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Contrato de transporte aéreo: a responsabilidade do passageiro indisciplinado

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JONAS GALVÃO DA SILVA JUNIOR

CONTRATO DE TRANSPORTE AÉREO: A RESPONSABILIDADE

DO PASSAGEIRO INDISCIPLINADO

PALHOÇA 2019

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JONAS GALVÃO DA SILVA JUNIOR

CONTRATO DE TRANSPORTE AÉREO: A RESPONSABILIDADE

DO PASSAGEIRO INDISCIPLINADO

Monografia apresentada ao Curso de graduação em Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel.

Orientador: Prof. Marcos Fernando Severo de Oliveira, Esp.

PALHOÇA 2019

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JONAS GALVÃO DA SILVA JUNIOR

CONTRATO DE TRANSPORTE AÉREO: A RESPONSABILIDADE

DO PASSAGEIRO INDISCIPLINADO

Esta monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Bacharel em Ciências Aeronáuticas e aprovada em sua forma final pelo Curso de Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 25 de novembro de 2019 _____________________________________________ Orientador: Prof. Marcos Fernando Severo de Oliveira, Esp.

______________________________________________ Prof. Orlando Flavio Silva, Esp.

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Dedico este trabalho à minha família, pelo apoio, confiança e alegrias.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por mais uma importante conquista.

Agradeço à minha família, pelo apoio, companhia confiança nos passos que damos juntos. Agradeço ao meu orientador, pelo apoio, pelo redirecionamento e por motivar-me inestimavelmente no desenvolvimento desta pesquisa.

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi analisar a indisciplina do passageiro quanto ao modo como ela se estabelece na cultura e cotidiano da aviação no Brasil, sua previsão e sanção em textos normativos e legais – mais especificamente no Contrato de Transporte Aéreo –, considerando que o fenômeno constitui grave atentado à segurança e conforto de todos os passageiros e tripulação de um voo comercial. A pesquisa foi exploratória, de viés qualitativo, com abordagem qualitativa do problema de pesquisa. Foi efetuado levantamento de bibliografia em obras, artigos com resultados de pesquisa, bem como em documentos legais e normativos. Os procedimentos metodológicos são então bibliográficos e documentais. Teve-se especial atenção ao fato de que a pesquisa é ainda incipiente na área, o que demandou o entrecruzamento de noções e perspectivas de diversas áreas. O percurso de pesquisa aqui desenvolvido permite dizer que a indisciplina do passageiro se coloca ainda como uma questão desafiante para o cotidiano, logística, economia, desenvolvimento da cultura de voar e do transporte aéreo. Na legislação e em todo o arcabouço regulatório estão expressas expectativas à respeito do que se espera do passageiro, mas não ainda de forma correspondente ao peso da indisciplina contexto da aviação nacional. Pode-se dizer que há espaço na legislação, em procedimentos normativos e instrumentos regulatórios para que haja maior força que demarque o lugar da disciplina como meio de sucesso do voo e responsabilidade inalienável do passageiro.

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ABSTRACT

This study aimed to analyse unruly passenger fact as how it is established in aviation culture and daily life in Brazil, its prediction and sanction in normative and legal texts (specifically in the Airlines Transport Agreement), considering the phenomenon constitutes serious violation of the safety and comfort of all passengers and flight crew on a commercial flight. The research was exploratory, with qualitative approach to the research problem. A survey of bibliography was performed in papers, research results, as well as in legal and normative documents. The methodological procedures are both bibliographic and documentary. Special attention was given to the fact that research is still incipient in the area, which required notions and overview from various areas. The developed research allows us to say that unruly passenger is still a challenging issue for everyday life, logistics, economy, development of the culture of flying and air transport. Expectations are expressed in legislation and throughout the regulatory framework as to what is expected of the passenger, but not yet corresponding to the weight of the unruly passenger at national aviation context. So, we can say that there is a gap in the legislation and normative procedures or regulatory instruments so that there is greater force that demarcates the place of discipline as a way to flight success and responsibility of the passenger.

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LISTA DE SIGLAS

ANAC Agência Nacional de Aviação Civil

CBA Código Brasileiro De Aeronáutica

CNT Confederação Nacional do Transporte

CPC Código de Processo Civil

IATA International Air Transport Association

(Associação Internacional de Transportes Aéreos)

PNAVSEC Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil Contra Atos de Interferência Ilícita

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...09 1.1 PROBLEMA DA PESQUISA...14 1.2 OBJETIVOS...15 1.2.1 Objetivo geral...15 1.2.2 Objetivos específicos...15 1.3 JUSTIFICATIVA...15 1.4 METODOLOGIA...16

1.4.1 Natureza e tipo da pesquisa...16

1.4.2 Materiais e métodos...16

1.4.3 Procedimentos de coleta de dados...17

1.4.4 Procedimentos de análise dos dados...17

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO...17

2 O VOO COMERCIAL: CONTEXTO, PRESSUPOSTOS E ALCANCES...19

2.1 TRANSPORTE AÉREO: PAPÉIS, RESPONSABILIDADES E LEGISLAÇÃO...20

2.1.1 Cotidiano no Aeroporto: alguns aspectos a serem considerados...20

2.2 PAPEL DA COMPANHIA E DO PASSAGEIRO COMO FATORES PARA O (IN)SUCESSO DE UM VOO...20

2.3 DOCUMENTOS, CONTRATOS E LEGISLAÇÃO: POSICIONAMENTOS QUANTO À INDISCIPLINA DO PASSAGEIRO...22

2.3.1 Código Civil, Código Penal, CBA e A ANAC...22

2.3.2 O Contrato de Transporte Aéreo: LATAM, Gol e Azul...25

3 CUSTOS DA INDISCIPLINA...27

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS...29

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9 1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento do transporte aéreo a partir do século XIX representa um marco definidor na história humana, instaura uma forma nova de transporte e descolamento – pessoal e coletivo. O desenvolvimento da aviação sintetiza um empenho do processo civilizatório que desenha um novo modo de conquista do espaço, que incide em tecnologias de deslocamento que não são naturais ao homem e incide ainda no desbravamento de territórios para além do ambiente de vida no planeta. Assim, pode-se dizer que o transporte aéreo é parte integrante do desenvolvimento humano e que esse tipo de transporte define formas novas de viver em sociedade.

Especificamente, pode-se dizer que o transporte comercial de passageiros teve impacto relevante e significativo no cotidiano e no modo de vida contemporâneos, corroborando um entendimento de que grande parte do desenvolvimento capitalista e das transformações sociais se deve ao desenvolvimento da mais eficaz alternativa de transporte de pessoas, que é a aviação.

