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A literatura infantil no contexto da classe hospitalar: diálogos e reflexões

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

MARIA BEATRIZ DA SILVA LUCAS

A LITERATURA INFANTIL NO CONTEXTO DA CLASSE HOSPITALAR: DIÁLOGOS E REFLEXÕES

NATAL 2019

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A LITERATURA INFANTIL NO CONTEXTO DA CLASSE HOSPITALAR: DIÁLOGOS E REFLEXÕES

Artigo Científico apresentado ao Curso de Pedagogia do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do Grau de Licenciatura plena em Pedagogia. Orientadora:

Profª. Dr. ª Jacyene Melo de Oliveira Araújo

NATAL 2019

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A LITERATURA INFANTIL NO CONTEXTO DA CLASSE HOSPITALAR: DIÁLOGOS E REFLEXÕES

Artigo Científico apresentado ao Curso de Pedagogia do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do Grau de Licenciatura plena em Pedagogia.

Artigo apresentada e aprovada em ____/____/____ por Banca Examinadora composta pelos seguintes membros:

______________________________________________________ Profª. Dra. Jacyene Melo de Oliveira Araújo. (Orientadora)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

_______________________________________________________ Prof. Msc. Andréia Gomes da Silva (Examinadora)

PPGEd/CE/UFRN- SEEC/RN

______________________________________________________ Prof. Msc. Senadaht Barbosa Baracho Rodrigues de Oliveira (Examinadora)

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede Lucas, Maria Beatriz da Silva.

A literatura infantil no contexto da classe hospitalar: diálogos e reflexões / Maria Beatriz da Silva Lucas. - 2019.

33f.: il.

Dissertação -Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Educação, Graduação em Pedagogia, Natal, 2020. Orientador: Jacyene Melo de Oliveira Araújo.

1. Classe hospitalar - Dissertação. 2. Literatura infantil - Dissertação. 3. Educação infantil - Dissertação. I. Araújo, Jacyene Melo de Oliveira. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 37

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho especialmente as todas as crianças hospitalizadas e, em especial, aqueles que fez ou faz parte da história da classe hospitalar do HUOL/UFRN, e que em algum momento me mostrou que com tão pouco é possível ser feliz em meio a tanta perda e dor.

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Em primeiro lugar gostaria de agradecer a Deus por ter me dado esta grande oportunidade de viver dias e momentos brilhantes dentro da UFRN, quantos caminhos foram trilhados aqui e quanto pude aprender e levar para minha vida.

Agradecer aos meus pais por toda a oportunidade e ensinamentos direcionados até chegar aqui, a minha mãe por sempre acreditar em mim, e por me mostrar que sem os estudos não alcançamos sonhos tão altos. E aos meus familiares por ser sempre minha torcida favorita.

Aos meus amigos sinceros e verdadeiros, meu muito obrigada pelo caminho que juntos em qualquer momento de nossas vidas compartilhamos alegrias e tristezas, vocês me ensinaram muito.

A minha dupla dinâmica Aline que entre trabalhos, vidas e mais assuntos só veio a acrescentar e me motivar mais com sua sabedoria, sem dúvidas uma grande amizade que irá além da universidade. A Victor que com sua paciência vem a caminhar comigo metade de tudo que aprendi aqui, com amor, obrigada.

E ninguém nada mais que minha Orientadora Professora Jacyene que de perto me oportunizou e muitas vezes pegou minhas mãos para saber que caminho ir sem dúvidas você fez toda a diferença nessa reta final.

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O presente artigo objetiva analisar e observar qual o papel da Literatura Infantil refletida no tratamento de Crianças e Adolescentes hospitalizadas na Pediatria do Hospital Universitário Onofre Lopes - HUOL. Tem como base a abordagem de pesquisa qualitativa de cunho exploratório, bibliográfico, além de produção de dados analisados por meio de entrevistas semiestruturadas com as professoras da Classe Hospitalar e das observações direcionadas aos lócus do estudo. Dessa forma, à luz do referencial teórico estudado sobre o tema, responde-se à questão problema por meio de diálogos e reflexões sobre a contribuição da literatura infantil no aprendizado e seus resultados benéficos, inclusive no tratamento. Espera-se com esta pesquisa contribuir com a discussão sobre a importância da classe hospitalar e do trabalho pedagógico com textos literários infantis nestes lócus, dando possibilidades e recursos aos alunos, desenvolvendo a capacidade de imaginação, a criatividade e a ludicidade. E ainda trabalhar de forma positiva nas emoções dos leitores iniciantes, que encontram a literatura como uma das saídas de sua realidade, o que ocorre com a literatura Infantil no contexto das classes hospitalares. Seguimos no aporte teórico que nos direcionou neste estudo, com base nos autores como: Fonseca (1999), Ceccim (1999), Matos e Mugiatti (2006) e Abramovich (1997). Além dos documentos oficiais que legitima esta modalidade de ensino.

Palavras-chaves: Classe Hospitalar. Literatura Infantil. Educação Infantil. Ensino Fundamental.

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1 INTRODUÇÃO

O trabalho é reflexo da motivação despertada durante a disciplina optativa “Educação em Contexto Hospitalar”, no curso de Pedagogia Presencial da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), ministrada pela Professora Jacyene Melo de Oliveira Araújo, que proporcionou visitas voluntárias na Classe Hospitalar do HUOL, na qual me aproximei do objeto de estudo. Com base nas observações realizadas desenvolvi meu trabalho de conclusão de curso nestes lócus.

Este estudo tem como objetivo compreender a relação da literatura infantil e infantojuvenil no contexto da classe hospitalar e os desdobramentos do trabalho com literatura para aprendizagem e desenvolvimento das crianças e adolescentes.

