto a produção quanto a precocidade na maturação dos frutos sofreram interferência pelo aumento do N aplicado no plantio. Ainda Bhella & Wilcox (1986), constataram que o aumento da quantidade daquele nutriente, de 0 a 100 kg/ha, provocou elevação da concentração do nitrogênio, manganês, e zinco e a diminuição do cálcio, magnésio e boro no tecido foliar.

N o sul do México, Salmeron et al. (1991) citado por Lima (1997) concluíram que a fertilização com N P K influiu significativamente, de forma positiva, na p r o d u ç ã o de melão e obtiveram uma produtividade de 28.7 t/ha com a dose de 200-60-80 kg/ha.

Soares et al. (1999), estudando o efeito de nitrogênio na cultura do melão, observou que o nitrogênio, na forma de uréia, aplicado via água de irrigação até os 42 dias após a germinação, proporcionou uma produtividade significativamente superior às da testemunha e dos tratamentos com sulfato de amónio aplicado no solo e uréia + nitrato de potássio (16-42 dias), contudo não diferiu dos demais tratamentos.

2.2.2. Resposta a matéria orgânica

Segundo Kiehl (1985), a expressão popular em nosso meio agrícola de que "a matéria orgânica aduba o solo e a planta", provém da sua influência sobre as propriedades físicas, químicas, físico-químicas e biológicas do solo, revertendo tudo no aumento da produção. A matéria orgânica, segundo esse mesmo autor, se constitui numa importante fonte de nutrientes para as plantas, principalmente nitrogênio, fósforo, enxofre e micronutrientes

(23)

8

É importante saber que a eficiência da adubação orgânica, qualquer que seja a fonte utilizada, depende do conhecimento sobre a sua transformação, o destino e a interação de seus subprodutos e as principais mudanças causadas no solo.

A chamada adubação orgânica é interpretada, em geral, como uma forma de substituir os fertilizantes minerais solúveis na agricultura moderna; no entanto, nem sempre tal objetivo é alcançado (Souza, 1990). Assim, Faria et al. (1994), n ã o encontraram respostas significativas do melão cultivado em Vertissolo, no município de Juazeiro, B A , em relação à matéria orgânica. Os autores acreditam que isto tenha ocorrido devido ao curto tempo disponível para decomposição do esterco de curral, haja vista que a cultura tem ciclo fenológico de 70 dias.

Araújo et al. (1999) estudando efeitos da adubação orgânica (biofertilizante) e mineral no melão em casa de vegetação, constataram que não houve resposta positiva da adubação orgânica.

2.2.3. Resposta a micronutrientes

Os elementos químicos boro ( B ) , cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês ( M n ) , molibdênio ( M o ) e zinco (Zn) são essenciais para o desenvolvimento e reprodução das plantas, porém, por serem exigidos em pequenas quantidades, são denominados de micronutrientes (Lopes, 1998). Eles são de natureza essencialmente inorgânica podendo ser encontrados nos solos complexados com a parte orgânica. A disponibilidade dos micronutrientes para as plantas depende, entre outros fatores, da textura, matéria orgânica, e, principalmente, do p H do solo. Quando o p H do solo aumenta, diminui a disponibilidade do Cu, Fe, M n e Z n e aumenta a do M o e do C l e quando há redução de oxigênio no solo, aumenta a disponibilidade de Fe e M n (Faria & Pereira, 2000). As interações entre macronutrientes e micronutrientes e entre micronutrientes podem afetar sua disponibilidade (Raij, 1991).

Segundo Sagiorato (1994), a necessidade de micronutrientes pelas culturas é conhecimento antigo, entretanto, a utilização de tais elementos na adubação é recente, principalmente boro e zinco. Isto se deve ao fato dos solos estarem se tornando menos férteis em decorrência, entre outros fatores, da remoção dos elementos pelas colheitas, ao fato da utilização de adubos isentos de microelementos e devido a expansão das fronteiras acrícolas.

(24)

Malavolta (1980) apresenta uma tabela com as exigências em micronutrientes das principais culturas. Os limites indicados para plantas inteiras, de culturas anuais, ou das partes colhidas, de plantas perenes, são estes: B - 11 a 300 g/ha; M o - 0,01 a 4,8 g/ha; Cu - 1 a 181 g/ha; Zn - 2 a 544 g/ha; Fe - 15 a 340 g/ha; M n - 2 a 767 g/ha. Estes são valores modestos, comparados com as aplicações de micronutrientes feitas em adubação no solo, em casos de ocorrência de deficiência.

Segundo V i t t i et al. (1995) entre os micronutrientes o meloeiro extrai mais cobre, p o r é m exporta nos frutos mais zinco. Na Tabela 1 são apresentadas as quantidades de nutrientes extraídas e exportadas pelo melão.

Tabela 1. Extração e exportação de micronutrientes pelo melão.

Micronutrientes Extração por planta Extração para 6667 plantas ( l h a ) Exportação de nutriente por Tonelada de fruto (o} y&) B 0,333 2220 1.67 Cu 0,172 1146 1.07 M n 0,109 726 1,2 Zn 0,042 280 2.3

Faria & Pereira (1982) encontraram deficiência de molibdênio no Vale do Submédio São Francisco, em solo salinos, pesados, deficientes de drenagem e pobres em matéria orgânica e observaram que a situação se agravava quando havia uma adubação com excesso de sulfato de amónio. O sulfato de amónio é um fertilizante, que ao ser aplicado ao solo sofre hidrólise dissociando-se em amónio (NELj*) e sulfato (SO4" ) o qual inibe a absorção do íon molibdato pelas raízes das plantas.

