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Relatório ambiental do PDM de Oliveira de Frades

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Academic year: 2021

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Relatório ambiental do PDM de Oliveira de

Frades

Equipa técnica

Paulo Pereira

Miguel Peixoto

Pedro Marta

FEVEREIRO

DE

20

Município de Oliveira de Frades | IDEIAS Sustentáveis

Relatório ambiental do PDM de Oliveira de

2015

Município de Oliveira de Frades | IDEIAS Sustentáveis

1

(2)

2

Índice geral

1 - Introdução ... 6

1.1 - Sumário Executivo ... 6

1.2 – Enquadramento ... 7

1.3 - Objectivos e metodologia de AAE ... 8

2 - Objecto de avaliação ... 12

2.1 – Antecedentes ... 12

2.2 – Objectivos do Plano Director da Municipal de Oliveira de Frades ... 14

2.3 – Razões para submeter o plano a uma AAE ... 16

3 - Factores Críticos para a Decisão (FCD) ... 17

3.1 - Quadro de Referência Estratégico (QRE) ... 17

3.2–CARACTERIZAÇÃO DOS FACTORES AMBIENTAIS... 28

3.2.1 CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO ... 28

3.2.2 – ATMOSFERA E FACTORES CLIMÁTICOS ... 30

3.2.3 – SOLO ... 32 3.2.4 – ÁGUA ... 36 3.2.5 – BIODIVERSIDADE ... 38 3.2.6 – FLORA ... 40 3.2.7 – FAUNA ... 41 3.2.8 – PAISAGEM ... 41 3.2.9 – PATRIMÓNIO CULTURAL ... 42

3.2.10 – BENS MATERIAIS E INFRA-ESTRUTURAS ... 45

3.2.11 – ECONOMIA, POPULAÇÃO E SAÚDE HUMANA ... 48

4. –AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA DOS FACTORES CRÍTICOS DE DECISÃO PARA O PDMOF .... 52

4.1 –INTRODUÇÃO... 52

4.2 – FCD 1 Bem-estar humano... 55

4.2.1 – Critérios e indicadores ... 55

4.2.2 – Situação de referência e avaliação de tendências ... 56

4.2.3 – Oportunidades e riscos ... 60

4.3 – FCD 2 - Riscos associados ... 61

4.3.1 - Critérios e indicadores ... 61

4.3.2 – Situação de referência e avaliação de tendências ... 61

4.3.3 – Oportunidades e riscos ... 64

(3)

3

4.4.1 - Critérios e indicadores ... 65

4.4.2 – Situação de referência e avaliação de tendências ... 65

4.4.3– Oportunidades e riscos ... 70

4.5 – FCD 4 – Património natural e cultural ... 72

4.5.1 - Critérios e indicadores ... 72

4.5.2 – Situação de referência e avaliação de tendências ... 72

4.5.3– Oportunidades e riscos ... 80

4.6 – FCD 5 – Recursos Naturais e qualidade do ambiente ... 81

4.6.1 – Critérios e indicadores ... 81

4.6.2 – Situação de referência e avaliação de tendências ... 81

4.6.3– Oportunidades e riscos ... 90

5.– Directrizes de seguimento e monitorização ... 91

5.1 - Directrizes para mitigação e monitorização e seguimrnto ... 91

5.2 - Quadro de governança, planeamento e programação ... 98

6. Análise de alternativas ... 99

(4)

4

Índice de figuras

Figura 1 – Diagrama representando o desenvolvimento sustentável ... 7

Figura 2 – Diagrama ilustrando a definição dos Factores Críticos de Decisão da AAE ... 8

Figura 3 - Geografia do concelho: Freguesias e modelo de elevação ... 30

Figura 4 – Gráficos ombrotérmicos para Viseu (A) e Viseu (B) ... 31

Figura 5 – Serra do Caramulo ... 33

Figura 6 - Litologia ... 34

Figura 7 - Principais condicionantes do concelho ... 35

Figura 8 – Rio Vouga ... 37

Figura 9 – Despesas em ambiente (Oliveira de Frades, Dão Lafões, Centro e Portugal - INE 2007) ... Erro! Marcador não definido. Figura 10 – Localização do SIC da Arada Freita e do Cambarinho ... 39

Figura 11 – Bosque de ribeira: galeria ripícola ... 40

Figura 12 – Estrutura etária da população (INE, 2007) ... 49

Figura 13 – percentagem de emprego por sociedades anónimas ... 58

Figura 14 – Evolução da população em Oliveira de Frades por sector de actividade (Censos 1981, 1991 e 2001) ... 58

Figura 15 – Carta de risco de incêndio (Fonte:IGOE) ... 62

Figura 16 – Fogos ocorridos entre 1990 e 2002 ... 63

Figura 17- Carta de ocupação do solo ... 66

Figura 18 – Bosque natural de carvalho ... 67

Figura 19- Representação da albufeira da barragem de Ribeiradio ... 67

Figura 20- Principais vias rodoviárias no concelho ... 68

Figura 21- Áreas urbanas no concelho ... 70

Figura 22 – apatura pequena (esquerda), borboleta rara presente no concelho de OlIVEIRA DE FRADES e narcissus cylcamineus (direita), presente no cimo do caramulo ... 72

Figura 23 – Macromia splendens é considerada a libélula mais rara da Europa e foi descoberta recentemente em Portugal; em cima à direita, distribuição actual em Portugal, com as novas localidades no Vouga; em baixo, distribuição em Oliveira de Frades (foz do Lordelo, Teixeira e Porto de Areias) ... 73

Figura 24 – Presença de espécies com importante valor conservacionista ... 74

Figura 25- Perímetros florestais ... 76

Figura 26 – Floresta potencial na região centro... 76

Figura 27 – Eixo arqueológico de grande valor e estrada romana em Oliveira de frades. ... 77

Figura 28 – Vista aérea de Oliveira de Frades ... 78

Figura 29 – Empreendimento hidroelétrico de Ribeiradio (a azul na imagem) ... 79

Figura 30 – Acumulação de resíduos não perigosos ... 83

Figura 31 – Acumulação de resíduos junto à FERTIGRE ... 85

Figura 32 – Precipitação anual em Oliveira de Frades ... 86

(5)

5

Índice de quadros

Quadro 1 – Relação entre as exigências legais do RA e a estrutura deste relatório ... 11

Quadro 2 – Convergências entre o PROF (2005) e o PDMOF ... 18

Quadro 3 – Convergências entre o PMDFCI e o PDM de Oliveira de Frades ... 19

Quadro 4 – Convergências entre o Plano de Bacia do Vouga e o PDMOF ... 21

Quadro 5 – Convergências entre o PROT-C e o PDMOF ... 22

Quadro 6 – Convergências entre o PNDR e o PDMOF ... 25

Quadro 7 - Convergências entre oPERSU II e o PDMOF ... 26

Quadro 8 – Convergências entre o PEAASAR II e o PDMOF ... 26

Quadro 9 – Convergências entre o Enquadramento Europeu e o PDMOF ... 28

Quadro 10 - Nº de Sociedades, por actividades ... 50

Quadro 11 – âmbito e objectivos de avaliação dos FCD ... 54

Quadro 12 –Critérios e indicadores para o FCD1 ... 55

Quadro 13 – Tipologia dos parques Industriais da região ... 57

Quadro 14 Alguns indicadores sobre a região ... 59

Quadro 15 – Oportunidades e riscos para o FCD1 ... 60

Quadro 16– Critérios e indicadores para o FCD2 ... 61

Quadro 17 – Oportunidades e riscos para o FCD2 ... 64

Quadro 18– Critérios e indicadores para o FCD3 ... 65

Quadro 19 – Oportunidades e riscos para o FCD3 ... 70

Quadro 20 – Critérios e indicadores para o FCD4 ... 72

Quadro 21 – oportunidades e riscos do fcd 4 ... 80

Quadro 22 – Critérios e indicadores para o FCD5 ... 81

Quadro 23 – Gestão de Resíduos na MArtifer ... 83

Tabela 24 – Oportunidades e riscos para o FCD5 ... 90

Quadro 25 – Indicadores para o FCD1 ... 92

Quadro 26 – iNDICADORES PARA O FCD2 ... 93

Quadro 27 – INDICADORES PARA O FCD3 ... 94

Quadro 28 – INDICADORES PARA O FCD4 ... 95

Quadro 29 – INDICADORES PARA O FCD5 ... 97

Quadro 30 – QUADRO DE GOVERNAÇA, PLANEAMENTO E PROGRAMAÇÃO ... 98

(6)