Com a globalização e suas demandas, aumenta de modo mais expressivo e evidente o tráfego aéreo e a segmentação desse setor de transporte é cada vez maior (CNT, 2006). No Brasil, o transporte aéreo tem ganhado novas proporções – mais especificamente desde os anos 1990 (CNT, 2006), trazendo à realidade do mercado de transporte aéreo nacional a ampliação do acesso aos voos, o barateamento das passagens, a melhoria da infraestrutura aeroportuária, melhorias na organização regulatória e proposições documentais, bem como o refinamento de fluxos de procedimentos na operação das aeronaves e dos aeroportos.

Ademais, a segurança, a eficiência das operações e das aeronaves, bem como o conforto dos passageiros têm sido pontos de transformações e/ou melhorias. Até mesmo a cultura da viagem por meio do transporte aéreo, o marketing das companhias e o modo como o cidadão comum tem acesso às companhias têm se transformado.

A difusão do transporte aéreo com fluxos crescentes de viagens de negócios e turismo propiciou maior presença e agregação de valor à a complexa cadeia produtiva da aviação civil note-se que os países que fortaleceram essa cadeia por meio de políticas consistentes aumentaram seu potencial de barganha em acordos internacionais bilaterais e multilaterais. (IPEA, 2010, p. 2).

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10 A aviação é parte do que acontece entre os país, em nível global. Com isso, mesmo não ainda da forma como é necessário, o transporte aéreo de passageiros e a experiência da viagem em aeronave tem melhorado.

Entretanto, é preciso dizer que um voo comercial implica uma cadeia extensa e complexa de planejamento, produção, implementação de procedimentos e resolução de problemas, de forma que o resultado final – o transporte de pessoas e carga/bagagens – aconteça da melhor e mais segura forma possível. Assim várias responsabilidades são atribuídas a setores e equipes, cada “sujeito do fenômeno voo” é partícipe (ou não, excepcionalmente) do sucesso do voo proposto e implementado em cada um dos seus detalhes.

Nesse sentido, segurança e eficiência, por exemplo, é responsabilidade de equipes específicas de planejamento, gestão, controle e operação. Pilotos, comissários, controladores de tráfego aéreo, equipes de operação em solo, gestores em aeroportos, operadores de manutenção, agentes de segurança e mesmo equipe limpeza, de modo essencial, têm responsabilidades claras, bem definidas e – a princípio – assumidas diante da tarefa crucial, hora a hora, minuto a minuto, de transportar pessoas e bens. Preciso é frisar, a segurança, conforto e eficiência de um voo dependem também – e muito – da colaboração e participação dos passageiros transportados, exatamente. E é nesse ponto que a pesquisa realizada encontrou razão e relevância.

O passageiro de um voo comercial é – pode-se dizer – a razão de ser de uma companhia aérea. Obviamente, o desenvolvimento da tecnologia de voo e deslocamento, a possibilidade de acesso a lugares remotos, dentre outros fatores, motiva a existência de uma companhia aérea. No entanto, o cidadão comum que precisa deslocar-se espacialmente em menor tempo e, para isso, acessa o serviço de transporte aéreo, é o que movimenta a economia bilionária em nível global relativa a toda a cadeia de serviços: desde a produção das aeronaves, passando pelo universo da companhia aérea, até o impacto econômico da presença do passageiro em seu destino final. Tudo isso sustenta a existência de uma companhia aérea. No entanto, não é distante uma observação de que é necessário rever o potencial de fomentador do desenvolvimento que tem o transporte aéreo: “No Brasil, [...] há condições de se impulsionar uma nova filosofia que contemple investimentos crescentes e induza ao desenvolvimento econômico e social dos territórios sob influência de grandes complexos aeroportuários” (IPEA, 2010, p. 43).

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11 Nesse contexto, as companhias oferecem seus serviços, contando com um mercado consumidor, pactuando um contrato, o contrato de transporte aéreo, que é um contrato de consumo firmado entre o consumidor e a empresa aérea no momento da compra da passagem aérea. Nele, estão contidos direitos e deveres do passageiro e da empresa, inclusive informações e regras sobre alteração, reembolso e bagagem, dentre outras” (ANAC, 2019).

Conforme dispõe a Resolução ANAC nº. 400, o porte do bilhete de passagem implica o pacto do contrato de transporte aéreo entre passageiro e companhia aérea (ANAC, 2016). No entanto, o contrato não é impresso e apresentado ao passageiro, mas é geralmente disponível na página da companhia do voo contratado. Pressupõe-se que o passageiro, ao acessar o serviço de transporte aéreo, compreenda a dimensão de um voo aéreo e colabore para seu sucesso. No entanto isso nem sempre acontece, emergindo, então, a indisciplina do passageiro.

Na literatura disponível sobre a indisciplina a bordo em outros países, os dados estão consolidados de melhor forma e disponíveis mais amplamente. No entanto, quando se fala da realidade nacional, os dados não são assim disponíveis, localizáveis e mesmo evidentemente consolidados. Em relação a números, dados da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) apontam houve registro em 2015 de 10.854 eventos de indisciplina e esse número foi 16,5% maior que a quantidade de ocorrências de 2014 (MOYA, 2017). Pode-se perceber, então que essa é uma questão importante a ser considerada no cotidiano do transporte de passageiros. Dados do IATA, de 2004 a 2017, apontam que os caso de indisciplina tem crescido. Em 2007 havia menos de 500 casos e em 2016 os casos chegaram a quase 10.000 (IATA, 2017). São mais de 38 mil casos ao todo em todo o mundo (CNT, 2007). Considerando que de qualquer desses eventos poderiam derivar uma cadeia de fatos. Quanto ao tipo de evento, o documento aponta que o álcool é um fator determinante, tem relevância numérica no conjunto dos casos, pois quase 5000 casos são decorrentes ou estão relacionados ao uso do álcool, determinando a emergência do evento.

No Brasil, as responsabilidades estão expressas em documentos legais, mas não de modo específico e incisivo. Pode-se entender, por uma via, que não há maior difusão do que se espera do passageiro em razão talvez de que isso causasse nos passageiros o receio ou medo de voar ou do ambiente de voo, o avião, se for expressa, por exemplo, a uma lista de comportamentos não esperados e sancionáveis descritos em algum documento disponibilizado pela companhia aérea. O meio mais efetivo de lidar de imediato com a indisciplina do

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12 passageiro e cliente aéreo é a Preterição – em termos comuns, a negação do embarque, quando a empresa aérea se recusa a transportar o passageiro. A negativa de embarque pode ocorrer por diversos motivos e, quando ocorre, o comandante usa um Termo de Desembarque Compulsório de Passageiro(a) para oficializar o impedimento do embarque ou o desembarque.

No entanto, algumas melhorias começam a emergir. No novo Código Brasileiro de Aeronáutica poderá haver previsão quanto à indisciplina (BRASIL, 2015). Se no exterior a situação já é observada com outros olhos, no Brasil a discussão começa a principiar. Assim, a presente pesquisa busca problematizar a recorrência de passageiros que se colocam em uma situação de indisciplina, bem como buscar entender se estes compreendem que no contrato há expressa responsabilidade dele quanto ao sucesso do voo. A indisciplina, a princípio parecendo simples, implicar de modo importante no planejamento do voo de outras pessoas, colocando em risco a eficiência das operações e principalmente a segurança do voo.

