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Relatório de Estágio realizado na Farmácia Saúde e no Centro Hospitalar do Porto

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I

Relatório de Estágio em Farmácia

Comunitária

Realizado no âmbito do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas Diana Marisa Bessa de Sousa (080601062)

(2)

II RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM FARMÁCIA COMUNITÁRIA

Orientadora do Estágio

______________________________________ (Dr.ª Alexandra Moreira)

Estagiária

______________________________________ (Diana Marisa Bessa de Sousa)

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III RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM FARMÁCIA COMUNITÁRIA

DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE

Eu, _______________________________________________, abaixo assinado, nº __________, estudante do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração desta monografia / relatório de estágio.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de ______________ de ____

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IV Agradecimentos

Terminados estes quatro meses de estágio, fica a certeza de esta foi uma experiência enriquecedora que me permitiu desenvolver não só competências técnicas mas sobretudo pessoais. Como tal gostaria de agradecer a toda a equipa da Farmácia Saúde por todo o acompanhamento e ensinamentos que me transmitiram, em particular:

À Dr.ª Margarida Moreira, Diretora Técnica da Farmácia Saúde, pela oportunidade de realizar o estágio na sua farmácia e por toda a simpatia que sempre demonstrou para comigo;

À Dr.ª Alexandra Moreira, minha orientadora de estágio, pela sua disponibilidade e amabilidade e por todos os conhecimentos transmitidos; À Dr.ª Ana Carla Moura, ao Dr. Gustavo Vidal, ao Sr. Alfredo Pinto, ao Sr. José Miguel Alves e à D. Paula por estarem sempre dispostos a ajudar-me, pela paciência, ensinamentos, boa disposição, confiança e por todo o apoio que sempre me deram.

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V Abreviaturas

ADSE – Direção Geral de Proteção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública

ANF – Associação Nacional das Farmácias AIM – Autorização de Introdução no Mercado BPF – Boas Práticas de Farmácia

CCF – Centro de Conferência de Faturas DCI – Denominação Comum Internacional DL – Decreto –Lei

DM – Dispositivo Médico FEFO – First Expired First Out FS – Farmácia Saúde

GH – Grupo Homogéneo

GHb – Hemoglobina Glicosilada HTA – Hipertensão Arterial h – Horas

hCG – Gonadotrofina Coriónica Humana

INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P. IVA – Imposto sobre o Valor Acrescentado

MG – Medicamento Genérico mmHg – Milímetros de Mercúrio

MSRM – Medicamento Sujeito a Receita Médica MNSRM – Medicamento Não Sujeito a Receita Médica

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VI PAS – Pressão Arterial Sistólica

PAD – Pressão Arterial Diastólica

PCHC – Produto Cosmético e de Higiene Corporal PF – Preço de Faturação

PR – Preço de Referência

PRM – Problemas Relacionados com os Medicamentos PV – Prazo de Validade

PVP – Preço de Venda ao Público

RAM – Reações Adversas a Medicamentos

RNM – Resultados Negativos Associados à Medicação SNS – Serviço Nacional de Saúde

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VII Índice

Agradecimentos ... IV Abreviaturas ... V

1 Introdução ... 1

2 Organização do Espaço Físico e Funcional da Farmácia Saúde ... 2

2.1 Enquadramento Geral da Farmácia Saúde ... 2

2.2 Horário de Funcionamento... 2

2.3 Caracterização do Espaço Físico da Farmácia ... 2

2.3.1 Espaço Exterior ... 2

2.3.2 Espaço Interior ... 3

2.4 Recursos Humanos ... 4

3 Biblioteca e Fontes de Informação ... 5

4 Gestão e Administração da Farmácia ... 5

4.1 Sistema Informático ... 5

4.2 Gestão de Stocks ... 6

4.3 Aprovisionamento e Armazenamento ... 6

4.3.1 Encomendas a Fornecedores ... 6

4.3.2 Receção e Conferência de Encomendas... 7

4.3.3 Armazenamento ... 8

4.4 Controlo dos Prazos de Validade e Devoluções de Produto ... 9

5 Dispensa de Medicamentos ... 10

5.1 Medicamentos sujeitos a receita médica ... 10

5.1.1 Receita Médica ... 11

5.1.2 Aviamento da Receita ... 11

5.1.3 Entidades e regimes especiais de comparticipação ... 12

5.2 Faturação ... 13

5.2.1 Organização do Receituário ... 13

5.2.2 Envio do Receituário e Pagamento das Comparticipações ... 15

5.2.3 Devolução das Receitas ... 15

5.3 Psicotrópicos e estupefacientes ... 15

5.3.1 Aquisição e Armazenamento ... 16

(8)

VIII

5.4 Medicamentos Genéricos ... 18

5.4.1 Sistema de Preços de Referência ... 19

5.5 Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica ... 19

6 Outros Produtos Existentes na Farmácia Saúde... 20

6.1 Produtos Cosméticos e de Higiene Corporal ... 20

6.2 Medicamentos Homeopáticos e Produtos Farmacêuticos Homeopáticos ... 21

6.3 Produtos para Alimentação Especial ... 21

6.4 Produtos Fitoterapêuticos ... 22

6.5 Medicamentos de Uso Veterinário ... 22

6.6 Dispositivos Médicos ... 22

7 Serviços e Cuidados de Saúde Prestados na Farmácia ... 23

7.1 Programas de Educação para a Saúde ... 23

7.2 Determinação de Parâmetros Fisiológicos e Bioquímicos ... 24

7.2.1 Avaliação do Índice de Massa Corporal e Perímetro Abdominal... 24

7.2.2 Pressão Arterial ... 24 7.2.3 Glicemia Capilar ... 25 7.2.4 Hemoglobina Glicosilada ... 25 7.2.5 Perfil Lipídico ... 25 7.2.6 Ácido Úrico ... 26 7.2.7 PSA ... 27 7.2.8 Teste de Gravidez ... 27 7.3 Farmacovigilância ... 28 7.4 VALORMED ... 28 7.5 Recolha de Radiografias ... 29 8 Conclusão ... 30 9 Bibliografia ... 31 10 Anexos ... 34

ANEXO I – Fatura de um dos fornecedores diários ... 34

ANEXO II – Lista de Controlo dos Prazos de Validade ... 35

ANEXO III – Nota de Devolução ... 36

ANEXO IV – Nota de Crédito ... 37

ANEXO V – Receita Médica Eletrónica ... 38

(9)

IX

ANEXO VIII – Fatura ... 41

ANEXO IX – Portarias Regime Especial ... 42

ANEXO X – Requisição de substâncias e suas preparações compreendidas nas tabelas I, II, III e IV, com exceção da II-A anexas ao Decreto-Lei n.º 15/93, 22 de Janeiro, com retificação de 20 de Fevereiro ... 44

ANEXO XI – Receita Médica Especial ... 45

ANEXO XII – Documento de Psicotrópicos ... 46

ANEXO XIII – Jogo “Proteção Solar” – Tabuleiro ... 47

ANEXO XIII – Jogo “Proteção Solar” – Peças de Jogo ... 48

ANEXO XIV – Folheto “Aprende a Defender-te do Sol” - Face Exterior ... 49

(10)

1 1 Introdução

O estágio em Farmácia Comunitária constitui uma etapa fundamental na formação dos futuros farmacêuticos, permitindo um primeiro contacto com a realidade profissional. A promoção do estágio nesta fase final do curso visa essencialmente dotar os alunos das competências técnicas e deontológicas necessárias ao desempenho da atividade farmacêutica com competência e responsabilidade.

Para os alunos o estágio traduz-se na possibilidade de consolidar os seus conhecimentos teóricos, bem como de adquirir novas valências, que lhes permitirão dar respostas aos desafios do dia-a-dia.

