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ANÁLISE DO “NOVO” CONSTITUCIONALISMO LATINO-AMERICANO FACE AOS DIREITOS HUMANOS E O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

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RVMD, Brasília, V. 12, nº 1, p. 219-235, Jan-Jun. 2018

ANÁLISE DO “NOVO” CONSTITUCIONALISMO LATINO-AMERICANO FACE AOS DIREITOS HUMANOS E O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO ANALYSIS OF THE “NEW” LATIN AMERICAN CONSTITUTIONALISM AGAINST HUMAN RIGHTS AND THE DEMOCRATIC STATE OF LAW

Eduardo Silva Luz*

RESUMO: A presente pesquisa tem como precípua missão analisar o “Novo” Constitucionalismo Latino-Americano, demonstrando a sua intrínseca relação com os direitos humanos como forma de concretização do Estado Democrático de Direito. Para isso analisaremos os pontos comuns entre os processos constitucionais ocorridos na América Latinam, identificando os ciclos constitucionais existentes nessa região apresentando as características de cada um destes. A metodologia utilizada para a realização desse trabalho baseou-se na pesquisa de bibliografia estrangeira e nacional que estudam o “Novo” Constitucionalismo Latino Americano, bem como se utilizou da análise comparada de legislação de diferentes Estados. O artigo divide-se em quatro partes, divide-sendo a primeira parte uma análise dos direitos humanos na modernidade, após trata-se da relação direitos humanos e o Estado Democrático de Direito, e após essas digressões históricas passa-se a analisar especificamente o “Novo” Constitucionalismo Latino Americano seus pontos de convergência, inovações e problemas de efetivação.

Palavras-chave: Direitos Humanos, Constituição e América Latina.

ABSTRACT: The present research has as its mission the analysis of the "New" Latin American Constitutionalism, demonstrating its intrinsic relation with human rights as a form of concretization of the Democratic State of Right. For this, we will analyze the common points between the constitutional processes that have taken place in Latin America, identifying the constitutional cycles existing in this region, presenting the characteristics of each one of them. The methodology used to carry out this work was based on the research of foreign and national bibliography that study the "New" Latin American Constitutionalism, as well as the comparative analysis of legislation of different States. The article is divided into four parts, the first part of which is an analysis of human rights in modernity, after dealing with the human rights relationship and the Democratic Rule of Law, and after these historical digressions we proceed to analyze specifically the "New "Latin American Constitutionalism its points of convergence, innovations and problems of effectiveness.

Keywords: Human Rights, Constitution and Latin America.

Recebido em: 12/02/2018 Aprovado em 15/05/2018

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1. INTRODUÇÃO

O objeto deste trabalho consiste em analisar o que se denomina de Novo Constitucionalismo Latino-Americano assim como sua relação com os Direitos Humanos no mundo contemporâneos estando estes intrinsecamente conectados ao Estado Democrático de Direito.

O Novo Constitucionalismo Latino-Americano surge como movimento diverso do constitucionalismo clássico europeu e norte-americano, estes tinham uma função bastante clara de limitação e organização do poder do Estado, através da positivação de normas em um único documento jurídico denominado de Constituição, assumindo o topo da hierarquia jurídica.

Este movimento constitucional, encontrará terreno fértil para se desenvolver na América Latina ao final do século XX, momento em que os regimes autoritários estavam se encerrando e em que visualizava-se uma abertura democrática nos países dessa parte do continente.

Os anos de governos autoritários deixaram numerosas marcas de sofrimento nas populações dos países latino-americanos. A restrição de liberdades e garantias individuais e de direitos políticos representavam um estágio de Governo e Estado que deveriam ser superados, pois encontravam-se na contramão do que prescrevia diversos tratados de direitos humanos como no caso da Declaração Universal de Direitos Humanos das Nações Unidas.

Por ocasião da reconstrução democrática desta região, o ambiente tornou-se bastante produtivo para a configuração deste constitucionalismo próprio da América Latina que designou-se como “novo constitucionalismo”.

