UN1VERs1DADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO
SÓCIO-ECONOMICO
~DEPARTAMENTO
DE
CIENCIAS
DA
ADMINISTRACAO
ACOORDENADORIA
DE
ESTAGIOS
`\
RESTRIÇÕES
E
OPORTUNIDADES DE
MERCADO
PARA
A
COOTEMA
EM
RAZAO
DOS,
NOVOS
PARADIGMAS
SUSTENTAVEIS
TRABALHO
DE
CONCLUSÃO
DE
CURSO
HELENAKLEIST
CLARK
NUNES
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
sANTA
CATARINA
CENTRO
SÓCIO-ECONOMICO
ADEPARTAMENTO
DE
CIENCIAS
DA
ADMINISTRAÇÃO
COORDENADORIA
DE
EsTÁOIOs
RESTRIÇÕES
E
OPORTUNIDADES DE
MERCADO
PARA
A
COOTEMA
EM
RAZAO
DOS'
NOVOS PARADIGMAS
SUSTENTAVEIS
HELENA
KLEIST
CLARK
NUNES
Orientado
por:
Prof.
Dr.
PEDRO CARLOS
SCHENINI
Área
de
concentração:
GESTAO AMBIENTAL
TERMO
DE
AVALIAÇÃO
O
presente trabalhode
Conclusão de
Estágio foi apresentado ejulgado
perante aBanca
Examinadora, que
atribuiunota
àacadêmica Helena
KleistClark
Nunes, na
disciplina EstágioSupervisionado
-
CAD
5236.Banca Examinadora
Prof.
Dr.
Pedro
Carlos Schenini
Presidente
Prof.
Ms.
Maurício Fernandes
Pereira
Membro
Prof.
Ms.
João
Nilo
Linhares
“A causa
maior
dos nossos
problemas sempre
oscila entrea
ignorância
ea
negligência. ”AGRADECIMENTOS
A
Deus
pela vida.A
meus
pais,Margarete
eFernando, que
tantoamo,
pelo incentivo eapoio que
sempre
me
proporcionaram.
A
meu
namorado
Potiguar, peloamor,
carinho eapoio
nos
momentos
dificeis.A
minhas
irmãs, Ingrid e Adriana,grandes
amigas
e conselheiras.Ao
orientador e professor Pedro,por
estarsempre
disposto a auxiliar.E,
por
fim,a todos
os professores e colegasque
tiveoportunidade
de conhecer
duranteo
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
... .. 1.1Área
de Concentração ... .. 1.2 Justificativa ... .. 1.3 Limitações ... ..OBJETIVO
GERAL
... .. 2.1 Objetivos Específicos ... ..METODOLOGIA
... .. 3.1 Caracterização da pesquisa ... .. 3.2 Delineamento da pesquisa ... ..3.3 Técnica de coleta de dados ... ..
3.4 Técnica de análise dos dados ... ..
FUNDAMENTAÇÃO
TEORICA
... .. 4.1 Cooperativismo ... .. 4.2 Oportunidades ... .. 4.2.1Planejamento
estratégico ... .. 4.3Desenvolvimento
Sustentável ... .. 4.3.1Agenda
21
... .. 4.3.2Tecnologias
Limpas
... .. 4.4Meio
Ambiente
... .. 4.4.1Ecologia
... ..4.4.2
Impacto
Ambiental,
Poluição
ePoluentes
... ..4.5 Legislação Ambiental ... ._
4.5.1
Legislação
Ambiental
Federal
... ..4.5.2
Legislação
Ambiental Estadual
... ..CONTEXTUALIZAÇÃO
DA ORGANIZAÇÃO
... ..5.1 Histórico ... ..
5.2 Aspectos Administrativos ... ._
5.3
Quadro
Funcional ... _.OPORTUNIDADES
DE
MERCADO
PARA
A
COOTEMA
... ..6.1 Oportunidades geradas pela Legislação
Ambiental-
Os
clientes poluidores ... ..6.2 Oportunidades geradas pelas novas exigências ambientais
- Os
clientes prevenidos 6.2.1-
Imposições Legais pelo
Poder
Público
...6.2.2
- Normas ISO
série14000
... ..6.3 Oportunidades geradas pelo
Desenvolvimento
Sustentável-Os
clientes responsáveis7.
PLANO DE
AÇÃO
PARA
APROVEITAMENTO
DE
OPORTUNIDADES..
8.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
... ..9.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... ..LISTA
DE
QUADROS
Quadro
n° 01 -NORMAS
ISO
SÉRIE
14000
... ..27
Quadro
n°02
-Oportunidades
geradas pela LegislaçãoAmbiental
-Os
clientespoluidores ... ..
54
Quadro
n°03
-Oportunidades
geradas pelasnovas
exigências ambientais -Os
clientesprevenidos
... ..58
Quadro
n°04
-Oportunidades
geradas peloDesenvolvimento
Sustentável -Os
clientes1.
1NTRoDUÇÃo
A
sociedade
moderna
estácada vez
mais
preocupada
com
a ecologia epreservação
do
meio
ambiente.A
população mundial
estáfinalmente
se conscientizandode que a
sobrevivência e a qualidadede vida das
gerações futurasdependem
de nossas
ações
no
presente.As
pressões exercidas pela sociedadeem
geral, pelasONGS
ambientais,por
partidos políticos ecológicos,
surgem no
mundo
inteiro eacabaram
conscientizando asautoridades
governamentais
aadaptarem
suas leis a essesnovos
paradigmas. Diversas
reuniões
de cúpula
das autoridadesdos
diversos países definirammetas para a
preservação
ambiental
global.A
partirda
década de
80,a preocupação
do
Brasilcom
a
utilizaçãode
seus recursos naturaisaumentou
sensivelmente.A
Constituição Federalde
1988
crioucondições para
que
osMunicípios
eEstados
assumissem
uma
posiçãomais
ativanas
questões ambientais.
