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Parlamento Europeu. O Parlamento Europeu,

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(1)

Parlamento Europeu

2019-2024

TEXTOS APROVADOS

P9_TA(2020)0293

Milho geneticamente modificado MON 87427 × MON 87460 × MON 89034

× MIR162 × NK603 e milho geneticamente modificado combinando dois,

três ou quatro dos eventos MON 87427, MON 87460, MON 89034, MIR162

e NK603

Resolução do Parlamento Europeu, de 11 de novembro de 2020, sobre o projeto de decisão de execução da Comissão que autoriza a colocação no mercado de produtos que contenham, sejam constituídos por ou sejam produzidos a partir de milho geneticamente modificado MON 87427 × MON 87460 × MON 89034 × MIR162 × NK603 e milho

geneticamente modificado combinando dois, três ou quatro dos eventos MON 87427, MON 87460, MON 89034, MIR162 e NK603, nos termos do Regulamento (CE) n.º 1829/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho (D068778/01 – 2020/2837(RSP))

O Parlamento Europeu,

– Tendo em conta o projeto de decisão de execução da Comissão que autoriza a colocação no mercado de produtos que contenham, sejam constituídos por ou sejam produzidos a partir de milho geneticamente modificado MON 87427 × MON 87460 × MON 89034 × MIR162 × NK603 e milho geneticamente modificado combinando dois, três ou quatro dos eventos MON 87427, MON 87460, MON 89034, MIR162 e NK603, nos termos do Regulamento (CE) n.º 1829/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho (D068778/01), – Tendo em conta o Regulamento (CE) n.º 1829/2003 do Parlamento Europeu e do

Conselho, de 22 de setembro de 2003, relativo a géneros alimentícios e alimentos para animais geneticamente modificados1, nomeadamente o artigo 7.º, n.º 3, e o artigo 19.º,

n.º 3,

– Tendo em conta que, na sequência da votação no Comité Permanente da Cadeia Alimentar e da Saúde Animal, referido no artigo 35.º do Regulamento (CE) n.º 1829/2003, de 15 de setembro de 2020, não foi emitido parecer,

– Tendo em conta os artigos 11.º e 13.º do Regulamento (UE) n.º 182/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de fevereiro de 2011, que estabelece as regras e os

princípios gerais relativos aos mecanismos de controlo pelos Estados-Membros do exercício das competências de execução pela Comissão2,

1 JO L 268 de 18.10.2003, p. 1. 2 JO L 55 de 28.2.2011, p. 13.

(2)

– Tendo em conta o parecer adotado pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) em 3 de julho de 2019 e publicado em 8 de agosto de 20191,

– Tendo em conta as suas anteriores resoluções que levantam objeções à autorização de organismos geneticamente modificados (OGM)2,

1 Parecer científico do Painel dos Organismos Geneticamente Modificados da EFSA

sobre a avaliação de milho geneticamente modificado MON 87427 × MON 87460 × MON 89034 × MIR162 × NK603 e das subcombinações, para utilização como género alimentício ou alimento para animais, nos termos do Regulamento (CE) n.º 1829/2003 (pedido EFSA-GMO-NL-2016-134), EFSA Journal 2019;17(8):5774,

https://doi.org/10.2903/j.efsa.2019.5774

2 Na sua oitava legislatura, o Parlamento aprovou 36 resoluções que levantam objeções à

autorização de organismos geneticamente modificados. Além disso, na sua nona legislatura, o Parlamento aprovou as seguintes resoluções:

– Resolução, de 10 de outubro de 2019, do Parlamento Europeu sobre o projeto de decisão de execução da Comissão que autoriza a colocação no mercado de produtos que contenham, sejam constituídos por, ou produzidos a partir de milho geneticamente modificado MZHG0JG (SYN-ØØØJG-2), nos termos do Regulamento (CE) n.º 1829/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho (Textos Aprovados,

P9_TA(2019)0028).

– Resolução do Parlamento Europeu, de 10 de outubro de 2019, sobre o projeto de decisão de execução da Comissão que autoriza a colocação no mercado de produtos que contenham, sejam constituídos por, ou produzidos a partir de soja geneticamente

modificada A2704-12 (ACS-GMØØ5-3) nos termos do Regulamento (CE) n.º 1829/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho (Textos Aprovados,

P9_TA(2019)0029).

