ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ... 3
2. OBJECTIVOS GERAIS DO ESTÁGIO ... 3
3. DESCRIÇÃO DAS ACTIVIDADES ... 3
II. Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia ... 4
III. Estágio Parcelar de Saúde Mental ... 5
IV. Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar ... 6
V. Estágio Parcelar de Medicina Interna ... 6
VI. Estágio Parcelar de Cirurgia Geral ... 7
VII. Estágio Clínico Opcional – Neonatologia ... 8
4. ATIVIDADES VALORATIVAS NÃO PREVIAMENTE AVALIADAS ... 8
5. REFLEXÃO CRÍTICA FINAL ... 9
6. REFERÊNCIAS ... 11
7. ANEXOS ... 11
I. CEMEF 2014 – Pediatria ... 11
II. Congresso “Latest Developments in Osteogenesis Imperfecta” ... 12
III. IV Jornadas de Cirurgia Vascular dos Hospitais CUF ... 13
IV. Gulbenkian Forum on Mental Health: Socioeconomic Crises and Mental Health – from Research to Action ... 14
V. 34º Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar ... 15
VI. Congresso - Leaping Forward Oncology 2017 ... 16
1. INTRODUÇÃO
O 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina da NOVA Medical School baseia-se numa
formação profissionalizante ao longo do ano letivo, cujo plano de estudos engloba 7 estágios
parcelares – Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental, Medicina Geral e Familiar,
Medicina Interna, Cirurgia Geral e Estágio Clínico Opcional. Este relatório pretende listar os
objetivos pessoais definidos para o estágio clínico; sumarizar as atividades concretizadas
nos estágios parcelares e o contributo das mesmas para o meu percurso académico;
destacar os elementos valorativos importantes para a minha formação; e, por último,
apresentar uma análise crítica final do desempenho ao longo de todo o ano.
2. OBJECTIVOS GERAIS DO ESTÁGIO
Para o ano correspondente ao final da minha formação pré-graduada, estabeleci alguns
objetivos de forma a maximizar a minha aprendizagem: 1) integração nas atividades
assistenciais, de formação e investigação do local de estágio; 2) observação de doentes
segundo o modelo de medicina tutelada, com realização de histórias clínicas, notas de
entrada e de alta, prática de técnicas e procedimentos, e discussão da marcha diagnóstica
e orientações terapêuticas de cada patologia; 3) desenvolvimento de ferramentas úteis para
a construção de uma relação médico-doente e para a comunicação com outros profissionais;
4) aquisição de competências transversais como autonomia, rigor científico, capacidade de
pesquisa e comunicação; 5) aptidão para gerir as diversas ocupações, desde o estágio
clínico, à preparação para a Prova Nacional de Seriação e às atividades de cariz pessoal.
3. DESCRIÇÃO DAS ACTIVIDADES
I. Estágio Parcelar de Pediatria 12/09 a 7/10/2016
Para o presente estágio, apresentei como objetivos específicos a identificação das
principais patologias da criança em diferentes contextos (internamento, consulta, urgência)
e com outros profissionais de saúde. Durante 4 semanas, no Hospital Dona Estefânia (HDE)
e sob tutela da Drª Mafalda Paiva, o núcleo do meu estágio incidiu sobre a Pediatria Geral,
essencialmente em regime de internamento da primeira infância, do qual destaco a
prevalência elevada de doenças raras. Colaborei em equipa na observação diária dos
doentes, com colheita de anamnese e realização de notas de entrada, de alta e diários
clínicos, aplicando e consolidando conhecimentos adquiridos ao longo do curso. Também
integrei a consulta e participei na dinâmica do Serviço de Urgência, o que, no geral, permitiu
o desenvolvimento de competências técnicas e de comunicação, tal como me tinha proposto
nos objetivos descritos. Tive ainda a oportunidade de assistir à Consulta de Imunoalergologia
e conhecer o serviço de Cardiologia Pediátrica do Hospital Santa Marta, os quais se
revelaram enriquecedores, visto representarem especialidades clínicas com as quais nunca
tinha contactado. Como formação complementar, que foi um dos pontos positivos, assisti às
reuniões matinais; às sessões clínicas hospitalares; participei na Jornada de Atualização do
HDE intitulada de “Desenvolvimento Psicomotor e Sono na Criança”. Destaco ainda a
realização de uma história clínica de um caso de Onfalite e apresentação de um Seminário
Clínico intitulado “Doença Metabólica: um caso real”. A principal dificuldade sentida passou
pela sobrelotação do HDE que, de alguma forma, limitava a idoneidade formativa quer do
ensino pré quer pós-graduado.
II. Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia 10/10 a 4/11/2016
Neste estágio, assumi o conhecimento dos princípios gerais de abordagem das
diferentes patologias em Ginecologia e Obstetrícia, com as particularidades inerentes à
idade reprodutiva da mulher, como principal objetivo. Fiquei alocada ao Hospital de Vila
Franca de Xira (HVFX), sob a tutela da Drª Luciana Patrício e da Drª Andreia Relva, tendo
iniciado as 2 primeiras semanas com a subespecialidade de Obstetrícia (Consulta Geral e
Ginecologia (Consulta Geral, Oncologia Ginecológica, Patologia do Colo, Bloco Operatório,
Ecografia Ginecológica, Enfermaria). O estágio foi complementado pela participação na
Urgência, que englobava a permanência no Bloco de Partos, onde pude assistir e auxiliar
em partos eutócicos e distócicos. Presenciei ainda a algumas sessões das II Jornadas de
Enfermagem em Saúde Materna, que decorreram no HVFX. Também a salientar a
realização de um Journal Club sobre Cancro do Ovário e Onionina A, um componente da
cebola. Quer a passagem pelas múltiplas valências da especialidade (a destacar, as várias
amniocenteses nunca previamente observadas) quer o trabalho teórico realizado permitiram
a aquisição de múltiplas competências até à data do estágio não adquiridas, pelo que
considero que o objetivo ao qual me propus foi atingido. Apenas a destacar a pouca
autonomia dada, assemelhando-se a um estágio essencialmente observacional.
III. Estágio Parcelar de Saúde Mental 7/11 a 2/12/2016
O estágio de Saúde Mental foi realizado no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa
(CHPL), sob a tutela do Dr. Filipe Gonçalves. Defini prioritariamente contactar com o modelo
de abordagem biopsicossocial na prática clínica; e adquirir ferramentas úteis para colheita
de anamnese e exame objetivo através da construção de uma relação médico-doente,
particularizada à Saúde Mental. O estágio englobou, para além de formação teórica na
faculdade e das sessões e reuniões clínicas hospitalares, a permanência no Hospital Júlio
de Matos, maioritariamente em regime de internamento, complementado com o contacto
com a electroconvulsivoterapia (ECT). Também o Centro Integrado de Tratamento e
Reabilitação em Ambulatório de Sintra (CINTRA) foi o local onde assisti a consultas de
Psiquiatria Geral. E, por fim, foi possível participar do Serviço de Urgência no Hospital de
São José com a Drª Safira Hanneman. Assim, a minha experiência pessoal foi muito rica,
dada a grande variabilidade de patologia e a desmistificação de preconceitos inerentes à
acima, desde a entrevista clínica, ao seguimento em unidades comunitárias, e a terapêuticas
como a ECT nunca antes observadas.
IV. Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar (MGF) 5/12/2016 a 13/01/2017
Com o intuito de integrar os conhecimentos de anos anteriores pelas múltiplas valências
características da especialidade, de desenvolver capacidades de comunicação
médico-doente, integradas na abordagem holística do indivíduo e, ainda, de contactar com os
múltiplos procedimentos administrativos, considero ter cumprido os referidos objetivos na
Unidade de Saúde Familiar da Ajuda, em Lisboa, sob a tutela do Dr. Francisco Carvalho.
Durante 4 semanas, assisti e participei, ainda que de forma pouco autónoma, em todas as
consultas, quer de Saúde de Adultos, Infantil, Saúde Materna, Planeamento Familiar,
Hipertensão Arterial, Diabetes, “Baixas” ou Doença Aguda; observei ainda alguns
procedimentos de enfermagem, nomeadamente realização de pensos, vacinação, ensinos.
Deste modo, foi possível inteirar-me das particularidades da prestação de cuidados
primários, destacando, para além do elevado volume de conhecimentos que adquiri, a
oportunidade de realizar uma visita domiciliária, enriquecendo a minha experiência
profissional e pessoal.