Este movimento consiste principalmente na possibilidade de intervenção direta dos cidadãos no processo democrático, nas instituições do Estado ou mesmo no processo constitucional (PASTOR, DALMAU, 2010). Ademais além de tratar sobre os direitos políticos, as constituições decorrentes desse movimento formaram um bloco convergente de direitos humanos que passaram a ser positivados com a finalidade principal de impedir a volta de governos autoritários que restringissem direitos, colocando dessa forma a dignidade da pessoa humana como preceito fundamental do Estado.

Entretanto essa constitucionalização do ordenamento jurídico ocorrida por esse novo-constitucionalismo, possuí pontos positivos e negativos. Dentre as questões positivas encontra-se principalmente a constitucionalização de tratados internacionais que versassem

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sobre direitos humanos, bem como a positivação de direitos fundamentais permitindo a estes meios mais sólidos para propiciar a efetivação destes direitos. É importante salientar que o meio ambiente também passou a ser matéria de status constitucional, com isso ganhando bastante relevo nos ordenamentos jurídicos mostrando uma posição de vanguarda na proteção do meio ambiente.

Por outro lado apesar dessas inovações constitucionais o novo constitucionalismo latino-americano também está sujeito à alguns problemas como adverte Landau (2015, p.24-26), trata-se do uso abusivo do constitucionalismo e mesmo de reformas constitucionais que não contribuem para o espectro democrático do Estado, mas são utilizadas como instrumentos para consolidação de práticas autoritárias pelos governos de alguns países latino-americanos.

Apesar dos problemas deve-se reconhecer que houve um avanço com o novo constitucionalismo latino-americano, principalmente em matéria de direitos humanos. Justifica-se esse trabalho pela necessidade de analisar esse movimento constitucional, na qual a Constituição Brasileira está inserida, fazendo parte do primeiro ciclo de constituições decorrente deste constitucionalismo.

Ressalta-se que a metodologia utilizada para a presente pesquisa, trata-se de uma análise bibliográfica de autores brasileiros e latino-americanos que pesquisam sobre o presente tema, bem como far-se-á uso de análise comparada com a finalidade de estudar as constituições dos países que participam deste novo constitucionalismo.

O artigo se debruçará inicialmente sobre a análise dos direitos humanos estabelecendo como recorte histórico a Declaração Universal de Direitos Humanos, após será estabelecido a relação dos direitos humanos como Estado Democrático de Direito, com a finalidade de trabalharmos os conceitos que serão utilizados no decorrer desse artigo. Na parte final será trabalhado de forma direta o movimento constitucionalista latino-americana bem como analisaremos de forma específica as constituições de alguns países latino-americanos, dividindo estes por ciclos, assim pretende-se apresentar o tema referente à pesquisa que fundamenta o artigo.

2. DIREITOS HUMANOS NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

Inicialmente para além das divergências terminológicas que possam existir quanto aos direitos humanos e direitos fundamentais, no decorrer desse artigo esses termos serão utilizados como sinônimos. Desta feita se faz de extrema necessidade entender o que seria os

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direitos humanos e como estes se colocam no mundo contemporâneo frente ao processo de globalizações que se seguem em curso.

Tem-se reconhecido hodiernamente que o ser humano em toda e qualquer representação encontra-se no centro do direito, sendo assim seu fundamento e fim, neste viés temos a primeira fundamentação da validade dos direitos humanos dentro de um estado de democrático de direito.

Com esta noção inicial podemos entnder os direitos humanos, como direitos que visam resguardar a igualdade, a solidariedade, a liberdade, principalmente e fundamentalmente garantir a dignidade da pessoa humana, com a finalidade de propiciar o desenvolvimento do ser humano na sociedade. Neste sentido Antônio Enrique Perez Luño prescreve que os direitos humanos são:

Un conjunto de facultades e instituciones que, em cada momento histórico, concretan las exigências de la dignidade, la libertad y a la igualdad humanas, las cuales deben ser reconocidas positivamente por los ordenamentos jurídicos a nível nacional e internacional. (PEREZ LUÑO, 1995, P. 48). Uma das principais características dos direitos humanos é que estes são uma construção histórica, conectados com a evolução da sociedade e do Estado, a existência desses direitos define até mesmo como o Estado se apresenta para o plano externo, desta forma o respeito fundamental à dignidade da pessoa caracteriza o Estado Democrático de Direito.