Em solos representativos da Zona da Mata de Pernambuco, os teores disponíveis de M n , Zn, M o e Cu foram considerados abaixo do nível crítico, enquanto nos Sertões, os teores de M n foram considerados acima do nível crítico. Por outro lado Faria et al. (1981) não encontraram resposta do milho à aplicação de FTE BR-9 (micronutrientes silicatados) em 19 ensaios de milho, realizados em vários locais do Nordeste brasileiro,

(25)

10

Toledo et al. (1981) realizaram um experimento com a finalidade de estudar acumulação de matéria seca e de micronutrientes ( B , Cu, Fe, M n , Zn) no cultivo de melão (Cucumis melo var. inodorus) Cv. "Tan Dew*' tendo sido verificado que a maior acumulação de matéria seca e de micronutrientes pela parte aérea de meloeiro foi entre 30 e 60 dias após a germinação; além disso foi verificado maior demanda de Cu, M n e Zn entre 30 e 45 dias e de 45 a 60 dias após a germinação em relação ao Fe e B .

Trabalhando com a exigência nutricional no meloeiro em intervalos de 15 dias até os 75 dias após germinação, Belfort (1985) observou que a seqüência de absorção total de nutrientes ocorreu em ordem decrescente de K , N , Ca, M g , P e S, para os macronutrientes, e de Fe, M n , B , Z n e Cu para micronutrientes.

2.3. Q U A L I D A D E D O S F R U T O S

Por ser um produto de exportação, características como aroma, sabor e visual dos frutos são determinantes da qualidade do melão e definitivas para sua boa comercialização (Buzetti et al.,1993).

O grau de maturidade com que o melão é colhido está intimamente associado a sua qualidade, sendo possível comprová-la por alguns indicadores, tais como: coloração da casca, teor de sólidos solúveis, conteúdo de açúcares (solúveis e redutores), textura e coloração da polpa (Gorgatti Netto et al., 1994).

O teor de sólidos solúveis expresso em Brix, medido no campo pelo refratômetro, é usado como índice para classificação dos melões de acordo com seu grau de doçura e a sua escala, conforme Gorgatti Netto et al. (1994), é a seguinte: abaixo de 9 (melão impróprio para exportação), entre 9 e 12 (fruto indicado para exportação) e maior ou igual a 12 (fruto extra).

A relação teor de sólidos solúveis/ acidez total é usada para avaliar tanto o estado de maturação quanto a palatabilidade dos frutos e se o valor dela estiver acima de 25 e a acidez total estiver abaixo de 0,5%, o melão terá bom sabor e boa coloração (Pinto et al., 1995). Assim, um bom fruto deve apresentar um sabor característico, que é função dos compostos orgânicos produzidos durante o amadurecimento. N o caso do melão, as exigências em relação a qualidade são ainda mais importantes devido às exportações, que atingem 20% do volume comercializado.

(26)

11

De um modo geral, a concentração de sólidos solúveis no fruto evolui pouco após a colheita. Assim, a amostragem do Brix de uma área a ser colhida deve ser precisa, em função da distância do mercado consumidor, c o n d i ç õ e s de transporte e resfriamento. Deve-se evitar Brix abaixo de 9, para não se obter frutos sem sabor. O ideal, considerando-se o aspecto do teor de açúcares e sabor, é a colheita de frutos completamente maduros. Entretanto, nesse estádio, os frutos são recomendáveis apenas para comercialização em mercados locais. Para exportação, os melões do grupo "amarelo" podem ser colhidos quando iniciarem a mudança de c o l o r a ç ã o , ocasião em que deverão apresentar Brix de aproximadamente 10. Vieira (1984), alerta que frutos de melão produzidos com altas doses de N permanecem com a casca verde por mais tempo, dificultando a identificação do ponto de colheita.

As condições de cultivo do meloeiro constituem u m dos fatores de maior influência na qualidade dos frutos. A coloração e as características químicas são dependentes da adubação, do solo, do clima e da disponibilidade hídrica, da mesma forma como o tamanho do fruto está relacionado à produtividade da planta (Ermland Jr..l986). A produtividade por sua vez pode ser influenciada por diversos fatores, entre os quais salienta-se o modo de aplicação de fertilizantes, t ã o importante quanto a dosagem usada.

Segundo Souza (1993) a disponibilidade de nutrientes no solo, principalmente a dos micronutrientes. é fator decisivo na produção e qualidade dos frutos do melão.

Srinivas & Prabhakar (1984) observaram que o aumento na produtividade do melão, proporcionado pelo nitrogênio, deveu-se ao aumento do n ú m e r o e peso dos frutos. Esses autores verificaram que o nitrogênio e fósforo proporcionaram incrementos significativos no total de sólidos solúveis e que o potássio não teve influência nesse parâmetro. O nitrogênio influi também na consistência da polpa e na coloração e formato dos frutos (Bhella & Wilcox, 1986).

Nerson (1992), trabalhando em casa de vegetação verificou que os aumentos do peso médio e do Brix dos frutos de melão foram devidos ao aumento da aplicação de solução nutritiva de Hoagland ou da adição de nitrato.

E m trabalhos realizados com aplicação de N e K via á g u a de irrigação em melão, não foram detectados efeitos significativos para teor de sólidos solúveis em função das doses de nutrientes (Pinto et al.,1995; Buzetti et al.,1993). O teor de sólidos solúveis 10,47 °Brix, encontrado por Pinto et al. (1995) foi praticamente igual ao teor de sólidos solúveis aue normalmente é encontrado em melão produzido no Brasil.

(27)

12

concordando com Davis Jr. & Schweers (1971), Srinivas & Prabhakar (1984), Prabhakar et al. (1985) e Pinto et al. (1996).