– Resolução do Parlamento Europeu, de 10 de outubro de 2019, sobre o projeto de decisão de execução da Comissão que autoriza a colocação no mercado de produtos que contenham, sejam constituídos por ou sejam produzidos a partir de milho geneticamente modificado MON 89034 × 1507 × MON 88017 × 59122 × DAS-40278-9 e milho geneticamente modificado combinando dois, três ou quatro dos eventos MON 89034, 1507, MON 88017, 59122 e DAS-40278-9, nos termos do Regulamento (CE) n.º 1829/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho (Textos Aprovados,

P9_TA(2019)0030).

– Resolução do Parlamento Europeu, de 14 de novembro de 2019, sobre o projeto de decisão de execução da Comissão que autoriza a colocação no mercado de produtos que contenham, sejam constituídos por, ou produzidos a partir de algodão geneticamente modificado LLCotton25 (ACS-GHØØ1-3) nos termos do Regulamento (CE) n.º 1829/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho (Textos Aprovados,

P9_TA(2019)0054).

– Resolução do Parlamento Europeu, de 14 de novembro de 2019, sobre o projeto de decisão de execução da Comissão que autoriza a colocação no mercado de produtos que contenham, sejam constituídos por, ou produzidos a partir de soja geneticamente

modificada MON 89788 (MON-89788-1) nos termos do Regulamento (CE) n.º 1829/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho (Textos Aprovados,

P9_TA(2019)0055).

– Resolução do Parlamento Europeu, de 14 de novembro de 2019, sobre o projeto de decisão de execução da Comissão que autoriza a colocação no mercado de produtos que contenham, sejam constituídos por ou sejam produzidos a partir de milho geneticamente modificado MON 89034 × 1507 × NK603 × DAS-40278-9 e das subcombinações MON

(3)

– Tendo em conta o artigo 112.º, n.ºs 2 e 3, do seu Regimento,

– Tendo em conta a proposta de resolução da Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar,

A. Considerando que, em 28 de outubro de 2016, a Monsanto Europe S.A./N.V.

apresentou, em nome da empresa Monsanto, Estados Unidos, um pedido à autoridade nacional competente dos Países Baixos («o pedido») para a colocação no mercado de géneros alimentícios, ingredientes alimentares e alimentos para animais que contenham, sejam constituídos por ou sejam produzidos a partir de milho geneticamente modificado MON 87427 × MON 87460 × MON 89034 × MIR162 × NK603 («milho GM

combinado»), em conformidade com os artigos 5.º e 17.º do Regulamento (CE) n.º 1829/2003;

B. Considerando que o pedido abrange igualmente a colocação no mercado de produtos que contenham ou sejam constituídos por milho geneticamente modificado combinado destinados a outras utilizações que não em géneros alimentícios ou alimentos para animais, à exceção do cultivo;

C. Considerando que, além disso, o pedido abrange a colocação no mercado de produtos que contenham, sejam constituídos por ou sejam produzidos a partir de 25

subcombinações dos eventos de transformação únicos que constituem o milho geneticamente modificado combinado;

D. Considerando que já foram autorizadas 11 subcombinações de milho geneticamente modificado combinado; que o projeto decisão de execução da Comissão abrange as 14 subcombinações restantes;

E. Considerando que o milho geneticamente modificado combinado provém do cruzamento de cinco eventos de milho geneticamente modificado («GM») (MON 87427, MON 87460, MON 89034, MIR162 e NK603), confere tripla tolerância aos herbicidas que contêm glifosato e produz três proteínas inseticidas (Cry1A.105,

Cry2Ab2 e Vip3Aa20, conhecidas como proteínas «Bt» ou «Cry») que são tóxicas para determinadas larvas de lepidópteros (borboleta)1;

DAS-40278-9, nos termos do Regulamento (CE) n.º 1829/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho (Textos Aprovados, P9_TA(2019)0056).

