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A identidade do rock e seus subgêneros no contexto da moda contemporânea

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Academic year: 2021

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UTFPR-UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE MODA

LARISSA FURTADO RUELLA

A IDENTIDADE DO ROCK E SEUS SUBGÊNEROS NO CONTEXTO

DA MODA CONTEMPORÂNEA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

APUCARANA 2015

(2)

LARISSA FURTADO RUELLA

A IDENTIDADE DO ROCK E SEUS SUBGÊNEROS NO CONTEXTO

DA MODA COMTEMPORÂNEA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Orientador: Patrícia Bedin Alves Pereira

APUCARANA 2015

(3)

Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Apucarana

CODEM – Coordenação do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda

TERMO DE APROVAÇÃO

Título do Trabalho de Conclusão de Curso Nº 145

A identidade do rock e seus subgêneros no contexto da moda contemporânea

por

LARISSA FURTADO RUELLA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado aos dezessete dias do mês de junho do ano de dois mil e quinze, às dezenove horas, como requisito parcial para a obtenção do título de Tecnólogo em Design de Moda, linha de pesquisa Processo de Desenvolvimento de Produto, do Curso Superior em Tecnologia em Design de Moda da UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. A candidata foi arguida pela banca examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a banca examinadora considerou o trabalho aprovado.

______________________________________________________________ PROFESSOR(A) PATRÍCIA BEDIN ALVES PEREIRA – ORIENTADOR(A)

______________________________________________________________ PROFESSOR(A) CARLA HIDALGO CAPELASSI – EXAMINADOR(A)

______________________________________________________________ PROFESSOR(A) JOSIANY OENNING – EXAMINADOR(A)

“A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso”. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PR

(4)

AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus pela vida e pela saúde e a fé para superar as dificuldades; Agradeço a minha mãe Rose que sempre esteve ao meu lado e sempre me apoiou em todos os momentos da minha vida sem a qual eu não estaria aqui hoje;

Agradeço também a minha orientadora Patrícia pela sua paciência e dedicação;

Agradeço meus amigos e meu namorado que me acompanharam em toda minha trajetória até este momento tão esperado.

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RESUMO

RUELLA, Larissa Furtado. A identidade do rock e seus subgêneros no contexto da moda contemporânea. 2015, 101 pág. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda) Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR. Apucarana, 2015.

O rock é um dos maiores gêneros musicais que surgiu com o propósito de rebeldia. Desde seu início vem revolucionando e se renovando a cada ano com novos estilos e assim se ramificando. Ao identificar-se com movimentos sociais de protesto, o rock vem marcando a sociedade através das décadas permitindo que os jovens propaguem seus ideais. O rock está aliado à moda: é por ela que ele expressa sua atitude e identidade. A cada ano desde seu surgimento foram aparecendo novas maneiras de se expressar, de se vestir e comportar através da música marcando cada década por um estilo de vestimenta específica. Neste sentido este estudo tem como objetivo abordar o rock no contexto da moda contemporânea, seus subgêneros e influências em uma análise cronológica a fim de criar uma marca homogênea com influências em vários subgêneros do rock’n’roll.

(6)

ABSTRACT

The rock is one of the greatest musical genres that emerged with the purpose of rebellion. Since its inception has revolutionized and renewing each year with new styles and so branching. To identify with social protest movements, the rock has marked the society through the decad457es allowing young propagate his ideals. The rock is combined with fashion it is for her that he expresses his attitude and identity. Each year since its inception have been showing new ways to express themselves, to dress and behave through music marking each decade for a specific style of dress. In this sense this study aims to address the rock in the context of contemporary fashion, its subgenres and influences in a chronological analysis to create a homogeneous brand with influences in various subgenres of rock'n'roll.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Idade ... 42

Gráfico 2 – Você costuma ir a eventos de rock...43

Gráfico 3 – Você compraria peças casuais de uma marca com influências em diversos estilos rock? ...43

Gráfico 4 – Ao procurar peças com estilo rock para comprar, você encontra dificuldades? ... 44

Gráfico 5 – Que tipo de peça com este estilo você sente mais dificuldade em encontrar? ...44

Gráfico 6 – Quais cores você prefere na hora de vestir? ... 45

Gráfico 7 – Que estilo mais combina com você? ... 46

Gráfico 8 – Na hora de comprar uma roupa, você opta por qual tipo de loja? ... 46

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Prado tendências verão ...57 Quadro 2 – Mix de coleção... 61

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Chuck Berry... 18

Figura 2 – Os Beatles nos estúdios da Alpha Television... 22

Figura 3 – Punk em Londres... 31

Figura 4 – Kurt Cobain...32

Figura 5 – Devil Horns... 34

Figura 6 – Judas Priest Banda de heavy metal... 35

Figura 7 – Siouxsie...36

Figura 8 – John Varvatos – Milão / inverno 2015... 38

Figura 9 – Semana de Moda de Londres: Vivienne Westwood Red Label Inverno 2014... 39 Figura 10 – Fashionising 2013... 40 Figura 11 – Logomarca... 49 Figura 12 – Loja... 51 Figura 13 – Tag... 53 Figura 14 – Embalagem...53

Figura 15 – Imagem público Alvo... 54

Figura 16 – Painel universo público-alvo... 55

Figura 17 – Salvar a nossa Sociedade... 56

Figura 18 – Alexander Wang RTW Fall 2014... 57

Figura 19 – MM6 Maison Martin Margiela Pre-fall 2015 ... 58

Figura 20 – Shapes... 60

Figura 21 – Painel semântico... 61

Figura 22 – Cartela de cores...62

Figura 23 – Cartela de materiais... 63

Figura 24 – Geração de alternativa – look 01... 64

Figura 25 – Geração de alternativa – look 02... 65

Figura 26 – Geração de alternativa – look 03... 66

Figura 27 – Geração de alternativa – look 04... ...67

Figura 28 – Geração de alternativa – look 05... 68

Figura 29 – Geração de alternativa – look 06 ... 69

Figura 30 – Geração de alternativa – look 07... 70

Figura 31 – Geração de alternativa – look 08... 71

Figura 32 – Geração de alternativa – look 09...72

Figura 33 – Geração de alternativa – look 10... 73

Figura 34 – Geração de alternativa – look 11... 74

Figura 35 – Geração de alternativa – look 12... 75

Figura 36 – Geração de alternativa – look 13... 76

Figura 37 – Geração de alternativa – look 14... 77

Figura 38 – Geração de alternativa – look 15... 78

Figura 39 – Geração de alternativa – look 16... 79

Figura 40 – Geração de alternativa – look 17... 80

Figura 41 – Geração de alternativa – look 18... 81

Figura 42 – Geração de alternativa – look 19...82

Figura 43 – Geração de alternativa – look 20... 83

Figura 44 – Geração de alternativa – look 21... 84

Figura 45 – Geração de alternativa – look 22... 85

(10)

