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MEDIDA PROVISÓRIA Nº 323, DE 2006

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MEDIDA PROVISÓRIA

NOTA DESCRITIVA

OUTUBRO/2006

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© 2006 Câmara dos Deputados.

Todos os direitos reservados. Este trabalho poderá ser reproduzido ou transmitido na íntegra, desde que citados o autor e a Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. São vedadas a venda, a reprodução parcial e a tradução, sem autorização prévia por escrito da Câmara dos Deputados.

Este trabalho é de inteira responsabilidade de seu autor, não representando necessariamente a opinião da Câmara dos Deputados.

Câmara dos Deputados Praça 3 Poderes Consultoria Legislativa Anexo III - Térreo Brasília - DF

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Nota Descritiva 3

MEDIDA PROVISÓRIA N.º 323, DE 14 DE

SETEMBRO DE 2006

O Excelentíssimo Senhor Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, submete à apreciação do Congresso Nacional, por intermédio da Mensagem nº 103–CN, de 2006 (794, de 2006, na origem), a Medida Provisória n.º 323, de 14 de setembro de 2006, que autoriza a União a efetuar uma contribuição financeira no ano corrente até o montante de R$ 13,2 milhões (equivalentes a seis milhões de dólares americanos) à Organização Mundial da Saúde - OMS, para apoiar a viabilização da Central Internacional para a Compra de Medicamentos contra a AIDS, a malária e a tuberculose (CICOM/UNITAID).

Desde o Encontro de Líderes para uma Ação contra a Fome e a Pobreza, realizado em 2004, na sede da ONU, o Brasil vem liderando esforços da comunidade internacional para a criação de mecanismos inovadores para o financiamento do desenvolvimento e combate à fome e à pobreza. Na Conferência Ministerial de Paris, convocada pelo Presidente Jacques Chirac, em fevereiro passado, o tema avançou, com a discussão e eleição de projetos-piloto que poderiam entrar em vigor em curto espaço de tempo. Para tanto, foi formado um Grupo Piloto, com a participação de 44 países, presidido pelo Brasil, com a atribuição de dar consistência técnica aos projetos e mobilizar maior base política para sua implementação. Foi estabelecida, então, uma “contribuição solidária sobre bilhetes aéreos internacionais”, sendo que os países que a instituíssem canalizariam a maior parte dos recursos para a criação de uma Central Internacional para a Compra de Medicamentos, ao abrigo da Organização Mundial da Saúde, para combater a AIDS, a malária e a tuberculose, tidas como as três doenças que mais afetam os países em desenvolvimento.

Esta é a razão, segundo a Exposição de Motivos Interministerial n° 0363/06 – MRE/MP, assinada pelos Ministros de Estado das Relações Exteriores, Celso Luiz Nunes Amorim, e do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo Silva, pela qual foi fixada a presente contribuição financeira no exercício financeiro corrente, consignada à conta dos créditos orçamentários a cargo do Ministério das Relações Exteriores. Fica registrado deste modo o apoio do governo brasileiro para a criação da Central Internacional para a Compra de Medicamentos contra a AIDS, malária e tuberculose (CICOM/UNITAID). A Central Internacional viabilizará processos de compras agrupadas de medicamentos, permitindo queda nos preços e diversificação de produtos, inclusive mediante incentivo ao uso das flexibilidades em matéria de propriedade intelectual previstas no Acordo de TRIPS da OMC, com tendência a aumentar a oferta de

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medicamentos genéricos nos segmentos de atuação da Central.

