• Nenhum resultado encontrado

Rádio Abrão: uma experiência em educomunicação

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Rádio Abrão: uma experiência em educomunicação"

Copied!
98
0
0

Texto

(1)UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE MESTRADO EM GESTÃO E PRÁTICAS EDUCACIONAIS (PROGEPE). COSMO LUCIANO DO NASCIMENTO. RÁDIO ABRÃO: UMA EXPERIÊNCIA EM EDUCOMUNICAÇÃO. São Paulo 2017.

(2) COSMO LUCIANO DO NASCIMENTO. RÁDIO ABRÃO: UMA EXPERIÊNCIA EM EDUCOMUNICAÇÃO. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Gestão e Práticas Educacionais (PROGEPE) da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Educação, sob a orientação do Professor Doutor Adriano Salmar Nogueira e Taveira.. São Paulo 2017.

(3) Nascimento, Cosmo Luciano do. Rádio Abrão: Uma experiência em educomunicação. / Cosmo Luciano do Nascimento. 2017. 96 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Nove de Julho UNINOVE, São Paulo, 2017. Orientador (a): Prof. Dr. Adriano Salmar Nogueira e Taveira. 1. Educomunicação. 2. Educação. 3. Comunicação. 4. Rádio. 5. Jornalismo. I. Taveira, Adriano Salmar Nogueira e. II. Titulo. CDU 372.

(4) COSMO LUCIANO DO NASCIMENTO. RÁDIO ABRÃO: UMA EXPERIÊNCIA EM EDUCOMUNICAÇÃO. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Gestão e Práticas Educacionais (PROGEPE) da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Educação, pela Banca Examinadora, formada por:. São Paulo, ___ de ______________ de 2017. Orientador: Prof. Dr. Adriano Salmar Nogueira e Taveira (Universidade Nove de Julho). Examinadora: Profª. Drª. Nima Imaculada Spigolon (Universidade Estadual de Campinas). Examinadora: Profª. Drª. Adriana Aparecida de Lima Terçariol (Universidade Nove de Julho). Suplente: Profª. Drª. Luciana Giovanni (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Suplente: Profª. Drª. Patrícia Aparecida Bioto-Cavalcanti (Universidade Nove de Julho). São Paulo. 2017.

(5) Dedico esta obra à minha esposa Vânia Gastaldo de Oliveira, à minha tia-madrinha Conceição Luciano de Souza, à minha prima Dalva Maria de Souza, à estudante Gisele, ao estudante Gustavo e ao estudante William, à professora Adriana Leila Trentin, à professora Adelina Yamamura, ao professor Carlos Alberto Mendes de Lima e ao professor Fernando Antonio Peres..

(6) AGRADECIMENTOS. Meus agradecimentos à EMEF Abrão de Moraes, em especial aos estudantes e aos repórteres estudantis. Agradeço à Aline pelo apoio a todas(os) as(os) estudantes de pósgraduação stricto sensu junto à Secretaria, à Cris, ao Alex e a toda a equipe. Aos professores mestrandos e doutorandos e, em especial ao professor Walter Martins. Agradeço ao Instituto Paulo Freire, aos ensinamentos das disciplinas “Paulo Freire, Educação e Práxis” e “Pensamento Pedagógico Latinoamericano”, ministradas pelas(os) professoras(es) Jason Mafra, Adriano Salmar, Cláudia Sabba e Margarita Victoria Gomez. Agradeço às professoras Rosiley Aparecida Teixeira, Lígia Abões Vercelli, Roberta Stangherlim, Nima Spigolon, Adriana Aparecida de Lima Terçariol, Cláudia Georgia Sabba, Margarita Victoria Gomez e ao meu professor-orientador Adriano Salmar Nogueira e Taveira pelos incentivos e apoios que contribuíram para o meu aprendizado. Sou grato ao Bruno, à Luciana e à Kati que me acolheram no Chile, durante o módulo internacional. Também agradeço à Ministra da Educação do Chile, professora Adriana Delpiano e aos estudantes e professoras(es) que compartilharam experiências e (con)vivências culturais em intercâmbios como a Fundação Pablo Neruda (Isla Negra); o Programa Interdisciplinario de Investigaciones en Educación (PIIE); a Universidad Academia de Humanismo Cristiano (La Academia); a Universidad de Santiago de Chile; a Universidad de Chile; a Universidad de Los Lagos; a Universidad Metropolitana de Ciencias da La Educación; o Museu de la Educación Gabriela Mistral; o Centro Cultural do Palacio Presidencial de La Moneda. Agradeço à Companhia de Teatro Os Satyros, às(aos)artistas-formadores da SP Escola de Teatro, em especial, ao Antonio Duran, ao Cláudio Gutierrez, ao “Pardal”, à Cléo de Páris, à Dione Leal, ao Francisco Turbiani (Chico), ao Guilherme Bonfanti, ao Hugo Possolo, ao Ivam Cabral, ao J.C. Serroni, ao Joaquim Gama, à Marici Salomão, ao Marcos Moraes, ao Maurício Paroni de Castro, ao Raul Teixeira, ao Rodolfo García Vázquez, a todas(os) artistasaprendizes da SP Escola de Teatro, principalmente, à turma do curso de iluminação e às turmas de experimentos. Para finalizar, agradeço a todas(os) as(os) professoras(es) que conheci na caminhada de descobertas ao longo da vida. Em especial, agradeço pelas aprendizagens intercambiadas junto às(aos) estudantes às(aos) quais lecionei, leciono e lecionarei..

(7) RESUMO. A presente pesquisa investiga o potencial pedagógico-administrativo de uma experiência em educomunicação. A escola municipal de ensino fundamental Abrão de Moraes, situada na Vila Nhocuné – bairro da zona leste da cidade de São Paulo – desenvolveu em 2004 o projeto Educom.Rádio; ali ministrei oficinas de linguagem radiofônica. Tal assessoria foi contratada pela municipalidade para subsidiar o projeto, e o foco priorizado era a formação de professoras(es), estudantes e funcionárias(os), tendo em vista “adotar” a linguagem radiofônica para melhorar as práticas de ensino/aprendizagem. A pesquisa analisou documentos, depoimentos gravados, registros sonoros e imagéticos gravados e produzidos em 2004; complementarmente, o pesquisador fez entrevistas em 2017 com as educadoras que, na época, protagonizaram a experiência. A fundamentação teórica baseia-se no saber de experiência de Larrosa e nas perspectivas de comunicação, diálogo e educação de Juan Enrique Díaz Bordenave, David Bohm, Paulo Freire e Carlos Brandão. Os autores Capitão, Heloani e Piolli contribuíram para a reflexão sobre as dimensões de coletivo e motivação; Bosi, Josso, Meihy e Priore colaboraram para a análise de inferências relacionadas às narrativas sobre as experiências educomunicacionais relatadas pelos diversos protagonistas.. Palavras-chave: Educomunicação. Educação. Comunicação. Rádio. Jornalismo..