A dinâmica de trabalho em que o aluno é envolvido permite-lhe compreender os parâmetros pelos quais se rege o exercício farmacêutico e as exigências que lhe estão implícitas, consciencializando de que o utente é o elemento central da sua atividade. Além disso, é fomentado o espírito de trabalho em grupo, a procura constante pela atualização do conhecimento e a necessidade da polivalência do mesmo, o desenvolvimento das relações interpessoais.

Nesse sentido, no período de Maio a Agosto de 2013, integrei o estágio em farmácia comunitária, na Farmácia Saúde, no Porto, onde tive a oportunidade de por a prova os meus conhecimentos e de apreender inúmeros outros.

O presente relatório procurará expor de forma breve as atividades desenvolvidas ao longo do estágio, procedendo oportunamente ao enquadramento da atividade farmacêutica.

(11)

2 2.1 Enquadramento Geral da Farmácia Saúde(1)

A Farmácia Saúde (FS) localiza-se no centro da cidade do Porto, na Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, nº 689. Fundada em 1938, a FS conta já com uma vasta experiência na prestação de serviços aos utentes, ao longo da qual procurou diferenciar-se da imagem da farmácia como um mero ponto de venda.

Diariamente a sua equipa de profissionais de saúde trabalha no sentido de proporcionar aos utentes um atendimento personalizado, garantindo a sua total satisfação e estabelecendo simultaneamente uma relação de confiança entre ambas as partes. Esta atitude tem permitindo a FS a fidelizar os seus clientes, alguns dos quais a têm elegido como “a sua farmácia” ao longo da vida. Neste grupo encontram-se sobretudo doentes crónicos e idosos polimedicados para quem as pessoas da farmácia são tidas como amigos.

Além do leque de clientes habituais, a farmácia é também frequentada por clientes ocasionais, sendo estas visitas pontuais definidas ora pela acessibilidade privilegiada às suas instalações ou pela procura de um produto específico.

Os utentes da FS constituem uma população muito heterogénea, apresentando uma elevada variabilidade em termos etários e socioeconómicos.

2.2 Horário de Funcionamento

A FS encontra-se aberta ao público de segunda a sábado, de acordo com os seguintes horários: das 9h00 às 19h15 nos dias úteis; e das 9h00 às 13h00 aos sábados. Periodicamente, a FS assegura ainda o serviço permanente, funcionando em contínuo ao longo de 24 horas.

2.3 Caracterização do Espaço Físico da Farmácia (2)(3)

De acordo com as Boas Práticas de Farmácia (BPF), a qualidade do serviço prestado por uma farmácia depende das condições de que esta dispõe. Assim, a existência de estrutura adequada, no que respeita a instalações, equipamentos e fontes de informação, é essencial para assegurar um atendimento de qualidade a todos os potenciais utentes.

Além das orientações das BPF, o espaço físico de uma farmácia deve ainda respeitar as especificações estabelecidas nos artigos 28.º e 29.º do DL n.º 171/2012, de 1 de Agosto, procede à segunda alteração do DL n. º 307/2007 de 31 de Agosto.

2.3.1 Espaço Exterior (2)(3)

No que se refere ao aspeto exterior de uma farmácia, as BPF especificam que este deve ser “característico e profissional, facilmente visível e identificável”. Desta

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3 fachadas o símbolo “cruz verde” e um letreiro exterior com o nome da farmácia, e da diretora técnica. A visibilidade do estabelecimento assim como dos produtos comercializados é ainda potenciada pela elaboração de montras. A FS possui três montras cujo conteúdo é renovado periodicamente de forma destacar produtos novos, em promoção ou simplesmente mais adequados à época do ano em questão.

Junto à entrada encontra-se afixado o horário de funcionamento, e a informação relativa às farmácias de serviço permanente.

2.3.2 Espaço Interior (2)(3)

Segundo o DL nº 171/2012, de 1 de Agosto as farmácias devem dispor, no mínimo, de quatro divisões, nomeadamente: sala de atendimento ao público, armazém, laboratório e instalações sanitárias; de forma a garantir que os medicamentos são conservados e preparados de forma adequada, e que os utentes dispõem da comodidade e privacidade implícitas a um atendimento de qualidade.

Nesse sentido, a FS encontra-se dividida nas seguintes áreas:

 Área de atendimento ao público: Zona da farmácia com maior área, pensada de forma a proporcionar ao utente um ambiente calmo, e acolhedor. Possuí cinco balcões de atendimento devidamente informatizados, dispostos de forma a criar duas áreas de atendimento diferenciadas. A área principal de atendimento, onde se procede essencialmente à dispensa e indicação farmacêutica é constituída por quatro balcões alinhados ao fundo da sala. O quinto balcão, situado junto à entrada, destina-se quadestina-se exclusivamente à venda e acondestina-selhamento de produtos de dermocosmética. A zona de atendimento ao público é delineada por prateleiras, que permitem a exposição de diversos produtos desde cosméticos, produtos de higiene oral, suplementos, até brinquedos didáticos, todos eles organizados de acordo com as respetivas marcas. Sob os expositores são ainda armazenados em gavetas, por tipo ou por marca, outros produtos cosméticos e de higiene corporal (PCHC). De forma a proporcionar aos utentes um maior conforto nos períodos de espera, a FS dispõe de uma pequena zona onde estes se podem sentar e consultar alguns periódicos aí disponíveis, assim como de uma área destinada aos mais pequenos. Na zona de atendimento os utentes têm ainda acesso a um medidor automático de tensão arterial, a uma balança digital e a um expositor com folhetos informativos.

 Gabinete do utente: Sala independente da zona de atendimento, na qual se realizam os testes bioquímicos, a determinação da pressão arterial com o esfigmomanómetro, a administração de vacinas e as consultas de nutrição.

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4 conferência de encomendas, dispondo para o efeito de um acesso direto ao exterior e de todo o material informático necessário, nomeadamente: computador com sensor de leitura ótica, impressora de códigos de barras, impressora, telefone, fax e fotocopiadora.

 Área de Armazenamento: No que respeita ao armazenamento de medicamentos e outros produtos farmacêuticos, na FS, este não está confinado a um espaço físico definido, existindo vários locais destinados a esse efeito. A unidade principal de armazenamento é formada por armário de gavetas que se situa na área de receção de encomendas. Neste as diferentes especialidades farmacêuticas são arrumadas de acordo com a sua forma farmacêutica por ordem alfabética do nome comercial ou da denominação comum internacional (DCI), no caso dos medicamentos genéricos. Excetuam-se à regra anterior alguns produtos, como a Aspirina®, o

Lexotan® ou o Ben-U-Ron®, que dada a sua elevada rotatividade se encontram

arrumados em gavetas estratégicas, por forma a facilitar o acesso aos mesmos. Dadas as exigências implícitas à sua conservação, os produtos de frio são arrumados por ordem alfabética num frigorífico situado no laboratório, local onde também se encontra o cofre destinado ao armazenamento de estupefacientes e psicotrópicos.

 Área de Manipulação: Espaço contíguo à área de receção e conferência de encomendas, no qual se procede essencialmente à reconstituição de suspensões orais e à realização de testes de gravidez. Apesar de equipado com o material necessário à preparação de medicamentos manipulados esta é uma prática pouco comum, na FS.

 Escritório: Além de constituir o local por excelência onde ocorre a gestão e administração da farmácia, é também no escritório que ocorrem as reuniões, por exemplo, com os delegados de informação médica.

 Instalações sanitárias: A FS dispõe de duas casas de banho, uma destinada ao utentes da farmácia e outra para uso dos funcionários da farmácia.

2.4 Recursos Humanos (4)(3)(5)

O sucesso de qualquer empresa encontra-se fortemente relacionada com o empenho e dedicação que os seus funcionários empregam na execução das suas tarefas. No caso específico de uma farmácia, esta determinante tem um peso ainda maior, dada a natureza do serviço prestado. Diariamente a equipa de trabalho da farmácia é confrontada com as mais variadas situações, sendo por isso fundamental que os seus colaboradores possuam os conhecimentos e as competências adequadas para poderem oferecer uma solução rápida e eficaz aos utentes. A qualidade dos

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5 isso essencial uma boa gestão dos recursos humanos.

