O confinamento como negócio: um estudo de caso a partir do presídio de Passo Fundo/RS

Texto

(1)UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE DIREITO NÚCLEO DE CIÊNCIAS DO PODER JUDICIÁRIO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO JUSTIÇA ADMINISTRATIVA. GILVAN LUIZ HANSEN JUNIOR. O CONFINAMENTO COMO NEGÓCIO: UM ESTUDO DE CASO A PARTIR DO PRESÍDIO DE PASSO FUNDO/RS. Niterói 2017.

(2) GILVAN LUIZ HANSEN JUNIOR. O CONFINAMENTO COMO NEGÓCIO: UM ESTUDO DE CASO A PARTIR DO PRESÍDIO DE PASSO FUNDO/RS. Dissertação realizada para obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Justiça Administrativa - Universidade Federal Fluminense.. Orientador: Prof. EDSON ALVISI NEVES. Niterói 2017.

(3) FICHA CATALOGRÁFICA Universidade Federal Fluminense Superintendência de Documentação Biblioteca da Faculdade Direito. XXXXXX, Xxxxxx Xxxxxx. O confinamento como negócio: um estudo de caso a partir do presídio de Passo Fundo/RS – Niterói, 2017. XXXX . Dissertação (Mestrado em Justiça Administrativa) – Programa de Pós-Graduação em Justiça Administrativa, Universidade Federal Fluminense, 2017. xxxxxxxxxxx.. CDD xxxxxx.

(4) O CONFINAMENTO COMO NEGÓCIO: UM ESTUDO DE CASO A PARTIR DO PRESÍDIO DE PASSO FUNDO/RS Dissertação apresentada ao Programa de. Pós-Graduação. em. Justiça. Administrativa da Universidade Federal Fluminense, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Justiça Administrativa.. Data da aprovação: ______/______/___________.. BANCA EXAMINADORA:. ________________________________________________________________ Orientador: Prof. Dr. Edson Alvisi Neves - Universidade Federal Fluminense. _______________________________________________________________ Prof. Dr. Antón Lois Fernández Álvarez - Universidade Federal Fluminense. ________________________________________________________________ Prof. Dr. Clodomiro José Bannwart Junior - Universidade Estadual de Londrina. Niterói 2017.

(5) Aos meus pais, por todo o amor e dedicação sempre dispensados a mim, buscando sempre me proporcionar todos os meios afetivos e materiais para a realização dos meus sonhos. Aos meus avós, paternos e maternos, in memoriam, que embora não estejam mais presentes. fisicamente,. sempre. acompanham em todas as minhas jornadas.. me.

(6) AGRADECIMENTOS. Primeiramente, a Deus que iluminou о meu caminho durante esta caminhada. Ao meu professor e orientador, Edson Alvisi Neves, por toda a paciência e dedicação comigo nesta jornada. Aos professores Antón Lois Fernández Álvarez e Clodomiro José Bannwart Junior, pela pronta aceitação para compor a banca avaliadora. Aos demais professores do Programa de Pós-Graduação em Justiça Administrativa da Universidade Federal Fluminense. Aos servidores da Universidade Federal Fluminense, por todo o gentil suporte durante o curso..

(7) “É muito melhor lançar-se em busca de conquistas grandiosas, mesmo expondo-se ao fracasso, do que alinhar-se com os pobres de espírito, que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem numa penumbra cinzenta, onde não conhecem nem vitória, nem derrota.” (Theodore Roosevelt).

(8) RESUMO O trabalho se colocou enquanto reflexão sobre o modelo penal brasileiro, estruturado sob a ênfase no sistema carcerário-penal. Para viabilizar esta discussão, situou, em nível conceitual, o significado do direito na modernidade. Visualizou que a positivação em normas e regras não deram ao Direito Moderno a condição de garantir a estabilidade social e a efetividade institucional. A partir desse cenário compreende-se melhor a incidência desse fenômeno no âmbito das instituições jurídicas brasileiras. Analisou-se especialmente o ordenamento jurídico voltado para o prisma penal e criminal. Partindo disso, então, o texto passa à abordagem do que foi denominado de Indústria do Confinamento. Realizou-se, a partir de um estudo de caso no Presídio Regional de Passo Fundo, um resgate numa perspectiva sociológico-jurídica, dos elementos significativos da prática do sistema carcerário-criminal. Efetivou-se uma análise do modo de convívio no interior do cárcere, inclusive fazendo uma análise do convívio entre os encarcerados e os agentes penitenciários, assim como a presença dos familiares dos encarcerados no âmbito prisional. Foram apresentados dados empíricos colhidos, comparando as características dos confinados. Por fim, foram apontados alguns aspectos práticos que poderiam ser implementados no Presídio Regional de Passo Fundo, a fim de que a ressocialização ganhasse a possibilidade de acontecimento prático e não apenas de um discurso teórico.. Palavras-chave: Confinamento. Negócio. Presídio. Passo Fundo. Direito Penal..

