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JULIANAAPARECIDAANDRADE

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Academic year: 2021

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ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

JULIANA APARECIDA ANDRADE

AÇÕES DE ENFERMAGEM NAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA

DO MUNICÍPIO DE TANGARÁ DA SERRA NA PREVENÇÃO DA

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA.

Tangará da Serra – MT Junho 2011

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ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

JULIANA APARECIDA ANDRADE

AÇÕES DE ENFERMAGEM NAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA

DO MUNICÍPIO DE TANGARÁ DA SERRA NA PREVENÇÃO DA

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus de Tangará da Serra, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem, sob a orientação da Professora Enfermeira Fernanda Luiza de Mattos Silvestre e sob Co-orientação do Professor Me. Raimundo França.

Tangará da Serra - MT Junho 2011

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Andrade, Juliana Aparecida.

A5531a Ações de enfermagem nas unidades de saúde da família do município de Tangará da Serra na prevenção da gravidez na adolescência / Juliana Aparecida Andrade. – Tangará da Serra : [s.n], 2011

57 f. Il.

Trabalho de conclusão de curso (Enfermagem) – Universidade do Estado de Mato Grosso

Orientador: Fernanda Luiza de Mattos Silvestre Co-Orientador: Raimundo França

Inclui bibliografia

1. Gravidez. 2. Adolescência. 3. Prevenção. I. Autor. II. Universidade do Estado de Mato Grosso. III. Título.

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JULIANA APARECIDA ANDRADE

AÇÕES DE ENFERMAGEM NAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA

DO MUNICÍPIO DE TANGARÁ DA SERRA NA PREVENÇÃO DA

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA.

RESULTADO:_________

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________ Orientadora: Profª Enfª Fernanda Luiza de Mattos Silvestre.

___________________________________________________________ Co-orientador: Professor Me. Raimundo França

___________________________________________________________ Examinadora: Prof.ª Me Cristiane Ferreira Lopes de Araújo

Tangará da Serra- MT Junho de 2011

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Dedico esta monografia primeiramente a Deus, meu Senhor pelo dom da vida, por ter iluminado o meu caminho desde o meu nascimento, pois sem Ele, nada seria possível. Aos meus pais Osmar e Cida que não mediram esforços para a concretização dos meus sonhos, que me guiaram pelos caminhos corretos, e me deram meu maior bem; a Educação. A minha Vó Neusa que mesmo tendo me deixado cedo sempre me dizia que eu seria alguém na vida, e mesmo em outro plano acredito que sempre olhou por mim. Ao meu padrinho Luiz Antonio Oliveira por seu amor verdadeiro além dos laços consangüíneos e por sua vontade de querer estar comigo nesse momento. E ao meu futuro esposo Luiz Rafael pelo amor e compreensão. O meu amor por vocês será eterno.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado a vida, por ter iluminado meu caminho para que eu pudesse concretizar este sonho; e principalmente por ter colocado na minha vida as pessoas que aqui quero agradecer.

A minha mãe Cida, por todo amor e dedicação que sempre teve comigo, por ser essa mulher batalhadora e guerreira, essa supermãe, que na ausência do meu pai se transformou em duas para me ver conquistar esse sonho, que nunca mediu esforços para me ver ser alguém na vida. Muito Obrigado Mãe. EU TE AMO!

Ao meu pai Osmar (in memorian), homem pelo qual tenho maior orgulho, agradeço pelos momentos em que esteve ao meu lado, me apoiando e me fazendo acreditar na minha capacidade, por me ensinar a ser forte e superar as dificuldades da vida de cabeça erguida, e por ter me deixado a melhor herança que eu poderia receber, a educação. Será para sempre meu herói. Sinto muitas saudades, mas deixo aqui meu eterno agradecimento e meu amor por você.

A minha Tia Laine, que sempre esteve ao meu lado e foi peça fundamental para que eu seguisse com minha graduação, pois nunca mediu esforços para me ajudar nessa caminhada. Enfim agradeço aos meus irmãos Rodrigo e Mariana e a toda minha família que direta ou indiretamente me ajudaram a não desistir e lutar pelos meus objetivos.

Agradeço ao meu noivo Luiz Rafael, por estar sempre ao meu lado ao decorrer desses quatro anos de graduação, por sempre me ajudar no que foi preciso e principalmente por estar ao meu lado nos momentos mais difíceis da minha vida, me dando seu amor, carinho, compreensão e força para que eu concluísse essa trajetória. Obrigado meu amor. EU TE AMO.

A minha orientadora Fernanda Luiza de Mattos Silvestre, por ter me dado o seu sim, por ter me acompanhado, me dando apoio nos momentos de crise e principalmente por ter tornado uma amiga muito especial.

Ao meu co-orientado Raimundo França, que mesmo distante e atarefado abraçou meu trabalho e me orientou com muita dedicação, sem medir esforços, agradeço pela paciência e principalmente por ter me transmitido todo conhecimento necessário, o qual eu levarei para sempre na minha trajetória profissional. Muito Obrigado Professor.

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A todos os professores que se dispuseram a me ensinar, em especial a professora Cristiane Lopes de Araujo Silvestre, que mesmo não sendo minha orientadora me ajudou e me recebeu em sua casa, obrigado pela dedicação e incentivo.

A todas as enfermeiras que me receberam e me ajudaram mesmo atarefadas, obrigado pela ajuda e compreensão.

A equipe da secretária de saúde pelo apoio e por ter me dado sua ajuda sempre que foi preciso.

Aos meus amigos que estiveram ao meu lado ao decorrer desses quatro anos, pelo carinho e pela compreensão, e pelos momentos felizes que passamos juntos, agradeço principalmente ao que estiveram mais próximos a mim; o Paulo (meu anjo guardião), a Desirée (minha querida amiga companheira), o Wesley, a Raíssa, a Fer, a Marci, a Larissa, a Lauri e ao Bruno.

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"Escolhi os plantões, porque sei que o escuro da noite amedronta os enfermos. Escolhi estar presente na dor, porque já estive muito perto do sofrimento. Escolhi servir o próximo, porque sei que todos nós, um dia precisamos de ajuda. Escolhi o branco porque quero transmitir paz. Escolhi estudar novos métodos de trabalho, porque os livros são fontes do saber. Escolhi me dedicar à saúde, porque respeito a vida " (Florence Nigthingale).

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1. Relação do número de gestantes adolescentes e não adolescentes. ... 35

Gráfico 2. Sexo dos sujeitos da pesquisa. ... 36

Gráfico 3. Idade das enfermeiras participantes da pesquisa. ... 36

Gráfico 4. Existência de ações preventivas a gravidez na adolescência na USF. ... 37

Gráfico 5. Existência de atendimento individualizado ao adolescente na USF. ... 38

Gráfico 6. Frequência da procura de adolescentes por métodos anticoncepcionais e esclarecimento de dúvidas sobre sexualidade. ... 41

Gráfico 7. Frequência de adolescentes grávidas que procuram a Unidade de Saúde da Família. ... 42

Gráfico 8. Conhecimento das Enfermeiras sobre Programas de Saúde voltados aos Adolescentes. ... 43

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LISTA DE SIGLAS

OMS - Organização Mundial de Saúde USF - Unidade de Saúde da Família UBS - Unidade Básica de Saúde PSF - Programa de Saúde da Família PROSAD - Programa Saúde do Adolescente PSE - Programa Saúde nas Escolas SPE - Saúde e Prevenção nas Escolas ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente DST - Doença Sexualmente Transmissível AIDS - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

SISprénatal - Sistema de Informação do acompanhamento do Pré-Natal DataSus - Departamento de Informática do Sistema único de Saúde ACS - Agente Comunitário de Saúde

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RESUMO

A adolescência é um período em que a vivência da sexualidade torna-se mais evidente. E muitas vezes, essa prática manifesta-se através do sexo inseguro, podendo resultar em agravos, como uma gravidez precoce, isso chama a atenção das unidades de saúde, principalmente voltada para estratégia de saúde da família. Este estudo objetivou investigar e analisar existência de ações de enfermagem preventiva para gravidez na adolescência nas Unidades de Saúde da Família de Tangará da Serra, identificando os benefícios da implantação de ações de enfermagem voltadas especificamente no atendimento a adolescentes. Trata-se de um estudo de abordagem qualiquantitativa, realizada através de levantamentos bibliográficos para melhor entendimento do tema, análise do índice de gravidez na adolescência nas USF do município para mostrarmos a importância da implantação de ações preventivas e pesquisa de campo onde foram realizas entrevistas com roteiros semiestruturados aplicados com dez enfermeiras coordenadoras das dez USF, levantando as opiniões das mesmas a respeito das ações de enfermagem atribuídas na prevenção da gravidez da adolescência nas USF.