Ao ouvir uma história é possível construir emoções antes nunca sentidas, como também desenvolver uma maior sensibilidade, facilitando a aparição de sentimentos como medo, raiva, alegria, insegurança e empatia. Em razão disso, lugares novos são descobertos e uma capacidade de imaginação é gerada, sendo esta capacidade definida por Abramovich:

É também suscitar o imaginário, é ter curiosidades respondidas em relação a tantas perguntas, é encontrar outras ideias para solucionar questões. É uma possibilidade de descobrirmos o mundo imenso dos conflitos, dos impasses, das soluções que todos vivemos e atravessamos. (ABRAMOVICH, 1997, p.17)

A importância da classe hospitalar está sendo consolidada e esta tem como objetivo possibilitar o aluno a desenvolver suas habilidades e a continuar as suas atividades pedagógicas. A classe hospitalar se expande no atendimento às crianças e aos adolescentes em muitos hospitais, enfatizando a filosofia humanística, ou seja, colocar o aluno como protagonista principal deste processo. Para isso usa-se a abordagem de pesquisa qualitativa e seus instrumentos metodológicos: análises documentais, observações participativas e entrevistas semiestruturadas com professoras da classe hospitalar.

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Para darmos encaminhamentos as análises foram necessárias o aporte teórico que nos direcionou neste estudo, com base nos autores como: Fonseca (1999), Ceccim (1999), Matos e Mugiatti (2006) e Abramovich (1997). Além dos documentos oficiais que legitima esta modalidade de ensino.

Para isto apresentamos a seguir os pontos que abordaremos neste artigo: iniciamos com uma breve apresentação histórica respaldada pelas leis que constituem o exercício das classes hospitalares no mundo e no Brasil, assegurando como direito à escolarização; o próximo ponto explora a implementação das classes hospitalares no Rio Grande do Norte e seu percurso e demandas da classe hospitalar do HUOL; e, por último, a inserção da literatura infantil e seus benefícios e recursos a serem trabalhados nos hospitais e a relação da leitura e da literatura com as crianças hospitalizadas.

2 CLASSE HOSPITALAR: UM POUCO DO SEU HISTÓRICO

A classe hospitalar segundo Paula (2011) foi criada em meados de 1929 na França por Marie Luoise Imbert, que atuava em hospitais junto a pacientes que ficavam internados por longos tempos. Logo elas se propagaram pela Alemanha e por toda França, Europa e Estados Unidos, com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de crianças tuberculosas. Com a segunda Guerra Mundial (1939- 1945) foi o marco das escolas em hospitais registrado um número enorme de crianças mutiladas e que por consequência se afastaram e foram viver longes das cidades.

Em 1939 na França, Esteves (2007) mostra que foi criado um Centro Nacional de Estudos e de Formação para a Infância Inadaptadas de Sourense CNEFEI, este local tinha como alvo a formação de professores voltada a trabalhar com crianças especiais em hospitais e demais locais que teve sua formação com duração de dois anos e sua missão era mostrar que a escola não era para ser isolada, mas um espaço de interação. Pois logo em seguida naquele mesmo ano foi criado pelo Ministro da Educação da França o cargo oficial de Professor Hospitalar.

Por conta das limitações de frequentar uma sala de aula regular, e focando uma forma de como interferir no crescimento da criança, em sentido

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cognitivo, habilidades e social que começaram a dar início às salas de aula fora da escola para atender a este público de alunos que era impossibilitado de participar de uma instituição escolar.

Logo no Brasil os primeiros atendimentos pedagógicos surgiram durante o século XX nas enfermarias das Santas Casas de Misericórdia em São Paulo. De acordo com Fonseca (1999), a primeira escola em hospitais no Brasil foi criada em 1950 no Hospital Municipal Jesus no Rio de Janeiro, por meio da portaria nº 634. Era feito um diagnóstico sobre os assuntos que a criança estava aprendendo ou o que já sabia para então planejar o cronograma de aulas de modo a dar continuidade ao seu aprendizado. Segundo o mesmo a primeira professora dessa classe chamava-se Lecy Rittmeyer, dando suas primeiras aulas nas enfermarias individualizadas. Em meados de 1958 o Departamento de Educação Primária encaminhou ao Hospital Jesus a professora Esther Lemos Zaborowski que trouxe benefício aos alunos com melhores rendimentos.

Focando nessa perspectiva de inclusão e garantindo a escolarização à criança e ao adolescente que necessitam de internação hospitalar. A legislação brasileira, por meio do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (CONANDA,1995), reconhece o direito à continuidade de escolarização, conforme estabelece a resolução nº 41 de 13 de outubro de 1995, no item 9, que legitima: “O direito a desfrutar de alguma forma de recreação, programa de educação para saúde, acompanhamento do currículo escolar, durante sua permanência hospitalar” (BRASIL, 1995).

Porém a criança e ao adolescente como sujeito de direito na legislação brasileira deu-se em 1988 na Constituição Federal, o artigo 6 cita, “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados” retificando a educação e a saúde como direito da criança. Em 2008 o MEC publica o documento “Política Nacional de Educação Especial na educação inclusiva” define a classe hospitalar como um “ambiente hospitalar que possibilita o atendimento educacional de crianças e jovens internados que necessitam de educação especial e que estejam em tratamento hospitalar” (BRASIL, 1994). Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na

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Educação Básica. Resolução CNE/CEB Nº 2, de 11 de setembro de 2001, o atendimento escolar desses alunos terá início na educação infantil, nas creches e pré-escolas, assegurando-lhes os serviços de educação especial sempre que se evidencie, mediante avaliação e interação com a família e a comunidade, a necessidade de atendimento educacional especializado.