– Resolução do Parlamento Europeu, de 14 de novembro de 2019, sobre o projeto de decisão de execução da Comissão que autoriza a colocação no mercado de produtos que contenham, sejam constituídos por ou sejam produzidos a partir de milho geneticamente modificado Bt11 × MIR162 × MIR604 × 1507 × 5307 × GA21 e milho geneticamente modificado combinando dois, três, quatro ou cinco dos eventos Bt11, MIR162,

MIR604, 1507, 5307 e GA21, nos termos do Regulamento (CE) n.º 1829/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho (Textos Aprovados, P9_TA(2019)0057).

– Resolução do Parlamento Europeu, de 14 de maio de 2020, referente ao projeto de decisão de execução do Conselho que autoriza a colocação no mercado de produtos que contenham, sejam constituídos por, ou produzidos a partir de soja geneticamente

modificada MON 87708 × MON 89788 × A5547-127 nos termos do Regulamento (CE) n.º 1829/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho (Textos Aprovados,

P9_TA(2020)0069).

(4)

F. Considerando que, além disso, o milho geneticamente modificado combinado exprime um gene CspB modificado de Bacillus subtilis, que visa reduzir as perdas de rendimento causadas por secas; considerando que o gene nptII, que confere resistência aos

antibióticos canamicina e neomicina, foi utilizado como marcador de seleção no processo de modificação genética1;

G. Considerando que, em 3 de julho de 2019, a EFSA emitiu um parecer favorável em relação a esse pedido, que foi publicado em 8 de agosto de 2019;

H. Considerando que o Regulamento (CE) n.º 1829/2003 refere que os géneros

alimentícios e os alimentos para animais geneticamente modificados não devem ter efeitos nocivos para a saúde humana, a saúde animal ou o ambiente e que a Comissão, ao elaborar a sua decisão, deve ter em conta todas as disposições aplicáveis da

legislação da União e outros fatores legítimos relevantes para a matéria em apreço;

Observações dos Estados-Membros e inexistência de dados experimentais sobre as subcombinações

I. Considerando que os Estados-Membros apresentaram numerosas observações críticas à EFSA durante o período de consulta de três meses2; considerando que essas

observações críticas fazem referência, nomeadamente, à não consideração das

potenciais interações com as condições ambientais, que podem afetar o teor de proteínas transgénicas nas plantas, ao facto de continuarem a existir questões por resolver

relacionadas com a segurança e a eventual toxicidade, de a avaliação ignorar os resíduos de herbicidas e de metabolitos do glifosato, bem como às preocupações relativas à utilização do gene NPTII de resistência aos agentes antimicrobianos;

J. Considerando que o requerente não facultou quaisquer dados experimentais relativamente às 14 subcombinações atualmente não autorizadas de milho geneticamente modificado combinado3;

Ausência de avaliação de resíduos de herbicidas e de produtos repartidos

K. Considerando que vários estudos demonstram que as culturas geneticamente modificadas tolerantes a herbicidas resultam numa maior utilização de herbicidas «complementares», devido, em grande medida, ao aparecimento de ervas daninhas tolerantes aos herbicidas4; considerando que, consequentemente, é de esperar que as 1 Parecer da EFSA, p. 12.

2 Observações dos Estados-Membros:

http://registerofquestions.efsa.europa.eu/roqFrontend/questionLoader?question=EFSA-Q-2016-00686

3 Parecer da EFSA, p. 4.

4 Ver, por exemplo, Bonny, S., «Genetically Modified Herbicide-Tolerant Crops, Weeds,

and Herbicides: Overview and Impact» («Culturas geneticamente modificadas com tolerância aos herbicidas, ervas daninhas e herbicidas: panorâmica e impacto»), Environmental Management, janeiro de 2016, 57, n.º 1, p. 31-48,

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26296738, Benbrook, C.M., «Impacts of genetically engineered crops on pesticide use in the U.S. - the first sixteen years»

(«Impactos das culturas geneticamente modificadas na utilização de pesticidas nos EUA – os primeiros dezasseis anos»), Environmental Sciences Europe 24, 24 (2012),

(5)

culturas de milho GM combinado fiquem expostas a doses mais elevadas e repetidas de glifosato e que, por conseguinte, possa estar presente na colheita uma maior quantidade de resíduos; considerando que o milho GM combinado exprime três proteínas tolerantes ao glifosato, o que o torna ainda mais tolerante a doses mais elevadas e a pulverização repetida;