O sentido do trabalho, assim, reside em captar a importância da segurança do voo colocada em risco por um ato de indisciplina. A tripulação coloca-se no sentido de manter a segurança das pessoas e do voo, no entanto a indisciplina por vezes pode invalidar todo um extenso trabalho, resultando potencialmente em eventos fatais. Se o passageiro entendesse a importância de ler o contrato e compreender seu papel, não colocaria a segurança do voo em risco, provocando, por exemplo o desvio de voos para pouso de emergência.

Posto esse quadro, propõe-se aqui a hipótese de que a indisciplina surge do desconhecimento do passageiro quanto ao alcance de suas atitudes incompatíveis com a segurança e conforto de um evento como um trajeto comercial aéreo. Constata-se que no Brasil o passageiro não é penalizado por descumprir regras e normas, pois na lei ele só será penalizado se colocar a segurança da aviação em risco. Em uma perspectiva jurídica, não há crime se não há lei que o defina ou tipifique, e as regras e normas específicas, fatídicas, práticas da aviação que caracterizam a indisciplina não estão redigidas como lei, mas dispersas em vários textos normativos e regulatórios. Se houvesse a leitura e conscientização do passageiro quanto à sua responsabilidade, que permeia o contrato de transporte aéreo, haveria talvez uma minimização da ocorrência do comportamento que coloca em risco a vida de pessoas.

Na literatura a respeito desse tema não se tem discussão consistente que considere a punição à indisciplina do passageiro, a previsão legal quanto aos comportamentos inadequados ou mesmo a conscientização do passageiro. Nesse sentido, o presente trabalho se

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13 torna relevante (encontrando aí a sua justificativa), uma vez que propõe o início de uma discussão no sentido de trazer à tona a demanda de problematizar a indisciplina do passageiro, pensando no alcance do comportamento inadequado, que causam transtornos ao bom andamento de um voo.

A ideia central no estudo reside, então, em levantar informações documentais e cruzar entendimentos teóricos a respeito de comportamento, estruturação do voo comercial e implicações logísticas, econômicas e de segurança da indisciplina ocasionada pelo passageiro que não respeita regras, normas e procedimentos estabelecidos nos diversos documentos que orientam o voo. O intento da pesquisa segue no rumo de entender a relação entre conscientização, atribuição de responsabilidades e comportamento, o que pode gerar, fomentar ou perpetuar a indisciplina nos voos. Nota-se que, ao contrário de outros países, no Brasil a questão da indisciplina não toma espaço de evidência no sentido de ser minimizada ou mesmo problematizada amplamente (COLEHAN, 2017).

No Reino Unido, por exemplo, existe todo um contexto de conscientização e punição dos transtornos. A campanha One Too Many (“Passando da Conta”) é um exemplo disso. No documento The UK Aviation Industry Code of Practice on Disruptive Passengers, nota-se o quanto há no Reino Unido implicações financeiras e criminais para casos de indisciplina de passageiros. Sanções como ser impedido de voar, ser preso por dois anos, receber punições financeiras ou mesmo ser banido pela companhia aérea podem ser a realidade de um passageiro que causou problemas a um voo. Nos princípios da campanha figuram:

There are some clear principles that underpin this Code: • All passengers are responsible and accountable for their own behaviour.• Disruptive behaviour cannot and will not be tolerated.• Reducing disruptive behaviour is a shared responsibility of all partners on the ground and in the air”1 (AOA, 2016, p. 2).

Aqui se nota que há um envolvimento de fato e um compromisso com a segurança e conforto no transporte dos passageiros, o que não é realidade no Brasil.

1 Traduzido, o texto aponta: “Existem alguns princípios claros que sustentam este Código: • Todos os passageiros são responsáveis pelo seu próprio comportamento. • O comportamento perturbador não pode e não será tolerado. • Reduzir o comportamento perturbador é uma responsabilidade compartilhada de todos os parceiros no solo e no ar” (AOA, 2016, p. 2).

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14 1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

O passageiro de um voo é um elemento central no sucesso ou insucesso de um voo e mesmo de uma empresa aérea. Espera-se do passageiro que ele colabore para o sucesso de sua própria viagem, seguindo as normas, regras e leis que viabilizam a sua própria segurança, conforto, efetivação do transporte, bem como segurança, conforto, efetivação do transporte de todos os demais passageiros e tripulação. No entanto, ocorrem os casos de indisciplina – por parte do piloto, incidindo por vezes em acidentes e fatalidades, e por parte do passageiro, implicando transtornos e efeitos mais sérios que colocam em risco a rotina das operações e de vidas humanas, em última instância. Como exemplo, tem-se um acidente na Rússia, quando os passageiros da parte dianteira da aeronave durante a evacuação tentavam salvar as bagagens, obstruindo o corredor com as malas, e os passageiros da parte traseira foram atingidos pelo fogo. As orientações da tripulação eram de que fossem deixadas todas as bagagens, o que não foi cumprido.

Até tempos atrás, o contrato aéreo era fornecido ao passageiro em forma de livreto juntamente com a passagem, contento todos os termos do contrato. Com a internet e a questão ambiental, o livreto do contrato não é mais impresso e fornecido. Há apenas uma confirmação

online por parte do passageiro de que ele leu o contrato de transporte, assina-se online um

termo de leitura efetuada do contrato. Entretanto, sabe-se que é prática comum a assinatura

online de termos sem leitura completa do contrato, qualquer seja ele. Assim sendo, pode-se

dizer que o passageiro não sabe exatamente que recai em indisciplina quando provoca uma situação que fora do contexto do voo teria implicações menores, mas que considerando toda a complexidade da situação do voo (ambiente artificial do avião, em alta atitude, com funcionamentos vários dependendo de tecnologia), bem como o fato de que situações antissociais alcançam patamares diferenciados. Nesse contexto, a pergunta de pesquisa que norteou o trabalho foi: em que extensão os textos legais e normativos (e em específico o Contrato de Transporte Aéreo) tratam a indisciplina do passageiro, que se apresenta e se estabelece atualmente no cotidiano da aviação civil?

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15 1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar a indisciplina do passageiro quanto ao modo como ela se estabelece na cultura e cotidiano da aviação no Brasil, sua previsão e sanção em textos normativos e legais – mais especificamente no Contrato de Transporte Aéreo –, considerando que o fenômeno constitui grave atentado à segurança e conforto de todos os passageiros e tripulação de um voo comercial.

