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ANO HIDROLÓGICO 2014/2015

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ANO HIDROLÓGICO 2014/2015

1.

Resumo

Figura 1 - Precipitação mensal em Portugal Continental em 2015. Comparação com os valores médios

Os valores de precipitação acumulada no ano hidrológico 2014/15 (1 de outubro de 2014 a 30 de setembro de 2015) permitem classificar este ano como muito seco.

O início do ano hidrológico 2014/15 iniciou-se com ocorrência de precipitação superior ao normal nos meses de outubro e novembro (Figura 1). O mês de novembro classificou-se como muito chuvoso, apresentando um valor médio de precipitação mensal de cerca de 2 vezes acima do valor normal.

No entanto nos meses seguintes, em particular entre dezembro e maio os valores mensais foram sempre inferiores ao respetivos valores médios (<80 %), sendo de realçar os meses de dezembro, fevereiro e março com valores em percentagem inferiores a 40%.

Esta situação de défice de precipitação teve como consequência o início de uma situação de seca meteorológica em Portugal continental a qual se iniciou, em todo o território, em março 2015, intensificando-se até ao final de julho e mantendo-se em agosto em quase todo o território. Apenas no final do ano hidrológico se verificou um desagravamento da situação de seca meteorológica, tendo mesmo terminado na região noroeste do território, devido aos valores elevados de precipitação que ocorreram no mês de setembro nas regiões do Norte e Centro.

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2. Precipitação no ano hidrológico

No ano hidrológico de 2014/15 o valor médio da quantidade de precipitação acumulada entre outubro de 2014 e setembro de 2015 foi de 689.3 mm, valor inferior ao normal (882.1), Figura 2. Valores da quantidade de precipitação inferiores aos deste ano hidrológico ocorreram em cerca de 20% dos anos.

Figura 2 - Precipitação total nos anos hidrológicos entre 1931/32 e 2014/15 em Portugal Continental Desvios em relação à média 1971-2000 (mm)

Na Figura 3 apresenta-se para Portugal Continental, a distribuição espacial do total de precipitação acumulada entre 01 de outubro 2014 e 30 de setembro 2015 (esq.) e a respetiva percentagem em relação à média 1971-2000 (dir.). Verifica-se que, no final do ano hidrológico de 2014/15, os valores da quantidade de precipitação eram inferiores ao valor normal 1971-2000 em quase todo o território do Continente, permitindo classificar este ano como muito seco. Os valores totais variaram entre 315 mm, em Mora, e 1879 mm, em Cabril.

Em termos de percentagem, em relação ao valor médio no período 1971-2000, a quantidade de precipitação acumulada entre 01 de outubro 2014 e 30 de setembro 2015, é inferior ao normal em quase todo o território. Nalgumas regiões, no Centro e no Sul do país, os valores foram inferiores a 75% do valor normal (valor mínimo na Covilhã de 49%). O maior valor em percentagem em relação à normal ocorreu no Minho em Monção (119%).

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Figura 3 - Precipitação acumulada entre 01 de outubro 2014 e 30 de setembro 2015 (esq.) e percentagem em relação à média 1971-2000 (dir.)

Na Tabela 1 e na Figura 4, apresentam-se os valores da precipitação mensal (outubro a setembro) nos anos hidrológicos secos de 2014/15, 2011/12 e 2004/05, assim como os valores normais 1971-2000; verifica-se que o total acumulado em 2014/15 ainda que inferior ao valor normal (79 %), foi superior ao de 2004/05 (47 %) e ao de 2011/12 (64 %).

Tabela 1 - Precipitação mensal nos anos hidrológicos 2004-2005, 2011-2012, 2014-2015 e valor médio 1971-2000

Precipitação mensal no ano hidrológico (mm)

Ano Hidrológico Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Total

2004-2005 164.4 21.0 44.2 7.2 19.7 56.4 32.1 32.1 6.8 8.9 2.7 15.3 410.8

2011-2012 84.8 158.3 41.2 20.4 2.2 20.8 76.6 73.2 14.0 4.5 14.4 43.7 554.1

2014-2015 119.5 217.4 28.5 83.0 37.2 17.6 59.4 41.1 20.5 3.5 6.8 54.8 689.3

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Figura 4 - Precipitação acumulada nos anos hidrológicos 2004-2005, 2011-2012 e de 2014-2015 (outubro a setembro) e média da quantidade de precipitação mensal acumulada (1971-2000).

3. Situação de Seca Meteorológica

Apresenta-se na Figura 5 a evolução da distribuição espacial do índice PDSI entre fevereiro e setembro de 2015 e na tabela 2 a percentagem de território (área) nas diferentes classes de seca meteorológica no ano hidrológico 2014/15.

A situação de seca no ano hidrológico 2014/15 iniciou-se, em todo o território do continente, em março 2015, intensificando-se até ao final de julho e mantendo-se em agosto em quase todo o território, verificando-se um desagravamento no mês de setembro.

Os meses de maior severidade da seca foram os de maio a julho, com quase todo o território nas classes de seca moderada a extrema, do índice PDSI. A maior percentagem do território afetado nas classes de seca severa e extrema verificou-se em julho com 79 %.

No final do ano hidrológico, ou seja a 30 de setembro, verificou-se um desagravamento da área afetada e da intensidade da situação de seca meteorológica, tendo mesmo terminado na região noroeste do território.

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Tabela 2 – Classes do índice PDSI - Percentagem do território afetado em 2015

Classes PDSI 28 fev. 31 mar. 30 abr. 31 mai. 30 jun. 31 jul. 31 ago. 30 set.