L. Considerando que subsistem dúvidas quanto à carcinogenicidade do glifosato; considerando que, em novembro de 2015, a EFSA concluiu que é improvável que o glifosato seja cancerígeno e que a Agência Europeia dos Produtos Químicos concluiu, em março de 2017, que não se justificava uma classificação nesse sentido; considerando que, pelo contrário, em 2015, o Centro Internacional de Investigação do Cancro, a agência da Organização Mundial de Saúde especializada nesta doença, classificou o glifosato como provavelmente cancerígeno para o ser humano;

M. Considerando que, no seu parecer científico de 3 de julho de 2019, o Painel dos

organismos geneticamente modificados da EFSA (Painel OGM da EFSA) afirma que a avaliação dos resíduos de herbicidas relevante para este pedido foi investigada pela Unidade dos Pesticidas da EFSA1; considerando que, de acordo com um parecer da

Unidade dos Pesticidas da EFSA, os dados sobre resíduos de glifosato em milho GM com modificações EPSPS2 são insuficientes para calcular os limites máximos de

resíduos e os valores de avaliação dos riscos3;

N. Considerando que, de acordo com a Unidade dos Pesticidas da EFSA, não há4 dados

toxicológicos que permitam uma avaliação dos riscos para o consumidor relativamente a vários produtos de decomposição do glifosato relevantes para culturas geneticamente modificadas tolerantes ao glifosato;

O. Considerando que se entende que a avaliação dos resíduos de herbicidas e dos seus produtos repartidos encontrados em plantas geneticamente modificadas, assim como da sua potencial interação com as proteínas Bt, não se enquadra na esfera de competências do Painel OGM da EFSA, pelo que não é realizada no âmbito do processo de

autorização de OGM; que este aspeto é problemático, uma vez que a forma como os herbicidas complementares são decompostos pela planta GM em causa, e a composição e, por conseguinte, a toxicidade dos produtos repartidos podem ser determinadas pela

Eckerstorfer, M., Rastelli, V. et al., «Herbicide resistance and biodiversity: agronomic and environmental aspects of genetically modified herbicide-resistant plants»

(«Resistência aos herbicidas e biodiversidade: aspetos agronómicos e ambientais das plantas geneticamente modificadas resistentes aos herbicidas»), Environmental Sciences Europe 29, 5 (2017),

https://enveurope.springeropen.com/articles/10.1186/s12302-016-0100-y

1 Parecer da EFSA, p. 9.

2 O milho GM combinado apresenta a modificação EPSPS.

3 Avaliação da EFSA dos limites máximos de resíduos em vigor para o glifosato, em

conformidade com o artigo 12.º do Regulamento (CE) n.º 396/2005 - versão revista para ter em conta os dados omitidos, EFSA Journal 2019;17(10):5862, p. 4,

https://efsa.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.2903/j.efsa.2019.5862

4 «EFSA conclusion of the peer review of the pesticide risk assessment of the active

substance glyphosate» («Conclusões da EFSA sobre a revisão pelos pares da avaliação dos riscos de pesticidas relativa à substância ativa glifosato»), EFSA Journal 2015; 13(11):4302, p. 3, https://www.efsa.europa.eu/en/efsajournal/pub/4302

(6)

própria modificação genética1;

P. Considerando que, por este motivo, não se pode concluir que o consumo de milho GM combinado ou das suas subcombinações seja seguro para a saúde humana e animal;

Proteínas Bt

Q. Considerando que há estudos que demonstram que foram observados efeitos secundários que podem afetar o sistema imunitário na sequência da exposição às proteínas Bt e que algumas destas podem ter propriedades adjuvantes2, o que significa

que são suscetíveis de aumentar as propriedades alergénicas de outras proteínas com as quais entram em contacto;

R. Considerando que uma opinião minoritária de um membro do Painel dos OGM da EFSA no processo de avaliação de outra variedade de milho geneticamente modificado combinado e das respetivas subcombinações conclui que, embora nunca tenham sido identificados efeitos indesejáveis no sistema imunitário em nenhum pedido que expresse proteínas Bt, estes não poderiam ser detetadas nos estudos toxicológicos atualmente recomendados e levados a cabo para a avaliação da segurança das plantas geneticamente modificadas na EFSA, uma vez que estes estudos não incluem os ensaios adequados para o efeito3;