Reconhecido a historicidade dos direitos humanos, pode-se afirmar que estes direitos se constituem de uma conquista de toda a sociedade durante toda a história por meio de transformações sociais, principalmente durante o que se denomina “Era das Revoluções”. Por exemplo, os direitos como expressão ainda que advindo de ideais liberais e burgueses, deve-se em grande parte às transformações da sociedade. Assim, o dedeve-senvolvimento da sociedade e a mudança social têm grandes efeitos na criação dos direitos humanos:

A ampliação e universalização dos “novos” direitos. Essa multiplicação histórica dos “novos” direitos processou-se por três razões: a) aumentou a “quantidade de bens considerados merecedores de tutela”; b) estendeu-se “a titularidade de alguns direitos típicos a sujeitos diversos do homem”; c) o homem não é mais concebido como ser genérico abstrato” (...) mas é visto na especificidade ou na concreticidade de suas diversas maneiras de ser em sociedade, como criança, velha, doente etc. (BOBBIO, 1992. p. 68)

Então se percebe que se fossemos discorrer a respeito de todo o processo histórico de criação e afirmação dos direitos humanos, ter-se-ia um trabalho muito longo e exaustivo, o que não é o intuito desse capítulo nem mesmo do trabalho em questão, entretanto para

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entendermos o atual estágio dos direitos humanos é necessários estabelecermos um termo inicial ou paradigma para analisarmos de forma preludial.

Como marco inicial para os direito humanos na contemporaneidade pode-se estabelecer a adoção pela Assembleia Geral das Nações Unidas da Declaração Universal de Direitos Humanos no ano de 1948. Nesta declaração está contido um conjunto indissociável e interdependente de direitos da personalidade, coletivos e difusos, civis políticos, econômicos, sociais e culturais, como meio de se alcançar a dignidade da pessoa humana condição inerente ao ser humano.

A adoção pela assembleia geral das nações unidas da declaração universal dos direitos humanos representa um marco da afirmação dos direitos humanos na segunda metade do século XX, bem como serviu de inspiração para os tratados internacionais e cartas constitucionais que se seguiram, principalmente aquelas advindas do movimento constitucionalista latino americano.

Entretanto, mesmo com esse importante documento como forma de afirmação dos direitos humanos, não impediu que continuasse a ocorrer diversas violações dos direitos e liberdades básicas, principalmente em países assolados por guerras civis ou mesmo naqueles sobre regimes autoritários e conservadores.

Vale ressaltar, que os direitos humanos após a Declaração fundamental passaram a ter diversas dimensões sendo estas civis e políticas, econômica, social, cultural e educativa, e esse rol atualmente não é exaustivo, mas ao contrário apenas exemplificativo.

Anteriormente ao estabelecermos uma relação entre os direitos humanos e as transformações sociais passa-se com isso à admitir que a mutabilidade com o aparecimento dos chamados “novos” direitos que passam a ser inerentes ao ser humano e requisitos essenciais para a dignidade da pessoa humana. Noberto Bobbio sobre o aparecimento dos novos direitos explica que:

Os direitos do homem (...) são direitos históricos, ou seja, nascidos em certas circunstâncias, caracterizados por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas (...). Nascem quando devem ou podem nascer. (BOBBIO, 1992 P.73)

Com base no pensamento de Bobbio reafirmamos a mutabilidade dos direitos humanos e confirmamos a afirmação de que não é possível estabelecer um rol exaustivo de direitos, em razão principalmente da evolução da sociedade.

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Outra grande questão problemática quando se trata destes tão importantes direitos é sua efetivação, sendo esse um problema que aparece tanto em plano interno dentro dos países como na esfera internacional. Para que os direitos humanos deixem de ser frases inócuas ou mesmo discurso de boa-vontade, é necessário a existência de instrumentos jurídicos (leis, tratados e convenções) que garantam sua efetivação e de instituições jurídicas responsáveis por sua aplicação.

Sendo este especificamente o tema que trataremos de forma mais aprofundada no decorrer desse trabalho analisando a forma de efetivação dos direitos humanos nas constituições latinas americanas e mesmo sua relação com o Estado democrático de direito.

