• Nenhum resultado encontrado

Impactos, problemas e soluções para micro e pequenos empreendedores em tempos de crise econômica e politica

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Impactos, problemas e soluções para micro e pequenos empreendedores em tempos de crise econômica e politica"

Copied!
46
0
0

Texto

(1)

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS – EST DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO – STA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

PEDRO HENRIQUE DA SILVA NOGUEIRA

IMPACTOS, PROBLEMAS E SOLUÇÕES PARA MICRO E PEQUENOS EMPREENDEDORES EM TEMPOS DE CRISE ECONÔMICA E POLÍTICA

PROF. ORIENTADOR: MAURICIO LEÃO

NITERÓI AGOSTO/2018

(2)

UFF – UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

PEDRO HENRIQUE DA SILVA NOGUEIRA

IMPACTOS, PROBLEMAS E SOLUÇÕES PARA MICRO E PEQUENOS EMPREENDEDORES EM TEMPOS DE CRISE ECONÔMICA E POLÍTICA

Monografia apresentada ao Curso de Administração da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Administração. Área de Concentração: Administração

ORIENTADOR: Prof. Mauricio de Souza Leão

Niterói 2018

(3)
(4)

UFF – UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE PEDRO HENRIQUE DA SILVA NOGUEIRA

IMPACTOS, PROBLEMAS E SOLUÇÕES PARA MICRO E PEQUENOS EMPREENDEDORES EM TEMPOS DE CRISE ECONÔMICA E POLÍTICA

Monografia apresentada ao Curso de Administração da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Administração. Área de Concentração: Administração

Aprovada em 12 de julho de 2018 BANCA EXAMINADORA Prof. Maurício de Souza Leão (orientador)

UFF – Universidade Federal Fluminense

___________________________________________________ Prof. Américo da Costa Ramos Filho

UFF – Universidade Federal Fluminense

___________________________________________________ Prof. Carlos Navarro Fontanillas

UFF – Universidade Federal Fluminense

(5)

Em memória à Lurdes Nogueira, minha madrinha que nos deixou precocemente e que sempre sonhou em ver a minha formatura.

(6)

AGRADECIMENTOS

Ao professor orientador Maurício Leão, por toda sua ajuda, paciência, inspiração, dedicação, atenção e entusiasmo durante o desenvolvimento deste trabalho de conclusão e de suas aulas perfeitamente ministradas das quais eu pude ter o prazer de assistir, sempre pontual, direto ao assunto, dominando todas as áreas e respeitando os prazos e os direitos dos alunos. Aos queridos professores Américo Ramos e Carlos Navarro, que me fizeram escolher por eles para formação a minha banca devido as ótimas aulas e ensinamentos passados. E a todos os outros professores que tiver contato durante a minha formação na Universidade Federal Fluminense, expandindo meus conhecimentos, compartilhando ideias e me engrandecendo como pessoa e profissional.

Aos heróis da minha vida, os quais este trabalho é uma homenagem final ao enorme esforço que sempre fizeram em me proporcionar bons estudos e uma vida confortável para que eu pudesse me formar em uma Universidade Federal, Ana Maria Nogueira e Alcidio Nogueira. Agradeço sempre todo apoio, paciência e amor que me deram durante toda a jornada, que se iniciou em Computação na UFRJ e está sendo finalmente encerrada em Administração na UFF. Aos meus importantes amigos que conquistei dentro da IBM, lugar onde trabalho atualmente com muito orgulho. Principalmente agradecimentos aos meus coordenadores e gerentes que sempre me deram todo suporte e flexibilidade para deixar sempre a faculdade em primeiro lugar, com o objetivo de crescimento de carreira logo ao lado, sem impor horários agressivos nem tarefas intermináveis. Ana Gabriela Albuquerque, Mariana Rachid e Bruno Falcão foram chefes imprescindíveis para minha formação aliada ao meu crescimento profissional ao mesmo tempo.

Por último e não menos importante em memória a minha madrinha Lurdes Nogueira, tia e madrinha que esteve sempre presente ao meu lado me dando todo apoio em minhas decisões e participou de cada fase da minha vida até nos deixar com um câncer avassalador. Seu sonho era me ver formado, ela dizia. Sei que independentemente de onde você esteja as palmas serão ouvidas no dia da apresentação. Você nunca será esquecida, tia Lurdes.

(7)

RESUMO

O trabalho em vossas mãos tem o objetivo de contar o identificar o cenário enfrentado por micro e pequenos empreendedores no cenário atual de grave crise política e econômica que o Brasil vem passando desde 2014, onde os escândalos de corrupção e outros acontecimentos políticos acabaram afundando o país em uma das maiores crises de sua história e afetando diretamente as empresas menos poderosas do país. Por natureza burocrática, o Brasil mesmo em períodos de estabilidade é um lugar para corajosos que acreditam e investem em seus negócios, principalmente os menores. A dificuldade que se encontra desde a abertura de uma empresa, passando pela manutenção da mesma, impostos, custos e gastos com profissionais empregados, encargos trabalhistas, processos e diversas outras variáveis que acabam desestimulando novos investimentos e fechando diversos negócios que nem sequer alcançam nível de maturidade antes de decretar falência. Este estudo irá analisar o processo encontrado por pequenas empresas em tempos de crise, estudar, através de pesquisa quantitativa, empresas reais suas dificuldades e problemas surgidos durante a crise e possíveis soluções para resolver ou pelo menos amenizar (os) esses problemas.

(8)

The work in your hands has the goal of telling you the scenario faced by micro and small entrepreneurs in the current scenario of serious political and economic crisis that Brazil has been going through since 2014, where corruption scandals and other political events have ended up sinking the country in one of the biggest crises of its history and directly affecting the less powerful companies of the country. By bureaucratic nature, Brazil even in periods of stability is a place for the courageous who believe and invest in their business, especially the smaller ones. The difficulty that has been encountered since the opening of a company, through its maintenance, taxes, expenses with employed professionals, labor charges, processes and several other variables that end up discouraging new investments and closing several businesses that do not even reach maturity level before of decreeing bankruptcy. This study will analyze the process found by small companies in times of crisis, study through research with real companies their difficulties and problems emerged during the crisis and possible solutions to solve or at least soften the problems.

(9)

SUMÁRIO

1.1 OPROBLEMA ... 13 1.2OBJETIVOS ... 15 1.2.1OBJETIVOPRINCIPAL ... 15 1.2.2OBJETIVOSINTERMEDIÁRIOS ... 16 1.3DELIMITAÇÃODOESTUDO ... 16 1.4JUSTIFICATIVA ... 16 1.5METODOLOGIA ... 17 1.5.1TIPODEPESQUISA ... 17

1.5.2ESCOLHADASEMPRESASPARAESTUDO ... 18

1.5.3COLETADEDADOSEINFORMAÇÕES ... 18

1.5.4TRATAMENTODOSDADOS... 18

1.6ESTRUTURADOTRABALHOAPRESENTADO ... 18

2.1.OCENÁRIOATUALPOLÍTICOEECONÔMICOBRASILEIRO ... 19

2.2.CARACTERÍSTICASDOCENÁRIOEMPREENDEDOR ... 24

2.2.1EMPREENDEDORISMOESEUSCONCEITOS ... 24

2.3MICROEPEQUENOSEMPREENDEDORESEEMPRESAS ... 25

2.3.1CARACTERÍSTICASDASMICROEPEQUENASEMPRESAS ... 25

2.4.CONCEITOSIMPORTANTESINERENTEASPEQUENASEMPRESAS ... 28

2.4.1.LEIGERALDAMICROEPEQUENAEMPRESA... 28

2.4.2.PLANEJAMENTOTRIBUTÁRIO ... 29

2.4.3.PLANODENEGÓCIOS ... 30

3.2 PERFILDOSEMPREENDEDORESPARTICIPANTES ... 31

3.3 RESULTADOSDAPESQUISA ... 31

3.3.1.EM RELAÇÃO A ABERTURA DE SUA EMPRESA, VOCÊ CONSIDERA QUE FOI UM PROCEDIMENTO SIMPLES? ... 31

3.3.2.EM RELAÇÃO A BUROCRACIA AO ABRIR UMA MPE, VOCÊ ACHA QUE O PROCESSO É: ... 32

3.3.3.AINDA EM RELAÇÃO AO PROCESSO DE ABERTURA DE LEGALIZAÇÃO, VOCÊ ACHOU TODO O PROCESSO (DO DIA EM QUE RESOLVEU ABRIR ATÉ ESTAR OPERANDO E LEGALIZADO) DEMORADO? ... 33

