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O contributo da educação física no combate ao insucesso escolar: A Perspetiva dos Professores de uma Escola Básica e Secundária do Concelho de Celorico de Basto

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

O CONTRIBUTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO

COMBATE AO INSUCESSO ESCOLAR:

A Perspetiva dos Professores de uma Escola Básica e

Secundária do Concelho de Celorico de Basto

Filipe Alves Mendes

Orientador: Professor Doutor Armando Loureiro

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2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

O CONTRIBUTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO

COMBATE AO INSUCESSO ESCOLAR:

A Perspetiva dos Professores de uma Escola Básica

e Secundária do Concelho de Celorico de Basto

FILIPE ALVES MENDES

Orientador: Professor Doutor Armando Loureiro

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Dissertação apresentada à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Professor Doutor Armando Loureiro

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“É no problema da educação que assenta o grande segredo do progresso da

humanidade.”

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iv

Agradecimentos

Um trabalho desta natureza conta sempre com a colaboração, direta ou indireta, de várias pessoas. Como tal, gostaria de expressar o meu mais profundo agradecimento a todos os que tornaram possível, pela sua participação ou incentivo, na realização desta dissertação: Ao orientador, Professor Doutor Armando Loureiro, pelo seu saber, pela orientação e oportunidade, pela presença, pela facilidade do trato e total disponibilidade que tornaram este trabalho uma realidade.

Aos meus pais, pelo carinho, pela dedicação, pelo apoio e motivação ao longo deste caminho.

À minha namorada, Vânia Filipa, pelo carinho e dedicação durante este caminho, mas acima de tudo, pelo amor que me dá todos os dias.

A todos os meus amigos, que serviram como base de apoio, ou suporte para todo este percurso.

A todos os professores que fizeram parte da minha vida académica, pelos ensinamentos que me concederam durante esta caminhada.

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v

Resumo

Atualmente, o insucesso escolar é uma das problemáticas centrais e mais investigadas no sistema educativo. No entanto, continua a existir insucesso académico e, por conseguinte, abandono escolar, sendo inúmeras as suas causas.

O objeto deste estudo prende-se com a possibilidade de saber se a disciplina curricular de Educação Física contribui para a diminuição do insucesso escolar. Diversos estudos têm provado que a atividade física pode ajudar os alunos a nível físico, mental e cognitivo e, desta forma, aumentar o seu sucesso educativo.

O presente estudo tem como objetivo verificar se, na opinião dos docentes, a Educação Física concorre no combate ao insucesso escolar dos alunos. Assim, foram inquiridos 68 professores, com idades compreendidas entre os 30 e os 50 anos. Os elementos constituintes da amostra são 12 do departamento de Matemática e Ciências Experimentais, 12 do departamento de Línguas, 20 do departamento de Ciências Sociais e Humanas e, igualmente, 24 do departamento das Expressões de uma escola secundária de um concelho de Braga.

Após a análise dos resultados, verificou-se que os professores inquiridos concordam, de modo geral, que a Educação Física contribui como fator de socialização e de integração dos alunos; observando-se também que a maioria dos docentes admite que os alunos, através da Educação Física, passam a conhecer melhor os seus colegas e aprendem regras de comportamento social, a exemplo do respeito pelos outros.

Todos os docentes concordaram, igualmente, que a educação física desenvolve as capacidades motoras.

Já em relação à questão de a disciplina de Educação Física desenvolver aprendizagens úteis e aplicáveis em outras disciplinas ou áreas curriculares, a maioria dos docentes reconhece essa possibilidade.

Por fim, perante a hipótese de a disciplina em questão aumentar a probabilidade de sucesso escolar, as respostas dos docentes são neutras, tendo 47% dos inquiridos estado em concordância com esta afirmação.

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vi

Abstract

Currently, school failure is one of the central and more investigated issues in the education system, but school failure and consequent dropout still exist. Its causes are numerous. The object of study is how physical education as a curricular subject can contribute to combat school failure. Several studies have shown that physical activity can help students physicaly, mentaly and cognitively and thereby increase educational success.

The present study aims to determine, if in the teachers’ opinion, physical education contributes to combating students’ school failure. Respondents were 68 teachers, aged between 30 and 50 years. The constituents of the sample were 12 of the mathematics and experimental sciences department, 12 of the languages department, 20 of the social sciences and humanities department and, finally, 24 of the department of expressions of a School in the District of Braga.

After analyzing the results, it was found that the teachers surveyed generally agree that physical education contributes as a factor of integration and socialization of students. It appears that the majority of teachers agree that students through Physics Education get to know their colleagues better and learn rules of social behavior, such as respect for others. All teachers agreed that physical education develops motor skills.

Regarding the question if the physical education classes develop useful and applicable knowledge to other disciplines, most teachers agree with this.

Finally, the discipline in question increases the probability of academic success, teachers' responses are neutral, with 47% of respondents agreeing with this statement.

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vii

Índice Geral

Agradecimentos ... iv

Resumo ... v

Abstract ... vi

Índice Geral ... vii

Lista de Gráficos ... ix

Lista de Figuras ... x

Lista de Siglas e Abreviaturas ... xi

1. INTRODUÇÃO ... 1

2. REVISÃO DA LITERATURA ... 3

2.1 Conceito de insucesso escolar ... 3

2.2. Indicadores de insucesso escolar ... 5

2.3. Causas/fatores de insucesso escolar ... 7

2.4. Medidas de combate ao insucesso escolar ... 11

2.5. Educação Física como área curricular ... 15

2.6. O contributo da Educação Física no sucesso escolar dos alunos ... 21

3. MATERIAL E MÉTODOS ... 24

3.1. Método de pesquisa ... 24

3.2. Instrumentos ... 25

3.3. Amostra ... 25

4. APRESENTAÇÃODOSRESULTADOS ... 27

4.1. Dados Pessoais e Profissionais... 27

4.1.1.Idades dos inquiridos: ... 27

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viii

4.1.3. Níveis de ensino que leciona: ... 29

4.1.4. Tempo de serviço: ... 30

4.1.5. Departamento a que pertence: ... 31

4.1.6. Para além de professor tem mais algum cargo/ função: ... 32

4.2. A Educação Física e o Sucesso Escolar ... 33

4.2.1.Através da Educação Física os alunos passam a conhecer melhor os seus colegas: ………... 33

4.2.2.Através da Educação Física os alunos aprendem regras de comportamento social (como respeitar os outros): ... 34

4.2.3.Através da Educação Física os alunos passam a gostar mais da escola: ... 35

4.2.4.Através da Educação Física os alunos passam a gostar mais dos professores em geral:….. ... 36

4.2.5.Através da Educação Física os alunos passam a gostar mais e a estar mais motivados para as outras disciplinas: ... 37

4.2.6.Através da Educação Física os alunos desenvolvem capacidades motoras: ... 38

4.2.7.Podem desenvolver aprendizagens úteis, aplicáveis para outras disciplinas: .... 39

4.2.8.Desenvolvem e aplicam aprendizagens úteis para outras disciplinas: ... 40

4.2.9.Aumenta a probabilidade de sucesso escolar: ... 41

4.2.10.Qual a sua opinião acerca da importância da Educação Física como fator de combate ao Insucesso Escolar? ... 43

5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 44

5.1. O papel da Educação Física para o Sucesso Escolar ... 44

5.2. Importância da Educação Física como fator de combate ao Insucesso Escolar ... 50

6. CONCLUSÃO ... 52

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ix

Lista de Gráficos

Gráfico 1 – Idade dos Inquiridos ... 27

Gráfico 2 – Sexo dos Inquiridos ... 28

Gráfico 3 – Níveis de Ensino onde lecionam os Inquiridos ... 29

Gráfico 4 – Tempo de Serviço dos Inquiridos ... 30

Gráfico 5 – Departamento a que pertence ... 31

Gráfico 6 – Funções/ Cargos ... 32

Gráfico 7 – Passam a conhecer melhor os colegas ... 33

Gráfico 8 – Aprendem regras de comportamento social ... 34

Gráfico 9 – Passam a gostar mais da escola ... 35

Gráfico 10 – Passam a gostar mais dos professores em geral ... 36

Gráfico 11 – Passam a gostar e a estar mais motivados para as outras disciplinas ... 37