6

1

-

I

NTRODUÇÃO

1.1 -

SUMÁRIO EXECUTIVO

O presente relatório pretende determinar o âmbito da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) a que está sujeita a Revisão do Plano Director Municipal de Oliveira de Frades (PDMOF). A Definição do âmbito consiste na identificação e selecção das questões ambientais mais significativas que podem ser afectadas pelos potenciais impactes ambientais causados pela implementação da Revisão PDMOF. Esta fase é de grande importância para a eficácia do processo de AAE (sendo um procedimento obrigatório segundo o artº. 5º do D.L. nº 232/2007, de 15 de Junho) pois permite garantir a qualidade do AAE e o envolvimento antecipado das entidades e grupos do público interessado, reduzir o potencial conflito de interesses e facilitar a decisão. No âmbito das Propostas de Definição do Âmbito apresentadas, foram identificadas as questões chave relativas às alternativas possíveis às principais propostas da Revisão do PDM, mais sensíveis sob o ponto de vista ambiental, permitindo assim concentrar os esforços de forma direccionada para as áreas potencialmente conflituosas e sugerir atempadamente alternativas capazes de mitigar os efeitos negativos no ambiente e na saúde humana.

Os critérios determinados para a escolha das alternativas são os seguintes: • As boas práticas (directrizes) para a sustentabilidade ambiental do concelho • A solução que se enquadre mais no espírito da directiva do DL 232/2007 • A solução mais económica

Os factores críticos resultantes do exercício de “scoping” são os seguintes:

(1) Bem-estar humano (população, saúde e bens materiais) (2) Riscos naturais e tecnológico e alterações climáticas (atmosfera, factores climáticos) (3) Ordenamento territorial (bens materiais, população e paisagem) (4) Património culturais e natural (biodiversidade, fauna, flora, património cultural) (5) Recursos naturais e qualidade do ambiente (solo, água, atmosfera).

(7)

7

1.2 –

ENQUADRAMENTO

Como se depreende, o objectivo da AAE, é garantir o desenvolvimento sustentável do estabelecimento da Revisão e Ampliação do PDMOF, através da análise de todos os factores ambientais pertinentes.

FIGURA 1 – DIAGRAMA REPRESENTANDO O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Desenvolvimento sustentável é “o desenvolvimento capaz de satisfazer as necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades”

O desenvolvimento sustentável concilia harmoniosamente a componente ambiental (conservação do ambiente), social (equidade e desenvolvimento social) e económica (crescimento económico). Por isso, a harmonização da conservação do património natural e cultural com o desenvolvimento industrial (factor de crescimento económico), beneficiando preferencialmente as populações locais (atenuando das assimetrias sociais) é o paradigma do desenvolvimento sustentável, já que os recursos naturais e o ambiente, passam a ser uma importante mais-valia para a estratégia de desenvolvimento, podendo mesmo potenciar o crescimento económico através da valorização do território.

Social

Desenvolvimento

Como chegamos ao equilíbrio dos três Vértices?

►Ambiente

►Desenvolvimento e equidade social

► Desenvolvimento económico Visão ► Planos e Estratégias ► Regras e Regulamentos ► Capital Financeiro ► Capital Humano

► Capital Ambiental e qualidade de vida

► Capital Cultural e património

(8)

1.3 -

OBJECTIVOS E METODOLO

Com a avaliação ambiental (art. 1º da directiva), pretende

protecção do ambiente e contribuir para a integração das considerações ambientais preparação e aprovação do PDM

sustentável, entendendo como avaliação ambiental (alínea b) art. 2º da directiva; alínea a), art. 2º do DL 232/2007) a identificação, descrição e avaliação dos eventuais efeitos significativo no ambiente resultantes do PDMOF

realização de consultas públicas (participação pública e consulta das entidades com responsabilidade ambiental definidas na legislação) e na ponderação dos resultados obtid decisão final sobre o PDMOF.

FIGURA 2 – DIAGRAMA ILUSTRANDO

Os passos metodológicos a desenvolver para a realização do Relatório Ambiental são: • Identificação e caracteriz

ambientais.

• Elaboração de um “Relatório de Factores Críticos” da avaliação ambiental, a submeter a consulta institucional (fase já concluída)

• Elaboração de um relatório de Avaliação Ambiental E presente fase).

BJECTIVOS E METODOLOGIA DA AAE

Com a avaliação ambiental (art. 1º da directiva), pretende-se estabelecer um nível elevado de protecção do ambiente e contribuir para a integração das considerações ambientais

ção do PDMOF, com vista a promover um desenvolvimento industrial sustentável, entendendo como avaliação ambiental (alínea b) art. 2º da directiva; alínea a), art. 2º do DL 232/2007) a identificação, descrição e avaliação dos eventuais efeitos significativo

o ambiente resultantes do PDMOF, concretizada na elaboração de um relatório e na realização de consultas públicas (participação pública e consulta das entidades com responsabilidade ambiental definidas na legislação) e na ponderação dos resultados obtid

.

DIAGRAMA ILUSTRANDO A DEFINIÇÃO DOS FACTORES CRÍTICOS DE DEC

Os passos metodológicos a desenvolver para a realização do Relatório Ambiental são: Identificação e caracterização de todos os locais geradores de potenciais

Elaboração de um “Relatório de Factores Críticos” da avaliação ambiental, a submeter a (fase já concluída)

Elaboração de um relatório de Avaliação Ambiental Estratégica (“Relatório Ambiental”

8 se estabelecer um nível elevado de protecção do ambiente e contribuir para a integração das considerações ambientais na OF, com vista a promover um desenvolvimento industrial sustentável, entendendo como avaliação ambiental (alínea b) art. 2º da directiva; alínea a), art. 2º do DL 232/2007) a identificação, descrição e avaliação dos eventuais efeitos significativos , concretizada na elaboração de um relatório e na realização de consultas públicas (participação pública e consulta das entidades com responsabilidade ambiental definidas na legislação) e na ponderação dos resultados obtidos na

ORES CRÍTICOS DE DECISÃO DA AAE

Os passos metodológicos a desenvolver para a realização do Relatório Ambiental são:

geradores de potenciais conflitos

Elaboração de um “Relatório de Factores Críticos” da avaliação ambiental, a submeter a

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9 Os Factores ambientais pertinentes para a avaliação ambiental estratégica (FA no diagrama), com as questões estratégicas fundamentais do PDMOF e com o quadro de referência estratégico para a avaliação ambiental (QRE no diagrama - que sintetizam as macro-orientações da política local, regional, nacional, europeia e internacional em matéria de ambiente) constituem a matéria-prima para definição dos Factores Críticos de Decisão. Esta inter-relação está expressa na figura Figura 2.