Cada
vez
mais,a
legislação ambientalimpõe
restrições para asempresas
eórgãos
governamentais.E
não
só isso.Muitos
consumidores
estãoexigindo
que
asempresas sejam ecologicamente
corretas.Para
exportar seusprodutos
para certospaíses é necessário
que
asempresas
obtenham
o
“selo verde”. Isto significaque
a
necessidade
de
se ter organizaçõesecologicamente
corretasnão
surgiusomente devido
a
uma
exigência legal,mas
também como
um
fatorde
competitividade internacional.Todo
problema
gerauma
oportunidade.As
necessidadescada vez maiores de
adaptação
a essesnovos
paradigmas, por
parte dasempresas
eórgãos
governamentais,trazem oportunidades de
mercado
para todo
tipode
organizaçõesque
atuem
nas áreasde
correção,prevenção
emonitoramento
de
problemas
ambientais.Este trabalho
tem
como
finalidade
verificar as oportunidadesde
mercado
que
surgem
com
essas restrições.O
estudo é voltado auma
organização específica,a
COOTEMA
(Cooperativa Técnica de
Engenharia
eMeio
Ambiente), visando
auxiliara
organização
na
identificaçãode
novas
oportunidadesde
trabalho.Diante
das consideraçõesacima
é possível estabelecero
seguinteproblema:
“Quais
as restrições eoportunidades de
mercado
para
a
COOTEMA
em
razão
dos novos paradigmas
sustentáveis?”1.1
Área
de
Concentração
O
presente trabalhotem
por
áreade concentração a
áreade
gestão ambiental,no
entanto, será necessária a
busca de conhecimentos
em
diversas áreascomo:
engenharia
ambiental, direito ambiental e ecologia, entre outras.
Na
áreade
administração, estudar- se-á cooperativismo,planejamento
estratégico,mais
especificamente a identificaçãode
oportunidades
e gestão ambiental.Na
áreade
ecologia serão estudados: ecologianatural, social e
movimentos
ecológicos.Na
áreade engenharia
faz-se necessárioo
estudo
de
poluição,impacto
ambiental, poluentes, tecnologiaslimpas
eplanejamento
ambiental.
Na
áreade
direito ambiental serão estudadasa
legislaçãoambiental
federal e estadual,buscando
o
interrelacionamentocom
asdemais
áreas.1.2 Justificativa
A
importância
deste trabalhofundamenta-se
na
necessidade dei preservação econservação
do meio
ambiente para
asgerações
atuais e futuras,de acordo
com
osprincípios
do
desenvolvimento
sustentável edo
direitoambiental
intemacional,preocupações
estasque
tãorecentemente
passam
a
ter relevância para ahumanidade.
Fundamental
para estudiososda
áreada
administração eempresários toma-se
conhecer
as limitaçõesque a
conscientização ecológicado
serhumano
vem
trazendopara
aquelesque pretendem
praticarquaisquer
atividadesque
envolvam
omeio
ambiente
em
qualquer
aspecto..
Por
outro lado,toma-se
vitalconhecer
asoportunidades
que
a temáticaambiental
trazpara
aquelesque
pretendem
prestar serviçosna
área.Assim, o
presente trabalhotem
como
finalidade, servirde base para
auxiliar a organizaçãoestudada
no
sentido
de
vislumbrar oportunidadesde
serviços.Por
tratar-sede
um
campo
extremamente
complexo, a
pesquisa visatomar
mais
claras estas oportunidades,para
seu
melhor
aproveitamento, tanto pelaorganização
estudada,quanto por
outrasorganizações
ou
profissionaisque
queiram
prestar serviçosna
área ambiental.O
trabalhotoma-se
viávelao
reunirinformações
relevantesa
respeitodo
tema
meio
ambiente,
do
ponto
de
vistade
identificação 'das diversas oportunidadesde
prestaçao
de
serviços ambientais, os quaissempre requerem
múltiploscampos
do
Sendo
a
identificaçãode
oportunidades, partedo
processo de planejamento
estratégico
de
uma
organização, estapesquisa poderá
ser utilizadana
elaboração dasestratégias e
planos de ação
paraaproveitamento de oportunidades
pelaCootema,
quando
da
elaboraçãode
seuplanejamento
global.1.3
Limitações
Embora
o
trabalho apresenteuma
extensagama
de
oportunidades,não
sepode
dizerque
ele abranja a totalidade dasoportunidades
do
mercado.
Isto sedeve
principalmente à
amplitude
deste tipode
atividade.Como
existe, viade
regra,na
área ambientaluma
extensa matrizde
fatoresque
interagem,há
necessidadede
estudosque
envolvam
osmais
diversoscampos
de conhecimento, o
que
não
seria práticono
escopo
deste trabalho.
A
identificação dasoportunidades de
mercado
esua
correta seleção eaproveitamento deve envolver o
trabalhode
uma
equipe
multidisciplinar eespecializada.
Assim, o
presente trabalho, limitar-se-áa definir
asoportunidades de
2.
OBJETIVO
GERAL
Efetuar estudos
para conhecer
as restrições eoportunidades de
mercado
para a
COOTEMA
em
razãodos
novos
paradigmas
sustentáveis. 2.1Objetivos
Específicos- Investigar e identificar a legislação ambiental federal e estadual
quanto
às suasrestrições e proibições ecológicas
nas operações
das organizações;- Investigar as
novas filosofias
ambientaisque
estãosendo adotadas
pelas organizaçõese pelo
governo;
~- Investigar e caracterizar os principais serviços
que
permitam
efetuara
prevenção,controle,
monitoramento
e tratamento das poluições;- Identificar e caracterizar os diversos serviços
que a
COOTEMA
pode
realizarna
áreaambiental; '
-
Propor
um
plano de ação
paraaproveitamento
das oportunidadesde
mercado
pela3.
METODOLOGIA
3.1
Caracterização
da
pesquisa
O
presente trabalho teráuma
abordagem
qualitativanão sendo baseado
em
números ou
dados
estatísticos.Ç]
O
tipode
estudo a ser realizadona
organização
seráum
estudode
caso.O
estudode caso
éadequado,
poisVERGARA
(1990)
define
estudode
casocomo
um
estudocircunscrito
a
uma
ou
algumas
unidades, as quaispodem
serum
indivíduo,uma
família,um
produto,uma
empresa,
um
órgão
público,uma
comunidade ou
atémesmo
um
país.Neste
trabalho serãoabordadas
asoportunidades de
mercado
para
uma
organizaçãoespecífica,
tomando
possível classificá-locomo
estudode
caso.M
ç3.2
Delineamento
da
pesquisa
Quanto
aos fins,a pesquisa deverá
ser exploratória descritiva.“Os
estudosexploratórios
permitem
ao
investigadoraumentar sua
experiênciaem
tomo
de
determinado problema.
O
pesquisador
partede
uma
hipótese eaprofunda
seu estudonos
limites
de
uma
realidade específica,buscando
antecedentes,maior conhecimento,
para,em
seguida, planejaruma
pesquisa
descritiva”.(TRIVINOS,
1987, p. 1 09).(í
As
pesquisas exploratórias“tem
como
objetivo principalo aprimoramento de
idéias
ou
a
descobertade
intuições”. (GIL, 1991, p.45).f/
Conforme
RUDIO
(1986)
apesquisa
descritiva é aquelaonde
o
pesquisador
procura
entender
e interpretara
realidade,mas
não
interferena
mesma
nem
a modifica.A
pesquisa
descritiva é aquelaque
estuda osfenômenos
buscando conhecer sua
natureza,
composição
e processos. _Í/
3.3
Técnica de
coletade
dados
A
busca de dados
einformações
far-se-á atravésde
pesquisa bibliográfica e análisedocumental.