Gráfico 12 – Desenvolvem capacidades motoras ... 38

Gráfico 13 – Podem desenvolver aprendizagens úteis e aplicáveis para outras disciplinas ... 39

Gráfico 14 – Desenvolvem e aplicam aprendizagens úteis para outras disciplinas ... 40

Gráfico 15 – Aumenta a probabilidade de Sucesso Escolar ... 41

Gráfico 16 – Importância da Educação Física como factor de combate ao Insucesso Escolar ... 43

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x

Lista de Figuras

Figura 1 – Comportamentos típicos de crianças com insucesso escolar (adaptado de Muñiz, 1993, p.19). ... 7 Figura 2 – Variáveis Independentes ... 26 Figura 3 – Análise descritiva em função dos itens ... 42

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Lista de Siglas e Abreviaturas

AEC´S Atividades de Enriquecimento Curricular CNAPEF Conselho Nacional de Associações de Professores e Profissionais

de Educação Física

CNEB Currículo Nacional do Ensino Básico

MEC Ministério da Educação e Ciência

OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico PIEF Programa Integrado de Educação e Formação

PNEF Programas Nacionais de Educação Física

PTE Plano Tecnológico da Educação

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1

1. INTRODUÇÃO

A qualidade do sistema de ensino de determinado país não é apenas um indicador dos seus atuais níveis de desenvolvimento e de bem-estar social, mas também indicia o seu futuro (Almeida et al., (1996) citado por Mendonça, 2006).

Nessa perspetiva, não é surpreendente que o provimento de uma instrução universal, capaz de estimular, sobretudo, o desenvolvimento integral das crianças e dos adolescentes, é também um objetivo estratégico de grande relevância nos países mais desenvolvidos.

Portugal é um país que se encontra com grande défice em matéria de Educação. Por esta razão, a educação dos nossos filhos e, em concreto, o problema do insucesso escolar se tornaram objetos recorrentes de estudo. Hoje, a escola encontra-se diante do desafio de responder às perguntas que refletem a sociedade em que vivemos, num mundo globalizado e altamente competitivo. E isso exige cada vez mais dos docentes, pois estes terão de serem capazes de inovar, e de facilmente se adaptarem às inovações e à gestão, num ambiente muito diferente do de há apenas algumas décadas.

Os cortes que o Ministério da Educação realizou nesta área limitam, desde logo, a sua melhoria e sua consequente evolução. A Educação não se cinge, meramente, a uma questão económica, que coloca ao seu dispor os recursos humanos necessários e as infraestruturas suficientes. A restrição a tais objetivos não melhorará, provavelmente, a sua qualidade.

A Educação tem constituído, desde sempre, o cerne de toda a sociedade democrática. A escola, efetivamente, educa e capacita os jovens de certas ferramentas, mas, acima de tudo, habilita todos os cidadãos a participarem, consciente e ativamente, no progresso da comunidade a que pertencem.

Face à importância da Educação na sociedade, o insucesso escolar surge como uma das problemáticas centrais, especialmente em Portugal, onde a taxa de insucesso ultrapassa as médias europeias e da OCDE (OECD, 2012).

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2 Existem várias disciplinas curriculares no nosso sistema de ensino, das quais podemos destacar a Educação Física, reconhecendo-lhe um papel primordial na diminuição do insucesso escolar. A atividade física tem sofrido algumas transformações ao longo do tempo. E, se um dia foi utilizada pelo ser humano como um instrumento para caçar, atualmente adquire um papel crucial na cultura e na educação dos indivíduos enquanto seres sociais (Allen, 2003).

Este fenómeno social desencadeou uma atenção especial por parte dos investigadores e vários têm sido os estudos científicos que demonstram a pertinência da atividade física tanto na prevenção de doenças como na promoção da saúde e na melhoria da qualidade de vida das pessoas (Mouratidis & Michou, 2011).

Contudo, apesar dos conhecimentos adquiridos acerca dos benefícios da atividade física, ainda são elevados os números de sedentários na nossa sociedade. Refira-se que estes dados têm sido alvo de inúmeras preocupações por parte do Ministério da Educação.

Mas a Educação Física não é só saúde, também desenvolve nos alunos o respeito mútuo, a cooperação, os valores sociais e de solidariedade. Os jovens estudantes aprendem a repartir, treinando em conjunto, aceitando perder ou ganhar com fair-play, bem como a arrumar o material, a respeitar as regras e, sobretudo, os colegas (Dismore & Bailey, 2011).

Sendo a Educação Física um conceito vinculado na formação integral e permanente do aluno e atendendo aos seus benefícios, pretende-se com este estudo perceber qual a importância da disciplina curricular de Educação Física e qual o seu contributo no sucesso escolar dos alunos. Nessa intenção, foram inqueridos os docentes das diversas disciplinas curriculares da Escola Básica e Secundária de Celorico de Basto a propósito desta temática.

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3

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 . Conceito de insucesso escolar

O conceito de “insucesso escolar” tem uma origem recente na história da Humanidade. Foi a partir da década de 1950 que o insucesso escolar surgiu como problema social. Esse conceito resultou associado à obrigatoriedade de frequentar a escola, que veio a aumentar nos países desenvolvidos. Perante esta nova exigência, constatou-se que os alunos não eram idênticos e que existiam diferenças notórias nas suas aprendizagens. Importa realçar que o sistema educativo tem vindo a sofrer alterações ao longo dos anos, pelo que não existe uma definição totalmente exata, sendo ainda a sua determinação demasiado complexa (François, 1998).

O conceito outrora explicitado torna-se um problema social, principalmente a partir do momento em que um indivíduo não atinge um determinado nível de qualificações. Estas são de extrema relevância para a participação na vida social e profissional, e são adquiridas num determinado período de tempo (Humbert, 1992).

O insucesso escolar tem sido, repetidamente, objeto de discussão por duas razões. Primariamente, devido ao seu valor denotativo, uma vez que é difícil de definir claramente, resultando, segundo Martins, (1993) nas disfuncionalidades que ocorrem no indivíduo, na escola e na sociedade, e também da forma como estas se articulam em conjunto.

Para alguns, o insucesso escolar significa não terminar o ensino secundário obrigatório, enquanto para outros, seria de incluir qualquer tipo de repetição, lacuna ou atraso na conclusão da escola. Por outras palavras, lacunas parciais que poderiam ser o sinal de um caminho difícil pela frente, a fim de alcançar o sucesso. A segunda razão é a referente ao seu valor conotativo. Isso leva à desistência e, inclusive, que o aluno seja acusado e culpabilizado, ilibando o sistema escolar da respetiva responsabilidade.

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4 Na sua forma mais redutora, o insucesso escolar é a situação em que um aluno, na tentativa de alcançar os objetivos mínimos estabelecidos pela escola, falha em fazê-lo, sendo imediatamente categorizado como um fracasso. Em suma, depois de ter falhado, recebe a certificação de frequência, em vez de se formar, dependendo da terminologia utilizada ao abrigo da legislação do momento ou do contexto cultural (Enguita, Martínez, & Gómez, 2010).

A maior parte dos autores diz-nos que o insucesso escolar está relacionado com a não concretização de objetivos definidos pela escola e pelas classificações que os alunos obtêm no sistema escolar. Ou seja: “Por insucesso escolar entende-se a grande dificuldade que possui um indivíduo, com um nível de inteligência normal ou superior, para acompanhar a formação escolar correspondente à sua idade”(Muñiz, 1993, p. 9).

