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Motivação Cultural na Terceira Idade: A realização de atividades culturais no combate ao abandono e a vulnerabilidade social

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO

GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO COM HABILITAÇÃO EM PRODUÇÃO EM COMUNICAÇÃO E CULTURA

ERIC SANTOS LOPES

PROJETO MOTIVAÇÃO CULTURAL NA TERCEIRA IDADE:

A REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES CULTURAIS NO COMBATE AO ABANDONO E A VULNERABILIDADE SOCIAL

SALVADOR 2019

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ERIC SANTOS LOPES

PROJETO MOTIVAÇÃO CULTURAL NA TERCEIRA IDADE:

A REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES CULTURAIS NO COMBATE AO ABANDONO E A VULNERABILIDADE SOCIAL

Memória do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao colegiado do Curso de Comunicação da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (FACOM/UFBA) como requisito para obtenção do título de Bacharel em Comunicação – Habilitação em Produção em Comunicação e Cultura.

Orientador: Profº. Dr. Sérgio Sobreira Araujo

SALVADOR 2019

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ERIC SANTOS LOPES

PROJETO MOTIVAÇÃO CULTURAL NA TERCEIRA IDADE:

A REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES CULTURAIS NO COMBATE AO ABANDONO E A VULNERABILIDADE SOCIAL

Memorial descritivo do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado do Curso de Comunicação da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia

(FACOM/UFBA) como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Comunicação – Habilitação em Produção em Comunicação e Cultura

Aprovada em _______ de _____________________ de 2019.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Sérgio Sobreira Araújo (Orientador) Doutorado em Cultura e Sociedade Universidade Federal da Bahia, UFBA

Prof. Dr. Leonardo Costa Doutorado em Cultura e Sociedade Universidade Federal da Bahia, UFBA

Profª Joevane Lima de Sena Mestrado em Cultura e Sociedade Universidade Federal da Bahia, UFBA

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AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus por ter sido o meu porto seguro durante toda a minha trajetória acadêmica. Por sempre me responder em oração o caminho que deveria seguir e por não permitir que eu fraquejasse nos momentos em que pensei em desistir.

Agradeço aos meus pais Maria Alvanice e Roberto Braz, que mesmo em silêncio, sempre foram os meus maiores incentivadores e motivadores para que eu acreditasse mais em mim. Agradeço ao grande amigo e orientador do projeto ao qual fiz parte como bolsista durante dois anos, André Araújo, produtor da Escola de Teatro da UFBA. Profissional integro do campo da cultura ao qual me inspiro e tenho como fonte de aprendizado. Aos amigos da Escola de Teatro da UFBA. Aos funcionários e técnicos da escola. Obrigado por acreditar no meu potencial e por ter me abraçado e acolhido por diversas vezes nos sonhos e produções teatrais de vocês.

Gratidão a toda equipe do Asilo São Lázaro, Fundação Pierre Verger e Museu de Arte Moderna da Bahia por ter acreditado no meu potencial e por terem embarcado nesse projeto comigo. A realização não seria possível se não tivesse vocês ao lado, acreditando e sonhando junto.

Agradeço a todos os meus familiares que sempre se demonstraram pacientes e incentivadores da minha jornada acadêmica, em especial minha avó Elza Braz.

Ao meu grande amigo Márcio Cavalcante, parceiro de jornada “faconiana” que muito aprendi através da sua historia de vida. Obrigado pela parceria do inicio ao fim.

Agradeço a Luiz Buranga (Integrante da Outra Companhia de Teatro) e Michele Pontes (integrante do núcleo Educativo do MAM), pela parceria na realização das oficinas propostas no projeto de maneira voluntária, acreditando no amor e na necessidade de proporcionar arte e cultura àqueles que necessitam.

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“O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice.

Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã”.

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RESUMO

O presente documento é um memorial descritivo do projeto Motivação Cultural na Terceira Idade, realizado entre março e maio de 2019, que tem como objetivo detalhar e expor as etapas do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Comunicação com habilitação em Produção em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal da Bahia (FACOM-UFBA). A proposta tem como produto central a realização de um projeto cultural com idosos do Asilo São Lázaro em três etapas, sendo elas: visitas a dois equipamentos culturais da cidade de Salvador (Fundação Pierre Verger e Museu de Arte Moderna da Bahia), realizações de duas oficinas culturais no asilo São Lázaro e uma mostra expositiva como resultado das oficinas.

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LISTA DE QUADROS E TABELA

Quadro 1 Metas a atingir ... 19

Quadro 2 Cronograma do projeto ... 20

Quadro 3 Principais Asilos de Salvador ... 22

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mapa de Asilos em Salvador ... 22

Figura 2 Resultado do edital Apoio a Eventos Estudantis ... 25

Figura 3 E-mail enviado para setor de transporte/UFBA ... 26

Figura 4 Resposta do setor de transporte da UFBA ... 27

Figura 5 Arte para camisa do projeto ... 28

Figura 6 Camisa do projeto confeccionada ... 28

Figura 7 Saída do Asilo a caminho da Fundação Pierre Verger ... 29

Figura 8 Inicio da atividade com os idosos na Fundação ... 30

Figura 9 Funcionária da Fundação e idosos do asilo em atividade ... 30

Figura 10 Idosos, equipe de produção, funcionários e alunos da Fundação após o término das atividades ... 31

Figura 11 Mediação sobre as atividades desenvolvidas pelo MAM ... 32

Figura 12 Apresentação de uma das obras da artista Adriana Varejão, exposta no MAM ... 32

Figura 13 Visita a exposição no MAM ... 33

Figura 14 Visita a exposição no MAM ... 33

Figura 15 Visita a exposição no MAM ... 34

Figura 16 Visita a exposição no MAM ... 34

Figura 17 Registro fotográfico na área externa do MAM ... 35

Figura 18 A espera do transporte da UFBA para retorno ao asilo ... 35

Figura 19 Chegada do Micro-ônibus no MAM para retorno ao asilo ... 36

Figura 20 Oficina de mosaico – etapa da construção dos desenhos ... 37

Figura 21 Oficina de mosaico – etapa de colagem de azulejos ... 38

Figura 22 Oficina de mosaico – etapa de colagem de azulejos ... 38

Figura 23 Oficina de mosaico – Trabalho em construção ... 39

Figura 24 Oficina de mosaico – acabamento com rejunte ... 40

Figura 25 Trabalhos de mosaico construído pelos idosos do asilo ... 40

Figura 26 Inicio da oficina de tingimento em tecidos (parte teórica) ... 41

Figura 27 Oficina de tingimento de tecidos (parte prática) ... 42

Figura 28 Preparação para o tingimento de tecidos ... 42

Figura 29 Finalização do processo de tingimento de tecido ... 43

Figura 30 Tecidos tingidos em processo de secagem ... 43

Figura 31 Registro fotográfico com as participantes da oficina ... 44

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 09

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 10

2.1 A terceira idade no Brasil ... 11

2.2 O Estatuto do Idoso ... 13

2.3 O acesso a cultura no Brasil ... 14

2.4 Mediação cultural como estratégia de inclusão social ... 15

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 17 3.1 Projeto cultural ... 17 3.1.1 APRESENTAÇÃO ... 17 3.1.2 JUSTIFICATIVA ... 18 3.1.3 OBJETIVO GERAL ... 19 3.1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 19 3.1.5 METAS ... 19