3. DIREITOS HUMANOS E O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

Para iniciarmos este tópico quanto à relação dos Direitos Humanos e o Estado Democrático de Direito, é interessante apresentar uma ideia de Jorge Miranda quanto a formação do Estado.

O referido autor o Estado com o decorrer dos anos está sempre em constante evolução de suas instituições ou mesmo em regressão, nunca se encontrando em estado de inércia, mas sim em constante mutabilidade e continuará com o passar dos anos. (MIRANDA, 1997)

Partindo desta premissa, percebemos que o Estado e suas instituições estão em uma constante mudança, sendo hoje pacífico entre os autores, que encontramo-nos em um momento que o Estado adquire como status e característica principal de Democrático de Direito devido principalmente sua conexão e constitucionalização dos Direitos Humanos. Neste sentido Dallari prescreve que

A ideia moderna de um Estado Democrático tem raízes no século XVIII, implicando a afirmação de certos valores fundamentais da pessoa humana.

(DALLARI, 2006, p.145)

Afirmar que um Estado adquire status de Democrático de Direito, significa existir a exigência de que este deve reger-se estritamente pelo direito e por regras democráticas, como eleições livres, periódicas bem como a possibilidade de participação da sociedade civil no jogo democrático com respeito aos direitos e garantias fundamentais, a legitimidade das instituições e da constituição nesse modelo de Estado retira-se do povo. (MORAES, 2007, P.125)

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Outrossim ponto paradigmático que diferencia o Estado Democrático de Direito de outro modelo de Estado, trata-se de sua tênue conexão com a garantia da dignidade da pessoa humana devendo esta ser fundamento de validade e existência plena do Estado.

Além de garantir a dignidade da pessoa humana, deve o Estado Democrático de Direito propiciar meios para o exercício da cidadania e participação política de seu povo em razão de que sua legitimidade advém destes, conforme preceitua José Afonso da Silva:

O Estado Democrático se funda no princípio da soberania popular que impõe a participação efetiva e operante do povo na coisa pública, participação que não se exaure, como veremos, na simples formação das instituições representativas, que constituem um estágio da evolução do Estado Democrático, mas não o seu completo desenvolvimento. (SILVA, 2007, p .66.)

Dessa passagem do José Afonso da Silva, pode-se extrair pontos bastantes relevantes sendo o principal que o Estado Democrático de Direito não se concretiza apenas com a democracia representativa ou seja com instituições que representam indiretamente a vontade do povo, sendo este modelo apenas um estágio para que seja possível a participação mais ativa e direta da sociedade civil organizada.

Assim não devemos considerar o modelo representativo como algo absoluto, mas ao contrário deve-se trabalha-lo a fim de aprimorar as instituições para que a sociedade possa participar.

Com isso o Estado Democrático de Direito deve exercer um papel de transformador da realidade muito maior que a concretização da vida digna do ser humano. Garantindo assim direitos políticos (que também são direitos humanos e está conectada a dignidade da pessoa humana) ao seu povo e fomentando a participação pública, com a finalidade de reduzir antíteses e desigualdades sociais e econômicas.

A Constituição tem um papel fundamental para o Estado Democrático de Direito, pois esta não se limitará à apenas delinear regras para o exercício do poder estatal, como também terá a função garantir os direitos fundamentais (individuais, sociais, difusos e políticos), bem como é a partir dela que todo o ordenamento jurídico será balizado. Dessa forma não pode o Estado Democrático de Direito prescindir a existência de uma carta constitucional.

O Novo Constitucionalismo Latino-Americano se trata de um movimento que se insere nesse diapasão como estágio para se alcançar um Estado Democrático de Direito ideal, com respeito aos direitos fundamentais em todas suas dimensões e retirando a legitimidade do

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povo e da participação pública deste. Abordaremos de forma mais aprofundada sobre o movimento constitucionalista latino-americano, no tópico seguinte deste trabalho.