Os factores ambientais definem o âmbito ambiental relevante, orientado pelos factores ambientais legalmente estabelecidos. Os factores ambientais estão definidos na alínea e) do n.º1 do art. 6º do Decreto-Lei n.º 232/2007 de 15 de Junho, e são: biodiversidade, população, saúde humana, fauna, flora, solo, água, atmosfera, factores climáticos, bens materiais, património cultural, incluindo o património arquitectónico e arqueológico e a paisagem. Os factores ambientais a analisar, e que contribuem para os FCD, devem ser ajustados a cada caso específico, função da focagem estratégica, da escala de avaliação e, consequentemente, da sua relevância. Destes factores os mais pertinentes para a área de intervenção do PDM são a socio-económica, ordenamento do território, biodiversidade e recursos naturais. O âmbito da AAE deve incidir sobre os factores ambientais descritos na legislação (alínea e) do n.º1 do art. 6º do Decreto-Lei n.º 232/2007 de 15 de Junho) e integrar qualquer elemento contido no PDMOF que esteja em potencial conflito ambiental com a REN, RAN, Rede Natura ou Perímetros florestais, o que implica uma comunicação com as autoridades competentes ou em casos extremos um pedido de desafectação assim como outras componentes do PDMOF que devem entrar no âmbito quando possam causar efeitos ambientais negativos de acordo com a legislação nacional (ENDS) e europeia. A determinação do âmbito deverá ainda ter em consideração a natureza dos interesses nacionais e dos riscos ambientais potenciais, a possibilidade de mitigar os efeitos ambientais negativos através de acções compensatórias e quaisquer efeitos adversos para o ambiente ou que possam vir a afectar negativamente a sociedade civil relacionados com a implementação do novo PDMOF.

O Relatório de Factores Críticos para a Decisão (RFCD) corresponde à conclusão da primeira fase do processo de Avaliação Ambiental (AA) e destina-se a estabelecer o alcance da AAE, bem como o alcance e o nível de pormenorização da informação a incluir no relatório final, o que corresponde a uma exigência legal.

Este RFCD deverá ser sujeito a parecer das entidades com responsabilidades ambientais específicas, embora a boa prática recomende que o mesmo RFCD deva igualmente ser oferecido para consulta de todos os agentes relevantes (esta fase foi já concluída e as

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10 considerações feitas pelas autoridades ambientalmente competentes incorporadas neste relatório ambiental).

O Relatório Ambiental (RA) deve satisfazer os requisitos legais, que ficam assegurados com a aplicação da metodologia proposta, com o pormenor e a escala compatíveis com o objecto de avaliação, e correspondente à análise e avaliação efectuadas. Preferencialmente deve ser preparado um RA preliminar para obter comentários dos agentes relevantes do público e das entidades públicas e privadas junto com um rascunho do plano ou programa em fase da respectiva discussão pública. Desta forma possibilita-se a integração no RA final de todos os comentários e contributos necessários obtidos junto dos agentes relevantes.

A preparação do RA final, deve constituir o corolário de todas as actividades realizadas, tendo em conta as análises e avaliações conduzidas e os contributos obtidos através do envolvimento das autoridades competentes e dos agentes interessados, relevantes naquelas fases. O relatório ambiental final deverá constituir um registo escrito de todo o processo conduzido até à submissão do processo de aprovação do plano ou programa, e deverá acompanhar a versão final do plano ou programa, conforme é legalmente exigido (Partidário, 2007 e D.L. 232/2007). A estrutura deste relatório ambiental segue com exactidão o estipulado no nº 1 do artigo 6º do Decreto-Lei n.º 232/2007 de 15 de Junho, que estipula que “Juntamente com o plano ou programa sujeito a avaliação ambiental, a entidade responsável elabora um relatório ambiental no qual identifica, descreve e avalia os eventuais efeitos significativos no ambiente resultantes da aplicação do plano ou programa, as suas alternativas razoáveis que tenham em conta os objectivos e o âmbito de aplicação territorial respectivos […]” (ver coluna da esquerda do Quadro 1, para uma descrição pormenorizada da estrutura do RA a que a lei obriga). Sem prejuízo do proposto por Partidário (2007), este relatório ambiental repete uma parte substancial do RFCD, para corresponder ao espírito do Decreto-lei n.º 232/2007 de 15 de Junho (Quadro 1) e para que o RA tenha uma leitura autónoma do RFCD, facilitando assim o processo de consulta pública da AAE.

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11

QUADRO 1 – RELAÇÃO ENTRE AS EXIGÊNCIAS LEGAIS DO RA E A ESTRUTURA DESTE RELATÓRIO

No nº 1 do artigo 6º do Decreto-Lei n.º 232/2007 de 15 de Junho

Estrutura do presente relatório

a) Uma descrição geral do conteúdo, dos principais objectivos do plano ou programa e das suas relações com outros planos e programas pertinentes;

Capítulo 1 “Introdução e capítulo 2 “Objecto de avaliação”

b) As características ambientais das zonas susceptíveis de serem significativamente afectadas […]

Capítulo 3.2 “Caracterização dos factores ambientais” do Decreto-Lei n.º 232/2007 para o PDMOF.

c) Os problemas ambientais pertinentes para o plano ou programa […]

Capítulo 4 deste RA “Avaliação ambiental Estratégica” no apartado de “Situação existente e avaliação de tendências” d) Os objectivos de protecção ambiental

estabelecidos a nível internacional, comunitário ou nacional que sejam pertinentes para o plano ou programa […]

Capítulo 3.1 “Quadro de Referência Estratégico”. A informação previamente presente no RFCD foi alterada de acordo com o parecer da CCDR – centro e incluída no RA

e) Os eventuais efeitos significativos no ambiente decorrentes da aplicação do plano ou do programa […]

Capítulo 4 deste RA “Avaliação ambiental Estratégica” no apartado de “Situação existente e avaliação de tendências” e “Oportunidades e riscos”

f) As medidas destinadas a prevenir, reduzir e, tanto quanto possível, eliminar quaisquer efeitos adversos significativos no ambiente resultantes da aplicação do plano ou programa;

Capítulo 5.3 “Directrizes de seguimento”

g) Um resumo das razões que justificam as alternativas escolhidas

Capítulo 6 “Análise de alternativas h) Uma descrição das medidas de controlo

previstas em conformidade com o disposto no artigo 11.º;

Capítulo 5.3.2 “Directrizes para monitorização”

i) Um resumo não técnico das informações referidas nas alíneas anteriores.

A elaborar depois da consulta às autoridades competentes, corrigindo e alterando o RA de acordo com o parecer.

(12)

12

2

-

O

BJECTO DE AVALIAÇÃO

2.1 – ANTECEDENTES

A intenção da Câmara Municipal de rever o PDM surgiu em finais da década passada com os primeiros sinais de insuficiência da disponibilidade de solos urbanos na vila face à procura e crescimento populacional recente, assim como a ampliação prevista ao parque industrial de Oliveira de Frades e a construção da barragem de Ribeiradio, sobre o rio Vouga.

Com base no levantamento de toda a informação actualizada disponível sobre o território concelhio (nomeadamente topográfica), foi elaborado o estudo final da Revisão do PDM, cuja proposta, foi já aceite pela comissão técnica de acompanhamento respectiva e foi objecto de parecer favorável da C.N.R.E.N., relativamente às áreas a desafectar da Reserva Ecológica Nacional. A proposta visa adaptar o concelho às novas realidades de desenvolvimento. Por outro lado, esta revisão respeita os regimes das reservas incluídas na área de intervenção (Ecológica Nacional e Agrícola Nacional). A Câmara Municipal encetou um processo de suspensão parcial do P.D.M., tendo sido estabelecidas um conjunto de Medidas Preventivas. Entretanto, as Medidas Preventivas foram publicadas no início de 2008 em Diário da República.

O PDM tem como principais etapas no seu desenvolvimento duas fases essenciais: (1) PDM em vigor, executado no início da década de 90.

(2) Fase de revisão, iniciada no início desta década e em fase final de execução.

A deliberação de elaboração da presente revisão foi tomada em Outubro de 1997, na vigência do Decreto-Lei n.º 69/90, de 2 de Março, tendo concretamente os estudos sido iniciados em Abril de 1999, ainda naquela vigência. Em Novembro de 1999 entrou em vigor um novo regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial, publicado pelo Decreto-Lei n.º 380/99 de 22 de Setembro, que revogou o referido Decreto-Lei n.º 69/90.