1.2.2 Objetivos Específicos

• Especificar os documentos que tratam da indisciplina do passageiro;

• Analisar os contratos das maiores companhias aéreas no Brasil no sentido de compreender como é a visão da indisciplina nesses documentos;

• Caracterizar o dever e responsabilidade dos passageiros quanto à segurança e conforto de um transporte comercial;

• Apresentar o ambiente aéreo em sua complexidade e artificialidade como ambiente plenamente impróprio para quaisquer eventos não previstos e que não contribuam positivamente para o sucesso de um voo – inclusive a indisciplina;

• Pontuar quais seriam os prejuízos decorrentes da indisciplina do passageiro e em que medida as companhias podem se colocar no mercado de forma mais eficiente a partir da redução de casos de indisciplina dos passageiros.

1.3 JUSTIFICATIVA

Em outros países, a questão da conscientização e punição ao comportamento indisciplinado está mais organizada, especificada e claramente proposta – em leis, em campanhas, em posturas do setor da aviação. No Brasil, isso não se coloca dessa forma.

Assim, o estudo abre portas para um estudo que foca o tema das implicações da indisciplina, cobrindo uma área de estudos ainda não contemplada pela pesquisa, o que por si só representa suficiente justificativa a pesquisa.

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16 1.4 METODOLOGIA

1.4.1 Natureza e tipo da pesquisa

A pesquisa é caracterizada como exploratória, de viés qualitativo, com abordagem qualitativa do problema de pesquisa, a indisciplina do passageiro. Quanto ao procedimento de pesquisa, foi efetuado levantamento de bibliografia, sendo então os procedimentos metodológicos bibliográficos e documentais. Teve-se especial atenção ao fato de que a pesquisa é ainda incipiente na área, o que demandou o entrecruzamento de noções e perspectivas de diversas áreas. Procedeu-se à leitura e análise de documentos legais, regulatórios, de procedimentos, bem como obras e pesquisas que auxiliem quanto ao objetivo da presente pesquisa; os esforços empenhados acercaram textos que abordam assuntos relativos a legislação em transporte aéreo, logística de voo, marketing no mercado da aviação comercial, comportamento do passageiro, implicações legais, jurídicas, financeiras e criminais para atos que causem transtornos a bordo, dentre outras que se fizerem necessárias.

Vale frisar, o trabalho teve um viés de levantamento, discussão, problematização, tendo em vista o caráter de desbravamento teórico e abertura de campo de pesquisa em que se coloca a pesquisa efetuada no tema da indisciplina entre passageiros e seus impactos. O contexto considerado foi a aviação nacional, especificamente documentos relativos às três maiores companhias que oferecem voos comerciais para transporte de passageiros, especialmente em linhas em território nacional. O período temporal considerado abrangeu as últimas três décadas, desde a década de 1990 até o momento presente, o que se justifica em razão do entendimento de que um período de quase trinta anos consiste em período suficiente para que a questão do posicionamento das empresas e do governo em relação à indisciplina do passageiro seja apreciada.

1.4.2 Materiais e métodos

A pesquisa empenhou procedimentos bibliográficos e documentais. Foram utilizados – mesmo considerando-se o entrave da originalidade da abordagem –, textos acadêmicos na área de estudo aeronáuticos, teses, dissertações, publicações de pesquisadores e grupos de estudo, bem como documentos legais, regimentos, atas, resoluções, cartilhas e

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17 outros documentos, de forma a formular uma discussão teórica consistente na direção do teste teórico da hipótese apresentada. Quanto às fontes documentais, foram utilizados documentos da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), bem como legislações nacionais e reportagens sobre o assunto em jornais e revistas.

1.4.3 Procedimentos de coleta de dados

Sendo pesquisa bibliográfica, foi feito levantamento de temas que fundamentaram o desenvolvimento da pesquisa, em obras publicadas, artigos em plataforma de divulgação de resultados de pesquisa, em canais de veiculação de notícias a respeito do transporte aéreo, bem como documentos legais e de regulação do transporte aéreo, produzidos por entidades e órgãos públicos.

1.4.4 Procedimentos de análise dos dados

À luz do repertório teórico, buscou-se entender como se apresenta a indisciplina como categoria de comportamento nos documentos legais e regulatórios, principalmente nos contratos de transporte das três companhias mais expressivas atualmente no cenário nacional: LATAM, Azul e GOL. Considerando elementos como comportamento humano, contexto estrutural do voo, aspectos jurídicos e reflexões sobre os impactos do comportamento do passageiro para o cotidiano, economia e segurança do transporte aéreo, buscou-se entender como a indisciplina figurou nos textos e figura na realidade prática de cada voo planejado e implementado em um contexto de grande complexidade e investimentos.

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O texto da pesquisa é constituído de Introdução, na qual é apresentado o contexto da pesquisa: problema da pesquisa, objetivos, justificativa e metodologia. Segue, então, o item “2 O VOO COMERCIAL: CONTEXTO, PRESSUPOSTOS E ALCANCES”, no qual é situado o voo comercial no contexto do desenvolvimento da aviação, ressaltando-se a estruturação necessária para que ele se estabeleça como componente da mobilidade nacional,

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18 bem como o papel da empresa aérea, do passageiro e o que dispõe a legislação e textos regulatórios.

No terceiro item, “3 CUSTOS DA INDISCIPLINA”, são apresentados aspectos que caracterizam o impacto da indisciplina para o universo da aviação civil e na economia do transporte aéreo. A seguir, são apresentadas as Considerações Finais do trabalho e as Referências utilizadas no desenvolvimento da pesquisa.

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19 2 O VOO COMERCIAL: CONTEXTO, PRESSUPOSTOS E ALCANCES

Um voo é uma situação que, além de técnica, constitui um evento social. Com propósito determinado, pessoas condicionam-se fisicamente a um artefato tecnológico produzido em razão de uma demanda do cotidiano historicamente produzida e em uma situação que não está posta naturalmente ao homem, cujo deslocamento ocorre primariamente em chão – em solo, preferencialmente. Tres, Reis e Schlindwein (2011, p. 152) apontam que “como propriedade emergente das interações homem-natureza, a paisagem, onde o homem se movimenta e vive, não pode deixar de ser discutida como um resultado da sua presença”. Pode-se dizer que o homem alça nova paisagem para integrar e transformar – nem que seja pelo tempo de uma viagem: o ar, pois há mais de um século é onde está presente, delimitando novo espaço social. Vale ainda dizer, o advento da aviação há menos de um século atrás, o que era posto como forma de deslocamento é culturalmente transformado. O homem conquista o espaço aéreo para transporte de bens e pessoas. Como coloca Camilo Pereira:

O “fazer circular” é a lógica empreendida pela sociedade e pelo capital. [...] Embora a generalização do termo “circulação” tramite pelos diversos campos da Ciência, observamos que a circulação empreende primeiramente a fluidez territorial, constituindo-se a partir da movimentação de pessoas, mercadorias, informações, valores etc. (PEREIRA, 2010, p. 19).