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ABSTRACT

Adolescence is a period that the experience of sexuality becomes more evident. And often, this practice is manifested through the unsafe sex, and this can result in injuries, such as early pregnancy, this caught the attention of the health units, mainly focused on family health strategy. This study aimed to examine and analyze the existence of nursing actions for teenage pregnancies prevention in the health units in Tangará da Serra. Identifying the benefits of install nursing actions focused specifically on the care of adolescents. This is a study of qualitative and quantitative approach, that was obtained from bibliographies to better understand the theme, analyze the rate of teenage pregnancy in family health units in county to show the importance of implement preventive actions and field research where interviews were conducted with semistructured scripts implemented with ten nurses coordinators of the ten units of Family Health of Tangará da Serra, raising the same opinions regarding the actions of assigned nursing in the prevention of teen pregnancy in Health Units Family.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 13

1.

REFERENCIAL TEÓRICO ... 15

1.1 Adolescência ... 15

1.2 Políticas de Prevenção e Gravidez na Adolescência. ... 21

1.3 Ações de Enfermagem na Prevenção da Gravidez de Adolescentes nas

Unidades de Saúde da Família. ... 26

2.

METODOLOGIA ... 31

2.1 Área de Estudo ... 31

2.2 Sujeitos da Pesquisa ... 31

2.3 Método de Investigação e Tipo de Estudo ... 31

2.4 Amostra ... 32

2.5 Análises dos Dados ... 33

3.

RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 34

3.1 Organização e Análise dos Dados ... 34

3.2 Identificação ... 36

3.3 Ações Preventivas e Atendimento ao Adolescentes na USF. ... 37

3.4 Procura dos adolescentes à Unidade de Saúde da Família. ... 41

3.5 Conhecimento das Enfermeiras a respeito dos Programas de Saúde voltados

aos Adolescentes. ... 43

3.6 Opinião das Enfermeiras a respeito das Ações de Enfermagem na Prevenção

da Gravidez na Adolescência nas USF. ... 44

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 51

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INTRODUÇÃO

A adolescência trata-se de uma etapa da vida em que, entre outros acontecimentos, ocorre a maturação sexual, levando ao desenvolvimento sexual e a capacidade reprodutiva, os quais influenciam na formação do adolescente.

A adolescência é uma etapa da vida do ser humano em que ocorrem diversas mudanças de cunho biológico, físico e psíquico, entre elas, a maturação sexual que o leva a puberdade e a capacidade reprodutiva, influenciando na formação do adolescente.

Meninos e meninas de hoje tem entrado na adolescência cada vez mais cedo devido a interferências sociais, econômicas e culturais. Além disso, o próprio desenvolvimento da sociedade contemporânea tem despertado para sexualidade, cada vez mais cedo, e muitos casos levam as adolescentes a uma gravidez precoce e muitas das vezes inesperada.

Estas transformações têm feito com que as equipes de saúde tenham sido levadas a lidar com os problemas que surgem nessa etapa da vida, dentre eles a gravidez na adolescência.

Segundo o MINISTÉRIO DA SAÚDE (2010), em 2007 ocorreram 2.795.207 de nascimentos no país, dos quais 594.205 (21,3%) foram de mães com idade entre 10 e 19 anos. No entanto acredita - se que a gravidez na adolescência tende a reduzir por conta das campanhas em relação ao uso de preservativo, da disseminação da informação sobre métodos anticoncepcionais e maior acesso. Até outubro de 2009 ainda foram realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) 408.400 partos de mulheres na faixa de 10 a 19 anos, um número ainda muito elevado e significativo, dados como estes justificam a necessidade de ações voltadas para o adolescente (BRASIL, 2010).

Assim a Gravidez na Adolescência é considerada um risco social e um problema de saúde pública, devido sua amplitude e os problemas que ela causa; como o abandono escolar, risco durante a gravidez devido muitas vezes a não realização do pré-natal adequado, e pela falta de maturidade física, devido à precocidade da gestação.

As Unidades de Saúde da Família (USF) tem papel fundamental na promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos, e são essas unidades que são responsáveis por realizar uma assistência integral às pessoas e famílias.

O enfermeiro tem papel fundamental dentro das Unidades de Saúde da família, pois ele está inserido direta ou indiretamente em todas as ações desenvolvidas nesse local,

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porque cabe a ele o papel de organizar e coordenar todas as atividades que são realizadas dentro das Unidades.

Destacamos na presente pesquisa a importância das Ações de Enfermagem nas Unidades de Saúde da Família de Tangará da Serra para a prevenção da Gravidez na Adolescência, tendo como objetivos; investigar a existência de ações de enfermagem preventiva à gravidez na adolescência, verificar quais são as ações e como são realizadas pela enfermagem, bem como também verificar a opinião das enfermeiras a respeito das ações desenvolvidas na prevenção da gravidez da adolescência nas Unidades de Saúde da Família.

A pesquisa a seguir é de abordagem qualiquantitativa, realizada através da análise do índice de gravidez na adolescência nas USF´s de Tangará da Serra e da coleta de dados através de entrevistas realizadas com dez enfermeiras responsáveis pelas dez USF existentes no município.

Na apresentação do referencial teórico, abordamos as definições atribuídas a Adolescência, Políticas de Prevenção e Gravidez na Adolescência e as Ações de Enfermagem na Prevenção da Gravidez de Adolescentes nas Unidades de Saúde da Família.

Na metodologia buscamos destacar o Índice de Adolescentes Gestantes nas Unidades de Saúde de Tangará da Serra para mostrarmos a importância da implantação de ações preventivas, as Ações Preventivas e Atendimento ao Adolescente existente nas USF´s, a Procura dos adolescentes à Unidade de Saúde da Família para orientações e busca de métodos anticoncepcionais onde vimos qual é o Conhecimento das Enfermeiras a respeito dos Programas de Saúde voltados aos Adolescentes e por último a Opinião das Enfermeiras a respeito das Ações de Enfermagem na Prevenção da Gravidez na Adolescência nas USF.

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1. REFERENCIAL TEÓRICO

No presente referencial teórico iremos abordar a adolescência com seus significados e definições, dando ênfase a gravidez na adolescência e suas políticas de prevenção, destacando as ações de Enfermagem presentes nas Unidades de Saúde da Família que contribuem para prevenção da gravidez.

1.1 Adolescência

Neste capítulo buscaremos entender o que é a adolescência e o que as transformações presentes nesta fase da vida ocasionam na vida do ser humano.