Em âmbito estadual o Rio Grande do Norte possui um histórico de atendimento educacional para crianças e adolescentes em tratamento de saúde desde 2004, com o projeto de extensão com a UFRN na cidade de Caicó na classe hospitalar Sulivan Medeiros. Assim em 2010 através da SEEC/RN por meio da Subcoordenadoria de Educação Especial (SUESP) com a parceria de convênio e implantação das classes hospitalares sobre a responsabilidade da SEEC/RN. Em 2012, o município do Natal através da lei 6.365 de 21 de agosto de 2012 implementa o Programa de Classe Hospitalar, garantindo o direito à escolarização de crianças e adolescentes em tratamento de saúde. Dando início no mesmo ano o Conselho Estadual de Educação do RN (CEE/RN) que foi publicada na resolução n° 03/2016 fixa normas para o atendimento educacional especializado na educação básica, modalidade de educação especial. Ainda em âmbito estadual, recentemente, a lei nª 10.320, de 05 de janeiro de 2018. Dispõe sobre a criação do Programa de Atendimento Educacional Hospitalar e Domiciliar nas Unidades da Rede Estadual de Saúde e dá outras providências. Atualmente, o atendimento educacional hospitalar e domiciliar no Estado do RN funcionam em 10 instituições de saúde, tanto sob responsabilidade pela SEEC/RN por meio do NAEHD/RN por 9 instituições e também pela secretaria Municipal de Educação (SME). Com professores atuando nas Classes Hospitalares entre Público e Privado.

2.1 A inserção da Classe Hospitalar do HUOL: seu percurso

Garantindo o dever e o direito de dar continuidade ao estudos oportunizando o estudante a classe hospitalar na unidade da pediatria do Hospital Universitário Onofre Lopes HUOL foi implementada juntamente como o convênio a Secretaria Estadual da Educação e da Cultura do Estado do Rio Grande do

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Norte -SEEC/RN e a subcoordenadoria de Educação Especial- SUESP, já começando suas atividades no início do ano letivo em março de 2015, cujo seu objetivo era de atender aos pacientes da pediatria do HUOL que se encontrava sem suporte e dar continuação nos estudos no período de tratamentos de crianças e adolescentes internados. Para isto, e contando com o apoio da equipe multidisciplinar: como profissionais de serviço social, médicos, enfermeiros e psicólogos.

As atividades pedagógicas da classe hospitalar do HUOL são realizadas em uma sala no mesmo andar da pediatria, na qual também funciona a brinquedoteca. As responsáveis pelo trabalho pedagógico são duas professoras da SEEC-RN que trabalham cada uma em um turno, matutino e vespertino, com horários fixos e que seguem o calendário letivo da Secretaria. A atividade no turno matutino tem início programado para às 7:30h, concluindo por volta das 11:30h. No turno vespertino começa às 13:30h, concluindo às 16:30h. A classe hospitalar funciona de Segunda-feira até a Quinta-feira, sendo a Sexta-feira destinada para o planejamento e para, a formação dos professores ofertada pela Universidade com a SEEC-RN. Na entrevista foi respondido que as professoras são formadas em pedagogia e para atuarem na classe hospitalar passaram por uma seleção interna e, por conseguinte sua adaptação à rotina do espaço.

A equipe pedagógica na elaboração dos planejamentos direciona algo mais flexível para cada estudante, dando aos estudantes um espaço de mais estímulo ao seu potencial de aprendizagem e que possa minimizar a falta da sua escola regular. Os planejamentos são pensados considerando as necessidades de cada aluno, mas também podem ser aplicados no coletivo, sabendo que a qualquer momento pode haver mudanças na rotina, aspecto que Libâneo explica da seguinte forma:

[...] O planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos da sua organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. O planejamento é um meio para se programar as ações docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação [...]. ( LIBÂNEO, 1991, p. 221)

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A criança ou o adolescente logo que se interna no hospital recebe a visita de uma das professoras, para ter seu primeiro contato com o aluno e com os responsáveis. A partir disso, os direcionamentos são feitos por meio de uma ficha que as professoras preenchem para cada aluno da classe, com questionários de caracterização com aspectos de ordem pessoal e também sobre nível de escolaridade (se está matriculado ou não. Se sim onde? Escola Pública ou privada, dentre outras questões.). A equipe pedagógica da Classe Hospitalar entrar em contato com a escola regular, através de uma carta que apresenta o serviço e solicita também os conteúdos e as atividades que o aluno deveria estar realizando em sua escola, inclusive as atividades avaliativas, dependendo da etapa de ensino.

Além disso, foram observadas que as intervenções na classe hospitalar são pautadas pelo elemento lúdico e são pontuadas pela possibilidade de manifestações artísticas, incluindo a literatura, que exploram a criatividade daquelas crianças, que logo reforçam-se as expectativas de retorno à vida normal. Estes ganhos, por sua vez, podem favorecer a eficácia dos tratamentos médicos empreendidos.

Ao iniciar o dia as atividades são iniciadas com as visitas aos leitos realizadas pelas professoras, para saber como se encontra cada aluno, se ele tem a possibilidade de participar das aulas com os outros colegas na classe hospitalar ou no próprio leito. As atividades são desenvolvidas considerando ser uma classe multisseriada, mas quando o estudante se encontra impossibilitado fisicamente ou mentalmente, o atendimento pedagógico pode ser realizado em outro momento ou, até mesmo, no leito do seu próprio quarto com a presença do Professor. Durante a semana o planejamento vai se adaptando a cada aluno, variando e diversificando as atividades como por exemplo: leitura guiada, leitura compartilhada, fantoches, jogos, contação de histórias, desenhos, dentre outras.

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[...] a literatura infantil é a arte mais importante das artes, pois sua matéria é a palavra (o pensamento, as ideias, a imaginação), exatamente aquilo que distingue ou define a especificidade do humano[...]. (COELHO, 2000, p.10).

Nesse sentido inicialmente torna-se importante saber o que é a literatura. De acordo com Amarilha (2010, p. 90): “sendo a literatura a arte da palavra e comunicação, entendemos que em qualquer contexto de leitura, na escola, na biblioteca, no centro cultural ou em outros espaços, a literatura poderá ser explorada em sua natureza criativa e agregadora”. Ficando explícita a possibilidade de expressão e comunicação através da palavra. Acredita-se que é através da palavra contada na história e da significação que esta pode oferecer ao aluno que a literatura torna-se significativa e expressiva na formação de leitores.

