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Mapas Paramétricos como suporte ao planejamento urbano: uma avaliação do método para descrição de critérios urbanísticos na cidade de Juiz de Fora.

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Caio Augusto Rabite de Almeida Universidade Federal de Juiz de Fora

caioaugusto.arq@gmail.com

Mapas Paramétricos como suporte ao planejamento urbano: uma avaliação

do método para descrição de critérios urbanísticos na cidade de Juiz de Fora.

Guilherme Valle Loures Brandão Universidade Federal de Juiz de Fora

guilherme.loures@engenharia.ufjf.br

William Daniel Henriques do Amaral Universidade Federal de Juiz de Fora

wilian.amaral@engenharia.ufjf.br

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CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO PARA O PLANEAMENTO URBANO, REGIONAL, INTEGRADO E SUSTENTÁVEL (PLURIS 2018)

Cidades e Territórios - Desenvolvimento, atratividade e novos desafios

Coimbra – Portugal, 24, 25 e 26 de outubro de 2018

MAPAS PARAMÉTRICOS COMO SUPORTE AO PLANEJAMENTO URBANO: UMA AVALIAÇÃO DO MÉTODO PARA DESCRIÇÃO DE CRITÉRIOS

URBANÍSTICOS EM JUIZ DE FORA

C. A. R. Almeida, G. V. L. Brandão, W. D. A. Amaral.

RESUMO

O desenvolvimento de tecnologias e o acesso às mesmas estão inerentementes ligadas à inovações e evoluções na arquitetura e no urbanismo. Dentro deste cenário, é possível perceber como novas metodologias de projeto e análise foram fomentadas por estes avanços, como é o caso do design paramétrico. Atualmente, existe uma tendência progressiva de incorporar estratégias de design paramétrico no planejamento urbano, que representa a distribuição espacial de parâmetros de desenvolvimento em toda uma área selecionada. Nesse sentido, a pesquisa concentra-se substancialmente na passagem pragmática do conceito de “tipo” para um método processual. Este novo pensamento de design urbano que passa a integrar dados geográficos em ferramentas computacionais, podem contribuir bastante com a elaboração de mecanismos reguladores de planejamento e análises urbanas, como por exemplo Planos Diretores, com o uso de mapas que permitem a construção baseada em um grande número de parâmetros e informações. O objetivo do trabalho é apresentar uma pesquisa realizada com uma metodologia de planejamento e regulação do desenvolvimento baseadas em mapeamentos e condicionantes paramétricas. Esses mapas paramétricos realizam soluções de espaço diretamente dentro dos softwares selecionados, permitindo assim que várias alternativas possam ser avaliadas e criadas, contribuindo para questões como automação urbana, urbanismo informacional e planejamento processual. Dessa maneira, neste trabalho busca-se apresentar o resultado de uma pesquisa que faz um recorte em um método de planejamento e análise urbana com auxílio de ferramentas paramétricas para que possam fornecer insumos e contribuições para os métodos tradicionais de regulação e de planejamento do desenvolvimento urbano. O trabalho apresenta através de um estudo de caso feito na cidade de Juiz de Fora, Brasil, o uso de mapas paramétricos em consoância com diretrizes propostas pelo Plano Diretor da cidade. Como resultados, percebe-se que a modelagem paramétrica no design urbano atua, mais precisamente, como parte dos processos de desenvolvimento de ferramentas do urbanismo e como instrumento de assistência ao planejador na avaliação de cenários diversificados na tomada de decisões.

Palavras-chave. Urbanismo paramétrico; Planos diretores; Design urbano; Simulação urbana; Planejamento urbano.

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1 INTRODUÇÃO

Grandes avanços tecnológicos e mudanças urbanas e ambientais estão cada vez mais rápidas e modificando a reorganização das cidades a se adaptar e a se transformar em todos os níveis. Na maneira em que as cidades contemporâneas se tornam cada vez mais dinâmicas e complexas mas ao mesmo tempo abertas para alterações futuras, os instrumentos de operação e regulamentação tradicionais do desenvolvimento urbano, como por exemplo planos diretores e leis orgânicas passam a ser mais contestados. Um dos fatores que podem ser apontados como ponto de crítica destes planejamentos tradicionais são a inflexibilidade de promover respostas necessárias que acompanhem o ritmo das mudanças e também na imprevisibilidade de se apontar estas transformações. Além do que a discussão e reformulação de planos diretores é geralmente onerosa em tempo e custo. Dessa maneira, torna-se necessário que novos métodos de planejamento urbano mais flexíveis e abertos possam fornecer análises e proposições de maneira mais dinâmica. Existe, dentro de várias correntes teóricas do urbanismo, uma compreensão geral de que os métodos de planejamento urbano das últimas décadas, influenciadas majoritariamente por ideais modernistas não foram capazes de produzir espaços físicos satisfatórios para as nossas cidades. Eles resultaram numa proliferação de planos de uso do solo, estudos de tráfico de veículos, pesquisas econômicas e sociais, mas foram incapazes de moldar os espaços físicos e acomodar de forma condizente as atividades que nele ocorrem.

