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Academic year: 2021

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RELATÓRIO FINAL

DO

ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE

6º ANO

Rebeca Pires de Oliveira Santos

2014265

NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas

Regente: Prof. Doutor Rui Maio

Orientadora: Mestre Paula Pinto

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1

“Somos todos seres numa situação […], nós não podemos

distinguir-nos das nossas situações, porque elas nos formam e

decidem as nossas possibilidades.”

Jean-Paul Sartre, filósofo francês (1946)

Agradecimentos

À minha família, por todo o apoio que me deram durante o curso. Sem eles, não estaria aqui. Aos meus amigos e colegas, pelos momentos de entreajuda e de amizade.

Aos meus professores e tutores, por tudo aquilo que me ensinaram.

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2

Índice

1. INTRODUÇÃO ... 3

2. COMPONENTES DO ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE ... 3

2.1. Medicina Interna ... 3

2.2. Cirurgia... 4

2.3. Medicina Geral e Familiar ... 5

2.4. Pediatria ... 5

2.5. Ginecologia e Obstetrícia ... 6

2.6. Saúde Mental ... 6

3. SÍNTESE DE ATIVIDADES EXTRACURRICULARES... 7

4. APRECIAÇÃO GERAL DO ESTÁGIO ... 8

5. BIBLIOGRAFIA ... 11

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3

1. INTRODUÇÃO

No final do século passado, o General Medical Council (GMC)1 atualizou as suas recomendações sobre o

currículo médico, levando a reestruturações dos planos curriculares das Escolas Médicas. Na sequência disso, foram fundados projetos como o Tuning Project2, que pretendiam dar resposta às competências nucleares

que deveriam ser adquiridas na formação pré-graduada.

Em Portugal, as Escolas Médicas Portuguesas reuniram-se para adaptar as recomendações internacionais à realidade do país, criando o Licenciado Médico em Portugal. Como consequência, houve uma “redistribuição dos conteúdos educacionais pelos cinco primeiros anos do curso, de modo a adaptar o 6.º ano a estágio clínico”3. De facto, durante os primeiros cinco anos do curso de Medicina, contactei com

diversas especialidades médico-cirúrgicas. Agora, no 6º e último ano do curso, finalmente cheguei ao momento de profissionalização nas principais áreas: Medicina Interna, Cirurgia Geral, Medicina Geral e Familiar (MGF), Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e Saúde Mental.

O Estágio Profissionalizante tem como “objetivo global a formação do médico pluripotencial”3, devendo

os estudantes desenvolver e aprofundar competências essenciais ao exercício da Medicina, tais como o raciocínio e a autonomia para tomar decisões clínicas. Este relatório consiste na descrição do meu Estágio

Profissionalizante do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM), lecionado na NOVA Medical

School | Faculdade de Ciências Médicas (NMS|FCM) da Universidade Nova de Lisboa.

De 9 setembro de 2019 a 9 de março de 2020, o Estágio Profissionalizante decorreu como planeado, tendo completado a minha passagem pela Medicina Interna, Cirurgia, MGF e Pediatria. Contudo, em março de 2020, foi decretado pela NMS|FCM o impedimento de acesso às unidades de saúde por parte dos alunos, face à prevenção da pandemia COVID-19. Por isso, as componentes de Ginecologia e Obstetrícia e Saúde Mental foram realizadas de forma online, com recurso a métodos de ensino à distância.

Neste relatório, resumirei as várias componentes do Estágio Profissionalizante, deixando em anexo uma tabela-resumo [Anexo 6.1.1.] e os trabalhos realizados [Anexo 6.1.2.]. Descreverei ainda as atividades extracurriculares que desempenhei e, por fim, terminarei com uma análise crítica do ano letivo.

2. COMPONENTES DO ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE

2.1. Medicina Interna

LOCAL: Unidade Funcional de Medicina 1.4, Hospital de São José PERÍODO: 9/9 a 31/10/2019 REGENTE: Prof. Doutor Fernando Nolasco TUTOR: Dr. António Godinho EQUIPA: Dr.ª Fátima Lampreia

Para o estágio de Medicina Interna, estabeleci os objetivos pessoais de melhorar a minha capacidade diagnóstica e de gestão terapêutica sobre as patologias mais frequentes do adulto, bem como treinar a autonomia e a responsabilidade crescentes sobre os doentes.