A forma mais popular de utilização da expressão “insucesso escolar” é traduzida por “apresentação de resultados e de valores percentuais e/ou globais de alguns dos indicadores visíveis do fracasso escolar dos alunos, caraterizados por reprovações, abandonos, repetências, atrasos, dificuldades de aprendizagem, retenções, insucesso nos exames” (Peri, 2009, p.9).

Indo ao encontro das definições anteriores, no sistema educativo português, o “insucesso escolar caracteriza-se pela incapacidade de um aluno em atingir os objetivos globais definidos pelo sistema escolar” (Afonso, 1988, p.42).

Formosinho & Pinto, (1987, p. 261) referem que “não existe uma definição exata, porque não pode existir!”. O aludido argumenta também “que não existe um, mas vários insucessos escolares. Depende tudo da perspetiva em que nos colocarmos…”, e do contexto em que nos situarmos.

Seguindo esta linha de raciocínio, Pires, Fernandes, & Formosinho (1991, p.187) referem que o insucesso escolar é “a designação utilizada vulgarmente por professores, educadores, responsáveis de administração e políticos para caracterizar as elevadas percentagens de reprovações escolares verificadas no final dos anos letivos”.

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5 Vários autores atribuem à educação as finalidades de “instruir, estimular e socializar os educandos”. A instrução “visa a aquisição de determinados conhecimentos e técnicas”, na estimulação do “desenvolvimento equilibrado da personalidade do aluno” e na socialização, considerando “a interiorização de determinadas condutas e valores com vista à vida em sociedade”. Segundo os mencionados autores, caso alguma destas dimensões não seja alcançada, estamos perante um insucesso escolar global (Pires, Fernandes, & Formosinho, 1991; Morgado, 1999).

“Insucesso escolar é um fenómeno de falhanço na escola” ou “a dificuldade que a escola tem de treinar mentes que já têm um conhecimento cultural do real” (Iturra, 1990, p.104).

Reafirma-se então, que é a escola que define o sucesso e o insucesso escolar, sendo este relativo e difícil de enunciar num único sentido, pois, segundo as várias culturas existentes e especialmente a diversidade do sistema educativo implementado em cada país, existem vários fatores que podem alterar a sua vasta e complexa definição (Crahay,1997; Perrenoud, 1999).

2.2. Indicadores de insucesso escolar

As crianças, de quem mais frequentemente se fala a propósito do insucesso escolar, estão associadas a alguns indicadores que visam justificar ou encontrar argumentos que tentam explicar o porquê ou a causa para o seu menor rendimento escolar.

O abandono escolar é o indício mais referenciado quando se pretende encontrar temáticas relativas ao insucesso escolar, pois este pode traduzir um insucesso educativo global (Henry, Knight, & Thornberry, 2012).

Assim, Afonso (1988) distribuiu estes indicadores em três componentes: a componente da instrução, em que se encontram as reprovações/retenções; a componente da socialização,

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6 em que se deparam os comportamentos desviantes e a componente da estimulação, em que se observa o desenvolvimento integral dos indicadores anteriores.

Segundo Muñiz (1993), uma criança que revele sofrimento e desgosto pelo seu menor rendimento escolar é um sinal de que estamos perante uma situação passageira que poderá ser resolvida ativamente pela mesma. Também é um indicador positivo o facto de o seu rendimento alternar, havendo melhorias e recaídas, pois isso significa que o indicador ainda não está estruturado e cede em alguns momentos.

Esses alunos foram considerados como distraídos, preguiçosos, confusos, incapazes de se concentrarem nos trabalhos atribuídos para realizarem, não mostrando interesse nem responsabilidade nas tarefas propostas.

Por regra geral, essas crianças sofrem uma forte pressão no seio familiar, sendo habituais as expressões como: “Se não estudas, não vês televisão”, “Se não fazes os trabalhos da escola, não vais comigo a…”, “Se não estudas, quando fores grande serás um…”, “Se passares de ano, damos-te…” (Muñiz,1993, p.17).

Por outro lado, são indicadores permanentes, quando uma criança tenta encobrir o seu fraco rendimento escolar, não expressando o seu sofrimento e desgosto, procurando para o seu menor rendimento todo o tipo de justificações, geralmente fora da realidade. Esta, genericamente, parece não ter consciência das dificuldades que enfrenta, nem sabe como há-de realizar os trabalhos que lhe são pedidos. É incapaz de explicar como decorrem as suas atividades escolares. Nem existe qualquer tipo de melhoria, enfrentando sempre uma situação permanente no seu próprio rendimento escolar (Muñiz,1993, p. 18).

Num estudo realizado por Munsterberg et al. (1976), citado por Muñiz (1993), verificara-se que as crianças revelavam certas dificuldades em alguns dos seguintes tipos de comportamento, mesmo em dois ou três:

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Figura 1 – Comportamentos típicos de crianças com insucesso escolar (adaptado de Muñiz, 1993, p.19).

2.3. Causas/fatores de insucesso escolar

Analisando as causas do insucesso escolar de forma mais abrangente, ter-se-á de observar com alguma profundidade aquilo que vários investigadores dizem sobre o tema.

Há os fatores que empurram os estudantes para fora do sistema educativo e os fatores do ambiente externo que os atraem. O desejo de independência e de autonomia, a avaliação comparativa feita do valor do estudo em relação de trabalho e as aspirações académicas daqueles que o pretendem fazer são questões básicas. A ideia é compreender a maneira

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8 pela qual a escolaridade é vivida e sentida pelos alunos, incluindo a imagem global daqueles que desistem do sistema educacional. Tudo isto sem esquecer as causas que explicam o insucesso, de acordo com os educadores.

Segundo Enguita, Martínez, & Gómez (2010) o abandono escolar é visto como uma transição para a vida adulta. O projeto da vida adulta é marcado por papéis sociais ligados ao género. Ao longo destas linhas, na tomada de decisão de abandonar a escola, uma das razões fundamentais a que alude o seu estudo é o fato de os jovens começarem a vida profissional ou a procura de trabalho, ou seguirem uma direção na vida adulta (como viverem com um parceiro, com ou sem filhos). Para quase todos os que abandonam a escola, o trabalho simboliza a verdadeira vida, o que para eles é importante, dando pouca importância ao estudo.

Alguns autores dividem as causas/fatores de insucesso escolar, os quais podem ser de ordem pessoal, de ordem socioeconómica e de ordem escolar.

Por fatores de ordem pessoal entende-se os handicaps e as deficiências, sendo estas características que dificultam o sucesso escolar.

Nos fatores de ordem socioeconómica encontramos a família e o meio social, pois estes têm influência no sucesso e no insucesso escolar. Relativamente aos fatores escolares acham-se os professores, a instituição escolar e o sistema educativo como elementos preponderantes do sucesso ou do insucesso dos alunos (Panagiotis & Efstratios, 2011).

Segundo Muñiz (1993), a criança é vítima de uma forte pressão por parte dos pais no sentido de obter bons resultados, acontecendo que o insucesso escolar resulta, muitas vezes, da ansiedade que existe no seio familiar. No entanto, se um aluno provier de um ambiente social problemático, não se poderá falar em insucesso escolar, pois o sistema escolar não está inserido nos valores da comunidade oriunda.

Por outro lado, verificara-se também que os professores têm revelado que as crianças da sociedade atual se encontram desajustadas no seu comportamento, sendo, na

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9 globalidade, descritas como perturbadoras, não aceitando a frustração, mostrando-se violentas, etc. (Sala & Collado, 2009).

No seu estudo Enguita, Martínez, & Gómez (2010) sugere que existem quatro tipos de causas que podem levar os alunos ao insucesso escolar, as quais serão de ordem sociocultural, familiar, escolar e pessoal.

Por razões socioculturais, este autor refere que existe uma perda do valor da educação quando a relação entre a educação, o trabalho e o salário não é compreendida.