3.1.6 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS ... 20

3.1.7 PÚBLICO ALVO ... 20

3.1.8 CRONOGRAMA DO PROJETO ... 20

4 EXECUÇÃO DO PROJETO ... 21

4.1 Pré-produção ... 21

4.1.1 A ESCOLHA DA INSTITUIÇÃO (ASILO SÃO LÁZARO) ... 23

4.1.2 CAPTAÇÃO DE RECURSO ... 24

4.1.3 SOLICITAÇÃO DE TRANSPORTE- UFBA ... 25

4.1.4 IDENTIDADE VISUAL (MARCA DO PROJETO) ... 27

4.2 PRODUÇÃO ... 29

4.2.1 PRIMEIRA ETAPA DO PROJETO – VISITAS AOS ESPAÇOS CULTURAIS ... 29 4.2.1.1 Fundação Pierre Verger ... 29

4.2.1.2 Museu de Arte Moderna (MAM-BA) ... 31

4.2.2 SEGUNDA ETAPA DO PROJETO – REALIZAÇÕES DAS OFICINAS NO ASILO SÃO LÁZARO ... 36

4.2.2.1 Oficina de Mosaico ... 36

4.2.2.2 4.2.3 Oficina de Tingimento em tecidos ... TERCEIRA ETAPA DO PROJETO – MOSTRA EXPOSITIVA... 41 44 4.3 PÓS-PRODUÇÃO ... 45

4.3.1 Acompanhamento – desempenho das redes sociais ... 45 4.3.2 Resultados Alcançados ... 47 4.3.3 Prestação de Contas ... 48 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 48 ANEXOS ... REFERÊNCIAS ... 50 54 APÊNDICE A ... 56 APÊNDICE B ... 65 APÊNDICE C ... 68

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1 INTRODUÇÃO

Apesar de termos no Brasil um alto índice de envelhecimento da população, como mostra as pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, nas ultimas décadas a terceira idade carrega algumas consequências consideradas negativas. Maus tratos, a falta de acessibilidade, a falta de políticas públicas funcionando na prática, solidão e o abandono da família, que na maioria das vezes não prestam um suporte necessário para a qualidade de vida dos idosos. Essas são algumas das características que uma parcela da população idosa enfrenta em nosso país, o que muitas vezes os levam a procurar apoio no ambiente asilar em busca de cuidado, proteção e atenção. Por conta desses episódios, a ONU - Organização das Nações Unidas destinou o dia 15 de Junho como o dia Internacional do enfrentamento à violência contra a pessoa idosa, instituída no ano de 2006 pela rede internacional de prevenção à violência à pessoa idosa.

Segundo uma pesquisa realizada em 2010 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA o número de instituições públicas responsáveis por abrigar idosos não acompanham o crescimento da terceira idade que, segundo pesquisa do Censo de 2010, ultrapassam a quantidade de 20 milhões de pessoas. Existem no país cerca de 3.548 (três mil quinhentos e quarenta e oito) asilos, onde apenas corresponde a esfera municipal e estadual o número de 218 (duzentos e dezoito) asilos em todo o estado brasileiro. A maioria corresponde à iniciativa privada e não possuem vínculos com o estado.

Na procura por um lar onde sejam acolhidos e tenham um ambiente digno para viver, as casas de repouso ou asilos são os locais mais apropriados onde os idosos passam a compartilhar suas atividades diárias. Seja por questão de abandono ou simplesmente pela escolha de um local onde possa fugir da solidão de uma família sempre ocupada pela rotina, os idosos encontram nos asilos um refugio para amenizar a sensação de esquecimento que sente em seus lares. É compartilhando experiências com os outros que muitos dos idosos conseguem escapar de um possível estado de depressão, quadro clínico que é comum na vida de muitos idosos devido às circunstâncias do abandono e do desprezo familiar.

No Brasil o número da população que atingiu a terceira idade cresceu de maneira elevada nos últimos 60 anos. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) esse crescimento entre o ano de 2012 e 2017 foi de 25,4 milhões para 30,2 milhões de pessoas. Ser um cidadão idoso no Brasil passou por uma nova configuração nos últimos anos. Há alguns anos envelhecer era sinônimo de comodismo e busca por uma vida mais tranquila e sossegada na velhice. O que tem acontecido nos dias

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atuais são outras configurações, tal como a pessoa idosa em busca de novos conhecimentos e experiências em áreas que talvez nunca lhe tenham despertado interesse anteriormente. Tem aumentado o número da população idosa a procura de novas experiências e aprendizados a fim de ocupar o tempo livre que lhe são assegurados após a aposentadoria. Entre as opções de interesse desses idosos destacam-se a nova era digital, onde cada vez mais os idosos estão interagindo e conectados com as tendências que a tecnologia proporciona. Outro exemplo são os grupos de viagens e a realização de atividades físicas e atividades voltadas para o campo da cultura, em que os idosos estão sempre antenados e disponíveis para essas novas experiências de vida.

Pensando nesses aspectos de ocupação do tempo livre e integração dos idosos nas atividades culturais, o foco deste projeto foi acompanhar a vivência dos idosos do asilo São Lázaro, em Salvador- BA, construindo planos estratégicos que pudessem facilitar a inclusão da prática de atividades culturais no ambiente asilar.

O interesse por esse tema surgiu a partir de visitas e uma análise feita no Asilo São Lázaro, localizado na Estrada Velha do Aeroporto-Jardim Nova Esperança, onde notou-se uma precariedade de ações culturais voltadas para esse público, que passa a maior parte do dia sem realizar nenhum tipo de atividade no espaço amplo que existe no local e também pela cobrança da gestora do asilo por conta da falta de interesse do estado e da comunidade de modo geral em elaborar propostas que venham a beneficiar esses moradores, contribuindo para instalação de novas experiências de vida e que sejam do interesse dos idosos.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para a construção desse produto cultural foram utilizadas fontes de conhecimentos teóricos relacionados ao acesso a cultura e a relação entre a terceira idade com a prática de atividades culturais. Dentre os assuntos que serão apresentados, destacam-se três pontos fundamentais: a forma de convívio dos idosos em ambiente asilar e a ocupação do tempo livre sob a ótica de idosos residentes em instituições: Análise de uma experiência, trazido por Vera Lucia Deps (1993); o consumo cultural e os aspectos negativos na sociedade que dificultam o acesso a cultura, que está presente no manual Oficinas do Sistema Nacional de Cultura, proposto pelo Ministério da Cultura e com colaboração de Lia Calabre no capitulo: Gestão cultural, participação social e direitos no campo da cultura (2006); e o que está previsto no estatuto do idoso no que se refere ao seu direito a cultura, ou seja, de quem é essa obrigação e

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como ela vem sendo executada em nosso país e em quais aspectos a mediação cultural aproxima a relação entre público e bens culturais.

2.1 A terceira idade no Brasil

Entre a década de 1980 e 1990, o inicio da terceira idade na vida de um individuo aparentemente era assustadora e, na maioria dos casos, estava relacionada ao momento de incapacidade e a necessidade de auxilio de uma pessoa próxima na execução de atividades diárias. Inicialmente muitos idosos imaginavam que era uma fase da vida onde o termo restrição se tornaria uma constante em sua vida, pois foi construído um pensamento de que a idade avançada poderia ser um fator negativo para que certas atividades e funções fossem realizadas em seu cotidiano.

Em nota, dados sobre uma pesquisa realizada em 1988, onde foram observados idosos residentes em duas instituições localizadas na região sudeste do Brasil, revelou que 40% dos idosos adotou uma postura de reclusão quando lhe foram oferecidos oportunidades no processo de ocupação do tempo livre e que, de alguma maneira, isso interferia na sua saúde e no seu processo de envelhecimento dentro das instituições. A pesquisa que foi inserida no livro Qualidade de Vida e Idade Madura revelou que:

Aqueles que manifestaram apenas o desejo de descansar podem estar adotando uma estratégia de contração, refletindo a crença deque a redução do número de desejos e a exclusão de atividades não mais recompensadoras contribuem para a felicidade. Podem ainda estar vivenciando, com esse afastamento, a idéia generalizada e expressa por muitos deles deque o processo de envelhecimento é primariamente perda e negação. Consequentemente, nada mais resta a fazer. (DEPS, 1993, p. 198).

Essa constatação nos leva a pensar que o afastamento das atividades culturais dos idosos nos asilos, entre a década de 80 e 90, estava relacionado com a idéia de que na terceira idade os idosos não estariam aptos para realizar essas atividades, considerando de maneira equivocada que na velhice não haveria mais nada o que fazer e que não lhe restavam outra saída que não fossem manter-se desocupados e sem aproveitar aquele tempo livre que poderia estar sendo desenvolvida uma série de atividades dentro da rotina nos asilos.