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Durante oito semanas, experienciei as diferentes vertentes do serviço. Na enfermaria, acompanhei a evolução de 19 doentes, tendo ficado responsável, sob supervisão, por 1 a 2 doentes diariamente, com elaboração do diário clínico – colheita de anamnese, execução do exame objetivo e orientação diagnóstica e terapêutica –, comunicação com familiares, colaboração com outras especialidades e serviço social e elaboração de notas de alta. No final da manhã, participei sempre da discussão, em equipa, do estado clínico e plano terapêutico dos doentes e, uma vez por semana, apresentei um doente na visita médica. Tive ainda oportunidade de realizar procedimentos invasivos, como gasimetrias arteriais. Destaco também o acompanhamento diário de alunos do 3º ano, tendo auxiliado na sua integração no serviço.

Semanalmente, acompanhei a minha equipa na consulta externa, tendo tido contacto com o seguimento de 5 doentes após o internamento e de 24 doentes com imunodeficiência adquirida. No serviço de urgência (SU), contactei com 18 doentes no balcão dos “amarelos” e “verdes” e 4 na sala de observação (SO), destacando-se, ainda, 1 doente na sala de reanimação. Todas as semanas, elaborei um trabalho sobre um dos temas teóricos propostos pela Unidade Curricular (UC) e assisti à sessão clínica do serviço, tendo, inclusive, apresentado uma delas, juntamente com um colega, sobre a Terapia do Riso [Anexo 6.1.3.].

2.2. Cirurgia

LOCAL: Departamento de Cirurgia, Hospital Beatriz Ângelo PERÍODO: 4/11/2019 a 10/1/2020 REGENTE: Prof. Doutor Rui Maio TUTOR: Dr. Diogo Albergaria

Para além dos objetivos propostos na ficha UC, delineei também alguns objetivos pessoais para este estágio parcelar, tais como: participar em cirurgias, treinar o processo de desinfeção, reconhecer os diversos instrumentos e técnicas cirúrgicas e melhorar a forma como manuseio o material cirúrgico.

O meu estágio de Cirurgia foi composto por oito semanas. A primeira foi destinada a aulas teórico-práticas e ao curso TEAM [Anexo 6.1.4.].

Nas quatro semanas seguintes, estive sob a supervisão do meu tutor de Cirurgia, com contacto com o bloco operatório, enfermaria, consulta externa, reuniões e sessões clínicas. Tive oportunidade de assistir a

17 intervenções cirúrgicas, das quais 10 foram cirurgias eletivas, principalmente no contexto oncológico de

neoplasias do reto, e 7 em contexto de urgência. Das 17 cirurgias, participei como 2ª ajudante em 2 delas. Nas consultas externas, observei 51 doentes com as mais variadas patologias cirúrgicas, sendo a maioria cancrocolorretalehérniasinguinais.Já na enfermaria, acompanhei o seguimento pós-cirúrgico de 12 doentes.

Depois disso, passei uma semana no SU, contactando com o posto de observação rápida (POR), posto de estadia curta (PEC), sala de observação (SO), consulta dos “azuis” e “verdes” e pequena cirurgia, tendo participado da colheita de anamnese, execução do exame objetivo, realização de gasimetrias e orientação diagnóstica e terapêutica de doentes urgentes e emergentes. No total, observei 28 doentes.

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de Cuidados Intensivos e Intermédios durante duas semanas, tendo tido a oportunidade de acompanhar 16 doentes em diferentes estados de gravidade. Durante duas semanas, realizei gasimetrias arteriaiseobservei diversastécnicas,comoacolocaçãodecatetervenosocentral jugular, cateter de hemodiálise e linha de pressão arterial, cardioversão elétrica, toracocentese evacuadora e ecocardiograma transtorácico.

Por fim, apresentei no mini-congresso de Cirurgia, juntamente com colegas, um caso clínico de uma doente em que, após terapêutica neoadjuvante para tratamento de neoplasia do reto, se optou por uma abordagem watch-and-wait, poupadora de órgão.

2.3. Medicina Geral e Familiar

LOCAL: USF Marginal, ACES Cascais PERÍODO: 20/1 a 14/2/2020 REGENTE: Prof.ª Doutora Isabel Santos TUTOR: Dr. Mário Santos

Para este estágio parcelar, além dos objetivos propostos pela UC, delineei alguns objetivos pessoais, como conduzir consultas autonomamente, ganhando confiança para as realizar, e melhorar os meus conhecimentos sobre a terapêutica das principais patologias dos Cuidados de Saúde Primários (CSP).