Figura 47 – Geração de alternativa – look 24... 87

Figura 48 – Geração de alternativa – look 25 ... 88

Figura 49 – look escolhido 17...89

Figura 50 – look escolhido 18...90

Figura 51 – look escolhido 19...91

Figura 52 – look escolhido 20...92

Figura 53 – look escolhido 21...93

Figura 54 – look escolhido 21...94

Figura 55 – look escolhido 12...95

Figura 56 – look escolhido 11...96

Figura 57 – look escolhido 03...97

Figura 58 – look escolhido 04...98

Figura 59 – look escolhido 05...99

Figura 60 – look escolhido 02...100

Figura 61 – Ficha técnica – Blusa GO (folha 01) ...101

Figura 62 – Ficha técnica – Blusa GO (folha 02) ...102

Figura 63 – Ficha técnica – Blusa GO (folha 03) ...103

Figura 64 – Ficha técnica – Shorts GO (folha 01) ...104

Figura 65 – Ficha técnica – Shorts GO (folha 02) ...105

Figura 66 – Ficha técnica – Shorts GO (folha 03) ...106

Figura 67 – Ficha técnica – Shorts GO (folha 04) ...107

Figura 68 – Ficha técnica – Vestido cruz (folha 01) ...108

Figura 69 – Ficha técnica – Vestido cruz (folha 02) ...109

Figura 70 – Ficha técnica – Vestido cruz (folha 03) ...110

Figura 71 – Ficha técnica – Vestido cruz (folha 04) ...111

Figura 72 – Ficha técnica – Vestido Ho (folha 01) ...112

Figura 73 – Ficha técnica – Vestido Ho (folha 02) ...113

Figura 74 – Ficha técnica – Vestido Ho (folha 03) ...114

Figura 75 – Ficha técnica – Vestido Ho (folha 04) ...115

Figura 76 – Ficha técnica – Vestido h7t (folha 01) ...116

Figura 77 – Ficha técnica – Vestido h7t (folha 02) ...117

Figura 78 – Ficha técnica – Vestido h7t (folha 03) ...118

Figura 79 – Ficha técnica – Vestido h7t (folha 04) ...119

Figura 80 – Ficha técnica – Cropped D098 (folha 01) ...120

Figura 81 – Ficha técnica – Cropped D098 (folha 02) ...121

Figura 82 – Ficha técnica – Cropped D098 (folha 03) ...122

Figura 83 – Ficha técnica – Saia nebu 009 (folha 01) ...123

Figura 84 – Ficha técnica – Saia nebu 009 (folha 02) ...124

Figura 85 – Ficha técnica – Saia nebu 009 (folha 03) ...125

Figura 86 – Ficha técnica – Saia nebu 009 (folha 04) ...126

Figura 87 – Ficha técnica – Top 009 (folha 01) ...127

Figura 88 – Ficha técnica – Top 009 (folha 02) ...128

Figura 89 – Ficha técnica – Top 009 (folha 03) ...129

Figura 90 – Ficha técnica – Blusa cole (folha 01) ...130

Figura 91 – Ficha técnica – Blusa cole (folha 02) ...131

Figura 92 – Ficha técnica – Blusa cole (folha 03) ...132

Figura 93 – Ficha técnica – saia couro recorte (folha 01) ...133

Figura 94 – Ficha técnica – saia couro recorte (folha 02) ...134

Figura 95 – Ficha técnica – saia couro recorte (folha 03) ...135

(11)

Figura 97 – Prancha visual do look confeccionado 1...137

Figura 98 – Prancha visual do look confeccionado 2...137

Figura 99 – Prancha visual do look confeccionado 3...138

Figura 100 – Prancha visual do look confeccionado 1...139

Figura 101 – Prancha visual do look confeccionado 5...140

Figura 102 – Prancha visual do look confeccionado 6...141

Figura 103 – Look confeccionado 1...143

Figura 104 – Look confeccionado 2...143

Figura 105 – Look confeccionado 3...144

Figura 106 – Look confeccionado 4...144

Figura 107 – Look confeccionado 5...145

Figura 108 – Look confeccionado 6...145

Figura 109 – página inicial do site...146

Figura 110 – página conceito da coleção...146

Figura 111 – página conceito da marca...147

Figura 112 – página coleção...147

Figura 113 – página coleção...148

Figura 114 – página contato ...148

Figura 115 – página contato com formulário ...149

Figura 116 – página shop...149

Figura 117 –Ordem de entrada para desfile looks 1, 2 e 3...150

(12)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ... 14 1.2 OBJETIVOS ... 14 1.2.1 Objetivos gerais ... 14 1.2.2 Objetivos específicos... 14 1.3 JUSTIFICATIVA ... 14 1.4 HIPÓTESE ... 15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 16

2.1 CONTEXTO HISTÓRICO DO ROCK ... 16

2.1.1 O período Pós-guerra ... 16 2.1.2 Década de 1950 ... 17 2.1.3 Década de 1960 ... 21 2.1.4 A Década de 1970 ... 24 2.1.5 Década de 1980 ... 26 2.1.6 Anos 1990 e 2000 ... 28 2.2 O ROCK NO BRASIL ... 28 2.3 SUBGÊNEROS DO ROCK ... 30 2.3.1 Punk ... 30 2.3.2 Grunge ... 33 2.3.3 Heavy Metal ... 34 2.3.4 Gótico ... 36 Figura 7- Siouxsie ... 37 2.4 O ROCK E A MODA ... 37 3 METODOLOGIA ... 42

3.1 COLETA E ANÁLISE DE DADOS ... 42

4 DIRECIONAMENTO MERCADOLÓGICO ... 49 4.1 EMPRESA ... 49 4.1.1 Nome da Empresa ... 49 4.1.2 Porte ... 49 4.1.3 Marca ... 49 4.1.4 Conceito da Marca ... 50 4.1.5 Seguimento ... 50

4.1.6 Distribuição e Pontos de Venda ... 51

4.1.7 Concorrentes ... 51

4.1.8 Sistema de Vendas ... 52

4.1.9 Promoção e Marketing ... 52

4.1.10 Preços Praticados ... 53

4.1.11 Planejamento Visual e Embalagem ... 53

4.2 PÚBLICO ALVO ... 55 4.2.1 Perfil do consumidor ... 55 4.3 PESQUISA DE TENDÊNCIAS ... 56 4.3.1 Macrotendências (socioculturais) ... 56 4.3.2 Microtendências (Estéticas) ... 57 5 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ... 59

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5.2 ESPECIFICAÇÕES DO PROJETO ... 60 5.2.1 Conceito da coleção ... 60 5.1.2 Nome da coleção ... 60 5.1.3 Referência da coleção ... 60 5.1.4 Cores ... 60 5.1.5 Materiais ... 60 5.1.6 Formas e estruturas ... 61 5.1.7 Tecnologias ... 61 5.1.8 Mix de coleção ... 61 5.3 PAINEL SEMÂNTICO ... 62 5.4 CARTELA DE CORES ... 63 5.5 CARTELA DE MATERIAIS ... 63 6 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS ... 65

6.1 ANÁLISE E SELEÇÃO JUSTIFICADA DAS ALTERNATIVAS ... 90

6.2 FICHAS TÉCNICA DOS LOOKS CONFECCIONADOS ... 101

6.2.1 Fichas técnicas do look 1 ... 101

6.2.2 Fichas técnicas do look 4 ... 117

6.2.2 Fichas técnicas do look 5 ... 121

6.2.2 Fichas técnicas do look 6 ... 128

6.3 PRANCHAS VISUAIS DOS LOOKS CONFECCIONADOS ... 138

6.3 LOOKS CONFECCIONADOS ... 144

6.3 DOSSIÊ ELETRÔNICO (SITE) ... 146

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 152

REFERÊNCIAS ... 153

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO ... 158

(14)

1 INTRODUÇÃO

Há milhares de anos a música faz parte da vida das pessoas de alguma forma, definisse musica qualquer tipo de melodia com ou sem instrumento musical independente do seu ritmo ou intensidade. A música pode representar muitos sentimentos e significados, uma devoção, tristeza, paz, alegria, amor, enfim, assim como a poesia, a pintura, a escultura ela é a forma de arte através da qual, as pessoas buscam se expressar sobre o que pensam e sentem.

Dentre todos os gêneros musicais o rock tem sido um dos mais marcantes pelas suas características de romper com tradições e padrões convencionais, e imprime uma forte influência nos jovens desde seu surgimento nos anos de 1950. Ele é um gênero musical que desde suas origens até os dias atuais, se transformou gerando novos subgêneros e tendo novas influências, ele não só desenvolveu subgêneros, mas também movimentos sociais e culturais revolucionando o meio de pensar e agir das pessoas indo contra todo tipo de preconceito. Nos dias de hoje o rock, seja nacional ou internacional, ele parte sempre da mesma essência.

Na opinião de Friedlander (2013, p.412), O rock and Roll toca a alma do ouvinte de alguma forma, não importa como as pessoas encarem a música, seja ela como válvula de escape para abrandar a dor, liberar o espirito, para refletir sobre a vida e para se divertir.

Para Vinil, “a moda sempre andou de mãos dadas com o rock and roll” (2008, p.10), é através da moda que o rock expressa sua atitude e identidade. A cada década desde seu surgimento foram aparecendo novas maneiras de se expressar, de se vestir e comportar através da música. De hippies a punks, de metaleiros a grunges, o rock, apesar das diferenças entre as tribos tinha um único propósito: revolucionar.

(15)

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Como desenvolver uma coleção, agregando valores e aspectos de vários subgêneros do rock, sem sobrepor nenhum deles, resultando em peças casuais e atrativas para um público apreciador desse estilo musical?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivos gerais

Desenvolver produtos de moda para o público que se identifica com o rock e seus vários subgêneros, afim de expressar através de suas vestimentas de forma casual mantendo a agressividade característica do rock.

1.2.2 Objetivos específicos

 Pesquisar o histórico do rock e alguns subgêneros;

 Compreender os valores e características de cada subgênero identificando aspectos comuns;

 Pesquisar o comportamento das pessoas que gostam de rock;

 Pesquisar a influência do rock no contexto da moda;

 Desenvolver uma coleção com referências no rock’n’rol.