A forma urbana da cidade contemporânea é reflexo desses muitos processos complexos que não são acompanhados pela gestão territorial, produzindo espaços fragmentados e de baixa qualidade, responsáveis por acentuar conflitos espaciais, socioeconômicos e ambientais progressivamente. Essas rápidas alterações dentro do ecossistema urbano que é cada vez mais dinâmico, tem colocado em cheque os métodos tradicionais de planejamento e regulação do desenvolvimento, como por exemplo, Planos Diretores, demandando assim cada vez mais um planejamento urbano adaptável e responsivo. A principal contribuição do nosso trabalho é combinar uma metodologia de desenvolvimento de mapas e regulamentos de desenvolvimento urbano com o uso de softwares de design paramétrico com a plataforma de modelagem com uso de proramação visual Grasshopper que opera dentro do software Rhinoceros para elaboração desses mapas e do levantamento das condicionantes.

A cidade de Juiz de Fora, discute atualmente a reformulação do Plano Diretor que se arrasta por vários anos, com envolvimento de diversos profissionais de muitas áreas de interesse. Os mapas paramétricos surgem como uma alternativa, ao transformarem os regulamentos de desenvolvimento urbano em espaços de solução direta (interativos) proporcionado que uma pletora de possibilidades de projeto urbano possam ser facilmente criadas e avaliadas em diversos tipos de mapeamento dos dados. Isso vai de encontro ao planejamento urbano dinâmico e adaptativo, aberto para futuras alterações e que forneça

feedback sempre baseado em dados. Como maneira de avaliarmos o método proposto por

este trabalho, foi desenvolvida a aplicação de cenários simulados fazendo o uso destas ferramentas paramétricas. Para avaliação dos resultados obtidos com o método, é desenvolvida assim a aplicação de um estudo de caso que demonstre a utilização de mapas paramétricos na cidade de Juiz de Fora para descrição de regulamentos de desenvolvimento.

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Os resultados preliminares demonstram que, o uso de mapas paramétricos para a descrição de regulamentos de desenvolvimento e planejamento urbano podem ser aprimorados, como uma complementação nos planos diretores tradicionais que se somariam a uma ideia de serem mais flexíveis e responsivos, atendendo melhor às necessidades das cidades contemporâneas.

2 PLANOS DIRETORES E O PLANEJAMENTO URBANO TRADICIONAL Em geral, os planos diretores tradicionalmente são definidos através de um princípio de planejamento denonimando de “cima para baixo”, com utilização de mapas 2D e documentos de texto (Pissourious, 2014). Após a definição de uma série de regulamentos de desenvolvimento, são criadas condições que determinam um espaço de solução que atenda à aquele determinado critério de desenvolvimento e projeto, que possuem como finalidade assegurar uma coerência com um tecido urbano baseado neste conjunto de restrições. Deve-se pensar que os resultados das mudanças propostas de decisões espaciais são refletidas diretamente na forma e na dinâmica urbana como um todo. Não é possível por exemplo que repentinamente altere-se todo o conjunto de adensamento de um determinado bairro, assim como não é possível modificar toda a infra-estrutura de transportes constituída. Para Vidmar e Koželj (2015, p. 45) a forma dos planos diretores tradicionais, tornou-se rígida e sobredeterminada demais para lidar com essas incertezas e dinâmicas das cidades atuais. Schanel e Karakiewicz (2009, p. 94) dizem que os planos diretores são em geral prescritivos e com a intenção de serem precisos, não abertos a mudanças e variações necessárias e inevitáveis, carecendo de desenvolvimentos informais e flexibilizações emergentes. Esses questionamentos e a aspiração pelo desenvolvimento de novas técnicas e métodos de planejamento e design urbano com respostas mais rápidas e imprevisíveis tanto em espaço quanto em tempo, já se iniciaram desde a última década (Duarte, 2011). Diversos sistemas e estratégias de planejamento para mitigação destes efeitos de imprevisibildade vem sendo propostos como meios de planejamento alternativos, como por exemplo: planejamento baseado em desempenho ou códigos com base em formulários, que começaram a surgir na última metade do século (Hirt, 2007). Em contrapartida, o designer urbano baseado em modelagem tridimensional paramétrica realiza uma abordagem inversa, de baixo para cima, na medidade em que moldam o espaço urbano real, realizado o espaçamento e a distribuição dos prédios, se avalia e observam os efeitos de forma e espaço do que está sendo criado, tornando o processo de design deste tecido muito mais próximo de como as cidades realmente podem se transformar. Ainda que em um primeiro momento as abordagens possam parecer bem distintas, elas na realidade são complementares uma com a outra, ao tratar do planejamento tanto por um viés objetivo e quantificável quanto por critérios específicos e subjetivamente qualitativos.