Esses dados fazem indagar, ainda, se as instituições que se dispõem a receber e acolher os idosos estavam preparados para atrair o interesse dos residentes dos asilos. Tem-se a impressão que elas necessitam de um preparo para saber como agir e estar atento diante dos sinais e das atitudes que levam os idosos para o caminho da depressão e da exclusão relacionada à convivência com outros idosos, sendo que muitos não interagem com os outros

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moradores e a relação de conflito é um fator determinante para a não realização de atividades, como salienta Vera Lúcia Deps ao afirmar que:

As situações conflituosas ou de isolamento podem inibir a participação espontânea em atividades, bem como a ocorrência de eventos auto-determinados. Por outro lado, reconhece-se que o incentivo ao envolvimento sistemático em atividades poderia promover melhor relacionamento e menor isolamento social, uma vez que, através da atividade, objetivo e significados comuns podem emergir, possibilitando o desenvolvimento e a manutenção da comunicação e facilitando a interação social. (DEPS, 1993, p. 205).

O cenário da terceira idade atual ganhou uma nova reformulação. O inicio dos anos 2000 é marcado pelo novo significado da palavra envelhecer. Tem ficado para trás os argumentos de que a chegada da terceira idade está relacionada ao comodismo, pois os idosos estão cada vez mais em busca de uma vida ativa e independente.

Criado na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, o projeto “Incentivo a Participação Sociocultural” tem resgatado o estimulo de idosos para participarem de uma série de atividades culturais que acontecem na cidade. O projeto é uma iniciativa da professora de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Sandra Hallack Arbex, que coordena o projeto que tem como principal objetivo:

Inserir a terceira idade nos eventos locais, de forma a resgatar seu papel na sociedade. Queremos facilitar o acesso para que eles participem das atividades promovidas pelo município como qualquer outra geração, evitando que fiquem renegados ao segundo plano (ARBEX, 2011).

As atividades estão divididas entre visitas guiadas a museus, cinemas, teatros, exposições e viagens. Além dessas atividades existem manifestações artísticas dos idosos que optam por participarem de oficinas que resgatam a sua autoestima e a sensibilidade. São oficinas de canto e dança, que tem como resultado apresentações de corais e dança de salão. Essas ações dependem diretamente de um calendário de eventos da cidade e sempre são escolhidas de acordo com a capacidade de cada idoso. O resultado do projeto tem sido a ocupação do tempo livre dos idosos que são atendidos pela casa de cultura da universidade, gerando assim o interesse de outros idosos em conhecer o projeto, além do resgate da autoestima e da capacidade dos idosos em participar de ações culturais na cidade. O fortalecimento dessas ações voltadas para terceira idade em Juiz de Fora é uma referência para a realização de uma maratona cultural nos asilos da cidade de Salvador-BA, oferecendo aos idosos a oportunidade de participar das atividades culturais que acontecem na cidade que vão desde visita aos espaços culturais até a realização de oficinas e palestras dentro do próprio ambiente asilar.

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Porém, é preciso ressaltar que os esforços para a realização de atividades nos asilos e com os seus residentes não dependem somente da vontade desses idosos em participar e interagir. O principal ponto de partida é a capacidade dos gestores dessas instituições compreenderem e apoiarem a idéia de que os idosos precisam ser estimulados no seu cotidiano. Nesse ponto se faz necessário um diálogo direto com as instituições, pois é necessário que projetos voltados para os idosos sejam mais discutidos dentro da gestão dos asilos e que se amplie as oportunidades para tal, acreditando sempre na afirmativa de que as atividades culturais é um fator predominante para a melhoria e qualidade de vida da terceira idade dos idosos que residem em casas de repouso.

2.2 O estatuto do idoso no Brasil

O rápido processo de envelhecimento no Brasil exigiu do estado brasileiro uma rápida solução para que o país pudesse estar preparado para lhe dar com o número de uma população que tem uma estimativa de crescimento elevado. Sendo assim, foi estabelecida a Lei nº 10.741 de Outubro de 2003, desenvolvido pelo então senador do estado da Bahia Walter Pinheiro, dando inicio a regulamentação do Estatuto do Idoso no Brasil. O congresso executou um trabalho que durou mais de sete anos de elaboração, juntamente com a sociedade. O estatuto tem o intuito de dar voz aos idosos na luta pelos seus direitos, exigindo das autoridades o cumprimento dessas obrigações propostas a fim de serem assegurados a viver de maneira digna no Brasil.

Tendo como objetivo assegurar ao idoso os seus direitos legais, o Estatuto reafirma que é necessário garantir a esses cidadãos o direito que vai além de aposentadoria, saúde e lazer. Ele ressalta a necessidade os direitos dos idosos como direito de uma pessoa humana, já que o índice de violência elevado é o que mais degrada a condição de vida dos idosos brasileiros, sendo essa violência, muitas das vezes, praticadas no próprio âmbito familiar e sem distinção de classe social.

No que diz respeito ao campo da cultura e as obrigações do estado brasileiro, o estatuto proposto pelo então senador Walter Pinheiro, declara no seu capitulo V artigo 20 que “O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade”.

Assim, o estatuto estabelece que seja de obrigação dos governantes por lei assegurar aos idosos brasileiros não somente o acesso à educação, mas também admitir o papel fundamental que tem a cultura na vida desses idosos, tendo como resultado a transformação

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social dos indivíduos e a melhoria na convivência entre aqueles que vivem em ambiente asilar.

Atualmente o projeto de lei 175/19 tramita pelas comissões de Seguridade Social e Família, de Educação, de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Esse projeto pretende fortalecer a inserção e a participação Cultural dos idosos de maneira que lhe sejam assegurados, além do acesso a cultura, todo o suporte educacional e de letramento para lhe garantirem o amplo acesso as ações culturais e educacionais, assim como o apoio a realização de iniciativas e prêmios de caráter nacional com o intuito de incentivar a inclusão cultural da pessoa idosa.

Segundo o autor da proposta, o deputado Igor Timo, esse é um projeto que terá como foco: a contribuição para a inserção e a participação cultural dos idosos, assegurando-lhes melhores condições de vida.

Garantir a inserção da prática cultural na vida da população, sobretudo na vida daqueles que atingiram a velhice, é um desafio que compete ao Ministério da cultura e também os gestores culturais, onde se deve pensar em estratégias de ampliação do acesso a cultura com o intuito de garantir as pessoas o que lhe são de direito. Esse acesso pode ser ofertado a população através da consolidação dos serviços culturais voltados para os idosos, em que os equipamentos culturais e os programas e serviços públicos permanentes de cultura são pontos-chave para incentivarem a formação desses hábitos culturais.

2.3 O acesso a Cultura no Brasil

Para compreender como o consumo artístico cultural está ligado na vida cotidiana da população brasileira e o que os motivam a consumirem cultura com determinada frequência, é preciso antes entender que os avanços da comunicação tiveram um papel fundamental na construção de um novo modo de vida social e cultural das pessoas e na transformação da relação entre publico e cultura. Os avanços da comunicação proporcionam e estabelecem um foco de investimento. A dimensão cultural assim se potencializa, gerando um compromisso com os aspectos sociais. Os papéis da comunicação e das mídias se destacam no que se refere ao seu funcionamento como vetor de potencialização da experiência entre o cidadão e a cultura.

Porém todo esse quadro se modifica quando passamos a analisar o consumo cultural de um grupo com faixa etária acima de 60 anos. O contexto que justifica a ausência da cultura na vida desses cidadãos está relacionado a pessoas de família cujo nível de escolaridade é

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considerado baixo. Nessas situações caracteriza-se a falta de estímulos para as praticas culturais devido à falta do conhecimento e do habito de consumi-las, onde as evidências estão presentes no estudo relacionado à gestão cultural e a participação social no campo da cultura. Segundo Lia Calabre,

Vivemos em um país de dimensões continentais, portador de uma ampla diversidade cultural e que sofre o processo de uma também ampla desigualdade social. Esse quadro de múltiplas diferenças torna complexa a busca de implementação de projetos nacionais, principalmente pelo aspecto das desigualdades sociais, que significa, na prática, níveis educacionais, de renda e de saúde absolutamente distintos. (CALABRE, 2006, p. 41).