Durante quatro semanas, tive oportunidade de observar e efetuar consultas de seguimento, consultas do Dia e visitas a domicílios, bem como participar em reuniões clínicas. No total, realizei 64 consultas individualmente, com supervisão do meu tutor. Isto permitiu-me treinar técnicas de comunicação e entrevista motivacional, bem como melhorar a abordagem das queixas dos doentes com um exame físico dirigido. Nestas consultas, observei e geri as principais medidas de prevenção para a saúde e patologias observadas nos CSP, como doenças cardiovasculares e metabólicas, queixas músculo-esqueléticas, infeção respiratória superior aguda e patologia mental, nomeadamente depressão e ansiedade. Além disso, geri as componentes logísticas do trabalho de um médico de MGF, como registos clínicos, marcação de consultas, certificação de incapacidade temporária e atestado médico para a carta de condução.

Por fim, apresentei a toda a equipa técnica duas Normas de Orientação Clínica (NOC) da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre o novo Coronavírus.

2.4. Pediatria

LOCAL: Hematologia Pediátrica, Hospital de Dona Estefânia PERÍODO: 17/2 a 13/3/2020 REGENTE: Prof. Doutor Luís Varandas TUTORA: Dr.ª Raquel Maia

Em Pediatria, para além dos objetivos da UC, tinha o interesse em treinar exame objetivo e conhecer as principais patologias pediátricas, nomeadamente em contexto de urgência.

Neste estágio, experienciei as diferentes vertentes do serviço, tendo lidado principalmente com doenças do foro hematológico. Na enfermaria, acompanhei 7 doentes, estando a maioria internada por crise oclusiva drepanocítica. Nas consultas externas de Hematologia e Hematologia-Coagulação, observei 27 crianças,

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diagnosticadas essencialmente com hemofilias A e B, anemia ferropénica e trombocitopenia imune crónica. No âmbito do SU, contactei com diversas patologias do foro respiratório, gastrointestinal, oftalmológico, dermatológico e metabólico, tendo visto 25 crianças, sendo que destaco o caso de uma menina de 3 anos com cetoacidose com diagnóstico inaugural de Diabetes Mellitus tipo 1, da qual elaborei uma história clínica. Para além disso, participei de consultas externas de Pneumologia, de um workshop interativo de Urgência Pediátrica organizado pela UC e das sessões clínicas do serviço.

Por fim, elaborei um seminário sobre a Síndrome de Anticorpos Antifosfolípido, juntamente com colegas. Devido à suspensão precoce do estágio face à prevenção da pandemia COVID-19, o trabalho foi enviado por e-mail, em conjunto com um guião escrito.

2.5. Ginecologia e Obstetrícia

LOCAL:Ensino à distância PERÍODO: 16/3 a 17/4/2020

REGENTE: Prof.ª Doutora Teresinha Simões

O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia tinha como principais objetivos a sedimentação de conhecimentos, bem como a aquisição de competências necessárias à prática clínica da Medicina da Mulher. Pessoalmente, tinha a intenção de treinar o raciocínio diagnóstico e o exame objetivo ginecológico.

Assim, deveria ter tido oportunidade de estagiar no serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Beatriz Ângelo. Contudo, devido ao cancelamento dos estágios práticos por parte da NMS|FCM como prevenção da pandemia COVID-19, optou-se, em alternativa, pela disponibilização online de material teórico e pela avaliação à distância. Nesse sentido, foi lecionado o workshop “The Woman” pela regente da UC e foi introduzida a resolução, em grupo, de 22 casos clínicos como método de avaliação. Manteve-se ainda a apresentação de um trabalho de grupo, tendo-me sido atribuído o tema “Tiroide e Gravidez”, que desenvolvi juntamente com colegas. A apresentação foi elaborada e gravada em PowerPoint®, tendo posteriormente sido enviada para a regente por e-mail.

2.6. Saúde Mental

LOCAL: Ensino à distância PERÍODO: 20/4 a 18/5/2020 REGENTE: Prof. Doutor Miguel Talina

Como estágio profissionalizante, deveria ter ganho progressivamente autonomia e responsabilidade. Contudo, novamente, dado o impedimento de frequência das unidades de saúde, face à pandemia COVID-19, a UC teve de encontrar uma alternativa online, com recurso a métodos de ensino e avaliação à distância.