Considerando a gratificação imediata, nem o esforço nem a satisfação diferida são valorizados. Alguns indivíduos querem o dinheiro imediatamente, por isso não dão grande importância à Educação (Enguita, Martínez, & Gómez 2010).

O fato de serem provenientes de zonas urbanas ou de um meio rural merece-nos atenção. Isto inclui aqueles jovens que vêm de escolas privadas. Também a ideia das comunidades fechadas, que mantêm os alunos um pouco fora do sistema educativo é um aspeto a ponderar. Por outro lado, importa atender ao facto de serem de outra cultura, ou imigrantes, assim como se revelam baixo nível de educação; ou ainda se se matriculam a meio do ano (Seibel, 1984).

Em relação às causas familiares, destaca-se a classe social dos pais, bem como a profissão, o seu nível educacional e a situação perante o emprego (desempregados, em processo de marginalização, etc.). Neste quadro, há também que verificar a expectativa da utilidade da educação e da cultura, bem como a perceção da família na necessidade de um diploma ou certificado, e do sistema educacional como algo imposto.

Sublinhe-se, a este propósito, a influência das famílias disfuncionais e problemáticas, assim como a composição da família de origem (divórcio, famílias reconstituídas, famílias monoparentais, etc.). Há ainda a equacionar, em muitos casos, o fim do modelo da família tradicional (mãe em casa) como uma das principais causas que levam as crianças ao insucesso (Enguita, Martínez, & Gómez 2010).

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10 A relação com os filhos, nomeadamente o fato de os pais serem ausentes, a relação da família na escola, como a falta de envolvimento ou o interesse na parte da família e a falta de assistência nas reuniões são, igualmente, causas para o menor rendimento escolar dos educandos (Muniz, 1993).

Nas causas escolares, registemos a existência de um currículo obrigatório comum, imposto e rígido que impede a diversificação, muito teórico e inflexível, não havendo alternativa para aqueles que o rejeitam.

O baixo nível educacional na escola primária, por causa da promoção automática ou por causa das características de escolas específicas, é outro aspeto que devemos, aqui, realçar.

O sistema não compensa as lacunas relacionadas com a origem sociocultural porque não dispõe de recursos.

Por sua vez, a transição da escola básica para a secundária significa uma mudança muito significativa para os alunos.

Segundo François (1998), outras instituições com responsabilidades (autarquias locais, Ministério da Educação e da Ciência, etc.) não se comprometem ou não são eficazes nas suas respostas às situações levantadas pelas escolas. E a imagem da Escola depende da reputação que leva a um conjunto de alunos com determinadas características (boa ou má).

Para finalizar, no que respeita às razões de ordem pessoal, tem-se como causa de grande relevância a falta de capacidade intelectual natural e a falta de motivação, não tendo interesse no conteúdo escolar, a par da lacuna entre o conhecimento do estudante e a do grupo, que pode gerar aborrecimento e falta de motivação (Lobrot, 1999).

Consideramos que as causas ou fatores do insucesso já se encontram suficientemente estudadas pelos investigadores. Contudo, os educadores devem possuir a capacidade de identificar os problemas que cada aluno poderá ter, não sendo de todo fácil a sua identificação.

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11

2.4. Medidas de combate ao insucesso escolar

Para se conseguir que os alunos combatam o insucesso escolar, o MEC veio pôr em prática medidas para o sucesso e no sentido de prevenir o abandono escolar, as quais já se encontram previstas na revisão da estrutura curricular, no despacho de organização do ano letivo 2012-13, ao abrigo do decreto-lei que regulamenta a escolaridade obrigatória e do estatuto do aluno e ética escolar (MEC, 2012a).

São, assim, objetivos do Ministério da Educação e Ciência a melhoria dos resultados reais dos alunos e o aprofundamento da autonomia das escolas.

Segundo o MEC, estas novas medidas vão permitir potenciar os recursos disponíveis nas escolas. Nessa conformidade, as medidas a implementar, são as seguintes:

“ – Oferta de Percursos curriculares alternativos e Programas Integrados de Educação e Formação (PIEF) adaptados ao perfil e especificidade dos alunos; – Oferta de um Sistema Modular no Ensino Básico Geral e no Ensino Secundário Geral, para maiores de 16 anos;

– Ofertas educativas alternativas com utilização de recursos próprios ou cedidos por agrupamentos de escolas próximas, nomeadamente no ensino recorrente e de adultos, cursos profissionais e ensino articulado;

– Possibilidade de desdobramento das turmas do ensino profissional na vertente de formação específica/técnica, tendo em conta os recursos disponíveis em cada escola; – Possibilidade de os docentes de Educação Visual e Tecnológica lecionarem disciplinas no 3.º ciclo de escolaridade;

– Possibilidade de docentes das TIC realizarem manutenção do Plano Tecnológico da Educação (PTE) nas escolas através da redução da sua componente letiva;

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– Possibilidade de recurso a docentes de determinados grupos de recrutamento para desenvolver atividades de expressão artística.”

Medidas essas que as escolas irão programar, de acordo com a afetação de recursos que considerarem adequadas:

“– Extensão do calendário escolar para os alunos do 4.º ano de escolaridade com maiores dificuldades, e possibilidade de realização de uma segunda prova final;

– Reforço do apoio ao estudo nos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico que permita um maior acompanhamento aos alunos (previstos 200 minutos em cada ano de escolaridade do 2.º ciclo);

– Possibilidade de criação de grupos de homogeneidade relativa em disciplinas estruturantes, no ensino básico, que promovam a igualdade de oportunidades através de uma atenção mais dirigida aos alunos;

– Possibilidade de oferta da iniciação à língua inglesa no 1.º ciclo, com ênfase na sua expressão oral;

– Criação de ofertas complementares pela escola, no âmbito da sua autonomia, nas áreas de cidadania, artísticas, culturais e científicas;

– Desenvolvimento do “Desporto Escolar” no 1.º ciclo, com recurso a docentes de educação física do mesmo agrupamento ou pertencentes a agrupamentos próximos;

– Integração de docentes de Inglês, Educação Física e Expressões nas Atividades de Enriquecimento Curricular, nos casos em que as escolas são a entidade promotora;

– Possibilidade de permuta das áreas curriculares de Português e Matemática no 1.º ciclo, por vontade expressa dos docentes;

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– Gestão, apoio e desenvolvimento de atividades nas Bibliotecas Escolares;

– Integração das Equipas multidisciplinares nas escolas, nos termos definidos no Estatuto do Aluno e Ética Escolar.”

Por seu lado, há também um conjunto de medidas a realizar no âmbito da autonomia das escolas, atendendo aos recursos disponíveis:

“– Possibilitar a Coadjuvação de docentes de Português e Matemática e na área das Expressões no 1.º ciclo, e nas disciplinas estruturantes em qualquer nível de ensino;

– Criar um programa de tutoria de modo a ajudar os alunos a superar as dificuldades de aprendizagem, a integração no espaço escolar e na sala de aula; – Realizar atividades de compensação ou de apoio pedagógico acrescido para a melhoria da aprendizagem ou reposição de horas letivas perdidas por razões não imputadas ao aluno (doença, desporto federado etc.);

– Oferecer o aprofundamento da língua portuguesa através de atividades que facilitem a integração dos alunos oriundos de países estrangeiros e dos nacionais com dificuldades na leitura, compreensão e interpretação de textos;

– Proporcionar estudo orientado para apoiar o aluno no desenvolvimento de métodos de trabalho, de estudo, de pesquisa, análise, tratamento e interpretação da informação recolhida e de organização do tempo escolar e de estudo;

– Realizar orientação escolar para os alunos do 8.º e 9.º ano de escolaridade, com vista à melhor identificação da área de estudos a seguir no ensino secundário;”

Estas medidas foram tomadas no sentido de se combater o insucesso escolar que se reproduz na escola e, consequentemente, evitar no abandono escolar.