A ECA (Estatuto da Criança e do adolescente), Lei n.º 8.069/90 (BRASIL, 1990), circunscreve a adolescência como o período de vida que vai dos 12 aos 18 anos de idade e a Organização Mundial da Saúde (OMS) delimita a adolescência como a segunda década de vida (10 aos 19 anos).

Já Medrado et al. (1999) p. 230 define:

A adolescência é a fase do desenvolvimento humano - segunda década da existência – em continuidade ao processo dinâmico da evolução caracterizada por grandes transformações: crescimento biológico, mudanças psicossociais e cognitivas. Além disso, concomitante à idéia contemporânea de que a adolescência e a juventude são fontes de grandes oportunidades, circulam idéias associadas à noção de crise, desordem - problemas sociais que necessitam de atenção pública (MEDRADO et al, 1999, p. 230).

Nas décadas passadas tínhamos uma infância mais específica e os casamentos aconteciam mais cedo conseqüentemente assim a adolescência já seguia para a vida adulta. Mesmo não sendo uma regra e muitas vezes não acontecer exatamente assim, na sociedade em que vivemos hoje o casamento é visto como um fato que dever acontecer quando o individuo atingir a maturidade física, mental e social, assim o conceito da faixa etária de adolescente apresentou uma mudança, pois essa fase da vida esta se iniciando cada vez mais cedo e permanecendo por mais tempo.

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Segundo Barros (2007) a palavra adolescência deriva do latim adolescere, que significa “crescer”, é o período da vida humana entre a puberdade e a virilidade; mocidade; juventude.

A adolescência é um período marcado por intensas e diferentes transformações. Para entendermos melhor o que é adolescência devemos conhecer todas essas transformações, e compreender que elas estão interligadas e precisam ser estudadas juntas.

Osório (1992) confirma essa afirmação, explicando que a adolescência é um momento em que ocorre uma passagem da infância para a idade adulta, caracterizado por um intensivo crescimento e desenvolvimento que se apresenta com transformações anatômicas, fisiológicas mentais e sociais; é uma etapa evolutiva própria do ser humano sendo eminente para o processo de maturação biopsicossocial do indivíduo. Sendo importante assim entender todos os aspectos sejam biológicos, psicológicos, familiares, sociais e culturais. Estes são indissociáveis e representam o conjunto que distingue e confere unidade ao fenômeno da adolescência.

É importante conhecermos os fatores biológicos para melhor entendermos a adolescência, pois é nesse período que começa as primeiras transformações do corpo, com o surgimento da puberdade. A puberdade é o período em que ocorre a maturação sexual, onde ocorre o aparecimento de estruturas que o corpo ainda não possuía como nascimento de pêlos pubianos, aparecimento das mamas, crescimento dos testículos nos meninos e a primeira menstruação nas meninas, ou seja, é nesse período em que o homem e a mulher despertam o desejo sexual e se tornam capazes de gerar filhos.

Pirotta (2004) vem concluir essa idéia associando os fatores biológicos ao fato das adolescentes de hoje apresentarem uma antecipação em sua menarca (primeira menstruação), assim a jovem passa a produzir gametas férteis mais cedo, estando mais propícia a desenvolver uma gravidez precoce.

As mudanças físicas são acompanhadas de mudanças emocionais, nesse período a adolescente começa a ter que tomar atitudes mais adultas, sendo mais cobrada no ambiente em que vive, assim passa a enfrentar os conflitos que sucedem a rápida transição da infância para a vida adulta. Essa preparação para a vida adulta é cada vez mais complexa e exigente, consome mais tempo, e a adolescência prolongam-se por mais tempo na maioria dos casos bem para lá dos 18 anos. As metas que devem ser atingidas nessa fase da vida é a entrada para a vida profissional e a necessária autonomia financeira, prolongado assim esta transição.

Barros (2007) nos ajuda a entender as mudanças psicológicas marcadas pela adolescência, explicando que essas interferem na mente das pessoas e em sua maneira de

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pensar e conseqüentemente de agir. A partir daí a situação do adolescente já começa a mudar, começando com o convívio familiar, onde passam a não serem tratados mais como crianças e são cobrados pelos pais a terem mais responsabilidades, atitudes mais adultas, mais seriedade e aplicação nos estudos.

Os aspectos familiares são de extrema importância nessa fase da vida, pois o primeiro contato que esses adolescentes têm após essas transformações são com os pais, e cabe a eles verificar quando seus filhos estão passando por essas modificações, e não se opor a isso construindo, de uma hora para outra, mais cobranças e discussões, e sim intervir através de conversas que os ajudam a entender que essa é uma etapa normal de suas vidas, e que a partir daí eles estarão sujeitos a novas experiências, como a do sexo, e alertá-los sobre os perigos que os cercam e a importância de um cuidado redobrado.

Desde a década de 80, já encontramos relatos da importância da família na vida da adolescente, principalmente voltada na prevenção da gravidez da adolescência.

Baldwin (1980) nos confirma isso, afirmando que o contexto familiar é extremamente importante na vida sexual de uma jovem, pois grande parte dos casos de gravidez na adolescência ocorre em residências onde os pais se comportam com imaturidade e pouca responsabilidade, deixando que os filhos conduzam a vida sem limites e sem orientações adequadas.

Também podemos destacar o fato de que os adolescentes, na maioria das vezes, se espelham nos pais, que nem sempre são exemplos a serem seguidos. A embriaguez, o uso de drogas, a troca de parceiros sexuais com alta frequência, atua como exemplos negativos aos filhos influenciando-os a praticar o ato sexual sem nenhuma segurança (CAPUTO, 2008).

As famílias atuais se encontram muitas vezes dispersas, nos deparamos mais com filhos de pais separados, que não participam juntos da educação dos seus filhos, e muitas vezes acabam tentando suprir essa falta com mimos, ou acabam deixando os filhos de lado por se dedicar mais a interesses pessoais.

Valores familiares confrontam com informações duvidosas, distorcidas e contraditórias dos meios de comunicação dando abertura para atitudes de desafio e autoafirmação dos jovens, algumas vezes resultando em gravidez indesejada. É importante a disponibilidade dos pais, a abertura e o diálogo com os filhos, para que os assuntos sobre sexualidade possam ser tratados não de uma preestabelecida, mas sim, no momento em que surgem. Às vezes a oportunidade é rara e deve ser aproveitada imediatamente (RIBEIRO, 2008, p.3).

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No nosso cotidiano também encontramos pais que trabalham muito para o sustento da família, e acabam chegando em casa cansados, não tendo tempo para uma conversa com seus filhos, assim os adolescentes acabam passando mais tempos sozinhos e ligados à televisão e principalmente a internet que nem sempre trazem informações corretas e necessária para o seu aprendizado, e os jovens acabam estando suscetíveis aos perigos que o mundo traz.

Gama (2002) nos explica os fatores sociais, destacando que a sociedade tem passado por diversas mudanças no contexto da sexualidade, apresentando-se mais aberta para o assunto, portanto as inibições e os estigmas da sexualidade vêm ficando ultrapassados e isso está proporcionando uma maior atividade sexual entre os jovens e aumento da gravidez precoce.

A sociedade contemporânea encontra - se cada dia mais avançada, com isso os adolescentes passam a ter mais conhecimento do sexo muito mais cedo do que antigamente, hoje, muitos dos jovens vivem “presos” em seus computadores, vídeo-game, bar, bebida, fumo, drogas, raves, baladas entre outros programas que deixam eles expostos a conhecer muito mais cedo situações desagradáveis e que podem vir a influenciar suas personalidades e causar conseqüências como a gravidez na adolescência.