De acordo com o disposto no Capítulo IV do DL n.º 307/2007, de 31 de Agosto, e respetivas alterações, o quadro de pessoal de uma farmácia engloba o quadro farmacêutico, e o quadro não farmacêutico do qual fazem parte os técnicos de farmácia ou outros profissionais devidamente habilitados. Além da proprietária e diretora técnica, a equipa de trabalho da FS conta com mais nove funcionários, entre eles: três farmacêuticos, dois ajudantes técnicos, uma técnica de dermocosmética, duas auxiliares de manutenção e uma pessoa responsável pela contabilidade.

3 Biblioteca e Fontes de Informação(2)(6)

O momento de cedência de um medicamento exige por vezes ao farmacêutico o processamento de um elevado volume de informação, assim como a integração de vários conceitos. Tal pode conduzir ao surgimento de algumas dúvidas ou simplesmente à necessidade de obter mais algumas informações de forma a prestar um serviço seguro.

Para a garantir que nessas situações os seus colaboradores têm acesso às respostas que procuram, a FS possui uma pequena biblioteca, na qual é possível encontrar, entre outras, as publicações exigidas pela Deliberação nº 414/CD/2007, de 29 de Outubro.

No entanto, dada a constante atualização do conhecimento na área da saúde pode ser proveitoso complementar a pesquisa com a consulta de fontes de informação digitais. Para o efeito, todos os postos de atendimento possuem uma ligação à Internet, o que permite obter de forma mais rápida um esclarecimento.

4 Gestão e Administração da Farmácia

4.1 Sistema Informático (2)(7)(8)

A adoção de um sistema de informático por parte das farmácias é, nos dias de hoje, considerada indispensável. O recurso a este tipo de aplicações permite a otimização da maioria das tarefas relacionadas com a gestão diária da farmácia, contribuindo assim para uma maior qualidade dos serviços prestados.

A implementação de um sistema informático traz vantagens também para os utentes, na medida em que, o farmacêutico pode despender de mais tempo para o seu atendimento. Por outro lado, a diminuição da probabilidade de ocorrência de erros associada ao acesso privilegiado a bases de dados onde a informação se encontra compilada e simplificada, possibilita que a dispensa seja mais segura e sustentada.

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6 informático SIFARMA 2000, uma aplicação desenvolvida pela Glintt®, em ambiente

Microsoft Windows®; que procura dar resposta às mais variadas exigências implícitas

ao funcionamento de uma farmácia. O programa encontra-se instalado num servidor principal, o qual está ligado em rede aos terminais de venda, permitindo realizar, entre outras, as seguintes tarefas: a aquisição, receção, venda e devolução dos diferentes produtos farmacêuticos, controlo de stocks, faturação aos diferentes organismos, gestão de clientes.

4.2 Gestão de Stocks

A gestão eficiente dos stocks constitui um fator determinante para a viabilidade financeira de uma farmácia. Nesse sentido é fundamental que ao estabelecer o stock de um determinado produto farmacêutico estejam patentes algumas considerações, nomeadamente a média de consumo do produto, as condições de negociação, a margem de lucro, assim como o espaço disponível. Desta forma, deve procurar-se adaptar as quantidades armazenadas às solicitações que surgem ao longo do dia de trabalho, evitando a formação de stocks por excesso ou por defeito.

A aquisição de quantidades excessivas ou demasiado reduzidas face às reais necessidades da farmácia acarreta desvantagens financeiras e comerciais. A manutenção de um stock demasiado elevado conduz a uma imobilização significativa de capital e espaço, assim como a uma elevada probabilidade os produtos expirarem de prazo antes de serem vendidos. Por outro lado, um stock muito pequeno pode ditar a rutura do produto, colocando em causa não só a venda do momento, mas também a própria imagem da farmácia.

Hoje em dia, a adequação das quantidades em stock às vendas de uma dada farmácia encontra-se simplificada pelo recurso aos sistemas informáticos. Estes permitem não só estabelecer valores mínimos e máximos dos produtos, gerando encomendas automáticas para fornecedores pré-estabelecidos, quando se atinge o limite inferior; assim como consultar histórico de vendas, facultando informações relevantes sobre os consumos, tais como a variação sazonal e dos preços de compra.

4.3 Aprovisionamento e Armazenamento

4.3.1 Encomendas a Fornecedores

A aquisição dos diferentes produtos farmacêuticos nas quantidades adequadas é essencial para que seja dada uma resposta imediata as solicitações que surgem ao longo do dia. Assim, o bom funcionamento da farmácia depende de um correto aprovisionamento.

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7 Healthcare, Cooprofar, Cofanor e Udifar, aos quais são solicitadas as encomendas diárias.

A escolha dos fornecedores assenta numa análise criteriosa de diversos parâmetros, entre eles: rapidez e eficácia na entrega, profissionalismo do serviço prestado, bonificação de produtos, facilidades de devolução, descontos financeiros e facilidades de pagamento. Esta avaliação é feita pelo responsável de compras que procura sempre obter as melhores condições possíveis tendo em vista um maior retorno financeiro. Para a farmácia é importante trabalhar simultaneamente com vários fornecedores, na medida em que tal permite-lhe dispor de melhores ofertas em termos económicos, ter acesso a produtos em falta no menor intervalo de tempo possível ou ainda evitar a rutura de stocks.

Na FS as encomendas diárias são, por norma, realizadas ao final do dia, mediante a proposta de encomenda gerada automaticamente pelo sistema informático; sendo rececionadas no dia seguinte. No entanto, ao longo dia, acabam por se verificar algumas falhas, as quais se procuram colmatar através das encomendas instantâneas ou por contacto telefónico com os fornecedores.

Em determinados casos, como por exemplo nos produtos de maior rotatividade, as encomendas são realizadas diretamente aos laboratórios. Estas encomendas, apesar de implicarem a aquisição de maiores quantidades, proporcionam maiores vantagens económicas, quer por recurso a descontos ou a bonificações.

Ocasionalmente surge a necessidade de conseguir um determinado produto junto de uma farmácia próxima, procedendo-se a um pedido de empréstimo. Esta situação é solicitada a título excecional apenas quando o produto se encontra esgotado nos fornecedores, ou quando o utente não pode levantar o produto mais tarde.

4.3.2 Receção e Conferência de Encomendas

Aquando da entrega de uma encomenda, esta faz-se acompanhar pela respetiva guia de remessa e/ou fatura (ANEXO I), onde consta a descrição dos produtos pedidos/enviados, os preços de venda ao público (PVP) e de faturação (PF), assim como a taxa de IVA aplicável. Este documento constitui a base para a conferência dos produtos rececionados, permitindo a deteção de discrepâncias entre os produtos faturados e os enviados.

A receção propriamente dita é feita informaticamente, através do SIFARMA, pela leitura ótica dos códigos de barras, introdução manual do código ou pela

(17)

8 fecho da receção.

A introdução informática da encomenda inicia-se sempre pelos produtos de frio, e é acompanhada pela conferência alguns aspetos fundamentais, tais como:

 Designação do produto, e se aplicável forma farmacêutica, dose e número de unidades por embalagem;

 Quantidade pedida/enviada;  Prazo de validade (PV);  PVP e PF;

 Estado de conservação da embalagem.

Posto isto, pode ser necessário proceder à atualização do PV, preço unitário e/ou do PVP, caso se verifiquem alterações ou estes não constem no sistema.

No que respeita a alteração do preço, é necessária uma atenção redobrada nos produtos sem PVP fixado. Nestes casos a marcação do preço é feita pela farmácia, em função da margem de lucro e do PF. Como o preço de venda pode variar substancialmente de fornecedor para fornecedor é importante ponderar se se procede ou não à alteração o PVP. Caso se verifique a alteração de preço e o produto exista em stock é necessário proceder à remarcação das unidades existentes.