Segundos os objetivos da ficha UC, no final deste estágio parcelar deveria ser capaz de identificar sintomas de patologia psiquiátrica, situando o doente no seu contexto social, laboral e familiar. Além disso, deveria ter a capacidade de recolher, registar e elaborar a informação de modo a obter um diagnóstico,

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avaliando as capacidades funcionais dos doentes e identificando situações individuais e sociais de risco. Pessoalmente, tinha o objetivo de melhorar as minhas competências a nível diagnóstico e terapêutico das patologias psiquiátricas. Apesar da colheita de uma história clínica não ter sido possível, procurou-se atingir estes objetivos com a redação de duas histórias clínicas através da visualização de entrevistas simuladas.

Para complementar esta componente prática, e colmatar eventuais lacunas de conhecimentos teóricos, foram lecionados dois seminários, sobre Urgências em Saúde Mental e Exame de Estado Mental, e disponibilizada no Moodle™ uma aula sobre Estigma na Doença Mental. Adicionalmente, escrevi seis vinhetas clínicas com três perguntas single best answer, que me obrigaram a estudar antecipadamente o conteúdo de Psiquiatria presente na matriz da Prova Nacional de Acesso à Formação Especializada (PNAFE) de 2020.

3. SÍNTESE DE ATIVIDADES EXTRACURRICULARES

Além do Estágio Profissionalizante, durante este último ano do MIM dediquei-me a outras atividades que enriqueceram o meu curriculum, nomeadamente a Direção da Associação de Estudantes da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas (AEFCM), o Conselho Fiscal da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), a monitoria da UC de Anatomia e atividades formativas. Estas atividades extracurriculares foram o culminar de anos de trabalho, pelo que considero relevante fazer um breve resumo do meu percurso. A partir do 2º ano, enveredei pela representação estudantil e associativismo, começando por pertencer à Comissão de Curso [Anexo 6.2.1.]. Depois disso, colaborei com a AEFCM no Grupo de Trabalho para a Educação Médica Interna (GTEMI) [Anexo 6.2.2.] e pertenci, nos 2 anos seguintes, à sua Direção, como Coordenadora da Loja [Anexo 6.2.3.] e como Diretora da Equipa do Financeiro e Vice-Tesoureira, tendo este último cargo desempenhado ainda durante o 1º semestre do 6º ano [Anexo 6.2.4.]. Além disso, participei da equipa de representação local da Acta Médica Portuguesa-Student [Anexo 6.2.5.] e, por fim, ao longo de 2019, fui membro do Conselho Fiscal da ANEM [Anexo 6.2.6.].

Durante o meu percurso académico, também colaborei por diversas vezes com a faculdade, representando-a em várias edições do Open Day, Futurália e Inspiring Future, sendo responsável por esclarecer as dúvidas dos estudantes do Ensino Secundário que pretendiam conhecer a NMS|FCM [Anexos 6.2.7., 6.2.8. e 6.2.9.]. Como principal contributo para a nossa instituição, destaco ainda as monitorias de

duas UC do 1º ano [Anexos 6.2.10. e 6.2.11.]. Em relação à UC de Anatomia, fui monitora durante 5 anos, tendo colaborado em apoios extracurriculares e lecionado aulas práticas. Quanto à UC de Fisiologia, fui monitora durante 3 anos, sendo responsável por auxiliar os docentes durante as aulas práticas no esclarecimento de dúvidas dos alunos.

Para além destas atividades extracurriculares no âmbito académico e associativista, durante estes seis anos procurei oportunidades para complementar a minha formação, principalmente a nível prático. Nesse sentido, nos períodos de pausa letiva dediquei-me à realização de estágios clínicos extracurriculares. No 1º

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e 2º ano, participei do projeto de estágios pré-clínicos PECLICUF, tendo efetuado dois estágios de

enfermagem na CUF Infante Santo [Anexos 6.2.12. e 6.2.13.]. Já no 3º ano, realizei um estágio clínico de

Cirurgia Geral, na CUF Infante Santo, também através do projeto PECLICUF [Anexo 6.2.14.]. Destaco ainda a realização de dois intercâmbios clínicos no estrangeiro, com a duração de quatro semanas cada, através da International Federation of Medical Students’ Associations (IFMSA): o primeiro em Cirurgia Plástica, no Hospital Universitário de Olomouc, República Checa e o segundo em Urologia, no Hospital Universitário de Rijeka, Croácia [Anexos 6.2.15. e 6.2.16.]. Nos períodos de pausa letiva, procurei ainda ter um papel ativo na sociedade, tendo trabalhado com crianças com e sem necessidades educativas especiais num campo de férias de verão [Anexo 6.2.17.].