S. Considerando que, de acordo com um estudo recente, o rápido aumento da utilização de tratamentos de sementes de neonicotinoides nos Estados Unidos da América coincide com o aumento da plantação de milho geneticamente modificado Bt4; considerando que

a União proibiu a utilização no exterior de três neonicotinoides, nomeadamente como revestimentos de sementes, devido ao seu impacto nas abelhas e outros polinizadores5;

1 Este é, de facto, o caso do glifosato, tal como mencionado na avaliação da EFSA dos

limites máximos de resíduos existentes para o glifosato, nos termos do artigo 12.º do Regulamento (CE) n.º 396/2005, EFSA Journal 2018; 16(5):5263, p. 12,

https://www.efsa.europa.eu/fr/efsajournal/pub/5263

2 Para uma análise, ver Rubio Infante, N. & Moreno-Fierros, L., «An overview of the

safety and biological effects of Bacillus thuringiensis Cry toxins in mammals» («Panorâmica geral da segurança e dos efeitos biológicos das toxinas Bacillus

thuringiensis Cry em mamíferos»), Journal of Applied Toxicology, maio de 2016,

36(5): pp. 630-648, http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/jat.3252/full

3 Pedido EFSA-GMO-DE-2010-86 (milho Bt11 × MIR162 × 1507 × GA21 e três

subcombinações, independentemente da sua origem), Opinião minoritária, Wal, J.M., Membro do Painel OGM da EFSA, EFSA Journal 2018; 16(7):5309, p. 34,

https://efsa.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.2903/j.efsa.2018.5309

4 Douglas, M.R., Tooker, J.F., «Large-Scale Deployment of Seed Treatments Has Driven

Rapid Increase in Use of Neonicotinoid Insecticides and Preemptive Pest Management in U.S. Field Crops» («Aplicação em grande escala de tratamentos de sementes na origem do aumento rápido da utilização de inseticidas neonicotinoides e da gestão preventiva de pragas nas culturas dos EUA»), Environmental Science & Technology 2015, 49, 8, 5088-5097, https://pubs.acs.org/doi/10.1021/es506141g

5 Neonicotinoides,

(7)

Inclusão do gene marcador de resistência aos antibióticos

T. Considerando que o milho GM combinado produz a proteína NPTII que confere resistência a uma série de antibióticos, nomeadamente à neomicina e à canamicina, classificados pela OMS como extremamente importantes para uso humano e

veterinário1; que a NPTII foi usada como marcador para facilitar o processo de seleção

de células transformadas;

U. Considerando que, nos termos do artigo 4.º, n.º 2, da Diretiva 2001/18/CE do

Parlamento Europeu e do Conselho2, os organismos geneticamente modificados (OGM)

que contenham genes de resistência aos antibióticos utilizados na terapêutica médica ou veterinária devem ser especialmente tomados em consideração ao efetuar uma avaliação dos riscos ambientais, sendo o objetivo global o de identificar e eliminar

progressivamente os genes marcadores de resistência aos antibióticos nos OGM que possam ter efeitos adversos na saúde humana ou no ambiente;

V. Considerando que, segundo o considerando 17 do Regulamento de Execução (UE) N.º 503/20133 da Comissão, “é agora possível desenvolver OGM sem a utilização de

marcadores genéticos de resistência aos antibióticos [...] o requerente deve, por conseguinte, desenvolver OGM sem utilizar marcadores genéticos de resistência aos antibióticos”;

W. Considerando que a Áustria se opôs formalmente à colocação no mercado de milho geneticamente modificado combinado devido à inclusão do NPTII, "que pode facilitar a disseminação da resistência antimicrobiana no solo e nas bactérias intestinais", e que "considerando a atual crise da resistência aos antibióticos", a Áustria "não pode apoiar a promoção deliberada do património genético da resistência aos antibióticos no ambiente provocada por este produto"; que a Áustria prossegue dizendo que "ao não suprimir este gene de resistência do produto comercializado - embora tal seja tecnicamente possível [...] - o requerente viola o Regulamento de Execução [(UE) N.º 503/2013] da Comissão no que respeita à "Inserção de genes marcadores e outras sequências de ácido nucleico que não são indispensáveis para atingir o traço desejado" e a Diretiva 2001/18/CE no que respeita à eliminação progressiva dos genes de resistência aos antibióticos"4;