A conferência termina com a confirmação de que o total de unidades e o valor total faturado correspondem ao rececionado. Procede-se então à impressão das etiquetas para os produtos sem PVP fixo, as quais contêm o nome do produto e forma de apresentação, preço, taxa de IVA, código do INFARMED ou interno e código de barras. No final todas as faturas e os seus duplicados são arquivadas de acordo com o fornecedor, servindo para fins contabilísticos.

A receção e conferência de encomendas foi uma tarefa que me acompanhou ao longo de todo o período de estágio. Esta é sem dúvida uma boa forma de tomar contato com os produtos, permitindo-nos não só associar os nomes comerciais aos princípios ativos, mas também conhecer as apresentações disponíveis e a que finalidades se destinam os mais diversos produtos. Todo este conhecimento base é essencial para conseguir prestar um atendimento rápido e eficaz.

4.3.3 Armazenamento (2)(3)

Após a conferência da encomenda é necessário proceder ao armazenamento dos diferentes produtos farmacêuticos rececionados. Um correto armazenamento pressupõe a arrumação dos produtos nos locais previamente estabelecidos para o efeito, de acordo com as condições de conservação que lhes são aplicáveis.

(18)

9 armazenados, para que a cadeia de frio não seja quebrada. Assim, após a sua receção são colocados no frigorífico, onde temperatura é controlada de forma a manter-se no intervalo de 2 a 8°C. Os restantes produtos, são arrumados nos seus respetivos lugares, respeitando as condições de luminosidade, temperatura (< 25 °C) e humidade (< 60%), que vão sendo monitorizadas diariamente. Entre estes deve dar-se prioridade aos medicamentos estupefacientes e psicotrópicos os quais têm obrigatoriamente de ser arrumados no cofre.

Independentemente do local ou condições de armazenamento, todos os artigos são arrumados segundo a regra “First expired First out” (FEFO). Esta prática permite um melhor controlo do PV, permitindo que os produtos com menor PV sejam os primeiros a ser dispensados.

4.4 Controlo dos Prazos de Validade e Devoluções de Produto

O controlo dos PV é realizado mensalmente, sendo no início de cada mês emitida uma lista com os produtos que caducam nos três meses seguintes (ANEXO II). Partindo da listagem confirma-se manualmente a existência de cada um dos produtos em stock, retirando-se os que expiram de prazo nesse período e procedendo-se à atualização do PV para as restantes embalagens. Face aos produtos recolhidos é emitida uma nota de devolução, que segue juntamente com estes, para o fornecedor/laboratório na tentativa de conseguir crédito ou a troca por produto igual.

A devolução de um produto ao seu fornecedor pode também ser desencadeada por outras situações, nomeadamente:

 Irregularidades nos produtos entregues: embalagem danificada, produto ou quantidade errada, produto não enviado;

 Recolha do produto declarada pelo INFARMED ou por iniciativa do fornecedor, a qual é comunicada à farmácia através de circulares.

Em qualquer um dos casos a abordagem é sempre a mesma, procedendo-se a criação de uma nota de devolução (ANEXO III) na qual são indicados os produtos a devolver e o motivo que gera a devolução, pedindo ao fornecedor que regularize a situação. A nota de devolução é impressa em triplicado, sendo duas das cópias enviadas para o fornecedor com os produtos, e a terceira é arquivada na farmácia até à regularização.

Caso o fornecedor aceite a devolução, procederá à troca do produto ou à emissão de uma nota de crédito (ANEXO IV), encarregando-se da destruição dos produtos devolvidos. Contudo, nem sempre o pedido de devolução é aceite, verificando-se a devolução do produto à farmácia que o contabilizará para quebras.

(19)

10 A dispensa de medicamentos é definida pelas BPF como o ato pelo qual o farmacêutico, após a avaliação da farmacoterapia do doente, lhe cede a medicação assim como toda a informação indispensável para o seu uso correto. No momento da dispensa é fundamental que o farmacêutico proceda avaliação da medicação a ser dispensada, por forma a minimizar a ocorrência de problemas relacionados com a medicação (PRM) e os resultados negativos que daí possam advir (RNM). O farmacêutico, dada a posição que ocupa na cadeia terapêutica, torna-se um elemento chave na segurança e sucesso do tratamento efetuado pelos utentes.

De acordo com o DL n.º 176/2006, de 30 de Agosto, os medicamentos podem ser classificados quanto à sua dispensa como: Medicamentos sujeitos a receita médica (MSRM) ou Medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM).

5.1 Medicamentos sujeitos a receita médica (9)

Os MSRM são, tal como a própria designação o indica, medicamentos cuja dispensa apenas é possível perante a apresentação de uma prescrição médica válida.

A classificação de um medicamento como MSRM resulta da observação de pelo menos um dos seguintes critérios:

 O medicamento constitui um risco direto ou indireto para a saúde do doente quando utilizado sem vigilância médica ou com regularidade em quantidades consideráveis e para fins distintos aqueles a que se destina;  O medicamento apresenta substâncias cuja atividade ou reações

adversas têm necessariamente de ser avaliadas;

 O medicamento destina-se a administração por via parentérica.

Dentro dos MSRM, o DL n.º 176/2006, de 31 de Agosto, prevê ainda a sua classificação, consoante o tipo de receita a que estes estão sujeitos, em:

Medicamentos de Receita Médica Renovável – MSRM abrangidos pela Tabela 2 da Portaria nº 1471/2004, de 21 de dezembro, na sua atual redação. Tratam-se de medicamentos utilizados em tratamentos prolongados e que podem ser adquiridos mais do que uma vez sem necessitarem de uma nova prescrição. Nestes casos a receita médica apresenta três vias com uma validade máxima de 6 meses, facilitando o acesso dos doentes à medicação.

Medicamentos de Receita Médica Especial – Abarcam medicamentos que contenham uma substância classificada como estupefaciente ou psicotrópico à luz da legislação atual; conduzam, em condições anormais de uso, ao abuso medicamentoso, originem toxicodependência ou possam ser utilizados para fins

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11 são incluídas neste grupo por precaução.

Medicamentos de Receita Médica Restrita – Medicamentos cuja utilização se encontra reservada a meios especializados; normalmente são de medicamentos de uso exclusivo hospitalar, dispensados em regime de internamento ou de ambulatório.

5.1.1 Receita Médica (10)(11)(12)

A prescrição de medicamentos, incluindo medicamentos manipulados e medicamentos contendo estupefacientes e psicotrópicos, tem obrigatoriamente de ser realizada no modelo de receita médica aprovado pelo Despacho n.º 15700/2012, de 30 de Novembro, sob prejuízo de sua comparticipação não ser efetuada.

No que se refere ao modo de prescrição esta deve ser efetuada por via eletrónica (ANEXO V) ou excecionalmente por via manual (ANEXO VI). A prescrição eletrónica constitui o modo de eleição pelo facto de permitir aumentar a segurança do processo de prescrição e facilitar a comunicação entre profissionais. A prescrição manual encontra-se autorizada apenas em casos excecionais, tendo de ser devidamente justificada na própria receita, nomeadamente:

 Falência do sistema informático;

 Inadaptação fundamentada do prescritor;  Prescrição ao domicílio;

 Outras situações até um máximo de 40 receitas por mês. 5.1.2 Aviamento da Receita (2)(11)(13)

No momento da dispensa dos medicamentos prescritos, o farmacêutico, perante a receita médica, tem de verificar se esta é ou não válida, a fim de poder fornecer a medicação ao utente.

Para que a receita médica seja considerada válida, terão de ser cumpridas as regras de prescrição dispostas no Artigo n.º 5 da Portaria n.º 137-A/2012, de11 de maio, e estarem presentes os seguintes elementos: número da receita e a sua representação em código de barras; local de prescrição; identificação do médico prescritor (através da aposição de vinheta); nome e número de utente ou de beneficiário do subsistema; entidade financeira responsável e o regime especial de comparticipação quando aplicável; identificação do medicamento efetuada por DCI, dosagem, forma farmacêutica, dimensão da embalagem; número de embalagens, posologia, data de prescrição, assinatura do prescritor e período de validade da receita. Nas receitas manuais tem ainda de constar obrigatoriamente a exceção ao

(21)

12 diferentes.