4. O MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA LATINO-AMERICANO

Inicialmente é interessante notar que o termo “Constituição” no atual estágio de desenvolvimento do direito e do Estado, não se resume à apenas organização e regulação deste, adquire também a característica de ser resultante de correlações de forças e lutas social sendo fruto de um determinado momento histórico do desenvolvimento da sociedade. Dessa forma não se pode mais reduzir toda e qualquer constituição em um formalismo normativo ou ao reflexo hierárquico de um ordenamento jurídico estatal (WOLKMER, 1994, p. 13-14).

Quando tratamos especificamente do Constitucionalismo Latino-Americano e mesmo das constituições resultantes desse movimento é possível perceber o que os autores denominam de surgimento de um “novo” constitucionalismo característico dessa parte do continente, estando preocupando com a sustentabilidade ambiental, a democracia e os direitos humanos.

Quanto aos direitos humanos vale ressaltar que as constituições decorrentes desse processo muito mais que preocupadas no reconhecimento destes direitos para os cidadãos cuidaram de tratar da efetiva realização prática dentro de seus sistemas jurídicos. (FERNANDEZ, 2015, p.1)

Esse novo-constitucionalismo latino-americano é decorrência das últimas décadas da América Latina, em que se passou por profundas transformações no campo político que restaram refletindo nas constituições dos países desse continente a exemplo, Brasil em 1988, Colômbia em 1991, Equador em 2008 e Bolívia em 2009. (MUÑOZ, P.2, 2013)

O fim de regimes ditatoriais e consequentemente o processo de abertura democrático durante as décadas de 1970/1980 fez com que essa parte do globo iniciasse um novo ciclo político-constitucional que passou a contemplar de forma veemente um catálogo de direitos e aumentou a possibilidade da participação popular no processo democrático, dando assim uma nova ressignificação ao Estado Democrático de Direito. De acordo com Pastor e Dalmau:

El nuevo constitucionalismo latino-americano es um fenómeno surgido em el extrarradio de la academia, produto más de las reivindicaciones populares y de los movimentos sociales que de planteamientos teóricos coerentemente armados. (PASTOR, DALMAU, 2011, p. 312.)

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É interessante notar que por uma questão vernáculo o que se denomina de Novo Constitucionalismo Latino Americano, não necessariamente passa por adoção de uma nova constituição, bastando reformas nas já existentes como no caso da Argentina em 1994, México em 1992 e Costa Rica em 1989.

Aarón Adrián Castillo Férnandez ao analisar a justificativa desse novo constitucionalismo latino americano, explica que esse movimento passou pela necessidade da constitucionalização de direitos para defesa da sociedade em face das discricionariedades do Estado:

Como em toda sociedad humana, los latino-americanos nos enfrentamos así, de forma dramática, a la urgente necesidad de contar com instrumentos jurídico-políticos capaces de prevenir el conflito entre sus integrantes, favorecer la cooperación entre ellos, y garantizar, em la medida de lo posible, la responsable dedicación de sus governantes a la promoción del bien común de sus sociedades. (FÉRNANDEZ, 2015, P.2)

Nesse movimento constitucionalista peculiar da América Latina, é possível identificar três ciclos de reformas constitucionais.

Sendo o primeiro ciclo representado pelas Constituições da Guatemala em 1985, Nicarágua em 1987 e Brasil em 1988, caracterizado pela constitucionalização do multiculturalismo, pela inserção de direitos humanos no texto fundamental, e previsão de novas demandas indígenas. (FAJARDO, 2011, p. 142.)

O segundo ciclo desse novo constitucionalismo é representado pelas constituições da Colômbia em 1991, México e Paraguai em 1992, Peru em 1993, Bolívia e Argentina em 1994, Equador em 1996 e 1998, Venezuela em 1999, caracterizado pela afirmação dos direitos individuais e coletivos, criação de uma identidade cultural que irá gerar uma nação multicultural um estado pluricultural com previsão na Carta Magna. (FAJARDO, 2011, P. 143)

O terceiro ciclo é refletido pelo constitucionalismo da Bolívia (2006 e 2009) e Equador (2008), Fajardo assevera que:

Las Constituciones de Ecuador y Bolivia se proponen uma refundación del Estado a partir del reconocimiento explícito de las raices milenárias de los pueblos indígenas ignorados em la primera fundácion republican y por onde se plantean el reto histórico de poner fin al colonialismo.(FAJARDO, 2011, 149)