A situação financeira dos jovens é outro importante fator social que influencia no índice de gravidez precoce, pois tem percebido que quanto mais baixa for a renda familiar, maiores são as ocorrências, ou seja, uma adolescente que vive em uma comunidade mais carente tem apresentado uma fecundidade maior (IDEM, 2002).

Esse fato se deve as condições em que a adolescente vive, muitas vezes pela baixa renda a adolescente não tem acesso a uma boa educação e consequentemente a informação correta e facilitada, e também é nessa classe econômica em que as adolescentes vivem mais distantes de seus pais, devido ao trabalho, a ausência de pai ou de mãe, e a falta de instrução que os mesmos receberam para que possam repassar aos seus filhos.

Dentre os fatores culturais podemos observar que a religião apresenta um importante papel dentro da sexualidade, pois adolescentes que seguem a doutrina de uma religião desenvolvem a prática sexual com mais responsabilidade, ao contrário daqueles que não apresentam uma doutrina religiosa (VITALLE, 2000).

A maioria das religiões proíbe o sexo antes do casamento, apesar de muitos jovens não adotarem essa prática, ainda encontramos adolescentes que segue esse ritual, mas muitas vezes ter uma religião é diferente de seguir as doutrinas impostas por elas, se essas doutrinas fossem seguidas corretamente através de uma religião praticante, talvez pudessem ter jovens

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que praticassem o sexo com mais responsabilidade, mas ainda não temos fatos que comprove isso.

Não podemos descartar a curiosidade que as adolescentes têm para com as coisas novas e proibidas. Em relação a isto a Organização Mundial de Saúde destaca que como parte natural do processo de desenvolvimento das adolescentes está o comportamento exploratório e experimental, que traz consigo alguns riscos, e dentre estes estão certas formas de comportamento sexual, como a prática sexual sem o uso de métodos contraceptivos, a percepção de achar que não engravida da primeira vez, dentre outras (GUIMARÃES, et. al. 2007).

A realidade é que o comportamento dos jovens está mudando a cada dia, principalmente no que está ligado a sua sexualidade, percebemos que o sexo é visto como algo que tem que ser praticado, a mídia nos mostra isso, com propagandas que apresentam mulheres com roupas íntimas para chamar mais a atenção, e assuntos sobre sexo é sempre debatido em diversos programas e sempre nos deparamos com ídolos famosos envolvidos em polêmicas que envolvem o sexo. O jovem é influenciado por uma sociedade assim e com isso passam a começar a prática sexual com imaturidade o que gera consequências para uma vida toda, como uma gravidez precoce e indesejada e a propensão de contrair DST´s/AIDS é ainda maior.

Dadoorian (2000) ressalta que ao exercer a sexualidade, a adolescente pode ser surpreendida com uma gravidez, mesmo ainda estando em processo de desenvolvimento corporal, mental e emocional, que atinge todas as classes sociais, econômicas e culturais.

A gravidez é um período fisiológico na vida reprodutiva da mulher, e também se caracteriza por modificações físicas, psíquicas e sociais num curto espaço de tempo. Ao engravidar e se tornar mãe, a mulher vivencia momentos de dúvidas, inseguranças e medos. A gravidez e a adolescência são fases evolutivas importantes na vida de uma mulher que se assemelham e têm em comum importantes transformações em intervalo de tempo relativamente curto. A associação das duas fases no mesmo momento de vida acarreta uma exacerbação desse processo, aumentando os riscos de alterações que possam ser consideradas patológicas (Miranda A T C, et al, s/n).

Ao passar por uma gravidez, a adolescente não completa totalmente essa fase de sua vida e ainda passa por mais modificações ocasionada pela gravidez ao mesmo tempo em que as transformações da adolescência começam a surgir, podendo trazer consequências para a saúde física e mental da mesma.

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A gravidez na adolescência pode trazer eventuais problemas de saúde para a mãe e a criança. As conseqüências de uma gravidez antecipada são inúmeras e pode acarretar vários transtornos para os jovens envolvidos, principalmente para a mulher. Uma adolescente grávida está sujeita a diversas complicações corporais, sendo que entre elas podemos destacar as mais comuns, como por exemplo, aumento da massa corporal, desproporção da pelve, anemia e laceração do colo uterino, hipertensão, complicações no parto, disfunções uterinas, infecções durante a gravidez, hemorragias pós-parto e mortalidade. Uma gravidez na adolescência exige um acompanhamento mais rigoroso, para evitar algumas complicações que podem levar a mãe e ou o feto à morte (SIQUEIRA, 1981; COSTA et al, 2002; YAZLLE et al., 2002).

Gurgel et al. (2008) destaca o risco psicossocial que as adolescentes estão sujeitas, que pode ser reconhecido como um problema para os jovens que iniciam uma família não intencionada, isto é uma família onde nenhum dos dois planejava, e passa a ter que se privar de viver sua adolescência, não podendo se dedicar aos estudos, sair com os amigos entre outras atividades que jovens solteiros praticam, e assim passam a viver entre conflitos e discussões por não estarem maduros suficientes pra cuidar de uma criança. O problema afeta, especialmente, a biografia da juventude e sua possibilidade de elaborar um projeto de vida estável.

É especialmente traumático quando ocorre nas classes socioeconomicamente desfavoráveis, pois os adolescentes passam por maiores dificuldades, tendo que deixar os estudos para trabalhar, ou pra se dedicar ao filho que não tem com quem deixar, muitas vezes, passa falta das coisas dentro de casa, trazendo assim não só consequências psicológicas, mas também tem sua saúde e de seu filho prejudicado.

Muitos são os desafios e mudanças próprias da adolescência, podendo os jovens incorrer num comportamento de risco. Esse segmento populacional encontra-se mais exposto à gravidez na adolescência, às doenças sexualmente transmissíveis - DST/AIDS, ao uso de drogas, acidentes e diferentes formas de violência.

A adolescente que passa por todos esses transtornos, apresenta um psicológico abalado, e muitas vezes não tem condições e maturidade suficiente para criar um filho e constituir uma família, isso faz com que surjam cada vez mais famílias desestruturadas, permitindo que novas gestações precoces aconteçam.

Também nos deparamos com adolescentes que apresentam o desejo de engravidar pelo interesse em receberem maior aceite familiar e social. Ao deixar de ser uma adolescente

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para se tornar mãe, a mulher incorpora um papel que denota maior respeito social e passa a ter direito a uma maior liberdade no meio em que vive (BRITO, 2009).

O fato é que a falta de maturidade faz com que as jovens apresentem esse desejo e tome atitudes impensadas, onde muitas vezes não leva a uma melhora em sua vida e se depara com situações mais difíceis que já vivenciadas anteriormente.

Na comunidade também existe casos em que as famílias apóiam e desejam a natalidade, onde os avós entram num estágio de plena satisfação, assumindo a criança e a mãe, com ou sem o pai da mesma. Outra situação é a que a adolescente ao começar as relações conjugais, oficiais ou não, planeja com seu companheiro a gravidez. Mas isso não faz com que a adolescente esteja livre a conseqüências de uma gravidez precoce.

No que concerne à gravidez na adolescência, atualmente no Brasil e nos países em desenvolvimento, ela é considerada um risco social e um grave problema de saúde pública, devido, principalmente, a sua magnitude e amplitude, como também, aos problemas que dela derivam. (NETO et. al. 2007).

O fato é que gravidez precoce sendo planejada ou não pode trazer conseqüências à saúde da adolescente e do bebê. Conforme menor a faixa etária, os efeitos nocivos podem ser ainda maiores, pois pode limitar ou impedir o desenvolvimento social e educacional, além de estar associada a riscos de saúde a uma maior mortalidade das mães e do bebê.