Secas

X. Considerando que o milho geneticamente modificado combinado exprime um gene

1

http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/255027/9789241512220-eng.pdf;jsessionid=11933F77EEEE4D6E7BD574889996C4E6?sequence=1, p. 21

2 Diretiva 2001/18/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de março de 2001,

relativa à libertação deliberada no ambiente de organismos geneticamente modificados e que revoga a Diretiva 90/220/CEE do Conselho (JO L 106 de 17.4.2001, p. 1).

3 Regulamento de execução (UE) 503/2013 da Comissão, de 3 de abril de 2013, relativo

aos pedidos de autorização de géneros alimentícios e alimentos para animais

geneticamente modificados, em conformidade com o Regulamento (CE) n.º 1829/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho, e que altera os Regulamentos (CE) n.º 641/2004 e (CE) n.º 1981/2006 (JO L 157 de 8.6.2013, p. 1).

4 Relatório de síntese do Comité Permanente dos Vegetais, Animais e Alimentos para

Consumo Humano e Animal, Secção Alimentos para Consumo Humano e Animal Geneticamente Modificados, 15 de Setembro de 2020,

(8)

CspB derivado de Bacillus subtilis, que visa reduzir as perdas de rendimento causadas por secas; considerando que, no entanto, não foi realizado nenhum ensaio de campo do milho GM combinado em condições de seca; considerando que, contudo, é provável que condições críticas, nomeadamente secas, influenciem a composição das plantas e as suas características biológicas fundamentais para a avaliação da segurança dos

alimentos para consumo humano e animal;

Processo decisório não democrático

Y. Considerando que, na sequência da votação de 15 de setembro de 2020, o Comité Permanente da Cadeia Alimentar e da Saúde Animal, referido no artigo 35.º do

Regulamento (CE) n.º 1829/2003, não emitiu parecer, ou seja, a autorização não teve o apoio de uma maioria qualificada de Estados-Membros;

Z. Considerando que a Comissão reconhece que é problemático continuar a adotar decisões de autorização de OGM sem uma maioria qualificada favorável dos

Estados-Membros, o que constitui uma exceção para as autorizações de produtos em geral, mas que se tornou a norma no processo de decisão em matéria de autorizações de géneros alimentícios e alimentos para animais geneticamente modificados;

AA. Considerando que, na sua oitava legislatura, o Parlamento aprovou um total de 36 resoluções que se opõem à colocação no mercado de OGM destinados à alimentação humana e animal (33 resoluções) e ao cultivo de OGM na União (três resoluções); considerando que, até à data, o Parlamento adotou oito objeções na sua nona legislatura; que não houve uma maioria qualificada de Estados-Membros a favor da autorização de qualquer um desses OGM; que, apesar de reconhecer as deficiências democráticas, a falta de apoio dos Estados-Membros e as objeções do Parlamento, a Comissão continua a autorizar OGM;

AB. Considerando que, ao abrigo do Regulamento (UE) n.º 182/2011, a Comissão pode decidir não autorizar um OGM se não existir uma maioria qualificada de

Estados-Membros a favor no Comité de Recurso1; considerando que não é necessária

qualquer alteração da legislação a este respeito;

1. Considera que o projeto de decisão de execução da Comissão excede as competências de execução previstas no Regulamento (CE) n.º 1829/2003;

2. Considera que o projeto de decisão de execução da Comissão não é consentâneo com o Direito da União, dado que não é compatível com o objetivo do Regulamento (CE) n.º 1829/2003, que, de acordo com os princípios gerais estabelecidos no Regulamento (CE) n.º 178/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho2, consiste em estabelecer uma

base para garantir um elevado nível de proteção da vida e da saúde humanas, da saúde e do bem-estar dos animais, do ambiente e dos interesses dos consumidores no que diz respeito aos géneros alimentícios e aos alimentos para animais geneticamente

1 A Comissão «pode», e não «deve», conceder uma autorização se não existir uma

maioria qualificada de Estados-Membros a favor no Comité de Recurso, em conformidade com o artigo 6.º, n.º 3, do Regulamento (UE) n.º 182/2011.