Essa conquista responde a uma demanda cultural e sociológica, pois a “descoberta” da aviação deixa de ser resultante de curiosidade e anseio pessoal (desde Da Vinci) e se torna parte de um projeto de desenvolvimento cultural e político (DE LA TORRE, 2003), integrante da cultura ocidental (mais especificamente, pois o oriente herda a aviação em segunda mão). No entanto, a cultura e as tecnologias da aviação têm se transformado ao longo do tempo. A popularização da aviação, por exemplo, mudou os hábitos e o ambiente aéreo.

As transformações conjunturais (econômicas, sociais, territoriais e culturais) ocorridas numa escala mundial afetaram as econômicas globais, observadas principalmente a partir do final do século XX, com destaque para o novo padrão de acumulação capitalista; ou seja, a mundialização da lógica do capital forma o cenário de reestruturação do transporte aéreo mundial, impondo novas formas de produção, consumo e, principalmente, de fluidez territorial (CAMILO PEREIRA, 2010, p. 37).

Nesse esteio, aspectos como a forma de se vestir, questões comportamentais e de civilidade, despacho das bagagens, dentre outros, eram diferentes há décadas atrás. Antes, o

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20 uso em voo era vestimenta formal, a bagagem era despachada. Hoje, o que é posto em contrato é o uso de roupas adequadas à situação e o passageiro é quem transporta sua bagagem até a aeronave. Outros pontos como limites de peso, tamanho e quantidade de bagagem, auto check-in e autodespacho de bagagem fora da franquia já são aplicados em grandes aeroportos (ANAC, 2017). Essas mudanças requerem transformação no modo de perceber, vivenciar e estabelecer o evento do voo e toda uma cultura aeroportuária.

2.1 TRANSPORTE AÉREO: PAPÉIS, RESPONSABILIDADES E LEGISLAÇÃO

O ambiente aéreo é um espaço complexo e artificialmente conquistado. Em primeiro lugar, cabe considerar todo desenvolvimento da tecnologia que tornou possível o estabelecimento da aviação comercial. Pode-se dizer também que um voo apresenta riscos fisiológicos ao passageiro que, mesmo minimizados pela segurança das aeronaves e do tráfego, são impreterivelmente consideráveis em razão das condições em que acontece todo o percurso do voo, desde a decolagem até a aterrissagem. O corpo humano mantém a vida em condições específicas.

Assim, pode-se dizer que o ambiente em que ocorre o voo éplenamente impróprio para quaisquer eventos não previstos e que não contribuam positivamente para o sucesso do voo, e dentre esses eventos deve ser incluída a indisciplina. Todo voo é proposto para ter sucesso. Nada além disso pode ser admitido, pois o transporte aéreo acontece sob condições únicas em relação a outras formas de transporte e, portanto, tanto a tripulação quanto o pessoal em terra e, em igual medida, os passageiros são responsáveis e suas ações têm impacto no sucesso ou insucesso de um voo quanto a segurança, conforto, pontualidade e vários outros aspectos. Assim, a responsabilidade para que haja sucesso no voo é de todos.

2.1.1 Cotidiano no Aeroporto: Alguns Aspectos a Serem Considerados

Um aeroporto é um espaço em que circulam inúmeras pessoas. A exemplo, no ano de 2018, no aeroporto de Cumbica – Aeroporto Internacional de São Paulo – o registro de movimentação totalizou mais de 42 milhões de passageiros (CARVALHO, 2019). Com essa movimentação, cada mínimo detalhe pode interferir na grande cadeia de fluxos e procedimentos: embarque e desembarque, pousos e decolagens, manutenção de pistas,

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21 reformas necessárias, logísticas várias relacionadas a pessoal, rotinas e tarefas. Nesse contexto, o ambiente do aeroporto é um lugar socialmente compartilhado, em que a tarefa de deslocar pessoas e bagagens demanda normas com resultados assertivos e eficazes. De coerção, restrição, limitação e cerceamento de plena liberdade, vale dizer. Nesse sentido, o deslocamento pelo ar com uso de aeronave constitui uma artificialidade, resulta de artifício (tecnológico, cultural, técnico) altamente desafiado por condições naturais do ambiente e da fisiologia humana.

Por outro lado, um voo também resulta de um fluxograma intensamente complexo, do qual resulta a cadeia de procedimentos que viabilizam um voo, desde seu planejamento até o relatório desse voo efetuado. No planejamento de um voo, conforme aponta Silva (2018), são necessárias análises (dos aeródromos, da meteorologia atual e prevista), escolha da rota do voo, cálculos quanto à performance da aeronave e questões de documentação (preenchimento e ainda o envio do formulário de plano de voo, bem como a conferência de toda a documentação que será necessária ao voo). Quanto ao processo do passageiro no terminal, as atividades operacionais – de processamento e circulação – são: acessar TPS (Terminal Passenger Service), check-in, entrega de bagagem, controle de ticket, imigrar, controle de raio x, embarque saguão e embarque na aeronave (CORREIA, 2014).

Cabe frisar, o aeroporto é também um “lugar de passagem” para o perfeitamente nomeado “passageiro”. A menos que haja rotinas de viagem, o ambiente aeroportuário é um não-lugar (AUGÉ, 1994) com o qual não se cria vínculos extensivos, de familiaridade, de identificação como o ambiente da casa, escola ou igreja, que constituem a vida de uma pessoa.

Assim sendo, o ambiente físico, social, emocional e de vivências do aeroporto e da aeronave constituem demandas desafiantes para a gestão e produção das condições favoráveis a um voo de sucesso em aspectos como: segurança pessoal, patrimonial e nacional; controle de atividades ilegais nos dois ambientes; eficiência, segurança e eficácia dos voos e viagens; conforto e satisfação do cliente; segurança jurídica, dentre outros aspectos.

2.2 PAPEL DA COMPANHIA E DO PASSAGEIRO COMO FATORES PARA O (IN)SUCESSO DE UM VOO

No funcionamento de uma companhia aérea, os papéis e atribuições de cada ponto da hierarquia e organização são estabelecidos. É caracterizado e posto o dever de cada

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22 colaborador em uma companhia específica e isso é estabelecido junto ao Recursos Humanos da empresa e na contratação do funcionário. No entanto, o outro lado também é verdadeiro: é responsabilidade dos passageiros colaborar para que seja garantida a segurança, conforto e sucesso da viagem. Considerando que quando o passageiro compra seu bilhete, está comprando um produto, cabe entender ainda que está se colocando em uma situação/evento que é social. Assim, nenhuma atitude antissocial pode estar presente.

Assim sendo, é necessário que o passageiro saiba quais são os seus direitos e quais são os seus deveres, tendo consciência de qual é o seu papel em toda a cadeia da qual resulta o sucesso ou insucesso do voo. Por outro lado, torna-se necessário – por parte das companhias e setores específicos – o desenvolvimento de uma cultura de aviação que constitua um conjunto de ideias que conduzam e direcionem comportamentos, de forma que os valores e atitudes sejam desenvolvidos no passageiro, valores a atitudes coerentes com o fenômeno social complexo que é a viagem aérea.