Para complementar a minha formação, este ano também participei de congressos e outras atividades formativas. Entre eles, destaco o FutureMD [Anexo 6.2.18.], um projeto da AEFCM que reuniu vários especialistas para partilhar experiências sobre o seu Internato Médico. Não poderia deixar também de mencionar o Euro-musculus X [Anexo 6.2.19.], um curso europeu sobre ecografia músculo-esquelética, onde pude participar das palestras e assistir como modelo de ecografia do membro inferior, e o XIV MedSCOOP [Anexo 6.2.20.], uma iniciativa da ANEM sobre temas diversos ligados à área da Saúde, como Global Health e o acesso aos Cuidados de Saúde em Portugal.

Por fim, durante o período de quarentena que atravessamos, o senso de responsabilidade, como estudante de Medicina, de me manter informada sobre a nova pandemia levou-me a fazer um curso online sobre a COVID-19, “COVID-19: What You Need to Know”, da Osmosis [Anexo 6.2.21.]. Concluído este primeiro curso, tinha sido, então, introduzida ao universo dos Massive Open Online Courses (MOOC). Nos últimos 3 meses, acabei por concluir outros três deles: 1) “Psychological First Aid”, da Johns Hopkins University, sobre a técnica RAPID para ajudar vítimas de uma situação de stress agudo [Anexo 6.2.22.]; 2) “Social Psychology”, da Wesleyan University, sobre a ciência da psicologia social e como nos influenciamos uns aos outros enquanto sociedade [Anexo 6.2.23.]; 3) “Mindshift: Break Through Obstacles to Learning and Discover Your Hidden Potential”, da McMaster University, sobre o processo de aprendizagem e estruturação de uma carreira profissional [Anexo 6.2.24.].

4. APRECIAÇÃO GERAL DO ESTÁGIO

Como referi na introdução, este ano letivo 2019/2020 foi atípico. A pandemia COVID-19 paralisou a atividade mundial, cancelando eventos, encerrando escolas e isolando milhões de pessoa em casa. Isto promoveu a necessidade de adaptação a novas condições de segurança e distanciamento social, tendo as Escolas Médicas dado o exemplo em Portugal. Por isso, o meu 6º ano foi dividido em dois períodos: um primeiro, presencial, em que realizei os estágios de Medicina Interna, Cirurgia, MGF e Pediatria; e um segundo, à distância, em que concluí as componentes de Ginecologia e Obstetrícia e Saúde Mental.

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No meu primeiro estágio, de Medicina Interna, tive a oportunidade de regressar ao local onde iniciei a minha prática clínica, quando estava no 3º ano. Contactar com os mesmos profissionais, no mesmo serviço, três anos depois, permitiu-me começar o 6º ano do curso com uma reflexão sobre a minha progressão pessoal e profissional durante este período. Além disso, foi o estágio onde ganhei mais treino de autonomia, pois estava diariamente responsável, sob supervisão, por um a dois doentes na enfermaria. Juntamente com o estágio de MGF, considero que este foi o que mais me preparou para os desafios que irei enfrentar no futuro próximo, enquanto médica recém-licenciada.

Em Cirurgia, pude contactar com várias das suas vertentes, pelo que foi um estágio bastante completo. Porém,estadiversidadetambémlevouaque,num estágio de oito semanas, passasse apenas quatro delas com o meu tutor, não atingindo as minhas expectativas em relação à aprendizagem e treino de técnicas cirúrgicas. Além disso, o facto de ter sido o único estágio em que o rácio tutor-aluno era de 1:3 também dificultou a criação de oportunidades de participação em cirurgias. Julgo que seria possível reorganizar esta componente de modo a permitir, em simultâneo, tempo de contacto cirúrgico e variedade de experiências clínicas.

Quanto a MGF, as consultas que efetuei sozinha, sempre com supervisão, permitiram-me sedimentar os conhecimentos teóricos sobre as mais diversas patologias, bem como gerir o seu seguimento, do ponto de vista não só clínico como logístico. Neste estágio, pratiquei ainda, todos os dias, técnicas de comunicação e entrevista motivacional que aprendi anteriormente no curso, como na UC Psicologia Médica e Medicina Comportamental (4º ano), com destaque para a oportunidade de observar, pela primeira vez, consultas de cessação tabágica, que me mostraram a importância desta aprendizagem. Além disso, estive completamente integrada na equipa técnica, contactando com outros médicos, enfermeiros e secretariado clínico. Como ponto negativo, destaco apenas a parca oportunidade de assistir a consultas de Saúde Infantil, colmatada posteriormente com Pediatria. Apesar desta lacuna, considero que foi dos estágios mais proveitosos e que mais me ensinou sobre relação médico-doente e os vários papéis que um médico assume: ser um bom ouvinte, um bom colega e, sem dúvida, uma pessoa em quem os doentes confiam a sua vida.