V. Estágio Parcelar de Medicina Interna 23/01 a 17/03/2017
Aplicar conceitos teóricos lecionados previamente na prática clínica hospitalar,
desenvolvendo as capacidades de colheita de dados amnésicos, realização de exame
objetivo e treino de técnicas, como a gasimetria, de forma autónoma; aprimorar as
competências de discussão da abordagem diagnóstica e terapêutica; compreender a
importância da comunicação de más noticias e contactar com situações de fim de vida foram
os principais objetivos que defini para o presente estágio. Permaneci durante 8 semanas no
Hospital CUF Descobertas, sob a tutela do Dr. Francisco Silva, onde, para além do regime
semanalmente na dinâmica do Atendimento Permanente e assisti a consultas quer de
Medicina Interna, quer de Doenças Autoimunes. A salientar a presença nas aulas teóricas,
nas sessões clínicas hospitalares, do serviço e, principalmente, nas reuniões
multidisciplinares de Oncologia, que, para além de uma área de interesse pessoal, se
revelaram uma mais valia na abordagem ao doente oncológico. Procedi à colheita, redação
e discussão de uma história clínica acerca de Tuberculose Ganglionar e à apresentação de
um trabalho intitulado “Infecção por Clostridium Difficile –Novas Abordagens Terapêuticas”.
Ademais, destaco a autonomia que, de forma tutelada, me foi facultada comparativamente
com outros estágios, e o contacto com doentes em fim de vida e a conduta médica perante
os mesmos, que constituíram experiências marcantes no meu percurso académico.
VI. Estágio Parcelar de Cirurgia Geral 20/03 a 19/05/17
Para o estágio parcelar de Cirurgia Geral, priorizei a identificação das principais
patologias cirúrgicas, aplicando à prática clínica os conhecimentos adquiridos previamente;
e o contacto com procedimentos técnicos simples, como o treino de sutura, técnicas de
assepsia e de anestesia. O núcleo do meu estágio no Hospital das Forças Armadas – Pólo
de Lisboa (HFAR-PL), sob a tutela do Dr. Paulo Costa, incidiu essencialmente na
permanência no Bloco Operatório Central e de Ambulatório (participei ativamente como 1º
ou 2º ajudante; treinei, embora uma única vez, pontos de sutura), na Enfermaria (executei
com autonomia tutelada anamnese, exame objetivo, registos clínicos e requisição de meios
complementares de diagnóstico - MCDTs) e na Consulta Externa (dirigi uma entrevista
clínica e auxiliei no diagnóstico diferencial das diferentes patologias). Frequentei durante as
8 semanas as sessões clínicas hospitalares, as reuniões de Decisão Terapêutica de
Oncologia, a visita ao Centro de Epidemiologia e Intervenção Terapêutica, à Secção de
Treino Fisiológico do Centro de Medicina Aeronáutica e ao Centro de Medicina Subaquática
uma área por mim totalmente desconhecida e, apesar de alocado ao HFAR, tem
aplicabilidade em múltiplas patologias, nomeadamente os tratamentos em Câmara
Hiperbárica. Ainda durante a primeira semana, o estágio foi complementado por múltiplas
sessões lecionadas no Hospital Beatriz Ângelo, incluindo a oportunidade de frequentar o
curso TEAM – Trauma Evaluation and Management, do qual destaco a importância na
formação médica e pela área de interesse que, pessoalmente, lhe está inerente. Por último,
ressalvo a participação no Mini-Congresso de Cirurgia, onde apresentei um caso intitulado
de “Cancro de Mama: the beauty or the b(r)east?”.
VII. Estágio Clínico Opcional – Neonatologia 22/05 a 2/06/17 A escolha deste estágio foi motivada pela área de interesse que a Neonatologia constitui
a nível pessoal, suscitada durante o curso e a propósito de um CEMEF (Curtos Estágios
Médicos em Férias) realizado no Centro Hospitalar Médio Tejo (certificado de participação
em anexo). Aliado ainda o desejo de contactar com diferentes condutas médicas e com uma
população-alvo de um ambiente ruralizado, estagiei no Hospital de Abrantes, onde
diariamente observei os recém-nascidos, com respetiva triagem dos mesmos, assisti à
abordagem no Bloco de Partos, e ainda acompanhei vários doentes internados na Unidade
de Neonatologia, em particular os prematuros, e a destacar um caso de suspeita de oclusão
intestinal. Foi assim enriquecedora a experiência, tendo participado com alguma autonomia
nas atividades diárias, com a mais valia de uma relação tutor:aluno 1:1, justificada pela
inexistência de formação pré-graduada no referido hospital.