3.3.4.LEVANDO EM CONTA SUA EXPERIÊNCIA, VOCÊ CONSIDERA ATRATIVO ABRIR UMA MPE?OU SEJA, VOCÊ INCENTIVARIA UM FAMILIAR OU AMIGO PRÓXIMO ABRIR E DESENVOLVER UM NOVO NEGÓCIO? ... 34

3.3.5.EM RELAÇÃO A CARGA TRIBUTÁRIA DAS MPE'S, VOCÊ CONSIDERA OS TRIBUTOS: ... 35

3.3.6.EM RELAÇÃO A DEMANDA DO SEU PRODUTO/SERVIÇO, VOCÊ CONSEGUE ESTIMÁ-LA? ... 35

3.3.7.EM ALGUM MOMENTO DO SEU NEGÓCIO VOCÊ MONTOU UM PLANO DE NEGÓCIOS? ... 36

3.3.8.VOCÊ CONSEGUE DEFINIR E PREVER OS CUSTOS E DESPESAS DE SUA EMPRESA? ... 37

(10)

3.3.10.VOCÊ (OU ALGUM OUTRO FUNCIONÁRIO DA SUA EMPRESA) POSSUI CONHECIMENTO E APLICA ALGUMA TÉCNICA RELACIONADA A

GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS E/OU GESTÃO DE PESSOAS? ... 38 3.3.11.VOCÊ ACREDITA QUE É POSSÍVEL INOVAR EM SEU NEGÓCIO? ... 39 3.3.12.EM RELAÇÃO AOS PERÍODOS DE CRISE POLÍTICA E ECONÔMICA (COMO POR EXEMPLO O VIVIDO DESDE O FINAL DO GOVERNO DILMA),

VOCÊ CONSIDERA QUE ESTAS CRISES: ... 39 IBGE(2017).DEMOGRAFIA DAS EMPRESAS 2015: TAXA DE SAÍDA RECUA, MAS MERCADO EMPRESARIAL PERDE 1,6 MILHÃO DE OCUPADOS. DISPONÍVEL EM: ... 44

(11)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Gráfico do IBGE mostrando percentual de sobrevivência das empresas . . . 14

Figura 2 – Inflação com base no IPCA de 2002 a 2016 . . . 20

Figura 3 – PIB de 2002 a 2016 . . . 21

Figura 4 – Superávit ou déficit primário de 2002 a 2016. . . 21

Figura 5 – Taxa de desemprego de 2002 a 2016 . . . 22

Figura 6 – Cotação do dólar de 2002 a 2016 . . . 23

(12)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Pergunta: Em relação a abertura de sua empresa, você considera que foi um procedimento simples? . . . 32 Gráfico 2 – Em relação a burocracia ao abrir uma MPE, você acha que o processo é: . . . . . . 33 Gráfico 3 – Ainda em relação ao processo de abertura de legalização, você achou todo o processo (do dia em que resolveu abrir até estar operando e legalizado) demorado?. . . . . . 34 Gráfico 4 – Em relação a carga tributária das MPE's, você considera os tributos: . . . . . . 35 Gráfico 5 – Pergunta: Em relação a carga tributária das MPE's, você considera os tributos:. . . . . . . . . 35 Gráfico 6 – Pergunta: Em relação a demanda do seu produto/serviço, você consegue estimá-la?. . . . . . 36 Gráfico 7 – Pergunta: Em algum momento do seu negócio você montou um Plano de Negócios? . . . . . . 37 Gráfico 8 – Pergunta: Você consegue definir e prever os custos e despesas de sua empresa? . . . . 37 Gráfico 9 – Pergunta: Você acredita que consegue fidelizar seus clientes e conquistar novos? . . . 38 Gráfico 10 – Pergunta: Você (ou algum outro funcionário da sua empresa) possui conhecimento e aplica alguma técnica relacionada a Gestão de Recursos Humanos e/ou Gestão de Pessoas? . . . . 39 Gráfico 11 – Pergunta: Você acredita que é possível inovar em seu negócio? . . . 39 Gráfico 12 – Pergunta: Em relação aos períodos de crise política e econômica (como por exemplo o vivido desde o final do governo Dilma), você considera que estas crises: . . . 40

(13)

1. INTRODUÇÃO

1.1 O PROBLEMA

No mundo contemporâneo, onde prevalece quase que de forma soberana sobre o mundo o regime capitalista, o comportamento das sociedades que aderem a este sistema tem sofrido mutações ao longo de seus anos de desenvolvimento. As sociedades de consumo (BARBOSA, 2004), onde o padrão de cultura e consumo estão aflorados e exagerados, exigem constante demanda por parte de micro, pequenas e grandes empresas. Os sistemas produtivos precisam acompanhar estas demandas e se adequar as suas necessidades e capacidade de poder compra de potenciais clientes. Cada vez se produz mais, sejam bens de consumo, alimentos, bens duráveis e não duráveis, utilizando cada vez mais recursos, tornando o mundo mais produtivo de uma maneira como um todo. O avanço tecnológico, a capacitação profissional dos indivíduos e o capital mais abundante são grandes pontos a serem notado neste processo evolutivo de consumo. Processo este onde grandes e estáveis economias têm notório destaque há décadas, e, potencias produtivas, como por exemplo a China, ganham grande destaque cada vez mais no cenário produtivo mundial.

Nesse sistema, a pequena e microempresa, segundo Guerra e Teixeira (GUERRA e TEIXEIRA, 2010):

“(...) estaria em uma posição privilegiada para atender aos novos requisitos competitivos, uma vez que, além da possibilidade de adotar padrões organizacionais e produtivos flexíveis, poderia se beneficiar da crescente redução dos preços dos equipamentos de base microeletrônica.”.

Esse capitalismo contemporâneo exige das empresas uma maior flexibilidade, exige que elas se desenvolvam e aprendam com os ambientes na qual estão inseridas. Neste ponto, as micro e pequenas empresas possuem certa vantagem frente as gigantes, pois, graças a sua menor estrutura administrativa e hierárquica, menor número de fases de processo, possuem vantagens em se adaptar mais rapidamente as exigências do mercado e de seu público e, assim, atender suas necessidades de momento. Outro ponto positivo para as empresas menores é a possibilidade de oferecer produtos e serviços mais personalizados, fugindo de um padrão, o que é cada vez uma maior realidade dos clientes do século XXI, mais especificamente da última década. A busca por exclusividade, por se diferenciar dos demais, está cada vez maior.

(14)

O problema do momento, que acerta em cheio o coração destas micro e pequenas empresas, é a crise instalada no Brasil, que já se prolonga desde as últimas eleições presidenciáveis de 2014 onde ocorreu a reeleição da presidente Dilma Rousseff, eleições essas que interferiram diretamente na economia com maquiagens nas contas públicas, controle de preços artificial e manobras eleitorais para que fosse possível a reeleição. Para piorar, passamos por um longo e doloroso processo de impeachment, onde a presidente Dilma foi demovida de seu cargo, afundando de vez o país numa crise sem precedentes, uma das maiores crises política e econômica de nossa história. Os anos que sucederam 2014 foram marcados por uma estagnação da economia, podendo-se dizer um retrocesso econômico de forma geral, instaurando uma crise generalizada em todos o país.

Um ponto é crucial neste cenário, a credibilidade do país perante ao mundo. Com a crise, o governo não conseguiu mais atrair novos e velhos investidores. A população, de forma geral, não acredita nas propostas de retomada do crescimento econômico propostas pelo governo que assumiu o poder com a saída da ex-presidente Dilma.

É de conhecimento geral que o país está passando por um momento de estagnação da economia, onde os índices econômicos revelam que a conjuntura atual é de longe uma das piores dos últimos anos. O grande problema da crise brasileira é a credibilidade. Afinal, o governo do país não consegue mais fazer com que os investidores, e até mesmo a população, acreditem nas suas propostas de retomada para uma economia estável e próspera. Sendo assim, os empresários não conseguem investimentos para ampliar ou abrir seus negócios e também não cogitam a possibilidade de buscar crédito, já que além de não acreditarem que sejam capazes de obter recursos para quitar as dívidas, os juros não colaboram, sendo um dos maiores das economias emergentes.