Uma vez que a presente revisão se encontrava em fase de elaboração/acompanhamento, não tendo ainda ocorrido a aprovação pela Assembleia Municipal de Oliveira de Frades, ficou sujeita ao regime previsto no Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, o qual foi entretanto alterado e republicado, pelo Decreto-Lei n.º 310/2003, de 10 de Dezembro.

Os trabalhos foram pois iniciados em Abril de 1999, por uma equipa local da Câmara Municipal, constituindo-se um gabinete do Plano Director Municipal, orientada por uma

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13 equipa consultora exterior ao Município. Os técnicos pertencentes à Comissão Técnica da revisão do Plano Director Municipal reuniram com aquelas equipas e com o Executivo Camarário, fornecendo elementos e informações para o desenvolvimento dos trabalhos de revisão.

O trabalho realizado em campo, as informações do Sr. Presidente da Câmara Municipal e dos Serviços Municipais e a cartografia à escala 1/10 000 foram fundamentais para elaborar uma proposta de ordenamento adaptada à realidade.

Ao longo da revisão foram também tidos em conta os pedidos de particulares tendo em vista alterar e/ou acertar perímetros urbanos e industriais, nomeadamente no sentido de inserir ou retirar parcelas. Foram ainda recebidas algumas sugestões feitas por Presidentes de Junta de Freguesia.

A delimitação do solo urbano fez-se com base em trabalho de campo, onde foram identificados os espaços com potencialidades construtivas, quer ao nível das condições do terreno, quer das infra-estruturas já existentes. A protecção de valores naturais e/ou paisagísticos e de pequenos cursos de água foi outro critério para a delimitação deste tipo de solo.

Paralelamente, foram desenvolvidos estudos sectoriais que forneceram informação de base importante para proceder a alterações no plano: carta educativa, carta do património, mapa do ruído, estudo da protecção às captações de água, estudo da poluição dos cursos de água e aquíferos pelas explorações agro-pecuárias, estudo das densidades populacionais nos perímetros urbanos, etc.

Relativamente à agro-pecuária foi feito um levantamento da localização das explorações existentes, o qual foi bastante útil na definição de um limite entre solo urbano e espaço agrícola ou florestal, de forma a viabilizar aquela actividade e a garantir condições de salubridade no solo urbano.

No decurso da revisão dos perímetros urbanos, foi efectuada uma análise que tendo por base as áreas dos perímetros e a população neles residente nos censos de 1991 apontasse no futuro para uma situação sem grandes diferenças no que diz respeito à densidade populacional e à oferta de terrenos urbanos ou urbanizáveis, nos diversos aglomerados urbanos.

(14)

14

2.2 – OBJECTIVOS DO PLANO DIRECTOR DA MUNICIPAL DE OLIVEIRA DE FRADES

O artigo 84.ºdo DL n.º 380/99 de 22 de Setembro e sucessivas alterações – regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial, descreve o objecto do Plano Director Municipal, como sendo estabelecer “o modelo de estrutura espacial do território municipal, constituindo uma síntese da estratégia de desenvolvimento e ordenamento local prosseguida, integrando as opções de âmbito nacional e regional com incidência na respectiva área de intervenção”. A necessidade de alteração do PDM tem como motivações: (a) a alteração da política de saneamento básico no que respeita ao tratamento dos resíduos sólidos urbanos (adesão ao Sistema do Planalto Beirão) implica que seja alterada a planta de ordenamento para disponibilizar para outros fins os terrenos afectos ao tratamento de resíduos sólidos; (b) a adequação do PDM ao PROT, PROF, PBH, Rede Natura, Ribeiradio (PNBH); (c) a existência de uma nova estratégia industrial para o concelho, a qual se poderá resumir nas seguintes medidas com a criação de 4 zonas industriais localizadas nas seguintes áreas geográficas: Arca/Varzielas; Ribeiradio, Arcozelo das Maias e São João da Serra e a necessidade de proceder ao aumento da Zona Industrial de Oliveira de Frades, situada a 2 Km da sede de concelho, com a consequente alteração do uso do solo que estava previsto na Planta de Ordenamento do Plano Director Municipal e (d) a construção da Barragem de Ribeiradio, (que não foi possível incluir no estudo do Plano Director Municipal em revisão por falta de elementos disponíveis), pela importância que terá na regularização do Baixo Vouga e no reforço do abastecimento de água do Sistema do Carvoeiro, implica que se reveja o Plano Director Municipal, pelas seguintes razões: alterações a perímetros urbanos existentes, alterações ao nível da rede viária, novas condições para a vida das populações dos aglomerados marginantes, criação de condições para o aproveitamento agro-turístico da albufeira, destacando-se as actividades turísticas compatíveis com a sua classificação, novas condições para as demais actividades económicas afectadas ou suscitadas e ainda a anulação do solo submergido.

O PDM é um instrumento de natureza regulamentar orientado para a gestão urbanística, sendo os seus objectivos também orientados nesse sentido. Para além da resposta às questões de gestão urbanística, espera-se que o plano esteja preparado para uma aplicação e implementação fácil.

Os objectivos que se identificaram e consideraram de cariz estruturante e estratégico para o desenvolvimento do concelho estão implícitos na proposta de revisão do plano, esperando-se deste modo que a sua implementação o e respeito pelas suas disposições regulamentares, contribuam para a concretização desses objectivos estratégicos.

(15)

15 Os vectores estratégicos subjacentes à proposta de ordenamento e às propostas de planeamento contém um nível estratégico e um nível operacional que estão pensados com uma visão em termos de prazo, correspondente ao tempo de vigência previsto para o plano. Os objectivos do PDM dividem-se por 5 temáticas, de acordo com a enumeração que se segue:

(1) RESPONDER ÀS NECESSIDADES DE SOLO URBANO DA VILA DE OLIVEIRA DE FRADES: Promover a consolidação e a qualificação das áreas urbanas

a. Alargar a presente área urbana de acordo com as necessidades de crescimento da vila.

b. Fomentar a qualidade ambiental da vila. c. Melhorar a qualidade de vida urbana

d. Fomentar a instalação de novos equipamentos públicos. e. Melhorar as infra-estruturas da vila.

(2) MELHORIA DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS: Promover a salvaguarda e promoção ambiental,

a. Melhorar o tratamento de águas residuais do concelho.

b. Segurança, protecção civil e defesa da floresta contra incêndios

c. Estudar e monitorizar as condições ambientais dos aquíferos e suas margens. d. Salvaguarda e promoção ambiental, segurança e protecção civil e defesa de

floresta.

e. Integrar paisagisticamente todas as intervenções previstas. f. Incorporar os critérios ambientais exigidos por lei.

(3) ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO CONCELHO DE OLIVEIRA DE FRADES a. Planeamento e programação de áreas de intervenção

b. Acessibilidade e mobilidade interna e externa e apoio social

c. Promover acções de planeamento e monitorização, programação de áreas de intervenção e protecção do património.

d. Concelho como espaço de localização de actividades.

(4) RESPONDER ÀS NECESSIDADES DE EXPANSÃO DO PARQUE INDUSTRIAL DE OLIVEIRA DE FRADES:

(16)

16 b. Ampliar o Parque Industrial de Oliveira de Frades. Assegurar uma ampliação

que garanta a continuidade da parte consolidada.

c. Fomentar a instalação de novas empresas do sector das energias renováveis. d. Tornar a zona industrial de Oliveira de Frades como uma referência Nacional

relativamente ao sector das energias renováveis.

(5) APROVEITAMENTO DA ALBUFEIRA DE RIBEIRADIO PARA FINS MÚLTIPLOS: a. Melhorar a captação de água para abastecimento público e rega; b. Permitir a instalação de investimentos de índole turística.

c. Melhorar a qualidade ambiental dos recursos paisagísticos e dos aquíferos envolventes.

