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Encantos e desencantos do relacionamento conjugal uma questão romântica ou sócio-cultural?

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(1)

UNIVERSIDADE

FEDERAL

DE SANTA

CATARINA

DEPARTAMENTO

DE

SERVIÇO

“ ›. ^_.-'‹. .

‹~c_ENTRo

sÓc1o-EcoNôM1co

i 4

ENCANTOS

E

DESENCANTOS

DO

RELACIONAMENTO

CONJU

GAL:

UMA

QUESTÃO ROMÂNTICA

OU

SÓCIO-

E

z -‹ ' as ' D Aprovado Pelo DSS Em.,1..2z./._1,z.L-/15.. ' 5 sr» *de 30l'VW° s°°la\ Y ' D

uma

do G§E_m,$c Í

CULTURAL?

` ' z<\

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Departamento de Serviço

Social, da Universidade Federal de Santa

Catarina, para obtenção do título de

Assistente Social. _

Denise

Luciano

(2)

que determina

quem

somos

e o que estamos nos tomando, mas. a maneira

com

que respondemos ao desafio.

Somos

combatentes, idealistas,

mas

plenamente conscientes, porque o ter

consciência não obriga a ter teoria sobre as

coisas. Só obriga a* sermos conscientes _

Problemas para vencer, liberdade para

provar. -

Enquanto acreditamos

em

nossos sonhos

nada será por acaso.”q

'

(3)

Dedico este trabalho aos

meus

pais, José

Luiz e Edenyr, que compaflilharam e

alimentaram

meus

ideais, que mantiveram-

se ao

meu

lado

em

todos os

momentos

da

minha

caminhada na Universidade.

A

eles dedico

minha

conquista,

com

a mais

(4)

-

À

Deus, pela inspiração de sua íntima voz, harmônica e

silenciosa, que há de pairar sobre os

homens

e se etemizar na justiça e no

amor, conduzindo nossos passos.

-

Aos meus

pais, José Luiz e Edenyr, que

com

muito

amor

me

incentivaram durante todo o curso.

-n

-

Aos meus

irmãos e cunhados, Luiz Carlos e

Jurema;

Rosi e

Mário; Djair, que compartilharam comigo minhas Vitórias.

Em

especial

ao Cláudio, que

me

acolheu

em

sua casa durante o período de estudo.

-

Aos meus

sobrinhos,

Murilo

e Maiara, pelo

amor

e carinho.

-

À

Marisa, pelo apoio e dedicação a

mim

dispensados no decorrer

do curso.

A

ela,

minha

gratidão e amizade. ,

` _

-

A

Ana, minha

supervisora durante o período de estágio, e hoje,

minha

grande amiga.

-

À

Arlete,

Tânia

e

Maria

Aparecida, Assistentes Sociais, pela

possibilidade de crescer profissionalmente fazendo estágio ao seu lado.

A

elas,

minha

admiração e carinho.

-

À

Marly

Venzon, que

com

paciência, confiança e ternura

(5)

junto

com

vocês, nossa linda amizade.

-

A

todas as

amigas

'da turma, especiahnente a

Carmine,

Daniella, Eleonora,

Ana

Cláudia e Rita pelos

momentos

alegres que

foram compartilhados. A

-

Ao

Grupo

PET/Serviço

Social pelo aprimoramento da

minha

formação profissional.

H

-

À

Ondina, que compartilhou comigo os

momentos

alegres vividos

no decorrer do curso. »

-

Aos

usuários, sujeitos sociais que tiveram

uma

grande

importância no processo de formação profissional.;

-

A

“todos” aqueles que ofereceram amor, estímulo e carinho

como

(6)

APRESENTAÇÃO

... _. 07

CAPÍTULO

I -

O

SERVIÇO

SOCLAL

E

O RELACIONAMENTO

CONJUGAL

1

A

1.1 -

O

Serviço Social nas Varas de Família ... ._ O9

1.2 -

Do

tradicional ao

modemo:

um

breve relato histórico do

relacionamento conjugal ... _. 14

CAPÍTULO

11 _

A

CONSTRUÇÃO

DA

nx/IAGEM

E

O

PODER

Do

MITO

NA

RELAÇÃO

CONJUGAL.