Pinto et al. (1996), trabalhando com a variedade de melão Eldorado 300, verificaram que o nitrogênio, quando aplicado via água de irrigação, influenciou no peso médio e percentagem de sólidos solúveis dos frutos de melão e que a aplicação de potássio não alterou o Brix, a acidez total nem mesmo o p H dos mesmos. N o entanto, em outra ocasião, Pinto et al. (1997) trabalhando com doses crescentes de nitrogênio em melão constataram que as mesmas não alteraram as características químicas dos frutos como acidez total, pH e teor de sólidos solúveis. Da mesma forma, Soares et al. (1999), com o objetivo de determinar o efeito do nitrogênio no melão, constataram que n ã o houve diferença significativa para o teor de sólidos solúveis nos frutos cujos valores oscilaram entre 12,1 e 13,1 °Brix. Esses autores constataram t a m b é m que a testemunha (sem nitrogênio), a uréia e sulfato de amónio aplicados de forma convencional diferiram do tratamento com uréia aplicada via água de irrigação até 42 dias após a germinação, o qual apresentou maior peso médio de frutos.

Trabalhos com o objetivo de avaliar o efeito da freqüência de irrigação nas características químicas do melão, utilizando 90 kg/ha de N , não encontraram alterações significativas nas mesmas (Pinto et al., 1993; Pinto et al., 1994; Sousa & Sousa, 1998 ) .

Faria et al.(2000), trabalhando com adubação de N , relatam que esse elemento influenciou de forma positiva no Brix do melão e que as produtividades com 0 kg/ha de N foram sempre inferiores às obtidas com a aplicação de N , como era esperado, considerando a pobreza dos solos da região semi-árida nesse elemento. A maior produtividade (37,71 t/ha) ocorreu no nível 180 kg/ha de N com uma planta por cova, e a menor (20,20 t/ha), no nível zero de N com duas plantas por cova. Os autores relatam ainda que o peso médio dos frutos aumentou em função das doses de nitrogênio e que a produtividade aumentou entre os níveis 80 e 180 kg/ha e pouco se alterou entre os níveis 130 e 180 kg/ha de N . Esses níveis assemelham-se aos níveis ótimos encontrados por Wilcox (1973), Meisheri et al. (1984) e Faria et al. (1994) que foram de 80 a 90 e 74 kg/ha, respectivamente.

O rendimento de melão é variável, de acordo com a região e o nível de tecnologia adotado pelo produtor. Nos Estados de Pernambuco e de São Paulo, os bons produtores conseguem de 12 a 18 t/ha. Nos Estados do Rio Grande do Norte e do Ceará, utilizando altos níveis de insumos modernos, se conseguem rendimentos de até 36 t/ha.

(28)

13

O fruto para ser comercializado precisa ser classificado e segundo Costa & Grangeiro (2000), a classificação é feita em "Tipos" de acordo com o n ú m e r o de frutos contidos em cada caixa de papelão.

A preferência do mercado brasileiro é pelos Tipos 6 a 8, ou seja, melões acondicionados em caixas de papelão com capacidade para 13 k g , contendo de 6 a 8 unidades protegidos com tiras de papelão.

A preferência do mercado externo é por frutos pequenos, dos Tipos 8 a 10, que correspondem aos Tipos 12 a 14 para o mercado interno. O melão para e x p o r t a ç ã o é embalado em caixas de papelão com capacidade de 10 k g

Gorgatti Netto et al. (1994) trabalhando com melão para e x p o r t a ç ã o , verificaram que há mercado para frutos com até 2,0 kg.

(29)

14

3. M A T E R I A L E M É T O D O S

3.1. C A R A C T E R I Z A Ç Ã O D A Á R E A

O trabalho foi constituído de dois experimentos com a cultura do melão

(Cucumis melo L . ) conduzidos em um Latossolo Vermelho-Amarelo textura arenosa no

Campo Experimental de Bebedouro, em Petrolina-PE e em um Vertissolo do Campo Experimental de Mandacaru, em Juazeiro-BA, pertencentes a Embrapa Semi-Árido. Foram coletadas amostras de solo dos locais dos experimentos a uma profundidade de 0-0,20 m e analisadas para caracterização segundo E M B R A P A (1997). A determinação dos micronutrientes foi feita segundo Raij (1991) (Quadros 1 e 2).

(30)

15

Quadro 1. Caracterização química do Latossolo Vermelho-Amarelo e Vertissolo a 0-0.20 m de profundidade.

Características Latossolo Vermelho Amarelo Vertissolo

(Bebedouro) (Mandacaru) p H H ;0 - 1:2.5 6,50 8.00 Matéria Orgânica (g/kg) 7,60 13,10 Ca (cmolc/dm3) 1,60 28,20 M g (cmolc/dm3) 0,40 5,30 K (cmolc/dm3) 0,36 0,16 Na (cmolc/dm3) 0,06 0,22 A l (cmolc/dm3) 0,05 0,00 H + A l (cmolc/dm3) 0.78 0,00 P (mg/dm3) 30,00 20,00 C E (dS/m) 0,40 0,26 B (mg/dm3) 0,23 0,53 Cu (mg/dm3) 1,20 2,10 Fe (mg/dm ) 12,00 17,00 M n (mg/dm3) 15,30 20,00 Zn (mg/dm3) 24,40 33,00 CTC 3.20 33.90

Quadro 2. Caracterização física do Latossolo Vermelho Amarelo e Vertissolo a 0-0.20 m de profundidade.

Granulo metria Latossolo Vermelho amarelo Vertissolo

Areia (%) 83,00 47,00

Silte (%) 7,00 12,00

Argila (%) 10,00 41,00

(31)

16

3.2. T R A T A M E N T O S

Os tratamentos consistiram de duas doses de nitrogênio, aplicadas isoladas e em combinação com os micronutrientes boro, molibdênio e zinco e matéria orgânica, cujas doses e fontes estão apresentadas no Quadro 3.

Quadro 3. Tratamentos utilizados com suas respectivas doses e fontes utilizadas.