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14 Para se combater o insucesso escolar dos alunos, deve-se munir as crianças e os jovens de ferramentas que os ajudem, num momento de fracasso, por qualquer tipo de razão, a ultrapassarem esse obstáculo.

Os pais têm a obrigatoriedade de assumirem um papel fundamental na educação dos filhos, com base na maturidade que as crianças terão de possuir para estarem preparadas para o mundo exterior (Studsrod & Bru, 2009).

Muñiz (1982) realça que, para obtermos conjunturas fundamentais numa dinamização intelectual, teremos de ter em conta três fatores: autoestima, domínio dos impulsos, domínio do símbolo e dos processos de representação simbólica.

Por autoestima entende-se a confiança e a segurança que um indivíduo possui nele próprio, não menosprezando o facto de se sentir bem e valorizado. Isto no que respeita a ele próprio e a tudo o que o rodeia, em relação aos laços afetivos com os outros. Neste sentimento de autoestima, a família e as pessoas mais próximas detêm um papel importantíssimo, dado tratar-se de um ponto fulcral. Quando existe um sentimento positivo por parte desses elementos, a ansiedade diminui e a criança sente-se mais autoconfiante.

O domínio dos impulsos é o sentimento interno que pode desencadear a vontade do “próprio eu” numa determinada circunstância. Comenta-se que a agressividade é o sentimento que mais pode desestabilizar o aluno, sendo este o que provoca mais conflitos com a realidade social (Muñiz,1993, p.56).

A solução é o controlo desses sentimentos sem os ver como uma fonte de perigo. Uma forma de controlar/evitar tais sentimentos é através da prática de atividade física, como o judo, a natação ou o futebol. Pois, estas modalidades desportivas encontram-se reguladas por preceitos ou regras, fazendo com que as crianças tomem consciência do limite quanto a certos comportamentos, não esquecendo a parte da socialização que estes desportos envolvem.

Por último, ter a noção do símbolo, que é interpretado como “a capacidade de representação simbólica, permitindo-lhe uma expressão mental diferenciada, sendo a ação

(27)

15 motriz acompanhada da representação mental e dirigida para um fim determinado” (Muñiz, 1993, p.61).

Quando uma determinada ação é planeada, esta pode ser analisada e a nossa capacidade intelectual poderá rejeitá-la ou não, consoante o que possa advir desse tipo de comportamento.

2.5. Educação Física como área curricular

A Educação Física, enquanto área curricular, estabeleceu um quadro de relações com as áreas que com ela partilham os contributos fundamentais para a formação dos alunos ao longo da escolaridade (MEC, 2012b).

O modelo de Educação Física em Portugal foi implementado pelo Estado Novo, regime que vigorou entre 1933 e 1974. Esta foi uma adaptação específica dos modelos europeus de educação física, com o objetivo de treinar o “corpo” e de supervisionar os movimentos dos atletas e dos estudantes. Tal modelo destinava-se a impor, através da ação de instituições do Estado, uma prática que levou à criação de um hábito motor. Fundada numa base ideológica, este ideal de corpo foi propositadamente difundido em Portugal (Domingos, 2010).

Hoje, para se poder lecionar a área curricular de Educação Física, os docentes terão de ser profissionalizados, algo que não acontecia há algumas décadas. A Educação Física é, atualmente, uma disciplina vista como uma área cheia de potencialidades e de virtudes específicas, as quais não poderão ser promovidas em qualquer outra disciplina curricular.

Neste momento, é uma disciplina que contém um carácter obrigatório, sendo lecionada desde o ensino básico até ao 12.º ano de escolaridade.

(28)

16 Na sua terminologia, a disciplina tem vindo a evoluir, pois era frequentemente confundida com ginástica, com desporto ou com educação desportiva, entre outras asserções.

Agora, esta disciplina é denominada, em termos legais, por Educação Física, desde o 2.º ciclo do ensino básico até ao ensino secundário. Todavia, não é apenas nestes anos que a atividade física é lecionada e promovida. Com a organização curricular do 1.º ciclo do ensino básico, como medida de combate ao insucesso escolar, surgiram as atividades extracurriculares, com a designação legal de “atividades de enriquecimento curricular” (AEC).

É, pois, no 1.º ciclo de ensino que existe a atividade física e desportiva, a qual promove, desde muito cedo, a atividade física, acompanhando as fases de crescimento e as idades sensíveis que se situam entre os 5 e os 10 anos de idade; e correspondendo aos quatro primeiros anos de escolaridade (MEC, 2012c).

Os objetivos da Educação Física, para o ensino básico e secundário, seguem quatro princípios fundamentais:

“– A garantia de atividade física corretamente motivada, qualitativamente adequada e em quantidade suficiente, indicada pelo tempo de prática nas situações de aprendizagem, isto é, no treino e descoberta das possibilidades de aperfeiçoamento pessoal e dos companheiros.

– A promoção da autonomia, pela atribuição, reconhecimento e exigência de responsabilidades efetivas aos alunos, nos problemas organizativos e de tratamento das matérias que podem ser assumidos e resolvidos por eles.

– A valorização da criatividade, pela promoção e aceitação da iniciativa dos alunos, orientando-a para a elevação da qualidade do seu empenho e dos efeitos positivos das atividades.

– A orientação da sociabilidade no sentido de uma cooperação efetiva entre os alunos, associando-a não só à melhoria da qualidade das prestações, especialmente

(29)

17

nas situações de competição entre equipas, mas também ao clima relacional favorável ao aperfeiçoamento pessoal e ao prazer proporcionado pelas atividades.”

As finalidades da Educação Física, segundo a perspetiva da qualidade de vida, da saúde e do bem-estar são as seguintes:

“ – Melhorar a aptidão física, elevando as capacidades físicas de modo harmonioso e adequado às necessidades de desenvolvimento do aluno.

– Promover a aprendizagem de conhecimentos relativos aos processos de elevação e manutenção das capacidades físicas.

– Assegurar a aprendizagem de um conjunto de matérias representativas das diferentes atividades físicas, promovendo o desenvolvimento multilateral e harmonioso do aluno, através da prática de:

Atividades físicas desportivas nas suas dimensões técnica, tática, regulamentar e organizativa;

Atividades físicas expressivas (danças), nas suas dimensões técnica, de composição e interpretação;

Atividades físicas de exploração da Natureza, nas suas dimensões técnica, organizativa e ecológica;

Jogos tradicionais e populares.

– Promover o gosto pela prática regular das atividades físicas e assegurar a compreensão da sua importância como fator de saúde e componente da cultura, na dimensão individual e social.

– Promover a formação de hábitos, atitudes e conhecimentos relativos à interpretação e participação nas estruturas sociais, no seio dos quais se desenvolvem as atividades físicas, valorizando:

(30)

18

A iniciativa e a responsabilidade pessoal, a cooperação e a solidariedade;

A ética desportiva;

A higiene e a segurança pessoal e coletiva;

A consciência cívica na preservação de condições de realização das atividades físicas, em especial da qualidade do ambiente.”

O processo de Revisão da Estrutura Curricular pressupõe a formulação de metas curriculares claras, que possam constituir um elemento de referência para a aprendizagem dos alunos e para a monitorização e avaliação dessa aprendizagem.

As metas de aprendizagem são instrumentos de apoio à gestão do currículo, disponibilizadas para serem utilizadas pelos professores no seu trabalho diário e no quadro das decisões de cada unidade orgânica. Não sendo documentos normativos de natureza programática, pretende-se que o seu uso efetivo decorra do reconhecimento da sua utilidade prática por parte dos professores, dos alunos e das famílias.

Sendo assim, a Educação Física não foge à regra e foram estabelecidas metas de aprendizagem, definidas pelo Ministério da Educação, que serão aplicadas no ano letivo de 2012-13 (MEC, 2012d).