1.2 Políticas de Prevenção e Gravidez na Adolescência.

No presente capítulo mostraremos as políticas de prevenção existente na rede pública de saúde para a prevenção de gravidez na adolescência, este estudo nos permitirá entender melhor os métodos existentes para prevenção da gravidez na adolescência e sua eficácia diante da redução dos índices de adolescentes gestantes.

Os adolescentes e jovens (10-24 anos) representam 29% da população mundial, e destes, 80% vivem em países em desenvolvimento (BRASIL, 2008). Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2007) no Brasil, a população adolescente e jovem corresponde a 30,33% da população nacional.

Assim percebemos que os adolescentes representam uma grande expressividade populacional. Com esse crescimento se torna indispensável à atenção à saúde de jovens e adolescentes.

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Adolescentes e jovens, por serem consideradas pessoas saudáveis, não têm a necessária atenção à saúde, sendo preciso ressaltar que são esses mesmos jovens os que estão expostos às mais elevadas taxas de mortalidade por causas externas. E, além disso, é a fecundidade das mulheres nessa faixa etária que, atualmente, mais tem contribuído para o nível geral prevalecente no Brasil. De início, basta citar a necessidade de acesso a serviços de saúde que os acolham em suas necessidades e demandas específicas e que sejam eficazes na integralidade da atenção à saúde (BRASIL, 2010 p.19,22).

O Ministério da Saúde mostra-nos princípios e diretrizes para a saúde do adolescente, bem como também na prevenção da gravidez na adolescência, o fato é que isso muitas vezes não é posto em prática em Unidades de Saúde da família.

Em 1989 a Organização Mundial de Saúde (OMS) oficializou o PROSAD – Programa de Saúde do Adolescente e em 1991 a Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal implantou o Programa de Atenção Integral a Saúde do Adolescente – PRAIA (BRASIL, 1996).

O PROSAD foi criado pela Portaria do Ministério da Saúde nº 980/GM de 21/12/1989 e fundamentam-se numa política de promoção de Saúde, de identificação de grupos de risco, detecção precoce dos agravos com tratamento adequado e reabilitação, respeitada as diretrizes do Sistema Único de Saúde, garantidas pela Constituição Brasileira de 1988, o PROSAD tem como população alvo; jovens de ambos os sexos de 10 a 19 anos de idade (BRASIL, 1996).

Hoje no Brasil também existe o Núcleo de Atenção Integral à Saúde do Adolescente (NASAD) um núcleo orgânico técnico e normativo. Encontra-se inserido na Gerência de Áreas Programáticas Estratégicas (GEAPE), diretamente subordinada a Diretoria de Atenção Primária à Saúde (DIAPS), da Subsecretaria de Atenção à Saúde (SAS). Esse tem por objetivo desenvolver um conjunto de ações com o propósito de atender o adolescente numa visão biopsicossocial, enfatizando a promoção à saúde, prevenção dos agravos, diagnóstico precoce, tratamento e reabilitação, melhorando a qualidade de vida do adolescente e de sua família, com a missão de; adequar, normatizar, planejar e coordenar as ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde do adolescente, de acordo com os princípios e diretrizes do SUS e com a Política Nacional de Humanização (BRASIL, 2005).

Também contamos com Programa Saúde na Escola – PSE instituído pelo Decreto nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007, o Programa Saúde na Escola (PSE) resulta do trabalho integrado entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, na perspectiva de ampliar as ações de prevenção, promoção e atenção à saúde de crianças, adolescentes e jovens da rede pública de ensino. Desse modo, esta proposta pretende contribuir para o fortalecimento de

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ações que vinculem saúde e educação, facilitando o enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento dos alunos brasileiros (BRASIL, 2008).

Para o alcance dos objetivos e o sucesso do Programa Saúde na Escola, é de fundamental importância integrar as redes de serviços do setor educação e do Sistema Único de Saúde nos territórios, com o fortalecimento e a sustentação da articulação entre as escolas públicas e as unidades básicas/unidades de saúde da família, por meio da realização de ações dirigidas aos alunos (IDEM, 2008).

Esses programas são de grande importância e deveriam ser implantados nas redes de saúde pública, principalmente nas unidades básicas de saúde (USF´s), pois assim seria possível entender mais sobre o que se passa na vida dos adolescentes e promover mais estratégias de prevenção da gravidez na adolescência e implantar as ações necessárias.

Segundo o MINISTÉRIO DA SAÚDE (2010), em 2007 ocorreram 2.795.207 de nascimentos no país, dos quais 594.205 (21,3%) foram de mães com idade entre 10 e 19 anos. No entanto acredita - se uma tendência da gravidez na adolescência é de redução por conta das campanhas em relação ao uso de preservativo, da disseminação da informação sobre métodos anticoncepcionais e maior acesso.

Mesmo havendo uma queda na fecundidade em todo o Brasil, é preocupante a gravidez em adolescentes, pois até outubro de 2009 ainda foram realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) 408.400 partos de mulheres na faixa de 10 a 19 anos, um número ainda muito elevado e significativo, dados como estes justificam a necessidade de ações voltadas para o adolescente (BRASIL, 2010).

O estado de Mato Grosso possui 858.017 jovens, o que representa 32% da população. Foi implantada no Estado em 2003 a área Técnica de Saúde de Adolescentes e Jovens que teve como objetivo, promover a atenção integral à saúde desta população, na faixa etária de 10 a 24 anos, a partir de ações integradas, visando à prevenção de agravos, a redução da morbimortalidade e a melhoria da qualidade de vida. Mesmo com essa política o estado apresentou em 2005, um índice de 27.30% de gravidez na adolescência, na faixa etária de 10-19 anos, considerando as variações entre as regiões. (SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO MATO GROSSO, 2007).

Hoje as adolescentes têm acesso nas Unidades de Saúde da família (USF) de Tangará da Serra – MT a métodos anticoncepcionais hormonais oral e injetável e preservativos, porém a procura por estes não acontece com tanta freqüência, talvez por medo ou vergonha. Nisso percebemos que cada vez mais adolescentes engravidam e só procuram o atendimento no pré – natal.

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No entanto, torna-se necessário conhecer melhor o que os adolescentes pensam sua realidade, mitos e tabus com respeito a sua sexualidade para que se possa abordá-la de modo a contribuir para o seu crescimento e desenvolvimento sexual saudável (CAMARGO, 2007).

Segundo o Ministério da Saúde (2005), a busca do trabalho inter e multiprofissional deve ser uma constante na prevenção da gravidez na adolescência, mas sua impossibilidade não pode ser um impedimento para realização das atividades com adolescentes preconizadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Um único profissional interessado pode iniciar atividades específicas com esse grupo etário e, gradativamente, sensibilizar outros profissionais e setores da unidade para o trabalho em equipe. Todas as categorias profissionais podem se qualificar para o atendimento de adolescentes e jovens. A diversidade contribui para ampliar as possibilidades de atuação e resolução de problemas.

Os profissionais das diversas áreas devem interagir por meio de um enfoque transdisciplinar. O atendimento por equipe concentra-se no cliente, evitando-se visões fragmentadas. As decisões devem ser compartilhadas em discussões conjuntas, resultando em uma intervenção mais eficaz. Sempre que necessário, recomenda-se a interconsulta ou a referência para outros profissionais/serviços (BRASIL, 2005).

Todo o profissional que lida com adolescentes deve ser conscientizado de que sua participação é essencial na promoção da prevenção sobre gravidez na adolescência, estando aptos a orientar com segurança sobre sexualidade, DST´s/AIDS e métodos contraceptivos disponíveis no ambiente profissional.