Após este processo inicial, procede-se à recolha dos medicamentos; à leitura óptica dos seus códigos de barras pela ordem em que estão prescritos, e a seleção do organismo responsável pela comparticipação, de forma a concretizar a venda.

A dispensa é finalizada com a impressão no verso da receita do documento para faturação (ANEXO VII), o qual apresenta os seguintes dados: identificação da farmácia, regime de comparticipação, preço total de cada medicamento; valor total da receita; encargo do utente e valor comparticipado por medicamento e respetivo total, códigos identificativos dos medicamentos. O verso da receita tem ainda ser assinado pelo utente e pelo responsável pela da dispensa, carimbado e datado.

Posteriormente, efetua-se o pagamento e a impressão da Fatura (ANEXO VIII), a qual é carimbada e assinada por quem efetuou o aviamento.

O procedimento descrito corresponde ao de uma venda normal, contudo podem surgir duas outras situações particulares no que respeita ao tipo de venda:

Venda Suspensa: efetuada essencialmente quando o utente necessita de um medicamento mas não possui a receita no momento. Estes casos ocorrem normalmente com doentes crónicos, havendo a dispensa do medicamento, que é pago pela totalidade. Quando o utente traz a receita é devolvido o valor da comparticipação.

Venda a Crédito: destina-se apenas aos doentes que possuem conta na farmácia, podendo verificar-se a ocorrência de uma das duas situações anteriormente descritas acrescidas do facto de o pagamentos ser efetuado sempre à posterior.

5.1.3 Entidades e regimes especiais de comparticipação (13)(14) (15)

O DL n.º 48-A/2010 aprova o regime de comparticipação do Estado no preço dos medicamentos prescritos aos utentes do SNS e aos beneficiários da ADSE; prevendo a existência de um regime normal e um regime especial de comparticipação.

A comparticipação dos medicamentos pelo Estado é estabelecida através de um sistema de escalões, que estipula qual a percentagem paga por este. O escalão de comparticipação de cada medicamento é determinado tendo por base a sua classificação farmacoterapêutica. Este tipo de critério permite que os medicamentos destinados a doenças crónicas ou mais incapacitantes possuam uma maior comparticipação.

Fig.1: Escalões e respetivas percentagens de comparticipação do Estado sobre o PVP dos medicamentos.

(22)

13 maior através do regime especial, o qual é atribuído em função:

 Beneficiários: Podem usufruir do regime especial os pensionistas cujo “rendimento total anual não exceda 14 vezes a retribuição mínima mensal garantida

em vigor no ano civil transacto ou 14 vezes o valor do indexante dos apoios sociais em vigor, quando estes ultrapassar aquele montante”, de acordo com o descrito no DL n.º

106-A/2010. Para estes utentes a comparticipação dos medicamentos do escalão A é acrescida de 5 % e do escalão B, C e D de 15 %. No total dos escalões, a comparticipação do Estado é ainda de 95%, para os medicamentos com PVP igual ou inferior ao 5º preço mais baixo do grupo homogéneo a que pertencem. Quando os utentes são abrangidos pelo regime especial, as suas receitas devem conter a letra “R”, no campo relativo aos seus dados pessoais.

 Patologias ou Grupos Especiais de Doentes: As patologias e os medicamentos sujeitos ao regime de comparticipação especial são definidos por despacho (ANEXO IX); sendo que nestes casos as receitas têm de conter a letra “O” e o médico necessita mencionar qual o diploma legal que confere a comparticipação especial.

Apesar do SNS ser o principal organismo de comparticipação existem outros, os quais podem funcionar organismos principais, por exemplo a Caixa Geral de Depósitos, assegurando a comparticipação sozinhos; ou como subsistemas, verificando-se nestas circunstância uma complementaridade no valor comparticipado. Na FS é comum encontrar receitas com complementaridade, principalmente com o Sindicato dos Bancários do Norte (SBN),Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários do Norte (SNQTB), SAVIDA (EDP), sendo nestes casos necessário efetuar uma cópia da receita, a qual segue para o subsistema.

Dada a multiplicidade de organismos e de combinações entre estes é fundamental que o farmacêutico esteja particularmente atento à situação de cada doente, de forma a proceder a seleção do plano de comparticipação correto.

5.2 Faturação (16)

5.2.1 Organização do Receituário

Para que a farmácia receba o valor da comparticipação das receitas, mensalmente tem de as enviar para o CCF ou para a ANF, dependendo da entidade responsável, respetivamente SNS ou um dos outros organismos. Para o efeito é necessário não só organizar as receitas por organismos e por lotes, mas também proceder à conferência de todas as receitas de forma detetar qualquer erro ou falha que possa implicar a devolução da receita.

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14 receituário. A reavaliação das receitas permite verificar se estas reúnem todos os parâmetros descritos anteriormente para serem consideradas válidas, se os medicamentos dispensados coincidem com os prescritos e se o regime de comparticipação foi bem aplicado. Na presença de algum erro é fundamental proceder à sua correção, e no caso de este representar um risco para o utente procurar entrar em contacto com este para resolver a situação.

Posteriormente, as receitas são organizadas por organismo comparticipante em lotes máximos de 30 receitas. Os lotes são criados pelo sistema informático no momento da dispensa, através da atribuição a cada receita um número de 1 a 30. Quando é atingida a receita n.º 30, inicia-se um novo lote. Cada lote tem de ser identificado pelo respetivo Verbete de Identificação do Lote, o qual apresenta uma descrição resumida das suas receitas.

No Verbete de Identificação do Lote constam as seguintes informações:  Nome e Código da farmácia (fornecido pelo INFARMED);

 Código e designação do organismo comparticipante;  Mês e ano a que respeita o lote;

 Tipo e número sequencial do lote, no total de lotes entregues no mês;  Quantidade de receitas e etiquetas;

 Importâncias totais do lote correspondentes: ao PVP, ao valor pago pelo utente e pelo SNS ou outros organismos.

Por último procede-se ao fecho dos lotes de cada organismo, sendo ainda emitidos mais dois documentos:

Relação Resumo de Lotes: constitui um resumo dos verbetes de identificação dos lotes de receitas de um dado organismo, apresentando o valor total do lote correspondente ao PVP assim como o valor pago pelos utentes e pelo organismo, respetivamente. No fundo, as informações contidas na Relação Resumo de Lotes os verbetes correspondem ao somatório dos dados Verbetes de Identificação.

Fatura Mensal de Medicamentos: apresenta para cada organismo o número total de receitas, o valor total correspondente ao PVP, descriminando o total comparticipado e o pago pelo utente. Este documento acompanha sempre a Relação Resumo de Lotes, sendo impresso em triplicado. Duas das cópias são enviadas com as receitas e a terceira arquivada na Farmácia.

Em suma, para efeitos de faturação a farmácia necessita de preparar todos os meses a seguinte documentação:

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15  Relação Resumo de Lotes;

 Verbetes de Identificação de Lotes;

 Receitas Médicas (organizadas por lotes de acordo com o tipo a que respeitam).

5.2.2 Envio do Receituário e Pagamento das Comparticipações Depois de efetuado todo o processo anteriormente descrito procede-se ao envio do receituário, o qual se processa de diferente forma dependendo dos organismos comparticipantes.

No caso das receitas prescritas no âmbito do SNS, a documentação é enviada para o CCF até ao dia 10 do mês seguinte a que respeita, sendo conhecidos os resultados da conferência no dia 25 desse mês. O valor das comparticipações é adiantado às farmácias pela ANF que recebe depois, a longo prazo, o valor desse pagamento das respetivas ARS.