“A
pesquisa bibliográfica édesenvolvida
a partirde
material já elaborado, constituído principalmentede
livros e artigos científicos.” (GIL, 1991, p.48).Além
dos
livros e artigos científicospoderão
ser pesquisadas leis referentes aotema
em
estudo e sites
na
Intemet.A
análisedocumental
será feitana
organização, analisando-seas
informações
da
mesma
como:
estatuto, material informativo, e outrasque
sejulgarem
necessárias.
Segundo
MARCONI
eLAKATOS
(l990, p.57)“a
característicada
pesquisa
documental
éque
a fontede
coletade dados
está restrita adocumentos,
escritos
ou
não, constituindoo
que
sedenomina
de
fontes primárias.”CZ
Para
a estruturação deste trabalhode
pesquisa, serão coletadosdados
primáriosesecundários.
As
fontesde dados
secundários serão livros, periódicos, revistas, artigoscientíficos e lei_s referentes
ao
tema
abordado.
Os
dados
primários necessáriospara 0
estudode caso
na empresa
serão coletadosbasicamente
atravésde
análisedocumental.
V I/
3.4
Técnica de
análisedos
dados
Os
dados
levantados terão tratamento qualitativo,baseando-se nos
objetivos pré-estabelecidos
não
valendo-se, portanto,de
recursos estatísticos.A
análisedos
dados
será interpretativa,buscando
identificar relações qualitativas entre as variáveisda
pesquisa.Segundo
MARCONI
eLAKATOS
(1990) a
interpretação éa verificação de
relaçõesentre as
variáveis independente
edependente
com
a
finalidadede ampliar
osconhecimentos
sobreo
fenômeno
estudado,ou
seja,a
variável dependente.No
caso
desta
pesquisa
as variáveis relacionadas serão as restrições e as oportunidadesde
/
4.
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
4.1
Cooperativismo
Cooperar
é colaborarcom
outros para alcançar resultadoscomuns.
“A
cooperativa éuma
associação autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações econômicas,-sociais e culturais comuns por meio de criaçãode
uma
sociedade democrática e co1etiva.”(DIÁRlOCATARINENSE,
2000, p.3)I
A
idéiado
cooperativismo
está relacionadaà
criaçãode
uma
sociedade
Í
sustentável,
organizada
em
bases democráticas,que reúne pessoas
com
interessesafins,
/vis
quais presta serviçossem
fins
lucrativos.“O
cooperativismo éuma
doutrina econômica que se baseia na cooperação e que operacomo
um
sistema reformista da sociedade que querobter o justo preço, através do trabalho e ajuda mútua.”(BENATO,
1,994, p.l9).A
Aliança Cooperativa
Intemacionalfixou,
em
1937, seis princípiosdo
cooperativismo
em
um
congresso realizadoem
Paris. Estes princípiosforam
baseados
na
cooperativade Rochdale,
a primeira cooperativaorganizada
formalmente.
A
cooperativa
de Rochdale, formou-se
em
1843,por
tecelõesameaçados
pelodesemprego.
Estes princípiosforam redefinidos
em
outrocongresso
da Aliança
Cooperativa Intemacional
em
Viena
em
1966.Os
princípios descritospor
BENATO
(1994) são: _
a)
Adesão
livre - qualquerpessoa que concorde
com
o
estatuto edefenda
suascausas
pode
associar-se; b)Gestão
democrática;c) Juros limitados sobre
o
capital;d)
Retomo
- distribuição das sobrasde
capitalproporcionalmente ao
trabalhoque
cada
um
realizou,ou
seja, aqueleque
gerou
as sobras, recebe-asde
volta.Aquele
que
não
trabalhounão
recebe.e)
Desenvolvimento
da educação
-educação
paraduas finalidades
principais:ensinar
a
doutrina cooperativista e capacitartecnicamente
oscooperados para
Í)
Colaboração
inter-cooperativas -união de
todas as cooperativas,em
defesada
doutrina e
dos
princípios.g)
Neutralidade
político-econômica-social-
defesada
doutrina cooperativista enão
apoio
a partidos políticosou
credos, igualdade social.Além
disso,o
sistema cooperativistatem
como
fundamentos
doutrinários:o
humanismo,
a liberdade, a igualdade, a solidariedade e a racionalidade.A
cooperativa, para atingir seus objetivos,deve
terum
planejamento
formal, pois“a
cooperativa viveem
função
do
seu associado,mas
sobreviveem
função
do
seuconsumidor,
associadoou
não.”(BNCC,
s.d., p.9). Portanto as cooperativas,devem
orientar-separa
o mercado,
buscando
adefinição de
suafilosofia, sua
razãode
ser esua
realidade
no
contexto atual.As
cooperativasdevem
ainda terconhecimento
do
mercado,
de seu
potencial,segmentação
eprodutos
mais
aceitos.“O
misticismo que caracterizava muitas cooperativas e que se constituíaem
sérioobstáculo para seu desenvolvimento, foi, aos poucos, cedendo lugar a
um
realismodinâmico, empresarial, sem perder de vista o associado que é a fonte de todas as suas operações.”
(BNCC,
s.d., p.63). ݃
importanteque
as cooperativastenham
departamentos
lde treinamento ede
pesquisa
edesenvolvimento,
além
dos
tradicionais:produção,
financeiro, recursoshumanos
e administrativo.Na
formação de
uma
cooperativa,devem
ser discutidas asseguintes questões:
a)
Todos
sabem
quais são os seus objetivos?b)
Qual
éo negócio
da empresa
(cooperativa) ecomo
está a situaçãoda
atividadeno mercado?
c)
Quais
os princípios eforma
de funcionamento
das cooperativas?d)
Formar
a cooperativa é amelhor
solução?e) Já existe
alguma
cooperativaque atenda
aos interessesdo
grupo?