A partir do momento em que a leitura é retomada e ressignificada, é possível perceber a literatura atuando como instigadora do hábito da leitura, podendo estimular crianças, jovens e adultos a desenvolver o hábito de ler. Com isto a importância que está envolvida na ocupação da formação de leitores e o quanto vem estando presente na educação de gerações, abrindo caminhos para viajar pelo mundo da imaginação.

Ao lermos para uma criança estamos possibilitando que ela possa desfrutar não apenas dos textos lidos e das recompensas afetivas e cognitivas que a literatura possa lhe oferecer, mas também a interação no contato direto com os livros por meio da leitura, pois sabemos que estamos possibilitando uma grande descoberta, aguçando a relação entre a imaginação e o mundo real.

Escutar histórias faz com que nosso lado emocional e imaginário possa nos levar e também faça com que diversos tipos de sentimentos brote dentro de nós, como uma criança com pouco conhecimentos de vida ainda aflorando desperta em si uma emoção de sentimentos guiados por: medo, insegurança, raiva, felicidade, compaixão entre outros; como também descobrindo lugares nunca visto ante. Logo desenvolvendo habilidade nunca descoberta, como explica Abramovich (1997, p. 17) sobre a relação do leitor com o texto literário:

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[...] É também suscitar o imaginário, é ter curiosidades respondidas em relação a tantas perguntas, é encontrar outras ideias para solucionar questões.. É uma possibilidade de descobrirmos o mundo imenso dos conflitos, dos impasses, das soluçõe que todo vivemos e atravessamos [...]

Na relação da criança com a leitura em geral dar-se início através do envolvimento dos pais com seus filhos, logo as primeiras contações de histórias são geralmente realizadas, narrando contos, histórias inventadas com a participação das crianças, pois nesse processo é de grande importância incluir o ouvinte vai fazer com que sua imaginação crie semelhança, para que o mesmo se veja como protagonista.

Nessa relação o leitor se tornar apto a construir seu gosto por leituras, como ter seu caminho de descobertas e aprendizagem, a cada leitura feita estimulará a mais descoberta da sua própria imaginação, como colocado por Bordini (1985, p. 27): “Ler é conhecer, mas também conhecer-se, é integrar e integra-se em novos universos de sentidos, é abrir e ampliar perspectivas pessoas, é descobrir e atualizar potencialidades”. Como essa era em que estamos de ter sempre a comunicação como meio de interagir, o leitor se abre a novos horizontes, com interpretações de muitas linguagens e símbolos para não formar leitores com uma única interpretação, mas com capacidade de sintetizar inúmeros contextos e amplitude, não sendo apenas leitores de textos, mas do próprio mundo.

Através da leitura, um universo inesgotável de emoções e informações se abre diante do leitor. A leitura e o mundo para que a partir dela ele possa redimensionar valores e vislumbrar novos horizontes para si e para a sociedade (RESENDE, 1985, p. 52)

Com isso Resende está abordando sobre a leitura de mundo que a literatura proporciona, em como explorar novos olhares e ampliar o que tem ao redor do leitor, formando não apenas mais um leitor, mas transformando o seu processo crítico e consciente para melhor inserção na sociedade, assim podendo ser trabalhado de forma positiva nas emoções dos leitores, que encontram a literatura como saída de sua realidade, o que ocorre com a literatura Infantil no contexto das Classes Hospitalares.

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4 A leitura Infantil na Classe Hospitalar: A leitura Nutrindo a Alma

É por meio do brinquedo e do faz-de-conta que a criança ultrapassa os limites de sua própria compreensão, criando um mundo de desejos realizáveis. (FONTES e VASCONCELOS, 2007 p.287).

Como bem colocam Fontes e Vasconcelos, as histórias infantis tem relevante importância, exercendo um grande fascínio nas crianças e permitem que elas se transportem para um mundo de faz de conta, no qual tudo pode acontecer. A partir disso esse processo permite com que a criança aflore sua criatividade e possa desenvolver o gosto pela leitura, a aquisição de conhecimentos e que por consequência, a ampliação do seu vocabulário. Neste sentido, o autor Coelho (1991) ao analisar algumas obras Clássicas de Literatura Infantil acredita que a leitura tem como finalidade a instrução e o divertimento.

Portanto, um dos papéis que a literatura infantil tem no processo de hospitalização está envolvida com a interação, a imaginação, o entretenimento e a diversão das crianças por meio de uma linguagem de fácil compreensão e que acompanhada de imagens e ilustrações, chame a atenção do aluno.

Quando a criança fica hospitalizada, é observado que milhares de fatores sentimentais surgem, como: o afastamento de sua rotina, saber lidar com procedimentos médicos, os remédios e procedimentos invasivos, e, as próprias limitações que a hospitalização causa no aluno, que nesse contexto também aprende a ser paciente. Isso causa um impacto emocional muito grande, o que vem a ser melhor compreendido dentro do contexto hospitalar.

Segundo Novaes (1998, p.49):

[..] a criança ao ser hospitalizada se vê envolvida em uma grande aventura, com ameaça a seu bem-estar físico e emocional, junto com sua família e os profissionais de saúde. É reconhecido o vínculo existente entre a mente e o corpo, emoção e o sintoma

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físico, em que o mais importante é a criança doente e não a doença da criança.

A leitura precisa ser para criança um transporte para um outro universo no qual ela, como leitora, se transforma em parte da vida de um outro e, passa a ser alguém que ela não é no mundo real. Sendo um dos motivos pelo qual deve ser trabalhada a literatura infantil, dentro das classes hospitalares.

Um dos papéis da escola, incluindo a escola no hospital - classe hospitalar, é ter o compromisso de formar o sujeito com sua capacidade e habilidades, ampliando o seu desenvolvimento e leitura do mundo, sendo consciente dos seus deveres e direitos e a partir disso, criando a capacidade de mudar sua realidade. Nessa perspectiva a natureza da literatura é envolvida numa linguagem simbólica de valores e de liberdade, transformando o leitor no que ele quiser.

