Módulo 2
Egbert
Conteúdo:
11.2 Escrituração de operações
típicas (provisões, obtenção e
quitação de empréstimos e
operações com duplicatas)
1. Provisões
São contas de natureza credora, que podem representar:
(i) Perdas estimadas por eventos futuros (provisões do ativo. Ex.: PCLD, PAVM..);
(ii) Reconhecimentos de despesas pelo regime de competência (provisões do passivo. Ex.: provisão para férias, provisão para 13º salário); ou
(iii) Prováveis desembolsos em decorrência de eventos passados (provisão para contingências)
2. Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD)
Esta provisão tem por finalidade ajustar as contas de direitos a receber para o seu valor provável de realização. Sendo assim, a empresa, com base no seu histórico, estima, no exercício anterior, uma determinada taxa de inadimplência. Esta taxa é aplicada ao total dos valores a receber e o resultado é lançado como despesa em contrapartida à conta de Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) ou Provisão para Devedores Duvidosos (PDD).
2. Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD)
Exemplo: o histórico da empresa ABC dos últimos três anos mostra que a inadimplência média das duplicatas emitidas (duplicatas a receber) é de 10%. Determinar a provisão a constituir para um valor de $ 2.000 de duplicatas a receber.
PCLD = 10% de $ 2000 = $ 200 Constituição da PCLD
D: Créditos de Liquidação Duvidosa (despesa)
2. Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD)
Quando a perda, de fato, ocorre, deve-se baixar a provisão contra os valores a receber. Nesta situação, podem ocorrer três casos: (i) a PCLD é igual ao valor da perda, (ii) maior que a perda ou (iii) menor que a perda.
2. Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD)
Se o valor da PCLD for igual ou maior que a perda a ser reconhecida, basta baixar a provisão contra o direito a receber perdido.
Exemplo: perda de $ 150, com PCLD constituída em $ 200.
D: PCLD
2. Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD)
Na hipótese de a perda ser maior que a PCLD constituída, deve-se complementar a perda do ativo com um lançamento em conta de despesa.
Exemplo: perda de $ 300, com PCLD constituída no valor de $200.
D: PCLD...200 D: Baixa de duplicatas incobráveis (despesa)...100 C: Duplicatas a receber...300
2. Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD)
Importante: ao final do exercício, pode ser necessária a complementação da PCLD.
Exemplo: PCLD constituída de $ 200. O histórico de inadimplência da empresa indica a constituição de provisão de 10% dos títulos a receber, que totalizam $ 5.000.
2. Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD)
Solução
A PCLD a ser constituída para o exercício seguinte deverá ser de $ 500 (10% de 5.000), entretanto já há $ 200 em PCLD remanescente do período anterior. Neste caso, basta complementar a PCLD existente em $ 300, para completar o total de $ 500.
2. Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD)
Contabilização
D: Créditos de Liquidação Duvidosa (despesa) C: PCLD...300
3. Provisão para ajuste a valor de mercado (PAVM)
A Lei 6.404/76 disciplina assim este assunto:
“Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão
avaliados segundo os seguintes critérios:
II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção,
deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior;”
3. Provisão para ajuste a valor de mercado (PAVM)
Exemplo:
As mercadorias A, B e C apresentavam os seguintes valores de aquisição:
Mercadoria
Custo
A
500
B
300
3. Provisão para ajuste a valor de mercado (PAVM)
Na data do balanço, o valor de mercado das mercadorias A, B e C era o seguinte:
Mercadoria Custo Valor mercado
A 500 600
B 300 200
3. Provisão para ajuste a valor de mercado (PAVM) Cálculo da provisão: Mercadoria Provisão B 300 – 200 = 100 C 700 – 400 = 300 TOTAL 400
3. Provisão para ajuste a valor de mercado (PAVM)
O lançamento referente à constituição da PAVM será:
D: Despesa de PAVM
4. Provisão para 13º salário
Trata-se de provisão destinada a reconhecer a despesa de 13º salário que ocorrerá ao final do ano ou quando da demissão de empregados, pelo regime de competência.
5. Provisão para férias
Similar à provisão para 13º salário, representa o reconhecimento da despesa de salários relativos às férias.
6. Provisão para pagamento de tributos
Os tributos são reconhecidos no resultado, porém serão pagos em data futura. Enquanto não ocorre o efetivo pagamento, estas despesas devem ser reconhecidas, em obediência ao regime de competência, por meio de constituição de provisão do passivo.
Exemplos: Provisão para IR, Provisão para
7. Provisão para contingências
Esta provisão corresponde ao reconhecimento de perdas que, de fato, ainda não ocorreram, mas que apresentam grande probabilidade de se materializarem. É o caso de ações judiciais ainda não transitadas em julgado, mas que a empresa reconhece que há grande chance de perder e, em consequência, ter que efetuar pagamentos à outra parte.
7. Provisão para contingências (CPC 25)
Segundo o CPC 25, item 14, uma provisão deve ser reconhecida (registrada no passivo) quando:
(i) A entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como resultado de evento passado;
(ii) Seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos para liquidar a obrigação; e
(iii) Possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.
8. Obtenção de empréstimos
Exemplo: a empresa ABC obteve um
empréstimo de $ 100.000, para pagamento integral após 3 meses. A taxa de juros mensal é de 2% ao mês, capitalizada em juros compostos.