1.3 JUSTIFICATIVA

No decorrer das décadas o rock se tornou gênero musical muito popular entre os jovens, cada década foi marcada por um subgênero formando assim vários subgêneros, nos dias atuais a maioria dos adeptos do rock se identificam com mais de um subgênero desta forma se faz necessários estudos que atendam às

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necessidades deste público que se expressa com os conceitos morais e musicais do rock.

1.4 HIPÓTESE

Homogeneizar conceitos dos subgêneros do rock. Criando uma coleção casual e com a identidade do rock atendendo ao público que se identifique com o gênero.

(17)

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 CONTEXTO HISTÓRICO DO ROCK

2.1.1 O período Pós-guerra

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945 o mundo vivia um período de reestruturação. Mazzoleni afirma que o século XX mais do que qualquer outra década os anos 50 demostravam um otimismo incrível vindo com uma grande prosperidade econômica, e a sociedade norte-americana passando por mudanças sociais politicas profundas. (2012, p.117).

Durante os anos 1950, em alguns países mais desenvolvidos os tempos tinham de fato melhorado. Segundo Hobsbawm, (1995) Os Estados Unidos, não foram afetados negativamente pela Segunda Guerra Mundial. Eles não sofreram danos e ao fim da guerra estavam com quase dois terços da produção industrial do mundo.

Este período também chamado pelo historiador inglês Eric Hobsbawm de Era de Ouro, é conhecido como período que começa logo após o final da Segunda Guerra Mundial e estende-se até os anos iniciais da década de 1970.

A Era de Ouro foi um fenômeno mundial, no qual a economia crescia a uma taxa explosiva, o consumo de energia praticamente duplicou e o mundo industrial se expandia por toda a parte. Uns dos motivos para que a Era de Ouro fosse chamada assim é o fato que o preço do barril de petróleo saudita custava em média menos de dois dólares o que tornou a energia extremamente barata. Foi a era da evolução tecnológica, onde afetou a consciência do consumidor de tal forma que a novidade se tornou o principal recurso de venda para tudo.

Após vários anos de privação por causa da depressão e da guerra, a sociedade americana tinha sede de consumo generalizado, estimulada por um sentimento exacerbado de liberdade e de otimismo. O sonho americano concretizava, no final dos anos 1940, o desejo de toda uma geração de ter melhores condições de vida, uma moradia com preço justo, com boas escolas e sem criminalidade. (MAZZOLENI, 2012, p. 118).

(18)

De acordo com Mazzoleni (2012) foi a época onde o automóvel passou a ser o elemento chave da expansão urbana. A padronização dos rádios nos carros possibilitou a difusão cada vez maior da música popular. A prosperidade econômica do pós-guerra consequentemente fez acontecer um baby-boom extraordinário que elevou o número de adolescentes a partir da segunda metade dos anos 1950.

Esta próspera economia na América deu condições para o desenvolvimento de uma nova classe consumidora os adolescentes, enquanto na Europa buscava-se a reconstrução.

Por não terem vivido as privações dos anos da depressão eles aproveitaram mais a prosperidade. Em 1956, um instituto de pesquisa americano mostrou que 13 milhões de jovens dispunham de uma renda anual de sete bilhões de dólares. Os de classe média dispunham de 10,55 dólares por semana. Os jovens estavam ditando moda para o rhythm and blues e eram os maiores responsáveis pelo aumento de vendas dos compactos. (MAZZOLENI, 2012).

Os adolescentes eram capazes de escolher sua própria música. Pela primeira vez uma geração inteira se emancipou e se definiu por sua própria cultura musical. Escutar Rock’n’roll era como um ato de desafio.

O fenômeno suburbano, o crescimento da classe média, o nascimento da indústria de entretenimento e o surgimento do ideal adolescente abriram as portas para uma das maiores revoluções culturais da história a explosão e popularização do rock’n’roll, primeiramente nos Estados Unidos e depois no resto do mundo. (MAZZOLENI, 2012, p.117).

Os pais não sabiam mais como reagir diante desse surto de rebeldia, abrangido pelo rock’n’roll. A mídia não parava de falar sobre isso, uma verdadeira revolução das preferências dos adolescentes. Quanto mais os pais e a imprensa falavam mal do rock mais os adolescentes se entusiasmavam a escutá-lo. Aos poucos o modo de vestir, falar comer e dançar rompeu com o passado.

2.1.2 Década de 1950

O rock and roll surgiu no sul dos Estados Unidos, por volta dos anos 50 e teve suas origens no rhythm and blues dos negros e elementos da música folk e country

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dos brancos. Musicalmente falando, o rock é algo simples de se explicar. Paul Friedlander o define como “a evolução do rock clássico, que extraía suas raízes dos estilos rhythm and blues, country e rockabilly” (2013, p.392). Porém o rock não é somente música. O rock and roll foi uma das maiores, se não a maior, revolução cultural de todo o século XX.

Tendo influência na música negra e branca, os pioneiros do rock clássico são compostos por duas gerações sendo a primeira com Fats Domino, Bill Haley, Chuck Berry e Little Richard, tendo como influência as raízes do rhythm and blues. A segunda por volta dos de 1955, com Elvis, Buddy Holly, Jerry Lee Lewis e Everly Brothers no country dos brancos. (FRIEDLANDER, 2013)

Nos Estados Unidos, o avanço do rock’n’roll concretizou as críticas racistas e depreciativas à sua contribuição musical. Ele foi reduzido a uma forma de expressão doentia e degenerada, capaz de interessar apenas aos adolescentes da classe operária e a comunidade negra. (MAZZOLENI, 2012, p.142).

Em meados da década de 1950, alguns artistas brancos regravavam discos de artistas negros como Little Richard para tentar conter e tranquilizar uma geração preocupada na possibilidade de seus filhos ouvirem música negra. “O rock’n’roll funcionou como uma inversão psicológica na relação dominador (branco) /dominado (negro) que prevalecia na sociedade norte-americana. (BRANDÃO, 1990, p. 20).

No entanto, ao longo da década inúmeras mães brancas compravam discos negros para os filhos com a desculpa de que eram para empregados. Contradizendo outras mães chegavam ao ponto de quebrar e queimar os discos de rock and roll para não comprometer a saúde mental de seus filhos. Mazzoleni (2012, p. 142) diz que “Essa reações histéricas mostrava, a inadequação e a falta de abertura de uma grande parte da sociedade face à modernidade musical provenientes das periferias negras, brancas, rurais e pobres”.

A América conheceu problemas sociais terríveis, antes de conseguir vencer o preconceito de uma geração inteira graças à música, principalmente em Mississipi onde ocorreu um caso de assassinato de um jovem negro e os culpados foram inocentados. E pela primeira vez a imprensa falou abertamente sobre o racismo que abalou os Estados Unidos. Para Friedlander “em suas origens o rock and roll era essencialmente uma música afro-americana” (2013, p.31).

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O rock proporcionava ao seu público, predominantemente de classe média uma forma excitante de extravasar suas insatisfações perante a sociedade. Ele não era musicalmente complexo, os vocais eram carregados de emoções.

Os jovens reagiam emocionalmente à música, movendo seus corpos em vibrações que acompanhavam o movimento dos artistas. As letras contavam história adolescente sobre amor, dança, escola, música e sexo somente histórias simples sobre o cotidiano. (FRIEDLANDER, 2013, p. 46)

Chuck Berry foi uns dos importantes músicos negros que trabalhavam esses temas e suas músicas ligadas à juventude do período, ele tocava guitarra saxofone e piano, e por muitos considerado o pai da guitarra do rock and roll, pois foi o primeiro a tocar esse estilo com ela. De acordo com Paul Friedlander (2013), ele foi o poeta-pai do rock and roll clássico emplacando dezenas de hits, umas de suas músicas de maior sucesso foi Maybellene.

Figura 1- Chuck Berry

Fonte: Mazzoleni (2012, p.180)

Segundo Corrêa (1989, p.49), por traz das origens negra do rock, está o espirito de protesto dos negros contra todas as formas de descriminação, e dominação que foi submetida desde a sua chegada em território americano. “No rock o protesto

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se evidencia nem tanto pela forma explícita das letras, mas principalmente pelo tema que indiretamente elas abordam confrontando padrões ou agredindo costumes e convenções” (CORRÊA, 1989, p.49). Alguns adultos eram a oposição a esse tipo de música que também refletia ao racismo inerente da época.