Í)
Quais
as experiênciasque
osmembros
do
grupo
conhecem?
g)
Todos
sabem
os direitos e deveresdos
cooperantes?h)
Todos tem
condições de cumprir
com
o
compromisso
de
colaborarcom
o
capitalfixado
para
constituira
empresa
cooperativa? ~i)
O
capitala
ser arrecadado permitecumprir
com
as despesasde funcionamento
A
cooperativa éuma
organização
socialque
visa gerar riquezade
forma
justa efazer
com
que
os lucrosfiquem
para
quem
os gerou.No
entanto,no
Brasil,segundo
BENATO
(1994), alguns sóciosde
cooperativasbuscam
chegar ao financeiro
eeconômico,
atravésde
uma
idéia socialcom
a
qual se associam.Não
buscam
a
cooperativa
como
empreendedores
que querem
trabalhar,mas
como
associação. Estepensamento
estáequivocado,
pois a cooperativadeveprover
segurança, equilíbrio ejustiça social
para
os sóciosque
proverem
a sociedadecom
recursos suficientes epor
outro lado
a
cooperativanão
éuma
entidade filantrópicaque
pretende resolvertodos os
problemas
da
sociedade.4.2
Oportunidades
De
acordo
com
DEGEN
(1989), osempreendedores de
sucesso são aqueles que,através
de
predisposição e criatividade, sãocapazesde
identificar oportunidades.“Através da predisposição, o futuro empreendedor aprende a observar e avaliar
negócios.
Mas
é através da criatividade que ele começa a associar as observações dos mais diversos tipos e formas de empreendimentos.”(DEGEN,
1989, p.20).Após
identificar as oportunidadesdo mercado
e coletarinformações
sobreo
mesmo,
há
a
necessidadede desenvolver o
conceitodo
negócio.“O
futuro empreendedor precisa ordenar essas informaçõesem
um
conceito, que devedescrever claramente a necessidade do grupo de clientes que ele pretende atender,
com
algo
-
produto ou serviço-
que sabe fazer, aum
custo que eles estão dispostos a pagar.”(DEGEN,
1989, p.54).De
acordo
com
GRUENVALD
(1993, p.140)“a
identificaçãodo mercado
ea
seleção das
oportunidades
é a fase inicial necessária para identificar seuma
determinada
área
de
mercado
deve
ser explorada.” Q)ortanto deve-se reuniro maior
número
de
informações
possível a respeitodo
mercado, identificando
as necessidadespara
desenvolver produtos
ou
serviçosque
podem
sertransformados
em
opo1tunidades)e
selecionando aquelas
que a
empresa melhor pode
atendercom
seus recursos:humanos,
financeiros, materiais, etc.
“a reunião e a interpretação criativa de dados são as contribuições mais importantes que
um
executivo de novos produtos pode fazer à exploração de oportunidades. (...)Na
fasede exploração
-
a busca de oportunidades-
o primeiro passo é a análise do setor. Istoinclui analisar vendas, concorrências, clientes, tecnologias e patentes.”
(GRUENVALD,
1993, p.1s2).
Segundo
GRUENVALD
(1993), outros fatoresque
aindapodem
serinvestigados são:
desenvolvimentos
estrangeiros,a
situação política eeconômica,
padrões
de
consumo,
implicações ecológicas emão-de-obra,
entre outros.4.2.1
Planejamento
estratégicoO
planejamento
estratégico éfundamental para toda
equalquer
organizaçãoque
queira atingir
um
ou
mais
objetivos.Deste
modo,
sea
organizaçãotem
por
objetivoa
identificação
de novas
oportunidades,somente
conseguirá aproveitá-las atravésde
planejamento.
“Planejamento
é a definiçãode
um
futuro desejado ede
meios
eficazespara alcançá-lo.”(ACKOFF,
1983, p.1).Para
BIO
(1985)
planejar significa voltaro
olharpara
o
futuro e a essênciado
planejamento
éa
tomada
de
decisões.A
preocupaçao
dasorganizações
com
os
fatores externos fezcom
que
surgissea
necessidade
de
projetarum
futuro desejadopara
aorganização
e implantar estratégiaspara
alcançá-lo.Assim
surgiu ametodologia
do
planejamento
estratégico.CHIAVENATO
(1994)
divideo planejamento
empresarialde acordo
com
os níveisda
organizaçãoque
sãoo
nível operacional,o
'nível intermediárioou
tático e
o
nível institucionalou
estratégico.É
sobre esteúltimo
nível,onde
é feitoo
planejamento
estratégico,que
será tratado neste tópico.O
planejamento
estratégicopode
serdefinido
como:
“Um
conjunto de tomada deliberada e sistemática de decisões envolvendo empreendimentos que afetam, ou deveriam afetar toda a empresa por longos períodos detempo.”(Cl-IIAVENATO, 1994, p. 250).
Percebe-se-a importância
do
planejamento
estratégicono
seuenvolvimento
na
organização
como
um
todo,por muito tempo,
jáque
todas as decisõesnos
níveis inferioresdependem
das decisões estratégicas.Por
estemotivo
é tão reforçada a necessidadede
antecipar-seao
futuro antesque
ele chegue.Ao
planejar,o
administradordeve pensar
em
todas as situações futuras possíveis, traçando projeções otimistas e pessimistas.Somente
destaforma
poderá
calcular os riscos
de
suas decisões.QA
antecipaçãoao
futuro sedá
principamente
\.
analisando
o ambiente
externo,ou
seja, as oportunidades eameaças,
eo ambiente
interno,
ou
seja,pontos
fortes e fracosda
empresa.\
As
oportunidades são forças ambientais que, seconhecidas
atempo,
podem
serestrategicamente aproveitadas pela
empresa
enquanto
perduramá
As
ameaças
são forçasambientais
que
dificultama ação
estratégica,mas
que
podem
ser evitadasou
‹.
As
principais etapasdo
planejamento
estratégico,segundo
CHIAVENATO
(1994)
são:a)
Determinação
de
objetivos -onde
aempresa
está eonde
pretende chegar;b)
Análise ambiental
- concorrentes, fornecedores, clientes, oportunidades eameaças;
Vc)
Análise
internada
organização e seus recursos;d)
Geração,
avaliação e seleçãode
altemativas estratégicas;e)
Implementaçao
atravésde planos
táticos e operacionais.Para
transformar idéiasem
oportunidades
efetivamente aproveitadas pelaorganização
éfundamental
seguir estas etapas.Assim
deve-se analisar a viabilidadede
cada
idéia atravésda
análisedo
ambiente intemo
e externo, selecionando asmelhores
idéias e
implementando-as
para transforma-lasem
oportunidades.Segundo
ACKOFF
(1983),o planejamento
pode
ainda serbaseado
em
quatroprincípios específicos: _
a)
Planejamento
participativo -Quando
o
responsável peloplanejamento
não
elabora os planossozinho
e facilitaque
as áreasda
empresa
responsáveis peloprocesso o
façam. b)Planejamento coordenado
-É
o planejamento que
levaem
consideração todos os aspectosda empresa
enão apenas
áreas isoladas.c)
Planejamento
integrado -Quando
os vários escalõesda empresa tem
seusplanejamentos
integradosde
forma
que
os objetivossejam
centralizados e abase
da
pirâmide
escolha osmeios
para
atingi-los.d)
Planejamento permanente
V- Refere-seao planejamento
ereplanejamento
contínuo4.3
Desenvolvimento
Sustentável
O
aperfeiçoamento
das técnicasde produção,
que
teve seuimpulso
dado
pela revolução industrial, fezcom
que o
homem
produzissecada vez
mais,em
cada vez
menos
tempo.