As histórias contadas nos livros de literatura infantil são guiadas por sua finalidade de repouso, da qual será o momento em que o aluno irá transformar as suas situações estressantes imediatamente a momentos de relaxamento, possibilitando a criança a se acalmar ouvindo narrativas, como podendo proporcionar laços afetivos de companheirismo entre ouvintes e contadores. Com isto, para ser um contador de histórias não é necessário ter uma única forma a seguir, tendo em vista que é importante ressaltar que através do som das palavras e dos gestos a criança/adolescente sintam-se que vivenciaram aquele momento como dele. Para isto, Matos (2012, p.169) trabalha como o contador de histórias sabe encantar seus ouvindo, afirmando que: “ser pedagogo hospitalar- contador de histórias são por si só uma atividade encantadora. Os sentimentos, emoções e atitude que a criança desenvolve quando participa da contação da história é única”.

Para a realização desta pesquisa foi realizada entrevista semiestruturada coletiva com as duas professoras da rede Pública de ensino que fazem parte da equipe da Classe Hospitalar do HUOL. E, como acordado no termo de consentimento, as suas identidades foram preservadas, e demos nomes fictícios: Professora Flor e Professora Rosa. Ambas professoras são pedagogas de formação, tem entre 30-40 anos de idade e trabalham nesta área há 7 anos; e

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atuam como professoras na Classe hospitalar desta instituição especificamente: Professora Rosa há 4 anos e Professora Flor há 8 meses.

Foram realizadas também observações durante o mês de setembro de 2019, buscando compreender e responder o objetivo deste estudo por meios de observações e acompanhamento da rotina da classe hospitalar, refletindo sobre o papel que a literatura infantil exerce nas vidas dos alunos.

Quando foi questionado às professoras sobre qual a importância que a literatura tem na vida das crianças e adolescentes hospitalizados. Foi respondido que:

Além de oportunizar uma leitura prazerosa ela também leva uma grande carga como no fator da ajuda na questão da imaginação da criança, oportunizando as crianças a um estímulo a mais no quesito imaginação, no faz de conta, sendo uma forma de suavizar aquele contexto em que o aluno se encontra. (FLOR, 2019).

Vejo como algo de grande importância para o aluno e uma saída da sua realidade. (ROSA, 2019).1

A partir das entrevistas podemos perceber como a contação de histórias é de suma importância e precisa ser uma prática habitual tanto nos espaços escolares como familiares, pois incentiva e desenvolve nos alunos inúmeras habilidades e competências, incluindo a sua imaginação. Possibilitando o contato das crianças com os livros, não apenas na escola regular, mas em qualquer contexto, sendo um caminho para o despertar da imaginação, a curiosidade e as descobertas sobre o mundo que a cerca, estimulando para que seja possível construir sua própria realidade.

Nesse contexto Paim (2000, p.104) destaca que:

a leitura é um ato emancipatório, humanizador, transformador. É de suma importância o contato dos alunos com todos os tipos de texto. Mas, a literatura é a porta de entrada para o mundo. É a maneira como se consegue ver o mundo. É a mesma linguagem da criança, por isso ela se identifica tanto. A literatura estimula a criança a pensar, a ver o mundo, ajuda a se conhecer porque o momento em que ela se identifica com os personagens, vive toda a história na perspectiva da personagem. [...].

1

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Quando perguntado as professoras o que elas percebem nas crianças quando estão participando de uma leitura, ou em uma roda de conversas entre outras atividades foi respondido que:

Existe uma interação bem maior nestes momentos, percebendo que a criança tem essa oportunidade de entrar no mundo do faz de conta, que é justamente o que a leitura vem proporcionando, principalmente esta leitura de contos ela conseguir sair deste momento da sua vida. Assim percebemos a maior interação que existe, em especial quando nós como professoras lemos coletivamente para as crianças, pois no término da leitura pedimos para ser feito comentários a respeito da leitura, e a questão também da interação entre as próprias crianças e com as professoras, elas não se intimidam quando abrimos espaço para que tirem suas dúvidas, contem histórias e façam comentários. (FLOR, 2019)

A criança quanto tem essa oportunidade de ler ela se ver como protagonista da sua própria história se transformando no que ela quiser ser. (ROSA, 2019)

Durante o tratamento das crianças hospitalizadas, isso é percebido nas falas das professoras entrevistadas, que logo após a contação de história e durante as rodas de conversas é notado que há uma aproximação entre as crianças para com as professoras, e entre os outros estudantes, pois se socializam de forma mais espontânea, promovendo um sentimento de compartilhamento e intimidade. Neste aspecto Ferreira (2001, p. 57) destaca: “Neste espaço que instaura a ação pedagógica do professor como alguém que promove situações capazes de revitalizar o desejo de ler”.

Machado (2002) traz que a leitura precisa ser prazerosa, trazer animação, cumplicidade e levar a criança a se apaixonar. A leitura precisa ser para criança um transporte para um outro universo no qual ela, como leitora, transforma sua vida imaginando momentos dos quais o leitor pode encontrar nos contos, passando a ser alguém que ela não é no mundo real e explorando sua imaginação.

Em um dos momentos de observações realizados, foi registrado algumas cenas no diário de campo. Aqui estão destacadas duas:

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“Hoje na classe hospitalar foi realizada uma atividade bem interessante e que podemos

ver na demonstração dos alunos, a professora fez uma leitura pequena sobre a chegada dos português no Brasil, todos os alunos prestaram bastante atenção, e ouviu atentamente, em seguida foi mediado para que os alunos recontassem a mesma história por meio dos fantoches que eles próprios iriam construir, nesse momento foi possível ver que um dos alunos mesmo um pouco abatido, pois estava no soro naquele momento e com algumas limitações que o deixou em uma cadeira de rodas, teve uma reação muito animada e ao acompanhá-lo na realização do desenho sua interação com a imagem ao texto lido, assim em seguida foi iniciada a contação de cada aluno que levou seus desenhos e foi recontando a história dos portugueses ao brasil, e ele ao contar a sua olhava cada imagem e associava a história, querendo ainda mais tempo para apresentar, e ao perguntar o que ele mais gostou durante o todo o processo da atividade, foi respondido que poder contar a história do seu jeito e com suas palavras, sabendo que assim também estaria certo .’’