Elvis Presley é considerado como o rei do rock, mesmo não sendo o primeiro a cantar esse estilo, foi ele o mensageiro que o apresentou ao mundo. Embora muitos outros roqueiros tivessem características similares, além de mais habilidade instrumental e talento como compositor eles não tiveram o momento e a equipe certa que fez toda a diferença.

“A música de Elvis, suas roupas coloridas, sua dança energética e sensual se transformaram na linguagem de todos os jovens rebeldes dos anos 50” (MOUTINHO; VALENÇA, 2000, p 169). A música dele conheceu três períodos de desenvolvimento nos anos 1940 e 1950. O primeiro foi suas raízes ele passou sua juventude ouvindo grandes variedades de estilos musicais, no segundo período ele moldou o blues gospel e country para criar um estilo conhecido como rocabilly, e finalmente depois de fechar com a gravadora RCA criou sua versão singular de rock and roll. A música That’s All Right (Mama), além de ser o primeiro sucesso comercial de Elvis, foi a síntese da música blues e country que deu origem ao chamado rocabilly. (FRIEDLANDER, 2013).

Brandão (1990, p.21) afirma que:

Elvis fez a síntese perfeita dos elementos da música branca com o rhythm and blues, cantando com a voz rouca de um negro, abrindo caminho para a aparição, à nível nacional de rock’n’ rollers negros como, Chuck Berry, Little Richard e com Fats Domino.

Presley apareceu mais de 12 vezes na TV em rede nacional em 1956 e muitos vislumbravam pela primeira vez o poder visual do rock and roll. Brandão (1990, p.210) diz que a partir do seu terceiro show na televisão ele foi censurado e só podiam filmá-lo da cintura para cima, pois sua maneira de dança era considerada obscena e sua influência sobre os jovens podiam se tornar degenerada. Ele raramente escrevia suas músicas, em vez disso as escolhia a partir de fitas de demonstrações enviadas a ele por sua editora e por outros.

No final dos anos 50, a única pessoa mais poderosa do que Elvis era o Tio Sam. O coronel Tom e Elvis decidiram que um Elvis dócil era um Elvis rico. Então Elvis foi convocado para se alistar e teve, obedientemente, seu cabelo

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uns dos símbolos da masculinidade roqueira cortado. (FRIEDLANDER, 2013, p. 73).

Um estilo importante dentro do rock and roll dos anos 1950 foi o doo-wop, que são duas sílabas sem sentidos, balbuciadas pelos vocalistas. Para Vinil (2008, p.15), era “uma espécie de exercício vocal feito por grupos de jovens negros e brancos, pobres e às vezes, ítalo-americanos, que começaram a carreira cantando sem nenhum acompanhamento de instrumentos”.

Friedlander (2013 p. 91) explica que o rock clássico que começou com artistas negros, terminou com artistas brancos tocando uma fusão de rockabilly, rock clássico primitivo e rhythm and blues. No final dos anos 1950 o rock clássico estava morto, os músicos foram vítimas da pressão do governo, da igreja e de líderes civis.

2.1.3 Década de 1960

Foi nessa década que surgiu os beats, um pequeno grupo universitário que através de um movimento literário, tentaram oferecer um estilo de vida alternativo ao mundo materialista da sociedade norte-americana. Ser beat significava improviso, ausência de normas preestabelecidas na vida e na arte.

Catoira (2009, p. 52) Descreve os Beats como “um grupo inglês que buscava ambientes boêmios para conversar, beber, e fumar, gostavam de saraus e de ouvir boa música, como Jazz Underground e posteriormente, rock, eles queriam tudo em excesso: os óculos escuros foram adicionados ao estereótipo, junto com roupas escuras e boinas pretas. Usavam cabelos compridos e cavanhaque bem aparado”. Os autores beats serão de grande importância para o rock dos anos 60 influenciando músicos como Bob Dylan, John Lennon e Jim Morrison, dados aos temas críticos ao estilo de vida americano ligado a drogas, bebedeiras, sexo livre, visões cósmicas, utopias e o cotidiano.

De acordo com a Kiss FM (2014, p.33-34) O rock se encontrava em declínio em seu país de origem, e assim permitindo os britânicos entrarem no panorama cultural, com o movimento que ficou conhecido como a primeira invasão Britânica. O Rock que até então era um gênero mais ou menos homogêneo passa a se ramificar

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em diversos subgêneros, que faz surgir bandas e músicos bastante distintos entre si mesmo que tenham as mesmas origens.

Enquanto a violência racial e o conflito do Vietnã agitavam os Estados Unidos, surgia um grande movimento que floresceu na década de 1960, chamado contracultura que nasceu do desejo de jovens de mudar o mundo. Durante a década de 1960 de acordo com Moutinho e Valença, (2000, p.213) “os jovens marcharam pela paz, e defenderam a igualdade das raças, armaram grandes festivais como Woodstock, e se opunham à geração dos pais, que haviam deixado o mundo em estado deplorável”. O Woodstock foi o festival que tinha como lema paz e amor, ele foi o maior festival da história da música e um dos símbolos poderosos que consagrou o rock como a música do movimento jovem. (MACROPÉDIA, v.12 p.411).

A kiss FM, aponta que a verdadeira origem dos grupos responsáveis pela invasão britânica está no Skiffle, que era um tipo de música folk que incentivou a formação de muitos grupos musicais, entre eles a The Quarrymen, primeira banda dos integrantes dos Beatles. (2014).

Em meio os protestos contra a guerra, o rock renasce com o sucesso britânico de Beatles e Rolling Stones. Entre centenas de grupos musicais surgidos nessa época os dois alcançaram em pouco tempo um sucesso internacional sem precedentes.

A carreira de sucesso dos Beatles começou após gravarem o single Love Me Do. De acordo com Friedlander “Os Beatles trilharam um caminho que nunca tinha sido explorado antes” (2013, p. 117). Em apenas um ano depois do primeiro lançamento dos Beatles a Bleatlemania eclode na Inglaterra. “Caracterizada por níveis extremos de histeria e gritos agudos [...] usado para descrever a sensação causada pelo quarteto de Liverpool, teria sido criado por um antigo promotor musical escocês.” (KISS FM. 2014, p.46). Com o sucesso dessas bandas inglesas várias outras apareceram como: The Animals, The Yardbirds, The Who, The Dave Clark Five, The kinks e outros.

Esses músicos durante suas carreiras ajudaram no desenvolvimento de gêneros como rock psicodélico e subgênero como acid rock que écaracterizado por longas sessões de improvisos e o uso de instrumentos exóticos oriundos da música folclórica de outros países. As letras abordam temas místicos, esotéricos, surreais e em boa parte dos casos referem-se direta ou indiretamente às drogas.

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Figura 2- Os Beatles nos estúdios da Alpha Television. Fonte: Kiss FM (2014, p.47)

Uns dos grandes artistas dessa época foi Bob Dylan que teve grande importância para o folk, foi a partir dele que surgiu o folk rock uns dos primeiros gêneros do rock. Dylan usava suas letras como denúncias contra o racismo, militarismo e a corrida armamentista. O folk rock surgiu do folk com combinações de músicas folclóricas e rock. O som é composto por harmonias vocais afinadas e instrumentos elétricos como a guitarra.

A partir da segunda metade da década de 1960 surge o termo art rock, com influência na arte de vanguarda: “naquela época, artes plásticas e música eram ramos artísticos que se entrelavaçam [...]”. (KISS FM, 2014, p.65).

Também nesta época nasce em San Francisco o rock psicodélico com grupos como The Doors, liderado por Jim Morrison, uns dos poucos vocalistas que conseguiu unir o lado comercial com o erudito. Os Beatles também tiveram sua experiência com o psicodélico.

A experiência psicodélica é, assim, caracterizada como manifestações mentais anteriormente desconhecidas e inesperadas, normalmente estimuladas pela manipulação sensorial ou pelo uso de substâncias, lícitas

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ou ilícitas, que atuam sobre o sistema nervoso. Os efeitos abrangem alucinações, mudanças de percepção, alteração de estado de consciência e psicose. (KISS FM. 2014. p, 68).

Alguns Outros nomes também marcaram o rock psicodélico como Janis Joplin, Jefferson Airplane, uma das bandas pioneiras da psicodélia liderada pela cantora Grace Slick, Jimi Hendrix, eleito pela revista Rolling Stone como o melhor guitarrista dos tempos, Frank Zappa, Velvet Underground, The Beach Boys e Cream. (KISS FM, 2014).