(8) RESUMEN. En esa reflexión se investiga la posibilidad de encauce administrativo-pedagógico de una experiencia en educomunicación. La Escuela Municipal de Ensenanza Fundamental Abrão de Moraes, localizada en Villa Nhocuné, región leste de la ciudad de Sao Paulo en 2004 desarolló el Proyecto Educo.Radio en el que el investigador ministró Oficinas de Lenguaje Radiofónica. Dicha asesoría estuvo contratada por la Municipalidad para subsidiar el Proyecto, en la formación de Professores(as). Estudiantes y Funcionários(as) en el objetivo de “adoptar” el lenguaje radiofónico para calificar a las practicas de enseñanza y aprendizaje. La investigación analizó documentos, testigos de grabación, registros sonoros y de imágenes gravados y editados en 2004. De modo complementario el investigador realizó entrevistas actuales con educadoras que, en la época, protagonizaron la experiencia educomunicativa. La fundamentación teórica se embasa en el saber de experiencia de J. Larrosa y en las perspectivas de comunicación, de diálogo e educación de, respectivamente, Juan E. Bordenave, David Bohm, Paulo Freire e Carlos Brandão. Los autores Capitão, Heloani e Piolli contribuyeron para reflexión acerca de las dimensiones colectivo y motivación. Bosi, Josso, Meihy e Priore colaboraron para analice de las inferencias relacionables a las narrativas de las experiencias relatadas por los diferentes actores.. Palabras clave: Educomunicación. Educación. Comunicación. Radio. Periodismo..

(9) ABSTRACT. This research investigates the pedagogical-administrative potential of an experience in Educommunication. The mentioned experience took place at the public elementary school Abrao de Moraes, located at Vila Nhocume – a neighbourhood of SaoPaulo/Brasil. Where in 2004 the Project Educom.radio was developed. In such Project, the researcher of the present paper used to give lectures and workshops about Radio Language, whose aim was to train teachers, professors, students and the school staff, to learn how to make use of a Radio Language to improve their teaching practices. The research analysed documents, recorded depositions and declarations, images and radio programs registered in 2004 during the execution of the Proyect. In addition, the researcher interviewed those profesoors, teachers, school staff people who lived the Project EduCom.Radio back in 2004, in order to comprehend what they feel and think about the impact os that experience in their lives. The theoretical basis relies on the knowledge acquired by this singular experience, and in the communication, dialogue, and educational perspectives of Juan Bordenave, David Bohm, Paulo Freire and Carlos Brandao. Others authors, Capital, Helene and Piolli also contributed to the thinking about the dimensions of collective (group) work and motivation. Lastly, Bosi, Josso, Meihy and Priore helped in analyzing the interferences related to the narratives of this Edu-communication experiences told by various actors.. Keywords: Educomunication. Education. Comunication. Radio. Journalism..

(10) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS. CEP. Coordenadoria de Educação da Penha, vinculada à SME. CEU. Centro Educacional Unificado. CF. Constituição Federal. CRECI. Centro de Referência de Cidadania do Idoso. EDUCOM.RÁDIO. Educomunicação. EMEF. Escola Municipal de Ensino Fundamental. IDH. Índice de Desenvolvimento Humano. NOR. Nas Ondas do Rádio. PIIE. Programa Interdisciplinario de Investigaciones en Educación. PMSP. Prefeitura do Município de São Paulo. PPGE. Programa de Pós-Graduação em Educação. PPP. Projeto Político-Pedagógico. PRODAM. Processamento de Dados do Município. PROGEPE. Programa de Gestão e Práticas Educacionais. SMADS. Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. SME. Secretaria Municipal de Educação da Cidade de São Paulo. TCC. Trabalho de Conclusão de Curso. TICs. Tecnologias da Informação e Comunicação. UNINOVE. Universidade Nove de Julho. USP. Universidade de São Paulo.

(11) LISTA DE IMAGENS Imagem 1 – Programação radiofônica da Festa Junina da EMEF Abrão de Moraes sob orientação da professora Adriana (à esquerda), no dia 19/06/2004 ......................................... 25 Imagem 2 – A EMEF Abrão de Moraes apresenta programas radiofônicos no pátio da escola e na praça da comunidade para promover a interação de estudantes, pais e educadoras(es) .......................................................................................................................... 25 Imagem 3 – Formulário de participação pública da Rádio Abrão de Moraes .......................... 27 Imagem 4 – Estudantes protagonizam o processo de elaboração de pautas, reportagens e matérias jornalísticas no estúdio de Rádio da EMEF Abrão de Moraes .................................. 29 Imagem 5 – Professora Adelina na festa junina animada pela rádio Abrão de Moraes ........... 30 Imagem 6 – Estudantes demonstram a familiaridade com os microfones e perdem a timidez para se expressar no programa de rádio temático sobre a festa junina ........................ 31 Imagem 7 – Festa junina animada pelas músicas veiculadas pela Rádio Abrão de Moraes ...................................................................................................................................... 32 Imagem 8 – Estudantes transmitem programa comunitário radiofônico na praça pública ...... 33 Imagem 9 – Interface do software livre audacity para gravação e edição de áudio ................. 35 Imagem 10 – Professor Carlos Alberto Mendes de Lima, Coordenador do Núcleo de Educomunicação da Secretaria de Educação do Município de São Paulo, apresenta o Kit Educom.Rádio com equipamentos interligados sem computador e sem internet .................... 36 Imagem 11 – Jornal O Estado de S. Paulo registra educandas(os) praticando locução, sonoplastia e produção executiva no estúdio da rádio da EMEF Abrão de Moraes ................ 37 Imagem 12 – Estudante William usa o gravador de mão para iniciar a entrevista com a prefeita Marta Suplicy que implantou o programa Educom.Rádio na cidade de São Paulo ......................................................................................................................................... 40 Imagem 13 – Estudante e repórter Breno entrevista o professor Mário Sérgio Cortella.......... 41 Imagem 14 – Estudantes e repórteres William (esquerda) e Gustavo (centro) entrevista o diretor de programas especiais da Coordenadoria de Educação da Subprefeitura Penha, professor Fernando Antonio Peres (direita).............................................................................. 42 Imagem 15 – Estudante e repórter Breno entrevista a Secretária de Educação do Município de São Paulo, professora Maria Aparecida Perez ................................................... 42 Imagem 16 – Professor Paulo (direita), da EMEF Visconde de Cairú, em 2004, entrevista o Subprefeito da Penha, Luiz Barbosa de Araújo (esquerda), no estúdio da.

(12) rádio comunitária da escola, enquanto o radialista Cosmo Luciano do Nascimento (centro) opera os equipamentos ................................................................................................ 43 Imagem 17 – Estudante e repórter Breno, entre outras(os) educandas(os) das EMEFs atendidas pela Coordenadoria de Educação da Subprefeitura Penha, entrevista o Professor Ismar Soares dos Santos, coordenador do processo de implementação do curso de licenciatura em educomunicação na Universidade de São Paulo .............................. 43 Imagem 18 – Certificado de participação da professora Adriana Leila Trentin na oficina de linguagem radiofônica ......................................................................................................... 44 Imagem 19 – Professora Adriana acompanha a instalação do estúdio móvel de rádio do Kit Educom.Rádio .................................................................................................................... 45 Imagem 20 – Os arquivos de áudio eram gravados e reproduzidos, inicialmente, em fitas k-7 ............................................................................................................................................. 47 Imagem 21 – Kit Educom com os equipamentos, da esquerda para a direita e de cima para baixo: caixa acústica, mesa de som, reprodutor e gravador de cd, duplo deck com reprodutor e gravador de fitas k-7 e um microfone sem fio ..................................................... 47 Imagem 22 – Parâmetro de cabeamento, equalização e configuração de mesa de áudio......... 48 Imagem 23 – Transmissor de frequência modulada de baixa potência operando em canal autorizado de acordo com a legislação brasileira ..................................................................... 48 Imagem 24 – Antena de transmissora de ondas radiofônicas de frequência modulada ........... 49 Imagem 25 – Lista de presença de participantes do projeto “Nas Ondas do Rádio” ............... 50 Imagem 26 – Folder do Educom.Rádio com o resultado das oficinas de linguagem radiofônica coordenadas pelo radialista Cosmo Luciano do Nascimento, cujo nome artístico era Luciano Júnior ...................................................................................................... 52 Imagem 27 – Atestado de intervenção de Cosmo Luciano do Nascimento com a realização das oficinas de linguagem radiofônica em todas as EMEFs da Coordenadoria de Educação da Subprefeitura Penha, obtendo resultados satisfatórios e alcance dos objetivos propostos pelo programa Educom.Rádio da SME .................................................... 53 Imagem 28 – Relatório de gestão documentando os resultados da intervenção das oficinas de linguagem radiofônica, coordenadas pelo radialista Cosmo Luciano do Nascimento, em todas as EMEFs atendidas pela Diretoria de Programas Especiais da Coordenadoria de Educação da Subprefeitura Penha ............................................................... 55 Imagem 29 – Relatório do Projeto Vida – Educom.Rádio da Coordenadoria de Educação da Subprefeitura Penha ............................................................................................ 56.

