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Novas regras para insolvência avançam em Maio, mas falta regular actividade dos gestores.

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Administradores de insolvência ainda sem estatuto

Novas regras para insolvência avançam em Maio, mas falta regular actividade dos gestores.

Económico, 23-04-12

As novas regras para o processo de insolvência e o programa revitalizar, que pretende salvar empresas da falência, entram em vigor a 20 de Maio, mas a sua aplicação no terreno pode estar comprometida porque o Governo ainda não reviu o Estatuto dos Administradores de Insolvência. Fonte do Ministério da Justiça disse ao Diário Económico que os trabalhos para a revisão do estatuto ainda não arrancaram (começam “em breve”), apesar de a lei que institui as novas regras da insolvência e do processo de revitalização já terem sido publicadas em Diário da República (na passada sexta-feira).

As novas regras agilizam o processo de insolvência, reforçam os poderes do juiz e prevêem a delimitação das responsabilidades dos gestores de insolvência. Mas a maior novidade vai mesmo para o novo processo de revitalização, que visa salvar empresas que estão numa situação económica difícil ou de insolvência iminente, mas ainda são possíveis de recuperar. O processo decorre através de uma negociação entre a empresa e um ou mais credores. O diploma define como devedor em “situação económica difícil” aquele que enfrenta “dificuldade séria para cumprir pontualmente as suas obrigações, designadamente por ter falta de liquidez ou por não conseguir obter crédito”.

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Durante o tempo em que duram as negociações (o processo não pode prolongar-se por mais de três meses), as acções de cobrança de dívidas contra o devedor são suspensas. I.D.B.

Revitalização de empresas

O Económico, em parceria com cinco escritórios de advogados, responde às dúvidas sobre a revitalização de empresas.

O Diário Económico responde às dúvidas dos leitores sobre as alterações ao Código de Insolvências e da Recuperação de Empresas. Conheça algumas das respostas da Mathiotte, Pinto dos Santos e Associados. Pode consultar todas as respostas em www.economico.pt

- Sou titular de uma empresa, que neste momento se encontra com dificuldades financeiras. Sou obrigado a requerer a insolvência? Quais as consequências de não o fazer?

- Por se tratar de uma pessoa colectiva, a declaração de insolvência deve ser pedida dentro dos 60 dias seguintes ao conhecimento da situação de insolvência, ou à data em que devesse conhecê-la (presume-se que o devedor deveria conhecer tal situação, decorridos três me(presume-ses sobre o incumprimento generalizado de obrigações tributárias, relativas a quotizações para a segurança social, dívidas emergentes de contratos de trabalho e rendas de quaisquer natureza – art. 20º nº1 e art.l8º nº 3 do CIRE). Não sendo cumprido o prazo de apresentação, presume-se a existência de culpa grave, do devedor ou dos seus administradores de

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pessoas afectadas por um período de dois a dez anos, podendo declarar a inibição de tais pessoas para o exercício do comércio, para a ocupação de qualquer cargo de titular de órgão de sociedade comercial ou civil, associação ou fundação privada de actividade económica, empresa púbica ou cooperativa, durante um período de dois a dez anos, pode determinar a perda de quaisquer créditos sobre a insolvência ou sobre a massa insolvente e a sua condenação na restituição dos bens ou direitos já recebidos em pagamento desses créditos.

Imposta ainda referir que sendo decretada a inibição para o exercício do comércio e a inabilitação são oficiosamente registadas na Conservatória do Registo competente (Civil ou Comercial), por forma a impedir a celebração de negócios jurídicos pelos visados.

- Fui dispensado da empresa para a qual trabalhava e não me pagaram tudo a que tenho direito. Ouvi dizer que se encontram em processo de insolvência, mas não fui notificado. Como posso reagir e pedir os meus créditos?

- O prazo para as reclamações de créditos pode ir até 30 dias e é fixado na sentença (art. 36º, al. j) e 37º, nºs 7 e 8 do CIRE). Na situação do leitor, tratando-se de um trabalhador da empresa insolvente e pretendendo reclamar créditos laborais, deverá, dentro daquele prazo, enviar uma carta registada com aviso de recepção para o domicílio profissional do administrador de insolvência (informação constante da sentença), identificando a origem e a natureza do seu crédito, a data de vencimento do mesmo, o montante do crédito, os juros devidos, quaisquer condições

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a que possa estar sujeito, e a existência de eventuais garantias pessoais, bem como a taxa de juros moratórios aplicáveis.

Esgotado o prazo fixado na sentença para a reclamação de créditos, pode o trabalhador recorrer à verificação ulterior de créditos, lançando mão de uma acção judicial contra a massa insolvente, os credores e o devedor, que correrá por apenso ao processo de insolvência, no prazo de um ano a contar do trânsito em julgado da sentença que declarar a insolvência.

- O que acontece se a massa insolvente for insuficiente para liquidar todos os créditos?

- Verificando-se a insuficiência da massa insolvente o juiz declara o encerramento do processo de insolvência. A decisão do encerramento é notificada aos credores e é objecto de publicidade, prosseguindo o incidente de qualificação da insolvência, com carácter limitado, cessando todos os efeitos que resultam da declaração da insolvência, recuperando o devedor o direito de disposição dos seus bens e a livre gestão dos seus negócios (sem prejuízo das cominações legais por insolvência culposa) artº 233º do CIRE.

Encerrado o processo, a comissão de credores e o administrador da insolvência cessam as suas atribuições e os credores podem exercer os seus direitos contra o devedor sem restrições, com excepção das constantes de um plano de insolvência ou plano de pagamentos. A sentença homologatória do plano de pagamentos, ou de plano de

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título executivo. Neste caso, se a insolvente for uma pessoa colectiva, a sociedade só se extingue após o procedimento administrativo de dissolução e liquidação de entidade comerciais, devendo, para o efeito, o juiz comunicar à entidade de registo competente o encerramento e o património da sociedade.

- Gostaria de saber se decorridos 60 dias sobre o incumprimento, ainda tenho direito à exoneração do passivo restante?

- O pedido de exoneração do passivo restante pressupõe que o devedor se apresente à insolvência no prazo de 60 dias, contados da data do conhecimento da situação de insolvência ou da data em que o devedor devesse conhecêla (art. 18º do CIRE) e é feito no requerimento de apresentação à insolvência ou no prazo de dez dias após a citação sendo imediatamente rejeitado se for deduzido após a assembleia de apreciação do relatório de insolvência. No caso da pessoa singular que não seja titular de uma empresa, à data da situação de insolvência, a lei prevê um alargamento do prazo do dever de apresentação à insolvência, que deve ser cumprido nos seis meses seguintes à verificação da situação de insolvência.

Referências

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