A definição de metas de aprendizagem na área curricular de Educação Física teve como base os seguintes instrumentos legais: Programas Nacionais de Educação Física (PNEF) e o Currículo Nacional do Ensino Básico (CNEB) – Competências Essenciais.

A publicação do documento “Matrizes Curriculares dos Ensinos Básico e Secundário 2012/2013” suscitou a maior perplexidade, no que à disciplina de Educação Física diz respeito, dadas as suas implicações na formação e no desenvolvimento harmonioso dos alunos, e nas consequências que necessariamente terá na sociedade portuguesa.

(31)

19 Segundo o Conselho Nacional de Associações de Professores e Profissionais de Educação Física, não se vislumbram razões de ordem pedagógica e científica nas medidas adotadas. Pelo contrário, são decisões que contrariam não só recomendações de instituições internacionais credíveis (Comissão Europeia, Parlamento Europeu, Organização Mundial de Saúde), mas também a própria evidência científica.

As chamadas de atenção por parte da Comissão Europeia foram feitas considerando que:

“1) Estão muito bem documentados os benefícios para a saúde com a

prática das atividades físicas e desportivas na infância, na adolescência e na idade adulta.

2) É muito preocupante a percentagem das crianças e dos jovens que apresentam baixos níveis de atividade física. A situação afigura-se particularmente grave nas raparigas, e nas crianças e jovens portadores de deficiência, bem como nos alunos oriundos de famílias com fracos recursos económicos.

3) É cada vez maior o número de crianças e de jovens com excesso de peso e obesidade, como resultado de uma dieta inadequada ou pouco variada e da reduzida atividade física.

4) As crianças e os jovens sedentários estão mais predispostos a converterem-se em adultos inativos.

5) Reconhece-se não ser possível resolver o problema do sedentarismo e da obesidade nas crianças e jovens sem o contributo da Escola e da Educação Física. Acontece que, infelizmente, Portugal está entre os países com taxas mais elevadas de sedentarismo e de obesidade entre a população infantil e juvenil. Assim, torna-se totalmente incompreensível a decisão de reduzir a carga horária da disciplina de Educação Física no 3.º ciclo e no ensino secundário; ou de a submeter, por último, à deliberação das escolas.

(32)

20

Procurar solucionar o fraco rendimento escolar dos estudantes portugueses, em algumas áreas disciplinares, à custa da redução do tempo letivo atribuído à Educação Física, é um preconceito que não tem qualquer sustentação científica, e que terá necessariamente efeitos nefastos no desenvolvimento harmonioso da população escolar, agravando os custos do País com a saúde pública”.

A decisão do Ministério da Educação e Ciência de reduzir a carga horária da Educação Física ocorre, paradoxalmente, quando um número crescente de estudos tem vindo a demonstrar que:

1) A prática estruturada da atividade física e do desporto, na Escola, exerce uma influência positiva no comportamento, na atenção, na aprendizagem e no rendimento escolar dos alunos.

2) O rendimento escolar é mantido, e algumas vezes beneficiado, quando existe um incremento dos níveis de atividade física formal na Escola – situação que se verifica mesmo nos casos em que há uma redução do tempo curricular ou do tempo livre dedicado ao estudo de conteúdos predominantemente cognitivos.

“Reduzir a carga horária da Educação Física não tem a consequência de, apenas,

privar a população escolar de uma parte da atividade física a que tem direito e da qual necessita para o seu pleno desenvolvimento. Tal opção implica que se limite, significativamente, a oportunidade de todas as crianças e adolescentes adquirirem os respetivos conhecimentos e de desenvolverem as atitudes e competências necessárias para uma participação emancipada, satisfatória, consciente e prolongada na cultura do movimento ao longo de toda a vida. Significa ainda desvalorizar, perante a sociedade em geral, a importância de uma prática regular das atividades físicas e desportivas e a responsabilidade de cada cidadão assumir um estilo vida ativo e saudável” (CNAPEF,

(33)

21

2.6. O contributo da Educação Física no sucesso escolar dos alunos

A infância é o período mais importante para adquirir um vasto leque de comportamentos saudáveis e para assimilar os conhecimentos básicos e necessários à manutenção de um estilo de vida saudável.

As escolas desempenham, claramente, um papel crucial neste domínio. Ao considerarmos que esta é uma área em que há provas sólidas quanto à sua eficácia de intervenção, os estudos demonstram que tais ações modelares se devem centrar localmente, visando sobretudo as crianças de um leque de idades compreendido entre os 0 e os 12 anos, sendo estas eficazes na mudança de comportamentos, a longo prazo (Martin, 2001).

Assim, o trabalho deve-se concentrar na educação e na nutrição, na educação para a saúde e na atividade física, atendendo aos temas prioritários do Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (2007-2013) (Comissão das Comunidades Europeias, 2007, pág. 8).

A participação na atividade física regular fornece uma ampla gama de aspetos saudáveis ao seu beneficiário. A inatividade física é, por conseguinte, o segundo fator mais importante, após o consumo de tabaco, que contribui para o aumento da morbilidade e da mortalidade em alguns países desenvolvidos.

Na perspetiva de diversos autores, os praticantes de atividade física têm inúmeros benefícios a nível da sua saúde, tais como a redução no risco de doenças cardíacas e cardiovasculares; uma melhor recuperação de um ataque cardíaco e diminuição do risco de ter um segundo ataque cardíaco; redução do risco de acidente vascular cerebral; redução do risco de ter pressão alta e colesterol alto; prevenção e tratamento da diabetes nos indivíduos não insulinodependentes; redução do risco de desenvolver e de morrer em consequência de alguns tipos de cancro; prevenção da obesidade e controlo do peso; diminuição da gordura corporal; aumento da musculatura magra, força muscular e densidade óssea; redução do risco das doenças crónicas e da mortalidade; melhoria da

(34)

22 qualidade de vida e saúde a longo prazo; aptidão melhorada e resistência; sistema imunológico mais forte; aumento da energia, e melhoria no sono(Batch, 2005; Carless & Douglas, 2008; Janssen & LeBlanc, 2010).

Por outro lado, também existem benefícios para a sanidade mental, a exemplo do aumento da autoestima; da redução de stress, da ansiedade e da depressão; da melhoria do humor e da sensação de bem-estar; da melhoria da concentração, com aumento da memória e da aprendizagem, e de um melhor desempenho escolar; redução do sentimento de fadiga e de depressão, a par da melhoria do bem-estar psicológico e da consciência mental (Turner, Rejeski, & Brawley, 1997).

Sendo assim, realizar atividade física ajuda, igualmente, os indivíduos a se sentirem mental e emocionalmente melhores, aumentando a sua qualidade de vida.

Os benefícios sociais adquiridos pelos praticantes de atividade física prendem-se com o aumento da coesão da comunidade, a melhoria do capital social perante a comunidade de redes sociais, a estabilidade da família e o reforço da união da própria comunidade, bem como a redução da sensação de isolamento e de solidão. Além da participação, a atividade física proporciona todos esses benefícios tanto nas crianças como nos adultos e nos idosos (Silvestri, 1997).

Num estudo realizado por Byrd, J. (2007), verificamos que existe uma relação entre o exercício físico e o sucesso escolar dos alunos. Ou seja, os alunos mais ativos fisicamente obtiveram melhores resultados, em detrimento dos menos ativos, tendo sido consensual, no estudo, uma relação positiva entre a atividade física e o rendimento académico dos alunos.

Segundo Singh, Uijtdewilligen, Twisk, Mechelen, & Chinapaw, 2011, num trabalho científico realizado recentemente, a prática de exercício físico melhora o rendimento e as notas escolares dos alunos. Nesse sentido, especialistas holandeses, da Universidade Livre de Amesterdão, comprovaram que, de fato, as notas dos alunos melhoram com a prática da atividade física, confrontando diretamente as duas realidades.