2.3 – RAZÕES PARA SUBMETER O PLANO A UMA AAE

A gestão integrada dos Sectores de Actividade Económica, nos quais se incluem as zonas industriais, deverá ter a AAE como ferramenta de gestão ambiental, permitindo integrar os critérios de sustentabilidade no seu desenho e na sua futura gestão. Baseado numa postura pró-activa, a AAE deverá colocar ao mesmo nível os factores ambientais, sociais e económicos, desde a planificação à fase de implementação do PDM, passando pela concretização da expansão da vila e da ZI de Oliveira de Frades. Com a gestão integrada é possível tirar o máximo proveito socioeconómico dos novos solos ocupados por habitações, equipamentos e indústrias, garantindo simultaneamente a sustentabilidade ecológica do território afectado. De acordo com o estabelecido na alínea a) do n.º1, do art.º3, do D.L. nº 232/2007, de 15 de Junho, todos os planos, incluindo os de pormenor estão sujeitos a Avaliação Ambiental Estratégica. Após as orientações emitidas pela DGOTDU, e não se encontrando a Revisão do PDM em fase de consulta pública, o Município de Oliveira de Frades decidiu avançar com a Avaliação Ambiental Estratégica para a Revisão. Por outro lado, a AAE é aplicada a todos os planos que sejam estratégicos à escala do promotor, e a Revisão do PDM é um plano estratégico para o concelho de Oliveira de Frades, essencial para dar resposta à procura dos empresários, nomeadamente à importante expansão do Parque Industrial, Finalmente, a AAE do PDM de Oliveira de Frades permite um acompanhamento atento do desenvolvimento económico da região, acautelando eventuais problemas que possam surgir e que ponham em causa o desenvolvimento sustentável e harmonioso de Oliveira de Frades. É no entanto necessário apostar numa planificação antecipada, precisa e normativa que conduza a uma realidade territorial sustentável.

(17)

17

3

-

F

ACTORES

C

RÍTICOS PARA A

D

ECISÃO

(FCD)

3.1 - QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO (QRE)

O Quadro de Referência Estratégico (QRE) aplicado no PDMOF deve ter como objectivo os níveis de protecção ambiental fixados no âmbito internacional, comunitário europeu, estatal e regional que tenham relação com o PDMOF, incluindo os que estiverem relacionados com zonas de protecção ambiental e espaços de protecção especial; o QRE deve ainda seguir as directrizes e obrigações jurídicas que resultem da aplicação de outros planos, incluindo as que determinam os planos hierarquicamente superiores (ex. PROT, Plano de Bacia Hidrográfica do Vouga e PROF).

O desenvolvimento sustentável das populações humanas é a prioridade que emana de todo o Quadro de Referência Europeu (Directiva quadro da água, Directiva quadro da paisagem, Directiva habitats, Futura Directiva Quadro do Solo, diversas convenções para a biodiversidade e para a conservação do património arqueológico, arquitectónico e construído). A conservação dos recursos naturais só é efectiva se existir uma aproximação integrada dos ecossistemas, considerando a correcta ordenação e uso sustentável dos ecossistemas humanizados como pedra fundamental na conservação dos recursos naturais do nosso planeta.

No caso de Portugal e da região de Oliveira de Frades, é necessário considerar as particularidades locais, como o elevado risco de incêndios florestais, o considerável desordenamento urbano e rural que urge travar, a grande diversidade biológica patente também no vale do Vouga e o enorme valor patrimonial e paisagístico do nosso mundo rural. Os critérios de sustentabilidade para o desenvolvimento do PDM de Oliveira de Frades deverão incluir a conservação dos recursos e a sua recuperação, o uso do território de acordo com as suas capacidades biofísicas e a manutenção da diversidade biológica.

PROF (2005)

O PROF (2005) apresenta como objectivos gerais (n.º 3 do Artigo 5º da Lei nº 33/96 de 17 de Agosto) a Avaliação das potencialidades dos espaços florestais, do ponto de vista dos seus usos dominantes; a definição de o elenco de espécies a privilegiar nas acções de expansão e reconversão do património florestal, identificar os modelos gerais de silvicultura e de gestão dos recursos mais adequados; bem como definir áreas críticas do ponto de vista do risco de incêndio, da sensibilidade à erosão e da importância ecológica, social e cultural, bem como das normas específicas de silvicultura e de utilização sustentada dos recursos a aplicar a estes espaços.

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18 Relativamente à edificação nos espaços florestais, o PROF recomenda que esta deva ser fortemente condicionada ou interdita nos casos, respectivamente, de elevado ou muito elevado risco de incêndio. Para este efeito, o zonamento do risco de incêndio e as medidas definidas no âmbito dos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) devem ser anexados aos instrumentos municipais de ordenamento do território; o PROF determina como indicadores para a floresta da sub-região entre Vouga e Mondego da qual faz parte o PDMOF a diminuição do eucalipto (de 63% para 40%), a manutenção do pinheiro bravo (30%) e o aumento do carvalhal (de 4% para 25%) até 2045, para um desenvolvimento sustentável da floresta na região. Como funções determinantes para a sub-região entre o Vouga e o Mondego onde se integra Oliveira de Frades, estão a produção lenhosa (função principal) e a protecção contra a erosão (função secundária). O PROF é ainda a referência para determinar os indicadores e as directrizes para o sector da floresta, tendo especial relevância para a gestão das faixas combustíveis nos perímetros das áreas urbanas e industriais; do PROF emanam algumas recomendações pertinentes para a futura gestão desta faixa combustível, a desenvolver em sede do Relatório Ambiental no factor crítico de decisão correspondente. O Quadro 2 sumariza as relações entre o PROF Dão Lafões e o PDM de Oliveira de Frades.

QUADRO 2 – CONVERGÊNCIAS ENTRE O PROF (2005) E O PDMOF PDMOF PROF (2005) Promover a consolidação e a qualificação das áreas urbanas Melhorar a qualidade de vida urbana Promover a salvaguarda e promoção ambiental Segurança, protecção civil e defesa da floresta contra incêndios Planeamento e programação de áreas de intervenção Gestão fundiária Determinação de faixas de protecção, para gestão de combustível

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Determinação como indicadores para a floresta da sub-região entre Vouga e Mondego, a diminuição do eucalipto (de 63% para 40%), a manutenção do pinheiro bravo (30%) e o aumento do carvalhal (de 4% para 25%) até 2045

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Aumento da resiliência do território aos incêndios

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19 florestais Redução da incidência de incêndios

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Recuperar e reabilitar ecossistemas

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Melhoria da eficácia do combate e gestão e gestão de incêndios florestais

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Legenda: Ligação nula ou fraca +; Ligação média ++; Ligação forte +++

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI)

O Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) contem as acções necessárias à defesa da floresta contra incêndios e, para além das acções de prevenção, inclui a previsão e a programação integrada das intervenções das diferentes entidades envolvidas perante a eventual ocorrência de incêndios, visando operacionalizar ao nível local e municipal as normas contidas na legislação de DFCI.

Nomeadamente do Decreto-Lei nº 124/2006, de 28 de Junho no ponto 1 do Artigo 10.º, a elaboração e gestão das acções preconizadas no PMDFCI, estão de acordo com as características específicas do concelho de Oliveira de Frades, e enquadradas no sistema de planeamento e gestão territorial, estando de acordo com o Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT). O seu conteúdo e estrutura estão definidos na Portaria 1185/2004 e no “Guia Metodológico para Elaboração do Plano Municipal/Intermunicipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios”, elaborado pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF). As suas linhas orientadoras de planeamento florestal estão definidas, a nível nacional, no Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI) e a nível regional, no Plano Regional de Ordenamento Florestal (PROF). Este Plano está, ainda, enquadrado nas orientações estratégicas para a recuperação das áreas ardidas definidas pelo Conselho Nacional de Reflorestação. O Quadro 3 sumariza as relações entre o PMDFCI e o PDM de Oliveira de Frades.