f

2.1 - Paradoxo do amor conjugal ... .. '21

2.1.1 -

A

síndrome do amor romântico ... .. 27

2.2 -

A

estruturação do imaginário e a criação do cônjuge

ideal ... _. 35

2.3 -

Os

mitos do encanto e do desencanto: a passagem da ilusão

à realidade da relação conjugal ... ... ._ 38

CONSIDERAÇÕES

FTNAIS

... .. 53

SUGESTÕES

... ._ só

(7)

APRESENTAÇÃO

O

Trabalho' de Conclusão de Curso ora apresentado

«É

aborda o tema “Encantos e desencantos do relacionamento conjugal:

uma

questão romântica ou sócio-cultural?”.

O

encanto será. tratado

como

a fase puramente

~

fantasiosa, onde destacamos o poder das idealizaçoes que cercam o laço

conjugal.

A

fase do desencanto se dá porque a realidade de

um

relacionamento conjugal acaba retirando a máscara de tais idealizações.

A

investigação originou-se a partir do estágio curricular

realizado no setor de Serviço Social das Varas de Família do

Fórum

de

Florianópolis, no período compreendido entre

março

de 1994 até julho de

1995. .

No

primeiro capítulo, situaremos a experiência realizada

junto ao setor de Serviço Social;

O

processo de investigação

que

desencadeou o presente trabalho,

como também

um

breve relato histórico do

relacionamento conjugal.

_

No

segundo capítulo, abordaremos a construção da

(8)
(9)

1.1 -

O

SERVIÇO

SOCIAL

NAS

VARAS

DE

FAMÍLIA

- Oesetor de Serviço Social das Varas de

Familia, local

onde desenvolvemos nossa prática de estágio curricular, foi implantado

em

1981, tendo

em

vista

um

grande

número

de pessoas que se dirigiam à

Instituição

com

problemas de

ordem

social.

1*

As

Varas de Família

têm

função sócio-jurídica,

ea

fnialidade básica de processar e resolver, através de julgamento, todo e

qualquer problema que envolva direito de família e sucessões.

O

assistente social que atua no âmbito jurídico, visa

proporcionar ao usuário a compreensão que o

mesmo

é

um

ser social e

como

tal,

tem

assegurado

uma

série de direitos. Neste sentido, o

profissional é muito mais que

um

mero

repassador dos direitos do usuário,

pois acaba contribuindo para a construção

da

noção de cidadania dos

sujeitos sociais.

A

realidade social vivenciada por grande

pane

da

sociedade brasileira, ou seja, por pessoas carentes de recursos é retratada

pelos usuários do setor de Serviço Social das Varas de Família,

uma

vez que

representam a parcela da população que é desrespeitada no acesso aos

direitos. sociais básicos,

como

saúde, educação e moradia."

Além

disso,

muitos dos usuários são desempregados ou

têm

subemprego. Estes são as

vítimas de

um

verdadeiro processo de marginalização, conseqüência de

um

sistema capitalista “selvagem”, que cada vez mais afasta as pessoas das

(10)

.

As

pessoas carentes procuram o setor de Serviço Social,

a fim de fazer valer o direito que lhes foram assegurados na Lei n° 1060, de

05 de fevereiro de 1950, que estabelece nonnas para a concessão de

assistência judiciária aos necessitados.

Cabe

ao assistente social, através de orientações e

esclarecimentos, refletir

com

o usuário a sua situação sócio-jurídica e juntos

procurarem altemativas para a solução das questões por eles apresentadas,

ou seja, o profissional deve conduzir a situação para que o

mesmo

compreenda sua realidade e desta fonna encontre subsídios para modificá-

la.

A

prática se dá via atendimento de público, de forma

individualizada ou atendimento às famílias.

As

situações mais freqüentes

que surgem são aquelas provenientes do .contexto familiar,

como

as

dificuldades no relacionamento conjugal,

não

pagamento de pensão

alimentícia, disputas pela guarda dos filhos, entre outros.

Em

muitos desses casos, o assistente social, através de

reflexões e orientações,

promove

um

acordo, evitando dessa forma

um

processo. Porém, muitas vezes, o litígio é inevitável. Nestes casos, é feito o

encaminhamento para a assistência judiciária gratuita (quando há falta de

condições fmanceiras das partes), através dos advogados que prestam este

serviço pela Defensoria Dativa do Estado.