3 URBANISMO PARAMÉTRICO

A maneira como vivemos e interagimos com a cidade vem se alterando principalmente por diversos avanços tecnológicos, que provocam mudanças, sejam elas de inúmeros fatores e que acabam gerando impactos diretos nas cidades, que por consequência se reorganizam e se transformam, ainda que na maior parte dos casos de maneira não planejada. Devido à essas incertezas e complexidades do processo, o desenvolvimento urbano mesmo quando

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planejado, tende a encontrar padrões de organização que não foram previamente definidos nesses planos (Beirão, 2012).

Nos últimos anos houve um crescente avanço no desenvolvimento e uso de ferramentas de desenho paramétrico voltadas para o urbanismo, impulsionadas principalmente pela maior acessibilidade a diversas fontes de dados e digitalização de informações. Na maioria dos casos, a utilização de pensamentos paramétricos explora em grande parte parâmetros formais ambientais e funcionais para gerar análises e exploração de possíveis soluções de design.

Esse modelo de pensamento urbanístico se fundamenta essencialmente em plataformas de operação de desenho paramétrico, dos quais se destacam como principais diferenciais não necessariamente a forma, mas o processo e os parâmetros geradores dela. O desenho realizado por essas ferramentas paramétricas mantém a capacidade do modelo alterar-se durante todo o processo de projeto, permitindo que se gere e teste uma grande quantidade e variedade de alternativas. Segundo (Steinø et al. 2005, p.1) a introdução do desenho paramétrico no urbanismo aumenta o potencial com o uso de parâmetros geradores de aspectos como: uso, forma, densidade, espaço e tipologia, possam ser todos parametrizados. Para Verebes (2013), é preciso que em vez de se projetar uma solução final, como por exemplo um plano diretor, devemos primeiramente e prioritariamente planejar seu sistema de controle, e deixar a solução evoluir gradualmente com o tempo. O uso da tecnologia assistida por computador assim torna-se extremamente necessário, ao agregar métodos paramétricos para a tradução de todos os dados envolvidos dos parâmetros quantitativos e qualitativos em questão, ao realizar a configuração dos dados de plano de uso do espaço, legislação e normas, com as condições de contorno e análise que são possíveis dentro de relações generativas com o uso de ferramentas paramétricas, podendo gerar diversas soluções possíveis para determinado caso.

A dificuldade em aplicar efetivamente essas abordagens qualitativas e quantitativas em planos diretores tradicionais gera uma rigidez de planejamento, o que justifica assim o uso de mapas paramétricos, já que o plano diretor convencional pode ser otimizado para se tornar um instrumento mais interativo e dinâmico, que pode reagir de forma melhor às futuras transformações urbanas. Isso torna-se possível na medida em que os regulamentos de desenvolvimento do planejamento urbano em geral não prescrevem a forma exata do desenvolvimento, eles apenas estabelecem regras. Esssas regras se descritas de maneira correta podem ser parametrizadas, e utilizadas assim, para colaborar com o processo de criação e planejamento ao invés de limitá-lo.

No trabalho proposto, o método de mapas paramétricos nos permite estabelecer um espaço de solução interativa dentro do qual diversos projetos urbanos alternativos podem ser criados com base nos mesmos parâmetros base de desenvolvimento. O método proposto fundamenta-se em parâmetros de regulação convencionais (como por exemplo, altura do edifício ou área construída).