Em relação à referida contribuição solidária, 14 países manifestaram sua intenção de implementá-la nos respectivos territórios a curto prazo. Na Franca, o instrumento começou a vigorar no dia 1° de julho de 2006. O Brasil não tem a intenção de adotar a referida contribuição no presente momento, mas vai participar da Central mediante aporte anual de recursos orçamentários, conforme está-se dando no caso da presente transferência. Na verdade, a autorização para a contribuição brasileira foi submetida anteriormente ao crivo do Congresso Nacional, por meio do Projeto de Lei no

6.751/2006, não apreciado até o momento. No entanto, o lançamento da CICOM/UNITAID deu-se no dia 19 de setembro passado, em cerimônia à margem da sessão de abertura da 61ª Assembléia Geral da ONU. Em face do citado lançamento, a liberação mais célere dos recursos da contribuição brasileira tornou-se um imperativo maior, configurando-se, pois, o requisito da urgência para a edição da Medida Provisória. A transferência não pode ser contemplada no orçamento corrente em face dos desdobramentos mais recentes das negociações que culminaram com a constituição da mencionada Central Internacional de Medicamentos,

A EM informa que o Brasil pretende participar da iniciativa, a partir de 2007, mediante o aporte de recursos orçamentários, tendo como parâmetro o valor equivalente, em moeda nacional, a dois dólares americanos por passageiro embarcado em aeroportos brasileiros em vôos internacionais, com exceção dos passageiros em trânsito no País. Estimando-se um total de 6 milhões de passageiros que viajam em média para o exterior, a contribuição anual brasileira seria da ordem de doze milhões de dólares americanos, o dobro, portanto, do montante da presente contribuição. A criação da CICOM/UNITAID reforçará (segundo a EM) a liderança do Brasil no combate à pobreza no plano internacional e implicará importante demonstração de coerência, ao sinalizar o primeiro resultado concreto da ação empreendida pelo Brasil há três anos, em beneficio dos milhões de indivíduos ao redor do mundo em situação de miséria.

O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão adotará as providencias necessárias para a edição de ato próprio disponibilizando os recursos financeiros e orçamentários para suportar a contribuição brasileira à Central de Medicamentos, observados os preceitos da Lei Complementar n 101, de 2000, no que diz respeito a tais transferências. Sobre a transferência internacional, em observância ao que estabelece o art. 19 da Resolução n.º 01, de 2002 – CN, a Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira (COFF) da Câmara dos Deputados, por meio da Nota Técnica (NT) nº 24/06, entendeu não haver maiores óbices à aprovação da Medida Provisória 323, de 2006, no que diz respeito ao atendimento das normas orçamentárias e financeiras

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Nota Descritiva 5

vigentes, em especial o que está estabelecido na Lei Complementar nº 101/00, na lei do plano plurianual, na lei de diretrizes orçamentárias e na lei orçamentária da União para o presente exercício financeiro.

A Consultoria de Orçamento esclarece que faz parte do plano plurianual e do orçamento vigente ações para combate a doenças como a AIDS, a malária e a tuberculose, não se mostrando a contribuição sob comento como algo novo na realidade orçamentária da União.

A liberação de recursos na forma aqui analisada está perfeitamente amparada no teor do art. 32 da LDO/06 (art. 12, § 6º da Lei n.º 4320/64), que diz que, em regra, é vedada a destinação de recursos a entidades privadas a título de contribuição corrente ou de capital, a não ser que, como no presente caso da MP n.º 323/06, a contribuição seja autorizada em lei especifica ou à destinada a entidade sem fins lucrativos selecionada para execução, em parceria com a administração pública federal.

O novo compromisso da União deva ser incluído no plano plurianual em conjunto com as demais previsões de gastos com repercussões que ultrapassam mais de um exercício, conforme determina o art. 167, § 1º, da Lei Maior.

Por último, cada destacar que foram oferecidas duas emendas à presente medida provisória, cujo conteúdo é completamente estranho ao teor da proposição, senão vejamos em seguida.

A primeira emenda manda acrescer ao texto da MP dois dispositivos que alteram a Lei n.º 10.865, de 30 de abril de 2004, para reduzir a zero as alíquotas da COFINS e do PIS/PASEP incidentes na importação e sobre a receita bruta de venda no mercado interno de sal, milho, rapadura e açúcar mascavo, destinados à alimentação humana.

A segunda emenda manda acrescer ao texto da MP um dispositivo que altera o caput do art. 17 da Lei n.º 9.432, de 8 de janeiro de 1997, para prorrogar por mais 10 anos o prazo de isenção do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM nos casos das mercadorias cuja origem ou destino final seja porto localizado na Região Norte ou Nordeste do País.

Referências

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