Torres et. al. (2007) complementa afirmando que não cabe ao profissional enunciar críticas sobre os procedimentos da adolescente. Tal papel pode dificultar o atendimento apropriado às necessidades da gestante, criando um afastamento que prejudicaria o convívio entre o enfermeiro e a gestante.

É recomendável que o espaço físico, destinado ao atendimento de adolescentes e jovens, leve em conta a otimização e o aproveitamento da estrutura existente em cada unidade, os recursos humanos disponíveis e a demanda potencial esperada, identificando locais nos quais possam ser desenvolvidas as atividades previstas. É importante criar ou adaptar ambientes onde adolescentes e jovens, de ambos os sexos, se sintam mais à vontade. Sempre que possível, podem ser destinados turnos específicos de atendimento, para que a sala de espera fique disponível para esse grupo (TORRES et al, 2007, p. 10).

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O Ministério da Saúde ainda ressalta a importância dos consultórios de atendimento para o atendimento individual, e que os mesmos devem permitir a necessária privacidade (BRASIL, 2005).

O atendimento individualizado com a adolescente poderia reduzir os fatores que fazem com elas não procurem o atendimento de saúde, fatores esses como medo, vergonha, retração por parte da família entre outros, se a adolescente tivesse acesso as USF´s para esclarecimento de dúvidas e busca de métodos contraceptivos tendo seus direitos mantidos e identidades preservadas, poderíamos obter mais satisfação e resultados na diminuição índice da gravidez na adolescência.

Apesar de todas as normas e manuais técnicos estabelecidos pelo ministério da saúde e rede do SUS para saúde integral de adolescentes e jovens e prevenção da gravidez na adolescência, percebemos que as USF´s do município de Tangará da Serra - MT ainda estão carentes nesse aspecto, nos deparamos com diversas ações e programas, como; o atendimento Hipertensão e Diabetes (HiperDia), programa de Pré Natal para gestantes, coleta de preventivo na prevenção do câncer de colo de útero para saúde da mulher, puericultura para acompanhamento das crianças, entre outras focadas na saúde do adulto, criança, mulher e idosos.

As USF´s realizam eventualmente palestras de prevenção de gravidez na adolescência e DST´s/AIDS nas escolas da área em que se localiza a unidade, mas o atendimento voltado para saúde do adolescente principalmente na prevenção da gravidez adolescência dentro das USF´s ainda não é uma das prioridades, a USF tem papel importante nesse aspecto por ser uma unidade básica de saúde, onde cabe o serviço de promoção da saúde e prevenção de doenças e não somente de tratamento de sintomas, é ali que se pode acompanhar o paciente detalhadamente e entender ele como um todo, onde mora, com quem mora, como vive e sobrevive, através da equipe multiprofissional podemos fazer um trabalho completo conhecendo sobre cada família residente da área, sendo assim esse o local muito apropriado pra o atendimento voltado para saúde do adolescente.

Sabe-se que o número de partos na adolescência seria reduzido e teríamos cidadãs adultas cada vez mais felizes, se tivéssemos aparelhos sociais eficientes e efetivos e políticas públicas destinadas às necessidades das adolescentes e de suas famílias e não as do (s) sistema (s) político (s) e econômico e de seus formuladores. Quando isto ocorrer, teremos adolescentes mais saudáveis, vivendo sua cidadania plena. Adolescentes esses que afirmaram sua personalidade, com excelente desenvolvimento sexual e capacidade reprodutiva, com a

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concretização dos projetos de vida, desenvolvimento espiritual e autoestima e independência (ARAÚJO, 2001).

1.3 Ações de Enfermagem na Prevenção da Gravidez de Adolescentes nas Unidades de Saúde da Família.

Iremos mostrar no presente capítulo as ações de enfermagem presentes nas Unidades de Saúde da Família na prevenção de gravidez na adolescência, referenciando e tangenciando o papel do enfermeiro dentro dessas unidades.

A Portaria nº 648/GM de 28 de março de 2006. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) (...) (BRASIL, 2007, p. 10).

A Unidade de Saúde da Família – USF, que classifica como uma Unidade Básica de Saúde – UBS, onde se utiliza o Programa de Saúde da Família – PSF, foi implantada em 1994, caracterizando - se como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial que tem por base a implantação de equipes multiprofissionais que atuam nessas unidades e são responsáveis por um número predeterminado de famílias localizadas numa área delimitada.

A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde (...). Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social (...) A Atenção Básica tem a Saúde da Família como estratégia prioritária para sua organização de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2007, p. 13).

O Programa de Saúde da Família (PSF) aplicado nas Unidades de Saúde da Família (USF) faz com que a equipe multiprofissional se integre e se torne mais próximos das

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famílias e suas realidades, fazendo assim não somente a parte curativa, mas também a promoção da saúde e conseqüentemente assim a prevenção da doença e/ou agravos.

Souza (2000, p. 25), nos ajuda a entender melhor esse programa, dizendo que:

A estratégia do PSF propõe uma nova dinâmica para a estruturação dos serviços de saúde, bem como para a sua relação com a comunidade e entre os diversos níveis de complexidade assistencial. Assume o compromisso de prestar assistência universal, integral, equânime, contínua e, acima de tudo, resolutiva à população, na unidade de saúde e no domicílio, sempre de acordo com as suas reais necessidades, identificando os fatores de risco aos quais ela está exposta e neles intervindo de forma apropriada (SOUZA 2000, p. 25).

Segundo o Ministério da Saúde (2007) para implantação das Unidades Saúde da Família se torna necessário a existência de uma equipe multiprofissional responsável por no máximo, 4.000 habitantes, com jornada de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus integrantes essa equipe deve ser composta por, no mínimo; um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (ACS) suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família e no caso das equipes de saúde bucal, se torna necessário um cirurgião dentista e auxiliar de consultório dentário.

A estrutura das Unidades de Saúde da Família deve conter no mínimo um consultório médico, um consultório odontológico e um consultório de enfermagem, uma recepção com local para arquivos e registros, uma sala de cuidados básicos de enfermagem, uma sala de vacina, uma farmácia para entrega de medicamentos pactuados nacionalmente e materiais adequados ao elenco de ações propostas e existência e manutenção regular de estoque dos insumos necessários para o funcionamento das unidades (BRASIL, 2007).

Podemos concluir aqui que o Ministério da Saúde pretende priorizar a atenção básica através das Unidades de Saúde da Família, reorganizando-a e revertendo a forma atual de prestação de assistência à saúde.

Ainda é predominante no país o modelo assistencial caracterizado “pela prática hospitalocêntrica” e individualizada, pela utilização irracional dos recursos tecnológicos disponíveis e pela baixa resolutividade, gerando alto grau de insatisfação para todos os participantes do processo – gestores, profissionais de saúde e população que utiliza os serviços (Programa Saúde da Família. Rev Saúde Pública, 2000; 34(3):316-9.).

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Desta forma, percebemos que a assistência não está mais centrada à doença, mas, sim na promoção da saúde e na prevenção dos fatores que a colocam em risco, gerando novas práticas e aplicando a integralidade entre os trabalhos clínicos e assim proporcionando aumento da qualidade de vida.

Nesse contexto, destacamos que o enfermeiro da USF tem sido um profissional de grande importância, junto com a equipe, na construção desse novo modelo de atenção à saúde, este profissional desenvolve seu trabalho dentro da unidade e na comunidade, apoiando e supervisionando o trabalho do agente comunitário de saúde e da equipe de enfermagem. O enfermeiro desenvolve atividades variadas, buscando sempre um atendimento eficiente.