3.1 Mapas Paramétricos

Um mapa paramétrico pode ser definido como a representação da distribuição espacial dos parâmetros de desenvolvimento em toda uma área delimitada, e atua como um sistema de regras que regulam as propriedades de ordenamento deste espaço.

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Segundo (Divjak, 1999), para enfrentar esse problema complexo, precisamos desenvolver novos tipos de instrumentos de planejamento urbano, o que melhorará a flexibilidade e a capacidade de resposta da regulação do desenvolvimento.

Partindo de uma lógica de pensamento paramétrica, podemos observar o desenho urbano como um método de modelagem do desenvolvimento usando os valores de meta almejados, como número de andares totais ou área bruta do prédio. Isto representa o ponto inicial do método tradicional de CAD, no qual cada edifício é definido usando de dimensionamento métrico tradicional. Com isso pode-se dizer que um edifício definido pelas dimensões de 20x20x30 pode também ser caracterizado como um edifício de 7 andares com área construída de 400m² (Figura 1). A vantagem desse processo é a possibilidade de exploração de múltiplas possibilidades diretamente dentro de um resultado pretendido, já que não se faz necessário o cálculo das dimensões externas do edifício para se atingir os valores finais requisitados.

Fig. 1: Parametrização do dimensionamento. Relações entre abordagem métrica e paramétrica.

Na aplicação do método proposto, usamos os parâmetros relacionados descritos anteriormente e então é selecionado a altura do edifício como característica mais dominante e determinada como principal parâmetro. Dessa forma pode-se estabelecer as seguintes relações:

1). Alterando-se a altura do volume total ou número de andares do edifício também modifica-se sua área bruta total.

2). A mudança de gabarito de altura dos andares do modelo também altera o seu número de andares para que o mesmo corresponda à altura do prédio.

3). Modificando-se a área bruta do predio também há uma modificação em sua área construída.

Com o uso do parâmetro do gabarito das edificações dependem de sua localização na área de desenvolvimento, a localização do edifício bem como sua projeção vertical do centro da área do edifício precisa ser remapeada dentro de um espaço absoluto para um espaço de coordenadas do mapa paramétrico. Isso faz com que os valores sejam usados de acordo com os parâmetros definidos de localização do prédio baseados em seu zoneamento, como mostrado na Figura 2.

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Fig. 2: Diferentes formas com os mesmos atributos (altura, área).

Pelo campo de estudo já anunciado na introdução, foi estabelecido como recorte da pesquisa a cidade de Juiz de Fora e quatro parâmetros exigidos pela legislação: coeficiente de aproveitamento, taxa de ocupação, gabarito e afastamentos.

A partir da análise da legislação de uso na pesquisa, os parâmetros usados para regulamentação das construções na cidade de Juiz de Fora foram organizados de acordo com suas funções e classificados em geração de formas, limitações, restrições e parâmetros extras. Com isso, se buscou tornar claras as interferências de cada um dos itens na forma a ser gerada.

Fig. 3 Definição do modelo.

É importante observar que nem todos os parâmetros são aplicados da mesma forma, pois eles regulam e controlam o desenvolvimento em níveis diferentes. Para tal, esses diferentes parâmetros estruturam o código realizado dentro da interface do Grasshopper (Figura 3.) para facilitar o fluxo de dados de entrada e saída. Os parâmetros diretos são usados para definir a forma do desenvolvimento de maneira direta e os indiretos para verificar a possibilidade deste desenvolvimento. Dessa maneira, podemos classificar como parâmetros básicos e diretos a serem introduzidos no processo de controle da forma: altura da edificação, número de andares, taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento, volume da construção, área bruta e número de vagas necessárias para estacionamento. Como

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parâmetros indiretos ficou caracterizado: o tipo máximo permitido do modelo de ocupação baseado em determinado zoneamento de acordo com as especificações da legislação urbana da cidade de Juiz de Fora.

4 AVALIAÇÃO DO MÉTODO

Para verificação do método aqui proposto, fui utilizado um protótipo realizado dentro do software Rhinoceros com seu plugin de programação visual algorítimica Grasshopper. A definição (nome comum dado ao código descrito na interface do programa) se fundamenta da seguinte maneira: primeiro escolhe-se a implantação da planta baixa, que é introduzida e a massa do prédio gerada com o número de andares. Depois disso, modela-se o desenvolvimento ou com cada tipo de edifício adaptando-se automaticamente com parâmetros definidos pelos mapas paramétricos de acordo com sua localização, ou ainda inserindo o edifício na área desejada, e a definição realiza a adaptação de seu volume baseado nos parâmetros definidos da área especificada.