(13) Imagem 30 – Primeira parte do cronograma de aulas e de programa inaugural em 15 rádios implantadas em todas as EMEFs atendidas pela Coordenadoria de Educação da Penha, no ano de 2004, durante a intervenção das oficinas de linguagem radiofônica, coordenadas pelo radialista Cosmo Luciano do Nascimento, no 1º semestre letivo (parte 1 de 2) ....................................................................................................................................... 57 Imagem 31 – Segunda parte do cronograma de aulas e de programa inaugural em 15 rádios implantadas em todas as EMEFs atendidas pela Coordenadoria de Educação da Penha, no ano de 2004, durante a intervenção das oficinas de linguagem radiofônica, coordenadas pelo radialista Cosmo Luciano do Nascimento, no 1º semestre letivo (parte 2 de 2) ....................................................................................................................................... 58 Imagem 32 – Cronograma de oficinas de linguagem radiofônica, coordenadas pelo radialista Cosmo Luciano do Nascimento, nas EMEFs atendidas pela Coordenadoria de Educação da Penha, durante a intervenção ocorrida no 2º semestre letivo de 2004 ................ 59 Imagem 33 – Finalização do relatório das atividades de educomunicação desenvolvidas pela Diretoria de Programas Especiais da Coordenadoria de Educação da Subprefeitura Penha, em 2004 ........................................................................................................................ 60 Imagem 34 – Folder com fotografia do Educom.Rádio (no canto inferior direito) no rol de programas especiais desenvolvidos nas EMEFs atendidas pela Coordenadoria de Educação da Subprefeitura Penha, em 2004 ............................................................................ 61 Imagem 35 – Linha do tempo do Educom.Rádio ..................................................................... 62 Imagem 36 – Estudante William entrevista o professor de fanfarra na praça pública ............. 63 Imagem 37 – Estudantes do ensino fundamental I e II apresentam programa radiofônico juntos ........................................................................................................................................ 73 Imagem 38 – Radialista Cosmo Luciano do Nascimento ministra oficina de linguagem radiofônica para estudantes do ensino fundamental I da EMEF Abrão de Moraes ................. 74 Imagem 39 – Logotipo da rádio da EMEF Abrão de Moraes publicado na sua web rádio (2004) ....................................................................................................................................... 75 Imagem 40 – Layout da Rádio Educativa da EMEF Abrão de Moraes, publicado na internet, para transmitir o programa inaugural da emissora, simultaneamente nas ondas do rádio em frequência modulada e também na rede mundial de computadores, no dia 29/04/2004, às 8h35, durante solenidade oficial com a participação de educandas(os), educadoras(es), pais, comunidade e representantes do poder público ..................................... 77.

(14) Imagem 41 – EMEF Abrão de Moraes transmite sua programação radiofônica “ao vivo” e/ou gravada pela internet, em 2004, durante 24 horas por dia .................................................. 78 Imagem 42 – E-mail da web rádio da EMEF Abrão de Moraes, em 2004 ............................... 79 Imagem 43 – Endereço eletrônico da rádio da EMEF Abrão de Moraes, em 2004 ........................ 80 Imagem 44 – Página principal do portal da EMEF Abrão de Moraes com transmissão de sua programação radiofônica “ao vivo” e/ou gravada na internet, em 2004 ............................ 81 Imagem 45 – Página eletrônica das notícias do portal transmitidas pela Rádio da EMEF Abrão de Moraes, em 2004, na rede mundial de computadores............................................... 82 Imagem 46 – Página eletrônica do registro de reuniões de pais, entre outros eventos, com a participação da comunidade, transmitidos pela Rádio da EMEF Abrão de Moraes, em 2004, na rede mundial de computadores, em formato multimídia (texto, áudio e imagens estáticas e dinâmicas) .................................................................................... 83 Imagem 47 – Página eletrônica para a participação da comunidade escolar na programação on-line da Rádio Educativa da EMEF Abrão de Moraes, em 2004 ...................... 84 Imagem 48 – Página eletrônica da web tv da EMEF Abrão de Moraes, em 2004 ................... 85.

(15) SUMÁRIO. APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 14 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 17 CAPÍTULO 1 - O QUE É EDUCOMUNICAÇÃO? ........................................................... 19 1.1 A educomunicação na comunidade escolar .................................................................... 23 1.2 O caráter participativo..................................................................................................... 28 1.3 A Diretoria de Programas Especiais ............................................................................... 33 1.4 As oficinas de linguagem radiofônica ............................................................................. 44 1.5 Equipamentos do Kit Educom.Rádio ............................................................................. 46 CAPÍTULO 2 – A INSERÇÃO DA EDUCOMUNICAÇÃO NA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL ABRÃO DE MORAES ........................... 50 CAPÍTULO 3 – RÁDIO ABRÃO: MEMÓRIAS, EXPERIÊNCIAS E APRENDIZAGENS ............................................................................................................... 66 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 87 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 90 ANEXO – Projeto Rádio Escola on-line ............................................................................... 92.

(16) 14. APRESENTAÇÃO. A presente pesquisa apresenta narrativas de práticas de linguagem radiofônica experienciadas na Escola Municipal de Ensino Fundamental Abrão de Moraes. Essa escola inaugurou sua rádio educativa no ano de promulgação da Lei n.º 13.941, de 28 de dezembro de 2004, denominada “Lei do Educom.Rádio-Educomunicação pelas Ondas do Rádio”, também conhecida como “Lei do Educom”. A Rádio Abrão de Moraes produziu reportagens e programas educativos para transmiti-los nas ondas do rádio e, até simultaneamente, via internet, durante 24 horas por dia, ora “ao vivo” em tempo real, ora gravado em podcast. Tal fenômeno ocorreu num período tecnologicamente desprovido de recursos contemporâneos, tais como: redes wi-fi, smartphones com aplicativos e a gama de redes sociais eletrônicas como o facebook, por exemplo. Fitas k-7 foram utilizadas para gravar conteúdos radiofônicos da EMEF Abrão de Moraes. Vivíamos um período em que a telefonia móvel era analógica e de alto custo; e o acesso à internet era um privilégio encontrado em poucas residências que tinham computador, modem e telefone fixo para efetuar conexão, inclusive, discada. Mesmo assim, o serviço tinha qualidade ruim porque era baixa a velocidade de navegação pela internet e o sinal de conexão costumava cair. Educandas(os) e educadoras(es), generosamente, compartilharam para a pesquisa suas experiências educomunicacionais. Depoimentos, trechos de programas radiofônicos, registros sonoros e imagéticos apresentados sob o enfoque desta investigação, narram a história da rádio educativa na Escola Municipal. Documentos, transcrições de produções radiofônicas e depoimentos de educandas(os) e educadoras(es) fazem parte do conjunto de materiais compilados; registros da época e, também, entrevistas e depoimentos recentes viabilizados na perspectiva da história oral apresentam-se para a análise. No exercício de suas funções exercidas em 2004, conforme descrito abaixo em ordem alfabética, os(as) depoentes entrevistados(as) contribuem: a) Adelina Yamamura: coordenadora do Programa de Projetos Especiais da Coordenadoria de Educação da Penha; b) Adriana Leila Trentim: professora orientadora de Informática Educativa da Escola Municipal de Ensino Fundamental Abrão de Moraes; c) Gustavo: estudante da 8ª D e repórter;.