O
consumo
foiestimulado
atravésde propaganda. Surgiram
asmetrópoles
eo
homem
saiudo
campo
para asgrandes
cidadesem
busca de
empregos
e dinheiropara poder
satisfazerseu
desejode consumir. Para
as indústrias sedesenvolverem
foi necessário utilizarcada vez
mais
os recursosda
natureza e produziu-se
em
contrapartidacada
vez mais
rejeitos, esgotos e lixo.Os
produtos
ficaramcada vez
mais
“desca1táveis”.Desde
1968,com
a Conferência
Mundial
sobrea
Biosfera,a
questãoambiental
passou
a ter visibilidade política.Alguns
estudiosospassaram a
alertaro
mundo
para
o
fato
deque
o desenvolvimento
econômico
deveria sepreocupar
com
o
meio
ambiente, para garantir qualidadede
vida epara
que
o
homem
pudesse
garantirsua
própria sobrevivência.No
entanto,poucas ações
concretasforam
tomadas.
-
Em
1991,a
ONU,
com
o
objetivode
engajara
comunidade
empresarial, criouo
Business Council for
SustainableDevelopment
(Conselho
Empresarialpara
o
Desenvolvimento
Sustentável).'
Outro
fatomarcante
foique a
comunidade
intemacional,por
iniciativada
CMMAD,
reuniu-seno Rio
de
Janeiro,em
1992,para
discutirtemas
como
pobreza, crescimentoeconômico,
industrialização edegradação
ambiental.A
definição de
desenvolvimento
sustentávelencontrada
no
relatórioda
CMMAD
é Vque
o
desenvolvimento
sustentável é aqueleque
atende as necessidadesdo
presentesem
comprometer
as possibilidadesde
as gerações futurasatenderem
às suas própriasnecessidades.
(CMMAD,
1991).Para a
obtenção de
um
desenvolvimento
sustentável,SACHS
(1986)propõe que
sejam
adotadas cincodimensões
básicas:a) Sustentabilidade Social: significa
uma
mudança
cultural para privilegiar o “ser”em
detrimentodo “consumismo do
ter”, atravésda
valorizaçãoda
cidadania equalidade
de
vida.b) Sustentabilidade
Econômica:
significadesenvolvimento
econômico
sem
'
1
forma mais
eficaz.E
necessário geraremprego
erenda
e reduzir custos sociais eambientais.
c) Sustentabilidade Ecológica: significa reduzir
a
poluição e obterharmonia
entredesenvolvimento
e preservaçao.d) Sustentabilidade Espacial: significa limitar as
explorações de
recursosnão
renováveis,
buscar
soluçõesinovadoras
como
tecnologiaslimpas
e gestão ambiental,planejando
a
forma
como
são utilizados ealocados
os diversosrecursos.
e) Sustentabilidade Cultural: é a preservação das raízes culturais
dos
povos
ou
das
organizações, através das quais setoma
mais
fácil fortalecer e incutir hábitosculturais
para
obtenção
do
desenvolvimento
sustentável dasempresas
edas
naçoes. ç
O
desenvolvimento
sustentável deve, portanto,combinar
o desenvolvimento
econômico,
a preservaçãodo meio
ambiente
e a justiça social.4.3.1
Agenda
21
O
aumento
da
poluição, osmovimentos
ecológicos, a opinião pública,forçaram
autoridades
governamentais
do
mundo
inteiro a sereunirem
na
busca de
soluçõespara
os
problemas
ambientais globais. Esta reuniãoaconteceu
na
cidadedo Rio
de
Janeiro,em
1992,sendo
denominada Eco-92 ou
Rio-92.Durante
a Rio-92, foiaprovado
um
documento
contendo
compromissos
para
mudança
do
padrão de desenvolvimento
no próximo
século,denominando-o
Agenda
21.“Resgatava, assim, o tenno 'Agenda' no seu sentido de intenções, desígnio, desejo de
mudanças para
um
modelo de civilizaçãoem
que predominasse o equilíbrio ambiental ea justiça social entre as nações.”(MMA, 2000, p.7)
i€\ada país
ficou
responsávelpor
criar sua própriaAgenda
21.A
Agenda
21brasileira
tem
por
objetivodefinir
uma
estratégiade desenvolvimento
sustentávelpara
o
País,
a
partirde
um
processode
articulação e parceria entreo
govemo
ea
sociedade.Nesse
sentido,o
processode
elaboraçãoda
Agenda
21 Brasileiravem
sendo conduzido
pela
Comissão
de
Políticasde Desenvolvimento
Sustentável eAgenda
21(CPDS),
a partirde
critérios e premissas específicas,que
privilegiamuma
abordagem
multisetorialA
Agenda
21 brasileira jáproduziu
atéo
momento
seisdocumentostemáticos
básicos: Agricultura Sustentável,
Cidades
Sustentáveis, Infra-estrutura e Integração Regional,Gestão dos Recursos
Naturais,Redução
dasDesigualdades
Sociais e Ciênciae
Tecnologia para o Desenvolvimento
Sustentável._
A
idéiade
uma
agricultura sustentável, indicao
desejo socialde
sistemasprodutivos que,
simultaneamente,
conservem
os recursos naturais eforneçam
produtos
mais
saudáveis,sem
comprometer
os níveis tecnológicos já alcançadosde segurança
alimentar.
(MMA,
2000).“O
documento cidades sustentáveis, tem por objetivo geral subsidiar a fonnulação daAgenda
21 brasileiracom
propostas que introduzam a dimensão ambiental 'nas políticasurbanas vigentes ou que venham a ser adotadas, respeitandose as competências
constitucionais
em
todas as esferas degovemo.”(MMA,
2000, p.l2).Este
documento,
indica as principais estratégias parao enfrentamento
das questõesurbanas
ambientais: integração setorial e espacial das políticas e dasações
urbanas;
planejamento
estratégico; descentralizaçao; incentivoà
inovação; custos ambientais e sociaisdos
projetoseconômicos
ede
infra-estrutura;novos
padrões de
consumo
dos
serviçosurbanos
e fortalecimentoda
sociedade civil edos
canaisde
pafú¢ipaçâ0.(MMA,
2000).`
O
documento
da
Agenda
21 brasileiraque
trata sobre ciência e tecnologia, levaem
consideração
a multidisciplinariedadeda
temática ambiental.«
“O
planejamento de políticas de gestão ambiental, nos propósitos do manejo integradodos recursos naturais, tecnológicos e culturais de
uma
sociedade, conduz à necessidade de compreensão das inter-relações dos processos históricos, econômicos, ecológicos,políticos e culturais e dos caminhos do desenvolvimento.”