(9) ABSTRACT The work was placed as a reflection on the Brazilian criminal model, structured with the emphasis on the prison system. In order to make this discussion feasible, we situate, at a conceptual level, the meaning of law in modernity. We see that the positivation in norms and rules did not give Modern Law the condition of guaranteeing social stability and institutional effectiveness. From this scenario we better understand the incidence of this phenomenon within the scope of Brazilian legal institutions. The legal framework focused on the criminal and criminal prism was analyzed. From that, we then take the approach of what we call the Containment Industry. From a case study in the Regional Prison of Passo Fundo, a rescue from a sociological-legal perspective, of the significant elements of the practice of the prisoncriminal system. An analysis of the way of living inside the prison was carried out, including an analysis of the relationship between incarcerated prisoners and prison staff, as well as the presence of prisoners' relatives in prisons. Empirical data were collected, comparing the characteristics of the inmates. Finally, it was pointed out some practical aspects that could be implemented in the Regional Prison of Passo Fundo, so that resocialization gained the possibility of a practical event and not just a theoretical discourse. Key words: Confinement. Business. Prision. Passo Fundo. Criminal Law..

(10) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 8 2 A MODERNIDADE E O SIGNIFICADO DO DIREITO .................................................... 12 2.1 ALGUNS ELEMENTOS VIABILIZADORES DA MODERNIDADE ............................................... 13 2.2 DIREITO, LINGUAGEM E ESFERA PÚBLICA MODERNA ......................................................... 14 2.3 DIREITO, LINGUAGEM E CONFIANÇA NA ESFERA PÚBLICA BURGUESA ................................ 16 2.4 O DIREITO PENAL E O SIGNIFICADO DA PENA ...................................................................... 20 2.4.1 O fenômeno da punição e suas interpretações ................................................................ 20 2.4.2 A pena, sua finalidade e sua consequencia ................................................................ 27 3 A MODERNIDADE LUSO-BRASILEIRA E O DIREITO PENAL: UM GRANDE NEGÓCIO ................................................................................................................................ 32 3.1 UM NEGÓCIO CHAMADO BRASIL: DOS PRIMÓRDIOS AO PERÍODO COLONIAL ....................... 32 3.2 A ORGANIZAÇÃO JURÍDICO-ADMINISTRATIVA NO BRASIL COLONIAL ................................. 36 3.3 A ORGANIZAÇÃO JURÍDICO-ADMINISTRATIVA NO BRASIL: DE 1808 ATÉ A PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA .................................................................................................................... 39 3.4 A ORGANIZAÇÃO JURÍDICO-ADMINISTRATIVA NO BRASIL IMPÉRIO .................................... 42 3.4.1 O Código Criminal de 1830 e seus impactos ............................................................. 46 3.4.2 O Código de Processo Criminal de 1832 e seu significado ........................................ 48 3.5 O CÓDIGO PENAL DE 1890 E O ADVENTO DA REPÚBLICA NO BRASIL ................................ 49 3.6 A ERA VARGAS E A LEGISLAÇÃO PENAL ........................................................................... 51 3.7 OS LEGADOS DO CÓDIGO PENAL DE 1940 E DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL DE 1941....... 53 3.7.1 Verdade, conhecimento e linguagem sob o prisma ontológico-metafísico ................... 53 3.7.2 O direito penal brasileiro e as pegadas ontológico-metafísicas .................................. 57 4 O CONFINAMENTO EM SISTEMA PRISIONAL: UM NEGÓCIO QUE INTERESSA . 66 4.1 O SISTEMA PRISIONAL ENQUANTO NEGÓCIO ........................................................................ 66 4.1.1 Propostas de soluções ou romantização de falsas saídas? .......................................... 69 4.2 QUEM GANHA COM O SISTEMA PRISIONAL E COM A INDÚSTRIA DO CONFINAMENTO?........... 73 4.2.1 Empresas .......................................................................................................................... 74 4.2.2 Instituições punitivas ....................................................................................................... 75 4.2.3 Imprensa, meios de comunicação de massa e instituições religiosas .............................. 77 4.2.4 Instituições políticas e sociais ......................................................................................... 78 4.3 OS PERDEDORES DA INDÚSTRIA DO CONFINAMENTO ............................................................ 79 4.3.1 Os confinados .................................................................................................................. 79 4.3.2 Os familiares .................................................................................................................... 80 4.3.2 A sociedade ..................................................................................................................... 81.

(11) 5 O PRESÍDIO DE PASSO FUNDO: UM ESTUDO DE CASO ........................................... 83 5.1 O PRESÍDIO DE PASSO FUNDO: O INÍCIO DE UM NEGÓCIO ..................................................... 85 5.2 O PRESÍDIO E OS ATORES INTERVENIENTES .......................................................................... 89 5.2.1 Os trabalhadores do presídio ........................................................................................... 92 5.2.2 Os fornecedores do presídio ............................................................................................ 97 5.2.3 Os confinados do presídio ............................................................................................... 98 6 DESAFIO HERCÚLEO OU AS POSSIBILIDADES DE ULTRAPASSAGEM DO MODELO VIGENTE ............................................................................................................. 107 6.1 INDICATIVOS PARA UM DIREITO EM BASES DISCURSIVAS ................................................... 107 6.1.1 As bases discursivas no viés habermasiano ................................................................. 107 6.1.2 Direito, linguagem e confiança no viés discursivo habermasiano ............................... 109 6.2 INDICATIVOS PARA UM DIREITO PENAL EM BASES DISCURSIVAS ........................................ 112 6.3 POSSIBILIDADES PRÁTICAS PARA UMA GESTÃO DISCURSIVA DO PRESÍDIO.......................... 114 7 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 119 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 122 ANEXOS ................................................................................................................................ 127.

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