(17) 15. d) Gisele Palla: estudante da 7ª A, locutora e repórter; e) William: estudante da 8ª A e repórter. Complementarmente, e conforme discriminado ao longo do texto, as entrevistas com as educadoras foram realizadas em 2016, consoante com o espírito e pretensões desta investigação.. Memorial profissional-acadêmico. Desde 1988, iniciei minha carreira na área de comunicação: televisão, internet, revistas, jornais, estações radiodifusoras (de natureza comercial, pública, educativa, universitária, comunitária, por assinatura, entre outras), mídias impressas e eletrônicas, assessorias de comunicação e de imprensa, novas mídias digitais via internet, transmissões via-satélite etc. Apresentei programas em diversas emissoras de radiodifusão do Brasil, dentre elas, FM 90 (Salto-SP), Rádio Vanguarda AM/FM (Sorocaba-SP), Antena 1 FM (CampinasSP), Ipanema FM (Sorocaba-SP), Vanguarda AM/FM (Sorocaba-SP), Transcontinental FM (Mogi da Cruzes-SP), Cumbica AM (Guarulhos-SP) e na capital paulista nas rádios Jovem Pan AM/FM, Record AM/FM, Gazeta AM/FM, Metropolitana FM, Rede American Sat AM/FM, Rede CBS AM/FM, Brasil 2000 FM, Web Rádio Fênix (Brasil-Japão), MPT (a 1ª rádio por assinatura em parceria com a Telesp), entre outras. Em 1991, participei de um curso de rádio e fui convidado a lecionar linguagem radiofônica. A partir daí, comecei a exercer duas atividades, são elas: comunicador e educador. Por causa desta experiência, vivenciei transformações pessoais e profissionais ao aprender com os aprendizes a aprender e a ensinar por meio da ação-reflexão-ação. A experiência adquirida como professor expandiu minha leitura de mundo tanto no campo da educação quanto da comunicação. Este divisor de águas propiciou-me saltos qualitativos para desenvolver produções de comunicação sob as óticas culturais, educativas e sociais. Algumas delas, inclusive, contempladas com prêmios nos âmbitos federal, estadual e municipal, tais como: 2012 – Concurso Municipal do Departamento de Bibliotecas Públicas de São Paulo. “Oficina Cultural de Redes Sociais – O Incentivo à Leitura 2.0” (publicado no então chamado Diário Oficial do Município de São Paulo – hoje, denominado Diário Oficial da Cidade de São Paulo –, no dia 22 de maio de 2012, nas páginas 52 a 54)..

(18) 16. 2011 – Prêmio Nacional “Acesso – Experiência Cultural 2011”, concedido pelo Grupo Votorantim, por ter implantado, por meio de Oficina de Rádio, a RÁDIO CRECI1, a 1ª web rádio do mundo feita por idosos, em equipamento público municipal, com programação intergeracional, de acordo com o Estatuto do Idoso (em especial o Artigo 24) e com os Direitos Humanos. Esta web rádio foi desenvolvida no Centro de Referência de Cidadania do Idoso (CRECI), situado nos baixos do Viaduto do Chá, ao lado da Prefeitura Municipal de São Paulo. Minha trajetória acadêmica inicia-se com a pesquisa científica intitulada “A construção da imagem midiática da(o) idosa(o)”, desenvolvida durante o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) – sob orientação da Professora Doutora Caroline Sotillo – em 2011, na Universidade Nove de Julho (Uninove) para a graduação do Curso Superior de Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo. Realizei a pesquisa no Centro de Referência da Cidadania do Idoso (CRECI) – instituição vinculada à Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) da Prefeitura do Município de São Paulo (PMSP). Durante essa pesquisa, desenvolvi uma intervenção em arte-educação com oficinas de linguagem radiofônica para idosas(os) e essa iniciativa conquistou, nacionalmente, o primeiro lugar do “I Prêmio Acesso de Experiência Cultural 2011”, do Instituto Votorantim. A presente pesquisa, sob orientação do Professor Doutor Adriano Salmar Nogueira e Taveira, realizada durante o Mestrado Profissional em Gestão e Práticas Educacionais (PROGEPE), do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (PPGE), da Universidade Nove de Julho (Uninove), relaciona e analisa as narrativas de experiências em processos de educação e de comunicação. Realizados em 2004, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Abrão de Moraes, tais processos correspondiam ao programa de política pública de educomunicação do município de São Paulo. A instalação de estações de radiodifusão, as oficinas para formação tendo em vista o pleno funcionamento do que foi instalado nas escolas e a repercussão destas iniciativas motivou a presente investigação. Tais experiências expressavam-se, também, como práticas de ensino favorecendo aprendizagens, em procedimentos de gestão de processos educomunicativos.. 1. Cf. <http://www.radiocreci.blogspot.com>..

(19) 17. INTRODUÇÃO A Lei n.º 13.941, de 28 de dezembro de 2004, institui o Programa EDUCOM – Educomunicação pelas ondas do rádio, no município de São Paulo. A dinâmica da educomunicação requer diálogo com os saberes da educação e da comunicação. De acordo com Truffi e Franco (1990, p. 25), Diante da urgência de solucionar o distanciamento existente entre a escola e os Meios de Comunicação, impõe-se como tarefa imediata a preparação de um novo profissional: o educador que ajude a desenvolver na escola a preocupação com a comunicação em geral e com os Meios de Comunicação em particular. Qual é o perfil desejável desse profissional? Deve ser um conhecedor da Comunicação, dos Meios de Comunicação e ter experiência pedagógica. Pode ser um educador com alguma formação na área da Comunicação, ou um comunicador (professor ou profissional) com experiência em Educação, ou, ainda, um outro profissional com as qualidades apontadas.. Freire alertou que tudo isso não se dá via transferência de conhecimento, mas, sim, pela construção do saber. Isto é fazer cultura. E fazer cultura é próprio do ser do Ser Humano. A reflexão de Freire (1969, p. 108) é, portanto, vanguardista daquilo que, hoje, denominamos educomunicação, visto que ele já apontava que “[...] precisávamos de uma Pedagogia da Comunicação, com que vencêssemos o desamor acrítico do antidiálogo”. A comunicação mal trabalhada obstaculiza na educação a plena construção de saber e cultura; se o estudante não se sente convidado a participar para comunicar-se, ele não vive a educação como experiência própria. Neste cenário, o educando não se encanta e, portanto, não apreende. Além disso, nas escolas e universidades, os alunos tendem a achar que seus professores estão com uma carga de informação que suspeitam ser irrelevante para a vida atual. [...] Dada a insatisfação com o estado de coisas, acima descrito, tem havido um crescente sentimento de preocupação, cujo objetivo é resolver o que agora comumente se chama de “problema de comunicação”. (BOHM, 2005, p. 27-28).. Para compreendermos os processos e práticas educomunicacionais, abordaremos, no primeiro capítulo, as reflexões sobre os conceitos de educação, comunicação e educomunicação, considerando, inclusive, a perspectiva dialógica interlegislativa do arcabouço jurídico que diz respeito aos aspectos de comunicação e liberdade de expressão..