(MMA,
2000, p.l 1).A
nova
problemática
ambiental introduz problemáticas interdisciplinaresque
trazem
novas
exigênciasde produçao de conhecimento
para aplicaçãono
planejamento
do
desenvolvimento.
A
articulação entre osconhecimentos
éo
primeirofundamento de
um
desenvolvimento
científicocapaz
de responder
aosproblemas multidimensionais
da
sustentabilidade
do
desenvolvimento
nacional.(MMA,
2000).A
Agenda
21 define gestãodos
recursos naturaiscomo
“uma
particularidade da gestão ambiental, que preocupa-seem
especialcom
o conjuntode princípios, estratégias e diretrizes de ações determinadas e conceituadas pelos
agentes socioeconômicos, públicos e privados, que interagem no processo de uso dos
recursos naturais, garantindo-lhes sustentabilidade.”
(MMA,
2000, p.l6)Este
documento
defende
aGestão
Integradados Recursos
Naturais,ou
seja,o
estabelecimentode
um
conjunto de
açoesque
considereo
interrelacionamento entre os recursos naturais e as atividadessocioeconômicas.
“As
sociedadesmodemas
vêm
gradualmente reconhecendo,
em
todas as suasdimensões,
osproblemas
inerentes à contínuabusca de crescimento econômico.”
(MMA,
2000,
p.3 1)Sob
esta ótica, é possível perceber custoseconômicos
que
anteriormenteeram
desprezados,
causados
pelosimpactos
negativosdo
crescimentoeconômico na
sociedade e
no
meio
ambiente.'
No
documento
sobreredução
das desigualdades sociais:“se enfatiza a urgência de resgatar a dívida social crônica do país e se reconhece que a
agenda para reduzir as desigualdades sociais está contemplada
em
diversos documentosoficiais.
Em
um
cenário político de transição e de reforma do Estado, a grande questãoque orienta este trabalho está
em
articular propostas para superar o descompasso entre 0discurso e a prática.”
(MMA,
2000, p.l3).Baseados na
Agenda
21 brasileira, osEstados
eMunicípios
também
estãocriando suas
Agendas
de
forma
participativa,ou
seja,com
a participaçãode
todos osgrupos de
interesse dascomimidades.
,4.3.2
Tecnologias
Limpas
.A
utilização das tecnologiaslimpas por
partedas empresas
éo
caminho
para
sealcançar
o desenvolvimento
sustentável.A
Gazeta
Mercantil (1996) classifica as tecnologiaslimpas
em
três grupos:de
final
de
linha(sem modificar
o
processode
produção),de
caráter preventivo(mudanças
nos processos
einsumos)
ede
substituiçãode
materiais tóxicospor
outrosmenos
tóxicos. '
24
As
tecnologiaslimpas de
caráter preventivo ede
substituiçãode
materiais sãomais
avançadas, poisoferecem
menores
riscosao
meio
ambiente.Segundo
ORTIZ
(1995, p.3),“a industrialização no Brasil se deu
com
tecnologias ultrapassadas, altamenteconsumidoras de recursos naturais, de energia, de insumos e degradadoras do ambiente.
Por isso, o trabalho no Brasil sempre girou
em
tomo
do tratamento na saída do tubo.”As
tecnologiaslimpas
avançadas, pelo contrário,buscam
diminuir
a quantidade
de
resíduos aserem
tratados, atravésde
mudanças
nos
processosde produção.
De
acordo
com
MISRA
(1996)
as tecnologias limpas:a)
reduzem
aquantidade de efiuentes que
poluem
o
meio
ambiente;b) realizam
o uso
mais
racionalpara
matérias-primas e energia,conseguindo
custosmais
razoáveis.As
principaismetodologias para a implantação
das tecnologiaslimpas
são:otimização
do
processo
existente,modificação
nos
processos e substituiçãodos
processos produtivos.
A
'
Os
principais benefíciosda
utilizaçãode
tecnologiaslimpas
são:a) proteção ambiental;
b)
melhorias
nascondições de
trabalho;c)
economia
em
matéria-prima
e energia;d)
melhoria
na
qualidadedos
produtos;e)
diminuição dos
custos e perdas; eÍ) _
incremento
na
produtividade e lucratividade.De
acordo
com
SCHENINI
(1999), entende-sepor
tecnologias limpas, todas astecnologias produtivas
ou
gerenciaisque
não
afetem o
meio
ambiente. Portanto,o
conceito
de
tecnologialimpa
está relacionadocom
o
fatode
não
afetaro
meio
ambiente
enão
apenas de simplesmente
reduzir a poluição.Algumas
tecnologiaslimpas
gerenciais serão detalhadas
a
seguir.A
-Gestão Ambiental
Os
movimentos
ecológicos sociais e políticos, a rápida multiplicação dasONGs
imposição de
restrições legais para reduzir osimpactos
ambientais e as reuniõesdos
Igovemos
de todo o
mundo com
o
objetivode
salvaro
planeta fizeramcom
que
asempresas
fossem
obrigadasaâever
suaposição
em
relaçãoao
meio
ambiente.“A
opinião pública, cristalizadaem
instituiçõescomo
o movimento intemacionalGreenpeace e outros órgãos não govemamentais (ONGs), exerce influência cada vez maior nas decisões empresariais.”
(GAZETA
MERCANTIL
LATINO AMERICANA,
out. 2000 p.4). _
As
pressõesdos consumidores,
dascomunidades
e as exigências legais,fazem
. j . . 't
com
que cada vez
mais
asempresas
sepreocupem
com
sua
sustentabilidade.)Desde
1978, as
empresas passaram
a fabricarprodutos
com
o
“selo verde”. jtSegundo
SCHENINI
(1999), 'asempresas
tem
razõesintemas
e externaspara
a
busca
da
sustentabilidade.”As
razõesintemas
são: custosde
redução, reciclagem,remoção,
tratamento e disposiçãode
resíduos;diminuição de
custosde
matérias-primase
de produção;
atualização tecnológica;otimização
na
qualidadedo
produto acabado;
diretrizes e
normas
da
empresa
para aprodução
com
qualidade total; diretrizes enonnas
para
a
gestão ambiental eobtenção de
cultura organizacionalintema
politica eecologicamente
_ correta.As
razõesextemas
são: pressãoda comunidade
local;atendimento à
legislação;novas
regulamentações, regras enonnas; redução de despesas
com
multas
edescontaminações;
evitarações
judiciais;marketing
junto aos clientes econsumidores; vantagens
na
competitividade;prevenção de
acidentes ecológicos; pressõesde
fontesñnanciadoras
e seguradoras; pressõesde
ONGS.