Um dos subgêneros também foi o space rock que surgiu entre o fim dos anos 60 e o começo dos anos 70 com forte influência no psicodélico e em temas como ficção científica e astronomia. Para Kiss FM “O rock progressivo que conhecemos hoje é uma evolução do chamado space rock, uma vertente que começa explorando temas ligados à ficção científica e abusa dos teclados para criar uma atmosfera espacial”. (2014, p.91). O fim da década termina com a separação dos Beatles em 1969 eles fizeram seu último show. (BRANDÃO, 1990).

2.1.4 A Década de 1970

Dois estilos marcaram a primeira metade dos anos 70 o rock progressivo e o heavy metal. (MACROPÉDIA, v.12). O rock progressivo originou-se no Reino Unido, de onde foi exportado para países mais próximos. Para Brandão os dois surgiram através do acid rock, o heavy metal feito a partir das forças das guitarras distorcidas e amplificadas por toneladas de equipamentos. Já o progressivo feito a partir de experimentações de vanguardas com fusão de música erudita e jazz. (1990, p. 77).

O rock se beneficiou muito da música erudita clássica. Umas das bandas que marcaram o rock progressivo foi Pink Floyd, com letras filosóficas, se tornou popular no meio underground.

Underground é uma referência aos porões e becos que abrigam parte das pequenas casas de shows, lojas pontos de encontro dos grupos rockeiros e que seriam invisíveis para aqueles que estão atrelados somente ao que é divulgado pelos grandes conglomerados multimidiáticos. (JANOTTI, 2003, p.48).

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A principal inovação dessa época foi o aumento da importância da guitarra e a improvisação do solo se tornou um ponto central que levou ao desenvolvimento do hard rock, ele e o heavy metal são próximos, tendo várias bandas que tocam ambos, como Black Sabbath e Led Zeppelin. Friedlander afirma que alguns observadores diferenciavam o público do Heavy Metal como os que viviam com a música, e o do Hard Rock viviam para a música. (2013, p.380).

Ambos possuem o mesmo peso e estilo da bateria e dos vocais, muitas vezes acompanhados de guitarras distorcidas. As letras de suas músicas falam de lendas mitológicas a clássicos da literatura [...] o uso de imagens e temas religiosos, que muitas vezes fizeram com que as bandas, principalmente as de heavy metal, fossem classificadas como satanistas. (KISS FM, 2014, p.113).

O hard rock tem raízes no rock de garagem e no psicodelismo, e é mais pesado que os outros subgêneros, com o passar do tempo o metal passou a se separar do hard, produzindo arranjos cada vez mais pesados, com instrumentos distorcidos e vocais guturais.

Outro estilo que surgiu foi o glam rock marcado pelos trajes excêntricos tinha um forte apelo visual e andrógino, uma das maiores expressões do estilo foi David Bowie que usava recursos teatrais em suas apresentações.

Friedlander aponta que em meados naquela década a economia britânica estava em dificuldades e a violência e desemprego aumentava e foi no meio desse ambiente turbulento que surgiu o punk rock. (2013, p.351). O punk surge fazendo uma música simples e direta, conhecida como os três acordes. Ele foi uns dos principais movimentos de contracultura do século XX, teve como ideologia a contestação ao sistema capitalista, foi um estilo heterogêneo, com temas que abordam ideias anarquistas e revolucionárias a música era geralmente conduzida por um ritmo frenético, a maioria das letras refletia sentimentos em relações a sociedade corrupta. Tinham um visual agressivo que foge dos padrões da moda, com filosofia ‘faça você mesmo’.

Para Brandão (1990, p.79):

A primeira metade da década de 70 já apresentava vários componentes que serviriam de base para o movimento punk [...] é nas bandas de garagens que dos Estados Unidos que encontramos a gênese desse movimento [...] como

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foi o caso dos ramones que se tornaram uns dos grupos pioneiros do punk americano.

O punk foi umas das maiores revoluções dos anos 70, com ele nasceu uma moda e um estilo de vida diferenciado. Brandão aponta que “o punk foi mais revolução pelo estilo de vida agressivo, pelas suas roupas e atitudes, do que propriamente por suas ideias anarquistas” (1990, p.82).

O Sex Pistols foi à banda mais importante do punk rock. O grupo era formado por ex-pub rockers e jovens que passavam a maior parte do tempo nas ruas que viram no punk a oportunidade de se expressar. (FRIEDLANDER, 2013)

Catoira descreve os punks como:

[...] bandas experimentais contra a música comercial das grandes gravadoras, gerando uma crítica em relação à arte e ao consumo da época. [...] onde a banda Pistols influenciou o uso de trajes com uma sofisticação surrealista – um estilo de calças com correntes e alfinetes, piercings nas orelhas e nariz e muitas tatuagens no corpo. [...] A própria Expressão de violência e agressividade numa época de desemprego para a juventude, provocando simultaneamente raiva, culpa, compaixão e medo. (CATOIRA, 2009, p. 52).

Umas das bandas representantes desse subgênero também são: The clash, The Explited, Offspring entre outros. De acordo com Friedilander um dos subgêneros que surgiu do Heavy Metal e o Punk foi o Speed Metal, que é a combinação destacada de uma guitarra com execução rápida e sincronizada. (2013, p. 382).

No fim dos anos 70 surge o rock gótico, que englobou alguns nomes como The Cure, Joy Division, Bauhaus,Siouxsie and the banshees entre outros. Para Sofi e Fonseca, esse subgênero é pautado por sons que refletem angústias e pensamentos sobre a morte. (2009, p.211). A escrita também está presente no dia a dia dos góticos, que usam o papel para desabafar suas frustrações e sentimentos, principalmente na forma de poemas.

A década de 1970 foi marcada por inúmeros subgêneros que surgiram a partir do punk rock, heavy metal, rock progressivo, glam rock e hard rock, como o pop punk, horror punk, psychobilly, thrash metal, death metal e hardcore.

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Nesta década presenciaram estilos diversos, que misturavam desde o rock’n’roll dos anos 1950 até a música eletrônica. Ele começou conhecido como pós-punk, um dos movimentos a fazer sucesso foi o new wave, para Friendlander (2013, p.371) “O ingrediente chave do sucesso da new wave era a ligação da música com o vídeo, uma dinâmica que foi institucionalizada com o nascimento da MTV”. O estilo new wave apesar de ter características ligadas ao punk, suas letras englobam mais problemas pessoais do que sociais, a música é alegre e dançante, e seus integrantes usam roupas mais coloridas e são ligados ao mudo urbano. (MOTA, 2009).

Outra vertente do rock nos anos oitenta foi o new romantics ou new pop. Derivado da new wave, ele fez canções baseadas em sintetizadores, dançantes e letras românticas.

Foi no começo dessa década que surgiu também o rock gótico ou dark derivada do pós-punk, caracterizado com canções cheias de angústia, introspectivas e com tons sombrios, refletiam uma visão pessimista do mundo. O rock gótico não somente foi um grande sucesso nos anos 80 como sobreviveu como um subgênero do rock nas décadas seguintes.

Catoira define, a estética gótica como uma mistura de Glam que era basicamente androgenia, poesia urbana, maquiagens pesadas, dandismo e cultura beat. (2009, p.54). Ele foi visto como ‘movimento cultural’ por causa de suas visões, comportamentos e protestos eles se alienam ao resto da sociedade, se libertando de tudo aquilo que ela os impunha. Idealizam que cada ser é um ser diferente e tem o livre arbítrio para seguir aquilo que mais lhe convir, aquilo com o que se identificar. (AMBROSIO, 2010).

Outro subgênero que surgiu foi o Emo, também conhecido como emocore tendo sua origem no punk e no hardcore, eles têm uma cultura de libertação das amarras da sociedade conservadora através da expressividade dos afetos, por conta disso chocam muita gente e sofrem preconceito por parte de algumas tribos homofóbicas. (KISS FM, 2014, p. 205).

“Além da franja, os outros elementos do corpo e da moda emo são usados indiscriminadamente entre meninos e meninas. São eles: roupas pretas, xadrez ou listradas; estampas com temas infantis como desenhos animados, que colorem o visual; calças justas; cintos decorados; munhequeiras; botas e tênis All Star; unhas pintadas com esmalte preto ou outro tom escuro, botons pregados em mochilas e bonés; piercings; maquiagem preta carregada em

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torno dos olhos; cabelos coloridos ou pretos sempre lisos para compor a franja.” (CARVALHO, 2014, p.2).