Quem sente isso na pele, sempre, é a população, o povo, com o crescimento do desemprego, resultando em uma diminuição do poder de compra e afetando muitos negócios que fracassam e acabam fechando suas portas imaturamente.

Esse cenário atingiu em cheio os micro e pequenos empreendedores brasileiros. Segundo o IBGE em pesquisa divulgada pelo portal G1 (SILVEIRA, 2017), em 2015 foram abertas mais de 708 mil empresas e mais de 713 mil fecharam as portas, resultando num recuo de 3,9% de pessoas ocupadas e 4,5% de pessoas assalariadas.

O gráfico abaixo ilustra a sobrevivência das empresas, onde em 2015 apenas 37,8% delas tinham pelo menos 5 anos. (SILVEIRA, 2017)

(15)

Figura 1 - Gráfico do IBGE mostrando percentual de sobrevivência das empresas

Gráfico 1 - Levantamento do IBGE mostra baixo percentual de sobrevivências das empresas no mercado formal brasileiro. (SILVEIRA, 2017)

As micro e pequenas empresas vêm sendo há muito tempo alvo de atenção de estudiosos e analistas econômicos devido a seu potencial de gerar emprego e renda para a população. Essas empresas podem ser um instrumento de estímulo ao crescimento e à competitividade de setores e de regiões menos desenvolvidas, se existir estímulo ao seu crescimento e desenvolvimento. Por isso este estudo destaca-se em analisar o cenário atual para que isto possibilite empresas pequenas saírem da crise, ajudando na retomada do crescimento econômico do país

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO PRINCIPAL

Identificar principais barreiras que os micro e pequenos empreendedores enfrentam no período de crise através de uma pesquisa quantitativa, não probabilística, de mercado.

(16)

1.2.2 OBJETIVOS INTERMEDIÁRIOS

a) explicar o cenário de crise atual no Brasil e o que significa o ser empreendedor;

b) analisar, através de pesquisa de campo, os principais entraves e barreiras que as empresas que participaram da pesquisa enfrentam em ambiente real de crise;

c) apresentação do resultado da pesquisa; 1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

O objeto de estudo em questão são micro e pequenas empresas com sede e/ou atividades na cidade do Rio de Janeiro, sejam ativas e operantes, abandonadas ou largadas de lado e falidas. Além disso, empreendedores não regularizados, por exemplo sem inscrição de pessoa jurídica e sem pagar impostos e pessoas que praticam de alguma forma atividades que se caracterizam como pequenos empreendimentos, mas por algum motivo não estão operando de forma legal e oficial. O universo da pesquisa vem de uma amostra de 34 empreendedores e é de caráter não-probabilístico.

A amostragem é do tipo não probabilística e utilizou-se do critério de acessibilidade, que é definido por Vergara (VERGARA, 2016) como sendo um critério que escolhe elementos pelas quais se tem acesso. A amostra desta monografia é composta por 34 empresas.

Esta pesquisa buscar identificar e os principais entraves e barreiras enfrentados pelas empresas desde sua criação até o desenvolvimento de seus negócios e suas dificuldades no cenário atual do país. Este estudo pode não se limitar a esta crise, mas também ser de utilidade em crises futuras já que vivemos em um país de constantes mudanças e em uma democracia relativamente jovem, o que pode gerar ainda diversas rixas e crises políticas no futuro.

1.4 JUSTIFICATIVA

As micro e pequenas empresas são fundamentais para o crescimento econômico. Em estudo feito pelo SEBRAE (SEBRAE, 2014), as MPEs respondiam por 27% em termos agregados de participação no mercado (PIB), com constantes aumentos no setor de serviços e no comércio e com perdas apenas no setor industrial, onde cada vez mais se firmam grandes empresas que se beneficiam de economias em escala.

(17)

A importância das MPEs para o país é indiscutível, porém a sua taxa de mortalidade é altíssima no Brasil. Segundo o SEBRAE (SEBRAE, 2014) aproximadamente 30% das empresas fecham em menos de dois anos. Isto ilustra, em forma de dados concretos, que um estudo mais detalhado é necessário, afim de identificar os desafios que realmente assombram estas empresas e que, consequentemente, são os principais motivos para essa alta taxa de falência. É importante também realizar pesquisas que não apenas revele quais problemas são esses, mas também que desenvolvam técnicas administrativas que auxiliem os empresários a solucionar os imbróglios. Afinal, esse tipo de empresa está fadado à falta de informações e ao despreparo de seus administradores, o que muitas vezes é o principal calcanhar de Aquiles delas, pois pessoas que deveriam dominar o negócio acabam muitas vezes não tendo conhecimento necessário para tocar seu negócio. Nem sempre a vontade de investir e o dinheiro disponível são suficientes.

Como já dito anteriormente, fica claro que estudos científicos acerca destes problemas e deste nicho de pequenas e médias empresas mostram-se extremamente necessário para que as mesmas alcancem maiores níveis de sucesso, resultando em um sucesso econômico para o país.

É papel do administrador, planejar, desenvolver e aplicar as melhores práticas de gestão de metas operacionais e econômicas harmonicamente com a responsabilidade de gerir pessoas e proporcionar um ambiente organizacional justo e saudável. Ele é peça essencial para desenvolvimento de organizações sustentáveis em todos os aspectos, justamente por entender a complexidade destas e conhecer as ferramentas.

1.5 METODOLOGIA

1.5.1 TIPO DE PESQUISA

Foi feita uma vasta pesquisa na internet, devido ao seu enorme acervo de informações antigas e atuais acerca do tema, além de trabalhos na área disponíveis neste ambiente.

Uma pesquisa de campo foi aplicada em forma de entrevistas e questionário para uma maior compreensão e aprofundamento da pesquisa sobre os desafios do micro e pequeno empreendedor em tempos de crise.

Uma pesquisa bibliográfica foi feita com base em publicações e notícias na área da administração e economia, cenário atual da economia, trabalho, empreendedorismo, micro e pequeno

(18)

empreendedor e através de textos, revistas especializadas, apostilas, livros, assim como nas experiências dos pesquisadores, a respeito das necessidades deles, empreendedores.

Foi aplicada uma pesquisa qualitativa, onde o pesquisador analisou os dados em busca de um foco no significado dos resultados oriundos das pesquisas. (GODOY, 1995)

1.5.2 ESCOLHA DAS EMPRESAS PARA ESTUDO

O universo delimitou-se em Micro e Pequenas Empresas, com sede ou atuação no Estado do Rio de Janeiro, sejam empresas legalizadas (com CNPJ) e empresas atuando de forma informal.

1.5.3 COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES

A coleta de dados foi feita mediante questionário aplicado a micro e pequenos empreendedores selecionados, através de amostra não probabilística, para relacionar a teoria apresentada como referencial, além de livros e revistas especializadas no assunto, sites da internet e notícias de grandes veículos de comunicação.

1.5.4 TRATAMENTO DOS DADOS

A pesquisa teve um tratamento quantitativo e não probabilístico, procurando interpretar as informações coletadas analisando sobre o tema com o intuito de alcançar os objetivos traçados e fazer as devidas sugestões aos participantes do questionário.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO APRESENTADO

Para que se atinjam os objetivos propostos neste trabalho, apresentam-se os temas em forma de capítulos: 1. Introdução: explicando, contextualizando e definindo o problema de pesquisa, descreve a relevância do estudo perante os principais entraves e barreiras que as micro e pequenas empresas selecionadas enfrentam no surgimento e no desenvolvimento do negócio em período de crise. Explica-se a delimitação do estudo, a metodologia aplicada como tipo de pesquisa, técnicas de pesquisa utilizadas e finalmente como está estruturado o trabalho. 2. Referencial Teórico: faz-se uma revisão bibliográfica sobre o mundo atual do trabalho, a situação política e econômica no Brasil

(19)

e sobre micro e pequeno empreendedor e suas características. 3. Desafios do Micro e Pequeno Empreendedor em tempos de crise: Neste capítulo apresentam-se dados das entrevistas e questionário respondido por donos e sócios proprietários de MPEs para uma maior compreensão e aprofundamento da pesquisa sobre os desafios dos mesmos. 4. Considerações Finais que permite validar os objetivos procurados no estudo e expõe conclusões acerca do tema.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Esta pesquisa tem por objetivo analisar os principais aspectos que dificultam a abertura, desenvolvimento e manutenção de micro e pequenas empresas. Foi necessário o conteúdo teórico para um melhor entendimento e uma melhor argumentação, com maior exatidão, quais são as dificuldades que estes empreendedores enfrentam e também para que se possa ter a definição sobre o conceito central da pesquisa apresentada, que é o conceito de micro e pequena empresa. É necessário ainda definir determinados conceitos que serão necessários para propor alternativas ou caminhos para a solução dos problemas das micro e pequenas empresas.