Outro aspecto que dificulta o acesso a cultura é a ampla desigualdade social existente em nosso país, onde se torna uma complexidade em relação a seguridade do acesso que envolve os níveis educacionais e de renda da população.

2.4 A mediação cultural como estratégia de inclusão social

Reconhecer a importância da prática cultural na vida cotidiana da população é reconhecer, sobretudo, que essas experiências vividas através do acesso aos bens culturais, possibilitam um aprendizado para essa população é um debate que nos levam a diversas reflexões e aos questionamentos sobre como estão sendo estabelecidas pensadas as estratégias de inserção social.

Um debate bastante pertinente a cerca da arte a da cultura e que é preciso ressaltar aqui é sobre como elas estão sendo utilizadas nas estratégias para inclusão social, ou seja, quais são os mecanismos presentes na arte a na cultura que são utilizados para assegurarem a sociedade o acesso à cultura no nosso país. Com o crescimento das discursões sobre a ocupação da arte e da cultura nos debates relacionados a estratégias de inclusão social, os projetos de iniciativa do poder publico tem assumido um papel importante no desempenho de atingir camadas da sociedade que antes não desfrutavam dessas oportunidades.

Em determinada localidade onde as experiências culturais de maneira espontânea são quase inexistentes é de extrema importância o papel de um articulador que possibilitará a vivencia artística cultural na vida dos cidadãos. Podemos classificar esse articulador como mediador cultural. Segundo Teixeira Coelho o mediador cultural é “todo aquele que exerce atividades de aproximação entre indivíduos ou grupos de indivíduos e as obras de cultura”.

São através do planejamento de métodos e estratégias que o mediador cultural possibilita essa experiência dos indivíduos com a cultura, aproximando-os e facilitando a compreensão e ampliando os seus conhecimentos acerca da área cultural. Pensar em

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articulações entre cultura e individuo implica em reconhecer que ambos necessitam do outro para que as suas cadeias funcionais obtenha assim resultados satisfatórios, pois a cultura ganha mais visibilidade e fortalecimento e os indivíduos enriquecem os seus conhecimentos culturais através dessa promoção de aproximação.

Dessa forma o investimento em mediação cultural atua diretamente sobre a valorização e a participação dos indivíduos em uma sociedade, construindo neles laços de interesse e despertando a consciência de que a sua participação é de fundamental importância para a construção do sentimento de pertencimento no campo cultural, sendo assim a cultura atua como uma espécie de instancia necessária para a construção e realização da humanidade. Mas afinal, o que é mediação segundo a interpretação de intelectuais do campo da comunicação e da cultura e para qual público ela está disponível? O termo mediação pode ser facilmente empregado em diversas áreas do conhecimento e encontrar um significado voltado para a área da cultura exige também abordar o que é a mediação no campo da comunicação de modo geral. Trazendo esse conceito para as relações sociais, o intelectual Raymond Williams (1979) descreveu, em sua obra Marxismo e Literatura, que a mediação:

[...] pode referir-se primordialmente aos processos de composição necessários, em um determinado meio; como tal, indica as relações práticas entre formas sociais e artísticas em seus usos mais comuns, porém, refere-se a um modo indireto de relação entre a experiência e a sua composição. (WILLIAMS apud SIGNATES, 1998, p. 39).

Esse pensamento que o autor nos traz sobre processos de composição e as relações entre formas sociais e artísticas nos leva a uma reflexão sobre como a mediação cultural pode interferir positivamente quando abordadas nos processos de formação e educação de um individuo na sociedade, partindo do principio de que a arte e os produtos culturais não são meros reflexos sociais e que essas produções passam por um processo de mediação, e também ao questionamento se há um público específico a serem inseridos no trabalho de uma mediação. No Boletim Observatório da Diversidade Cultural (2017), no capitulo Desafios da Mediação Cultural na atual conjuntura brasileira, os pesquisadores Plinio Rattes e Poliana Bicalho destacam que:

Todos os públicos são passíveis de serem inseridos em ações de mediação cultural, ou seja, participarem de atividades artístico-pedagógica, visando à facilitação do acesso físico e linguístico a determinado produto ou bem artístico-cultural. Cada vez mais presente na dinâmica da produção cultural brasileira, a mediação cultural esbarra, porém, numa série de desafios e entraves. (RATTES; BICALHO, 2017, p. 24).

Apesar de a mediação cultural estar a serviço do público de modo geral no que se refere a sua participação em atividades artísticas e bens culturais como relatam os

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pesquisadores, ela ainda enfrenta alguns desafios que dificultam o seu reconhecimento e total relevância quanto a sua necessidade para a relação entre o campo da cultura e o campo da educação, onde a falta de uma politica pública no segmento da mediação cultural é o principal ponto de dificuldade, gerando assim certo distanciamento entre o Ministério da Cultura e o Ministério da Educação e impossibilitando a realização de um trabalho em conjunto que resulte em ganhos educacionais e culturais para toda a população brasileira, reconhecendo assim o trabalho da mediação cultural como fator fundamental no laço de aproximação entre cultura e educação.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Aqui será apresentado todo o procedimento metodológico e as fases do projeto desde a sua fase inicial, quando eram apenas ideias e o desejo de realizar um trabalho cultural voltado para a terceira idade, até a fase de construção de um plano de ações e metas que deram forma ao projeto “Motivação Cultural da Terceira Idade”.

3.1 Projeto cultural

3.1.1 APRESENTAÇÃO

Motivação Cultural na Terceira Idade é o resultado de um projeto cercado por incertezas iniciais, onde apenas o publico alvo era definido: Um projeto voltado para idosos. No inicio não existia uma definição em relação à proposta em si, mas desde o momento em que foi decidido que o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) seria um produto executado, ficou evidente que seria necessário elaborar um recorte, assim como uma decisão a cerca de quais atividades fariam parte do projeto. Dentro do recorte do público alvo, após uma pesquisa sobre quantas instituições abrigavam idosos em situações de abandono familiar e quais ações eram realizadas nessas instituições, foi tomada a decisão de que as ações do projeto seriam executadas com os idosos residentes do asilo São Lázaro, localizado na Estrada Velha do Aeroporto, que abriga atualmente 72 idosos entre homens e mulheres com idades entre 60 e 90 anos.

Após elaborar um plano de possíveis ações que poderiam ser inseridas ao projeto, foi marcada uma reunião com a gestora do asilo para apresentar o projeto, ainda em andamento das propostas, que viria a se tornar um produto resultante de um trabalho de conclusão do

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curso de Produção Cultural de um aluno da Universidade Federal da Bahia - UFBA. Foram três reuniões com a gestora do asilo até entender que a proposta seria apresentar para os idosos uma atividade inovadora e que foge do cotidiano dos mesmos, já que a tentativa de realização de outras atividades dentro do asilo já tinha sido previstas e propostas por outras pessoas. Existe o relato da diretora de que diversas pessoas iniciaram atividades com os idosos do asilo, mas não finalizavam com a justificativa de falta de interesse dos idosos.

A partir desse relato ficou evidente que a proposta deveria propor inicialmente uma atividade em outro local, uma espécie de “intercâmbio” entre instituições. Sendo assim, ficou decidido que a primeira etapa do projeto seria a realização de visitas a outras instituições culturais com o objetivo de expandir o horizonte artístico na vida dos idosos. Era necessário, no primeiro momento, despertar o interesse desses idosos para a prática de atividades culturais.

3.1.2 JUSTIFICATIVA

Desde o começo da graduação em Comunicação – Produção em Comunicação e Cultura - sempre notei a falta de projetos que contemplassem a terceira idade. Dentre os projetos que são aprovados em editais do estado da Bahia existe uma insuficiência de propostas que se refere à dinamização do ambiente asilar. Pensar em atividades culturais praticadas pelos idosos é contribuir também para que esses cidadãos estejam inseridos na programação cultural da cidade e ao mesmo tempo pensar que essas atividades podem diminuir o índice do estado de depressão que muitos desses idosos se encontram, sejam por questões de abandono familiar ou por sentirem-se excluídos da programação cultural da sociedade.