Dessa forma o novo constitucionalismo latino-americano, teve por base suprir as necessidades sociais e de resolver os problemas gerados pela falta de soluções democráticas

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apresentadas pelas constituições anteriores desses países que tinham no seu bojo um caráter eminentemente ditatorial. (PASTOR, DALMAU, P.318)

As características comuns às constituições dos países latino-americanos que permite inferir a existência de um movimento constitucionalismo próprio dessa parte do continente são:

a) Seu conteúdo inovador, com o rompimento com todos os textos constitucionais

anteriores, trazendo uma originalidade às novas constituições.

b) Uma maior amplitude do texto constitucional, referenciada pela extensão dos artigos,

formando as chamadas constituições analíticas.1

c) Complexidade, o texto fundamental tentou combinar elementos técnicos e complexos,

mas que ao mesmo tempo fosse acessível à grande parte da população desses países, que não tinham acesso a uma educação formal.

d) Rigidez, as constituições decorrentes desse processo passaram a prever processo

diferenciado para casos de emendas e mesmo garantiram que algumas partes da constituição são imutáveis e impassíveis de retrocesso.

Milena Petters Melo ao analisar o conteúdo inovador destas constituições, destaca que estas passaram a prever especificamente questões como a proteção ambiental e mesmo o pluralismo cultural:

Conformando um modelo garantista que mira a sustentabilidade socioambiental: buscando equilibrar o uso dos recursos econômicos e ambientais e valorizar a diversidade histórico-cultural em favor de um modelo socioeconômico voltado a uma melhor qualidade de vida. (MELO, 2013, p. 78.)

O reconhecimento do pluralismo pelo constitucionalismo latino-americano, trata-se de um avanço frente ao constitucionalismo clássico que tratava de normas genéricas que deveriam ser aplicadas a todos. O pluralismo caracteriza-se pela afirmação da existência de múltiplas realidades dentro do Estado, sendo a nação formada por um povo heterogêneo, que necessitam de tratamento e reconhecimento dos seus direitos das mais diversas formas, prevendo assim um agir estatal de múltiplas formas a fim de garantir a efetivação dos direitos humanos. (WOLKMER, 2001, p. 172)

O Novo Constitucionalismo latino-americano, ao reconhecer esse pluralismo jurídico e étnico, demonstra também bastante preocupação à questão indígena dando um grande valor

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a aqueles que são considerados seus grandes ancestrais, reconhecendo que estes devem ser protegidos pela tutela estatal.

A preocupação com o meio ambiente se trata de outro ponto paradigmático quanto a esse movimento constitucionalista, ganhando tanto relevo que no caso da Constituição do Equador o meio ambiente passa a ser considerado como sujeito de direito.

Milena Petters Melo (2013, P. 78), ao analisar essa importância externada ao meio ambiente, assevera que esse movimento inaugura um novo modelo de Estado, denominado de Estado Constitucional Ambiental.

Após apresentado às características acima do Novo-Constitucionalismo Latino-Americano fica bastante evidente sua relação com o Neoconstitucionalismo, principalmente porque este assim como o primeiro se encontra bastante preocupado com o processo de constitucionalização do ordenamento jurídico e busca reconhecer pluriculturalismo no âmbito da constituição. (PASTOR, DALMAU, 2010, p. 18)

Contudo o novo constitucionalismo vai mais adiante dentro de suas preocupações, e concentra seus esforços em reivindicar a legitimidade democrática que dê respaldo ao Estado e à Constituição. Esta característica é refletida na busca por uma democracia mais participativa em que a sociedade tenha voz ativa no processo constituinte e dentro das instituições do Estado.

Apesar dos avanços presentes no novo constitucionalismo Latino-Americano, e do reconhecimento e tratamento diferenciado dispendido em favor de direitos que antes não eram tratados com tanta veemência, é necessário reconhecer que esse movimento pode terminar por sofrer problemas sérios.

O primeiro problema que podemos citar trata-se de um Estadismo demasiado, em razão de que esse modelo reconhece o Estado como elemento primordial para a promoção de direitos fundamentais. Essa centralização do poder poderia com isso sofrer com os problemas de ineficiência estatal seja por falta de recursos ou mesmo por má administração, bem como sujeitaria os direitos humanos a um agir discricionário do Estado.