2.3 DOCUMENTOS, CONTRATOS E LEGISLAÇÃO: POSICIONAMENTOS QUANTO À INDISCIPLINA DO PASSAGEIRO

2.3.1 Código Civil, Código Penal, CBA e a ANAC

Na legislação, o Decreto nº 7.168, de 5 de maio de 2010, apresenta o Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil Contra Atos de Interferência Ilícita (PNAVSEC), caracterizando o passageiro indisciplinado como o “passageiro que não respeita as normas de conduta em um aeroporto ou a bordo de uma aeronave ou que não respeita as instruções do pessoal de aeroporto ou dos membros da tripulação e, por conseguinte, perturba a ordem e a disciplina no aeroporto ou a bordo da aeronave” (BRASIL, 2010). Em termos simples, o passageiro é assim caracterizado quando tem atitudes como incidir em atraso, fumar no interior do avião e desobedecer instruções repassadas verbalmente pela tripulação. A IATA, Associação Internacional de Transporte Aéreo, aponta que o consumo de álcool é identificado como o maior causador de indisciplina (MOYA, 2017).

Considerando a dimensão e o impacto negativo da indisciplina do passageiro, é possível notar que alguns documentos tratam especificamente da questão da indisciplina, mas não de forma extensiva, que corresponda à dimensão do impacto da indisciplina na economia,

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23 no cotidiano, na logística, na segurança e no conforto durante o transporte aéreo de passageiros.

No Código Civil de 2002, arts. 738 e 739, tem-se um texto direto, objetivo, que especifica obrigação do passageiro de sujeitar-se às normas expressas do transportador. Por sua vez, a Lei 7.565, de 19 de dezembro de 1986 não é específica, apenas informa a responsabilidade nos artigos 86 e 232, mais especialmente, a responsabilidade sobre a prevenção de acidentes, providências no caso de atraso, interrupção da viagem e responsabilidade geral do passageiro (BRASIL, 1986).

A RBAC 108, a seu turno, informa a obrigação do transportador em fazer constar do contrato de transporte informações de medidas para coibir passageiro indisciplinado. Nesse sentido, ao passageiro é atribuído o cumprimento – por lei – dos regulamentos. Sujeita-se, este, portanto, às normas estabelecidas pelo transportador, conforme artigos 738 e 739 do Código Civil:

Art. 738. A pessoa transportada deve sujeitar-se às normas estabelecidas pelo transportador, constantes no bilhete ou afixadas à vista dos usuários, abstendo-se de quaisquer atos que causem incômodo ou prejuízo aos passageiros, danifiquem o veículo, ou dificultem ou impeçam a execução normal do serviço.

Parágrafo único. Se o prejuízo sofrido pela pessoa transportada for atribuível à transgressão de normas e instruções regulamentares, o juiz reduzirá eqüitativamente a indenização, na medida em que a vítima houver concorrido para a ocorrência do dano.

Art. 739. O transportador não pode recusar passageiros, salvo os casos previstos nos regulamentos, ou se as condições de higiene ou de saúde do interessado o justificarem. (BRASIL, 2002).

No mesmo sentido, o Código Brasileiro de Aeronáutica, artigo 232, também obriga o passageiro à sujeição às normas legais apresentadas no bilhete de passagem e afixadas em locais visíveis ao passageiro, como no interior da aeronave, por exemplo – obrigação em acordo com a RBAC 108, item 108.33.

De modo mais geral, a Resolução ANAC 400/2016 apresenta as condições gerais de transporte. Menciona sobre o passageiro sua obrigação de obedecer aos avisos impetrados pelo transportador, mas não prevê a recusa de embarque ou desembarque do passageiro indisciplinado (ANAC, 2016).

Quanto ao passageiro inconveniente, em específico, que exerça condutas antissociais ou desordem na cabine, este sofrerá a sanção sob o poder do comandante da aeronave, conforme o art. 168 do CBA: desembarque; medidas de proteção à aeronave, pessoas e bens; alijamento de carga ou parte desta. A atuação do comandante deverá ocorrer

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24 com razoabilidade e proporcionalidade e as sanções são somente cíveis (indenização do passageiro à empresa). Nesse artigo do CBA, isenta-se comandante e explorador da aeronave quanto a prejuízos ou decorrentes consequências das medidas necessárias para restauração da segurança, ordem e bom andamento do voo. Vale dizer, a multa por não impedir embarque ou não desembarcar passageiro indisciplinado vai de R$ 10 mil a 25 mil por passageiro de acordo com o RBAC 108. Nesse mesmo artigo, expressa-se a responsabilidade de desembarque do passageiro indisciplinado pelo comandante, com auxílio da segurança do aeródromo e a Polícia Federal caso necessário. E a autoridade e poderes disciplinares do comandante são expressos no Código Brasileiro de Aeronáutica, artigo 167.

Ainda, condutas tipificadas no Código Penal/Lei Das Contravenções Penais (como injúria, lesão corporal etc.) também são alcançadas pelo poder disciplinar do comandante da aeronave (art. 163 do Código Brasileiro de Aeronáutica). Para estas, as sanções são cíveis e criminais, uma vez que constituem atentado contra a segurança das aeronaves.

Quanto à embriaguez do passageiro, caso de indisciplina mais recorrente, o CPC situa a inimputabilidade em considerando os casos de estado de doença mental (conforme art. 26 do Código), embriaguez fortuita ou de força maior (art. 28 do Código). Quando a embriaguez é culposa ou voluntária (§1° art. 28 e art. 26 do Código), há imputabilidade. Nos dois casos, a previsibilidade do resultado de perigo é considerada.

No art. 261, parte Especial, do Código Penal, a pena para expor a aeronave ou mesmo praticar ato que tenda a dificultar ou impedir a navegação aérea é a reclusão de dois a cinco anos. Talvez esse seja o ponto da legislação que incida em sanção de maior impacto sobre a indisciplina, uma vez que implica a possibilidade de perda da liberdade.

Considerando o conceito de indisciplina, nota-se que estão em jogo as normas de conduta, as instruções repassadas e o efeito da atitude do passageiro. Logo, nisso é possível notar que dois fatores importantes para que a indisciplina não ocorra: (i) a ciência e conscientização quanto às normas de conduta e instruções a serem seguidas, responsabilidades legais e pactuadas em contrato aéreo; (ii) a ciência/conscientização quanto ao alcance das atitudes de indisciplina para o próprio passageiro, para a tripulação e para os demais passageiros do voo. No entanto, a inquietação que surge daí – e, vale dizer, constitui a problemática que motiva este trabalho de pesquisa – responde a uma constatação importante: cobrar a responsabilidade dos passageiros não é suficiente para evitar que seja praticada a indisciplina.