"""'“'(Algumas
ações
dasempresas
incluem:modificação
de
característicasdos
produtos, revisão
dos
processosde produção,
programas
de
qualidadede vida
esegurança para
os funcionários, orientaçãopós-venda,
entre outros.\\
Ê
‹ \Qm
numero cada vez maior de empresas dos paísesem
desenvolvimento está aderindo~ \ t
a processos produtivos que nao agridam o meio ambiente) Seja por força de protocolos e
~ EV
acordos intemacionais, seja por pressao de movimentos ecológicos ou do próprio mercado consumidor.”
(GAZETA
MERCANTIL
LATINO
AMERICANA,
out. 2000. p.3).A
evolução
da
atitudedo
empresário
ou do
executivona Europa
Ocidentalem
relaçãoao
meio
ambiente, é divididapor
BACKER
(1995)
em
três etapas:a)
Negação
racionalizadora (atéo
iníciodos anos
70): Tentativade
provar, atravésde
demonstrações
estatisticas,que
a indústriaou
os serviçosnão
poluem.
b) Terapêutica
vergonhosa
(a partirdo
iníciodos anos
70):Os
empresários
criarammeios
técnicos einventaram
métodos
de
luta contra a poluição.As
empresas
altamentepoluentes
começaram
a adotaro
conceitode
riskmanagement
(gestãode
risco).c)
Gestão
responsabilizada (a partirdos anos
80):Surgiu o
método da
auditoria jurídicapara acompanhar,
compreender
e aplicar as orientações das leis e regulamentações.Houve
conscientizaçãoda
necessidadede
sensibilizar eformar
colaboradoresque
enfrentassem
as responsabilidadesem
relaçãoao
meio
ambiente
ede
criarum
orçamento de
investimento financeiropara
o
meio
ambiente.Surgiram
a contabilidadeambiental
(balanço sobreo
meio
ambiente)
eo marketing verde
(necessidadede
comunicar,
explicar e valorizaro
esforço ecológicoda
empresa).As
principais razões pelas quaistodo
administradorou
empresário
deve
implementar
a administraçaocom
consciência ecológica são descritaspor
WINTER
InCALLENBACH
et al (1993, p.35)da
seguinte forma:“a) Sobrevivência humana: sem empresas
com
consciência ecológica, não poderemos_
ter
uma
economiacom
consciência; semuma
economiacom
consciência ecológica, a sobrevivênciahumana
estará ameaçada.b) Consenso público: sem empresas
com
consciência ecológica, não haverá consensoentre o povo e a comunidade de negócios; sem esse consenso, a economia de mercado
estará politicamente ameaçada.
c) Oponunidades de mercado: sem administração
com
consciência ecológica, haveráperda de oportunidades
em
mercadosem
rápido crescimento.d) Redução de riscos: sem administração
com
consciência ecológica, as empresas correm o risco de responsabilização por danos ambientais, que potencialmente envolvem imensas somas de dinheiro, e de responsabilização pessoal de diretores, executivos e outros integrantes de seus quadros.e) Redução de custos: sem administração
com
consciência ecológica, serão perdidasnumerosas oportunidades de reduzir custos
Í) Integridade pessoal: sem administração
com
consciência ecológica, tanb os administradorescomo
os empregados terão a sensação de falta de integridade pessoal sendo, assim, incapazes de identificar-se totalmentecom
o seu trabalho.”B
-ISO
14000
Í
\Muitas empresas passaram
a utilizar a gestão ambientalcom
a finalidade de
seadequarem
àsnormas da
ISO
14000.\
“No
Brasil, o número de empresas certificadas aumentou de 48em
1998, quando o selofoi criado, para 189
em
setembro deste ano, segundo dados do Instituto Nacional deMetrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
Na
Argentina, o número aumentou de 55,em
junho do ano passado, para 100em
junho deste ano.”(GAZETA
MERCANTIL
LATINO
AMERICANA,
out. 2000. p.3).tz
As
normas
ISO
14000, sãona
verdade
uma
sériede
normaädentre
as quaisestão:
Quadro
n°01
-NORMAS
ISO
SÉRIE
14000
Norma
Dispõe
sobre:Conteúdo
NBR
ISO
14001 Sistemas de gestão ambiental (SGAs) Especificação e diretrizes para uso.NBR
ISO
14004 Sistemas de gestão ambiental (SGAs) Diretrizes Gerais sobre princípios,sistemas e técnicas de apoio.
NBR
ISO
14010 Diretrizes para auditoria ambiental Princípios Gerais.NBR
ISO
14011 Diretrizes para auditoria ambiental Procedimentos de Auditoria. Auditoria de OSistemas de Gestão Ambiental.
NBR
ISO
14012 Diretrizes para auditoria ambiental Critérios de qualificação de auditores ambientais.FONTE:
Normas
NBR
ISO
14000 (1996), InMOTA
(1997) .A
NBR
ISO
14001 (1996) especifica os
requisitosde
um
sistemade
gestão ambiental,podendo
ser aplicadaa todos
os tipos e portesde
organizações. Entretantofaz
uma
ressalva:“o
sucessodo
sistemadepende do comprometimento
de
todos osníveis e funções, especialmente
da
alta administração.”(NBR
ISO
14001, 1996, p.3)Para a
adequada
implantação
deste sistemaem uma
organização faz-senecessário
o
estabelecimentode
uma
política ambiental,ou
seja, “declaraçãoda
organização,expondo
suas intenções e princípiosem
relaçãoao
desempenho
ambientalglobal,
que provê
uma
estruturapara ação
e definiçãode
seus objetivos emetas
ambientais”.(NBR
ISO
14001, 1996, p.4).Além
de
estabeleceruma
política ambiental, aNBR
ISO
14001 (1996) prevê o
planejamento ambiental
no
qual deve-seenglobar
os aspectos ambientais, requisitoslegais, objetivos e
metas
ambientais eprogramas de
gestão ambientalda
organização.autoridades,
nomeando
representantesespecíficos para
asseguraro
cumprimento
dos
requisitos e relatar
o
seudesempenho
à alta administração.O
sistemadeve
aindaprever
as
formas de
treinamento,comunicação,
documentação
eatendimento a
emergências.Para
uma
boa
verificação
econseqüente
tomada
de ações
corretivas, é importanteque
a
organização realize
monitoramento
emedição
periódicade
suasoperações
e atividades.A
alta administraçãodeve
ser responsávelpor
analisar criticamentetodo o
sistema,assegurando
sua conveniência,adequação
e eficácia.A
elaboraçãode
planosde
gestãoambiental
não
é exclusivapara
as empresas.É
possível elaborarprogramas de
gestãoambiental
aplicáveis acomunidades,
municípios, estadosou
países,buscando
a sua sustentabilidade ecológica.Deste
modo,
deforma
mais
ampla:
%ão
integrantes deum
programa de gestão ambientaP¿\a. Caracterização e valoração ambiental;
b. Estudos de impacto ambiental; `
c. Análises de riscos;
d. Manejos de recursos ambientais;
e. Planejamento ambiental; f. Zoneamento;
g. Propostas de medidas mitigadoras;
h. Planos de recuperação de áreas degradadas;
\f
i. Legislação ambiental;j. Outras atividades visando à consen/ação ambiental.”