2.1. O CENÁRIO ATUAL POLÍTICO E ECONÔMICO BRASILEIRO

A maior parte das organizações foram estruturadas dentro de padrões de estabilidade e permanência. São organizações feitas para durar para sempre, como se fossem prontas, perfeitas e acabadas e que não necessitam de melhorias e adaptações ao longo dos tempos (CHIAVENATO, 1999).

Nos tempos atuais, de plena evolução da informação e da globalização dos negócios, a rápida mudança e instabilidade do ambiente não deixam que o modelo antigo organizacional funcione. Isso faz com que seja imprescindível que as empresas se adaptem as mudanças do ambiente externo.

O cenário global atual é de uma alta informatização, surgimento incessável de novas tecnologias de ponta e desenvolvimento das economias. É a chamada era do conhecimento. Este cenário acelerara o processo de desenvolvimento da globalização, favorecido por políticas neoliberais, determinando assim a condição de vida das sociedades. (DORNELAS, 2005)

Analisando com especificidade o Brasil, temos problemas crônicos que afetam diretamente os empreendimentos aqui situados: problemas políticos, econômicos, culturais e sociais.

(20)

Problemas políticos agravados pós reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff, onde após polêmica vitória nas urnas e posteriormente após um processo de impeachment, instaurou, junto com as investigações da Lava Jato, uma grave e duradoura crise política nacional. A populariade de Dilma encontrou-se abaixo dos 10% de aprovação, números piores desde a era Fernando Henrique Cardoso. A base do governo, que chegou a ser grande maioria da casa, esfacelou-se. Foram seguidas derrotas na câmara e seguidos escândalos envolvendo o governo do PT (desde a era Lula) que a cada dia estampavam as capas dos jornais com novas fases da operação Lava Jato e seus investigados. Alguns dados divulgados pelo IBGE (IBGE, 2018) ilustram de forma bem clara os númreos gerados por esta crise política e econômica:

Abaixo, na Figura 2, podemos analisar a inflação, referente ao IPCA, desde o último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso até 2016 sob o governo de Michel Temer. Houve uma gigantesca queda logo após Lula assumir seu mandato, tendo caído cerca de 75% em relação ao governo anterior de Lula. Porém, desde seu menor registro em 2006 no governo petista, este índice teve aumentos quase que constantes, chegando no fim do governo Dilma a ultrapassar os 10%.

Figura 2 - Inflação com base no IPCA de 2002 a 2016

Fonte: Reportagem do G1 sobre o processo de Impeachment de Dilma Rousseff (Clara Velasco, 2016)

Abaixo, na Figura 3, temos a variação do PIB desde o governo Fernando Henrique Cardoso até o atual governo Temer. Houve um crescimento quase que constante, com exceção de 2009 onde ouve um pequeno decréscimo, chegando ao maior patamar do período analisado em 2010, batendo

(21)

7,5%. De 2010 em diante, o índice caiu drasticamente chegando a números negativos consecutivos em 2015 e 2016, tendo em 2017 uma volta no crescimento de 1% (IBGE, 2018).

Figura 3 - PIB de 2002 a 2016

Fonte: Reportagem do G1 sobre o processo de Impeachment de Dilma Rousseff (Clara Velasco, 2016)

Abaixo, na Figura 4, tem-se o balanço do superávit e déficit primário desde o governo FHC até o atual governo Temer. É possível analisar um crescente desde 2002 até 2011, chegando a quase 130 bilhões de reais de superávit. Em 2014, começou uma grave crise neste setor, com um déficit inicial de 32 bilhões e queda ainda maior em 2016 de 170 bilhões.

Figura 4 - Superávit ou déficit primário de 2002 a 2016

(22)

Abaixo, na figura 5, temos os dados referente a taxa de desemprego histórica no país desde 2002 até 2016. Taxa essa que estava acima de 10% quando Lula assumiu e chegou a seu menor índice neste período sob o governo Dilma, com pouco menos de 5% em 2011. Porém, já no ano seguinte, os números começaram a subir e mais que dobraram ao final do governo Dilma, ultrapassando os 11%. Desempregos estes causados pela grave crise econômica e política, onde as MPEs têm impacto devido aos seus fechamentos e falências ao redor do país.

Figura 5 - Taxa de desemprego de 2002 a 2016

Fonte: Reportagem do G1 sobre o processo de Impeachment de Dilma Rousseff (Clara Velasco, 2016)

Abaixo, na Figura 6, temos a variação da cotação do dólar no fechamento de cada ano, desde 2002 até 2016. Fica nítido uma grande queda durante o governo petista, chegando ao menor valor de R$1,67. Porém, assim que Dilma assumiu e com forte culpa da crise instaurada no país, a moeda não parou de se valorizar frente ao real. Atualmente, a cotação registra números elevados girando na casa dos R$3,70 segundo a cotação diária do dia 12/06/2018.

(23)

Figura 6 - Cotação do dólar de 2002 a 2016

Fonte: Reportagem do G1 sobre o processo de Impeachment de Dilma Rousseff (Clara Velasco, 2016)

Abaixo, na Figura 7, temos um gráfico ilustrando os índices do risco país desde 2002 no governo FHC até 2016 sob o governo Temer. Este índice é de extrema importância que orienta investidores financeiros sobre a situação financeira de um mercado emergente, caso do Brasil. O índice que chegou a registrar 142 pontos em 2012, registrou consecutivos aumentos chegando a bater os 573 pontos em 2015, afugentando possíveis investidores.

Figura 7 - Risco país de 2002 a 2016

(24)

2.2. CARACTERÍSTICAS DO CENÁRIO EMPREENDEDOR 2.2.1 EMPREENDEDORISMO E SEUS CONCEITOS

O termo empreendedorismo começou a se popularizar há mais de cinco décadas. Em 1945, o renomado economista Joseph Schumpter (SCHUMPTER, 2017) utilizou o termo empreendedorismo como peça importante em sua teoria da Destruição Criativa. Segundo ele, empreendedorismo só acontece através de pessoas com habilidades técnicas para produzir, versáteis e com capacidade de organização e gestão de recursos financeiros, além da capacidade em realizar vendas.

Apesar de existirem uma gama de definições de empreendedorismo, é possível vincular estas definições à vários aspectos inerentes a quem segue este caminho de empreender, como iniciativa, paixão pelo seu negócio, cálculo e aceitação de riscos, utilização inteligente dos recursos disponíveis para investimento e a sempre possibilidade de fracasso do negócio. Basicamente, empreender é identificar as oportunidades do ambiente e, em cima destas oportunidades, desenvolver meios de se aproveitar delas, assumindo os riscos e desafios que serão colocados durante o caminho do empreendedor.

Em empresas onde existe uma clara definição de seus objetivos e motivações realistas e inspiradoras, o ambiente se torna bem mais favorável ao funcionamento do processo de tomada de decisão e elaboração de um modelo de gestão que ajude a identificar e minimizar os riscos de possíveis escolhas falhas (DORNELAS, 2005).

É possível dizer que o empreendedorismo, é hoje, um fenômeno global. Este fenômeno está diretamente ligado ao crescimento econômico de todos os países nos quais empreender é bem visto pelos governos. Geração de novos empregos, desenvolvimento de novas tecnologias e inovações em diversas áreas são exemplos de grandes resultados oriundos de empreendedores modernos. Os lucros e ganhos gerados pelos empreendedores contribuem para uma melhor qualidade de vida da população onde o negócio está inserido, e, às vezes, estes lucros e ganhos são reinvestidos no próprio negócio ou em novos empreendimentos, girando assim esta roda de sucesso (CHIAVENATO, 1999).

É preciso que estes empreendedores entendam que recessões são comuns em diversos países e governos, e que, nestes períodos, a sociedade no geral se resguarda de alguma forma, por sentirem insegurança financeira, por falta de capital e outros motivos distintos. Mas, isso não quer dizer que períodos de recessão são sempre ruins para negócios, pelo contrário, é preciso e fundamental enxergar

(25)

oportunidades dentro destes cenários. Estes gaps levam muitas empresas ao sucesso mesmo em tempos de crise e recessão econômica.