2.1.6 Anos 1990 e 2000

O rock já tinha sido salvo por Elvis, renascido com os Beatles e ressuscitado com o punk, quando os anos 90 chegaram. Foi então que a ética punk do “faça você mesmo” voltou a inspirar adolescentes logo no começo daquela década. Uma volta ao estado bruto do rock fez surgir o mais importante movimento roqueiro dos anos 90 chamado de grunge.

O grunge era uma mistura de punk e Metal, com músicas independentes e autênticas. Na definição de Catoira, o grunge (sujo em inglês) foi um movimento musical independente que se tornou comercialmente bem sucedido, foi uma ramificação do hardcore punk, heavy metal e do rock alternativo.Começou feito por bandas de garagem dos Estados Unidos. (2009, p.55).

Foi na primeira metade dos anos 90 que surgiu a banda Nirvana considerada a principal banda de rock na década. Como todo o movimento no rock que adquire uma força cultural que vai além da música, o grunge estabeleceu um vestuário e uma atitude, com ele surgiram várias outras bandas entre elas o Pearl Jam e Soundgarden.

Além do movimento grunge, surgiu também o britpop, representado por Oasis, Blur e Radiohead.

A partir dos anos 90 e 2000, surgem novas classificações de subgêneros como o Indie rock que é definida como música independente, o garage rock revival, o dance punk, e o stoner rock. (KISS FM, 2014). Esses subgêneros foram se renovando e conquistando os jovens de todo o mundo, seja pela sua estética, pela sua música, ou pela atitude.

2.2 O ROCK NO BRASIL

O rock nacional é muito particular, e se ramificou de inúmeras maneiras. No Brasil ele começou com covers de músicas americanas e chegou através dos cinemas, especificamente com o filme Rock Around The Clock lançado em 1956. Na

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opinião de Brandão, “a juventude brasileira ainda não possuía um espaço próprio para a produção de sua música, coisa que só aconteceria no inicio da década de 60, após o sucesso de Celly Campello com Estúpido cupido.” (1990, p. 35).

Os anos 60 marcaram o surgimento de vários grupos, como os mutantes com Rita Lee, Arnaldo Baptist e Sérgio Dias, e com eles o tropicalismo.

O tropicalismo foi o movimento cultural que surgiu influenciado pelas correntes artísticas de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira, e tinha como características misturar traços da cultura brasileira com inovações estéticas radicais. Os mutantes e outros artistas do álbum Tropicália ou Panis et Circencis tornaram expoentes da MPB tropicalista. (KISS FM, 2014, p. 258).

Entre 1960 e 1970, Raul Seixas foi um importante músico do rock nacional que se destacou, considerado por muitos como o pai do rock brasileiro. Ele tocava guitarra, violão e contrabaixo, começou sua carreira musical com a banda Os Panteras que teve variações de nomes ao longo do tempo. Raul faz sucesso após lançar o disco Krig-há Bandolo, com músicas como Ouro de tolo e Metamorfose ambulante. (KISS FM, 2014).

Porém foi nos anos 80 que o rock nacional teve seu auge. O Brasil passava por grandes transformações, após um período de ditadura militar que ocorreu entre 1964 a 1985. Aconteceu no Rio de Janeiro o primeiro grande festival de rock, conhecido como Rock in Rio, um grande evento de proporções inusitadas no país apresentou shows ao ar livre em dez noites consecutivas. Com 28 bandas nacionais e internacionais. Ao longo de quase 30 anos ele teve 13 edições com mais de sete milhões de pessoas reunidas. (ROCK IN RIO, 2014).

Algumas bandas que tiveram destaque, e contribuíram para o auge do rock no Brasil através dos anos foram: Legião Urbana, Barão Vermelho, Mutantes, Angra, Capital Inicial, Os Paralamas do Sucesso, Ultraje a Rigor, RPM, Raimundos, Mamonas Assassinas entre outros. (KISS FM, 2014).

O Rock‘n’Roll uniu diversas pessoas em microgrupos para discutir os valores impostos pela sociedade através da música, tendo uma ampla divulgação e posicionamento. Sua temática mobilizou diversos músicos e artistas que, través de suas obras, atitudes e vestimentas, atraíram multidões para os festivais e shows. (DIMBARRE, 2013, p.2).

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O hard rock e o heavy metal, apareceram no Brasil com o grupo Sepultura que teve reconhecimento internacional. Outras bandas de metal da década foram Korzus, Sarcófago e Genocídio.

2.3 SUBGÊNEROS DO ROCK

Cada subgênero do Rock tem sua marca, uma vestimenta que o representa, cada tribo tem um estilo, uma maneira de se comportar e uma identidade definida. Por ser um gênero que é subdividido em outros, o rock não tem somente um estilo de roupa que o define, tudo depende do subgênero a qual ele pertence.

Cada atitude em palco transmite mensagens simbólicas sobre os artistas, seus valores e a plateia que querem atingir a maioria das formas passadas com seus gestos referenciam-se a temas como conformismo, rebeldia e identificação cultural.

O rock pode ser definido, como música rebelde, que foge dos padrões convencionais, e que se identifica com movimentos sociais de protesto no qual se encontra seu principal meio de difusão. Após o seu surgimento na década de 50 quase todas as formas de protestos passaram a estar associado a ele, esse gênero tem como características próprias à ruptura e inovação, o que lhe faz estar presente em vários estilos aumentando o seu aproveitamento pelo mercado. (CORRÊA, 1989)

2.3.1 Punk

O movimento punk exerceu grande impacto no desenvolvimento de aspectos estéticos e comportamentais, Barnard coloca que o surgimento do punk deu-se para criticar e desafiar as oposições de classe. Desenvolveu-se contra o comércio maciço da música e da moda, e também como uma crítica ao modelo econômico da época, (2003 p. 193).

Na opinião de Viteck (2007, p.53) “não levou muito tempo para também ser absorvida pela indústria cultural, que se apressou em transformar as roupas e atitudes punks em moda”. O punk foi acima de tudo uma afirmação de identidade dos jovens

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pobres e desempregados, que queriam chamar atenção da sociedade em plena crise econômica da época.

Os punks são impulsionados principalmente pelos conceitos de rebeldia, antiautoritarismo, individualismo e livre arbítrio, sendo as influências do movimento de raízes filosóficas, políticas e artísticas. Apesar de tomarem posições a favor de questões políticas delicadas, defendendo o socialismo e o anarquismo, outros aspectos notáveis incluem a promoção do antimilitarismo, anticapitalismo, antiracismo, antissexismo, antinacionalismo, anti-homofobia, além de defenderem questões sobre o meio ambiente, vegetarianismo e direito dos animais.

Na definição de seu comportamento Sofi e Fonseca afirmam que eles são pautados pelo sarcasmo, crítica social, desprezo pelas ideologias. Com atitude de ruptura à sociedade eles valorizam a liberdade individual e a autonomia. (2009, p.209). Dois aspectos principais definem os punks: gênero de música que escutam e maneira como se vestem.

Os punks usam suas roupas como forma de desafiar a sociedade dominante. (BARNARD, 2003, p.72). Como na música, a roupa desse grupo era extravagante, uma mistura de sadomasoquismo com um ar rock, só que com a interferência de muitos alfinetes, tachas, correntes, entre outros metais. Segundo Bertolo (2011), muitos punks customizam suas roupas com metais ou vestem roupas de brechó, usam estampas de sátiras ou com slogan muitas vezes político, jaquetas de couro, jeans rasgadas ou calças pretas justas, camisetas de bandas musicais. O cabelo adquire vários formatos o mais característico é o moicano muitas vezes coloridos em tons fortes tanto para homens quanto para mulheres.

Coturnos pesados, peças em vinil e correntes usadas como acessórios também fazem parte dessa lista. A cor mais comum nas vestimentas é o preto, jaquetas e coletes com muitas taxas prateadas e rebites de metal e alfinetes.

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Figura 3- Punk em Londres Fonte: www.usefashion.com

Conforme a situação mudava e o movimento se espalhava pelo mundo, o punk foi se dividindo em várias vertentes e se adaptando a cada país, com a sua música e seu estilo agressivo.

Existem vários sub-grupos punk associados à emergência de novos subgéneros musicais e influências ideológicas que podem apresentar algumas variações no visual. Inclusivamente, é referido que o vestuário (roupa e acessórios e sua combinação) é o factor desencadeante da maioria das agressões entre gangues que o vestuário (roupa e acessórios e sua combinação) membros de grupos divergentes do movimento punk. (SOFI, FONSECA, 2009, p.211).