Tratamento Dose Fonte

T l Testemunha 0

T2 N 80 kg/ha Uréia

T3 N ; B ; M o ; Z n 80; 1,2; 0,4; 4 kg/ha Uréia: Acido B ó r i c o : Molibdato de Sódio: Sulfato

de Zinco

T4 N ; B; M o 80; 1,2; 0,4 kg/ha Uréia: Acido B ó r i c o :

Molibdato de Sódio

T5 N ; B ; Z n 80; 1,2; 4 kg/ha Uréia: Acido Bórico:

Sulfato de Zinco

T6 N ; M o ; Z n 80; 0,4; 4 kg/ha Uréia: Molibdato de Sódio:

Sulfato de Zinco

T7 N 160 kg/ha Uréia

T8 N ; M . O . 80 kg/ha : 20 mJ/ha Uréia: Esterco de Curral

3.3. I N S T A L A Ç Ã O E C O N D U Ç Ã O D O S E X P E R I M E N T O S

Inicialmente foi feito o preparo das áreas experimentais sendo abertas as covas para o plantio obedecendo ao espaçamento da cultura, ou seja, 1,80 x 0,50 m.

Em seguida foram feitas a adubação fosfatada de fundação, utilizando-se como fonte o adubo superfosfato simples e a aplicação de esterco de curral nas parcelas correspondentes aos tratamentos com matéria orgânica, também em fundação.

A p ó s essa etapa, nos dias 06/10/00 e 04 a 05/10/00 nos Campos de Bebedouro e Mandacaru, respectivamente, em cada cova foram semeadas três sementes do melão híbrido A F 682, Valenciano Amarelo. Oito dias após a germinação ( D A G ) , realizou-se o desbaste, deixando-se duas plantas por cova.

(32)

De acordo com o sistema de produção atualmente usado na região do Submédio São Francisco, as podas foram dispensadas, tendo sido retirados apenas os frutos mal polinizados.

A irrigação da cultura foi realizada diariamente em função da evapotranspiração com base na evaporação do tanque Classe A e no coeficiente da cultura (Kc).

O sistema de irrigação foi do tipo localizada, com o uso de gotejadores com vazão de 4 L/h, instalados com espaçamento de 1,0 m entre emissores.

A distribuição dos fertilizantes uréia, ácido bórico, molibdato de sódio, sulfato de zinco e cloreto de potássio via água de irrigação (fertirrigação) foi calculada em função do ciclo da cultura a partir da germinação das sementes.

O sistema de fertirrigação constituiu-se em um filtro de tela e uma bomba injetora de adubo do tipo T M B conectada ao sistema de irrigação (Figura 1).

Figura 1. Bomba Injetora do Tipo T M B para injeção de fertilizante no sistema de gotejamento.

(33)

18

A fertirrigação, por praticidade. foi realizada quatro vezes por semana, com nitrogênio e uma vez por semana com micronutrientes.

A aplicação de nitrogênio foi iniciada no terceiro dia após a germinação das sementes tenninando após 50 dias. A aplicação dos micronutrientes foi feita durante cinco semanas consecutivas contadas a partir da germinação das sementes.

A cultura do melão recebeu também 40 kg/ha e 130 kg/ha de K 2 O nos Campos Experimentais de Bebedouro e Mandacaru, respectivamente, sob a forma de cloreto de potássio via água de irrigação, quatro vezes por semana, durante 60 dias a partir do terceiro dia após a germinação das sementes.

Semanalmente, foram realizadas capinas manuais, de modo a erradicar quaisquer ervas daninhas. Também foi realizado o controle fitossanitário a fim de proteger as plantas contra as pragas e doenças. Quando a população de mosca branca tornava-se elevada, de forma que pudesse comprometer o desenvolvimento das plantas de melão, eram feitas as pulverizações visando a redução da praga.

Diariamente foram monitorados os valores máximos, mínimos e médios da temperatura e horas luz, bem como os da umidade relativa do ar.

N o Campo Experimental de Bebedouro, foram feitas duas colheitas dos frutos, tendo sido realizadas aos 72 e 81 dias após a germinação, ou seja, nos dias 18 e 27/12/00. N o entanto, para a análise dos dados, juntou-se a p r o d u ç ã o das duas colheitas. N o Campo Experimental de Mandacaru, apenas aos 70 dias a p ó s a germinação foi realizada a colheita dos frutos, no dia 21/12/00.

3.4. D E L I N E A M E N T O E X P E R I M E N T A L

O delineamento experimental adotado para os dois experimentos foi de blocos ao acaso com oito tratamentos e quatro repetições. O espaçamento do melão foi de 1,8 m x 0,5 a N o Campo Experimental de Mandacaru, a área de cada parcela foi de 50,4 m2 (7,2 m x 7,0 m), e no Campo Experimental de Bebedouro, foi de 25,2 m2 (3,6 x 7,0

m). N o entanto, nos dois campos experimentais a área útil de cada parcela foi de 25,20m2 (3,6 m x 7,0 m), correspondendo a duas fileiras de plantas.

N o experimento realizado no Campo Experimental de Bebedouro colocou-se como bordadura, apenas uma fileira de plantas em cada uma das duas fileiras da área experimental (Figura 2). O motivo de não ter sido reservado área de bordadura nas

(34)

19

parcelas foi a baixa infiltração lateral que ocorre no solo desse campo, o que evita a contaminação de fertilÍ2ante de uma fileira para outra no espaçamento utilizado. E m segundo lugar, pelo fato da cultura do melão apresentar u m porte rasteiro, não há interferência de luz e vento de uma fileira sobre outra. Dessa forma, a área total do experimento correspondeu a 907,2 m enquanto que no Campo Experimental de Mandacaru foi de 1.612,8 m2 (Figura 3).