Segundo o Ministério da Saúde p.46/47 (2007) são atribuições legais do enfermeiro dentro da USF:

I - realizar assistência integral às pessoas e famílias na USF e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários.

II - realizar consultas de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever medicações, observadas as disposições legais da profissão e conforme os protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, os gestores estaduais, os municipais ou os do Distrito Federal.”

III - planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos Agentes Comunitário de Saúde (ACS);

IV - supervisionar, coordenar e realizar atividades de educação permanente dos ACS e da equipe de enfermagem;

V - contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do Auxiliar de Enfermagem, e auxiliar de dentista; e

VI - participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF. (Os ítens I e II estão com nova redação, conforme Portaria Nº 1.625, de 10 de julho de 2007). (BRASIL, 2007, P.46/47)

O enfermeiro tem papel fundamental dentro das Unidades de Saúde da família, pois ele está inserido direta ou indiretamente em todas as ações desenvolvidas nesse local, porque cabe a ele o papel de organizar e coordenar todas as atividades que são realizadas dentro das Unidades, o enfermeiro tem a capacidade e competência de implantar juntamente com a secretaria de saúde ações voltadas para saúde do adolescente.

Fortuna (2005) completa essa afirmação dizendo que é papel do enfermeiro da Estratégia Saúde da Família, desenvolver ações de promoção à saúde, prevenção de doenças e prestação de cuidados específicos à população adolescente, como por exemplo, grupo de adolescente, atividades físicas de integração, orientação sobre sexualidade, planejamento familiar, entre outras.

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O enfermeiro é o profissional de ensino superior que exceto em dias de visitas domiciliares se encontra dentro das unidades as oitos horas diárias, e pode prestar esse atendimento ao adolescente quando o mesmo procurar o serviço de saúde, destacando também que ele possui um consultório próprio que pode ser realizados as consultas individualizadas com esses adolescentes.

A atuação do enfermeiro, como de toda a equipe de saúde, tem as ações centradas na tríade promoção, prevenção e assistência, sendo as duas primeiras de maior relevância no processo de trabalho que vai ao encontro dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. As ações de promoção da saúde são consideradas de grande relevância, para co-responsabilidade e fortalecimento do vínculo na relação enfermeiro e adolescente. A promoção da saúde permeia transversalmente todas as políticas, programas e ações da saúde, com o desafio de constituir a integralidade e equidade (GURGEL et. al. 2008 p. 01).

O enfermeiro é o responsável por realizar a consulta de enfermagem ao adolescente, fazendo com que o mesmo procure o serviço de saúde pelo menos uma vez ao ano, nessas consultas devem ser observados: a higiene, alimentação, orientação anticonceptiva, orientação para exercício da sexualidade com segurança, vacinas, encaminhamento para outras secretarias, vinculação escolar, risco de violência sexual, drogas, evasão escolar, fuga de casa; devem se agendar retorno se necessário, priorizando as situações de riscos e notificações de violência contra crianças e adolescentes. (Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais, 2006).

É de extrema importância que estratégias de prevenção de gravidez na adolescência sejam implantadas nas Unidades de Saúde da Família, e observamos que cabe ao enfermeiro a organizar e fazer com que essas estratégias se tornem presentes dentro da unidade de saúde em que trabalha. Apesar da saúde do adolescente geralmente não estar presentes nas Unidades de Saúde da família, cabe ao enfermeiro lutar por essa idéia fazendo com que elas existam e que o adolescente seja informado sobre os trabalhos existentes e convidá-lo a participar do mesmo, orientando-o para agendar sua consulta.

Bonzanini et. al. (2010) nos ajuda a concluir a importância desse trabalho, dizendo que a assistência de enfermagem deve expor sua habilidade ao realizar um atendimento eficaz a estes pacientes, sempre, mostrando-se solidário e evitando julgamentos. [...] O profissional enfermeiro tem espaço e capacidade para planejar atividades com o objetivo de sensibilizá-los a repensar o seu exercício e sua responsabilidade na sexualidade, através de grupo de adolescente, programas de educação sexual, acesso a orientação e

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métodos contraceptivos, ou mesmo prestando assistência integral e holística a mãe adolescente.

O fato é que o papel do enfermeiro forma uma união significativa e inteligente as estratégias da saúde da família, essa junção de profissional e local, se completam nas ações voltadas a saúde do adolescente e na prevenção da gravidez na adolescência.

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2. METODOLOGIA

2.1 Área de Estudo

A pesquisa foi realizada no município de Tangará da Serra – MT, localizado na região Sudoeste do Estado de Mato Grosso conhecida como Médio Norte está a 240 quilômetros da capital de Cuiabá (ROSA, 2008). Tangará da Serra possui uma área de aproximadamente 11.565.976 Km² e uma população de 83.431 habitantes (IBGE, 2010), dos quais mais de 90% residentes na área urbana.

Atualmente o município possui dez Unidades de Saúde da Família existentes em diferentes bairros de Tangará da Serra que utilizamos como universo amostral, tendo como recorte da amostra os Programas desenvolvidos pelas enfermeiras responsáveis pela Unidade de Saúde com foco na prevenção da gravidez na adolescência.

2.2 Sujeitos da Pesquisa

Foram realizadas entrevistas com as dez enfermeiras coordenadoras das Unidades de Saúde da Família de Tangará da Serra através de roteiros semi-estruturados, as mesma foram entrevistadas mediante termo de consentimento livre e esclarecido proposto pelo comitê de ética da UNEMAT (Universidade do Estado de Mato Grosso). Esta pesquisa não ofereceu nenhum risco e nenhum benefício direto, apenas benefícios de caráter social, os sujeitos foram voluntários e suas identidades foram preservadas. (RESOLUÇÃO CNS 196/96).

2.3 Método de Investigação e Tipo de Estudo

A pesquisa desenvolvida foi definida como qualiquantitativa, pois segundo Richardson (1999) a pesquisa qualitativa tem como fundamento descrever a complexidade de

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determinado problema, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento de particularidades do comportamento dos indivíduos. E a pesquisa quantitativa impõe uma estrutura predeterminada aos inquiridos, homogeneíza a coleta de dados e permite interferências mais padronizadas (MOTTA, 1999).

Para Minayo (2000), o conjunto de dados quantitativos e qualitativos, não se opõem. Ao contrário, se complementam, pois a realidade abrangida por eles interage, dinamicamente, excluindo qualquer dicotomia.

A pesquisa qualiquatitativa permite que o pesquisador faça um cruzamento de suas conclusões de modo a ter maior confiança nos dados (GOLDENBERG, 2000).

Também foi abordada a pesquisa bibliográfica, pois esta permitiu que se fizesse a análise de documentos, a atividade de localização e consulta de fontes diversas de informação escrita, para coleta de dados gerais ou específicos a respeito do tema (CARVALHO, 2002).

Essa pesquisa não possibilita apenas mera repetição do que já foi escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras (MARCONI; LAKATOS, 2003).

E a observação que segundo Lakatos et. al. (1996) ajuda o pesquisador a identificar e obter provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento e também obriga o pesquisador a ter um contato mais direto com a realidade.

2.4 Amostra

O método de amostragem escolhido para o estudo foi a amostragem não aleatória, e intencional. Pois segundo Polit et. al.(2004), a amostragem não aleatória implica na inclusão das pessoas mais convenientemente disponíveis como participantes do estudo. Os sujeitos foram incluídos no estudo à medida que estes se apresentaram num local preciso (USF), (Fortin, 1999).