2 Regulamento (CE) n.º 178/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 28 de

janeiro de 2002, que determina os princípios e normas gerais da legislação alimentar, cria a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos e estabelece procedimentos

(9)

modificados, assegurando, simultaneamente, o funcionamento eficaz do mercado interno;

3. Solicita à Comissão que retire o seu projeto de decisão de execução;

4. Congratula-se com o facto de a Comissão ter finalmente reconhecido, numa carta, com data de 11 de setembro de 2020, dirigida aos deputados, a necessidade de ter em conta a sustentabilidade nas decisões de autorização de OGM1; manifesta, contudo, profunda

deceção pelo facto de, em 28 de setembro de 2020, a Comissão ter autorizado a importação de outra variedade de soja geneticamente modificada2, apesar da objeção

por parte do Parlamento e do voto contra da maioria dos Estados-Membros;

5. Exorta a Comissão a desenvolver, com a máxima urgência, critérios de sustentabilidade, com a plena participação do Parlamento; insta a Comissão a fornecer informações sobre a forma como este processo será levado a cabo e o respetivo calendário;

6. Insta novamente a Comissão a ter em conta as obrigações da União decorrentes dos acordos internacionais, como o Acordo de Paris sobre o Clima, a Convenção sobre a Diversidade Biológica das Nações Unidas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas;

7. Reitera o seu apelo à Comissão para que, em conformidade com o artigo 6.º, n.º 3, do Regulamento (UE) n.º 182/2011, não autorize OGM, quer para cultivo, quer para uso na alimentação humana e animal, sempre que não seja emitido qualquer parecer da parte dos Estados-Membros no Comité de Recurso;

8. Reitera o seu apelo à Comissão para que não autorize culturas geneticamente modificadas resistentes aos herbicidas até que os riscos sanitários associados aos resíduos sejam exaustivamente investigados, caso a caso, o que exige uma avaliação completa dos resíduos da pulverização dessas culturas geneticamente modificadas com herbicidas complementares, uma avaliação dos produtos herbicidas de degradação e eventuais efeitos combinatórios;

9. Reitera o seu apelo à Comissão no sentido de integrar plenamente a avaliação dos riscos decorrentes da aplicação de herbicidas complementares e seus resíduos na avaliação dos riscos relativos às plantas geneticamente modificadas resistentes aos herbicidas,

independentemente de a planta geneticamente modificada em causa se destinar ao cultivo na União ou à importação para a União para ser usada como género alimentício ou alimento para animais;

10. Insta a Comissão a não autorizar quaisquer subcombinações de eventos geneticamente modificados combinados, a menos que estas tenham sido exaustivamente avaliadas pela EFSA com base em dados completos apresentados pelo requerente;

11. Entende, mais especificamente, a aprovação de variedades de culturas geneticamente modificadas para as quais não tenham sido fornecidos dados de segurança, que ainda não tenham sido testadas ou que ainda nem tenham sido criadas, viola os princípios da

1 https://tillymetz.lu/wp-content/uploads/2020/09/Co-signed-letter-MEP-Metz.pdf

2 MON 87708 × MON 89788 × A5547-127,

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legislação alimentar em geral, como previsto no Regulamento (CE) n.º 178/2002; 12. Insta a EFSA a continuar a desenvolver e a utilizar de forma sistemática métodos que

permitam identificar os efeitos não desejados de eventos geneticamente modificados combinados, designadamente no que se refere às propriedades adjuvantes das toxinas Bt;

13. Reitera o seu apelo à Comissão para que não autorize a colocação no mercado de quaisquer plantas geneticamente modificadas que contenham genes que confiram resistência aos agentes antimicrobianos; observa que a sua autorização violaria o disposto no artigo 4.º, n.º 2, da Diretiva 2001/18/CE, que insta a uma eliminação progressiva dos marcadores de resistência aos antibióticos presentes em OGM que tenham efeitos adversos na saúde humana e no ambiente.

14. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão e aos governos e parlamentos dos Estados-Membros.

Referências

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