Planejar e executar as atividades com êxito em uma instituição asilar foi um desafio enquanto produtor e a experiência que adquirida no Asilo São Lázaro foi fundamental para que eu, enquanto produtor cultural tenha a capacidade de realizar futuras propostas de atividades culturais em outros asilos, pensando na ampliação do projeto. Nesse produto se interligaram o desejo do aprendizado na área cultural voltada aos idosos e a necessidade de desenvolver um projeto que contemplassem pessoas que necessitam de atenção e de atividades que te devolvam o prazer pela vida e a mudança para a forma de enxergar a terceira idade, com mais prazer e valorização.

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O projeto almejou firmar parcerias entre a instituição1 e artistas, que junto à figura do produtor tiveram como principal desafio ampliar a produção cultural que tivesse como público alvo os idosos das instituições asilares da cidade de Salvador-Ba, gerando assim o interesse e a possibilidade de outros produtores em executar futuros projetos culturais que contemplem os idosos.

3.1.3 OBJETIVO GERAL

Promover a realização de um conjunto de atividades/ações que evidenciam a prática de atividades culturais voltadas para os idosos do asilo São Lázaro.

3.1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Contribuir com a formação artística dos idosos do asilo São Lázaro com atividades semanais envolvendo visitas a equipamentos culturais e realização de oficinas que resultarão num evento nomeado de Mostra expositiva como resultado das ações;

Fomentar o surgimento de atividades artísticas culturais voltadas para os idosos do asilo São Lázaro com a realização de ações formativas e de apreciação artística, onde o proponente do projeto acompanhará toda a atividade junto com a assistente social do asilo e os ministrantes das oficinas;

Estabelecer um espaço de interação entre os idosos do asilo São Lázaro e os artistas envolvidos no projeto, numa ação compartilhada posteriormente com o público geral (acadêmico e sociedade civil) através do evento Mostra Expositiva.

3.1.5 METAS

Quadro 1 – Metas a Atingir

ATIVIDADE UNIDADE QUANTIDADE

DATA/ PERÍODO QUANTIDADE ESTIMADA QUANTIDADE ATINGIDA Fundação Pierre Verger Realização de atividade cultural 01 17/04/19 25 idosos 15 idosos Museu de Arte Moderna da Bahia Visita a Exposição em cartaz 01 23/04/19 25 idosos 16 idosos

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Tingimento em tecidos

Realização de

oficina 01 15/05/19 20 idosos 09 idosos

Mosaico Realização de

oficina 01 20/05/19 20 idosos 11 idosos

Mostra Expositiva Realização de uma mostra com obras produzidas nas oficinas 01 16/06/19 60 visitantes 74 visitantes

Fonte: Elaboração própria, 2019.

3.1.6 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

Indicadores previstos:

-Quantidade de idosos previstos parcialmente atingido; -Realizações de duas visitas a equipamentos culturais;

-Realizações de duas oficinas artísticas culturais no asilo São Lázaro; -Registros fotográficos de todas as fases das ações programadas;

3.1.7 PÚBLICO ALVO

O público alvo do projeto Motivação Cultural na Terceira idade é formado por idosos com idades entre 60 e 90 anos que vivem abrigados no asilo São Lázaro, uma organização sem fins lucrativos e que se mantém por ajuda de doações. O público alvo indireto são as instituições culturais (Fundação Pierre Verger e Museu de Arte Moderna da Bahia) que aceitaram participar do projeto acolhendo os idosos na fase de realizações de visitas aos espaços culturais e os parceiros voluntários do projeto que acompanharam as ações propostas.

3.1.8 CRONOGRAMA DO PROJETO

Quadro 2 – Cronograma do Projeto

FASE ATIVIDADE INICIO FINAL

Pré-Produção

Planejamento das ações do projeto 16/01/2019 31/01/2019

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FASE ATIVIDADE INICIO FINAL Visita aos equipamentos culturais para

ajuste das datas 18/02/2019 26/02/2019

Captação de Recurso para o projeto 11/03/2019

18/03/2019 Revisão do orçamento geral do projeto 25/03/2019

28/03/2019 Fazer identidade visual da marca 01/04/2019 10/04/2019 Confeccionar camisas do projeto 11/04/2019 15/04/2019

Compra dos materiais das oficinas 29/04/2019 13/05/2019

Produção

Dia da Visita Fundação Pierre Verger

com os idosos 17/04/2019 17/04/2019

Dia da visita ao Museu de Arte

Moderna da Bahia com os idosos 23/04/2019 23/04/2019

Realização da Oficina de mosaico 13/05/2019 13/05/2019

Realização da oficina de tingimento 15/05/2019 15/05/2019

Mostra Expositiva 16/06/19 16/06/2019

Pós-Produção

Avaliação dos resultados 16/05/2019 21/05/2019

Prestação de contas 23/05/2019 29/05/2019

Fonte: Elaboração própria, 2019.

4 EXECUÇÃO DO PROJETO

A partir daqui relato em primeira pessoa as três etapas que foram executadas no projeto após a construção dos planos e ações e metas a atingir. As três fases se dividem em: Pré-Produção, produção e pós-produção.

4.1 Pré-produção

Mesmo com a ideia de que o projeto foi pensado acerca da certeza da escrita e da realização de um produto voltado para a terceira idade, ou seja, um produto que tivesse como foco principal a participação de idosas e idosos da cidade de Salvador-BA, o projeto passou por algumas mudanças até chegar a sua versão final para execução. O objetivo inicial seria idealizar a construção de um produto cultural voltado para a terceira idade de modo geral, tal como a realização de oficinas de teatro, oficina de dança, aula de canto, artesanatos, entre outros. Mas a projeto, a principio, não seria executada devido à falta de recursos financeiros que seriam necessários para desenvolver as ações propostas. Porém a possibilidade da não

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realização do produto pensado deu espaço para uma inquietação que motivou a reestruturação do que foi idealizado inicialmente para um projeto que fosse possível, de fato, ser realizado. A partir dai foi elaborado um mapeamento de quantos asilos existem na cidade de Salvador e quantos idosos cada um deles abriga atualmente. Um mapeamento de localidade e estrutura também foi executado a fim de pensar nas estratégias cabíveis para a possível execução do projeto nesse local a ser escolhido.

Figura 1 – Mapa de asilos em Salvador e sua localização

Fonte: Google Maps, 2019.

Na pesquisa realizada foram identificados aproximadamente 60 asilos funcionando nas mais diversas áreas da cidade de Salvador. Esse número não contou com os asilos e casas de acolhimento aos idosos que funcionam de forma clandestina.

Quadro 3 – Principais asilos de Salvador

RELAÇÃO DE ASILOS NA CIDADE DE SALVADOR-BA

Nome Local

Abrigo São Gabriel para Idosos de Deus R. da Boa Viagem, 6 – Boa Viagem, Salvador – BA, CEP: 40414-610. Telefone: (71) 3314-8276

Abrigo Dom Pedro II Av. Luiz Tarquínio, 18 – Boa Viagem, Salvador – BA, CEP: 40414-120. Telefone: (71) 98561-2391

Lar Irmão José Endereço: R. dos Bandeirantes –Matatu, Salvador – BA,

CEP: 40255-120. Telefone: (71) 98853-5947

Lar das Acácias Avenida Dorival Caymmi, Quadra C2 – Itapuã, Salvador –

BA, CEP: 41635-151. Telefone: (71) 3019-5891 Casa de Repouso Lula lar dos idosos Endereço: 20, Caminho 43- Faz. Grande IV | St. 05, 2 –

Fazenda Grande 4, Salvador – BA. Telefone: (71) 3000-0000 Instituição Lar esperança dos idosos Endereço: R. Henrique Dias, 304 – Bonfim, Salvador – BA,

CEP: 40415-275. Telefone: (71) 3312-3120

Asilo São Lázaro

Endereço: Av. Aliomar Baleeiro, KM 6, Estrada Velha do Aeroporto, s/n – Jardim Nova Esperanca, Salvador – BA, CEP: 41370-045. Telefone: (71) 3393-4448

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RELAÇÃO DE ASILOS NA CIDADE DE SALVADOR-BA

Nome Local

41810-040. Telefone: (71) 3359-0679

Abrigo do Salvador

Endereço: R. Campinas de Brotas, 754 – Campinas de Brotas, Salvador - BA, CEP: 40275-160.