(20) 18. Também trataremos da relação de equipamentos entregues nas EMEFs, pela SME, em 2004, para colocar uma rádio no ar. No segundo capítulo, trataremos da intervenção das oficinas de linguagem radiofônicas, coordenadas, em 2004, pelo radialista Cosmo Luciano do Nascimento, em todas as EMEFs atendidas pela Diretoria de Programas Especiais da Coordenadoria de Educação da Subprefeitura da Penha. No terceiro capítulo apresentaremos as narrativas de experiências da comunidade escolar, durante a transmissão de programas radiofônicos “ao vivo” e gravados, durante 24 horas por dia, pela internet..

(21) 19. CAPÍTULO 1 – O QUE É EDUCOMUNICAÇÃO? “Educação é comunicação” (FREIRE, 2005, p. 69).. Paulo Freire afirma a relação intrínseca entre educação e comunicação. Ainda há, na contemporaneidade, dificuldades em compreender o que é educomunicação e sua implicação ao trabalho educativo. A educomunicação possui cadeira acadêmica de licenciatura na Universidade de São Paulo e alicerça-se nos conhecimentos da comunicação e da educação. Educomunicação resulta da junção de educação e comunicação. A primeira em sua raiz etimológica deriva de ex-ducere. Carlos Rodrigues Brandão compreende à sociabilidade ampla por meio de como o fenômeno educativo acontece. Para ele, [...] a educação é uma prática social (como a saúde pública, a comunicação social, o serviço militar) cujo fim é o desenvolvimento do que na pessoa humana pode ser aprendido entre os tipos de saber existentes em uma cultura, para a formação de tipos de sujeitos, de acordo com as necessidades e exigências de sua sociedade, em um momento da história de seu próprio desenvolvimento. Não procurei inventar uma nova definição, porque delas acho que já há demais. Procurei reunir as idéias correntes entre os que concebem a Educação como Durkheim. (BRANDÃO, 2001, p. 73-74).. O educador e comunicador paraguaio Juan Díaz Bordenave (2006, p. 24) chama a atenção para o fato de que “[...] a atribuição de significados a determinados signos é precisamente a base da comunicação em geral e da linguagem em particular”. Este pensador latino-americano dialoga com Paulo Freire ao refletir sobre O que é, então, a comunicação? Há duas maneiras de definir o que é uma coisa: enumerar os elementos de que está composta ou indicar para que serve. Pode-se definir o automóvel, por exemplo, dizendo que é um conjunto formado por motor, carroçaria e rodas. Mas seria melhor defini-lo como um veículo autopropulsado que serve para transportar pessoas e coisas de um lugar a outro. E para que serve a comunicação? Serve para que as pessoas se relacionem entre si, transformando-as mutuamente e a realidade que as rodeia. Sem a comunicação cada pessoa seria um mundo fechado em si mesmo. Pela comunicação as pessoas compartilham experiências, idéias e sentimentos. Ao se relacionarem como seres interdependentes, influenciamse mutuamente e, juntas, modificam a realidade onde estão inseridas. (BORDENAVE, 2006, p. 36).. Sobre comunicação, ainda, é relevante refletirmos sobre o seu significado etimológico: communicare, ou seja, tornar comum. Tal discussão é antiga....

(22) 20 Pode ser útil começar a discutir essa questão pensando no significado da palavra “comunicação”. Ela vem do latim commun, com o sufixo ie, que é semelhante a fie, que significa “fazer” ou “pôr em prática”. Assim, um dos significados de “comunicar” é “fazer alguma coisa juntos” (BOHM, 2005, p. 28-29).. Concordamos com Paulo Freire (2005, p. 69), que afirma que “educação é comunicação”, considerando comunicação como toda ação dialógica que favoreça os atos de ensinar aprendendo e aprender ensinando. Não se trata de transferência de dados, que caracterizaria a educação bancária; esta é opressora, antidialógica e não emancipadora. Para compreendermos que a educação é comunicação é necessário que Consideremos, por exemplo, um diálogo. Nele, quando alguém diz alguma coisa, o interlocutor, em geral, não responde com o mesmo significado que a primeira pessoa deu às suas palavras. Os significados são similares, mas não idênticos. Desse modo, quando a segunda pessoa responder, a primeira percebe uma diferença, entre o que ela quis dizer e o que a outra entendeu. Ao considerar essa diferença, ela pode perceber algo novo, alguma coisa importante tanto para seus pontos de vista quanto para os do interlocutor. E assim o processo vai e vem, com a emergência contínua de novos conteúdos que são comuns a ambos os participantes. Desse modo, num diálogo cada pessoa não tenta tornar comum certas ideias ou fragmentos de informação por ela já sabidos. Em vez disso, pode-se dizer que os interlocutores estão fazendo algo em comum, isto é, criando juntos alguma coisa nova. (BOHM, 2005, p. 29).. O diálogo presente na educação que é comunicação, por sua vez, é o ambiente comunitário que permite o fazer cultural na construção e reconstrução do conhecimento. Os interlocutores participantes realizam a prática da comunicação emancipadora. Para Bohm (2005, p. 29-30), Entretanto, é claro que uma comunicação como essa só pode levar à produção de algo novo se as pessoas forem capazes de ouvir livremente umas às outras. Ouvir de verdade e coerência, de modo a que possam deixar de lado suas ideias e intenções antigas, e tornarem-se prontas para entrar em algo diferente quando necessário. Se, contudo, duas pessoas querem trocar ideias ou pontos de vista como se fossem simples fragmentos de informação, seu encontro fracassará quase que inevitavelmente. Pois cada uma delas ouvirá a outra por meio do filtro de seus pensamentos, os quais tentará conservar e defender, não importa se verdadeiros ou coerentes. É óbvio que o resultado será apenas o tipo de confusão que leva ao “problema da comunicação”, que é insolúvel e já foi apontado e discutido.. Freire (2005, p. 24) conceituou que “[...] educação é comunicação, é diálogo, na medida em que não há transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados”. Verificamos, então, que estamos diante de uma.

(23) 21. relação dialógica. E diante dessa imbricação entre educação e comunicação, o papel formador da Universidade na educação para a comunicação é importante porque. A Universidade que possui Cursos de Comunicação e Educação tem obrigação de oferecer alternativas concretas para que a escola possa desempenhar com competência as atividades relacionadas com a Educação para a Comunicação. Já existem algumas teses, pesquisas sobre a questão e algumas pessoas que fazem a ponte entre a Universidade e a Escola na área da Comunicação [...]. Destacamos a importância de eventos como o III Vídeo na Escola e o I Simpósio Brasileiro de Comunicação e Educação, ocorridos no mês de agosto de 1988 na Universidade de São Paulo. (TRUFFI; FRANCO, 1990, p. 27).. Ainda nesse raciocínio, consideramos que. Outra área importante de preparação de profissionais é a da formação de futuros professores para a questão dos Meios. As Faculdades de Educação precisam estar atentas para o enriquecimento do conteúdo da disciplina de Recursos Audiovisuais com as questões referentes aos Meios de Comunicação na Educação. A Faculdade de Educação da USP está oferecendo no novo currículo, dois cursos para pedagogos e professores de Magistério sobre os Meios de Comunicação na Educação, com apoio de professores da Escola de Comunicações e Artes. (TRUFFI; FRANCO, 1990, p. 28). Constatamos que a linguagem do rádio, como processo educomunicativo nos processos de ensino, cria alternativas para estimular a melhoria da qualidade de educação. O Município de São Paulo, na época em que esta experiência configurou-se, promulgou a Lei n.º 13.941, a “Lei do Educom-Educomunicação pelas ondas do rádio”. Analisamos que houve uma nítida compreensão pedagógico-cultural em sua formulação, conforme encontramos no inciso VI do artigo 2º da referida lei, procurando “[...] incorporar, na prática pedagógica, a relação da comunicação com os eixos temáticos previstos nos parâmetros curriculares” (SÃO PAULO, 2004). Verificamos a importância da educação sobre os meios de comunicação de massa para refletirmos sobre as formas de manipulação e dominação do processo de massificação. O estudo deste fenômeno ultrapassa o âmbito escolar. Ele requer reflexão da comunicação da vida em sociedade, atentando-se para a análise dos discursos, não somente da publicidade e propaganda, mas, também, das estratégias narrativas adotadas em noticiários, porque o. [...] jornalismo, independentemente de qualquer definição acadêmica, é uma fascinante batalha pela conquista das mentes e corações de seus alvos:.