4. ATIVIDADES VALORATIVAS NÃO PREVIAMENTE AVALIADAS
Durante todo o ano letivo, participei em algumas atividades valorativas, as quais enuncio
de seguida: 1) Congresso OI in 2016 – Latest Developments in Osteogenesis Imperfecta
na Faculdade de Medicina de Lisboa cuja participação se prendeu com o interesse pelo
Descobertas, que presenciei pela necessidade de aquisição de apetência numa área que
não foi foco durante a minha formação médica; 3) Congresso “Socioeconomic Crises and
Mental Health: from Research to Action”, alocado na Fundação Calouste Gulbenkian,
suscitou-me a curiosidade essencialmente por abordar os desafios da Saúde Mental do
futuro em todo o Mundo; 4) 34º Encontro Nacional da Associação Portuguesa de
Medicina Geral e Familiar, no Centro de Congressos do Estoril, promovido pela Associação
de Estudantes e cuja especialidade constitui uma área de grande interesse a nível pessoal;
5) Congresso Leaping Forward Oncology, que decorreu no Centro Cultural de Belém,
para além de um gosto pessoal, permitiu a fundamentação do trabalho acerca de Cancro de
Mama; 6) Grémio Académico da Faculdade de Ciências Médicas – justificadopelo desejo
de participação em atividades ligadas à Escola Médica e pelo desenvolvimento de
competências, nomeadamente, de comunicação, liderança e trabalho em equipa.
5. REFLEXÃO CRÍTICA FINAL
Após o término do estágio profissionalizante, é possível afirmar que, de forma geral, os
objetivos a que me propus inicialmente foram cumpridos, não só pela aquisição de novos
conhecimentos médicos, da abordagem das diferentes patologias, desde a marcha
diagnóstica à terapêutica, mas também pelo desenvolvimento de aptidões básicas, como a
comunicação com doente e família, a articulação entre os diversos profissionais de saúde,
o aperfeiçoamento de qualidades de preletor pela participação nas múltiplas apresentações
de trabalhos de revisão teórica. Ainda a destacar a aquisição de competências técnicas,
onde se inclui a oportunidade de dirigir uma entrevista clínica, a execução do exame objetivo,
realização de procedimentos diagnósticos (como a gasimetria), requisição de MCDTS, o
rigor cientifico necessário à elaboração dos registos clínicos ou a participação ativa em
Em termos pessoais, destaco o acompanhamento dado pelas várias equipas que integrei
e a autonomia que progressivamente adquiri, sempre de forma tutelada, com destaque para
os estágios de Pediatria, Medicina Interna e Cirurgia Geral, nos quais pude aproximar-me
das tarefas desempenhadas por um médico em Internato Geral.
Algumas particularidades menos positivas foram o facto de integrar um hospital privado,
como a CUF Descobertas, onde muitas situações não representavam um real motivo de ida
à urgência; ou um hospital com uma população-alvo muito restrita como o HFAR-PL, que
apresenta um número limitado de casos urgentes e, ainda, durante o período formativo,
apresentou uma redução de tempos operatórios, o que limitou em parte a otimização da
minha aprendizagem; a sobrelotação de alguns serviços com um número excedente de
alunos e médicos internos; e, por fim, a existência de instalações medíocres em edifícios de
prestação de cuidados médicos. Uma grande dificuldade a título pessoal passou pela
incapacidade de conciliar as diferentes atividades que surgiram durante o ano, dada a
exigência de alguns estágios clínicos, o tempo despendido para a preparação da Prova de
Seriação, e toda a vivência pessoal, pelo que este objetivo definido previamente não foi
totalmente alcançado.
Para a minha formação, quero destacar o papel da equipa de profissionais com quem
trabalhei durante todos os estágios parcelares que contribuíram para o meu percurso
enquanto futura médica, integrada numa equipa que, em conjunto, dava a primazia ao
doente, no sentido de fornecer uma abordagem holística dos seus problemas.
Em suma, o balanço do ano profissionalizante é muito positivo, e recordarei o empenho
desta Escola Médica e seus Professores pelos recursos amplos e diversificados que me
colocaram ao dispor e pela exigência que primaram, no sentido de corresponder ao que “a
Sociedade espera e exige do Médico, competência e atualização permanente de
6. REFERÊNCIAS
1“The Tunning Project - Learning Outcomes/Competences for Undergraduate
Medical Education in Europe
2 “O Licenciado Médico em Portugal” Core Graduates Learning Outcomes Project, Julho
2005
7. ANEXOS
IV.