(35)

23 Neste trabalho de pesquisa, é corroborada a influência positiva que o exercício físico oferece na função cerebral e cognitiva, já realçada em diversos estudos.

Uma das vantagens é a de que a prática de exercício físico melhora a capacidade pulmonar e cardíaca, levando mais oxigénio ao cérebro. Outra das hipóteses atestadas explica a melhoria do rendimento escolar dos alunos pelo fato de o exercício físico aumentar o nível das endorfinas e da noradrenalina, fazendo baixar o nível de stress e melhorar o humor, como referem os autores do estudo (Cotman & Berchtold, 2002).

Acrescentam ainda os mesmos investigadores que a Educação Física, além de favorecer os fatores de crescimento, pode melhorar o comportamento das crianças nas aulas e aumentar a concentração nos conteúdos académicos. Como base para a investigação, a equipa da Universidade Livre de Amesterdão utilizou todos os trabalhos publicados entre 1990 e 2010 com referência ao exercício físico e à aprendizagem escolar, em crianças e jovens com idades compreendidas entre os seis e os 18 anos.

Na revisão de dados, com base nos 14 trabalhos considerados mais relevantes, os investigadores holandeses demonstraram a relação entre o exercício físico e o sucesso escolar.

Diversos estudos referem, igualmente, a existência de uma relação positiva entre atividade física e o rendimento escolar. Nessa medida, os alunos que conservaram um nível mais alto de atividade física adquiriram uma maior tendência para obterem sucesso escolar, ao contrário dos que eram menos ativos fisicamente (Rodrigues, 2003; Fairclough & Stratton, 2005; Novais, 2007; Haug, Torsheim, James, Sallis, & Samdal, 2010).

(36)

24

3. MATERIAL E MÉTODOS

Esta investigação adota, especialmente, um carácter descritivo e comparativo, assente num estudo bibliográfico e na técnica de observação direta através da aplicação de um inquérito.

A população a estudar é constituída pelos docentes da Escola Básica e Secundária situada num concelho do Distrito de Braga, no ano letivo de 2011/2012.

3.1. Método de pesquisa

No sentido da familiarização com o tema, foi realizado um levantamento bibliográfico, assim como um estudo das principais teorias que apoiam o presente trabalho. Esta pesquisa foi realizada em várias bibliotecas e através do endnote x5.

Paralelamente aplicou-se o questionário referido. Iniciamos com uma solicitação ao Diretor da escola, o processo de distribuição e aplicação dos inquéritos foi efetuado por mim próprio.

Foi explicado com clareza o objetivo do estudo em questão e do questionário em particular, assim como a forma de preenchimento, tendo inclusive demonstrado como o deveria ser feito, de forma a minimizar as dúvidas.

Todos os inquéritos foram respondidos numa sala própria para o efeito, durante os meses de Outubro e Dezembro de 2011.

(37)

25

3.2. Instrumentos

Com base no mencionado anteriormente, o instrumento utilizado foi um inquérito, para determinar qual o contributo que a disciplina curricular Educação Física poderá ter no (in) sucesso escolar dos alunos

Esse inquérito é formado por três grupos de questões. O primeiro grupo refere-se aos dados pessoais dos professores, que nos indicam a idade, o sexo, o nível de ensino onde lecionam, o tempo de serviço e ao departamento disciplinar a que pertencem. No segundo, são realizadas questões fechadas, relativamente ao papel da Educação Física e o (in) sucesso Escolar, precedido pela afirmação “Na sua opinião como professor(a), qual o papel da Educação Física…” . As respostas são dadas numa escala de tipo Likert, sendo que o 1 representa “discordo plenamente”, 2 “discordo”, 3”nem concordo nem discordo”, 4 “concordo” e o 5 “concordo totalmente” como foi realizado por Aranha e Gonçalves (2007). Na última parte consta uma questão aberta, onde os inquiridos tiveram oportunidade de opinar acerca do contributo da disciplina curricular Educação Física no combate ao Insucesso Escolar. (ver anexo).

3.3. Amostra

3.3.1. Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídos todos os docentes que lecionassem ao 3º ciclo do ensino básico e ao ensino secundário da respetiva escola. Excluiu-se os docentes que lecionassem ao 2º ciclo, pois estes não faziam parte da nossa amostra inicial

(38)

26 3.3.2. Caracterização da amostra

Nas circunstâncias anteriormente descritas, responderam ao inquérito 68 professores, com idades compreendidas entre os 30 e os 50 anos. Os elementos constituintes da amostra do Departamento de Matemática e Ciências Experimentais são 24; do Departamento de Línguas 12 elementos; do Departamento de Ciências Sociais e Humanas 12 professores; e, por fim, do Departamento das Expressões inquiriram-se 20 indivíduos.

VARIÁVEIS INDEPENDENTES N %

Sexo Masculino 30 44,1

Feminino 38 55,9

Nível de Ensino que leciona 3º Ciclo 28 41,2 Secundário 6 8,8 Ambos 34 30 Departamento a que pertence o docente inquirido Expressões

Matemática e Ciências Exatas

24 20

35,3 29,4

Ciências Sociais e Humanas 12 17,6

Línguas 12 17,6

(39)

27

4. APRESENTAÇÃO

DOS

RESULTADOS

Neste capítulo procederemos à apresentação dos resultados, que terá três etapas. Os resultados, numa primeira parte revelam os dados pessoais e profissionais dos docentes inquiridos. Posteriormente serão apresentados os dados relativos à Educação Física e a sua importância no combate ao Insucesso Escolar. Numa terceira parte serão apresentadas as respostas abertas dos inquiridos acerca da importância da educação física no sucesso escolar dos alunos.

4.1. Dados Pessoais e Profissionais

4.1.1. Idades dos inquiridos:

A maior parte dos docentes inquiridos, apresentam idades entre os 31 e os 35, representando 44,1% da amostra. O intervalo entre os 36 e os 40, representa 26,6% da amostra. No intervalo entre os 25 e os 30 anos de idade, encontra-se representado por

(40)

28 2,9%. Por sua vez, o intervalo entre os 41 e os 45 anos de idade, representa 17,6%. Neste estudo os docentes com idades compreendidas entre os 46 e os 50 anos de idade apenas se fazem representar por 8,8% da amostra.

4.1.2. Sexo:

Gráfico 2- Sexo dos Inquiridos

Evidencia-se atraves do gráfico, que existe uma igualdade relativamente ao sexo de cada um dos docentes inquirido na escola referida anteriormente. O sexo feminino destaca-se no entanto com 38 docentes, exibindo 55,9% e o destaca-sexo masculino com 30 docentes, representando cerca de 44,1%.

(41)

29 4.1.3. Níveis de ensino que leciona:

Gráfico 3– Níveis de Ensino onde lecionam os Inquiridos

Relativamente aos níveis de ensino onde cada docente exerce, podemos observar que 28 dos inquiridos ensinam no 3º Ciclo do Ensino Básico, mostrando 41,2% da amostra; Apenas 6 docentes, lecionam apenas no ensino Secundário, representando 8,8%. No entanto existe 34 docentes que exercem em ambos os ciclos, que correspondem a 50% da amostra.

(42)

30 4.1.4. Tempo de serviço:

Gráfico 4 – Tempo de Serviço dos Inquiridos

Dos professores que foram questionados, 12 dos docentes, desenvolvem a atividade profissional entre 1 e 5 anos, representando assim 17,6% da amostra; 18 docentes apresentam 6 a 10 anos de serviço, que corresponde a 26,5% da amostra; 16 docentes apresentam 11 a 15 de serviço, expondo 23,5% da nossa amostra; Por último são 22 os docentes no intervalo com 16 anos ou mais anos de serviço, representando 32,3% da nossa amostra. Podemos ter em conta que a nossa amostra contém um maior número de docentes com alguma experiencia no ensino.