(20)

20 PDMOF PMDFCI Promover a consolidação e a qualificação das áreas urbanas Melhorar a qualidade de vida urbana Promover a salvaguarda e promoção ambiental Segurança, protecção civil e defesa da floresta contra incêndios Planeamento e programação de áreas de intervenção Gestão fundiária Aumento da resiliência do território aos incêndios florestais

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Redução da incidência de incêndios

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Recuperar e reabilitar ecossistemas

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Melhoria da eficácia do combate e gestão e gestão de incêndios florestais

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Legenda: Ligação nula ou fraca +; Ligação média ++; Ligação forte +++

Plano de Bacia

Segundo o plano de bacia hidrográfica (PBH) do rio Vouga, o médio Vouga, que integra para além dos três concelhos de Lafões (Vouzela, São Pedro do Sul e Oliveira de Frades) Vale de Cambra e Sever do Vouga, constitui uma unidade homogénea de gestão. Esta unidade é considerada o centro nevrálgico da bacia hidrográfica do Vouga, já que as serras da Arada e Caramulo constituem obstáculos imponentes capazes de interceptar a precipitação vinda do litoral contribuindo assim para grande parte do caudal do Vouga. No PBH do rio Vouga, verifica-se de uma forma geral que estas massas de água apresentam boa qualidade, e em geral é possível a utilização desta água para fins recreativos ou de consumo. A contaminação por matéria orgânica é a principal responsável pela não satisfação dos objectivos de protecção da vida aquícola; resulta desta constatação a necessidade de melhorar os sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais para garantir a qualidade da água para fins piscícolas nos troços designados como salmonídeos e ciprinídeos. O PBH será ainda essencial para a determinação das directrizes de gestão relativamente aos factores críticos de decisão relacionados com os recursos naturais, recorrendo aos vários instrumentos disponíveis previstos no PBH do rio Vouga: (1) planeamento dos recursos hídricos; (2) normas de

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21 ordenamento ambiental e de actividades antrópicas; (3) quadro de licenciamento de actividades no domínio hídrico; (4) regime económico-financeiro do domínio hídrico. O Quadro 4 sumariza as relações entre o Plano de Bacia e o PDM de Oliveira de Frades.

QUADRO 4 – CONVERGÊNCIAS ENTRE O PLANO DE BACIA DO VOUGA E O PDMOF

PDMOF Plano de bacia Promover a consolidação e a qualificação das áreas urbanas Melhorar a qualidade de vida urbana Promover a salvaguarda e promoção ambiental Segurança, protecção civil e defesa da floresta contra incêndios Planeamento e programação de áreas de intervenção Gestão fundiária Melhorar os sistemas de drenagem e tratamento de águas residuais

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Planeamento dos recursos hídricos

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Gestão de ordenamento ambiental e de actividades antrópicas.

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Licenciamento de actividades no domínio hídrico

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Regulação da actividade económico-financeira do domínio hídrico

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Legenda: Ligação nula ou fraca +; Ligação média ++; Ligação forte +++

PROT-Centro

O PROT-C consagra a defesa do conceito e das políticas de desenvolvimento rural como princípio fundamental de valorização do território, promovendo a concretização de sinergias do rural com o urbano, a assunção do local como espaço de cidadania e a assunção de uma perspectiva territorial para as políticas agrícola e florestal.

Em matéria de infra-estruturas produtivas, é essencial acautelar a concretização de princípios de racionalização e de sustentabilidade financeira e privilegiar a emergência de modelos de nova geração.

(22)

22 A necessidade de níveis elevados de qualidade de vida, a garantia dos equilíbrios ecológicos do planeta, o domínio dos riscos naturais e tecnológicos e a segurança ambiental e de saúde pública constituem fortes exigências da sociedade. O ambiente é também um sector económico completamente assumido como tal, portador de inovação e de criação de empregos.

A gestão sustentável dos recursos naturais e a protecção da biodiversidade constituem outra prioridade, não apenas porque são claramente identificáveis no PNPOT, mas porque a qualidade do conhecimento científico neste domínio é susceptível de influenciar inúmeras estratégias e legislação nacional, no topo da qual se posicionam a Lei-Quadro da Água, a estratégia integrada das zonas costeiras e a transposição da directiva solos.

Relativamente à política de protecção e valorização ambiental, o PROT centro determina ainda: (1) da qualidade do ar e alterações climáticas, potenciar o uso dos recursos naturais com ênfase especial na gestão sustentável e valorização do recurso ar; (2) dos recursos hídricos, assegurar a sustentabilidade das disponibilidades da água como recurso económico, social e ambiental; (3) de solos, promover a sua sustentabilidade no exercício de funções e serviços vitais para o Homem e ecossistemas, nomeadamente, como meio para a produção de bens alimentares e de condições ambientais indissociáveis do necessário equilíbrio ecológico para qualidade da vida humana no território; (4) de florestas, promover o aumento da diversidade dos espaços florestais e garantir o seu equilíbrio multifuncional sustentado; (5) da paisagem, promover a sua diversidade, qualidade e originalidade em estreita associação com o património cultural da Região Centro; (6) da conservação da natureza e da biodiversidade, promover o valor económico e social das zonas de valia ambiental e dos recursos naturais, promovendo uma rede de áreas classificadas numa estrutura de corredores ecológicos, garantindo a conservação e valorização do património natural e de sistemas produtivos agrícolas e florestais que asseguram a conservação de valores naturais e habitats em estado considerado favorável.

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23 PDMOF PROT-C Promover a consolidação e a qualificação das áreas urbanas Melhorar a qualidade de vida urbana Promover a salvaguarda e promoção ambiental Segurança, protecção civil e defesa da floresta contra incêndios Planeamento e programação de áreas de intervenção Gestão fundiária Criar princípios de racionalização e de sustentabilidade, e privilegiando a emergência de modelos de nova geração.

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Potenciar o uso dos recursos naturais com ênfase especial na gestão sustentável e valorização do recurso ar

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Assegurar a sustentabilidade das disponibilidades da água como recurso económico, social e ambiental

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Promover a sustentabilidade dos solos, no exercício de funções e serviços vitais para o Homem e ecossistemas

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Promover o aumento da diversidade dos espaços florestais e garantir o seu equilíbrio

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Promover a diversidade da paisagem, em associação com o património cultural da Região

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Promover a racionalização e sustentabilidade das infra-estruturas produtivas

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Proporcionar serviços de apoio aos utilizadores das zonas industriais

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24

Enquadramento nacional

A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS) estabelece como desígnio mobilizador tornar Portugal, no horizonte 2015, um dos países mais competitivos e atractivos da União Europeia, num quadro de elevado nível de desenvolvimento económico, social e ambiental. O Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) é também um instrumento chave de articulação da política de ordenamento do território com a política de desenvolvimento económico e social, em coerência com a ENDS, bem como com outros dois quadros de referência estratégicos de natureza horizontal, o Programa Nacional de Acção para o Crescimento e o Emprego (PNACE) e o Plano Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (PNDES).

O Plano Nacional Rodoviário (PNR) e o Plano Estratégico de Transportes (PET) preconizam para Oliveira de Frades a existência de um IP (que hoje é a A25) e a existência de transportes públicos (o que acontece com a rede de expressos), estando por isso este Município bem integrado na estratégia de rodoviária e de transportes nacionais, estando muito acessível em toda a sua extensão.

O Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) tem previsto para o período entre 2013 e 2015 a perspetiva de um crescimento anual na ordem dos 3,1%, pelo que Oliveira de Frades se enquadra na estratégia nacional, tendo havido recentemente um aumento da oferta de empreendimento turísticos e de procura dos mesmos. A proximidade a áreas de grande atrativo natural como a serra do Caramulo, o maciço da Gralheira e o rio Vouga são ainda garante de um crescimento da procura turística do território nos anos vindouros, enquadrando-se em vários eixos elencados no PENT como diferenciadores para Portugal com “sítios e paisagens naturais de elevado valor ambiental e cénico”, “vasto e diverso património histórico e cultural”, “cultura popular e tradições genuínas” e “alojamento em meio rural de qualidade e variado”. O turismo de natureza é ainda elencado como uma das apostas a fazer na região centro. A oportunidade da albufeira de Ribeiradio pode ainda ser aproveitada para desenvolver alguns desportos náuticos como a canoagem.