(35)

20

BEBEDOURO

Linha Principal (enterrada)

11 T5 T l T3 T2 T6 T4 T8 RI / R2 / R3 / R4 ) R I / R2 / R3 / R4

1

28 ra_ B B B B B B B B B 32,4 m / 7,0 m / 7,0 m / 7,0 m / 7,0 m / L E G E N D A

B Bordadura Bomba de fertirrigação

Tn Tratamentos

Rn Repetições (unidade experimental) Área útil do experimento

' ^ R e g i s t r o d ' á g u a

(36)

M A N D A C A R U

Linha Principal (enterrada) T7 T5 T l T3 T2 T6 T4 T8 / R I / R2 / R3 / R4 Ï I R I / R2 / R3 / R4 h L E G E N D A 28m / 7,0 m / 7,0 m / 7,0 m / 7,0 m / B Bordadura Tn Tratamentos Bomba de fertirrigação

Rn Repetições (unidade experimental) •Linha lateral

Área útil do experimento Registro d ' á g u a

B B B B B B B B B

(37)

22

3.5. C A R A C T E R Í S T I C A S A V A L I A D A S

3.5.1. Peso M é d i o do Fruto (kg)

A p ó s a colheita, os frutos foram pesados obtendo-se assim o peso total da p r o d u ç ã o . Com base nesse peso e no número de frutos colhidos determinou-se o peso médio dos frutos dividindo-se o peso da produção pelo número de frutos colhidos.

3.5.2. Produtividade Total ( t . h a1)

Através da pesagem dos frutos colhidos na área útil de cada parcela dos experimentos obteve-se a produtividade em kg/parcela sendo transformada para t/ha adotando-se um fator de correção F= 0,3968, utilizado pelos técnicos para esta transformação.

3.5.3. Classificação dos Frutos (Tipo)

Os frutos foram classificados segundo o tipo (número de fruto por caixa). A classificação adotada foi a norte americana cuja caixa deve comportar de 6 a 12 frutos do grupo Inodoro, com peso líquido total em torno de 10 kg.

A partir da classificação por tipo, obteve-se a porcentagem de frutos em cada classe.

3.5.4. Teor de Sólidos Solúveis Totais (°Brix)

De cada parcela foram retirados dois frutos ao acaso, totalizando oito frutos por tratamento, nos quais foi determinado, por refratometria digital, o teor de sólidos solúveis totais (°Brix) segundo metodologia descrita em Instituto Adolfo Lutz (1985).

Os dados referentes ao peso médio dos frutos, produtividade total e teor de sólidos solúveis foram submetidos à análise de variância cujos resultados dos quadrados médios, estimativas das médias dos tratamentos, Coeficientes de V a r i a ç ã o ( C V ) e Diferenças Mínimas Sgnificativas ( D M S ) calculadas pelo m é t o d o de Duncan a 5% e

(38)

23

Significância encontram-se nas Tabelas 2, 3 e 4, através do programa SAS (SAS Intitute Inc. .1999).

(39)

24

4. R E S U L T A D O S E D I S C U S S Ã O

4.1. P R O D U T I V I D A D E T O T A L

Durante o ciclo da cultura do melão foram monitorados a temperatura, umidade relativa do ar e o número de horas luz nos Campos Experimentais de Bebedouro e Mandacaru. Os valores observados em Bebedouro, variaram de 20,4 a 36,0 °C, 62 a 97% e 0 a 12 horas luz (Figura 4) e em Mandacaru os valores observados t a m b é m variaram de 20,4 a 36,0 °C, 62 a 97% e 0 a 12 horas luz (Figura 5). De acordo com Soares et al (1999) essa faixa de temperatura está dentro daquela considerada ideal para uma exploração comercial bem sucedida, a qual contribui para aumentar a produtividade da cultura. No Campo Experimental de Bebedouro a precipitação total foi de 276,20 mm (Figura 6), tendo a maior precipitação, 87,0 mm, ocorrida 5 dias antes da primeira colheita. N o Campo Experimental de Mandacaru a precipitação total foi de 318,70mm, tendo a maior precipitação, 67,0 mm, ocorrida 15 dias antes da colheita, havendo uma concentração no período de desenvolvimento da cultura até a colheita. N a Figura 7 observa-se que houve um aumento na taxa de evapotranspiração ocorrida no Campo Experimental de Bebedouro, do período inicial do plantio, com valor de 1,37 mm/dia, a t é a metade do período de frutificação, quando os frutos estavam em formação, alcançando valor de 2,09 mm/dia. A partir daí essa taxa foi diminuindo até o final do ciclo da cultura. Já no Campo Experimental de Mandacaru a maior taxa de evapotranspiração ocorreu do período inicial do plantio até o início do período de frutificação, tendo os valores variados de 1,11 mm/dia a 2,10 mm/dia. A partir daí, t a m b é m diminuiu, até o final do ciclo da cultura. Observa-se que nos dois Campos Experimentais ocorreram variações nas taxas de evapotranspiração, o que pode estar

(40)

25

relacionado à precipitação ocorrida no período, que promoveu redução da temperatura e aumento da umidade relativa do ar.

(41)

Temperaturas

</) 40,0 T

Média Máxima Mínima

Umidade relativa do ar

Q _ 0 Ii 1 1 1 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I M M I I I I I I I I I I I I I I I I I I M I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I II

T - O O m C M O T C O C O O ^ - ^ T - O O I O

Número de horas luz /dia

Dias após Germinação

Final da fertirrigação - 50° D.A.G. Período de colheita - 72 ao 81 D.A.G.

Figura 4. Monitoramento do clima durante condução do experimento no Campo Experimental de Bebedouro, Petrolina - PE.

(42)

27

Temperaturas

3 <u O 3

2

40,0 32,0 24,0 16,0 -8,0 0,0 00 I I I I I ! M 1 1 io cg CM I M I I I I I I I I I I O) CD CN CO I I I I I I I I I I I M I CO o Tf IO M I N I LO 111111 CD I I I I I I I I I I I M I I I I I -r- 00 LO h- 00

Média Máxima Mínima

Umidade relativa do ar

T - 00

i l I I I I I I I I I I I I I I I I I I M I I I I I I I I I 1 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

l O C N O C O C O O I ^ - f t - O O i O T - C N C N C O T l O L O C O r - ^ N - C O

Número de horas luz /dia

Final da fertirrigação - 50 D.A.G. Período de colheita - 70 D.A.G.

