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VIBRAÇÃO NO NÚCLEO ESTATÓRICO DO GERADOR DA UG-05 DA USINA HIDRELÉTRICA ENGº. SÉRGIO MOTTA (PORTO PRIMAVERA) 1.0 INTRODUÇÃO

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R. da Consolação, 1875 – 9º andar – São Paulo – SP Tel: (0xx11) 234-6186 - Fax: (0xx11) 234-6924

e-mail: carlos.costa@cec.cesp.com.br

21 a 26 de Outubro de 2001 Campinas - São Paulo - Brasil

GRUPO I

GRUPO DE ESTUDO DE GERAÇÃO HIDRÁULICA - GGH

VIBRAÇÃO NO NÚCLEO ESTATÓRICO DO GERADOR DA UG-05 DA USINA HIDRELÉTRICA ENGº. SÉRGIO MOTTA (PORTO PRIMAVERA)

Manoel Dias ALSTOM

Edson Marconi ALSTOM

Mauro Uemori ALSTOM

Carlos A. D. Costa (*) CESP

Edwin I. B. Ang CESP

Paulo R. D. Oda CESP

RESUMO

Este trabalho tem a finalidade de apresentar os principais resultados das verificações feitas no núcleo estatórico da UG-05 da Eng. Sérgio Motta (UHE Porto Primavera), em função das vibrações que foram observadas desde o primeiro carregamento realizado durante os ensaios de comissionamento, as análises efetuadas e medidas corretivas adotadas.

É apresentada uma análise das condições acima com as respectivas conclusões, que indicaram que a vibração do núcleo estatórico é fruto de uma interação entre os campos magnéticos principal, de reação de armadura e do campo de excitação.

Desta análise, resultou em basicamente duas alternativas para redução da vibração:

a) Modificação mecânica do estator b) Modificação elétrica do estator

Foi concluída pela viabilidade da alternativa de modificação elétrica do estator, como a de melhor possibilidade de implementação tanto sob o ponto de vista de facilidade de realização como de obtenção dos resultados pretendidos

Neste trabalho os autores mostram os resultados de calculo dos vetores das forças para o enrolamento original e modificado, que concluíram haver uma redução da excitação da vibração para 21,5% do valor total calculado nas condições originais do gerador. São também apresentados os valores das medições de vibração do gerador após a modificação, mostrando o acerto dos cálculos efetuados e a solução do problema.

PALAVRAS-CHAVE

Gerador Síncrono; Vibrações; Modificação elétrica do estator.

1.0 INTRODUÇÃO

A UG-05 da Eng. Sérgio Motta (UHE Porto Primavera) entrou em operação no dia 19/04/00 e durante os ensaios de rejeição de carga neste mesmo dia observou-se que o gerador apresentava um nível de vibração superior aos demais, que podia ser sentido nas chaparias da cobertura superior e no ruído do poço do gerador. Nas investigações feitas foram medidas vibrações da ordem de até 20 mm/s, consideradas excessivas, foram apurados os seguintes fatos: • Que a vibração ocorre com o gerador sob carga. • Que o ruído devido a vibração é muito baixo com o

gerador em vazio ou em curto-circuito e após rejeição de carga.

• Que as medições realizadas em campo confirmaram que o modo de vibrar do núcleo do estator é de 120 Hz e 24 nós.

FIGURA 1 – Modo de vibração do núcleo ! A vibração do núcleo e da carcaça ocorre com o

gerador sob carga e aumenta com a elevação da potência do gerador. Com isto, ficou bem caracterizado que a vibração é excitada pela circulação da corrente de armadura.

p (x,t)

Núcleo do estator

24 nós

120 Hz

(2)

! Com a variação da temperatura do núcleo, não ocorre uma variação significativa da sua vibração, observando-se que em alguns pontos há um aumento e em outros diminuição. Já na carcaça a vibração a frio é sensivelmente menor. Este comportamento poder ser considerado normal, pois com o aumento da temperatura ocorre a dilatação do núcleo, fazendo com que haja um vínculo maior com a carcaça e consequentemente uma transmissão da vibração que é originada no núcleo.

As principais características do gerador são as seguintes:

POTÊNCIA NOMINAL 112000 kVA TENSÃO NOMINAL 13800 V CORRENTE NOMINAL 4685.7 A ROTAÇÃO NOMINAL 75 rpm FATOR DE POTÊNCIA 0.90 FREQUÊNCIA 60 Hz NÚMERO DE PÓLOS 96 NÚMERO DE RANHURAS 684 INÍCIO DE OPERAÇÃO ANO 2000

A análise da origem desta vibração excessiva é feita à luz da teoria das forças parasitas agentes no núcleo do estator, portanto de uma excitação de origem magnética cujo número de nós coincide com o modo de vibrar do estator.