Chuva extrema 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 Chuva severa 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 Chuva moderada 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.6 Chuva fraca 16.4 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 9.7 Normal 16.5 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 1.5 4.9 Seca Fraca 66.8 25.5 17.6 9.9 13.5 11.6 11.4 24.4 Seca Moderada 0.3 67.3 79.0 35.3 18.5 9.8 13.0 29.9 Seca Severa 0.0 7.2 3.4 53.4 53.8 60.1 65.6 31.5 Seca Extrema 0.0 0.0 0.0 1.4 14.2 18.5 8.5 0.0

4. Comparação com as situações de seca anteriores

Nos últimos 10 anos a situação de seca mais grave ocorreu no período de novembro 2004 a fevereiro de 2006. Na Tabela 3 apresentam-se as percentagens de território afetado pela situação de seca meteorológica entre fevereiro e setembro para 2005, 2012, e 2015. Verifica-se que a percentagem total de seca severa e extrema em 2015 foi quase sempre inferior às secas anteriores de 2005 e 2012, exceto nos meses de agosto e setembro em relação à seca de 2012.

Verifica-se que no final do ano hidrológico 2014/15 apenas 32% do território estava nas classes de seca mais graves, enquanto em 2004/05 havia ainda 97% do território afetado.

Tabela 3 – Classes do índice PDSI - Percentagem do território afetado em 2015 Classes

seca PDSI

Anos de

seca 28 fev. 31 mar. 30 abr. 31 mai. 30 jun. 31 jul. 31 ago. 30 set.

Fraca 2004/05 0 26 15 4 0 0 0 0 2011/12 0 0 2 6 4 1 13 19 2015 67 26 18 10 14 12 11 24 Moderada 2004/05 23 22 22 28 3 0 0 3 2011/12 0 2 39 19 16 15 13 65 2015 0 67 79 35 19 10 13 30 Severa 2004/05 44 28 20 20 33 27 29 36 2011/12 68 41 59 30 24 26 40 15 2015 0 7 3 53 54 60 66 32 Extrema 2004/05 33 24 43 48 64 73 71 61 2011/12 32 57 0 44 56 58 33 0 2015 0 0 0 1 14 19 9 0 Total severa + extrema 2004/05 77 52 63 68 97 100 100 97 2011/12 100 98 59 74 80 84 73 15 2015 0 7 3 55 68 79 74 32

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Apresenta-se na Figura 6 a percentagem de território em cada uma das classes de seca do índice PDSI onde se podem comparar os valores em 30 de setembro de 2015 (final do ano hidrológico) com os valores em 30 de setembro dos anos de seca de 1945, 1965, 1976, 1981, 1992, 1995, 1999, 2005 e 2012. Da análise da Figura 6 e da Tabela 4 verifica-se que em 30 de setembro de 2015 a área do território afetada (32 %) corresponde apenas à classe de seca severa; nas situações de 2005 e 1945 a área afetada corresponde a 96 % e 83 %, respetivamente, e abrange as classes de seca severa e extrema.

Figura 6 - Percentagem de território (área) nas diferentes classes de seca meteorológica em 30 de setembro e cenários para setembro 2105

Tabela 4 – Classes de seca do índice PDSI - Percentagem do território afetado em 30 de setembro

Classe PDSI 1945 1965 1976 1981 1992 1995 2005 2012 2015 chuva extrema 0 1 6 0 0 0 0 0 0 chuva severa 0 3 13 0 1 0 0 0 0 chuva moderada 0 20 35 3 3 1 0 0 1 chuva fraca 0 23 33 14 17 4 0 0 10 normal 0 17 4 21 20 6 0 1 5 seca fraca 1 32 6 55 48 44 0 20 24 seca moderada 16 4 2 5 11 40 4 65 29 seca severa 50 0 1 2 0 5 36 15 32 seca extrema 33 0 0 0 0 0 61 0 0

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Na Figura 7 apresenta-se, de acordo com o índice de seca PDSI, o número total de meses em situação de seca meteorológica e na Figura 8 o número de meses consecutivos em seca severa e extrema para os episódios de seca 1943/45, 1948/49, 1964/65, 1974/76, 1980/83, 1990/92, 1994/95, 2004/06, 2011/12 e 2015 em Portugal Continental.

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Figura 7 (cont.) - Representação espacial do número de meses em seca meteorológica

Da análise da Figura 7 verifica-se que em comparação com as secas anteriores a de 2015 foi a que apresentou (até 30 setembro 2015) menos meses em seca meteorológica, variando entre o 5 e os 9 meses. As secas mais longas foram as de 1943/46 (a mais longa) e a de 2004/06.

Relativamente ao número de meses em seca severa e extrema a seca de 2015 foi menos intensa que a de 2011/12 e apresenta um máximo de 7 meses em Vila Real e V. Real Sto. António nas classes mais graves do índice.

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Figura 7 (cont.) - Representação espacial do número de meses consecutivos em seca meteorológica severa e extrema

Considerando a área de território afetada nas classes mais graves de seca, pode afirmar-se:

 Em 30 de setembro 2015 cerca de 1/3 do território está em situação de seca, que corresponde apenas à classe de seca severa.

 As secas de 2004/05 e 1944/46 são quanto à área afetada as mais extensas (96 % e 83 %) e as mais intensas (classes de severa e extrema).

Em resumo, a seca de 2015 teve uma extensão territorial importante, com 79% de território (no final de julho) nas classes de seca severa ou extrema, apenas inferior à das secas de 2011/2012, 2004/2005 e 1944/46, no entanto a duração desta seca foi, até ao final de setembro, inferior à generalidade de outras secas ocorridas em Portugal Continental.

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