2.3 MICRO E PEQUENOS EMPREENDEDORES E EMPRESAS

2.3.1 CARACTERÍSTICAS DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

As MPEs vêm sendo há muito tempo objeto de foco de especialistas e analistas econômicos devido a seu potencial de criar emprego e renda para a população, sendo uma das primordiais causas da diminuição das desigualdades sociais. Tais organizações podem ser um instrumento de impulso no crescimento e à competitividade de setores e de regiões.

As MPEs são essenciais para o crescimento da economia, afinal já são nove milhões de micro e pequenas empresas, respondendo por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) (SEBRAE, 2014) e são responsáveis por mais da metade dos empregos formais do Brasil.

Desse modo é inquestionável a importância destas empresas para o Brasil, porém, seu índice alto de mortalidade ainda é relativamente grande. De acordo com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), cerca de 30% das empresas fecham em menos de dois anos. Isto nos mostra que se faz indispensável um estudo bem mais detalhado dos obstáculos que de fato assolam tais empresas, e que, concomitantemente, são os principais fatores para esse alto índice de mortalidade. É importante também fazer estudos que não apenas revele quais problemas são esses, mas também que desenvolvam técnicas administrativas que ajudem os empresários a solucionar os problemas. Afinal, esse tipo de empresa está fadado à carência de informações e a incapacidade de seus administradores, o que as torna vulneráveis.

A relevância e necessidade de entender o mercado de comércio se devem ao fato deste já ter sido um dos ramos propulsores do desenvolvimento brasileiro e, desde então, transformou-se em um dos setores mais importantes para a economia brasileira. Juntamente com o setor de serviços, corresponde a mais da metade do PIB e é responsável pela maior parte da geração dos empregos formais, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Porém, nos últimos anos, o setor de serviços tem se sobressaído e apresentado taxas de crescimento maiores, na medida que o setor de comércio foi o encarregado pelo maior volume de demissões no ano de 2015, no Brasil.

(26)

Vale ressaltar que o setor de comércio, nos anos 90, passou por grandes transformações em que as pequenas e médias empresas foram adquiridas pelos grandes grupos (de acordo com o BNDES). Logo, é correto dizer que apesar do grande número de micro e pequenas empresas ainda existentes no setor comercial, elas diminuíram de maneira significativa. Ainda segundo o BNDES, o processo de aquisição das pequenas e médias redes pelos grandes grupos nacionais e estrangeiros não se esgotou na década de 90, se estendendo até os dias de hoje.

Atualmente existem diversas formas de classificação das micro e pequenas empresas, para Dornelas (Dornelas, 2005, pg.214). “A classificação das micro e pequenas empresas variam entre regiões, estados ou municípios e depende de seu porte econômico-financeiro, do ramo de negócios e da forma jurídica.”.

A lei geral da MPE, ou Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, criada pela Lei Complementar Federal 123/2006, propôs uniformidade no conceito de micro e pequena empresa ao enquadrá-las com base em sua receita bruta anual. A microempresa será a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário, devidamente registrados nos órgãos competentes, que aufira em cada ano calendário, a receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00. Se a receita bruta anual for superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00, a sociedade será enquadrada como empresa de pequeno porte. Além das classificações seguidas pela Lei Geral e pelo SEBRAE, existe ainda a classificação que é aplicada pelo BNDES, que enquadra as organizações baseando-se em sua receita operacional bruta anual. Compreende-se por receita operacional bruta anual a receita alcançada no ano-calendário com o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, com o custo dos serviços fornecidos, e, com o resultado nas operações em conta alheia. A microempresa é aquela cuja receita operacional bruta anual é menor ou igual a R$ 2,4 milhões, maior que esse valor e menor ou igual a R$ 16 milhões a empresa se enquadra em pequena empresa.

Como já mencionado, é certo e seguro afirmar que as micro e pequenas empresas enfrentam diversos problemas e dificuldades, seja em época de crise ou em períodos de estabilidade. Então é necessário definir quais são estes desafios, esclarecendo o que a pesquisa cientifica identifica como dificuldade enfrentada por essas empresas.

Segundo Maximiano (MAXIMIANO, 2006) as principais razões de mortalidade das MPE em seus primeiros anos de vida são:

(27)

• Elevadas cargas tributárias;

• Demora e extrema burocracia para abertura e legalização de uma empresa; • Falta de capital e financiamento;

• Falta de políticas públicas que viabilizem e incentive novos empreendimentos. Já para Dornelas (DORNELAS, 2005), as principais causas são:

• Situação econômica do país;

• Falta de planejamento e organização; • Gestão ineficiente;

• Falta de políticas de apoio;

• Fatores pessoais dos empreendedores.

Ainda segundo o autor (DORNELAS, 2005), as duas principais causas da morte precoce das empresas se deve ao planejamento mal feito e a inabilidade na gestão de negócios.

O SEBRAE-SP destaca alguns outros sintomas para o fechamento precoce das empresas brasileiras. São listado os seguintres motivos segundo o SEBRAE-SP:

• Falta de capital; • Falta de clientes;

• Perde de um único cliente usado como base; • Falta de planejamento;

• Problemas entre os sócios;

• Nova atividade encontrada pelo empresário; • Altos custos;

(28)

• Problemas particulares do empreendedor.

Kloztle (KLOTZLE, 2006) destaca outro grande e importante fator a ser analisado referente a dificuldades das MPEs. Ele afirma que elas tem dificuldade em se manter no mercado internacional. Segundo Klotzle é fácil identificar que as MPEs tentam entrar no mercado internacional, porém, as dificuldades de lidar com todas as variáveis, as dificuldades de financiamento para exportações, falta de planejamento, infraestrutura, burocracia legal e outros fatores, acabam impedindo e afastando a continuidade destas empresas no mercado internacional e seu crescimento.

Conforme colocando anteriormente por diversos autores e fontes, as inúmeras dificuldades a serem enfrentadas pelas MPEs, mostra a importância em volta do tema e a necessidade de um estudo mais analítico e de pesquisas com empreendedores reais.

2.4. CONCEITOS IMPORTANTES INERENTE AS PEQUENAS EMPRESAS É preciso pontuar alguns conceitos para que seja viável sugerir modificações de conduta, processos e planejamento válidas para serem aplicadas nas MPEs, caso seja realmente comprovado que as empresas encontram problemas mencionados anteriormente nesta pesquisa. Isto irá colaborar para com seu desenvolvimento.

2.4.1. LEI GERAL DA MICRO E PEQUENA EMPRESA

A Lei Complementar Federal 123/2006, definida com Lei Geral das MPEs, pode ser encontrada no endereço eletrônico da Lei Geral:

“A Lei Geral também conhecida como Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, foi criada pela Lei Complementar Federal 123/2006 para regulamentar tratamento favorecido, simplificado e diferenciado a esse setor, conforme disposto na Constituição Federal. Seu objetivo é fomentar o desenvolvimento e a competitividade da micro e pequena empresa e do microempreendedor individual, como estratégia de geração de emprego, distribuição de renda, inclusão social, redução da informalidade e fortalecimento da economia.”.

(29)

Essa lei é um grande estímulo para a economia nacional, facilitando o surgimento e desenvolvimento das MPEs, criando mecanismos facilitadores. Para Costa e Shima (Shima & Costa, 2006) os objetivos da Lei Geral são:

“Estabelecer um tratamento diferenciado e simplificado no âmbito da União, Estados, Municípios e Distrito Federal; Estimular a formação, a constituição, o funcionamento e o desenvolvimento das microempresas de pequeno porte; Racionalizar e simplificar procedimentos tributários por meio de recolhimento unificado de impostos e contribuições da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal por meio de um sistema único de arrecadação, de âmbito nacional, com repasse de receita automático e incondicionado aos entes federados; Criar o cadastro integrado e unificado de dados e informações visando à desburocratização e simplificação da abertura, funcionamento e baixa de empresas; Simplificar as relações de trabalho; Facilitar o acesso ao crédito, a novos mercados e à tecnologia; Estimular o associativismo e a utilização de mediação e arbitragem na solução de conflitos.”.