(43)

31 4.1.5. Departamento a que pertence:

Gráfico 5 - Departamento a que pertence

O departamento de Expressões é aquele que mais representação tem com 24 professores, representando 35,3% da amostra. Segue-se o departamento de Matemática e Ciências Exatas com 20 docentes, exibindo 29,4% da nossa amostra. O departamento de Ciências Sociais e Humanas e o departamento de línguas são exibidos os dois por 12 docentes cada um, representando respetivamente 17,6% do total da nossa amostra.

(44)

32 4.1.6. Para além de professor tem mais algum cargo/ função:

Gráfico 6 - Funções/ Cargos

Dos 44 docentes com cargos, 32, são Diretores de Turma, tendo estes, uma relação direta e próxima com os alunos, exibindo 47% da nossa amostra. Os restantes, 12, têm cargos de Coordenação e de Orientação de Estágio, representando 14,8% da amostra. 26 professores da nossa amostra, 38,2%, não desempenham qualquer outro cargo/função além da docência.

(45)

33 4.2. A Educação Física e o Sucesso Escolar

Tendo em conta as respostas manifestadas pelos docentes dos diversos departamentos da nossa amostra, poderemos verificar a opinião que estes possuem sobre o contributo que a educação física como disciplina curricular poderá ter no sucesso escolar dos alunos.

4.2.1. Através da Educação Física os alunos passam a conhecer melhor os seus colegas:

Gráfico 7 - Passam a conhecer melhor os colegas

A maior parte dos docentes, sendo 52 docentes, assinalaram que concordam ou concordam totalmente que através da disciplina de Educação Física, os alunos passam a conhecer melhor os seus colegas, representando 76,4% da nossa amostra.

(46)

34 Cerca de 10 docentes, 14,7% da amostra, têm uma opinião neutra relativa a esse aspeto; 6 docentes, 8,8% , discordam que a Educação Física tenha influência nesse âmbito, discordando totalmente da questão não existe nenhum docente.

4.2.2. Através da Educação Física os alunos aprendem regras de comportamento social (como respeitar os outros):

Gráfico 8 - Aprendem regras de comportamento social

Na sua quase totalidade, os 66 docentes, concordam que através da Educação Física os alunos aprendem regras de comportamento social, representando 97% da nossa amostra, sendo que 36 (52,9%) concordam totalmente e 30 (44,1%) concorda com esta afirmação. Apenas 2 docentes nem concordam nem discordam, expondo 3% da amostra.

(47)

35 4.2.3. Através da Educação Física os alunos passam a gostar mais da escola:

Gráfico 9 - Passam a gostar mais da escola

Na opinião dos inquiridos, 61,8% concorda ou concorda totalmente de que os alunos passam a gostar mais da escola devido a disciplina curricular. Os inquiridos com opinião neutra representam 38,2% (26 docentes) da amostra.

(48)

36 4.2.4. Através da Educação Física os alunos passam a gostar mais dos professores

em geral:

Gráfico 10 - Passam a gostar mais dos professores em geral

Na opinião dos inquiridos, 40 docentes, representando 58,8%, não concorda nem discorda, com o facto de os alunos passarem a gostar mais dos professores em geral. Discordam 12 docentes, 17,6%, e 8 docentes, 11,8%, concordam. Sendo que apenas 2 docentes, 2,9%, discordam totalmente e 6 docentes, 8,8% concorda totalmente.

(49)

37 4.2.5. Através da Educação Física os alunos passam a gostar mais e a estar mais

motivados para as outras disciplinas:

Gráfico 11 - Passam a gostar e a estar mais motivados para as outras disciplinas

A resposta dominante nesta hipotese foi nem concordo nem discordo , com 36 docentes assinalando essa resposta, representando 52,9% das respostas obtidas. Os docentes que concordaram/concordam totalmente, foram 24, 35,3% da amostra e discordaram/discordaram totalmente, foram 8 doecentes, o que exibe apenas 11,7 %.

(50)

38 4.2.6. Através da Educação Física os alunos desenvolvem capacidades motoras:

Gráfico 12 - Desenvolvem capacidades motoras

Nesta questão, penso que foi unanime por parte dos docentes realçar que disciplina curricular de Educação Física desenvolve as capacidades motoras dos alunos como aliás refere os objetivos da disciplina realizados pelo MEC, sendo que na totalidade, 100%, concorda/concordou totalmente. Sendo que 66 docentes concordam totalmente, 91,1% e 6 concordaram, 8,8% da amostra.

(51)

39 4.2.7. Podem desenvolver aprendizagens úteis, aplicáveis para outras disciplinas:

Gráfico 13 - Podem desenvolver aprendizagens úteis e aplicáveis para outras disciplinas

Nesta questão a maior parte dos docentes, 58, o que representa 85% da amostra, responde que concorda/concorda totalmente, afirmando que os alunos podem desenvolver

efetivamente aprendizagens úteis para outras disciplinas.

No entanto respondem que nem concordam nem discordam 10 docentes, 14,7% da amostra.

(52)

40 4.2.8. Desenvolvem e aplicam aprendizagens úteis para outras disciplinas:

Gráfico 14 - Desenvolvem e aplicam aprendizagens úteis para outras disciplinas

Nesta questão, 34 docentes concordam que a disciplina desenvolve uma aprendizagem útil, aplicáveis para outras disciplinas, o que representa 50% da amostra, sendo que 18 docentes, concorda totalmente (26,5%).

A opção, nem concordo nem discordo, é referida por 14 docentes, reproduzindo 20,6%, e apenas 2 assinalaram discordo, 2,9%.

(53)

41 4.2.9. Aumenta a probabilidade de sucesso escolar:

Gráfico 15 - Aumenta a probabilidade de Sucesso Escolar

No que diz respeito a esta questão, 32 docentes, 47%, concorda efetivamente do que a educação física aumenta a probabilidade de sucesso escolar, sendo que 6 concordam totalmente, 8,8% da nossa amostra. No entanto, 28 docentes têm uma opinião neutra relativa a essa questão, o que representa 41,2%, dos inquiridos. Por outro lado, apenas 2 docentes responderam discordo, o que perfaz uma percentagem de 2,9%.

(54)

42

A Educação Física e o Insucesso Escolar

N Média Desvio

Padrão

Passam a conhecer melhor os seus colegas 68 3,9118 ,85928

Aprendem regras de comportamento social 68 4,5000 ,55985

Passam a gostar mais da escola 68 3,8235 ,75194

Passam a gostar mais dos professores em geral 68 3,0588 ,87898 Passam a gostar e a estar mais motivados para as outras disciplinas 68 3,2941 ,86488

Desenvolvem capacidades motoras 68 4,9118 ,28575

Podem desenvolver aprendizagens úteis, aplicáveis para outras disciplinas 68 4,2647 ,70431

Figura 3 - Análise descritiva em função dos itens

Segundo a análise descritiva dos 7 itens descritos anteriormente, podemos observar que o que mais contribui na opinião dos docentes, no sucesso escolar dos alunos são: desenvolver as capacidades motoras, aprenderem regras de comportamento social e o desenvolvimento de aprendizagens úteis para outras disciplinas.

Pelo lado oposto o item que menos contribui seria: passar a gostar mais dos professores em geral devido a disciplina curricular de Educação Física.

(55)

43 4.2.10. Qual a sua opinião acerca da importância da Educação Física como fator de

combate ao Insucesso Escolar?

Gráfico 16 - Importância da Educação Física como fator de combate ao Insucesso Escolar

Um total de 50 docentes, representando 73,5% da amostra, responderam por escrito à questão formulada, com um parecer positivo. 10 professores, manifestaram a sua ideia, de forma negativa. 11,8% dos inquiridos não registaram qualquer opinião.

Imagem

Figura 2 – Variáveis Independentes
Gráfico 1 – Idade dos Inquiridos
Gráfico 2- Sexo dos Inquiridos
Gráfico 3 – Níveis de Ensino onde lecionam os Inquiridos
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Referências

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