Ademais outro problema que pode ocorrer em um modelo que centraliza o reconhecimento dos direitos humanos em um agir positivo do Estado, é que a autonomia individual os direitos de primeira dimensão como a liberdade, podem acabar sendo limitados em demasia, o que impossibilitaria a própria atuação da população em uma democracia participativa como seria o anseio do novo constitucionalismo.

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Com isso percebe-se que apesar do surgimento desse “novo” constitucionalismo latino-americano ter fomentado a incorporação de direitos sociais, econômicos e culturais em suas constituições, não impediu que os mesmos fossem violados e mesmo o surgimento de regimes ditatoriais como no caso do Governo Venezuelano.

Dessa forma percebe-se que a previsão um extenso rol de direitos humanos na constituição não é suficiente para propiciar sua efetivação, mesmo que se reconheça o avanço da inserção constitucional desses “novos” direitos, é necessário ponderar quanto as ações necessárias para efetiva-los.

É importante salientar que os direitos humanos para que sejam efetivados demandam cidadãos ativos e motivados para lutar pelos seus direitos politicamente e judicialmente, sendo este último através de garantias constitucionais, e um aparelho orgânico judicial composto por tribunais ativos e juízes com orientações progressistas. (GARGARELLA, 2011, P. 105.)

5. AS CONSTITUIÇÕES LATINO-AMERICANAS

Após descrevermos os principais pontos do movimento constitucional presente na América Latina no tópico anterior, neste será tratado em específica de algumas Constituições inovadoras que fazem parte desse processo constituinte.

Como já asseveramos anteriormente as primeiras mudanças constitucionais que vieram a ocorrer na América Latina com a Constituição Brasileira de 1988, Colômbia em 1991, Venezuela em 1999, tendo como características principais o constitucionalismo popular e com previsão de ampliação dos meios participativos por parte da população.

Ademais além das características acima que correspondem aos primeiros ciclos do “novo” constitucionalismo, nos ciclos seguintes tendo como casos paradigmáticos as Constituições da Bolívia e Equador foi incorporado aos textos fundamentais duas novas particularidades ao movimento, sendo essas o reconhecimento da plurinacionalidade e do pluralismo jurídico. A respeito da plurinacionalidade vale citar:

O Constitucionalismo plurinacional é ou deve ser um tipo de constitucionalismo novo, baseado em relações interculturais igualitárias que redefinam e reinterpretaram os direitos constitucionais, reestruturando a institucionalidade advinda do Estado Nacional. O Estado plurinacional não é ou não deve reduzir-se a uma Constituição que inclua um reconhecimento puramente culturalista, às vezes apenas formal, por parte de um Estado, na verdade instrumentalizado para o domínio dos povos com culturas distintas, mas sim um sistema de foros de deliberação intercultural autenticamente democrática (GRIJALVA, 2009, P.117)

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Dessa forma a plurinacionalidade reconhece a existência de diversas nações históricas e mesmo de identidades culturais dentre do território do Estado, de forma contraposta à ideia de Estado-Nação adotado na Europa (WOLKMER; FAGUNDES, 2011, P. 391-392).

Outro traço marcante dos últimos ciclos do Constitucionalismo Latino-Americano é o pluralismo jurídico, esse Wolkmer define como a:

A multiplicidade de práticas jurídicas existentes num mesmo espaço sócio-político, interagidas por conflitos ou consensos, podendo ser ou não oficial e tendo sua razão de ser nas necessidades existenciais, materiais e culturais. (WOLKMER, 2001, p.219)

O Pluralismo Jurídico dessa forma reforça o poder decisório em esferas locais, reconhecendo o poder de grupos sociais, descentralizando o poder estatal e valorizando assim a participação social privilegiando um exercício de democracia e cidadania.