Este subgênero não tinha nenhuma intenção de ser considerada moda, mas acabou tendo uma grande representação, que até hoje é uma importante personalidade do mundo da moda. Vivienne Westwood desde aquela época é um grande símbolo de moda punk. Começando com sua primeira loja, a butique “Sex”, que vendia artigos com uma estética punk foi a partir dessa loja que surgiu o Sex Pistols.

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2.3.2 Grunge

O nirvana influenciou muito o modo de vestir da época, Cardoso afirma que a moda inspirada nas vestimentas de Kurt Cobain (Vocalista do Nirvana) fez com que seus cardigãs puídos e jeans rasgados virassem clássicos. As camisas de flanela, bermudas sobrepostas a calças, a desconstrução, a sobreposição e a androginia tinham virado objeto de fetiche e estavam por toda a América. (2010).

“A indumentária do vocalista Kurt inspirou muitos fãs, com a ideia de que qualquer coisa serve não importa o tamanho e o tempo de uso”. (GUIMARÃES et al.,2012, p.6).

Esse subgênero assim como o punk surgiu como uma revolta através de suas letras e vestimentas contra ao consumismo. As letras mostram revoltas contra uma sociedade viciada em consumo absurdo, cheias de preconceitos e status sociais.

Luiz, (2010, p.81) define a vestimenta do movimento como:

Camisas de flanela com mangas longas, em geral quadriculadas, sobre camisetas velhas e de preferências, mal conservadas, calças jeans rasgadas tênis all stars, bermudões, coturnos velhos e jeito “largado”, eram componentes do visual desses jovens no início da década de 1990. Alias tal imagem até hoje se associa ao movimento. Priorizam a simplicidade e não a ostentação.

Figura 4- Kurt Cobain Fonte: www.usefashion.com

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2.3.3 Heavy Metal

O Heavy metal em suas músicas tratava de assuntos como sexo, drogas, depressão e críticas ao sistema social. Segundo Dimbarre (2013, p. 2), esse subgênero surgiu “discutindo sobre os medos e sobre o pensamento da população. Quando compuseram sobre os medos, resgataram símbolos religiosos e questionaram sua validade para a sociedade contemporânea”.

Esse movimento abrange vestimentas e assessórios que carregam significados que definem seu comportamento. No metal o som pesado evoca lugares escuros, seres sobrenaturais e imagens de terror, que são utilizadas em grande escala pelos fãs do gênero como uma forma de reconhecer aqueles que pertencem à tribo.

Para Silva (2013) Por ser um subgênero que foi muito subdividido, na década de 80 seus fãs adotaram o termo headbanger para designar os fãs de heavy metal dos outros estilos próximos que ao dançarem balançavam freneticamente a cabeça. Outra expressão dos fãs é o Air Guitar que é a execução de uma guitarra imaginária.

Dentro da música contemporânea o Heavy metal é um dos estilos onde a música-imagem se faz mais forte. Evocando em suas letras mundos bizarros, seres sobrenaturais e situações do imaginário medieval o Heavy passa a venerar certas imagens ligadas a essas forças. Um exemplo claro disso são as capas dos discos de rock pesado onde crânios, cenários fantásticos, espaçonaves e elementos naturais como o fogo são representados. (BRITO, 1996, p.9).

Esse subgênero é muitas vezes alvo de preconceito pela sociedade por desconhecerem a base ideológica do grupo, são julgados pela sociedade por seus símbolos muitas vezes relacionados a demônios, uma dessas representações é o Devil Horns, que se baseia na prática de dobrar o dedo médio e o anelar deixando o mindinho e o indicador esticados, formando um símbolo figurado demônio.

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Figura 5- Devil Horns Fonte: www.usefashion.com

É um fato comum durante um show de Heavy metal, encontrar fãs usando camisetas com logotipos e fotos de outras bandas do mesmo subgênero, é uma forma de demonstrar com qual estilo de metal a pessoa se identifica mais, suas influências e até mesmo seu comportamento. A vestimenta desse subgênero segundo Dimbarre é muito fácil de reconhecer é caracterizada por camisetas de bandas, jaquetas e calças de jeans ou couro, correntes, braceletes, spikes, tatuagens, maquiagem e cabelos muitas vezes compridos. (2013, p.2).

Em termos gerais o visual apresentado pelo heavy metal é ligado a outras tribos como o punk. A cor preta predomina, representando o inconformismo contra preconceitos sociais e aos acontecimentos ao redor do mundo, foram adotados também coturnos e sobretudos. A vestimenta feminina se diferencia muito pouco, o estilo é marcado por uma sensualidade agressiva as roupas são justas, decotadas e curtas, o preto se mantém como preferência, mas elas também investem no vermelho. São usadas também calças de couro.

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Figura 6- Judas Priest Banda de heavy metal Fonte: www.pinterest.com

2.3.4 Gótico

Os góticos têm como principal característica o gosto pelo romantismo tanto no comportamento quanto no visual, estilo. Eles foram influenciados pelos beatniks, glam rock e punks. Os Beatnikstem (Beats), com sua poesia urbana e pela preferências por roupas escuras. Do glam rock, os góticos herdaram os aspectos estéticos como a androginia as maquiagens pesadas. A ligação com os punks é mais pelos ideais como o consumismo massificado. (SILVA, 2013).

A KISS FM descreve os góticos como um grupo que:

Usavam roupas pretas ou cinzas, uma grande influência de bandas de rock clássico [...] o visual era retirado em grande parte de antigos filmes de terror, com iluminação de velas, mesas forradas com toalhas pretas e falsas teias de aranhas por todos os lados. Outra referência para os góticos era o sofrimento de heróis da literatura. (2014, p.204-205).

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A subcultura gótica é bastante diversificada em relação à vestimenta que seus adeptos usam, a cor preta predomina que pode ser misturada com outras cores como roxo e o bordo. A produção é dramática com a pele muito branca e olhos marcados. Os acessórios são de grande importância, compostos por luvas que, recebem materiais como renda e cetim e ainda têm como fechamento fitas trançadas que remetem aos corsets vitorianos. Gargantilhas com mistura de rendas, pedrarias e correntes. O crucifixo é usado como pingente, que representa o lado obscuro da morte, e anéis com pedrarias. (SOFI; FONSECA, 2009, p.211).

De forma geral, ambos os sexos usavam inúmeras modalidades de piercings e tatuagens; vestiam longos sobretudos pretos, coturnos ou botas de cano alto com grandes saltos plataformas; trapos e roupas com cortes assimétricos por baixo de corsets bem apertados muitas vezes combinando o preto com detalhes em tons de vermelho ou roxo; cintos, fivelas, pulseiras, correntes de metal, além de pingentes com ankhs (símbolo egípcio que remete a vida após a morte) e crucifixos. (RIBEIRO, p.7).

Figura 7- Siouxsie

Fonte:www.godsandalcoves.com

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A moda está aliada ao rock, cada época desde seu surgimento foi marcada por alguma vestimenta, algum visual que caracterize um movimento. Desde os topetes e jaquetas de couro de Elvis ao xadrez e calças rasgadas do Nirvana. Hippies, punks, grunges, góticos, metaleiros, todos eles tem alguma vestimenta que dialoga a sua identidade. (SILVA, SOUZA. 2012. p.35).

Alguns visuais roqueiros são bem chocantes para a sociedade tradicional, mas para os grupos são a transmissão de seus ideais, o que eles querem e o que eles gostam. Cada um dos subgêneros do rock apresenta características que as identificam, é através de sua vestimenta que os subgêneros do rock expressam sua ideologia e conceitos.

Na definição de Corrêa a aliança entre o rock e a moda, está presente desde seus primórdios. Os visuais de bandas funcionam como elementos que reforçam a identificação do público com a música, esse visual é usado pelos ouvintes e explorado pelo mercado, aparecendo como tendência e se transformando como estilo. A indústria de moda integra-se na indústria cultural, pois veicula não apenas bens de consumo, mas também bens que carregam valores simbólicos.

A roupa é um meio de comunicação importante, é por meio dela que uma pessoa expressa sua identidade, revelam alguma coisa sobre as crenças e sentimentos de uma pessoa, sua personalidade e seu estilo de vida. Para Lurie, os seres humanos tem se comunicado na linguagem das roupas por milhares de anos, ele afirma que:

[...] muito antes de eu ter me aproximado de você na rua, em uma reunião ou em uma festa, você comunica o seu sexo, idade e classe social através do que está vestindo – e possivelmente me fornece uma informação importante em relação a seu trabalho, origem, personalidade e opiniões (1997, p. 19).