Telefone: +1 712-201-0633

A flor da idade Endereço: R. Calazans Neto, 05 - Itapuã, Salvador - BA,

CEP: 41620-830 Telefone: (71) 3017-7695

Lar Hotel para a terceira idade Endereço: 3A Travessa 2 de Julho, 11 - São Cristóvão, Salvador - BA, CEEP: 41500-280. Telefone: (71) 3363-5860 Fonte: Google Maps, 2019.

4.1.1 A ESCOLHA DA INSTITUIÇÃO (ASILO SÃO LÁZARO)

A necessidade de escolher apenas uma instituição para a realização do produto surgiu devido a dificuldade que teria para executar o projeto em todos os asilos da cidade, já que para essa execução seria necessário uma equipe de produção e um orçamento financeiro que até então estava fora da realidade atual. Após a nova estruturação do projeto foi decidido que as ações aconteceriam no Asilo São Lázaro. Localizado na Estrada Velha do Aeroporto, o asilo é uma organização sem fins lucrativos e que presta acolhimento e assistência para aproximadamente setenta idosos e idosas em situações de rua e vulnerabilidade social, mantendo-se através de doações da população soteropolitana de modo geral.

Foram realizadas três reuniões no asilo com a Gestora Vanderlice Santos, a fim de apresentar o projeto. Foi explicado que se tratava de um projeto de TCC de um aluno do curso de Comunicação/Produção Cultural da Universidade Federal da Bahia e que a ideia era proporcionar aos idosos daquele asilo uma vivência artística-cultural, fomentando e estabelecendo um vinculo entre os idosos e a cultura da nossa cidade.

Após a resposta positiva do asilo acerca da realização, procurei concentrar as ações culturais que seriam possíveis de serem realizadas dentro de uma programação prevista para no máximo dois meses de execução. Outro aspecto que achei relevante para o projeto foi a realização de uma visita com os idosos a alguma instituição cultural. Esse contato seria enriquecedor já que os idosos nunca realizaram uma atividade cultural fora do asilo. Assim surgiu a idéia do projeto ser dividido em duas etapas: Visita a instituição cultural e realização de oficina no asilo, surgindo posteriormente a proposta de uma terceira etapa que seria uma mostra expositiva com as produções da oficina.

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Nesse mesmo período em que as ações do projeto estavam sendo estruturadas, tomei conhecimento sobre a abertura de dois editais da Pró-Reitoria de Extensão da UFBA (Proext) voltados para estudantes de graduação. O edital Concessão de Apoio a Eventos Estudantis 2019 com custeio de até dois mil reais(R$ 2.000) por projeto e com inscrições abertas até o dia 15 de março de 2019 (para os eventos a serem executados entre os meses de abril e junho); e o edital Pibexa 2019 | Programa Institucional de Experimentação Artística com custeio de projetos de até quatro mil reais(R$ 4.000) com inscrições abertas até o dia 18 de março de 2019.

Para submissão no edital de apoio a eventos estudantis foi necessário apresentar, anexado ao projeto, um parecer da direção do colegiado da Faculdade de Comunicação constando a legitimidade do projeto e afirmando que a sua execução seria realizada por um aluno da unidade. Sendo assim o projeto, antes de ser submetido ao edital, foi encaminhado para a diretora da Facom, Suzana Barbosa, e a mesma concedeu posteriormente o parecer solicitado após avaliação do projeto.

O projeto base passou novamente por uma nova reformulação, se enquadrando nas exigências dos editais citados anteriormente. Nessa mudança foi necessário realizar duas planilhas orçamentárias conforme o valor oferecido em cada edital.

Em reunião com o orientador Sergio Sobreira foi elaborado um plano B para a execução do projeto, caso o mesmo não obtivesse aprovação nos editais inscritos. Foi sugerida então a realização de uma campanha nas redes sociais divulgando o projeto e suas ações, solicitando doações dos materiais para as oficinas. Foi elaborada uma carta apresentação do projeto com o intuito de conseguir essa doação. A partir dai aguardei o resultado dos editais para então saber de qual forma as ações do projeto seriam realizadas, se com o suporte financeiro dos editais da UFBA ou através da solicitação de doações.

No dia 22 de março de 2019 foi divulgado no site da Proext o resultado da primeira etapa dos aprovados no edital de apoio a eventos estudantis. Entre as cinco propostas selecionadas para a primeira fase do edital, o projeto Motivação Cultural na Terceira idade foi selecionado, garantindo assim um recurso de dois mil reais (R$ 2.000) para a execução das ações propostas.

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Figura 2 – Resultado do edital apoio a Eventos Estudantis

Fonte: Proext/Ufba, 2019.

4.1.3 SOLICITAÇÃO DE TRANSPORTE- UFBA

Como umas das ações propostas no projeto era a realização de visitas aos espaços culturais selecionados, foi necessário articular o transporte que seria necessário para locomover os idosos até o local dessa atividade. Então, Junto ao encaminhamento do projeto ao edital de Apoio a Eventos Estudantis informei que seria necessária a utilização do serviço de transporte da Universidade Federal da Bahia. Após a aprovação do projeto no edital foi necessário encaminhar para a PROEXT dois formulários solicitando o transporte para os idosos e equipe. Foram encaminhados dois formulários de solicitação de transporte, pois as visitas aos espaços culturais aconteceriam com destinos e dias diferentes.

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No dia 11 de Abril entrei em contato com o núcleo de produção da Proext para obter um retorno sobre a solicitação do transporte feita anteriormente. Fui informado que a solicitação havia sido aprovada e que o ideal seria entrar em contato com o setor de transporte para ajustar com os dias e horários.

Ao entrar em contato com o setor de transporte da UFBA me identifiquei como coordenador do projeto Motivação Cultural da Terceira Idade e perguntei se seria possível realizar alteração no roteiro e data, já que a visita a Escola de Teatro da UFBA para assistir um espetáculo teatral havia sido vetada pela gestora do asilo alegando a falta de cuidadores no período noturno para acompanhar a atividade e até mesmo pela questão do horário de funcionamento do asilo, já que o espetáculo teatral só acabaria por volta das 21h30min, se tornando um horário tarde e fora da rotina dos idosos. Fui instruído então a encaminhar um e-mail solicitando a alteração, apresentando as novas datas. O mesmo foi encaminhado no dia 13/04 e no dia 16/04 fui informado de que seria possível a alteração, porém o transporte para o dia 17/04 não seria um micro-ônibus, o ideal para transportar todos os idosos e a equipe que somam um total de 22 pessoas, e sim uma van com apenas 15 lugares. Aceitei a condição dada pelo setor de transporte para que não alterasse ainda mais o cronograma do projeto. A solução encontrada foi arcar com as despesas de dois Uber (ida e volta) para transportar as outras sete pessoas.

Figura 3- E-mail enviado para o setor de transporte/UFBA

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Figura 4 – Resposta do setor de transporte/UFBA

Fonte: Gmail, 2019.

Para a segunda data tivemos a confirmação do micro-ônibus com 27 lugares, o que seria suficiente para o transporte dos idosos e equipe até o destino programado.

Nesse mesmo dia a diretora do asilo me informou sobre a impossibilidade de realizar uma visita no período da noite, já que a idéia seria levá-los para uma peça teatral no teatro Martim Gonçalves. A falta de cuidadores disponíveis para aquele dia/horário e a de funcionamento do asilo foram as justificativas dadas pela gestora.