Dado que o Concelho de Oliveira de Frades se encontra numa zona predominantemente rural, o Plano Nacional de Desenvolvimento Rural (PNDR) é sem dúvida uma referência importante a ter em linha de conta. Assim, dos objectivos estratégicos e respectivos princípios orientadores no quadro de Programação do Desenvolvimento Rural para 2007-2013, seleccionámos os seguintes pontos como os mais pertinentes no âmbito do estudo aqui proposto:

(25)

25 I. Ordenamento do espaço rural e Gestão sustentável dos recursos naturais: incide na conservação dos valores naturais e paisagísticos associados ao espaço rural e na valorização dos factores externos positivos criados pelos sistemas agro-florestais, bem como na optimização da utilização dos recursos naturais com vista à durabilidade dos sistemas, com particular incidência na gestão integrada da água e na mitigação dos efeitos das alterações climáticas.

II. Melhoria da qualidade de vida e diversificação da economia nas zonas rurais: desenvolver a atractividade das zonas rurais, através da criação de oportunidades de emprego e do desenvolvimento económico, numa estratégia integrada de diversificação das actividades e de aquisição de capacidades das populações locais. Integra um novo conceito de ruralidade em que a agricultura é, assumidamente, apenas uma das componentes.

III. Reforço da coesão territorial e social: pretende-se uma política pró-activa com base na intervenção pública de dinamização dos territórios sem sustentabilidade endógena económica e social. Este tipo de actuação implica necessariamente que se actue de forma discriminada a determinados níveis sejam eles territoriais ou de natureza social e económica. O Quadro 6 resume a relação entre o PNDR e o PDMOF.

QUADRO 6 – CONVERGÊNCIAS ENTRE O PNDR E O PDMOF

PDMOF PNDR Promover a consolidação e a qualificação das áreas urbanas Melhorar a qualidade de vida urbana Promover a salvaguarda e promoção ambiental Segurança, protecção civil e defesa da floresta contra incêndios Planeamento e programação de áreas de intervenção Gestão fundiária Ordenamento do espaço rural e gestão sustentável dos recursos naturais

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Melhoria da qualidade de vida e diversificação da economia nas zonas rurais

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Reforço da coesão

territorial e social

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Legenda: Ligação nula ou fraca +; Ligação média ++; Ligação forte +++

O Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos 2007-2016 (PERSU II) e o Plano Estratégico de Abastecimento de Águas e Saneamento de Águas Residuais 2007-2013

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26 (PEAASAR II) configuram a estratégia nacional em relação a estes factores, sendo aplicada localmente pelo Município de Oliveira de Frades; os Municípios são o elemento essencial destas duas estratégias, e são eles os principais responsáveis pela sua aplicação, sendo da sua competência a gestão dos resíduos sólidos urbanos e do abastecimento de água e saneamento de águas residuais, tendo como objectivo as metas presentes nas estratégias nacionais. O Quadro 7 e o Quadro 8 sintetizam a relação entre estas estratégias e o PDMOF.

QUADRO 7 - CONVERGÊNCIAS ENTRE OPERSU II E O PDMOF PDMOF PERSU II Promover a consolidação e a qualificação das áreas urbanas Melhorar a qualidade de vida urbana Promover a salvaguarda e promoção ambiental Segurança, protecção civil e defesa da floresta contra incêndios Planeamento e programação de áreas de intervenção Gestão fundiária Apostar na prevenção da produção de resíduos sólidos urbanos

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Evitar a deposição de resíduos biodegradáveis em aterro

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Promover a valorização de resíduos

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Legenda: Ligação nula ou fraca +; Ligação média ++; Ligação forte +++

QUADRO 8 – CONVERGÊNCIAS ENTRE O PEAASAR II E O PDMOF PDMOF PEAASAR II Promover a consolidação e a qualificação das áreas urbanas Melhorar a qualidade de vida urbana Promover a salvaguarda e promoção ambiental Segurança, protecção civil e defesa da floresta contra incêndios Planeamento e programação de áreas de intervenção Gestão fundiária Garantir a universalidade, continuidade e qualidade do serviço de abastecimento de água e de drenagem e tratamento de águas residuais

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27

Garantir a protecção

dos valores ambientais

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Legenda: Ligação nula ou fraca +; Ligação média ++; Ligação forte +++

Enquadramento Europeu

Em 2001 foi aprovada, no Conselho Europeu de Gotemburgo, a Estratégia Europeia de Desenvolvimento Sustentável, centrada nas alterações climáticas, riscos para a saúde pública, recursos naturais e transportes sustentáveis. Por conseguinte, diversos países elaboraram as suas Estratégias Nacionais e respectivos Planos de Implementação. A aprovação pelo Conselho de Gotemburgo de orientações sobre o desenvolvimento sustentável aparece como complemento da Estratégia de Lisboa, aprovada um ano antes, visando tornar a Europa uma das regiões mais competitivas do mundo, baseada no conhecimento e capaz de garantir um crescimento económico sustentável, com mais e melhores empregos e com maior coesão social. Tratou-se de reforçar a componente ambiental, articulando-a com as componentes económica e social. No seu desenvolvimento actual, as duas estratégias completam-se e ambas reconhecem que os objectivos económicos, sociais e ambientais podem reforçar-se mutuamente.

O desenvolvimento sustentável, a que o desenvolvimento e expansões urbanas estão presentemente obrigados, emanam directamente das numerosas Directivas comunitárias que pretendem promover o uso sustentável do território e a conservação dos recursos naturais, em harmonia com o desenvolvimento social e a elevação da qualidade de vida das populações. A futura directiva quadro dos solos, a directiva habitats, a directiva quadro da água, a directiva da paisagem e a Convenção da Biodiversidade, na maioria já transpostas para a lei nacional constituem o Quadro de Referência Estratégico Internacional para o desenvolvimento sustentável e para a definição dos factores críticos a considerar aquando da implementação de um Plano Director Municipal, como é o caso do presente. Muitas das directivas insistem nas mesmas linhas de pensamento, demonstrando a coerência da estratégia Europeia em relação ao desenvolvimento sustentável. Na realidade, numa só directiva (por ex. a directiva da Paisagem) podemos encontrar as linhas mestras para o desenvolvimento sustentável do território defendidas pela União Europeia.

O Esquema de Desenvolvimento do Espaço Comunitário (EDEC), tem como objectivo definir à escala da União Europeia objectivos políticos e princípios gerais de desenvolvimento espacial,

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28 e pretende assegurar um desenvolvimento sustentável equilibrado do território europeu respeitando a sua diversidade. O EDEC lança o desafio: é necessário mudar a abordagem das políticas espaciais, usando novas metodologias de aplicação do conhecimento e, através de parcerias, promover abordagens integradas para a resolução conjunta das dificuldades e desafios, de forma a alcançar um desenvolvimento equilibrado, sustentável, coeso e competitivo para os territórios europeus.

Estes elementos constituem a essência do Quadro de Referência Estratégico para o desenvolvimento sustentável, que resumidamente se encontram manifestos na Estratégia Europeia de Desenvolvimento Sustentável (estratégia de Gotemburgo), centrada nas alterações climáticas, riscos para a saúde pública, recursos naturais e transportes sustentáveis e na Estratégia de Lisboa. O Quadro 9 resume a relação entre o enquadramento e o PDMOF.