Figura 5. Monitoramento do clima durante condução do experimento no Campo Experimental de Mandacaru, Juazeiro - B A .

(43)

28 P r e c i p i t a ç ã o •g"

100,0

£ 80,0

60,0

40,0

20,0

0,0

o O CO o d)

I

« M M M M M M M M M M N A M ( D i - f f l r ( O T - ( D i - ( [ ) 1 - CO i - (D LO IO CO CO D i a s a p ó s G e r m i n a ç ã o CO 1 -00 Precipitação

100,0

f

80,0

S

60,0

o

§ 40,0

2 20,0

Q .

0,0

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I! - CD n 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 ri 11 M I T I 1 1 1 1 1 1 1 M i c o - < — c o - < — C O - < - C D- < — co-<— co-<— c o - < — i - ( N ( N n n ^ t i n i í i ( D ( í ) N N c o

Dias após Germinação

Final da fertirrigação - 50 D A G . Período de colheita - 70 D . A G .

Figura 6. Precipitação durante condução dos experimentos nos Campos Experimentais de Mandacaru, Juazeiro - BA e Bebedouro, Petrolina - PE.

(44)

29 CO T3 Ê

£

LU 1111 l l 111 l l 111 I I I 111 l i l i M l 1 1 1 1 1 1 1 1 1 l l 1 1 1 1 1 1 1 1 i l 1 1 1 1 1 1 1 r i l i 1 1 1 1 1 1 1 1 1 l i 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 l i i

"3 "3 "3 3 "3 o

O O O O O z

> o

> o

tO CM 00 O t - í - t o m CN CO O

> >

o o

z z

CO Oi -r- CN CM N N CD d) Z Q Q O N N N CD CD CD Ü Ü O CD CN CO T- CN CN

Dia após Germinação

Final da fertirrigação - 50° D.A.G. Período de colheita - 70 D.A.G.

Figura 7. Evapotranspiração durante condução dos experimentos nos Campos Experimentais de Mandacaru, Juazeiro - BA e Bebedouro, Petrolina - PE.

Na Tabela 2 estão apresentados os valores médios das produtividades totais, em t/ha, e os valores dos quadrados médios relativos aos contrastes de interesse entre os efeitos dos tratamentos sobre a produtividade total nos dois ensaios considerados na pesquisa.

No Campo Experimental de Bebedouro as produtividades médias do melão variaram de 23,92 ( T l ) a 44,69 t/ha (T8) (Tabela 2). Essas produtividades estão acima

(45)

30

daquela verificada por Pinto et al. (1994) em estudos realizados no mesmo Campo Experimental que foi de 20.28 t/ha. Com exceção da testemunha ( T l ) , as produtividades médias obtidas estão de acordo com aquelas normalmente obtidas pelas empresas produtoras de melão da região Nordeste do Brasil, ou seja, acima de 30 t/ha.

N o Campo Experimental de Mandacaru as produtividades médias do melão variaram de 16,96 (T5) a 19,44 \J daquelas obtidas por Faria et al (2000) que, trabalhando no mesmo Campo Experimental com as doses de 0, 80, 130 e 180 t/ha, encontraram médias que variaram de 25,14 a 37,71 t/ha.ha (T4 e T7) (Tabela 2) tendo ficado abaixo

Através da comparação das médias da produtividade do Campo Experimental de Bebedouro observa-se que não houve diferença estatisticamente significativa entre aquelas correspondentes aos tratamentos, no entanto, todas elas se diferenciaram da testemunha. O mesmo não aconteceu com a produtividade do Campo Experimental de Mandacaru (Tabela 2), ou seja, não houve resposta da cultura em relação à aplicação de nutrientes. Tal fato pode estar relacionado, provavelmente, com as características dos solos uma vez que as condições climáticas nos dois Campos Experimentais foram semelhantes. Talvez, o nível inicial de fertilidade do Vertlssolo j á fosse adequado para o desenvolvimento da cultura, o que fez com que a mesma não respondesse a a d u b a ç ã o .

A comparação dos efeitos dos tratamentos sobre a produtividade total do melão foi feita através de contrates ortogonais (Tabela 2). O contraste entre a Produtividade dos tratamentos que receberam 80 kg de N e micronutriente (T3 , T4 p T5 , T6 ) e o

tratamento que recebeu 80 kg de N e matéria orgânica ( T s ) foi significativo a 1 % de probabilidade (Tabela 2). Com base nas produtividades médias correspondentes a esses tratamentos e, considerando o baixo teor de matéria orgânica presente no solo, pode-se inferir que a aplicação de nitrogênio mais matéria orgânica teve maior efeito do que a aplicação do N com micronutrientes no experimento de Bebedouro. Tais resultados não foram observados no experimento de Mandacaru.

Os demais contrastes analisados (C2, C3 e C4) , os quais estão relacionados c o m

os efeitos dos micronutrientes e matéria orgânica, não apresentaram significância, sobre a produtividade nos dois ensaios.

E m geral, a produtividade média de melão nas parcelas que receberam apenas nitrogênio ( T 2 e T7) foi maior do que aquelas obtidas com a aplicação de nitrogênio e

micronutrientes. Analisando os componentes de primeiro e segundo graus, constatou-se aue os dois são sisnificativos a 1% de probabilidade, desta forma considerou-se a

(46)

31

equação matemática quadrática como sendo a que melhor explica a variação da produtividade total em relação às doses de nitrogênio, concordando com Faria et al. (1994). Pela análise de regressão (Figura 3) e através de tal equação, estima-se que a dose de 118 kg/ha foi a que proporcionou uma produtividade mais elevada.

y = 23,917+0,3061-0,0013X2

jS 50 i

Q[ 0Á , ,

0 80 160 NITROGÊNIO-kg/ha

Figura 8. Estimativa da Produtividade do melão em função das doses de nitrogênio no Campo Experimental de Bebedouro.