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25 Nesse sentido, o Projeto de Lei que revê o CBA, o Projeto de Lei do Senado de nº 258, do ano de 2016, especifica extensivamente comportamentos indesejados durante o voo em dezoito itens (BRASIL, 2016) e seus desdobramentos. No entanto, a legislação ainda não é válida. As medidas disponíveis quanto a lidar com ao transtorno causado pelo passageiro que traz a situação de indisciplina para o voo consiste em especificar regras, impedir o embarque e fazer desembarcar (ANAC, 2019).

2.3.2 O Contrato de Transporte Aéreo: LATAM, Gol e Azul

Central na discussão dessa pesquisa, o contrato de transporte das companhias aéreas é o documento que, de imediato, coloca ao passageiro o que se espera deste em viagem. Nesta pesquisa é efetuada análise de contratos das três maiores companhias que operam no Brasil: LATAM, Gol e Azul.

No texto do contrato da LATAM, observa-se no Capítulo 9 – Responsabilidade do Passageiro, que são especificados deveres ao passageiro quanto a porte de documentos de identificação, vestimenta, regras expressas, uso de aparelhos e acomodação, porte e controle de bagagem, bem como consumo de bebidas, ato de fumar, e transporte de artigo que ofereça risco ao voo. Expressa-se que é dever “(d) abster-se de atitude que cause incômodo, desconforto ou prejuízo aos demais passageiros” (LATAM, 2019).

O contrato de transporte da Gol Linhas Aéreas, por sua vez, é mais específico e incisivo, usando termos como “obrigação”, “obediência”, “boa ordem”, “disciplina”, inclusive sublinhando o dever de “Obediência à Tripulação”, ressaltando ainda o poder do comissário para impedir embarque, fazer desembarcar o passageiro. Menciona-se ainda a questão do porte e transporte de arma de fogo durante o voo (GOL, 2019).

A Azul, por sua vez, coloca os deveres do passageiro, expressando dever de atender solicitações da tripulação, mencionando ainda medidas de segurança caso esses não sejam cumpridos. A autoridade do comandante é expressa em item específico (AZUL Linhas aéreas, 2019).

Percebeu-se que o texto expressa os comportamentos esperados do passageiro, mas em nenhum momento dos contratos é colocada a importância da observação das normas tendo em vista a responsabilidade e papel do passageiro no sucesso ou insucesso do voo.

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26 Vale entender desde já que cada contrato tem uma visão da indisciplina que, mesmo que em todos os contratos haja um núcleo comum, cada um deles colabora com o entendimento da inadequação do comportamento indisciplinado de uma forma específica.

Considerado a realidade cultural do Brasil, em que a impunidade marca a cultura, bem como a lei de oferta e procura impregna as relações comerciais em um contexto da economia de país emergente, as companhias aéreas podem não se organizarem de modo tão assertivo quanto à indisciplina, requisitando sanções, em razão de uma possível perda de mercado.

Na realidade nacional,

Está em jogo uma sociedade profundamente desigual e hierarquizada, na qual mecanismos de auto-distinção social (como o “você sabe com quem está falando”, analisado por Da Matta, ou o “jeitinho brasileiro”, representado como uma instituição nacional) explicitam de modo claro que a diferença, a desigualdade e as classificações hierárquicas presidem muitas das regras de reciprocidade e das condições de seu cumprimento e/ou transgressão. (PORTO, 2001, p. 339).

Nesse sentido, no cada vez mais competitivo, volátil e jogado à sorte da abertura liberalista do mercado no transporte aéreo, imprimir coerção ao passageiro indisciplinado pode render danos à imagem da empresa e/ou ao relacionamento desta com seus clientes. Ainda é um público seleto na maioria das vezes os passageiros do transporte aéreo – seja em razão do valor das passagens ou do acesso a esse transporte, mais disponível nas grandes cidades. Assim sendo, ainda é grande o peso social quanto a exercer estrito tom de coerção a um – a princípio – isolado caso de indisciplina, entre tantos voos sem incidentes importantes.

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27 3 CUSTOS DA INDISCIPLINA

As companhias podem se colocar no mercado de forma mais eficiente a partir da redução de casos de indisciplina dos passageiros. Alguns pontos são muito impactados pela indisciplina do passageiro. Um dos pontos mais afetados é a programação da aeronave. Se há atraso na saída ou atraso na chegada em outro aeroporto, a programação será afetada e, assim, gera-se uma reação em cadeia. Poderá haver atrasos e perdas de conexões (tanto das próprias companhias quanto de um passageiro que compra passagem para um destino nacional e desse destino segue para um destino internacional com outra companhia, por exemplo). Ainda, o slot (tempo em que a aeronave pode permanecer em solo sem perturbar a malha aérea, chegada e saída de aeronaves do aeroporto) é afetado, pois duas aeronaves disputam um mesmo ponto com o atraso no slot. O tráfego aéreo – especificamente o controle de tráfego – será afetado, pois com atrasos tem-se aeronaves a mais, em solo para controlar, ou em voo para eventual pouso de emergência, alterando o fluxo previsto.

Outro ponto importante a considerar é o transporte de produtos perecíveis, cargas vivas, alimentos refrigerados e, principalmente, órgãos para transplante. Desde 2001 o transporte aéreo de órgãos, tecidos e equipes médicas para transplantes é realizado gratuitamente pelas companhias aéreas nacionais. De acordo com a ABEAR (2019), o volume de transporte de órgãos e tecidos é 9000/ano.

No caso de desembarque de passageiro ou tripulação com uso de força policial ou desembarque de passageiro indisciplinado, a carga pode ser perdida. No caso de órgão, em questão de horas, uma vez que a condição perfeita para o transplante de órgãos é limitada pelo tempo transcorrido entre a retirada do órgão no doador e o transplante no paciente. O órgão a ser transplantado só pode ser resfriado e manter sua integridade para o transplante por um determinado período de tempo. É preciso considerar que há equipe médica de prontidão à espera do órgão enquanto este é transportado do doador até o paciente, e mesmo o paciente em condições pré-operatória aguardando cirurgia em unidade hospitalar. Essa equipe – de transporte e responsável pela cirurgia tem sua própria logística e timing. Nesses casos, tanto que a aeronave que transporta órgão tem prioridade durante todas as fases do voo, mas em caso de indisciplina, toda a logística pode ser afetada, incidindo em perda do órgão na pior das hipóteses.

Uma situação que não é levada em conta, mas que precisa ser pontuada é um possível tumulto durante um voo resultante de uma situação de indisciplina. Se, por qualquer

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28 demanda, o volume de passageiros se deslocar para frente ou para trás da aeronave, isso afetaria o centro de gravidade da aeronave, colocando em sério risco a aeronavegabilidade.