Além

dos atendimentos de público, o assistente social das Varas de Família realiza estudos sociais

em

processos, que são

(11)

elaborados através de determinação judicial. Esses

tem

como

objetivo

subsidiar maiores informações a respeito do processo

em

questão,

bem

como

emissao de parecer do assistente social, para que através deste possa

ser

tomada

a melhor decisão acerca do processo.

Os

processos mais freqüentes

no

setor de Serviço Social

e dos quais realizam Estudos Sociais são: Guarda e Responsabilidade,

Busca

e Apreensão, Pensão Alimentícia, Separação Judicial,

Regulamentação de Visitas, Separação de Corpos, entre outros.

Dos

atendimentos feitos ao público,

um

fato

em

especial,

despertou-nos

uma

inquietação.

O

fato de muitos casais procurarem o setor,

com

problemas de relacionamento conjugal. Estes demonstravam que os

conflitos estavam rodeados por questões ligadas ao amor, .fantasias e

expectativas frustradas.

Os

usuários demonstravam que no início do relaciona-

mento

.conjugal “tudo era maravilhoso”.

Com

o tempo, “o sonho virou

pesadelo”. Essas expressões soararn para nós

como

um

alerta para o que

estava se passando no relacionamento, então, resolvemos denominar estes

fâÍOS COIIIO €IlCaIlÍOS 6 (ÍCSBIICEIIIÍOS.

Partindo destes pressupostos,

começamos

a questionar o

fun do laço conjugal. Para podermos compreender o seu

fm,

nos

reportamos a sua gênese, isto é, ao que as pessoas esperam de

um

relacionamento conjugal, o encanto .que este exerce sobre as pessoas e desta

forma compreendennos o

momento

do desencanto, que é o

fim

do laço conjugal.

(12)

Para efetuannos nossa pesquisa, seguimos tais questões norteadorasí

0 Qual a percepção do relacionamento conjugal das pessoas que procuram

o Serviço Social das Varas de Família do

Fórum

de Florianópolis?

z

0

Que

mitos são vivenciados no relacionamento conjugal?

0

Como

se processa o desencanto do relacionamento conjugal?

É

importante destacar que a pesquisa caracterizou-se

como

uma

pesquisa exploratória e a amostragem foi por acessibilidade. Por

isso, do universo de pessoas

com

problemas no relacionamento conjugal que

procuraram o setor, destacamos 25 pessoas que foram os sujeitos no

processo de investigação da prática.

Deste total,

40%

eram

homens

e

60%

mulheres; .sendo

que a maior parte destes tinham idade compreendida entre 22 e 42 anos.

Convém

ressaltar que

20%

destes, no caso, cinco

pessoas, não apresentaram expectativas diante de

um

relacionamento

conjugal.

A

preocupação e os sonhos dirigiam-se à satisfação profissional.

Mas

a grande maioria, os restantes

80%,

demonstrou o poder das

idealizações, que muitos deles, ou seja,

80%

não conseguiram realizar.

Queremos

deixar claro, neste momento, que a análise

(13)

uma

tentativa de reflexão sobre

uma

estrutura subjetiva que é cada pessoa

que vive

um

relacionamento conjugal e as questões que o cercam

(como

amor, imaginário, mito: componentes que

formam

o encanto e desencanto),

e o profissional que elabora o processo de intervenção nesta realidade.

Neste sentido, utilizaremos as falas dos usuários do setor

de Serviço Social das Varas de Família,

como

mediadores entre as questões'

(14)

' ,tw - _. 1.2 -

DO

TR_{\]DICIONAL

MODERNO:

UM

z ~ . iii

RELATO

HISTORICO

DO"R?1ÊLACIONAMENTO

CONJU

GAL

O

relacionamento conjugal, 'ao longo dos tempos, sofreu

alterações -em sua estrutura.

Advindo

do

modelo

patriarcal da Idade Média,

mudou com

o desaparecimento paulatino do* tradicional

em

direção

E

ao

queé

chamado

de modelo nuclear-modemo.