2.0 CONCEITO E TEORIA SOBRE FORÇAS PARASITAS: Simbologia

)

,

(

x

t

f

B

Indução magnética do campo

)

,

(

x

t

FMM

Força magneto motriz da

armadura

p(x,t)

Força parasita

µ

o = 4 *

π

* 10

-7

Permeabilidade magnética do ar

[N/m]

)

,

(

x

t

B

Indução resultante no entreferro

do gerador

)

,

(

x

t

λ

Permeância do entreferro

A vibração do núcleo estatórico é fruto de uma interação de campos magnéticos principal, de reação da armadura do estator e do campo de excitação. É conveniente uma breve explicação sobre este fenômeno, pois ele está associado à vibração através dos conceitos de forças parasitas agentes no núcleo. Essa força é dada pela seguinte expressão:

)

,

(

2

*

2

1

)

,

(

B

x

t

o

t

x

p

µ

=

[N/m2] (1)

Sendo que o campo resultante B no entreferro é a soma do campo da armadura e campo do pólo, considerando todo o espectro de harmônicas contidas em cada campo.

Para o nosso estudo é conveniente separarmos estes campos para análise mais detalhada:

Reação de armadura: ∑ − − ∑ − ± = j wt px j j k wt k x k sin k FMM a B )) 2 ( 2 cos( * * ) ) ( ( * π λ β L L

(2) Campo do pólo:

+

+

=

i

wt

px

i

sin

i

f

B

f

B

*

((

2

*

1

)(

))

1

*

2

,

(3) Campo Principal:

β

+

=

sin

px

wt

h

B

h

B

*

(

) (4)

O campo principal é a soma da fundamental da armadura e fundamental do campo, como abaixo:

)

,

(

)

,

(

)

,

(

x

t

f

B

t

x

a

B

t

x

h

B

=

+

(5)

Através de (2), obtemos a fundamental reação da armadura em (6).

)

,

(

*

)

,

(

)

,

(

x

t

Fmm

x

t

x

t

a

B

=

λ

(6)

FIGURA 2 Diagrama de fasores

Bf

(3)

Bf1 campo

Ba4

armadura

Bh

FIGURA 3: Campo de armadura e do polo

Apenas para ilustração podemos considerar um caso em que ocorra a interação mútua do campo principal:

)

,

(

2

*

2

1

)

,

(

x

t

h

B

o

t

x

p

µ

=

(7) De (5) e (7) obtemos (8):

))

,

(

)

,

(

(

*

)

,

(

(

*

2

1

)

,

(

x

t

f

B

t

x

a

B

t

x

h

B

o

t

x

p

=

+

µ

(8) Fazendo o produto, obtemos (9):

))

,

(

*

)

,

(

)

,

(

*

)

,

(

(

*

2

1

)

,

(

t

x

f

B

t

x

h

B

t

x

a

B

t

x

h

B

o

t

x

p

K

K

K

+

=

µ

(9)

O primeiro termo de (9) é a força devido a interação do campo principal com a reação da armadura, como em (10):

)

,

(

*

)

,

(

*

2

1

)

,

(

x

t

a

B

t

x

h

B

o

t

x

p

µ

=

(10) De (6) e (10) obtemos (11):

)

,

(

*

)

,

(

*

)

,

(

*

2

1

)

,

(

x

t

x

t

a

FMM

t

x

h

B

o

t

x

p

=

µ

λ

(11)

O Segundo termo de (9) é a força devido a interação do campo principal com o campo do pólo como em (12):

)

,

(

*

)

,

(

*

2

1

)

,

(

x

t

f

B

t

x

h

B

o

t

x

p

µ

=

(12)

FIGURA 4: Curva de indução do campo e as harmônicas 2*i+1

FIGURA 5: Permeância do entreferro e as harmônicas 2*j

3.0 ANÁLISE DA VIBRAÇÃO DO NÚCLEO DO ESTATOR DO GERADOR:

A seguir desenvolveremos a análise específicamente para o caso do gerador 5 da Eng. Sérgio Motta (UHE Porto Primavera).

Onde:

Número de ranhuras = 684 Número de pólos= 96

Número de ranhuras por pólo e fase:

8

19

8

3

2

+

=

=

q

Este número de ranhuras por pólo e fase (q) fracionário, significa que o número de ranhuras para formar a FMM difere de pólo para pólo, e há uma periodicidade a cada 8 pólos.

Neste caso 8 pólos significa o enrolamento básico, que é suficiente para termos o comportamento das harmônicas do gerador.

FIGURA 6: FMM da armadura do enrolamento original

δ

(4)

TABELA 1: Esquema de enrolamento de uma parte básica, ou seja 8 pólos e 57 ranhuras

Decompondo a FMM da Figura 6, em séries de Fourier, obtemos todas as harmônicas contidas nesta FMM. São estas harmônicas que, interagindo com o campo principal, com a indução do campo e a permeância do entreferro, darão origem as forças parasitas. Note-se que a fundamental é de ordem 4.