Esta lei, aprovada em 2006 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, resumidamente, tem como objetivo simplificar e beneficiar o trato com estas empresas de menor porte. Foi elaborada em conjunto com a União, Estados e municípios, e, sancionada através da Lei Complementar 123/06, estabelecendo alguns pontos importantes, como exemplos: apoio ao pequeno empresário e pequeno negócio, diminuição da carga tributária e menor burocracia para abertura e manutenção destas empresas. Foi e é um enorme incentivo para pequenos empreendedores que desejam dar vida a suas ideias, suas empresas e também para os empreendedores que tem vontade de desenvolver e ampliar seus negócios.

2.4.2. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Planejamento Tributário é definido por Zanluca (ZANLUCA, 2018) da seguinte maneira: “planejamento tributário é um conjunto de sistemas legais que visam diminuir o pagamento de tributos. O contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio da maneira que melhor lhe pareça, procurando a diminuição dos custos de seu empreendimento, inclusive dos impostos. Se a forma celebrada é jurídica e lícita, a fazenda pública deve respeitá-la” (Zanluca, Portal Tributário, s.d.).

(30)

Assim, podemos definir que o planejamento fiscal é um conjunto de sistemas que estão de acordo com as leis e visam aliviar ou eliminar o pagamento de tributos. Este é um mecanismo essencial a ser utilizado pelas MPEs, caso as pesquisas de campo mostrem que estas empresas acreditem que estão pagando excessivos tributos.

2.4.3. PLANO DE NEGÓCIOS

Plano de negócios é a forma como a empresa irá operar, suas principais estratégias, seu plano para conquistar clientes e fatia de mercado, projetar seus custos, despesas, receitas e resultados financeiros. Para Fernandez (FERNANDEZ 2010) o plano de negócios pode ser definido da seguinte forma:

“[...] O Plano de Negócios é um documento que tem como ponto de partida o mercado e as chamadas competências dos empreendedores (aptidões dos sócios) em relação ao negócio. Esse documento questiona o porquê, o quando, o com quem e o como fazer o negócio. Além disso, estarão detalhados, também, os investimentos e despesas necessárias para sua implementação. Fundamentalmente, sua confecção deve comprovar (ou não) a viabilidade comercial do projeto abordado, o que o torna obrigatório antes de qualquer investimento prévio. Por sua importância, complexidade e abrangência, deve ser muito bem elaborado, preferencialmente por pessoal especializado em sua confecção”.

Construir um plano de negócios é importante e deve ser feito antes do funcionamento efetivo da empresa. Através dele será possível verificar, analisar e calcular a viabilidade do negócio, planejando detalhadamente cada área e analisando profundamente o mercado no qual este negócio estará inserido. A criação do plano de negócios pode ajudar a empresa a se desenvolver de forma saudável em seus primeiros anos de vida.

3. DESAFIOS DO MICRO E PEQUENO EMPREENDEDOR EM

TEMPOS DE CRISE

A seguir, foi aplicada uma pesquisa feita com micro e pequenos empreendedores nas seguintes situações: empreendedores regularizados (com CNPJ) e não regularizados, operando na informalidade. Os dados recolhidos na pesquisa têm o objetivo de detalhar e organizar as informações com o objetivo de atingir os objetivos propostos.

(31)

Para uma melhor análise das informações coletadas na pesquisa, os dados coletados foram organizados em forma de gráficos, através de uma análise quantitativa e não probabilística. Os problemas apontados pela literatura científica serão verificados através das respostas dadas pelos empreendedores e alternativas serão dadas para as dificuldades identificadas.

3.2 PERFIL DOS EMPREENDEDORES PARTICIPANTES

Analisando os empreendedores legalizados (com CNPJ aberto e pagadores de tributos) e não legalizados que responderam à pesquisa contida no final deste trabalho. Destes, 42,2% do total possuem entre 25 e 34 anos, 26,5% possuem entre 35 a 44 anos, 17,6% possuem 45 ou mais anos e os demais, ou seja, 14,7% possuem 18 a 24 anos de idade. Percebe-se, através destes números, que se predomina a faixa etária 25 a 34 anos, evidenciando uma jovem faixa etária empreendedora.

Outro aspecto importante a ser citado é que dos 34 entrevistados, 82,4% possuem suas empresas de forma oficial e legalizado, enquanto 17,6% operam na informalidade e/ou sem legalização.

3.3 RESULTADOS DA PESQUISA

Tem-se algumas perguntas chaves para analisar e concluir alguns aspectos que atrapalham a criação e desenvolvimento dos pequenos empreendedores. Abaixo tem-se ilustrado, em forma de gráficos, alguns destes aspectos, que foram coletados de acordo com as seguintes perguntas:

3.3.1. Em relação a abertura de sua empresa, você considera que foi um procedimento simples?

(32)

Fonte: Pesquisa de campo realizada por Pedro Henrique Nogueira

Este gráfico mostra que pouco mais da metade dos entrevistados, 52,9%, acharam o processo de abertura de empresa simples, com alguns tendo que se informar afundo antes e outros não. 26,5% não acharam o processo simples, mesmo se informando anteriormente e 20,6% não passaram pelo processo ainda.

Este gráfico mostra que os esforços existentes para que as disfunções burocráticas sejam reduzidas na abertura e legalização da empresa, estão sendo notadas pelos empresários. A Lei Geral estabeleceu um novo processo para esta ação:

“O processo de registro e legalização de empresas deve ter trâmite simplificado e unificado, com entrada única de dados e documentos e integrando todos os órgãos envolvidos por meio do sistema informatizado. Deve ser adotado o seguinte sequenciamento das etapas: consulta prévia do nome empresarial e viabilidade de localização, registro empresarial, inscrições fiscais e licenciamento de atividades. O sistema informatizado deve permitir o compartilhamento de dados e a criação da base cadastral única de empresas. O CNPJ será a identificação nacional utilizada no cadastro único, dispensando-se as demais inscrições.”.

3.3.2. Em relação a burocracia ao abrir uma MPE, você acha que o processo é:

(33)

Fonte: Pesquisa de campo realizada por Pedro Henrique Nogueira

Este gráfico, retirando o número de respostas que não souberam opinar (14,7%), mostra uma clara insatisfação com a burocracia envolvida em todo o processo de abrir uma MPE. 32,4% dos entrevistados acharam o processo extremamente burocrático e outros 35,3% muito burocrático. Ou seja, cerca de 2/3 dos entrevistados considera o processo como um todo, burocrático. 2,9% são de certa forma indiferentes a burocracia, 8,8% acham pouco burocrático e apenas 5,9% não acham nada burocrático.

3.3.3. Ainda em relação ao processo de abertura de legalização, você achou todo o processo (do dia em que resolveu abrir até estar operando e legalizado) demorado?

Gráfico 3 – Pergunta: Ainda em relação ao processo de abertura de legalização, você achou todo o processo (do dia em que resolveu abrir até estar operando e legalizado) demorado?

(34)

Mais da metade dos entrevistados demonstrou insatisfação na demora em ter seus negócios operando, desde o dia que resolveram o que tomariam como rumo. 55,9% responderam que sim, acham o processo de abertura e legalização como um todo, demorado. Apenas 23,5% responderam que o processo não foi demorado e outros 20,6% ainda não legalizaram seus negócios.

Certamente esta demora frustra quem passa pelo processo e afugenta possíveis novos empreendedores. No Chile, por exemplo, o processo de abertura de uma empresa pode levar apenas 11 minutos, segundo matéria do jornal O Globo (CASADO, 2014).

3.3.4. Levando em conta sua experiência, você considera atrativo abrir uma MPE? Ou seja, você incentivaria um familiar ou amigo próximo abrir e desenvolver um novo negócio?

Gráfico 4 – Pergunta: Levando em conta sua experiência, você considera atrativo abrir uma MPE? Ou seja, você incentivaria um familiar ou amigo próximo abrir e desenvolver um novo negócio?

Fonte: Pesquisa de campo realizada por Pedro Henrique Nogueira

O gráfico acima mostra que 67,6% incentivam seus familiares e amigos a abrirem seu próprio negócio, enquanto 32,4% não incentivariam.

Este número não está ruim, mas, pode-se concluir que está longe do ideal. Quanto mais empresários bem-sucedidos e motivados, que incentivem novos empresários a surgirem, mais oportunidades de negócios e empregos surgem. O problema, neste caso, segundo dados coletados da pesquisa, é desde dificuldades burocráticas, crises, alta tributação, até mesmo fracasso nos negócios.