Em relação a Pediatria, este foi um estágio que me surpreendeu, por ter excedido as minhas expectativas iniciais e por ter tido contacto com novas áreas que, até então, me eram desconhecidas. Apesar de estar atribuída a uma tutora que segue maioritariamente patologias hematológicas, não considero que isso tenha sido uma desvantagem, pois no 5º ano já tinha tido um contacto alargado com a Pediatria Geral, durante o estágio no Hospital de São Francisco Xavier (HSFX). Agora, pude observar uma vertente mais específica da especialidade. Como ponto negativo, destaco apenas a pouca autonomia que nos é dada, acabando, mesmo que com esforço dos tutores, por ser um estágio muito observacional. Realço ainda o facto de este ter sido concluído uma semana antes do previsto devido à suspensão das atividades letivas decorrentes da pandemia COVID-19, o que, apesar de não ter comprometido em grande escala a minha aprendizagem, diminuiu o contacto hospitalar.

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O estágio de Ginecologia e Obstetrícia foi o primeiro a ser realizado à distância e, por isso, ainda não estava completamente organizado. Apesar do reconhecido esforço da regente em minimizar as desvantagens das restrições letivas, mantendo o workshop “The Woman” e a realização de um trabalho de grupo, os métodos foram insuficientes para atingir grande parte dos objetivos de aprendizagem, principalmente a nível prático. Deste modo, mantive a minha dificuldade no exame ginecológico. Para colmatar esta lacuna, considero ter sido relevante o meu estágio do 4º ano nesta especialidade, realizado no HSFX, e procurarei uma oportunidade, durante a formação geral, de contactar com a área da Saúde da Mulher.

A componente de Saúde Mental, concluída com métodos à distância, necessitou também de se restruturar às novas condições de ensino. Durante as quatro semanas, houve disponibilidade por parte do regente em lecionar seminários online e esclarecer eventuais dúvidas dos alunos por e-mail. O seminário de Exame do Estado Mental foi uma necessidade de aprendizagem levantada pelos alunos e, na minha opinião, deve ser algo a implementar de forma definitiva futuramente. Já a avaliação pareceu-me cumprir com os objetivos propostos, tendo tido uma carga de trabalho adequada e procurando atenuar as diferenças entre o ensino presencial e à distância. Assim, considero que o estágio cumpriu com os objetivos globais.

Em anexo, fiz uma breve autoavaliação das competências adquiridas durante o curso [Anexo 6.1.5.]. Para além do Estágio Profissionalizante, este ano dediquei-me a atividades extracurriculares, muitas delas iniciadas em anos anteriores e mantidas até ao último ano do curso. A experiência na área de

representação estudantil e do associativismo trouxe-me competências valiosas, como o trabalho em equipa

e técnicas de comunicação. Já as atividades de representação da faculdade e monitoria permitiram-me adquirir um senso de pertença ainda maior à NMS|FCM, sendo parte integrante e participativa desta instituição do Ensino Superior. A partilha de conhecimentos com as gerações mais novas de alunos permitiu-me por diversas vezes atingir o terceiro nível de aprendizagem: Ver, Fazer e, finalpermitiu-mente, Ensinar. A nível dos

estágios extracurriculares, todos eles foram enriquecedores, cada um à sua maneira: os estágios pré-clínicos

de Enfermagem possibilitaram-me as primeiras experiências práticas, trabalhando de perto com enfermeiros; já o estágio clínico de Cirurgia Geral permitiu-me o contacto mais alargado com uma área de interesse pessoal; e, por fim, com os intercâmbios adquiri uma nova visão do funcionamento de serviços hospitalares estrangeiros, tendo sido um período de crescimento pessoal e profissional. Quanto ao trabalho como monitora de campo de férias, foi uma oportunidade de aprender a comunicar com crianças e de exercer o meu papel de cidadã ativa na comunidade. Por fim, em relação aos congressos e outras atividades

formativas, todos contribuíram para complementar a minha formação, alargando o leque de conhecimento

a que tive acesso e permitindo tornar-me numa médica pluripotencial e polivalente.