A influência positiva do nitrogênio sobre a produtividade, provavelmente pode ser justificada pelos baixos teores de matéria orgânica no solo do Campo Experimental de Bebedouro, fonte principal desse elemento no solo.

(47)

32

T A B E L A 2 — Estimativas das médias da Produtividade Total (PT), em t/ha, relativas aos tratamentos. Coeficiente de Variação ( C V ) calculadas pelo m é t o d o de Duncan a 5%. bem como, resultados dos quadrados médios fornecidos pela análise de variância para os contrastes de interesse nos Campos Experimentais de Bebedouro ( 1 ) e Mandacaru ( 2 ), respectivamente.

Estimativa Das M é d i a s Tratamentos p j C ) p j < 2 ) T l (testemunha) T2 ( N 8 0 ) T3 ( N 80, B , M o , Zn) T4 ( N 8 0 , B , M o ) T5 ( N 8 0 , B , Z n ) T6 ( N 80, M o , Zn) T7 ( N 160) T8 ( N 80, M . O ) 23,92C 40,23AB 36,60 B 35,24 B 40,06 A B 36,09 B 40,20 A B 44,69 A 17,86A 17,86A 17,26A 19,44A 16,96A 17,46A 19,44 A 18,95A C . V . ( % ) 12,53 9,70 Q U A D R A D O S M E D I O S

Contrastes de Interesse G . L . p"p<i) p j < 2 )

Comp. l u grau ( N ) = ( T , + T2 + T7) 1 529,9934** 5,0384 Comp. 2o grau ( N ) 1 177,9587** 1,6795 C l : T8 vs ( T3, . . . , T6) 1 189,3812** 4,3476 C2: T2 vs ( T 3 , T6) 1 33,3638 0,0177 C 3 : T2 vs Tg 1 39,8546 2,3814 C4: T2 vs T3 31,4900 0,4920 Tratamento 7 150,9853** 3,9025 Bloco 3 35,2563 1,4302 Resíduo 21 21,6675 3,0984

**, * e ns - significativo a l e 5% de probabilidade e não significativo, respectivamente, pelo teste F.

(48)

33

4.2. P E S O M É D I O D O S F R U T O S C O M E R C I A I S

As variações do peso médio do fruto de melão em função dos tratamentos, correspondentes aos Campos Experimentais de Bebedouro e Mandacaru, são apresentadas na Tabela 3, respectivamente. Com exceção do peso médio obtido com o tratamento nitrogênio mais matéria orgânica (T8) no Campo Experimental de Mandacaru, os demais pesos ficaram abaixo de 2,0kg, valor este considerado, como u m limite superior para os frutos comercializáveis (Gorgatti Neto et al., 1994).

No Campo Experimental de Bebedouro o peso médio dos frutos variou de 1,634 (T6) a 1,797 k g (T7) não havendo, entretanto, diferença significativa entre os tratamentos. Da mesma forma, os contrastes testados n ã o apresentaram diferença significativa.

O efeito não significativo do nitrogênio no peso médio dos frutos de melão está em desacordo com o que foi observado em outros trabalhos realizados por Srinivas & Prabhakar (1984), Faria (1990) e Katayama (1993). N o entanto, o efeito não significativo da matéria orgânica sobre o peso médio do fruto j á havia sido observado por Faria et al. (1994) e Araújo et al. (1999).

Já no Campo Experimental de Mandacaru o peso médio dos frutos variou de 1,642 (T3) a 2,075 kg (T8), tendo o tratamento T8 se diferenciado dos demais (Tabela 3). Neste caso observa-se que, no confronto das médias pelo m é t o d o de Duncan a 5% de significância, o tratamento com nitrogênio e matéria orgânica foi o que apresentou maior peso médio dos frutos, 2,075 kg, diferenciando-se da testemunha e daqueles que receberam nitrogênio e micronutrientes. Isso contribuiu para que os contrastes C l e C3 (Tabela 3) fossem significativos ao nível de 1% de probabilidade. Tais contrastes mostram os efeitos significativos da adição de matéria orgânica em relação à de micronutrientes e em relação à ausência de matéria orgânica. O efeito favorável do tratamento T8 provavelmente pode ser atribuído ao adicionamento de esterco de curral bem curtido aliado ao teor de matéria orgânica, 13,1 g/kg, j á existente no solo. Os demais contrastes não apresentaram diferença significativa.

(49)

34

T A B E L A 3 - Estimativas das médias do Peso médio dos frutos comerciais (PMF), em kg, relativas aos tratamentos, Coeficientes de Variação calculadas pelo método de Duncan a 5%, bem como, resultados dos quadrados médios fornecidos pela análise de variância para os contrastes de interesse nos

Campos Experimentais de BebedouroU ) e Mandacaru( 2 ),

respectivamente. Estimativa Das M é d i a s Tratamentos P M F( 1 ) P M F( 2 ) T l (testemunha) 1.775A 1.752B T2 ( N 8 0 ) 1,675A L 6 4 6 B T3 ( N 80, B , M o , Zn) L 7 0 0 A L 6 4 2 B T4 ( N 8 0 , B , M o ) L 7 8 6 A 1,737B T5 ( N 8 0 , B , Z n ) 1,775A 1,780B T6 ( N 80, M o , Zn) 1,634A 1,644B T7 ( N 160) 1,797A L 6 6 6 B T8 ( N 8 0 . M . O ) 1,794A 2,075A C.V.(%) 6,88 10,03 Q U A D R A D O S M E D I O S Contrastes de Interesse G . L . P M F1" P M FZ ) Comp. 1° grau ( N ) = ( T , + T2 + T7) 1 0.0094 0,0147 Comp. 2o grau ( N ) 1 0,0205 0,0108 C l : Tg vs ( T3, . . . , T6) 1 0,0157 0,4481** C2: T2 vs ( T3, . . . , T6) 1 0,0077 0,0096 C3: T2 vs Tg 1 0,0284 0,3683** C4: T2 vs T3 1 0,0012 0,00002 Tratamento 7 0.0151 0.0839* Bloco 3 0.0644* 0.0194 Resíduo 21 0.0143 0.0306

**, * e ns - significativo a 1 e 5% de probabilidade e não significativo, respectivamente, pelo teste F.

Com o objetivo de comparar os tamanhos dos frutos, colhidos no Campo Experimental de Mandacaru, de acordo com as doses de nitrogênio isolado e combinado commicronutrientes e matéria orgânica, são apresentadas as Figuras 9, 10, l i e 12.