O conjunto de parâmetros de controle urbano, como a área do espaço ou o número de estacionamentos necessários, é calculado em tempo real, os requisitos são implementados para o cálculo de parâmetros indiretos de controle, como parte da especificação do uso do solo e zoneamento. Isso facilita a supervisão de todo o desenvolvimento, e assim visa a promover o design urbano baseado em desempenho.

Parâmetros de regulação indireta são usados para especificar critérios de desempenho (valores de meta) de toda a área de desenvolvimento, unidades espaciais e parcelas individuais de construção. Exemplos de parâmetros indiretos são a taxa de área útil permitida ou a distância mínima entre edifícios. Parâmetros indiretos podem ser tipicamente definidos para toda a área de desenvolvimento ou separadamente para cada bloco ou subdivisão urbana do empreendimento.

Embora essas regulamentações não sejam usadas para definir diretamente os volumes do edifício, elas precisam ser especificadas com antecedência à medida que determinam as restrições do espaço da solução. Se o projeto do desenvolvimento entrar em conflito com essas regulamentações predefinidas (por exemplo, a proporção da área útil fica muito alta), o projetista urbano precisa ser avisado imediatamente sobre isso. A ferramenta que usa esse método deve, portanto, calcular automaticamente os valores de controle urbano e verificar se as restrições não estão sendo seguidas, permitindo, assim, que os projetistas trabalhem em consonância com as restrições de regulamentação em todos os momentos. O critério de seleção da área para a simulação do modelo de planejamento se baseou em estudos e análises de configurações que foram fornecidas através de mapas e dados da atual discussão do plano diretor ce desenvolvimento urbano vigente.

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Fig. 4 Mapa de Zonas de Especial Interesse Social e Econômico da cidade de Juiz de Fora. Disponível em: http://www.planodiretorparticipativo.pjf.mg.gov.br/ Tomando como condicionantes os critérios para avaliação os seguintes mapeamentos: Mapas de Zonas de Especial Interesse Social e Econômico (Fig.4), os mapas de Estruturação e Transformação urbana com a delimitação de seus eixos estruturantes (Fig.5) e o Mapa de Diretrizes Especiais para Habitação de Interesse social (Fig.6) pelos motivos de serem áreas em sua grande maioria periféricas e que muitas vezes são locais de ocupação irregular ou não planejada.

Fig. 5 Mapa de Estruturação e Transformação Urbana e seus eixos estruturantes da cidade de Juiz de Fora. Disponível em: http://www.planodiretorparticipativo.

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Fig. 6 Mapa de Áreas de Diretrizes Especiais para Habitação de Interesse Social. Disponível em: http://www.planodiretorparticipativo.pjf.mg.gov.br/

Esses mapeamentos foram organizados em camadas e sobrepostos com a base cartográfica em CAD disponível. Sendo escolhida então como área selecionada para a simução a região de Benfica, situada na Zona Norte da cidade por atender a todas as características de seleção e por ser um dos maiores vetores de crescimento atual.

Para testar o estudo, realizou-se a simulação então de determinadas áreas urbanas tendo como principal foco desenvolver uma análise de transformações geradas pela alteração dos parâmetros previamente estabelecidos como pode-se observar nas Figuras 7 e 8 com alteração dos valores dos coeficientes de aproveitamento das áreas, permitindo-se assim testar diferentes cenários.

Fig. 7 Modelo obtido com a simulação de ocupação com coeficiente de aproveitamento máximo de 2.0.

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Fig. 8 Modelo obtido com a simulação de ocupação com coeficiente de aproveitamento máximo de 5.0.

5 RESULTADOS PRELIMINARES

Os primeiros testes de aplicação demonstraram que o uso de mapas em conjunto com os mecanismos tradicionais de controle urbano aprimoram e contribuem para o processo de projeto urbano. Potencializados pela velocidade e flexibilidade da ferramenta é possível verificar muitas propostas e alternativas de desenvolvimento. A maior contribuição desse método é que ele não define o estado final do desenvolvimento, mas sim de definir as regras interativas dentro das quais este desenvolvimento se estrutura. O uso da ferramenta ao fornecer um feeback visual contribui com a tomada de decisões bem informadas durante os estágios iniciais do processo, e permitem também um planejamento estratégico mais transparente e responsável.