As pessoas se comunicam por meio das roupas que usam do mesmo modo que se comunicam escrevendo ou falando, utilizando-a como linguagem, ou seja, um código através do qual são produzidas mensagens, deste modo compartilham informações com o mundo, demonstrando sua identidade.

Para Lurie, “Na roupa assim como na língua existe uma possível série de expressões que vão da declaração mais excêntrica a mais convencional”. (1997, p.30). A roupa pode servir para indicar o estado de espírito de uma pessoa, se está

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triste ou preocupada, mostrando pouco interesse por sua aparência. Cores brilhantes e cortes ousados podem indicar felicidade de quem às usam.

Umas das formas que o rock transmite sua mensagem é através da moda,o surgimento dos ídolos do rock fez com que a moda pudesse ser mais expressiva, com a valorização da juventude, buscando romper com a tradição.A música que se ouve influência de forma consciente e inconsciente no vestir, as pessoas tendem a expressar o seu gosto musical ou estilo através de suas vestimentas. Os jovens buscam nos ídolos musicais uma maneira de ser diferente de descobrir e definir sua identidade.

Após a década de 1990, os diversos estilos do rock foram voltando aos poucos e se diversificando, se misturando, sem ter um estilo definido. Algumas pessoas não deixam explícito em suas roupas de que grupos fazem parte, é onde percebe-se o hibridismo.

Existem várias marcas que através dos anos vem se inspirando em alguns subgêneros do rock, como,Alexander McQueen em sua coleção de inverno 2014, que traz o gótico como sua principal referência, instituída por peça em cores escuras, comprimentos longos, e cintura marcada. E John Varvatos, na coleção 2015 que trouxe peças pautadas pelo preto e cinza, com modelagens skinny para calças e ampla para casacos e capas. A alfaiataria, o couro e o pelo foram bastante explorados pelas marcas.

Figura 8 - John Varvatos – Milão / inverno 2015 Fonte: www.usefashion.com

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Muitos estilistas, independente do estilo de suas marcas, já se inspiraram nos punks para criar suas coleções, Vivienne Westwood nunca deixou de tê-los como base do estilo que a tornou um ícone do movimento (Figura 9). Ashish, Bill Tornade e Commes des Garçons são outras marcas que recentemente trabalharam elementos punks em suas coleções.

Figura 9 - Semana de Moda de Londres: Vivienne Westwood Fonte: www.agrund.com

Com referências no metal Christian Dada, Na temporada de inverno 2014 apresentou um desfile masculino pautado principalmente pelo preto. Peças como jaquetas e suéteres de moletom, sem mangas e com modelagem ampla, fazem alusão ao estilo. Em Londres, Mathew Miller trouxe o estilo tanto através do vestuário quanto da estética dos modelos na passarela, com cabelos lisos e compridos. A referência no metal também se encontra em editoriais como no exemplo da figura 10. (SILVA, et al, 2013).

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Figura 10 - Fashionising 2013 Fonte: www.usefashion.com

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3 METODOLOGIA

O estudo constitui alguns tópicos de aproximação aos conceitos e temáticas que tornam a base teórica dessa pesquisa, tais como: história do rock e seus subgêneros, e a sua influência em um contexto sociocultural com ênfase na moda, como símbolo de comunicação na sociedade de consumo, e o gênero musical atuando tanto no âmbito comportamental da moda quanto no comercial.

A metodologia de pesquisa utilizada será a descritiva e exploratória, que segundo Gil (p.41 2009), “têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista a torna-lo mais explícito ou a constituir hipóteses [...] o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições”.

Para obtenção de dados será utilizada uma pesquisa aplicada e bibliográfica, com base em material já elaborado constituído principalmente de livros e artigos científicos e em meio eletrônico.

A pesquisa bibliográfica é a que se desenvolve tentando explicar um problema, utilizando o conhecimento disponível a partir das teorias publicadas em livros ou obras congêneres [...] O objetivo da pesquisa bibliográfica, portanto é a de conhecer e analisar as principais contribuições teóricas existentes sobre um determinado tema ou problema, tornando-se um instrumento indispensável para qualquer tipo de pesquisa. (KÖCHE, 2002, p.122).

O estudo de campo terá uma abordagem qualitativa, para isso será feito um questionário com perguntas abertas e fechadas, para melhor conhecimento do público alvo, que visam identificar seus gostos e motivos que levam essas pessoas a comprarem.

3.1 COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Foi utilizado como critério de seleção o sexo feminino e idade superior a 18 anos e a preferência pelo gênero musical Rock, foram escolhidas 50 mulheres que foram submetidas ao questionário por meio eletrônico através do google docs, os

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dados adquiridos por meio do questionário foram dispostos na forma de gráficos com percentual e quantidade.

O gráfico 1 mostra que 33 entrevistadas estão na faixa etária entre 18 a 25 anos, 13 estão entre 26 a 30 e 4 acima de 31 anos. Com base nas respostas foi delimitado a idade do público alvo de 18 a 25 anos.

Gráfico 1 – Idade

Fonte: Questionário aplicado

Já o gráfico 2, teve o propósito de conhecer melhor os locais frequentados por esse público, nessa pergunta as participantes da pesquisa podiam escolher mais de uma opção. Com os dados obtidos percebe-se que a totalidade das pesquisadas frequentam algum evento de rock.

33; 66% 13; 26%

4; 8%

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Gráfico 2 – Você costuma ir a eventos de rock? Fonte: Questionário aplicado

De acordo com o gráfico 3 e 4 todas responderam que compraria peças casuais de uma marca com influências em diversos estilos rock, e 46 responderam que encontram dificuldades para encontrar peças com esse estilo.

Gráfico 3 – Você compraria peças casuais de uma marca com influências em diversos estilos rock?

Fonte: Questionário aplicado

16; 29%

18; 33% 21; 38%

0; 0%

Sim, vou a shows Sim, gosto de eventos independentes

Vou em bares que toca Rock outros

50; 100% 0; 0%

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Gráfico 4 – Ao procurar peças com estilo rock para comprar, você encontra dificuldades? Fonte: Questionário aplicado

No gráfico 5 percebe-se quais são as maiores carências em relação ao vestuário desse público, nessa pergunta a participante poderia escolher mais que uma resposta, sendo o campo outros como uma pergunta aberta, resultando em um gráfico bem dividido. 28% responderam que sentem mais dificuldades de encontrar vestidos com esse estilo, 24% responderam blusas, 16% shorts e saia, 16% camisas e o campo outros totalizou 16% das respostas entre elas, jardineiras, jaquetas e acessórios.

Gráfico 5 – Que tipo de peça com este estilo você sente mais dificuldade em encontrar? Fonte: Questionário aplicado

46; 92% 4; 8% Sim Não 15; 24% 17; 28% 10; 16% 10; 16% 10; 16%

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Quando perguntadas quais cores preferem na hora de vestir 57% responderam que o preto predomina mas pode ser combinado com as demais cores. O gráfico 6 abaixo mostra a porcentagem de cada cor escolhida:

Gráfico 6 – Quais cores você prefere na hora de vestir? Fonte: Questionário aplicado

A pergunta 7 foi feita para saber qual estilo mais combina com o público, foi escolhido alguns estilos dentro dos subgêneros do rock representada por imagens, onde o participante poderia escolher um ou vários estilos que se identifique.

13; 27% 2; 4% 3; 6% 1; 2% 28; 57% 2; 4% Preto Branco Vermelho Azul

Preto é predominante, combinado com as demais cores outros

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Gráfico 7 – Que estilo mais combina com você? Fonte: Questionário aplicado

56% das entrevistadas responderam que preferem comprar em lojas físicas e 38% em lojas online, analisando esses dados a marca irá ter uma loja física e um e-commerce para melhor atender o público.

Gráfico 8 – Na hora de comprar uma roupa, você opta por qual tipo de loja? Fonte: Questionário aplicado

13; 16%

17; 22%

17; 22% 18; 23%

13; 17%

Gótico Heav metal Grunge e Indie Rock clássico Punk

3; 6%

19; 38% 28; 56%

0; 0% 0; 0%

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Para conhecer melhor a classe social desse público foi realizada a pergunta de até quanto pagaria por uma peça com influência no rock? Com 66% das respostas foram de R$ 150,00 reais a R$ 300,00. Assim a marca Acid terá peças desde R$50,00 até 300,00 reais.

Gráfico 09 – Quanto você pagaria por uma peça com influência no rock? Fonte: Questionário aplicado

10; 20%

33; 66% 7; 14%

Referências

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