“ A aula deu início com todos os alunos na classe hospitalar, nesse dia tinha um número grande de alunos com idades diferentes, a professora mostrou a capa do livro e perguntou se alguém sabia do que tratava o livro só pela capa, algumas respostas e ela começou a leitura. O livro se chamava “todas as famílias”, ao final da leitura a professora guiou um debate sobre como era a família de cada um aluno e professores falaram, logo após os debates os meninos estavam bem entusiasmado em saber como cada um tinha um tipo de família diferente, e por fim eles foram desenhar e logo após mostrar e explicar como era o modelo que sua família tinha, incluindo todos os alunos e recontando a história a partir de sua história. ’’

É possível identificar nas cenas transcritas acima e também com as entrevistas das professoras, que o envolvimento da criança sempre é facilitada juntamente com o auxílio dos contos literários, do debate pós leitura, com qualquer recurso literário que o apoie sem “cobrar” muito dela, pelo contrário, dando possibilidades para que o aluno seja o que quiser ser, como descrito no caso em que o aluno que mesmo com suas impossibilidades e enfermidades na sua atividade foi exercida com sucesso e entusiasmo, levando-o a contar da sua própria forma, além de transformar uma leitura muitas vezes guiada em debates com alunos de diversas idades. Foi então que observamos e questionamos qual o benefício da literatura no tratamento dos alunos hospitalizados durante seu tratamento. Vamos ver o que dizem as entrevistadas:

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No sentido de proporcionar possibilitar o estímulo, à imaginação, o faz de conta. É sair dessa realidade que a criança em um momento tão cedo de sua vida tem que enfrentar. Tantos como para as crianças menores como para os adolescentes a literatura é a ferramenta necessária, pois é posta como algo ressignificativo, como a partir da literatura abordar assuntos do seu próprio cotidiano, de momentos que cerca a vida do aluno, como poder escutar tudo que o aluno tem a dizer não dando início a trabalhos nos pós contação como por exemplo, dar chances do aluno falar o que pensa. (FLOR, 2019)

O aluno ver os livros em especial os contos como um estímulo para esquecer o que ele passa todo dia. (ROSA, 2019)

Através destas respostas e das observações é possível ver como na Classe Hospitalar destaca a necessidade da escuta do estudante e de como isso pode influenciar de forma positiva o seu tratamento, com isso Ceccim (1997) fala da escuta pedagógica e suas necessidades intelectuais, emocionais e imaginárias, que vem a ser entendido como pontos importantes para serem recuperados. Segundo este autor:

O termo escuta provém da psicanálise e diferencia-se da audição. Enquanto a audição se refere à apreensão/compreensão de vozes e sons audíveis, a escuta se refere à apreensão/compreensão de expectativas e sentidos, ouvindo através das palavras as lacunas do que é dito e os silêncios, ouvindo expressões e gestos, condutas e posturas. A escuta não se limita ao campo da fala ou do falado, [mais do que isso] busca perscrutar os mundos interpessoais que constituem nossa subjetividade para cartografar o movimento das forças de vida que engendram nossa singularidade. (CECCIM, 1997, p. 31)

Sabemos que a rotina do aluno hospitalizado deve ser cansativa, diante de sua necessidade que exerce a enfermidade e sua condição de adoecimento, como durante o dia ter que passar por diversas mudança, à troca de remédios, a rotatividade de pessoas para o observar, entre outras coisas.

Foi questionado quais são as atividades que os alunos da classe hospitalar mais procuram e tem mais interação na Classe, pois deve ser complicado ter algo específico que o aluno tenha de preferência, já que sua mudança de humor, seu

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afastamento dos amigos e outros fatores pode influenciar em suas preferências. Sobre essa situação as professoras responderam:

Os alunos têm uma procura maior por tudo que tem envolvimento com a arte, mas os livros, os fantoches o lúdico como um geral, por isso é importante associar as atividades, trazer os conteúdos mais suave, com maior ludicidade. Com isso temos encontrado maior êxito na construção das atividades escolares com as cores, mais desenhos, mais criação própria do aluno. Agora mesmo desenvolvemos umas atividades com crianças entre 3 anos a adolescentes de 15 anos, juntos fazendo as mesmas atividades e havendo interação em todo o manuseamento das atividades. (FLOR, 2019)

O lúdico como um geral é o que eles têm uma procura maior. (ROSA, 2019

Com isto, a ludicidade tem dominância entre as atividades, sendo explorada pelas professoras. Nesse contexto, o pedagogo hospitalar, desenvolve seu papel no processo de ensino-aprendizagem dessas crianças, que por hora, está interrompido em virtude da sua ausência à escola. Assim, esse profissional não deve limitar a desenvolver seu papel apenas com atividades de passatempo, mas também proporcionar brincadeiras e jogos educativos que sejam prazerosos, interessantes e também desafiantes para estimular a capacidade mental da criança. Criando um ambiente atrativo e motivador capaz de possibilitar interesse, estímulo à criatividade, a oralidade e expressividade, o desenvolvimento da imaginação e principalmente condicionando momentos lúdicos. Como bem afirma Wolf (2011, p.2):

A prática do pedagogo se dará através das variadas atividades lúdicas e recreativas como a arte de contar histórias, brincadeiras, jogos, dramatização, desenhos e pinturas, a continuação dos estudos no hospital. Essas práticas são as estratégias da Pedagogia Hospitalar para ajudar na adaptação, motivação e recuperação do paciente, que por outro lado, também estará ocupando o tempo ocioso.