A coleta dos dados foi realizada à base de entrevistas semi-estruturadas que segundo Mattos (2005), nessa entrevista o investigador tem uma lista de questões ou tópicos para serem preenchidos ou respondidos, como se fosse um guia. A entrevista tem relativa

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flexibilidade. As questões não precisam seguir a ordem prevista no guia e poderão ser formuladas novas questões no decorrer da entrevista.

Essas entrevistas foram aplicadas às dez coordenadoras das Unidades de Saúde da Família de Tangará da Serra mediante termo de consentimento livre e esclarecido proposto pelo comitê de ética da UNEMAT (Universidade do Estado de Mato Grosso).

Após a autorização do secretário de saúde e do coordenador das USF, também realizamos a coleta de dados na Secretária de Saúde de Tangará da Serra, para a análise do índice de adolescentes gestantes encontrado nas USF no ano de 2010 através do cadastro do SIS/prénatal (Sistema de Informação do acompanhamento do Pré-Natal) /DataSus Departamento de Informática do Sistema único de Saúde).

2.5 Análises dos Dados

Esta etapa consistiu em três fases; primeiro passo foi realizada a categorização dos dados, levando se em conta o próprio questionário. Segundo, o procedimento foi tabulação dos dados a partir do Programa Excel, utilizando gráficos e tabelas. A terceira parte consistiu na análise comparativa dos dados das entrevistas através do diálogo com a literatura do referencial.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Organização e Análise dos Dados

Procuramos analisar as ações de enfermagem existentes nas Unidades de Saúde da Família de Tangará da Serra para prevenir a Gravidez na Adolescência, investigando a existência das mesmas, verificando quais são elas e como são realizadas pela enfermagem, através da coleta da opinião das enfermeiras a respeito das ações desenvolvidas na prevenção da gravidez da adolescência nas Unidades de Saúde da Família.

De início analisamos os dados coletados na Secretaria de Saúde de Tangará da Serra para termos acesso ao índice de gestantes adolescentes presentes nas USF´s do ano de 2010.

Para a realização da presente pesquisa foram entrevistadas dez Enfermeiras coordenadoras das dez Unidades da Saúde da Família existentes em Tangará da Serra, tendo como primeira parte análise do Índice de Adolescentes Gestantes nas Unidades de Saúde de Tangará da Serra, em seguida traçou-se o perfil das entrevistadas com descrição do sexo e da idade, as questões foram direcionadas relacionando as ações preventivas e atendimento ao Adolescente na USF. Verificou-se como é realizada a procura pelos adolescentes à Unidade de Saúde da Família, qual o conhecimento das enfermeiras a respeito dos programas de saúde voltados aos adolescentes e por último qual a opinião das enfermeiras a respeito das ações de enfermagem na prevenção da Gravidez na Adolescência nas USF.

3.2 Índices de Adolescentes Gestantes nas Unidades de Saúde de Tangará da Serra.

Conforme ilustrado no gráfico 1, percebemos que nas USF´s de Tangará da Serra existe um número elevado de adolescentes grávidas, de um total de 377 gestantes atendidas nas Unidades e cadastradas no SISprénatal no ano de 2010, 110 gestantes eram adolescentes, o que corresponde aproximadamente 29% da população gestantes.

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Gráfico 1. Relação do número de gestantes adolescentes e não adolescentes. Fonte: SISPrénatal/Datasus/Adaptado pelo Pesquisador.

Esses dados coincidem com o do Brasil e estado do Mato Grosso; no Brasil no ano de 2007 foram registrados 2.795.207 nascimentos no país, dos quais 594.205 (21,3%) foram de mães com idade entre 10 e 19 anos e o estado do Mato Grosso apresentou em 2005, um índice de 27.30% de gravidez na adolescência, também na faixa etária de 10-19 anos, considerando as variações entre as regiões. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010/ SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO MATO GROSSO, 2007).

Esses dados elevados são preocupantes devido as possíveis consequências que uma gravidez precoce pode trazer para saúde da adolescente.

A gravidez na adolescência pode trazer eventuais problemas de saúde para a mãe e a criança. As conseqüências de uma gravidez antecipada são inúmeras e pode acarretar vários transtornos para os jovens envolvidos, principalmente para a mulher. Uma adolescente grávida está sujeita a diversas complicações corporais, sendo que entre elas podemos destacar as mais comuns, como por exemplo, aumento da massa corporal, desproporção da pelve, anemia e laceração do colo uterino, hipertensão, complicações no parto, disfunções uterinas, infecções durante a gravidez, hemorragias pós-parto e mortalidade. Uma gravidez na adolescência exige um acompanhamento mais rigoroso, para evitar algumas complicações que podem levar a mãe e ou o feto à morte (SIQUEIRA, 1981; COSTA et al, 2002; YAZLLE et al., 2002).

Isso faz com que se tornem necessárias maiores intervenções por parte dos órgãos públicos Unidades de Saúde, se esse índice continuar crescendo teremos cada vez mais sujeitos com complicações de saúde.

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3.2 Identificação

De acordo com os gráficos 2 e 3, todos os sujeitos da pesquisa são do sexo feminino de idade entre 20 e 35 anos, sendo a predominante a idade entre 26 e 30 anos.

Gráfico 2. Sexo dos sujeitos da pesquisa.

Gráfico 3. Idade das enfermeiras participantes da pesquisa.

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Esses dados podem facilitar o atendimento às adolescentes do sexo feminino, pois as mesmas podem se sentir a vontade sendo atendida por alguém do mesmo sexo para busca de informações sobre sexualidade e métodos anticoncepcionais, porém dificultaria o atendimento e a procura por adolescentes do sexo masculino, a idade também pode ser analisada como um fator a favor desse atendimento, pois está próxima a fase da adolescência, sendo considerada nesta pesquisa entre 10 a 19 anos, entendendo melhor assim as transformações que ocorrem nessa fase da vida.

3.3 Ações Preventivas e Atendimento ao Adolescentes na USF.

Os gráficos 4 e 5 ilustram a existência ações preventivas realizadas nas USF´s para gravidez na adolescência e do atendimento individualizado ao adolescente.

Das dez entrevistadas, de acordo com o gráfico 4, quatro das entrevistadas responderam que não existe nenhuma prática de prevenção a gravidez na adolescência na Unidade em que atua.

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Gráfico 5. Existência de atendimento individualizado ao adolescente na USF.

Das seis entrevistadas que responderam “SIM”, questionamos também, quais seriam essas ações e tivemos como respostas:

“SIM. Palestras em escolas, sala de espera e orientações faladas e através de folders e álbum seriado (SUJEITO 1).”

“SIM. Geralmente palestras e orientações individuais com cada adolescente (SUJEITO 2).”

“SIM. Educação em saúde em escola e sala de espera (SUJEITO 5).”

“SIM. Educação em saúde com a coletividade, através de palestras educativas nas escolas de abrangência da UBS, onde são ressaltados, como tema: sexo seguro, métodos preventivos e contraceptivos e distribuição de preservativos masculinos (SUJEITO 6).”

“SIM. Ação realizada através de palestras educativa muitas vezes através de alunos de enfermagem e medicina (SUJEITO 7).”

“SIM. Somente nas escolas palestras educativas.”

Apesar das enfermeiras acima relatarem que existem ações preventivas para gravidez na adolescência, percebemos que a maioria dessas ações acontece nas escolas, ambiente externo a USF, apesar de essa prática ser de grande importância, pois é na escola aonde se encontra maior número de adolescentes reunidos, destacamos que o atendimento individual ao adolescente com prática de ações voltadas a gravidez na adolescência dentro das USF não acontece no município.

Ao questionarmos sobre a existência de atendimento individualizado ao adolescente na USF, conforme o gráfico 5, apenas uma respondeu que “SIM”, dizendo:

Referências

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