As receitas prescritas no âmbito de outras entidades (que não o SNS), que possuam acordos com a ANF, são enviadas para a ANF juntamente com três faturas e três resumos de lotes. A ANF funciona como intermediário, entre as farmácias e os organismos de comparticipação, responsabilizando-se pelo envio posterior do receituário para os respetivos organismos. Também nestes casos o valor das comparticipações é adiantado pela ANF às farmácias.

5.2.3 Devolução das Receitas

O processo de conferência pelo CCF assim como pelas outras entidades é extremamente rigoroso, sendo que a deteção de erros invalida a aceitação da receita. Nesta situação a receita é devolvida à farmácia para que, se possível, seja corrigida.

Quando a correção é exequível a receita volta a ser enviada no mês seguinte, caso contrário a farmácia perde o direito de receber o valor da comparticipação.

5.3 Psicotrópicos e estupefacientes (17)(18)

Dada a capacidade das substâncias psicotrópicas e estupefacientes originarem fenómenos de dependência e tolerância e ao facto do seu uso aparecer associado ao desenvolvimento de atividades elícitas, o circuito destes medicamentos encontra-se sujeito a normas próprias.

O quadro legal respeitante às substâncias psicotrópicas e estupefacientes tem por base dois diplomas: o DL n.º 15/93, de 22 de Janeiro e o Decreto regulamentar n.º 61/94, de 12 de Outubro; os quais têm sido alvo algumas alterações desde a sua publicação. O DL n.º 15/93, de 22 de Janeiro, estabelece o regime jurídico aplicável ao

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16 anexo quais as substâncias abrangidas por esta classificação. Por sua vez, o Decreto regulamentar n.º 61/94, de 12 de Outubro, estabelece quais as regras relativas ao controlo do mercado legal destas substâncias.

5.3.1 Aquisição e Armazenamento (17) (18)

A aquisição de estupefacientes e psicotrópicos decorre dentro dos mesmos moldes que a aquisição dos restantes produtos farmacêuticos. No entanto, dado apertado controlo a que estas substâncias estão sujeitas, encontram-se algumas particularidades no que respeita ao seu transporte, receção e armazenamento.

A quando da sua entrega os estupefacientes e psicotrópicos vêm acondicionados separadamente dos restantes produtos farmacêuticos, fazendo-se acompanhar de uma Guia de Requisição (ANEXO X).

A guia “Requisição de substâncias e suas preparações compreendidas nas tabelas I, II, III e IV, com exceção da II-A anexas ao Decreto-Lei n.º 15/93, 22 de Janeiro, com retificação de 20 de Fevereiro” entregue em duplicado, permite a elaboração de um registo de entrada. Em determinados distribuidores, esta apenas é enviada mensalmente, apresentando o resumo dos produtos enviados à farmácia no mês respeitante. As requisições são numeradas e incluem o descritivo dos produtos enviados, a data e a fatura correspondente, assim como a assinatura e o n.º de inscrição na OF do Diretor Técnico do distribuidor grossista. Na farmácia, estas têm de ser carimbadas e assinadas pelo diretor técnico ou farmacêutico adjunto, que necessita também de indicar o seu n.º de inscrição na OF. O documento original é arquivado na farmácia por um período mínimo de três anos e o duplicado enviado para o respetivo fornecedor.

No que respeita ao seu armazenamento, tal como já referido anteriormente, este é realizado no cofre da farmácia.

5.3.2 Dispensa (13)(17)(18)

Para que a dispensa de medicamentos contendo substâncias estupefacientes ou psicotrópicas abrangidas pelas tabelas I e II anexas ao DL n.º 15/93, de 22 de Janeiro, na sua redação atual, seja possível é necessário:

 Apresentação de receita eletrónica identificada com RE - Receita Especial (ANEXO XI);

 A receita não contenha outros medicamentos;

 Cumprimento pelas restantes regras de prescrição, nomeadamente no que respeita ao número de embalagens por receita.

(26)

17 seguintes dados no sistema informático:

 Utente: nome, morada, sexo, idade, n.º bilhete de identidade, cartão do cidadão ou carta de condução, informações que têm de ser comprovadas pela apresentação dos respetivos documentos;

 Médico: nome, morada, n.º inscrição na ordem.

 Adquirente: como pode ou não ser o utente é necessário proceder à recolha do mesmo tipo de informação que para o utente. Uma ressalva importante no caso do adquirente é que este tem de ser maior de idade. Partindo destas informações é elaborado o Documento de Psicotrópicos (ANEXO XII) que tem de ser assinado pelo adquirente e anexado à receita.

Uma vez que a receita original se destina à entidade responsável pela comparticipação, o farmacêutico tem de proceder à sua cópia por forma a cumprir com as exigências de controlo impostas. Necessita assim de duas cópias, uma para enviar ao INFARMED e outra para arquivar na farmácia. A “cópia da farmácia” deve ser organizada por data de aviamento e serve como prova de saída do produto.

5.3.3 Registo e Controlo de Entradas e Saídas(18)

O controlo do receituário relativo à dispensa de substâncias estupefacientes ou psicotrópicas é da responsabilidade do INFARMED, o qual exige às farmácias a cedência de informações relativas à aquisição e venda destes produtos, assim como uma cópia das receitas dispensadas. Ao INFARMED, as farmácias têm de entregar obrigatoriamente os seguintes documentos:

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18 n.º da fatura; nome comercial e dosagem do medicamento; data de entrega; nº sequencial atribuído à entrada de psicotrópicos.

Dos registos de saída têm constar as informações recolhidas no momento da dispensa relativamente ao utente, médico e adquirente, a identificação do medicamento dispensado e a respetiva data de saída.

Toda a documentação enviada ao INFARMED permanece em duplicado no arquivo da farmácia durante três anos.

5.4 Medicamentos Genéricos (9)(19)

O Estatuto do Medicamento define medicamento genérico como: “medicamento

com a mesma composição qualitativa e quantitativa em substância ativas, a mesma forma farmacêutica e cuja bioequivalência com o medicamento de referência haja sido demonstrada por estudos de biodisponibilidade apropriados”, entendendo para o efeito

que o medicamento de referência é aquele cuja autorização se baseou na apresentação de um dossier completo contendo os resultados dos ensaios farmacêuticos, pré-clínicos e clínicos.

Para que um medicamento seja considerado genérico terão de estar reunidas, em simultâneo, determinados requisitos, nomeadamente:

 Ser essencialmente similar ao medicamento de referência;

 Terem caducado os direitos de propriedade industrial relativos às respetivas substâncias ativas e processo de fabrico;

 Não se invocarem a seu favor indicações terapêuticas diferentes em relação ao medicamento de referência já autorizado.

A sua designação obedece também a alguns critérios, sendo composta pelos seguintes elementos: DCI, nome do titular de AIM, dosagem, forma farmacêutica e da sigla MG (medicamento genérico).

O facto de os MG apresentarem um preço mais baixo face aos medicamentos de referência, permitiu-lhes assumir uma importante cota de mercado, ao mesmo tempo que possibilitaram aos utentes um acesso mais em conta à medicação. Contudo, ao longo do meu estágio fui algumas vezes confrontada pelos utentes sobre a eficácia dos MG. Em determinadas situações, o reduzido preço do medicamento e a diferença face ao medicamento de marca continua a deixar os utentes intrigados. A postura assumida aqui pelo farmacêutico é determinante, sendo importante esclarecer de uma forma simples o porquê desta discrepância, demonstrando que os MG são também seguros e eficazes.

(28)

19 Face às quantias avultadas gastas pelo Estado no setor da saúde, em particular no que respeita a medicamentos, procurou-se estabelecer um sistema que permitisse reduzir os custos mas que em simultâneo garantisse a liberdade de prescrição do médico e assegurasse os benefícios dos doentes. Neste sentido, procedeu-se à organização dos medicamentos por grupos homogéneos (GH) e institui-se o conceito de preço de referência (PR).