Estes seis longos anos tornaram-me em quem sou e prepararam-me para quem quero ser: uma pessoa que de Medicina sabe, mas que também sabe (e é) mais do que isso. Mais do que Mestre em Medicina, ser MÉDICA.

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5. BIBLIOGRAFIA

1. Tomorrow’ Doctors. General Medical Council. 1993.

2. Cumming A, Ross M. Learning Outcomes/Competences for Undergraduate Medical Education in Europe. The Tuning Project (Medicine). 2007

3. Victorino R, Jollie C, McKim J. Licenciado Médico em Portugal. Core Graduates Learning Outcomes Project Lisboa: Faculdade de Medicina de Lisboa. 2005.

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6. ANEXOS

6.1. Atividades do Estágio Profissionalizante ... 13

6.1.1. Tabela-resumo ... 13

6.1.2. Trabalhos realizados ... 14

6.1.3. Trabalho “Rir é o melhor remédio” ... 15

6.1.4. Curso TEAM ... 16

6.1.5. Autoavaliação das competências adquiridas ... 17

6.2. Atividades extracurriculares ... 19

6.2.1. Comissão de Curso do 2º ano (2015/2016) ... 19

6.2.2. Colaboradora do GTEMI da AEFCM (2017) ... 20

6.2.3. Coordenadora da Loja da AEFCM (2018) ... 21

6.2.4. Diretora do Financeiro e Vice-Tesoureira da AEFCM (2019) ... 22

6.2.5. Representante Local da AMP-Student (2018) ... 23

6.2.6. Vogal do Conselho Fiscal da ANEM (2019) ... 24

6.2.7. Open Day NMS|FCM (2016 e 2018) ... 25

6.2.8. Futurália (2017, 2018 e 2019) ... 26

6.2.9. Inspiring Future (2018)... 27

6.2.10. Monitoria da UC Anatomia (2015/2016 a 2019/2020) ... 28

6.2.11. Monitoria da UC Fisiologia (2015/2016 a 2017/2018)... 29

6.2.12. PECLICUF pré-clínico de Enfermagem (2015) ... 30

6.2.13. PECLICUF pré-clínico de Enfermagem (2016) ... 31

6.2.14. PECLICUF clínico de Cirurgia Geral (2017) ... 32

6.2.15. Intercâmbio clínico de Cirurgia Plástica, em Olomouc, República Checa (2018) ... 33

6.2.16. Intercâmbio clínico de Urologia, em Rijeka, Croácia (2019) ... 34

6.2.17. Trabalho Campo de Férias de Verão da Junta de Freguesia de Belém (2019) ... 35

6.2.18. Congresso FutureMD ... 36

6.2.19. Congresso Euro-musculus X ... 37

6.2.20. XIV MedSCOOP ... 38

6.2.21. Curso online “COVID-19: What You Need to Know”, da Osmosis ... 39

6.2.22. Curso online “Psychological First Aid”, da Johns Hopkins University ... 40

6.2.23. Curso online “Social Psychology”, da Wesleyan University ... 41

6.2.24. Curso online “Mindshift: Break Through Obstacles to Learning and Discover Your Hidden Potential”, da McMaster University ... 42

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6.1. Atividades do Estágio Profissionalizante

6.1.1. Tabela-resumo

Período Especialidade Local Tutor Atividades

9/9/2019 a 31/10/2019 Medicina Interna Medicina 1.4, Hospital de São José Dr. António Godinho Dr.ª Fátima Lampreia • Enfermaria • Consulta externa • Serviço de Urgência • Sessões clínicas

• Realização de trabalhos teóricos, história clínica e trabalho final

4/11/2019 a 10/1/2020

Cirurgia Geral Hospital Beatriz Ângelo Dr. Diogo Albergaria • Bloco operatório • Enfermaria • Consulta externa • Serviço de Urgência • Cuidados Intensivos e Intermédios • Sessões clínicas • Aulas teórico-práticas • Curso TEAM

• História clínica e trabalho final 20/1/2020 a 14/2/2020 MGF Unidade de Saúde Familiar (USF) Marginal Dr. Mário Santos

• Consultas de seguimento e do Dia • Domicílio

• Sessões clínicas

• Diário do Exercício Orientado (DEO) e trabalho final

17/2/2020 a 13/3/2020 Pediatria Hematologia Pediátrica, Hospital de Dona Estefânia Dr.ª Raquel Maia • Enfermaria • Consulta externa • Serviço de Urgência • Sessões clínicas