(35)

3.3.5. Em relação a carga tributária das MPE's, você considera os tributos:

Gráfico 5 – Pergunta: Em relação a carga tributária das MPE's, você considera os tributos:

Fonte: Pesquisa de campo realizada por Pedro Henrique Nogueira

Pode-se retirar como dados deste gráfico que 73,5% dos entrevistados, quase 3/4 dos pesquisados, considera elevada a carga tributária em cima das MPEs. 23,5% acham os tributos justos e apenas 2,9% considera baixo.

Fica nítida uma necessidade de uma revisão ou reforma tributária para as MPEs. Do jeito que está a insatisfação é enorme e talvez seja motivo de desempenhos ruins nos negócios.

3.3.6. Em relação a demanda do seu produto/serviço, você consegue estimá-la?

(36)

Fonte: Pesquisa de campo realizada por Pedro Henrique Nogueira

É possível observar através deste gráfico que 64,7% dos entrevistados conseguem estimar suas demandas de produtos e/ou serviços, o que é de extrema importância para o negócio, desde satisfação ao cliente, rapidez, estimativa de custos etc. 20,6% dos entrevistados dizem não conseguir estimar suas demandas, fazendo-se necessário um melhor planejamento e entendimento de seus negócios e do ambiente externo no qual eles estão inseridos.

3.3.7. Em algum momento do seu negócio você montou um Plano de Negócios?

Gráfico 7 – Pergunta: Em algum momento do seu negócio você montou um Plano de Negócios?

Fonte: Pesquisa de campo realizada por Pedro Henrique Nogueira

Vê-se que 64,7% dos entrevistados montaram um Plano de Negócios para seus empreendimentos, o que deveria ser obrigatório para qualquer empresa de qualquer tamanho. 20,6% não fizeram Plano de Negócios, o que evidencia um certo improviso na criação e manutenção destas empresas. Podemos dizer que essas empresas não são tão profissionais quanto as que montaram previamente um Plano de Negócios.

(37)

3.3.8. Você consegue definir e prever os custos e despesas de sua empresa?

Gráfico 8 – Pergunta: Você consegue definir e prever os custos e despesas de sua empresa?

Fonte: Pesquisa de campo realizada por Pedro Henrique Nogueira

Quando questionados sobre previsão de custos e despesas, a grande maioria, 70,6%, responderam que conseguem prever estes gastos, enquanto 11,8% não conseguem. O número é bom, mostrando que pouco mais de 10% do universo entrevistado não consegue prever custos e despesas. É necessário uma reeducação por parte destes donos e sócios, pois, é importante esta previsão para a saúde do caixa da empresa.

3.3.9. Você acredita que consegue fidelizar seus clientes e conquistar novos?

Gráfico 9 – Pergunta: Você acredita que consegue fidelizar seus clientes e conquistar novos?

(38)

Pode-se ver através do Gráfico 9 que a esmagadora maioria, 82,4% dos entrevistados, garantem que conseguem fidelizar seus clientes e conquistar novos. Enquanto apenas 2,9% dizem não conseguir nem um, nem outro. Isto é muito importante para a manutenção e expansão do negócio. Empresas que não fidelizam seus clientes acabam não formando uma base de consumidores necessária para obter lucros, e, empresas que não atraem novos clientes não conseguem expandir seus negócios e aumentar suas vendas de produtos e/ou serviços.

3.3.10. Você (ou algum outro funcionário da sua empresa) possui conhecimento e aplica alguma técnica relacionada a Gestão de Recursos Humanos e/ou Gestão de Pessoas?

Gráfico 10 – Pergunta: Você (ou algum outro funcionário da sua empresa) possui conhecimento e aplica alguma técnica relacionada a Gestão de Recursos Humanos e/ou Gestão de Pessoas?

Fonte: Pesquisa de campo realizada por Pedro Henrique Nogueira

Perguntados sobre a existência de uma técnica aplicada de Gestão de Recursos Humanos e/ou Gestão de Pessoas, 52,9% dos entrevistados dizem que aplicam tais técnicas. 32,4% afirmam não aplicar as mesmas técnicas.

O número está longe do ideal. Tais técnicas são essenciais para a manutenção dos funcionários e maior controle de pessoal.

(39)

3.3.11. Você acredita que é possível inovar em seu negócio?

Gráfico 11 – Pergunta: Você acredita que é possível inovar em seu negócio?

Fonte: Pesquisa de campo realizada por Pedro Henrique Nogueira

Analisando-se as respostas contidas no Gráfico 11, pode-se concluir que a grande maioria dos entrevistados acreditam em inovação dentro de seus negócios, com 82,4% acreditam que sim, é possível inovar. Apenas 8,8% acreditam não ser possível a inovação em seus meios. O número é muito bom, pois inovando as empresas conseguem acompanhar as evoluções do mercado e a evolução de comportamento de ambiente externo e de seus consumidores.

3.3.12. Em relação aos períodos de crise política e econômica (como por exemplo o vivido desde o final do governo Dilma), você considera que estas crises:

Gráfico 12 – Pergunta: Em relação aos períodos de crise política e econômica (como por exemplo o vivido desde o final do governo Dilma), você considera que estas crises:

(40)

Fonte: Pesquisa de campo realizada por Pedro Henrique Nogueira

Por fim, questionados sobre períodos de crise política e econômica, como por exemplo a atual em que vivemos desde o final do governo Dilma até o atual governo Temer, 58,8% dos entrevistados dizem que crises como esta atrapalham extremamente seus negócios. Já para 20,6%, estas crises atrapalham um pouco. 5,9% dizem que crises políticas e econômicas são indiferentes para suas empresas. Um dado interessante a se destacar é que 8,8% diz que crises como a atual ajudam de alguma forma seus negócios.

Um dos entrevistados que respondeu isto, atuante na área de planejamento de negócios, mapeamento de processos e tarefas relacionadas, diz que crises como estas acabam gerando um maior fluxo de trabalho, pois as empresas grandes, em sua maioria, procuram se reestruturar, remapear seus processos afim de otimizar seus gastos e sua força de mão de obra.

O problema é, que para mais da metade do universo colhido nesta pesquisa, as crises afetam seus negócios de uma forma mais extrema, ou seja, dependem de uma economia estável para prosperarem.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho tem como objetivo investigar os maiores problemas que as MPEs enfrentavam no dia-a-dia e em períodos de crise nacional, política e econômica. Para isso, foi feita uma pesquisa bibliográfica, afim de identificar os problemas em que a literatura cientifica apontava como sendo causadores de desempenhos ruins e até de falências precoces destas empresas. Com base na pesquisa bibliográfica, elaborou-se um questionário para ser aplicada uma pesquisa de campo. Pesquisa esta que foi divulgada em mídias sociais, em abordagens pessoais à pequenos empreendedores, com familiares e na rua, procurando pequenos negócios na região do Rio de Janeiro. A finalidade da pesquisa é averiguar se as empresas selecionadas sofrem com os problemas supracitados, e, identificar outros problemas vividos por elas.

Usando como base o resultado do questionário, pode-se retirar diversas conclusões e análises referente as MPEs participantes da pesquisa.

(41)

Conforme abordado no item 2.3., onde abordou-se as características de micro e pequenos empreendedores, como abrir uma MPE, suas leis específicas, planejamentos tributários e plano de negócio, pode-se retirar algumas conclusões sobre a realidade das empresas participantes.

Confirma-se que, mesmo na tentativa de simplificar as leis e facilitar a abertura de novas MPEs, quem passa pelo processo considera que ele não é simples, mesmo que se faça uma prévia pesquisa sobre o assunto. Vê-se também que a esmagadora maioria acha o processo de abertura, além de lento, extremamente ou muito burocrático, devido as suas obrigações, leis, documentação e outros entraves que tornam o processo pouco ágil e nada simplificado. Além disso, mais da metade disse que o processo demora, do momento em que pensam inicialmente em abrir suas empresas até elas estarem operando de fato.