QUADRO 9 – CONVERGÊNCIAS ENTRE O ENQUADRAMENTO EUROPEU E O PDMOF PDMOF Enquadramento Europeu Promover a consolidação e a qualificação das áreas urbanas Melhorar a qualidade de vida urbana Promover a salvaguarda e promoção ambiental Segurança, protecção civil e defesa da floresta contra incêndios Planeamento e programação de áreas de intervenção Gestão fundiária Desenvolvimento sustentável equilibrado do território europeu respeitando a sua diversidade

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Desenvolver medidas que visam diminuir os efeitos das alterações climáticas

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Diminuição dos riscos

para a saúde pública

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Gestão sustentável

dos recursos naturais

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Legenda: Ligação nula ou fraca +; Ligação média ++; Ligação forte +++

3.2 – CARACTERIZAÇÃO DOS FACTORES AMBIENTAIS

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29 O concelho de Oliveira de Frades é um pequeno Concelho de charneira entre o litoral e o interior e entre o Norte e o Centro de Portugal.

Pertence ao Distrito de Viseu, à NUT II – Centro e à NUT III – Dão Lafões, encontrando-se delimitado a Noroeste pelo concelho de Vale de Cambra, Poente com Sever do Vouga (ambos pertencentes à NUT II – Norte), Sudoeste com Águeda (que juntamente com os 2 Concelhos atrás referidos integra o distrito de Aveiro), de Sudeste com Tondela, de Nascente com Vouzela e de Nordeste com S. Pedro do Sul. Com estes 2 últimos constitui a chamada região de Lafões. Dista cerca de 300km de Lisboa, 100km do Porto e Coimbra, 45km do mar e 35km de Viseu.

O Concelho é constituído por 12 freguesias, tendo sido criado em 1836, através do desmembramento do antigo Concelho de Lafões.

Situação regional e limites geográficos

A vila de Oliveira de Frades é sede de um Município com 10.634 habitantes (INE 2006), subdividido em 12 freguesias. Trata-se de um dos poucos municípios de Portugal territorialmente descontínuos, constituídos por dois territórios sem continuidade espacial, uma principal, de maiores dimensões, onde se situa a sede de Concelho, e a outra menor, poucos quilómetros para sul. Na sua totalidade, compreende um território com área de 148,20 Km2 distribuídos pelas seguintes freguesias: Arca, Pinheiro de Lafões, São Vicente de Lafões, Arcozelo das Maias, Reigoso, Sejães, Destriz, Ribeiradio, Souto de Lafões, Oliveira de Frades, São João da Serra e Varzielas (Figura 3).

(30)

30

FIGURA 3 - GEOGRAFIA DO CONCELHO: FREGUESIAS E MODELO DE ELEVAÇÃO

3.2.2

A

TMOSFERA E FACTORES CLIMÁTICOS

Clima

Oliveira de Frades possui um microclima próprio, com algumas características de clima mediterrâneo numa matriz de clima marcadamente Atlântico. Encontra-se na transição entre a Beira Litoral/Douro Litoral, de clima mediterrânico com aspectos de clima temperado marítimo com Verões quentes e com alguma humidade e Invernos amenos e chuvosos no vale do rio Vouga e de clima “quase” continental da Beira Interior caracterizado por Invernos frios e chuvosos e Verões quentes e secos, nas montanhas e freguesias do lado nascente. A precipitação ultrapassa os 2000mm anuais na serra do Caramulo e Arada. Nos seus vales e afluentes, devido à forte influência do rio Vouga, são frequentes os nevoeiros, mesmo em pleno Verão – o que “provoca” um vinho muito próprio e especial (o Vinho de Lafões) e influência a paisagem agrícola, as espécies locais e até, indirectamente, a arquitectura tradicional e cultura popular: lameiros, culturas de milho (eiras e espigueiros), vinha de enforcado, população dispersa, etc.). A Figura 31 exemplifica a modelação de uma variável climatológica para Oliveira de Frades.

(31)

31

Temperatura e Precipitação

A

B

FIGURA 4 – GRÁFICOS OMBROTÉRMICOS PARA CARAMULO (A) E VISEU (B)

Todos os dados meteorológicos disponíveis para o Concelho referem-se à estação meteorológica de Viseu e de Caramulo (FIGURA 4), que apesar de se encontrarem fora do

território de Oliveira de Frades representam aproximadamente os extremos observados no Concelho, entre o vale profundo e escavado do rio Vouga (a uma cota de cerca de 100m), as serras da Freita e Caramulo (com altitudes próximas dos 1.000m) e os planaltos intermédios. Como se pode observar na FIGURA 4, as condições climatológicas do Caramulo e de Viseu diferem radicalmente, espelhando as diferenças climatológicas extremas experimentadas no território do Município. Segundo os dados relativos às referidas estações, a média mensal ao longo do ano é de 12,2° para o Caramulo (mínima média 8,2° C e máxima média 16,1° C) e de 13° C em Viseu (mínima média 7,4° C e máxima média 19,3° C). A precipitação varia entre os 1200 mm anuais (Viseu) e os 2337 mm anuais (Caramulo). Estas diferenças extremas estão bem expressas na Figura 31.

Insolação 0 50 100 150 200 250 300 350 400

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

P re ci p it a çã o | T e m p X 1 0 Meses

Caramulo

Precipitação Temperatura 0 50 100 150 200 250

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

P re ci p it a çã o | T e m p X 1 0 Meses

Viseu

Precipitação Temperatura

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32 Para a insolação o valor médio anual é de 2.464 horas de sol para Viseu e de 2.416 para o Caramulo.

Ventos

Relativamente aos ventos dominantes, pelos dados existentes estes são predominantemente do quadrante leste.

Geada

Os registos disponíveis indicam que os meses de Novembro, Dezembro, Janeiro e Fevereiro são os que apresentam maior risco de ocorrência (sobretudo nos 2 últimos meses).

Qualidade do ar

A qualidade do ar é bastante boa em todo o concelho, já que com excepção das aviculturas, não existem indústrias significativamente poluentes no Concelho.

3.2.3

S

OLO

Geomorfologia, Geologia e Solos

Serra da Arada e Freita

A Serra da Arada e Freita, abrange parte dos concelhos de Castro Daire, Arouca, São Pedro do Sul, Vale de Cambra e Oliveira de Frades. Neste último apenas a Freguesia de São João da Serra faz parte. Esta classificação deve-se ao seu gigantesco potencial a nível natural desde os Habitats Naturais raros às espécies de fauna e flora, passando pela paisagem deslumbrante que se revela a cada colina em cada linha de água ou em cada aldeia típica, assim como o património cultural extraordinário. Aqui nascem todos os principais afluentes da margem direita do rio Vouga, nomeadamente os rios Teixeira, Sul e a ribeira de Landeira.

Serra do Caramulo

Tão imponente como o maciço montanhoso das serras da Arada, Freita e Gralheira, a serra do Caramulo, com uma altitude máxima de cerca de 1000 m, limita a sul a região de Lafões. O Caramulo alimenta o rio Alfusqueiro, que atravessa Oliveira de Frades na freguesia de Destriz. Bem implantadas nesta serra estão as freguesias de Arca e Varzielas; a serra do Ladário, que surge na continuidade do Caramulo para lá do Alfusqueiro, é partilhada pela maioria das freguesias do Concelho. As principais altitudes atingem-se nos altos da serra do Caramulo, extremo sul do concelho de Oliveira de Frades (lugar da Bezerreira, freguesia de Varzielas)

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33 possuindo magníficas paisagens de todo o vale de Lafões, do Planalto Beirão e mesmo do oceano Atlântico. Dominam os verdes fortes da paisagem: o pinheiro bravo, o tojo e a giesta cobrem a maioria do solo; aqui e além aparecem clareiras de prados e lameiros verdejantes, que tomam várias tonalidades conforme as estações do ano.

FIGURA 5 – SERRA DO CARAMULO

Geologia

De acordo com a carta geológica da região (FIGURA 6), o Concelho enquadra-se dentro da zona Centro-Ibérica (quase sobre o eixo de culminação que passa pela serra da Estrela - serra do Caramulo - Porto).

Possui os seguintes elementos de referência:

• Granitos hercínicos sin-cinemáticos de Lafões-Caramulo, que são típicos desta “antiforma”);

• Tipos rochosos do complexo Xisto-Grauváquico ante-Ordovícico; • Anfibólitos e corneanas anfibolíticas;

Referências

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