• História clínica e trabalho final 16/3/2020

a 17/4/2020

Ginecologia e

Obstetrícia À distância -

• Workshop “The Woman” • Resolução de casos clínicos • Trabalho final

20/4/2020 a 18/5/2020

Saúde Mental À distância -

• Seminários • Histórias clínicas

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6.1.2. Trabalhos realizados

Especialidade Trabalho Elementos do grupo Medicina Interna

Infeções respiratórias

Rebeca Santos Anticoagulação oral

Diagnóstico diferencial de diarreia Reações adversas e interações medicamentosas “Rir é o melhor remédio” – Terapia do Riso e o seu papel

na gestão da dor, stress e ansiedade

Alexandre Mendes Rebeca Santos

Cirurgia Geral

“Neoplasia do Reto - Watch-and-Wait: Who’s in and who’s out?” – caso de abordagem poupadora de órgão, após

terapêutica neoadjuvante em neoplasia do reto

Rebeca Santos Sandra Fernandes

Sara Meireles

MGF

NOC Nº 002/2020 da DGS, de 25/01/2020, sobre “Infeção pelo novo Coronavírus (2019-nCoV)” e NOC Nº 003/2020, de 30/01/2020, sobre “Prevenção e Controlo de Infeção

por novo Coronavírus (2019-nCoV)”.

Rebeca Santos

Pediatria Síndrome de Anticorpo Antifosfolípido

Joana Simões Mafalda Silva Rebeca Santos Sofia Ramalho

Ginecologia e

Obstetrícia Tiroide e Gravidez

Marta Baião Rebeca Santos Sofia Ramalho NOC – Norma de Orientação Clínica; DGS – Direção-Geral de Saúde

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6.1.5. Autoavaliação das competências adquiridas

Competências Nível 1 2 3 Consulta com um doente

Colher anamnese X

Realizar exame objetivo X

Tomar decisões clínicas X

Fornecer explicações e conselhos aos doentes X

Avaliar exame de estado mental X

Manifestações clínicas, diagnóstico diferencial e plano de seguimento do doente

Reconhecer e avaliar a gravidade das manifestações clínicas X

Solicitar investigação apropriada e interpretar os resultados X

Fazer diagnóstico diferencial X

Negociar um plano de seguimento adequado com doentes e cuidadores X Providenciar cuidados no final de vida aos doentes e familiares X

Gerir doenças crónicas X

Emergências médicas

Reconhecer e avaliar emergências médicas X

Tratar emergências médicas X

Providenciar primeiros socorros básicos X

Fornecer Suporte Básico de Vida e ressuscitação cardiopulmonar X

Fornecer Suporte Avançado de Vida X

Prescrição terapêutica

Prescrever de forma clara e adequada X

Associar fármacos e outras terapias adequadas ao contexto clínico X Rever eficácia do tratamento e avaliar potenciais riscos e benefícios X

Tratar a dor X

Procedimentos práticos

Medir pressão arterial X

Realizar punção venosa X

Colocar cateter venoso periférico X

Administrar terapêutica intravenosa X

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Adaptado de Cumming A, Ross M. Learning Outcomes/Competences for Undergraduate Medical Education in Europe. The Tuning Project (Medicine). 2007

Legenda:

Nível 1 – Conhecimento, compreensão e observação da competência. Nível 2 – Capacidade de realizar a competência sob supervisão. Nível 3 – Capacidade de realizar a competência de forma autónoma.

Administrar oxigénio suplementar X

Mobilizar doente X

Suturar X

Efetuar cateterização vesical X

Explicar e interpretar análise de urina X

Realizar, interpretar e monitorizar eletrocardiograma de 12 derivações X

Comunicação

Comunicar com doentes X

Comunicar com colegas X

Dar más notícias X

Comunicar com familiares X

Comunicar com pessoas com deficiência X

Explicar consentimento informado X

Comunicar de forma escrita, incluindo diários clínicos X

Comunicar em casos de agressão X

Comunicar por telefone X

Comunicar com auxílio de tradutor X

Princípios legais e éticos

Manter confidencialidade X

Obter consentimento informado X

Emitir certificado de óbito X

Solicitar autópsia X

Aplicar a legislação em vigor na prática clínica X

Avaliar fatores psicológicos e sociais na doença X

Aplicar princípios da ciência e da medicina baseada na evidência X

Utilizar recursos tecnológicos adequados na prática clínica X

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6.2. Atividades extracurriculares

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6.2.24. Curso online “Mindshift: Break Through Obstacles to Learning and Discover Your Hidden Potential”, da McMaster University

Referências

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