(50)

Figura 9. Comparação visual entre os tratamentos T l , T2 e T7 no Campo Experimental de Mandacaru - BA.

Figura 10. Comparação visual entre os tratamentos T3 e T8 no Campo Experimental de Mandacaru - BA.

(51)

Figura 11. Comparação visual entre os tratamentos T3, T2 e T8 no Campo Experimental de Mandacaru - BA.

Figura 12. Comparação visual entre os tratamentos T l , T2 e T3 no Campo Experimental de Mandacaru - BA.

(52)

37

4.3. T E O R D E S Ó L I D O S S O L Ú V E I S T O T A I S (°Brix)

Na Tabela 4 estão apresentados os resultados do teor de sólidos solúveis obtidos nos dois experimentos, em função dos tratamentos. Observa-se que esses teores médios oscilaram de 9.74 a 11,35 °Brix e de 10,09 a 11,27 °Brix nos experimentos realizados nos Campos Experimentais de Bebedouro e Mandacaru, respectivamente. Segundo Aulenbach (1974), estes valores encontram-se dentro da faixa considerada ideal, ou seja, entre 8 e 13 °Brix e estão próximos do Brix médio do melão produzido no Brasil, que é em torno de 10 °Brix.

Suarez & Ramirez (1985) e Yamaguchi et al (1977) relatam que a exigência do teor de sólidos solúveis totais para o mercado de exportação deve ser no míriimo de 9 °Brix e Gorgatti Neto et al (1994) salientam que frutos com Brix entre 9 e 12 são comercializáveis. Assim, pode-se dizer que os frutos obtidos nos dois experimentos atendem tanto ao mercado externo como interno, em relação aos teores de sólidos solúveis totais.

Em relação ao efeito dos tratamentos sobre os teores de sólidos solúveis observa-se na Tabela 4 que se evidencia diferença significativa entre os tratamentos apenas no experimento realizado em Bebedouro.

O fato do tratamento com a maior dose de nitrogênio diferir estatisticamente da testemunha pelo teste de Duncan a 5% de significância concorda com o que foi observado por Faria et al (1994) e Faria et al (2000) em trabalhos realizados no Campo Experimental de Mandacaru, no entanto, discorda com o que foi observado por Pinto et al. (1993), Pinto et al.(1994), Sousa & Sousa (1998) e Soares et al. (1999), quando trabalharam com a cultura do melão avaliando níveis crescentes de nitrogênio.

As aplicações de micronutrientes e matéria orgânica, juntamente c o m nitrogênio não mostraram efeitos significativos sobre o teor de sólidos solúveis dos frutos de melão.

O elemento boro, por exemplo, pode ter sido adsorvido ao solo pela participação ativa do elemento cálcio uma vez que o teor do mesmo se encontrava alto no Campo Experimental de Mandacaru além do que, o p H do solo se encontrava na faixa alcalina elevada.

Segundo Faria & Pereira (2000), as características do solo que ocorre no Campo Experimental de Mandacaru, tais como p H acima de 7,0, textura argilosa, presença de argila do tipo 2 : 1 . confere ao mesmo alta capacidade de retenção de

(53)

38

nutrientes da mesma forma que condição desfavorável à disponibilidade do elemento zinco. Diante disto pode-se supor ter ocorrido, no presente trabalho, a retenção do zinco pelas partículas do solo, tornando-o não disponível para as plantas como t a m b é m terem sido formados complexos insolúveis de zinco junto à matéria orgânica, de acordo com Zekri & Koo (1992).

Conforme Kapland & Ester (1985), a matéria orgânica pode causar a retenção dos micronutrientes fazendo com que as quantidades disponíveis dos mesmos não sejam suficientes para o melão responder a elas.

Dentre os contrastes de médias realizados na análise de variância, com os dados obtidos no Campo Experimental de Bebedouro, apenas o componente de primeiro grau e o contraste C2 foram significativos a 5% de probabilidade mostrando os efeitos favoráveis das doses crescentes de nitrogênio e da aplicação de micronutrientes junto ao nitrogênio. Já os contrastes feitos com os dados obtidos no Campo Experimental de Mandacaru não foram significativos.

Referências

Documentos relacionados

Sendo assim, o presente estudo visa quantificar a atividade das proteases alcalinas totais do trato digestório do neon gobi Elacatinus figaro em diferentes idades e dietas que compõem

2 - OBJETIVOS O objetivo geral deste trabalho é avaliar o tratamento biológico anaeróbio de substrato sintético contendo feno!, sob condições mesofilicas, em um Reator

Este trabalho buscou, através de pesquisa de campo, estudar o efeito de diferentes alternativas de adubações de cobertura, quanto ao tipo de adubo e época de

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

- desenvolver a pesquisa de acompanhamento das atividades de ensino desenvolvidas nos cursos na modalidade à distância; - participar de grupo de trabalho para o desenvolvimento

Afinal de contas, tanto uma quanto a outra são ferramentas essenciais para a compreensão da realidade, além de ser o principal motivo da re- pulsa pela matemática, uma vez que é

29 Table 3 – Ability of the Berg Balance Scale (BBS), Balance Evaluation Systems Test (BESTest), Mini-BESTest and Brief-BESTest 586. to identify fall

O primeiro passo para introduzir o MTT como procedimento para mudança do comportamento alimentar consiste no profissional psicoeducar o paciente a todo o processo,