(24) 22 leitores, telespectadores ou ouvintes. Uma batalha sutil e que usa uma arma de aparência extremamente inofensiva: a palavra, acrescida, no caso da televisão, de imagens. Mas uma batalha nem por isso menos importante do ponto de vista político e social, o que justifica e explica as imensas verbas canalizadas por governos, partidos, empresários e entidades diversas para o que se convencionou chamar veículos de comunicação de massa. (ROSSI, 1980, p. 7).. Investigamos que as oficinas de linguagem radiofônica com profissionais de comunicação podem e devem contribuir para processos de democratização dos meios e da comunicação nas instituições de ensino. E mais: é possível incluir a programação da rádio educativa e cultural num projeto político-pedagógico de escola para evitarmos reproduzir padrões de comunicação peculiares à sociedade do espetáculo. Analisamos que é preciso saber comunicar e educar para educomunicar. Educomunicação, portanto, compreende-se ao perpassar pelas contribuições de conceitos expressos tanto na área da comunicação quanto na da educação para que possamos avançar na educomunicação. À época da experiência aqui estudada, o Município instituiu o Programa “Educom-Educomunicação pelas ondas do rádio”, delimitando que. [...] entende-se por educomunicação o conjunto dos procedimentos voltados ao planejamento e implementação de processos e recursos da comunicação e da informação, nos espaços destinados à educação e à cultura, sob a responsabilidade do Poder Público Municipal, inclusive no âmbito das Subprefeituras e demais Secretarias e órgãos envolvidos (SÃO PAULO, 2004).. Nos atos de produzir programas educativos na rádio da escola pública Abrão de Moraes, encontramos consonância e respaldo na Constituição Federal, no tocante à natureza de programações culturais e educativas. A prática de uma rádio educativa que faz reuniões de pautas de programação, dialoga com os princípios democráticos constitucionais que estabelece, nos incisos I a IV descritos no primeiro parágrafo do capítulo V, que. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios: I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família. (BRASIL, 1988)..

(25) 23. 1.1 A educomunicação na comunidade escolar O Programa “Educom-Educomunicação nas Ondas do Rádio” entregou, em 2004, um transmissor de frequência modulada de baixa potência para cada EMEF veicular suas produções educativas e culturais. Colocando em funcionamento a rádio numa comunidade escolar, encontramos certa verossimilhança com as rádios comunitárias, pois a Lei n.º 9.612, de 19 de fevereiro de 1998, que institui o Serviço de Radiodifusão Comunitária diz:. Denomina-se Serviço de Radiodifusão Comunitária a radiodifusão sonora, em freqüência modulada, operada em baixa potência e cobertura restrita, outorgada a fundações e associações comunitárias, sem fins lucrativos, com sede na localidade de prestação do serviço. § 1º Entende-se por baixa potência o serviço de radiodifusão prestado a comunidade, com potência limitada a um máximo de 25 watts ERP e altura do sistema irradiante não superior a trinta metros. § 2º Entende-se por cobertura restrita aquela destinada ao atendimento de determinada comunidade de um bairro e/ou vila. (BRASIL, 1998).. Salvo especificidades das rádios comunitárias que apresentam definições focais de tipo, por exemplo, associações de amigos de bairro ou outra organização social, o fato de a transmissão priorizar uma comunidade local é um aspecto que favorece o diálogo entre a rádio comunitária e a rádio escolar. Eventuais parcerias entre os dois tipos de emissoras fazem-se necessárias em tempos de globalização; a interação comunitária, no bairro ou na escola, favorece a leitura de mundo que indivíduos podem realizar junto à comunidade. Ao exercermos o direito de liberdade de expressão também na comunidade escolar compartilhávamos com expressões da sociedade brasileira ao. I - dar oportunidade à difusão de idéias, elementos de cultura, tradições e hábitos sociais da comunidade; II - oferecer mecanismos à formação e integração da comunidade, estimulando o lazer, a cultura e o convívio social; III - prestar serviços de utilidade pública, integrando-se aos serviços de defesa civil, sempre que necessário; IV - contribuir para o aperfeiçoamento profissional nas áreas de atuação dos jornalistas e radialistas, de conformidade com a legislação profissional vigente; V - permitir a capacitação dos cidadãos no exercício do direito de expressão da forma mais acessível possível. (BRASIL, 1998)..

(26) 24. Um dos programas de radiodifusão comunitária realizado sob este enfoque, transcrito e aqui apresentado, permite-nos vislumbrar “o espírito da lei”, tal como o compreendiam aqueles protagonistas da EMEF Abrão de Moraes: Sonoplasta educando Vinícius – Fundo musical temático de festa junina, com volume baixo, para servir de trilha para a locução. Locutora educanda Gisele – E com ele, a nossa tradicional festa junina! Hum... pipoca, milho quente, bolo de fubá! Contamos com a colaboração de todos para a arrecadação de prendas. E que tal organizar uma quadrilha? Fale com o seu professor!2. Observamos que articulações comunitárias, como a festa junina, participaram ativamente da programação da rádio da Escola Municipal de Ensino Fundamental Abrão de Moraes. A constatação de pontos de intersecção entre legislações caucionando as produções radiofônicas desenvolvidas na comunidade escolar foi fator de motivação na busca por experiências pedagógicas significativas. Reparamos que, durante a prática da linguagem radiofônica, a criação partilhada de programas com estudantes favoreceu a autonomia para a construção da aprendizagem de forma lúdica e colaborativa. Nessa proposta, a(o) educanda(o) “[...] não pode permanecer em postura de escutar, copiar e devolver de modo reproduzido na prova” (DEMO, 2014, p. 14).. Verificamos que a linguagem radiofônica motivou a articulação e mobilização de educandas(os) e educadoras(es), dinamizando os processos de aprendizagem entre discentes, docentes, pais e comunidades no entorno da escola.. 2. Transcrição de material de áudio da Rádio da EMEF Abrão de Moraes..

(27) 25. Imagem 1 – Programação radiofônica da Festa Junina da EMEF Abrão de Moraes sob orientação da professora Adriana (à esquerda), no dia 19/06/2004 Fonte: arquivo pessoal do pesquisador.. Imagem 2 – A EMEF Abrão de Moraes apresenta programas radiofônicos no pátio da escola e na praça da comunidade para promover a interação de estudantes, pais e educadoras(es) Fonte: arquivo pessoal do pesquisador..