A Constituição do Equador de 2008, inicia seu texto constitucional estabelecendo que este é um Estado plurinacional e intercultural de acordo com as ideias de plurinacionalidade e pluralismo jurídico. Tem-se dessa forma a preocupação com problemas étnicos que possam vir a existir devido à coexistência de grupos humanos com diversas culturas dentro do território de um único Estado, este então se preocupa em garantir os direitos fundamentais de todos os grupos sem distinção, valorizando as diferenças e alteridade.

A Constituição equatoriana aparece como exemplo do “novo” constitucionalismo latino-americano por fazer parte do último ciclo, principalmente pelos avanços quanto os direitos ao meio ambiente que adquire status de sujeito de direito e a tutela de direitos das comunidades indígenas que passam a ter maior atenção do Estado, com a finalidade inseri-los no jogo democrático sem que esses tenham que abandonar suas culturas.

Ademais a Constituição da Bolívia trata-se de mais um caso modelo do constitucionalismo latino-americano, em razão de que esta além de reconhecer a plurinacionalidade e o pluralismo jurídico existente na sociedade bolivariana, tratam de maneira expressa no texto constitucional sobre redistribuição da riqueza social entre os indivíduos que compõem a sociedade, tendo como princípios fundamentais do Estado uma democracia igualitária que fomenta a participação social (CHIVI VARGAS, 2011, P.160)

Pode-se inserir nesse contexto de constituições inovadoras e representantes do movimento em estudo, a Constituição do Brasil de 1988, sendo esta reconhecida como Constituição cidadã, agregou ao texto fundamental um rol não exaustivo de direitos humanos,

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bem como possibilitou mecanismos de participação da sociedade no Governo, seja nas esferas do Executivo, Legislativo e Judiciário.

Seguiu dessa forma uma aptidão condizente com a história brasileira e com as demais constituições democráticas, do constitucionalismo latino-americano e das democracias recém-inaugurados ao redor do globo. (HABERLE, 1997)

Dessa forma, mesmo que de maneira superficial analisando apenas os eixos fundamentais das constituições de dois países da América Latina, percebe-se que esses adotaram um núcleo comum de ideais constitucionalistas, centralizado em questões de direitos humanos e participação políticas, buscando integrar todas as culturas e povos existentes dentro de um território comum.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No final do século XX a América Latina foi palco de grandes mudanças, que tiveram como finalidade redefinir o Estado dando uma nova ressignificação a este, através de movimentos constitucionais mais participativos e democráticos que respeitavam o pluralismo jurídico e refundava o Estado com um caráter plurinacional ou multicultural.

O movimento que se denominou de “Novo” Constitucionalismo Latino-Americano, embora com semelhanças fortes, não se confunde com o Neoconstitucionalismo surgido na Europa, pelo fato de que o primeiro está intrinsecamente ligado a ideia de participação política da população por meio do exercício da cidadania, ademais privilegia os conceitos de pluralismo e plurinacionalidade enquanto o segundo caracterizou-se como um movimento de reflexão acadêmica caracterizado pela constitucionalização do ordenamento. (VICIANO, DALMAU, 2010)

Os Direitos Humanos passaram a ter um tratamento diferenciado com esse movimento, pelo fato de que foram positivados na constituição passando a fazer parte do eixo fundamental da Carta Magna desses Estados, devendo esses observa-los e garanti-los durante sua atuação.

Os direitos do meio ambiente e das comunidades indígenas foram uma preocupação do constitucionalismo latino-americano sendo ampliados e o inseridos no rol dos direitos fundamentais que compunham os princípios fundamentais do Estado.

Entretanto ao contrário das pretensões esperadas, o “Novo” Constitucionalismo Latino-Americano tem passados por problemas de efetivação dos direitos e garantias

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fundamentais, bem como tem perdido sua principal característica de fomentar a participação da população no modelo de Estado Democrático, sendo utilizado em alguns casos como instrumento para manutenção de políticos no poder.

Contudo apesar dos problemas apresentados, o movimento constitucionalista próprio da América Latina trouxe diversas inovações aos textos constitucionais destes Estados, que devem e merecem ser trabalhados e reforçados a fim de tentar-se resolver os problemas latino-americanos, garantindo assim um Estado Democrático de Direito em que seja possível a participação e a garantia dos direitos humanos.

7. REFERÊNCIAS

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DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 20a ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

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Referências

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