Para amenizar situações dolorosas o uso da literatura acontece e sempre objetiva a amenizar as tensões proporcionadas pelo processo da hospitalização, visando também que essas crianças se desenvolvam durante o período que se

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encontram afastada do seu convívio social e escolar, como também alimentar e estimular o uso da imaginação.

5 CONCLUSÕES

Na referente pesquisa, podemos observar que apesar da relevância do tema explorado existe, no entanto, um longo caminho a ser ainda percorrido com muitas etapas a serem atingidas, mas com um objetivo único de transformar a educação para todos e, para isto, o trabalhado na Pedagogia Hospitalar vem ocupando seu lugar.

Nesta perspectiva o processo de hospitalização é uma etapa da qual poucos esperam passar, especificamente quando tratado da hospitalização de crianças e adolescentes destaca-se o auxílio da área educacional ao desenvolvimento cognitivo do ser, sem que sua hospitalização o afaste do seu ambiente escolar, pois o aluno irá passar por muitos fatores de mudança física e emocional.

Na tentativa de minimizar os efeitos que a doença provoca e colocando em prática o dever a escolarização, a proposta que as Classes Hospitalares direcionam o planejamento pensando na condição integral de cada aluno, não o tornando especial, mas o centro daquele processo. Dentre estas perspectivas está o uso da literatura Infantil como uma grande contribuição no processo de aprendizagem do aluno, considerando também seus desdobramentos, ou seja, que a literatura beneficia para a sua melhoria e bem-estar.

Durante nossas observações e estudos evidenciamos como a literatura auxilia na aprendizagem e processo de criação e imaginação dos estudantes, abrindo portas e explorando recursos. Com o uso da imaginação as crianças e os adolescentes se tornam mais confiantes de si, possibilitando novos rumo e dando outro sentido à vida!

REFERÊNCIAS

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AMARILHA, Marly. Leitura e Oralidade: escrita e leitura. In: Por que ler? Perspectivas Culturais do ensino da leitura. Dauster, Tania; Ferreira, Lucena (orgs.). Rio de Janeiro: Lamparina, 2010.

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Pedagógico Domiciliar: estratégias e orientações. Secretaria de Educação Especial – Brasília: MEC/SEESP, 2002.

BARROS, Alessandra. Notas Sócio Históricas e Antropológicas sobre a

escolarização em Hospitais. In. SCHILKE, Ana Lúcia, NUNES, Lauane Baroncelli, AROSA, Armando C.(Orgs). Atendimento Escolar Hospitalar: saberes e fazeres. Niterói Ed Intertexto, 2011. P.19-29

COELHO, N. N. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000.

CECCIM, Ricardo Burg, CARVALHO, Paulo R. Antonacci, (orgs.) (1997). Criança hospitalizada: atenção integral como escuta à vida. Porto Alegre: Editora da UFRGS.

ESTEVES, C. R. Pedagogia Hospitalar: um breve histórico. Disponível em: http://www.educacao.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-

educacaosaude/classes-hospitalares/WEBARTIGOS/pedagogia%20hospitalar....pdf. Acesso em: 10 de out. de 2019.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes e fazeres necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

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FONSECA, Eneida Simões da. Atendimento Escolar no Ambiente Hospitalar. São Paulo Memnon., 2003.

FONTES, R.S. e VASCONCELLOS, V.M.R. O Papel da educação no Hospital: Uma reflexão com base nos estudos de Wallon e Vigotski. In: Educação da criança hospitalizada: As várias faces da pedagogia no contexto hospitalar. Cadernos Cedes, Campinas, vol.27, set/dez/ 2007, no.73 , p. 279-304.

LIBÂNEO, José Carlos. A didática e as tendências pedagógicas. Ideias, nº 11, p. 26-36. 1991.

MACHADO, A. M. Como e porque ler os clássicos universais desde cedo. Rio de Janeiro, editora: Objetiva, 2002. p. 45, 69, 146.

NOVAES, Luiza Helena Vinholes Siqueira. Brincar é saúde: o alívio do stresse na criança hospitalizada. Pelotas: EDUCAT,1998.

NATAL. Lei 6.365 de 21 de agosto de 2012. Programa de Classe Hospitalar. Câmara Municipal do Natal/RN. 2012.

PAIM, Jame Mari. Da sedução do professor pela literatura à sedução do aluno. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2000.

REZENDE, A.P.M. Movimentos sociais e partidos políticos: questões sobre lógica e estratégia política. In: Movimentos sociais: para além da dicotomia rural e urbana , João Pessoa, 1985.

RIO GRANDE DO NORTE. Lei N° 10.320, DE 05 DE JANEIRO DE 2018.

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SANTOS, C. B.; SOUZA, M. R. Ambiente hospitalar e escolar. In: MATOS, E. L. M. (Org.) Escolarização Hospitalar: Educação e saúde de mãos dadas para humanizar. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2009.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E CULTURA DO RIO GRANDE DO NORTE. Resolução 02/2012-CEE/CEB/RN, 31 de outubro de 2012.

WOLF, Rosângela Abreu do Prado. Pedagogia hospitalar: a prática do pedagogo em instituição não-escolar. Disponível em:

http://www.uepg.br/revistaconexao/revista/edicao03/artigo11.pdf. Acesso em: 23 de Set. de 2019.

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APÊNDICE 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO TERMO DE ESCLARECIMENTO AOS PROFISSIONAIS PARTICIPANTES DA PESQUISA

Orientanda: Maria Beatriz da Silva Lucas Email: maria.b.i@hotmail.com Telefone: (84) 96256270

Orientadora: Prof.ª Drª Jacyene de Melo Oliveira E-mail: jacyeneufrn@gmail.com Telefone: (84) 9168-9015

Você está sendo convidado a participar do estudo para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) - O objetivo dessa pesquisa é investigar PEDAGOGIA HOSPITALAR: A LITERATURA INFANTIL REFLETIDA NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA PEDIATRIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE LOPES

O objetivo desta pesquisa tem como finalidade estudar a acerca da relação da literatura Infantil com o tratamento das crianças e adolescentes hospitalizados. Este estudo contribuirá de forma significativa na formação dos graduandos de pedagogia. De acordo com as exigências do Comitê de Ética, serão submetidos à apreciação dos profissionais: o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE).