(28) 26. A Rádio Abrão de Moraes instalou seu estúdio móvel para apresentar e transmitir atividades artísticas e culturais da comunidade escolar como, por exemplo, o I Encontro de Educomunicação e, também, a festa junina na escola. Os eventos foram abertos para pais, estudantes, professores e comunidade em torno da escola. Essa prática buscou democratizar a participação, congregando a (con)vivência entre os diversos segmentos participantes. Tal procedimento de cooperação propôs a construção de conhecimentos por meio de programas radiofônicos construídos técnica e coletivamente. Observamos que a abertura para o diálogo favoreceu a comunicação e, desta forma, educou. O processo de democratização dos meios de comunicação na comunidade escolar estava embasado na Lei n.º 9.612, que estabelecia:. As programações opinativa e informativa observarão os princípios da pluralidade de opinião e de versão simultâneas em matérias polêmicas, divulgando, sempre, as diferentes interpretações relativas aos fatos noticiados. Qualquer cidadão da comunidade beneficiada terá direito a emitir opiniões sobre quaisquer assuntos abordados na programação da emissora, bem como manifestar idéias, propostas, sugestões, reclamações ou reivindicações, devendo observar apenas o momento adequado da programação para fazê-lo, mediante pedido encaminhado à Direção responsável pela Rádio Comunitária. (BRASIL, 1998).. A programação radiofônica construiu informes em torno dos assuntos pertinentes ao cotidiano da escola. Salientamos esse aspecto: Locutora educanda Gisele – Atenção professores e funcionários! Segundafeira, haverá eleição para representantes do SIMPEM. Nossa escola será local de votação. E a mesma ocorrerá das 9h às 17h. A professora Filomena é uma das candidatas a conselheira. Colabore com a limpeza de nossa escola. Que cara tem a sua escola? A Rádio Abrão informa.3. Investigamos que os informes da comunidade escolar pautaram-se em temas coletivos do cotidiano da instituição de ensino, tais como: reuniões, festas, formaturas, entre outros eventos próprios ao calendário cultural da localidade. Notícias de interesse público foram construídas sob a forma de leitura de mundo, por meio de reportagens realizadas por estudantes e educadoras(es), em espaços escolares e espaços extraescolares. Analisamos que a experiência de expressar-se por meio da linguagem radiofônica enriqueceu vivências, humanizou relações, alterou hábitos arraigados e elevou a autoestima 3. Transcrição de material de áudio da Rádio da EMEF Abrão de Moraes..

(29) 27. em uma “cultura escolar”. Enfim, abriu como leitura de mundo a oralidade do dialogar, do conviver, do construir conhecimentos “educomunicando” narrativas das experiências colaborativas. Ouvir as pessoas, em clima de diálogo, foi uma das características da rádio Abrão de Moraes. Reconhecer vez e voz em todos tornou-se uma práxis visível na escola. O canal intitulado “Fale Conosco” instituiu esse avanço e favoreceu a interação entre a educação e a comunicação na EMEF Abrão de Moraes. A participação da comunidade reverberou no processo dialógico para acolher, defender e valorizar a cultura. O pensamento e a expressão – próprios e da alteridade – foram exercitados como cotidiano de uma rádio educativa. Verificamos que o exercício da educomunicação se deu, diariamente, tanto pela produção de conteúdos quanto pela interação com públicos vários: ouvintes e internautas. Expandiram-se os significados e perspectivas de “ler o mundo” por meio da comunicação. O educador e comunicador paraguaio Juan Díaz Bordenave (2006, p. 24) chama a atenção para o fato de que “[...] a atribuição de significados a determinados signos é precisamente a base da comunicação em geral e da linguagem em particular”. A comunicação através da ferramenta intitulada “Fale Conosco”, da Rádio Abrão de Moraes, abriu caminho para relações dialógicas entre educandas(os), educadoras(es), pais e comunidade escolar.. Imagem 3 – Formulário de participação pública da Rádio Abrão de Moraes Fonte: página eletrônica da web rádio da EMEF Abrão de Moraes (2004)..

(30) 28. 1.2 O caráter participativo. O grêmio escolar é uma instância que representa o segmento estudantes. A Associação de Pais e Mestres é outro espaço que congrega segmentos vários. Buscamos vivenciar a percepção e uso de espaços participativos sob o enfoque da comunicação. Analisamos que o ponto de intersecção entre as leis do Educom, a prática da rádio comunitária e a experiência escolarizante apresentou-se no aspecto estrutural da gestão, pois a rádio desenvolvida na escola precisava de liberdade para criar sua programação sem subjugarse a pressões proselitistas, econômicas, entre outras; buscamos respaldo em expressões já existentes... De acordo com o artigo 11 da Lei n.º 9.612, A entidade detentora de autorização para execução do Serviço de Radiodifusão Comunitária não poderá estabelecer ou manter vínculos que a subordinem ou a sujeitem à gerência, à administração, ao domínio, ao comando ou à orientação de qualquer outra entidade, mediante compromissos ou relações financeiras, religiosas, familiares, políticopartidárias ou comerciais. (BRASIL, 1998).. Investigamos que a Rádio Abrão de Moraes desenvolvia programação de caráter educativo, cultural e comunitário, portanto não visava o lucro publicitário e nem o propósito de uma rádio comercial. Tratava-se de uma rádio conforme interesse público, com autonomia suficiente para não sucumbir às pressões de mercado, de Igrejas, de partido político ou outra pressão que visasse a massificação para domínio, controle e formação de opiniões sob a ótica do “fazer-cabeças”. Nesse sentido, por exemplo, não havia veiculação publicitária de produtos e serviços das indústrias do fumo (sempre presentes!) nem de bebidas alcoólicas, nem comerciantes do bairro etc. Notamos que a linguagem radiofônica fecundou a prática da educação ao vivenciar que Há um coletivo que pressupõe o estabelecimento de relações intersubjetivas edificantes de reconhecimento que situa o trabalhador como sujeito para si. A abordagem do sujeito, em nossa concepção, não quer ficar restrita aos conflitos individuais entre a dimensão desejante do sujeito e os ditames impostos pela organização, mas situar este no coletivo, na sua dimensão histórica de potencial transformador da organização do trabalho patológica. (HELOANI; PIOLLI, 2014, p. 126)..

(31) 29. Observamos o protagonismo de estudantes na Rádio Abrão de Moraes, caracterizado pela prática de produção e apresentação de programas radiofônicos. A expressão manifestada pela oralidade de locutores e repórteres ou pela sonoplastia de operadores de áudio/rádio ou, ainda, manifesta no aprendizado de técnicas informáticas corroborou para o processo de desenvolvimento de sujeitos. O “mote” pedagógico foi a convivência, a experiência da atuação colaborativa em processos de aprendizagem. Contingenciando a formação que por estes processos vivemos, “navegamos” num certo civismo, isto é, relembramos direitos de. I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais; II - opinião e expressão; III - crença e culto religioso; IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; VI - participar da vida política, na forma da lei; VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. (BRASIL, 1990).. Imagem 4 – Estudantes protagonizam o processo de elaboração de pautas, reportagens e matérias jornalísticas no estúdio de Rádio da EMEF Abrão de Moraes Fonte: arquivo pessoal do pesquisador..

(32) 30. Descobrimos que educomunicar é questionar valores de opressão ao adotar práticas e propostas duma “educação como prática de liberdade”. Portanto, a prática educomunicacional na produção de programas radiofônicos na escola apresentou elementos para uma metodologia de ensino baseada em relacionamentos horizontais. Verificamos que, como linguagem radiofônica, foram utilizadas técnicas de locução para auxiliar na oratória; através, também, da interpessoalidade dialógica nas entrevistas. Crianças e adolescentes tímidas, retraídas ou mesmo autoritárias desenvolveram a comunicação, a autoestima e, no contexto escolarizante, isto facilitou aprendizagens.. Imagem 5 – Professora Adelina na festa junina animada pela rádio Abrão de Moraes Fonte: arquivo pessoal do pesquisador..