Outro ponto de bastante incômodo por parte dos donos e sócios entrevistados foi a elevada carga tributária. Conclui-se que uma revisão é necessária por parte do governo para facilitar e ajudar no crescimento destas pequenas empresas, para que cresçam e, no futuro, se tornem grandes e passem a pagar tributos proporcionais a seus tamanhos. A ideia aqui é parecida com a do IPRF, taxar de forma mais forte as gigantes do mercado e aliviar as MPEs, de forma a aliviar seus custos para que possam reinvestir nos próprios negócios. Isso pode ser parcialmente resolvido, segundo Zanluca (ZANLUCA, 2018), já que ele diz que o planejamento tributário deve ser feito da melhor maneira possível para que o negócio pague menos tributos, de uma forma lícita e juridicamente correta.

Em relação ao Plano de Negócios, importante na criação de uma empresa e citado no item 2.4.3., vê-se que ainda cerca de 1/5 das empresas não se planejaram desta forma. Este comportamento precisa mudar, as empresas precisam ser planejadas em diversos aspectos desde sua criação, desde a criação de seu conceito para que não haja surpresas no decorrer da vida destas empresas. Esse 1/5 vai contra o que diz Fernandez (FERNANDEZ, 2010). Fernandez evidencia a importância do plano de negócios, devendo ser muito bem elaborado e preferencialmente por pessoas especializadas na confecção dos mesmos.

Retiram-se informações positivas desta pesquisa. Os entrevistados dizem conseguir fidelizar e conquistar novos clientes, o que é de extrema importância para manutenção e crescimento de seus negócios. Dizem também conseguir prever a demanda de seus produtos e/ou serviços, o que é importante para não ter sustos no fechamento do balanço. Dizem também conseguirem inovar,

(42)

imprescindível para quando o negócio não está indo como o esperado ou quando o mercado satura daquela atividade ou produto oferecido.

Por fim, a pergunta focada em grande parte do tema desenvolvido ao longo desde trabalho, questionados sobre períodos de crise econômica e política, quase 70% de todos os entrevistados dizem que são impactados nestes períodos, alguns de forma extrema e outros nem tanto. Isso mostra que as MPEs dependem de uma boa saúde do país, no ramo político e principalmente no ramo econômico. O que prova a tese desta pesquisa de que crises afetam, e muito, o desempenho das MPEs.

Conclui-se, por fim, que uma revisão tributária é necessária para as MPEs terem um fôlego maior em seus balanços, que a burocracia para abrir uma MPE deve ser revista e reduzida drasticamente, pois é um processo considerado extremamente burocrático e é preciso uma simplificação no processo de abertura, que é considerado muito demorado, ainda mais com exemplos na própria América do Sul onde empresas conseguem ser abertas em poucos minutos. Por fim, precisa-se de uma estabilidade econômica e política para que as MPEs não sejam afetadas em seus negócios, a saúde do governo reflete diretamente na saúde destas empresas.

Esta pesquisa reforça, por todo o seu conteúdo e pelos resultados a pesquisa, o destaque que, o curso de Administração e os profissionais formados nesta área, possuem. Ferramentas importantíssimas para a criação e manutenção de um negócio, como Plano de Negócios, Planejamento Estratégico, Gestão Estratégica, Gestão de Projetos, ferramenta ensinadas ao longo dos períodos como Matriz SWOT, Matriz BCP, modelo Canvas e diversas outras ferramentas que são indispensáveis e que auxiliam e muito a manutenção de pequenos negócios.

(43)

Bibliografia

BARBOSA, L. (2004). Sociedade De Consumo (3ª ed., Vol. 1). (L. Barbosa, Ed.) Zahar. CASADO, J. (2014). O Globo.

<https://oglobo.globo.com/economia/no-chile-abrir-empresa-demora-11-minutos-12575532> Acesso em 14 jun. 2018.

CHIAVENATO. (1999). Teoria Geral da Administração. Campus.

VELASCO, Calra. Da esperança à crise, os 13 anos do PT. 2016. Disponível em:

<http://especiais.g1.globo.com/politica/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/2016/da-esperanca-a-crise-os-13-anos-do-pt/>. Acesso em: 23 abr. 2018. IBGE (2018). PIB avança 1,0% em 2017 e fecha ano em R$ 6,6 trilhões. Disponível em:

<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2013-agencia-de-noticias/releases/20166-pib-avanca-1-0-em-2017-e-fecha-ano-em-r-6-6-trilhoes.html> Acesso em: 13 de jun. 2018.

DORNELAS, J. (2005). Empreendedorismo - Transformando ideias em negócios (2 edição ed.). Rio de Janeiro: Elsevier.

FERNANDEZ, H. M. (2010). Falir Jamais: gestão correta x crise: com a gestão correta não há crise que resista. Rio de Janeiro: Brasport.

BANCO CENTRAL/FOCUS (2018) Disponível em:

<http://www.valor.com.br/brasil/5584873/mercado-ve-inflacao-maior-em-2018-e-2019-e-economia-perder-impeto> Acesso em 13 jun. 2018.

GODOY, A. S. (Maio/Junho de 1995). PESQUISA QUALITATIVA TIPOS FUNDAMENTAIS. 10. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/rae/v35n3/a04v35n3>

GUERRA, O., & TEIXEIRA, F. (Janeiro-Março de 2010). A Sobrevivência das pequenas empresas no desenvolvimento capitalista. Revista de Economia Política, 30(1), 16. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rep/v30n1/v30n1a08.pdf>

(44)

KLOTZLE, M. C. (2006). Fatores associados ao desempenho exportador de micros, pequenas e médias empresas brasileiras. Disponível em:

<http://www.revistas.usp.br/rausp/article/view/44410/48030> 17 de abr. de 2018.

MAXIMIANO, A. C. (2006). Administração para empreendedores: fundamentos da criação e da gestão de novos negócios. São Paulo: Pearson.

SCHUMPTER, J. (2017). Capitalismo, Socialismo e Democracia. Unesp.

SEBRAE. (2014). Micro e pequenas empresas geram 27% do PIB do Brasil. SEBRAE, Mato Grosso.

SHIMA, W., & COSTA, A. (2006). Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Disponível em: <http://www.economiaetecnologia.ufpr.br/revista/7%20Capa/Walter%20Tadahiro%20Shim a%20-%20Armando%20Dalla%20Costa.pdf> Acesso em 19 abr. de 2018.

IBGE (2017). Demografia das Empresas 2015: taxa de saída recua, mas mercado empresarial perde 1,6 milhão de ocupados. Disponível em:

<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2013-agencia-de- noticias/releases/17046-demografia-das-empresas-2015-taxa-de-saida-recua-mas-mercado-empresarial-perde-1-6-milhao-de-ocupados.html> Acesso em 22 abr. 2018.

VERGARA, S. C. (2016). Projetos e relatórios de pesquisa em administração (16 ed.). Atlas.

ZANLUCA, J. C. (s.d.). Portal Tributário: PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO – LUXO OU NECESSIDADE? Disponível em: <http://www.portaltributario.com.br/artigos/planejamento.htm> Acesso em 25 de abr. de 2018.

VASCONCELLOS, Marco Antonio S.; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de Economia. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de Custos Fácil. 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

SEBRAE (2017). Monitoramento da Implementação da Lei Geral nos Municípios Brasileiros. Disponível em: <http://app.pr.sebrae.com.br/leigeralnacional/VisualizarRankingEstados.do?acao> Acesso em 20 de Abril de 2018.

(45)
(46)

Referências

Documentos relacionados

Fica evidenciado que as amostras de PBAT 3D 30 tiveram suas propriedades mecânicas mais afetadas pelo tempo de degradação, dada as grandes variações no

Quando consideramos espécies de uma mesma linhagem, podemos quantificar a biodiversidade a partir da diversidade de caracteres (Faith 1992, Purvis &amp; Hector 2000), por meio de

9º, §1º da Lei nº 12.513/2011, as atividades dos servidores ativos nos cursos não poderão prejudicar a carga horária regular de atuação e o atendimento do plano de metas do

Este trabalho buscou, através de pesquisa de campo, estudar o efeito de diferentes alternativas de adubações de cobertura, quanto ao tipo de adubo e época de

17 CORTE IDH. Caso Castañeda Gutman vs.. restrição ao lançamento de uma candidatura a cargo político pode demandar o enfrentamento de temas de ordem histórica, social e política

Observou-se uma redução na velocidade curvilínea, na integridade de membrana pelo método de eosina-nigrosina e no potencial mitocondrial apenas no grupo filtrado, entre os tempos

[r]

século passado, novos valores surgirão para esse novo milênio, onde a economia tem uma preocupação especial com a ética, e da mesma forma o direito terá que ser mais do que um