4.1.4. IDENTIDADE VISUAL (MARCA DO PROJETO)

O projeto precisava de uma identidade visual, já que seria realizada confecção de camisas, confecção de banner e uma marca para divulgação do projeto nas redes sociais. Nessa fase contatei pessoas da área de design que pudessem contribuir de maneira voluntária nessa criação. O estudante de jornalismo e design Harrison Lago se identificou com a ação cultural a ser realizada no asilo e se ofereceu para contribuir na criação da identidade visual do projeto. Em reunião com o mesmo foram apresentadas algumas sugestões que poderiam contribuir para a marca, porém o deixei a vontade para dar sugestões nessa etapa de criação. Solicitei que fosse uma marca que brincasse com as cores vivas e com o lúdico, trazendo uma ideia de aprendizagem, já que realizaria no projeto a execução de oficinas de aprendizagens

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no asilo. Fiz questão de acrescentar também uma imagem que representaria as idosas e idosos, chegando assim à seguinte marca:

Figura 5 – Arte para camisa do projeto

Fonte: Projeto, 2019.

Foram elaborados dois modelos de camisas para serem confeccionadas posteriormente. Um modelo para os idosos em cor branca com o nome participante, fazendo referencia a participação dos idosos no projeto e um modelo para a equipe escrita produção. Para diferenciar, a camisa da equipe foi sublimada em cor azul. Ao total foram confeccionadas 30 camisas.

Figura 6 – Camisa do projeto confeccionada

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4.2 Produção

4.2.1PRIMEIRA ETAPA DO PROJETO – VISITAS AOS ESPAÇOS CULTURAIS

4.2.1.1 Fundação Pierre Verger

A primeira visita aconteceu no dia 17 de Abril de 2019. Os idosos, juntamente com a equipe do asilo e equipe de produção do projeto, seguiram para o espaço Cultural Fundação Pierre Verger. A saída do asilo aconteceu no período da tarde, por volta das 13h30min, chegando à Fundação às 14h15min.

Figura 7 – Saída do São Lázaro a caminho da Fundação Pierre Verger

Fonte: Projeto, 2019.

Ao chegar à Fundação Pierre Verger fomos recepcionados pela diretora artística Jucélia e os alunos da Fundação. Além de conhecer as dependências da Fundação, os idosos realizaram atividades artísticas propostas pela gestora que acompanhou a nossa visita. Em um primeiro momento foi proposto a realização de uma atividade na biblioteca, onde os idosos se apresentaram e interagiram com as crianças que são alunos da instituição. Houve também uma atividade de pintura e desenho com o intuito de proporcionar aos idosos um momento de expressão artística, onde cada um deles expressou seus sentimentos naquele momento através de desenhos.

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Figura 8 – Inicio da atividade com os idosos na Fundação

Fonte: Projeto, 2019.

Figura 9 – Funcionária da Fundação e idosos do asilo em atividade

Fonte: Projeto, 2019.

Em outro momento da visita os alunos do curso de canto e violão realizaram uma apresentação para os idosos. Regado ao canto, a música e dança os idosos interagiam a todo instante com os alunos, transformando o momento em um grande encontro e troca de conhecimentos e afeto. Muitos dos idosos demonstraram interesse pelo canto e pela dança, transformando esse momento em um dos mais importantes e significativos tanto para os integrantes do projeto da Fundação como para os idosos presentes.

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Vale ressaltar que todas as atividades foram acompanhadas pela equipe de cuidadoras do asilo que prestaram um suporte fundamental para a realização, já que alguns idosos necessitavam de cuidados especiais, devido à dificuldade de locomoção de alguns.

Após as atividades artísticas culturais um grande lanche foi preparado para os idosos pelos alunos da culinária infantil da Fundação Pierre Verger. Todos se reuniram na área externa do espaço para confraternização após uma tarde produtiva e de muitas atividades.

Essa troca de experiência foi excelente para ambos, em todo instante a gestora da Fundação Pierre Verger ressaltava a importância de se produzir eventos com a terceira idade e de proporcionar aos alunos da Instituição esse convívio com os idosos, onde o respeito, a compreensão e o cuidado devem prevalecer.

Figura 10 – Idosos, equipe de produção, funcionários e alunos da Fundação após o termino das atividades

Fonte: Projeto, 2019.

Após todas as atividades realizadas do dia, os idosos retornaram para a instituição. Todos eles ressaltavam estar felizes e ansiosos para uma próxima atividade que lhes proporcionem conhecer os espaços culturais e suas atividades.

4.2.1.2 Museu de Arte Moderna (MAM-BA)

A segunda visita aconteceu no dia 23 de Abril de 2019, dando continuidade as ações da primeira etapa do projeto. E dessa vez o destino foi o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA). A saída do asilo aconteceu pontualmente às 13h30min como previsto e seguimos com quatorze (14) idoso do asilo, duas (02) cuidadoras, uma (01) enfermeira, (uma)

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01 psicóloga e (uma) 01 assistente social. Todos devidamente acomodados no micro-ônibus cedido pela Universidade Federal da Bahia para o projeto através de solicitação. Chegamos ao Museu de Arte Moderna da Bahia às 14h20min e fomos recepcionados pela funcionária do museu, Michele Pontes, e toda a equipe do educativo do MAM. Foi realizado um breve diálogo entre a equipe do educativo e a nossa equipe juntamente com os idosos a fim de nos aproximarmos e dar continuidade as ações propostas pela equipe do museu.

Figura 11 – Mediação sobre as atividades desenvolvidas pelo MAM

Fonte: Projeto, 2019.

Após essa breve apresentação, seguimos para as galerias expositivas do museu, onde apreciamos as obras construídas ao longo de trinta anos de trajetória da artista Adriana Varejão presentes na exposição “Por uma retórica canibal”. Os trabalhos expostos revelam uma sequência de influências que inspiraram a artista, sendo elas: o barroco, a azulejaria, a cerâmica, a história da arte, a religião, dentre outras influências presentes nas obras expostas.

Figura 12 – Apresentação de uma das obras da artista Adriana Varejão, exposta no MAM

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Os idosos se mostraram empolgados com a visita, interagindo a todo instante com os mediadores da exposição e se mostrando interessados em ouvir as explicações que eram dadas em cada obra nas galerias. Comentavam também que estavam gostando da experiência e que queriam voltar mais vezes ao museu, pois o lugar além de ter um visual agradável, proporcionava um aprendizado novo para eles. Conhecemos todas as obras, uma por uma e buscando inspiração para a realização da oficina de mosaico, já que a artista propõe também em seu trabalho a construção de obras de arte através da utilização de peças de azulejos.

Figura 13 – Visita a exposição no MAM

Fonte: Projeto, 2019.

Figura 14 – Visita a exposição no MAM

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Figura 15 – Visita a exposição no MAM

Fonte: Projeto, 2019.

Figura 16 – Visita a exposição no MAM

Fonte: Projeto, 2019.

A visita ás galerias expositivas aconteceram até as 16h00min. Em seguida fomos apreciar a vista para baia de Todos-os-Santos que o museu nos proporciona. Ficamos nesse local por volta de 30 minutos e os idosos se divertiram com a paisagem e desfrutaram do momento de contato direto com um dos cartões postais de nossa cidade de Salvador.

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Figura 17 – Registro fotográfico na área externa do MAM

Fonte: Projeto, 2019.

O micro-ônibus da UFBA chegou ao Museu às 16h40min, horário previsto para o final da atividade. Acomodamos todos os idosos no transporte e retornamos para o asilo São Lázaro, chegando lá as 17h35min.

Figura 18 – A espera do transporte da UFBA para retorno ao asilo.

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Figura 19 - Chegada do Micro-ônibus no MAM para retorno ao asilo.

Fonte: Projeto, 2019.

Assim finalizamos a primeira etapa do projeto. Após a realização das duas visitas aos espaços culturais, onde os idosos tiveram a possibilidade de conhecer as ações desenvolvidas por esses espaços, partimos para a segunda etapa que foi a realização das oficinas artísticas culturais no asilo São Lázaro, ao qual tivemos a presença de Michele Pontes (Educativo do MAM) na realização de uma das oficinas.