Cada GH engloba um conjunto de medicamentos com a mesma composição em termos de substâncias ativas, forma farmacêutica, dosagem e via de administração, do qual faz parte pelo menos um medicamento genérico existente no mercado; sendo que o valor de PVP do medicamento genérico mais caro do grupo corresponde ao PR.

No caso dos medicamentos pertencentes a um GH a comparticipação do Estado realiza-se, de acordo com o respetivo escalão e regime de comparticipação, tendo em consideração as seguintes condições:

 Quando o PVP do medicamento é superior ao PR, a comparticipação é feita tendo por base o PR.

 Caso o PVP seja inferior ao PR, a comparticipação é feita tendo por base o respetivo PVP em vigor.

Desta forma, o Estado conseguiu estabelecer um o valor limite a comparticipar por GH.

Trimestralmente são aprovados pelo Ministério da Saúde e da Economia os preços de referência de cada um dos GH de medicamentos, bem como os correspondentes a novos grupos homogéneos que possam ser criados na sequência da introdução no mercado de novos genéricos.

5.5 Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica(9)(21)(2)

O Estatuto do Medicamento define que um medicamento é classificado como MNSRM sempre que a este não se apliquem as especificações previstas para os MSRM. O facto de não necessitarem de receita médica leva a que sejam amplamente utilizados no alívio e prevenção de sintomas menores; encontrando-se frequentemente associados ao fenómeno de Automedicação.

A automedicação consiste na utilização de MNSRM de forma responsável, com o intuito de promover o alívio e o tratamento de queixas de saúde passageiras, com ou sem o aconselhamento de um profissional de saúde. Por forma a salvaguardar a saúde dos consumidores, encontram-se publicadas no Despacho n.º17690/2007, de 23 de Julho, pelo Ministério da Saúde, as situações passíveis de automedicação;

(29)

20 definidas.

Dado que a utilização de MNSRM pode acarretar consequências para o doente, quer seja pela ocorrência de reações adversas, contraindicações ou pela sua utilização inadequada, esta deveria ser preferencialmente seguida por um profissional. Neste sentido, o farmacêutico tem aqui uma janela de oportunidade, podendo intervir no sentido de promover o uso racional dos medicamentos, diminuindo os riscos para o doente.

Surge neste contexto um outro conceito: a Indicação Farmacêutica; o qual traduz o ato pelo qual o farmacêutico se responsabiliza pela seleção de um MNSRM e/ou indicação de medidas não farmacológicas de forma a aliviar ou tratar um sintoma ou transtorno menor. A seleção do medicamento pelo farmacêutico reflete todo um processo inicial de entrevista e apreciação da situação clínica apresentada, no qual é simultaneamente ponderada a hipótese de encaminhamento para o médico caso tal se justifique.

Independentemente da situação que possa surgir é fundamental tentar compreender toda a informação que o utente nos disponibiliza e se necessário procurar saber mais. Esta postura é particularmente importante quando os utentes pedir um produto em concreto, por forma a perceber se esse será ou não o mais adequado para o efeito pretendido.

Ao longo do estágio na FS foi-me possível verificar algumas situações em que é usual os utentes pedirem aconselhamento, tais como: alergias, herpes labial, pernas cansadas, diarreias, obstipação, micoses, ou tosse.

6 Outros Produtos Existentes na Farmácia Saúde (4)

De acordo, com o DL 307/2007 de 31 de Agosto de 2007, as farmácias podem vender ao público não só medicamentos mas também: Produtos Cosméticos e de Higiene Corporal (PCHC), Medicamentos e Produtos Homeopáticos, Suplementos Alimentares e Produtos de Alimentação Especial, Produtos Fitofarmacêuticos, Artigos de Puericultura, Medicamentos e Produtos Veterinários e Dispositivos Médicos.

6.1 Produtos Cosméticos e de Higiene Corporal(22)

O grupo dos PCHC engloba todas substâncias ou preparações que se destinam limpar, perfumar, modificar o aspeto, proteger ou manter em bom estado as diversas partes superficiais do corpo humano com as quais são colocadas em contacto ou ainda a corrigir odores corporais.

(30)

21 alvo de uma procura crescente, o que leva ao surgimento de cada vez mais produtos no mercado e simultaneamente a uma maior regulamentação dos mesmos.

Na FS, os utentes podem encontrar uma vasta oferta de produtos e de marcas, com destaque especial para algumas delas, como por exemplo: Lierac®, Galénic®, La

Roche Posay®, Avéne®, Uriage®, Phyto®. Esta grande variedade determina que o aconselhamento de um produto neste domínio é tanto melhor quanto maior for o conhecimento do farmacêutico acerca das diferentes linhas e respetivos produtos de cada marca.

6.2 Medicamentos Homeopáticos e Produtos Farmacêuticos Homeopáticos (9)

Os medicamentos homeopáticos são definidos pelo Estatuto do Medicamento como “medicamento obtido a partir de substâncias denominadas stocks ou

matérias-primas homeopáticas, de acordo com um processo de fabrico descrito na farmacopeia europeia ou, na sua falta, em farmacopeia utilizada de modo oficial num Estado membro, e que pode conter vários princípios”, encontrando-se também eles

legalmente abrangidos pelo DL n.º 176/2006, de 30 de Agosto.

Na FS estão disponíveis alguns exemplos destes medicamentos, os quais não possuem grande expressão em termos de vendas comparativamente com os medicamentos alopáticos. Entre a oferta existente encontram-se: Arnigel®, Sédatif

PC®, Oscillococcinum® entre outros.

6.3 Produtos para Alimentação Especial(23)

O DL n.º 74/2010, de 21 de Junho, estabelece que os produtos destinados a uma alimentação especial são aqueles que pela sua composição especial ou processo de fabrico são adequados ao objetivo nutricional pretendido e comercializados com esse objetivo. Neste contexto é importante compreender que indivíduos necessitam de uma alimentação especial, os quais se encontram determinados no DL nº74/2010, como: “pessoas cujo processo de assimilação ou metabolismo se encontrem

perturbados; pessoas que se encontram em condições fisiológicas especiais (…), lactentes ou crianças de pouca idade em bom estado de saúde”. Tal implica que nesta

categoria se encontrem agrupados uma grande variedade de produtos. Para a alimentação especial a FS é tem disponível, entre outros:

 Papas e Leites para Bebés: tanto os utilizados para a alimentação diária, como aqueles destinados situações mais específicas, dos quais são exemplo os leites obstipantes (AO); antidiarreicos (AD); anti-cólicas (AC); anti-regurgitantes (AR) e hipoalergénicos (HÁ);

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22  Suplementos Dietéticos Orais destinados a adultos.

6.4 Produtos Fitoterapêuticos (9)

Na FS existe uma vasta gama de produtos fitoterapêuticos, ou seja, produtos formulados com base em substâncias derivados nas plantas. Estes encontram-se sob as mais diversas apresentações, tais como infusões, cápsulas, comprimidos ou ampolas e destinam-se também às mais variadas situações, entre elas distúrbios do sono, fadiga, cansaço intelectual, emagrecimento, infeções urinárias e distúrbios gastrointestinais.

6.5 Medicamentos de Uso Veterinário (24)

A utilização dos medicamentos veterinários tem em vista a promoção do bem-estar e a defesa da saúde dos animais assim como a salvaguarda da saúde pública. Os medicamentos de uso veterinário não são comparticipados e à semelhança dos de uso humano, o seu Estatuto também prevê a sua classificação quanto à dispensa, como: sujeitos a receita médica, não sujeitos a receita médica ou de uso exclusivo por médicos veterinários. Uma consideração importante relativamente à embalagem destes produtos é o facto de terem, obrigatoriamente, de conter a menção “USO VETERINÁRIO” em maiúsculas ou fundo verde.