8. Obtenção de empréstimos Mês 1: capitalização dos juros: 2% x 100.000 = $ 2.000
D: juros passivos (despesa)
8. Obtenção de empréstimos Mês 2: capitalização dos juros: 2% x 102.000 = $ 2.040
D: juros passivos (despesa)
8. Obtenção de empréstimos Mês 3: capitalização dos juros: 2% x 104.040 = $ 2.080,80
D: juros passivos (despesa)
8. Obtenção de empréstimos
Mês 3: pagamento do principal acrescido de juros
D: Empréstimos (passivo)
9. Desconto de Duplicata
duplicata é título de crédito emitido pelo
credor. Portanto, quem emite duplicata, registra no seu ativo a conta “Duplicatas a pagar” ou “Duplicatas emitidas”.
Quem aceita a duplicata é devedor e registra
no seu passivo a conta “Duplicatas a pagar” ou “Duplicatas aceitas”.
9. Desconto de Duplicata
Operação 1: venda de mercadorias com emissão de duplicatas contra o comprador, no valor de $ 20.000. As mercadorias vendidas estavam registradas no estoque por $ 12.000. Lançamento da receita de vendas:
D: Duplicatas a receber (ativo)
9. Desconto de Duplicata
Lançamento da baixa do estoque das
mercadorias vendidas:
D: Custo das Mercadorias Vendidas (despesa) C: Estoque (ativo)...12.000
9. Desconto de Duplicata
Operação 2: o vendedor recebe a duplicata na data prevista:
D: Caixa ou bancos
9. Desconto de Duplicata
Operação 3: o vendedor recebe a duplicata
com acréscimo de juros por atraso, no valor de $ 2.000.
D: Caixa ou bancos...22.000 C: Duplicatas a receber...2.000 C: juros ativos (receita)...20.000
9. Desconto de Duplicata
Operação 4: desconto (antecipação) da
duplicata emitida, recebendo $ 18.000 no ato. Lançamento:
D: Caixa ou bancos...18.000 D: encargos financeiros a transcorrer (passivo ret.)..2.000 C: Duplicatas descontadas (passivo)...20.000
9. Desconto de Duplicata
Operação 5: a duplicata descontada é quitada pelo cliente na data do seu vencimento.
D: Duplicatas descontadas (passivo)
9. Desconto de Duplicata
Operação 6: o cliente do vendedor não quita a duplicata descontada na data do vencimento e o banco deduz o valor da conta do vendedor. D: Duplicatas descontadas (passivo)
10. Depreciações do ativo imobilizado
Depreciação: perda de valor de um ativo imobilizado por:
Uso ou desgaste Obsolescência
10. Depreciações do ativo imobilizado Definições:
Custo ou valor de aquisição: valor pago para
adquirir o ativo ou gasto na sua produção.
Vida útil: prezo durante o qual se espera que
10. Depreciações do ativo imobilizado Definições:
Valor residual: valor que se espera obter pelo ativo
ao final da sua vida útil.
Método de depreciação: forma como será calculada
a cota periódica de depreciação.
Valor contábil: custo deduzido de depreciação
acumulada e de perda por desvalorização
Prazos de depreciação admitidos pela legislação do Imposto de Renda (IR)
10. Depreciações do ativo imobilizado
Exemplo: um veículo foi adquirido, em março de 2012, por $ 40.000. Sabendo-se que sua vida útil é de 5 anos e que o seu valor residual, ao final deste prazo, é estimado em $ 16.000, determine:
a) A cota mensal de depreciação;
b) A despesa total de depreciação ao final de 2012; e c) O valor contábil do veículo ao final de 2012.
10. Depreciações do ativo imobilizado
Apropriação mensal dos encargos de
depreciação:
D: encargos de depreciação (despesa)
10. Depreciações do ativo imobilizado Representação no balanço: Veículos...40.000 Depreciação acumulada...(400) Valor contábil...39.600 ARE Encargos de depreciação...400 BALANÇO PATRIMONIAL
10. Depreciações do ativo imobilizado
b) Cálculo da despesa total de depreciação ao final de 2012:
10 meses x $ 400 = $ 4.000
SALDO DA DEPRECIAÇÃO ACUMULADA AO FINAL DE 2012
10. Depreciações do ativo imobilizado
C) Cálculo do valor contábil do veículo ao final de 2012:
Valor contábil = 40.000 – 4.000 = 36.000
Custo de
10. Depreciações do ativo imobilizado
Observações
Bens que, normalmente, aumentam de valor (terrenos,
obras de arte) não depreciam;
A depreciação se inicia quando o bem está no local e
nas condições de uso pretendidas pela administração;
Todos os custos necessários para colocar o bem no
local e nas condições de uso pretendidas pela administração devem ser adicionados ao valor de aquisição ou produção do bem;
10. Depreciações do ativo imobilizado Observações
Ainda que o bem tenha se tornado disponível para
uso ao longo de determinado mês, este mês será contado por inteiro para fins de depreciação.
10. Depreciações do ativo imobilizado
Outros métodos de depreciação:
Soma dos dígitos dos anos; Horas trabalhadas; e
Resumo
Provisões
Provisões para contingências
Obtenção e quitação de
empréstimos