4.2.2 Segunda etapa do Projeto – Realizações das oficinas no Asilo São Lázaro

4.2.2.1 Oficina de Mosaico

A oficina de Mosaico aconteceu no pátio do Asilo São Lázaro no dia 13 de maio de 2019 nos turnos matutino e vespertino e teve como orientadores os funcionários do Educativo do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), Michele Pontes e Diego Sales. A oficina foi ministrada para 11 idosos do asilo que aceitaram participar da atividade de maneira espontânea, sendo desenvolvidos 11 quadros A oficina aconteceu em duas etapas, divididas em um turno cada etapa.

As ações para a oficina começaram a ser realizadas as 08h30min com a minha chegada ao asilo com os materiais que seriam utilizados pelos participantes. Foi reservado para a oficina de mosaico o mesmo espaço em que aconteceu a oficina de Tingimento em tecidos. Foi montada uma grande mesa que pudesse acomodar todos os participantes. Nesse mesmo tempo os idosos já estavam presentes no pátio. Comecei então a conversar com os idosos e

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explicar que em instantes iríamos iniciar a oficina de mosaico. Alguns dos idosos se mostraram interessados, porém outros alegaram cansaço e informaram que não iriam participar. Alguns utilizaram do argumento de que estavam chateados e sem paciência para participar. Mesmo com o meu argumento de que a oficina seria uma oportunidade deles relaxarem a mente, os que não queriam participar mantiveram a decisão de não participação.

Por volta de 09h30min a equipe do Educativo do MAM chegou ao asilo. Fizemos mais uma tentativa de agregar mais pessoas para realizar a oficina com uma boa quantidade de idosos e conseguimos um total de 12 idosos participantes. Após reunir todos eles no local, a atividade se iniciou as 09h55min.

Realizamos a distribuição dos materiais aos participantes e após uma breve explicação do trabalho de mosaico e os seus fundamentos, os participantes foram orientados por Michele e Diego a como iniciarem o trabalho, começando pelo desenho, onde cada participante deveria escolher um desenho que desejaria transformar em mosaico posteriormente, treinando e aperfeiçoando as formas em uma folha de papel A4.

Figura 20 – Oficina de Mosaico- Etapa da construção dos desenhos

Fonte: Projeto, 2019.

Essa etapa durou aproximadamente 1 hora e em seguida já iniciamos a segunda fase da oficina. Os desenhos produzidos no papel A4 foram transferidos para placa de MDF que foi entregue aos participantes com tamanho de 30x30cm cada. Após a finalização dos desenhos nas placas, iniciamos o processo de mosaico, onde todos os idosos escolheram as cores que

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utilizariam em seus trabalhos. Por ser um processo mais demorado e que precisa ser feito com paciência, decidimos parar para o almoço quando deu 12h00min, justamente o horário que os idosos recebem a refeição de almoço no asilo. Com essa pausa, nós da equipe também fomos almoçar, dando assim um intervalo de 01h00min nas oficinas.

Figura 21 – Oficina de Mosaico – Etapa de colagem de azulejos

Fonte: Projeto, 2019.

Figura 22 – Oficina de Mosaico - Etapa de colagem de azulejos

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Após intervalo para o almoço, retomamos as atividades com os idosos às 13h30min para finalizar o processo de montagem dos azulejos nas placas de MDF e avançar para a terceira e ultima etapa da oficina. Em todas as etapas os idosos contaram com a assistência da equipe do MAM e a equipe do asilo compostas por uma assistente social e duas cuidadoras que foram escaladas para acompanharem essa atividade. Toda essa contribuição foi fundamental para estimular os trabalhos dos idosos, pois eles se sentiam motivados quando os trabalhos eram elogiados. Uma das idosas chegou a interromper a atividade pela metade, alegando cansaço para continuar. A assistente social mediou a situação e conversou com a idosa, levando-a para outra área do asilo, onde a mesma não se sentiu pressionada para concluir a oficina. Instantes depois a idosa retornou para finalizar a produção do seu trabalho por vontade própria.

Figura 23 – Oficina de mosaico – Trabalho em construção

Fonte: Projeto, 2019.

A terceira e ultima etapa da oficina de mosaico foi à aplicação da massa de rejunte nos quadros produzidos. A arte educadora Michele Pontes auxiliou nessa aplicação em todos os trabalhos construídos pelos idosos. Esse trabalho de acabamento deu um retoque final aos quadros que foram colocados em seguida para secar. A oficina foi finalizada às 16h00min e os idosos agradeceram o aprendizado que foi proposto para esse dia dentro do asilo.

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Figura 24 – Oficina de Mosaico – acabamento com rejunte

Fonte: Projeto, 2019.

Assim finalizamos a segunda etapa do nosso projeto com as realizações das oficinas artísticas culturais no asilo São Lázaro, transformando esse momento da vida desses idosos em aprendizado e memórias que cada um deles levará consigo.

As obras produzidas, tanto na oficina de Tingimento em tecidos como na oficina de mosaico, serão colocadas posteriormente num espaço expositivo do asilo para que os visitantes que costumam ir até o São Lázaro diariamente presenciem esses trabalhos que foram propostos e produzidos por eles, idosos, afirmando a sua capacidade de desempenhar e executar atividades propostas no seu cotidiano.

Figura 25 – Trabalhos de Mosaico construído pelos idosos do Asilo São Lázaro

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4.2.2.2 Oficina de Tingimento em tecidos

No dia 15 de maio de 2019 aconteceu das 09:00 as 12:30 a segunda oficina no asilo São Lázaro realizada pro projeto Motivação Cultural. A oficina de Tingimento em tecidos foi ministrada pelo ator e arte educador Luiz Buranga, integrante da Outra Companhia de Teatro, que desenvolve além do papel de ator a missão de compartilhar ensinamentos com as oficinas propostas pelo grupo. A oficina de tingimento proporcionou aos idosos participantes o aprendizado das técnicas utilizadas para de tingimento em tecidos, trabalhando com diversas cores e formas. A técnica ensinada foi a mesma utilizada para tingimento e envelhecimento de tecidos para a construção de figurinos teatrais, em especial para o figurino do espetáculo Gato-Corvo, onde Luiz Buranga assinou o figurino e cenografia em 2018 e utilizou todo esse conceito e técnica na construção do figurino dos atores.

A data para realização da oficina já estava agendada com a assistente social do asilo, Priscila, porém tivemos algumas dificuldades para concentrar um número de participantes para a oficina. O objetivo da oficina era proporcionar uma atividade de maneira espontânea e sem e obrigações. Sendo assim, foi instalado em determinada área do pátio do asilo o local para a oficina. Fomos conversando com os idosos sobre a oficina e convidando-os a principio para conhecer o trabalho de tingimento e posteriormente aprender como se faz. Estavam no pátio aproximadamente 30 idosos, porém apenas 09 mulheres aceitaram participar da oficina. Alguns deles passavam pelo local e olhavam. Alguns chegavam a sentar próxima a mesa em que estava sendo realizada a oficina, porém não quiseram participar efetivamente. Respeitamos a escolha dos que não quiseram participar, mas deixamos entendido que a qualquer momento eles poderiam participar, caso mudassem de idéia.

Figura 26- Início da Oficina de Tingimento em tecidos (parte teórica)

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Ao longo da manhã a oficina foi realizada sob o olhar atento da assistente social e da coordenação do projeto. As participantes da oficina se mostraram bastante interessadas e estavam a todo o momento interagindo com o Arte educador, Luiz Buranga. As criações artísticas que foram surgindo durante a oficina partiram da criatividade das idosas que atentas absorveram toda a técnica ensinada.

Figura 27 – Oficina de Tingimento de tecidos (parte prática)

Fonte: Projeto, 2019.

Figura 28 – Preparação para o tingimento de tecidos

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Figura 29 – Finalização do processo de tingimento de tecido

Fonte: Projeto, 2019.

Após a finalização de todo o procedimento de tingimento ensinado e colocado em prática pelos idosos, preparamos a fase final da oficina que foi a secagem do material produzido. Estendemos todo o material em um varal preparado especialmente para essa atividade. Cada idosa armazenou o seu trabalho no varal para secagem.

Figura 30 – Tecidos tingidos em processo de secagem

Referências

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