Conforme os cálculos executados especificamente para a unidade geradora 5, obtemos as harmônicas de ordem 5 e 13 da reação da armadura, que interagindo com o campo principal e com o campo do rotor, dão origem às forças de excitação em 120 Hz e 24 nós. A força total calculada na condição de 1.00 pu de carga, 1.05 Un, 0.90 p.f. é de 4653 N/m, resultado da soma vetorial dos diversos componentes de forças e detalhados na Tabela 2:

TABELA 2: Componentes vetoriais

Campo 1 Campo 2 Força Angulo 1 Bh principal 5a harm. armadura, reversa 5928 179 2 Bf campo, 3a harm. 13a harm. armadura, direta 702 281 3 Bh principal 13 a harm. armadura e λ4, direta 574 294 4 Bh principal 13a harm. armadura e λ2, direta 1109 269 5 Bh principal 5a harm. armadura e λ2, reversa 1002 24 6 4a harm. armadura e λ4 13a harm. armadura, direta 381 56 7 4a harm. armadura e λ2 13a harm. armadura, direta 735 326 8 4a harm. armadura e λ2 5a harm. armadura, reversa 665 146 Total 4653 -161 4.0 AÇÃO CORRETIVA

A análise anterior nos indica que existem basicamente duas alternativas para redução da vibração:

a) Modificação mecânica do estator

Modificação da estrutura do estator com o propósito de mudar o modo de vibrar, ou seja, alterando o número de nós.

b) Modificação elétrica do estator

Os componentes que mais implicam alto nível de vibração são as harmônicas de ordem 5 e 13 da reação da armadura, que quando interagindo com outros campos causam as forças que excitam a vibração do núcleo do estator. Os principais componentes são:

• Campo principal;

• Fundamental do Campo do pólo;

• Fundamental da Permeância do entreferro; • Fundamental da FMM da reação de armadura do

estator;

• Harmônicas do Campo do pólo;

• Harmônicas da Permeância do entreferro; • Harmônicas da FMM da reação do estator; A análise de cada uma das componentes acima nos indica que somente poderemos agir sobre as harmônicas da FMM de reação do estator. Com modificações nas conexões do estator, alterando as posições das barras, podemos alterar a FMM de tal modo que minimize a amplitude da 5a e 13a harmonica. Obtendo a minimização da amplitude destas harmônicas estaremos diminuindo as forças de excitação e consequentemente o nível de vibração e ruído.

Esta alternativa visa a redução das harmônicas 5a e 13a da reação do estator, através das modificações nas conexões do estator. Essas modificações também apresentam alternativas, que bem analisadas, nos conduziram à mudança de barras superiores com as respectivas barras inferiores de uma fase para outra, conforme Tabela 3 abaixo:

TABELA 3

Barra Superior da fase Passar para a fase

25 + T3 -T1

6 + T2 -T3

44 + T1 -T2

Esse processo de mudança de barras entre fases se estende para as outras partes básicas do enrolamento. Na Tabela 4 é mostrado o esquema de enrolamento de uma parte básica, mostrando as trocas de barras.

(5)

TABELA 4 – ESQUEMA DE ENROLAMENTO MOSTRANDO AS TROCAS DE BARRAS

A força total, para componentes em 120 Hz e 24 nós, calculada na condição de 1.00 pu de carga, 1.05 Un, 0.90 p.f. é de 1002 N/m, conforme podemos notar pela soma vetorial dos diversos componentes de forças na Tabela 5.

TABELA 5: Componentes vetoriais enrolamento modificado

Campo 1 Campo 2 Força Ângulo 1 Bh principal 5a harm. armadura, reversa

2081

157

2 Bf campo, 3a harm. 13a harm. armadura, direta

284

296

3 Bh principal 13a harm. armadura e λ4, direta

233

309

4 Bh principal 13 a harm. armadura e λ2, direta

449

284

5 Bh principal 5 a harm. armadura e λ2, reversa

352

2

6 4a harm. armadura e λ4 13a harm. armadura, direta

153

71

7 4a harm. armadura e λ2 13a harm. armadura, direta

296

341

8 4a harm. armadura e λ2 5a harm. armadura, reversa

232

124

Total

1002

169

Comparando com os valores da Tabela 2, chega-se a uma redução para 21,5% do nível da força resultante de excitação das vibrações.

Os mesmos cálculos, para a condição de ensaio de 0,63 p.u. de tensão e p.f. –0,986, mostram que a força de excitação é reduzida a 30 % do valor original. A alteração foi realizada com a modificação de um total de 72 conexões do enrolamento estatórico.

As medições de campo, realizadas diretamente nos núcleos estatóricos com acelerômetros, removendo-se os radiadores correspondentes, estão resumidas na Figura 7 a seguir.

FIGURA 7 – Medições de vibração

Notas: 1.P1,P2,P3 e P4 são as prateleiras da carcaça 2.T1,T5 e T9 são os locais dos trocadores de

calor medidos e A e D designam as medições antes e depois das modificações.

3.Medidas com 70 MW, -12 MVAr, 14,3 kV As medições comprovaram expressivas reduções dos valores médios de cada prateleira para valores entre 25% e 29% dos anteriormente medidos, comprovando o acerto dos cálculos de redução efetuados que estimaram em 30% para esta condição operativa.

5.0 CONCLUSÃO

Foi comprovada a viabilidade de diminuir certos tipos de vibrações em geradores síncronos através de alterações no esquema de ligações do enrolamento estatórico. 0 2 4 6 8 10 12 14 16

T1-A T1-D T5-A T5-D T9-A T9-D P1 P2 P3 P4

Referências

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