Na FS, os produtos veterinários mais procurados são sem dúvida os desparasitantes internos e externos, antibióticos e anticoncecionais, os quais se destinam essencialmente a animais domésticos. Por vezes, verifica-se também a prescrição de alguns medicamentos para uso humano, sendo que nestes casos, o médico veterinário procede aos ajustes necessários de dosagem e duração do tratamento.

6.6 Dispositivos Médicos (25)

Os dispositivos médicos (DM) podem ser classificados como de Classe I, IIa, IIb e III, dependendo se são considerados de baixo, médio baixo, médio alto ou alto risco respetivamente. Esta classificação é feita de acordo com a natureza do contacto do DM com o corpo humano e a vulnerabilidade deste, e ainda com os potenciais riscos decorrentes da sua conceção técnica e fabrico.

De acordo com a definição de DM estabelecia no DL n.º 145/2009, de 17 de Junho, estes podem ser utilizados essencialmente para três fins:

 Diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou atenuação de uma doença, lesão ou deficiência;

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23 fisiológico;

 Controlo da conceção.

Na FS encontram-se disponíveis vários tipos de DM, sendo fundamental que os farmacêuticos conheçam bem estes produtos para que, no momento da dispensa, consigam explicar aos utentes como os utilizar e conservar corretamente.

7 Serviços e Cuidados de Saúde Prestados na Farmácia (4)(26)

O DL 307/2007, de 31 de Agosto, prevê que as farmácias possam prestar serviços farmacêuticos de promoção da saúde e do bem-estar dos utentes; sendo que o tipo de serviços que podem ser dispensados neste âmbito se encontra definido na Portaria n.º 1429/2007, de 2 Novembro. Esta possibilidade veio dinamizar a atividade do farmacêutico, permitindo-lhe uma postura mais interventiva tanto no acompanhamento dos “seus utentes” como no seu papel de educador para a saúde; transformando as farmácias em importantes espaços de saúde.

Dispondo das condições legais e regulamentares exigidas, as farmácias podem prestar os seguintes serviços: Apoio Domiciliário; Administração de Primeiros Socorros, Medicamentos e Vacinas não incluídas no Plano Nacional de Vacinação; Utilização de Meios Auxiliares de Diagnóstico e Terapêutica; Cuidados Farmacêuticos; Campanhas de Informação e de Educação para a Saúde.

7.1 Programas de Educação para a Saúde(2)

Os programas de educação para a saúde visam proporcionar um maior esclarecimento das populações, procurando instruir as pessoas com os conhecimentos essências para saberem prevenir e lidar com a doença.

A ideia destas ações tem contudo uma área de atuação maior procurando não só a prevenção da doença, mas acima de tudo a promoção da saúde. Neste sentido, o farmacêutico deve procurar sensibilizar os utentes para a importância da adoção de alguns cuidados básicos, tais como: cuidados de higiene, alimentação equilibrada, prática de exercício físico, entre outros.

Um outro aspeto a ter em consideração na elaboração dos programas de educação para a saúde é que estes devem, sempre que possível, tentar envolver também os utentes mais jovens; procurando incutir bons hábitos desde a infância.

Durante o meu estágio tive a oportunidade de desenvolver um breve trabalho sobre a proteção solar destinado às crianças. Esta ação desenvolvida especialmente para o Dia Mundial da Criança, pretendeu explicar aos mais pequenos a necessidade de se protegerem do Sol e como podiam fazê-lo. Para o efeito, procurei construir um

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24 solar, assim com um folheto informativo (ANEXO XIV).

7.2 Determinação de Parâmetros Fisiológicos e Bioquímicos (2)

Segundo as BPF, a farmácia pode oferecer aos seus utentes serviços de determinação de parâmetros fisiológicos e bioquímicos. Na FS os utentes podem solicitar a apreciação dos seguintes parâmetros: Índice de Massa Corporal, Perímetro Abdominal, Pressão Arterial, Glicemia, Hemoglobina Glicosilada, Perfil Lipídico, Ácido Úrico, PSA e ainda a realização de Testes de Gravidez.

Por forma a poder dar resposta a estas solicitações a FS dispõe do equipamento necessário para proceder à avaliação dos diferentes parâmetros, nomeadamente: balança eletrónica; esfigmomanómetro auscultatório e aparelho de medição automática da pressão arterial; assim como um fotómetro (aparelho CR3000) que permite a execução das determinações bioquímicas.

7.2.1 Avaliação do Índice de Massa Corporal e Perímetro Abdominal (27)

O valor do índice de massa corporal (IMC) permite determinar de forma rápida e fácil se um indivíduo adulto se encontra dentro do peso normal ou não, sendo por isso utilizado no diagnóstico de pré-obesidade e obesidade.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, uma pessoa apresenta excesso de peso quando o seu IMC é igual ou superior a 25; sendo que indivíduos com IMC igual ou superior a 30 são já considerados obesos.

A determinação do IMC é conseguida pela divisão do peso em quilogramas do indivíduo pela sua altura em metros elevada ao quadrado. Na FS a balança eletrónica disponível na área de atendimento disponibiliza de forma automática o valor do IMC.

A determinação do perímetro abdominal constitui um parâmetro importante na avaliação da obesidade abdominal, sendo determinado utilizando uma fita métrica no ponto médio entre o rebordo inferior da costela e a crista ilíaca. Os valores recomendados diferem de acordo com o sexo, sendo para os homens inferior a 94 cm e para as mulheres inferior a 80 cm.

7.2.2 Pressão Arterial (28)

A hipertensão arterial (HTA) caracteriza-se como uma elevação persistente da pressão arterial acima dos valores ditos normais. Trata-se de uma doença com origem em vários fatores de natureza genética e ambiental, estes últimos modificáveis. Uma das principais preocupações relacionadas com a HTA prende-se com o facto de esta ser considerada uma doença muitas vezes silenciosa, podendo os indivíduos

(34)

25 como o desenvolvimento de doenças cardio e cerebrovasculares.

Idealmente o valor da pressão arterial seria inferior a 120/80 mmHg; contudo apenas se caracteriza um individuo como hipertenso quando a pressão arterial sistólica (PAS) se mostra igual ou superior a 140 mmHg e/ou da pressão arterial diastólica (PAD) igual ou superior a 90 mmHg, em várias medições efetuadas em diferentes momentos.

A medição da pressão arterial é um dos serviços mais solicitados na FS; estando à disposição dos utentes duas formas possíveis de medição: manual e automática. Os utentes que requerem este serviço são por norma indivíduos a realizar terapêutica anti hipertensora, que necessitam de controlar os valores da sua pressão arterial por forma avaliar a eficácia do tratamento.

7.2.3 Glicemia Capilar

A determinação dos níveis de glucose no sangue reveste-se de extrema importância quer na identificação precoce de indivíduos com diabetes mellitus, como no controlo da doença.

A determinação da glicemia na FS é efetuada recorrendo a uma amostra de sangue capilar, através de um método enzimático. Os utentes têm demonstrado uma boa adesão a este tipo de análise, deslocando-se até à farmácia habitualmente pela manhã para a realização do teste em jejum.

7.2.4 Hemoglobina Glicosilada (29)(30)

A Hemoglobina Glicosilada (GHb) forma-se através de uma reação entre a glucose e os grupos amina livre da hemoglobina A, da qual resulta estabelecimento de ligações irreversíveis entre os dois elementos. Trata-se de um processo lento, proporcional à concentração de glucose no sangue e que ocorre ao longo de toda a vida do eritrócito.

A determinação dos valores de GHb permite verificar o controlo da diabetes a longo prazo, sendo que na presença de um bom controlo metabólico os valores não deveriam ultrapassar os 6,5 %.

7.2.5 Perfil Lipídico (31)(32)

A dislipidemia caracteriza-se por valores anormalmente elevados de lípidos no sangue. O principal problema associado a esta condição prende-se com o seu contributo para a formação de placas de ateroma, destacando-se neste âmbito os valores de colesterol total e triglicerídeos, cujas concentrações elevadas têm-se revelado importantes fatores de risco cardiovascular.

Referências

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