A participação do profissional é voluntária, o que significa que ele poderá desistir a qualquer momento, ficando livre para retirar seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade. Caso decida aceitar o presente convite, esclarecemos que o profissional participará de uma entrevista a respeito do modo como ele percebe sua atuação como pedagogo e importância no ambiente hospitalar. As entrevistas, realizadas no ambiente hospitalar, os conteúdos serão posteriormente transcritos e analisados pelos pesquisadores responsáveis para fins de produção de conhecimento.

Ao participar do questionário, o profissional corre os seguintes riscos: cansar-se da sua participação; não querer compartilhar informações ou participar do questionário; não sentir-se à vontade para participar. Na eventualidade de os profissionais apresentarem indícios de qualquer uma dessas manifestações, consideradas como riscos da pesquisa, a equipe de pesquisadores terá o cuidado de interromper a dinâmica para evitar qualquer

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constrangimento, garantindo aos profissionais um ambiente acolhedor, afetivo e, quando necessário os objetivos do estudo serão sempre apresentados e as decisões dos profissionais, quanto a continuar ou não realizando a entrevista, preservadas e respeitadas.

Quanto aos benefícios, estima-se que os profissionais serão estimulados a falar e expressar suas perspectivas acerca de um serviço no qual eles são co participantes, dentro de uma perspectiva de atuação multiprofissional no ambiente hospitalar. O trabalho conjunto com os pesquisadores se apresentará como um momento de reflexão sobre como os profissionais da pediatria percebem a relevância da classe hospitalar, e também contribuirá na formação dos graduandos de pedagogia, focalizando a atuação do pedagogo/educador no espaço hospitalar.

Todas as informações obtidas no questionário serão utilizadas unicamente em trabalhos acadêmicos. Os nomes dos participantes serão preservados. Todas as informações obtidas serão mantidas no anonimato. Os dados serão guardados em local seguro, ou seja, na unidade de pesquisa. Na UFRN, serão armazenadas na sala da Coordenadora do Projeto (Sala 22, 3º andar), localizada no Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Campus Universitário, s/n, Lagoa Nova, CEP – 59.078-970, Natal-RN, tel. (84) 3342-2270, ramal 252.

A divulgação dos resultados será feita sob a forma de artigos. Em todos esses trabalhos não serão identificados os voluntários. Você ficará com uma cópia deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Caso ocorra algum tipo de prejuízo em razão de divulgação indevida do áudio, os pesquisadores se comprometem a ressarcir e/ou indenizar qualquer prejuízo desde que devidamente comprovado de que ele decorre da pesquisa.

Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas a Orientadora: Prof.ªDrªJACYENE MELO DE OLIVEIRA Sala da Orientadora do TCC (sala 22, 3º andar), localizada no Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Campus Universitário, s/n, Lagoa Nova, CEP – 59.078-970, Natal-RN, tel. (84) 3342-2270, ramal 252. Telefone: (84) 3342-2270, ramal 252.

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE, APÓS ESCLARECIMENTO

Eu, ___________________________________________________________, li e/ou ouvi o esclarecimento acima e compreendi para que serve o estudo e qual procedimento a que serei submetido. A explicação que recebi esclarece os possíveis riscos e benefícios do estudo. Eu entendi que sou livre para interromper minha participação a qualquer momento, sem justificar minha decisão. Sei que meu nome não será divulgado, que não terei

despesas e não receberei dinheiro por participar. Eu concordo em participar do estudo ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Natal/RN, Data _________/_________/_________

__________________________________________ Assinatura/ Documento de identidade

APÊNDICE 2 - QUESTIONÁRIO DA ENTREVISTA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CURSO DE PEDAGOGIA – CENTRO DE EDUCAÇÃO

QUESTIONÁRIO

NOME: ________________________________________________________

Todas as informações obtidas no questionário serão utilizadas unicamente em trabalhos acadêmicos. Os nomes dos participantes serão preservados e substituídos por

pseudônimos.

1. Qual a sua idade: ________ 2. Qual o seu sexo?

(A) Feminino. (B) Masculino

3. Qual a sua formação?

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5. Há quanto tempo você trabalha nesta instituição?

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CURSO DE PEDAGOGIA – CENTRO DE EDUCAÇÃO

ROTEIRO DA ENTREVISTA

1- NA SUA OPINIÃO QUAL A IMPORTÂNCIA QUE A LITERATURA TEM NAS CRIANÇAS/ADOLESCENTES HOSPITALIZADOS?

2- O QUE VOCÊ PERCEBE NOS ALUNOS DA CLASSE HOSPITALAR QUANDO ESTÃO LENDO OU PARTICIPANDO DE UMA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA, NAS RODAS DE CONVERSAS ENTRE OUTRAS ATIVIDADES?

3- QUAL O BENEFÍCIO QUE A LITERATURA TRAZ PARA O ALUNO DURANTE SEU TRATAMENTO?

4- QUAIS SÃO AS ATIVIDADES QUE OS ALUNO TEM MAIS INTERESSES E MAIS PROCURA NA CLASSE?

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APÊNDICE 3 - FOTOS DAS CRIANÇAS DA CLASSE HOSPITALAR FOTO 1 - Criança em leitura guiada

Fonte: acervo da autora, 2019.

Foto 2 - Criança em seu momento de construção dos fantoches.

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Foto 3 - Exposição do projeto

Fonte: acervo da autora, 2019.

Foto 4 - Interagindo com os alunos na atividade.

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