Em última análise, o comportamento do passageiro indisciplinado pode representar grave atentado à segurança do voo, uma vez que interfere no equilíbrio das condições que favorecem o resultado positivo quanto a todos os esforços empenhados, em toda a cadeia de produção do voo. Atenta ainda contra o conforto de todos (passageiros idosos, casais em lua de mel, pessoas adoecidas em viagem para tratamento de saúde, que viajam em função de um nascimento ou morte de pessoa querida, um corpo para velório e sepultamento, pessoas em mudança, viajando para um reencontro, em férias ou para um casamento, aniversário, entrevista de emprego e mesmo o transporte de órgão para transplante, por exemplo). Atenta contra o esforço de toda a tripulação que é submetida cotidianamente ao desafio do ar e cuidado com um grupo de passageiros diferente a cada trecho em um voo comercial. Há um custo emocional para o passageiro que respeita as normas e regras.

Além do custo emocional, tem-se os custos operacionais: no atraso das operações, nas alterações de slots, e tempo de uso dos fingers, readequação da movimentação em solo pela torre de controle em caso de aeroportos lotados. Um agravante importante e de impacto é uma aeronave a mais no solo quando já deveria ter decolado, e para o pouso em caso de alternado.

Ao final, tem-se o custo financeiro. Como é possível entender:

O setor aéreo é um dos mercados cuja volatilidade das posições financeiras e de lucratividade das empresas é alta, sobretudo por conta de suas características de necessidade de vultosos investimentos de capital, flutuação e sazonalidade da demanda, perecibilidade do produto, alta elasticidade-renda, vulnerabilidade a choques externos (sobretudo taxa de câmbio e preço do petróleo) e grau de contestabilidade do mercado acima da média. (OLIVEIRA e FERRAZ, 2008).

Isso implica entender que qualquer peso a mais na delicada balança financeira das companhias aéreas pode implicar prejuízos milionários, seja pontualmente ou ao longo de um período. Por outro lado, na lei brasileira, o passageiro indisciplinado não é penalizado financeiramente e quem arca com os custos são as companhias aéreas e os demais passageiros que tiveram seu direito de ir e vir impedido. Além desse custo, tem-se o custo com hospedagem imprevista, alimentação etc. Disso resulta o impacto importante de eventos de indisciplina na economia e controle financeiro de uma companhia.

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29 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este trabalho, cumpriu-se o objetivo da pesquisa a partir da análise da indisciplina do passageiro, considerando-se como esta se estabelece na cultura e cotidiano da aviação no contexto nacional. O percurso de pesquisa aqui desenvolvido permite dizer que a indisciplina do passageiro coloca-se ainda como uma questão desafiante para o cotidiano, logística, economia, desenvolvimento da cultura de voar e do transporte aéreo.

Especificaram-se os documentos que tratam da indisciplina do passageiro, sendo possível entender que na legislação e em todo o arcabouço regulatório o portar-se e comportamentos esperados do passageiro estão expressos, apesar de que não ainda de forma correspondente ao modo como a indisciplina ocorre no cotidiano dos voos e se instaura como fato de vivência de cada elemento de uma tripulação no contexto nacional.

Assim, considerando o importante alcance do ato isolado de indisciplina do passageiro (uma vez que coloca em risco o evento do voo, que é operado para que cada resultado obtido corresponda suficientemente ao que é planejado, resultando em sucesso), considerando o investimento historicamente bilionário para que o transporte aéreo de passageiros seja uma realidade contemporânea, pode-se dizer que há espaço na legislação, em procedimentos normativos e instrumentos regulatórios para que haja maior força que demarque o lugar da disciplina como meio de sucesso do voo e responsabilidade inalienável do passageiro.

Analisaram-se os contratos das três maiores companhias aéreas no Brasil – LATAM, Azul e Gol, compreendendo-se como é a visão da indisciplina nesses documentos. Ainda, caracterizou-se o dever e responsabilidade do passageiro, podendo-se concluir, então, que apesar de haver já uma estrutura regulatória já definida na legislação, documentos e dispositivos regulatórios, a presença constante da indisciplina no cotidiano dos voos demanda ainda esforços no sentido de especificar comportamentos esperados e as devidas sanções. É o que ocorre com Projeto de Lei do Senado de nº 258, do ano de 2016, ainda não implementado com força de legislação.

Foi possível entender que o ambiente aéreo em sua complexidade e artificialidade é um ambiente plenamente impróprio para quaisquer eventos não previstos e que não contribuam positivamente para o sucesso de um voo – inclusive a indisciplina. Nesse aspecto em particular, faz-se necessário perceber a indisciplina como fator manejável, já que resulta

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30 de comportamento decorrente de percepção de realidades imediatas, contextos sociais, fatores ambientais ou interacionais.

Viu-se, ainda, que os prejuízos decorrentes da indisciplina do passageiro não são apenas financeiros, para a companhia, mas sociais e muitas vezes o custo é a vida humana e o impacto social como um todo. Nesse sentido, minimizando a indisciplina, as companhias podem se colocar no mercado de forma mais eficiente, contextualizadas de leis mais incisivas, que indiquem ao passageiro um caminho para uma outra consciência de o que seja o voo no transporte aéreo.

Assim sendo, os textos legais e normativos (e em específico o Contrato de Transporte Aéreo) demandam maior objetividade, ensejando um equilíbrio entre a sanção ao comportamento indesejado e a construção de um relacionamento harmônico entre empresa passageiros, de forma ao voo ser confortável, seguro, organizado e que satisfaça as demandas e expectativas do cliente quanto a sua experiência de transporte.

A pesquisa encontrou alguns obstáculos quanto à disponibilidade de estudos anteriores relativos ao tema de estudo. No entanto, isso era já previsto desde o projeto, uma vez que a pesquisa desbrava um novo campo de trabalho, considerando o comportamento do passageiro, a cultura da viagem aérea e a legislação quanto ao comportamento do passageiro em voo. Nesse sentido, vale dizer que a pesquisa abre caminho para o desenvolvimento de estudos mais aprofundados na análise jurídica e aspectos sociológicos essenciais do comportamento em voo – em uma dimensão mais ampla de estudos a nível de Mestrado e Doutorado – o que pode ser um caminho a partir dos esforços aqui empenhados de estudo.

Necessário é dizer, pesquisar a indisciplina do passageiro fez consolidar um entendimento de modo claro e especial: é possível voar sozinho, mas o sucesso de um voo não se faz apenas a partir do trabalho de um piloto. O passageiro é mais que alguém que assenta uma poltrona e é conduzido. Ele é parte fundamental de uma jornada tecnológica, histórica, técnica e antropológica de uma conquista humana: o transporte aéreo.

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31 REFERÊNCIAS

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/legislacao-1/resolucoes/resolucoes-2016/resolucao-no-400-13-12-2016/@@display-file/arquivo_norma/RA2016-0400%20-%20Retificada.pdf. Acesso em: 16. ago. 2019.

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32 BRASIL. Decreto nº 7.168, de 5 de maio de 2010. Dispõe sobre o Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil Contra Atos de Interferência Ilícita (PNAVSEC). [2010]. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Seção 1, p. 04-16, 06 mai. 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7168.htm. Acesso em: 20 ago. 2019.

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Referências

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