(MOTA,
1997, p.247-248).4.4
Meio Ambiente
De
acordo
com
MOTA
(1997, p.3),meio
ambiente
éo “conjunto de condições
fisicas,químicas
e biológicasque afetam a
existência,desenvolvimento
ebem-estar
dos
seres vivos.”
A
Lei Federal brasileirada
PolíticaNacional de
Meio
Ambiente
o
conceituacomo
“o
conjuntode
condições, leis,influências
e interaçõesde
ordem
fisica,química
ebiológica,
que
pennite, abriga e regea vida
em
todas as suas formas.”(art. 3°, 1)”,ou
ainda
em
outra definiçãoo
meio
ambiente
éconsiderado
como “um
patrimônio
público a ser necessariamenteassegurado
e protegido,tendo
em
vistao
uso
coletivo.” (art. 2°, I)Percebe-se nestes conceitos a clara divisão
do meio
ambiente
em
três partes:física,
química
e biológica, as quaisformam
ascondições
básicas necessáriasao
equilíbrio
de
um
ambiente.Além
disso, seu equilíbrio éfundamental para manter a vida
e,
por
estemotivo
o
meio
ambiente
é definidocomo
um
patrimônio
público, jáque
a
Constituição Federal
de 1988
garante a todos“a
inviolabilidadedo
direito à vida”em
seu art. 5°, caput.
No
Estado de Santa
Catarina, conceituou-semeio
ambiente
como
“interaçãode
fatores físicos,
químicos
e biológicosque
condicionam
a existênciade
seres vivos ede
recursos naturais e culturais.”(a1t. 2°, I,
da
Lei 5.793/80). _A
principal diferença entre este e osdemais
conceitos éa
inclusãodo
patrimônio
histórico-cultural
no
conceitode
meio
ambiente.4.4.1
Ecologia
A
existência ea
sobrevivênciado
homem
estãona
dependência
da
existênciade
fonnas
mais
primitivas e atémicroscópicas de
vida.“Todo o grande conjunto de formas vivas que constitui a natureza viva, desde as mais
primitivas até as mais evoluídas, acha-se interligado por relações dinâmicas de interdependência.”(BRANCO, 1972, p.3).
A
ecologia é a ciênciaque
estuda esseconjunto de
relaçoes.A
palavra ecologiavem
do
grego
“oíkos”,que
significa “casa”, portanto ecologia significa “estudoda
casa.”
De
acordo
com
LAGO
(1985),a
ecologia surgiu inicialmentecomo
uma
disciplina científica e transformou-se
em
um
movimento
social e político.A
ecologiaestá hoje dividida
em
quatro áreas: ecologia natural,que
éo
estudodo
funcionamento
dos
ecossistemas; ecologia social, a qual estuda os múltiplos aspectosda
relação entreos
homens
eo
meio
ambiente;conservacionismo, que
éum
movimento
de
lutaem
favorda conservação
da
natureza e preservaçãodos
recursos naturais eecologismo,
ou
seja,um
projeto políticode transfonnação
social, calcadoem
princípios ecológicos edefendido
pelos “Partidos Verdes”.A
ecologia natural é a parteda
ecologiaque
estámais
ligada à biologia, eao
funcionamento dos
ecossistemas.BRANCO
InMOTA
(1997. p.3)define
ecossistemascomo
“sistemas integradosde
seres vivos eambientes
físicos.”O
objetivo deste0
estudo
da
ecologia social edos
movimentos
ecológicos.No
entanto, é interessantecompreender
os seguintes conceitos básicosde
ecologia natural,para
obom
entendimento
do
restantedo
trabalho:“Habitat
-
Local habitado poruma
espécie.Nicho ecológico
-
Conjunto de características ambientais (fatores físicos, alimentotípico e os inimigos naturais da espécie) que
definem
o papel deuma
espécie nabiosfera.”
(BRANCO,
1978 InMOTA,
1997, p.5).“Biosfera
-
É
o conjunto de todos os ecossistemas do planeta.”(ATLAS
DO
MEIO
AMBIENTE
DO
BRASIL,
1994 InMOTA,
1997, p.3).i\Assim,
quando
um
ecossistema entraem
desequilíbrio, seja este físico,químico
ou
biológico, percebe-seque
isto prejudica a sobrevivência das espéciesque
vivem
naquele
ecossistema, poishá modificação do
nicho
ecológicodaquela
espécie. Estes assuntos serão tratadosmais
adiantenos
tópicos sobreimpacto
ambiental e poluição).Em
relação à ecologia social,uma
questãopolêmica
é levantadapor
CONTI
(1991, p.l3 1), pois
compara
capital, trabalho emeio
ambiente:“será possível salvar o equilibrio vital do planeta, ou pelo
menos
iniciaruma
ação eficaz nessa direção, a partir do interior do sistema capitalista, ou este sistema vai produziruma
catástrofe ecológica antes de se desintegrar?”\A\natureza
possuium
equilíbrio entreprodução
e consunho,Í Este equilíbriobusca
evitar asuperprodução
ou
a superpopulaçãê,Segundo
BRANCO
(1972) éuma
característicada
atividadehumana
provocar
desequilíbrios.Por exemplo, ao adubar
e irrigaro
solo,o
homem
obtém
em
um
espaço reduzido
uma
população de
vegetaiscomestíveis
muito
maior
do
que
aque
se desenvolveriana
natureza,obedecendo
aosprincípios
de
equilíbrio eeconomia.
Os
desequilíbrios ecológicoscausados
pela atividadehumana buscam
a obtenção
de
maior
rendimento
energético.Ao
produziruma
superpopulação de
vegetais,o
homem
pode
utilizá-lapara
alimentar outros animais,causando
uma
superpopulação
destes.
Se
utilizar a lenhados
vegetaiscomo
fontede
energia para alimentar caldeiras,causaria desequilíbrios atmosféricos,