A verificação destas diferentes alternativas de desenvolvimento são facilitadas principalmente pela rápida adaptação de edifícios dentro dos critérios exigidos. Isto é um fator de grande relevância da prática do design urbano contemporâneo. A parametrização e os sistemas generativos de projeto não são necessariamente usados para definir uma solução final e isso não siginifique dizer que não seja necessários especialistas de diversos âmbitos com conhecimento e teorias de design urbano.

Uma observação a ser levantada seria a possibilidade de existir problema de comunicação entre as partes, já que a maioria dos planejadores urbanos não são programadores ou familiarizados com ferramentas de design paramétrico, exigindo-se que essas abordagens necessitem de conhecimentos específicos de informática e modelagem digital. Um outro fator apontado é que essas abordagens não devem gerar apenas soluções únicas mas sim desenvolver métodos de planejamento e design paramétricos com análises mais gerais e intuitivos para que possam assim, extender o espectro de discussão e aplicação do método desenvolvido.

Pode-se observar como principais resultados e benefícios do uso de ferramentas paramétricas:

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 Design rápido ao traçar diferentes propostas de desenvolvimento

 Flexibilidade e rapidez na geração de alternativas de muitas soluções baseadas em

diversas condições

 Avaliação rápida sobre o desenvolvimento de determinada área

 Tomadas de decisão bem informadas pela uso de programaçao visual e da

visualização das alterações com feedback em tempo real.

Alguns resultados podem ser verificados e melhorados depois da aplicação do teste como:

 A elaboração dos mapas pode ser demorada.

 Erros em mapas paramétricos ou de grande extensão são difíceis de se detectar.

 Pode ocorrer redundância dos mapas ao criar desenvolvimentos de pequena escala.

Com os resultados obtidos pode-se afirmar que o uso de mapas paramétricos podem servir no auxílio a outros instrumentos tradicionais de regulação e planejamento como planos diretores, e que se desenvolvidos com a maior entrada e disponibilidade possível de dados e parâmetros tendem a fornecer resultados e respostas que atendam cada vez qualitativamente as necessidades da cidade contemporânea.

6 CONCLUSÕES

Neste trabalho, objetivou-se a implementação de um protótipo que introduza um método que interligue parâmetros de regulação e controle à forma direta do desenvolvimento de determinado espaço. Se comparada a outros métodos emergentes de planejamento urbano o uso de mapas e ferramentas baseadas em uma lógica paramétrica possuem a capacidade de fornecerem uma estrutura geral intuitiva de utilização e simples de se gerar visualmente a compreensão de diversos cenários de transformação espacial. Ainda que diversos estudos voltados para este campo do planejamento urbano demonstrem que toda a estrutura da cidade contemporânea deve-se orientar para uma imprevisibilidade de mudanças e variações de forma contínua, ainda não é possível lidar com todas as complexidades envolvidas. Para Billen et al (2014, p.72) é preciso que se encontre novos paradigmas de como se modelar a forma urbana, de tipos fixos e predeterminações de elementos do modelo para a introdução de conceitos que sejam tão generativos em forma quanto analíticos. Ainda observa-se um longo caminho para a efetivação dessas ferramentas, já que necesssitam de dados disponíveis para sua melhor otimização, o que muitas vezes não é possível pela falta e custo dos mesmos. O uso de mapas paramétricos é muito pertinente da descrição gráfica de propriedades quantificáveis do meio urbano, e que em quanto maior o número de parâmetros introduzidos, maior e melhor o número de soluções possíveis obtidas.

Observa-se como proposições futuras que o uso dessas ferramentas ainda que baseadas em critérios de desempenho, possam envolver o maior número possível de agentes nas fases iniciais do projeto, verificando demandas e gerando análises mais precisas e holísticas. Torna-se cada vez mais necessário que instrumentos de planejamento e desenho urbano passem a tratar o desenvolvimento da cidade de maneira mais dinâmica e serem capazes de auxiliar no direcionamento de estratégias de desenvolvimento espacial em acordo com as complexidades envolvidas e novos conceitos de urbanização que podem ter diversas demandas ao longo do tempo.

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REFERÊNCIAS

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