(33) 31. Imagem 6 – Estudantes demonstram a familiaridade com os microfones e perdem a timidez para se expressar no programa de rádio temático sobre a festa junina. Fonte: arquivo pessoal do pesquisador.. Observamos, também, que a busca de melhoria na aprendizagem através de criação em linguagem radiofônica despertou motivações. Todas(os) educando-se, professoras(es) e alunas(os) vivenciaram uma relação de mais proximidade e pertencimento com a escola. Tal educação favoreceu dimensões afetivas que reconfiguraram a qualidade dos vínculos comunitários dentro e fora da instituição..

(34) 32. Imagem 7 – Festa junina animada pelas músicas veiculadas pela Rádio Abrão de Moraes Fonte: arquivo pessoal do pesquisador.. Verificamos que o perceber e questionar preconceitos aflorava. Buscamos formas de combate ao racismo, combate à intolerância face à diversidade cultural e de pensamento, e combate a toda expressão de opressão. Por exemplo, a experiência da educomunicação, por meio da criação de programas radiofônicos feitos por educandos e educadores para cobrir e animar a festa junina da comunidade escolar. Tal prática abriu espaço para o festejo, a amorosidade em situações escolarizantes. Em outras palavras, pudemos compreender na práxis educomunicativa que, ao realizar pautas de programação radiofônica, além de desenvolver-se conforme objetivos escolarizantes, também construímos práticas de aprendizagens afetivamente comunitárias. E este lugar é o “espaço dialógico” (e não do antidiálogo) em que a boniteza da amorosidade favorece saltos qualitativos no campo do saber..

(35) 33. Imagem 8 – Estudantes transmitem programa comunitário radiofônico na praça pública Fonte: arquivo pessoal do pesquisador.. 1.3 A Diretoria de Programas Especiais. Para atender quesitos administrativo-pedagógicos, a Diretoria de Programas Especiais da Coordenadoria de Educação da Subprefeitura Penha contratou oficinas de linguagem radiofônica. O radialista Cosmo Luciano do Nascimento, conforme depoimento da professora Adelina Yuriko Iamaura, então coordenadora da Diretoria de Programas Especiais da Coordenadoria de Educação da Penha, atenderia 15 EMEFs:. Professora Adelina - Faltava essa formação! [...] eu contratei você pra dar a oficina! Porque daí ia ficar uma coisa bem próxima pra cada escola! Cada escola ia ter a oficina na própria [...] então essa foi a estratégia que eu criei pra que a escola pusesse a rádio no ar! [...] não tinha como me negar que num dava pra pôr no ar! [...] tá tendo uma oficina com um técnico! [...] O oficineiro tá indo na escola! O professor não precisa deslocar, o aluno não precisa deslocar! Você que [se] deslocava de escola em escola! [...] porque se não fosse a sua oficina, eu não conseguia viabilizar... a operação da rádio [...] a maioria tinha medo de mexer no equipamento... de quebrar... de mexer também sem saber... entendeu? É... e além disso como você era locutor, né....

(36) 34 aí dava aula de dicção, dava outros elementos que... incluía a formação da equipe, entendeu? [...] Porque aí a gente usava o horário da JEI [jornada especial integral].4. A lei municipal de São Paulo que instituiu o “Programa Educom-Educomunicação pelas ondas do rádio” – também conhecida como “Lei do Educom” ou “Lei da Educomunicação” – compreendia, de forma transdisciplinar, o plurienfoque entre os conhecimentos de comunicação e de educação. Por isso, a formação de educação continuada que fazíamos compreendia amplamente a formação de profissionais da educação; todos os servidores foram incluídos no direito a tal formação. Conforme estabelece o artigo 2º da Lei n.º 13.941, é direito “[...] capacitar os servidores públicos municipais em atividades de educomunicação” (SÃO PAULO, 2004). O uso das TICs já era feito, num primeiro momento, em todas as quinze EMEFs atendidas pela Coordenadoria de Educação da Penha. Em seguida expandiu-se, este uso, por toda a Coordenadoria de Educação da Sé, que atendia mais três EMEFs. Portanto, a regulamentação da Lei do Educom, em 2005, incorporou no conceito de educomunicação o uso das TICs que realizamos, em 2004, durante a proposta de intervenção através de oficinas de linguagem radiofônica. Tais oficinas permitiram um salto qualitativo, do estágio físico para o virtual. A edição de áudio, em 2004, saltando qualitativamente, substituiu as fitas k-7 por arquivos digitais em mp3. Isso otimizou o espaço do acervo de registros sonoros, como a discoteca, por exemplo. E, ainda, trouxe mais praticidade, tanto na localização de arquivos quanto na preservação dos mesmos, por meio da informatização dos preciosos materiais sonoros construídos e utilizados nas rádios educativas – alguns dos quais utilizados nesta pesquisa, 12 anos após a realização daquela experiência. A seguir, apresentamos a interface do software livre audacity com a imagem gráfica de arquivo sonoro produzido na escola:. 4. Transcrição de entrevista gravada, em áudio, no dia 18/12/2016..

(37) 35. Imagem 9 – Interface do software livre audacity para gravação e edição de áudio Fonte: arquivo pessoal do pesquisador.. As implicações e repercussões decorrentes da intervenção digital realizada nas oficinas de linguagem radiofônica foram apoiadas pela Diretoria de Programas Especiais da Coordenadoria de Educação da Subprefeitura da Penha. Parte da atuação do radialista implicou em pesquisa para otimizar o manuseio e a comunicação; o acoplamento do computador com acesso à internet no Kit Educom foi proposto neste espírito de otimizar. A professora Adelina Yuriko Iamamura, então coordenadora, relembra estes processos e contribui com esse registro. A intervenção das oficinas de linguagem radiofônica para que as gravações analógicas – antes feitas em fitas k-7 – fossem digitalizadas e assim adotar o software livre chamado audacity, é relembrada:. Professora Adelina - Aí, você que me deu a solução do audacity. Então, eu falei nós vamos ter que ter um computador. Como é que vai usar lá o audacity sem o computador? Pra poder editar os programas. Daí que nós implementamos de colocar o computador... ao Kit Educom... né? E, aí, eu solicitei ao Fernando que, lá na Coordenadoria da Penha, que... a gente tivesse uma dotação orçamentária para o Educom... porque todas as escolas tinham que ter o kit de rádio e computador junto, entendeu? E aí fazer a instalação da internet no... no estúdio [...] a minha ideia... que era formar a rádio na Coordenadoria também... para falar com todos os setores lá.5. 5. Transcrição de trecho da entrevista gravada, em áudio, no dia 18/12/2016..

Referências

Documentos relacionados

A presente contratação tem por objeto a prestação de serviços de seguro de frota de veículos oficiais, decorrente de prejuízos causados nos casos de: colisão;

As instituições que realizam transfusão de sangue devem manter, nos prontuários dos pacien- tes submetidos a este procedimento, os registros relacionados à transfusão, como

Condicionantes de futuro exógenos (nacionais) Condicionantes de futuro exógenos (nacionais) INVESTIMENTOS ESTRUTURADORES INVESTIMENTOS ESTRUTURADORES. ¾ Retração dos

Uma vez que não existiam dados publicados relativos às frequências alélicas e genotípicas das glicoproteínas plaquetárias mais relevantes para a função das plaquetas, foi

patula inibe a multiplicação do DENV-3 nas células, (Figura 4), além disso, nas análises microscópicas não foi observado efeito citotóxico do extrato sobre as

[r]

A combinação dessas dimensões resulta em quatro classes de abordagem comunicativa, que podem ser exemplificadas da seguinte forma: interativo/dialógico: professor e

“História do Rádio” que apresentamos nesse trabalho é um documentário sobre a vida e obra de Roberto Landell de Moura, padre, cientista, gaúcho, que antes de Marconi, na Itália,