'

No

modelo patriarcal, o vínculo conjugal representava

não

somente

uma

união entre duas pessoas,

mas

entre as famílias de origem.

_

Neste sentido, as uniões

sedavam

por conveniênciae a intermediação das

farnílias dos noivos eram habituais.

A

mulher era tida

como

importante elemento âde. troca,

pois havia a associação entre casamento e dote da mulher.

Segundo

McFarlane (1990), o

fluxo

dos dotes pennitia o intercâmbio de riquezas

entre as camadas sociais, entre a cidade e o campo, entre comerciantes e

agricultores. Estes dados nos revelam o plano econômico .que articulava a

.

\`

união entre as famílias e que, de certa fonna, ditava as regras e condutas

-sócio-culturais.

Nesta' epoca, o laço conjugal* não era tratado apenas

como

vínculo econômico, -apesar que este tinha fundamental importância.

Havia

também

lum interesse

no

vínculo de. reprodução, pois os valores

(15)

No

modelo patriarcal,

como

o próprio

nome

diz, o poder

era exercido pelo patriarca (o pai, marido), sendo que este deveria cumprir

o papel de protetor e provedor.

À

mulher cabia o papel de

mãe

de fainilia,

um

ser frágil, emocional e intuitivo,

sem

contribuição nos segmentos civis e

políticos.

K

'

“A negação dos. direitos civis e

políticos à mulher, limitava portanto,

a

esfera de sua atuação.” (Saffioti,

1979167)

Porchat (1992), nos diz que estava defmido, nesta época,

que o

homem

era superior à mulher por ser mais racional, mais forte, por

isso detinha o controle da família e do poder das .decisões fmais..

A

Igreja, nesta época, dominava o sistema de

pensamento que era fundamentado na lei religiosa por ela defmido.

Como

uma

instituição que

impunha

os valores da sociedade, o laço conjugal

visava, acima de tudo, a parceria de corpo e espírito, reforçando os valores

como

pureza e virgindade para a mulher e virilidade para o

homem.

“O

componente fidelidade entre o

casal era exigido somente da mulher,

que deveria -manter-se

pura

e

também

para

garantir filhos legítimos ao marido.

(16)

A

dissolução do matrimônio era

impensada, pois ;a família patriarcal,

assimilava valores

da

Igreja Católica,

que contribuiu _

para

reforçar as

~ ~

relaçoes de

dominaçao

de

um

sexo

sobre o outro.” (Espíndola, 1995:l2)

1

'Podemos

perceber que o patriarcado acabava

legitimando certas condutas e estabelecia ao relacionamento conjugal a

fmalidade da

ordem

social e fortalecimentodo poder econômico.

ú

j

Com

o advento da Revolução Industrial e a diminuição

da influência patriarcal, 0 relacionamento conjugal passa a ter

uma

nova

conotação.

v

O

relacionamento conjugal

modemo

tem

sua base no

casamento burguês.

Do

ponto de vista histórico e sociológico, este

modelo

de__união teve sua origem

em

meados

do século XIX, identificando-se

com

a

família conjugal e nuclear urbana e sendo o ponto terminal da organização

patriarcal nas classes dominantes. Seu advento está ligado ao processo de

industrialização, urbanização e higienização.

Embora

seja denominado de casamento burguês, não

está limitado a esta classe; o que queremos dizer é que as camadas médio-

urbanas e mais baixas

também

sofreram suas influências.

“Diferentemente do casamento

na

(17)

mais e' a manutenção de propriedades,

bens ou interesses políticos. Casa-se

porque se tem interesses e `

gostos

iguais.

É

um

laço conjugal que tem

como

valores predominantes a escolha

~

do parceiro

por

amor, a gloríficaçao do

amor

materno,

a

visão da mulher

como

zz 'rainha do im» '_ ”

(Porchat,

1992108)

Este tipo de união privilegia a privacidade, a intimidade

e o conforto da família.

Assim

como

a respeitabilidade e a permanência

no

relacionamento conjugal.

O

casamento burguês manteve-se até a- primeira metade

do século

XX

e sofreu profundas modificações a partir dos anos 60,

~

prirrcipahnente

com

a difusao dos ideais feministas.

O

casamento burguês então, não manteve

um

padrão

1'

I i

vw

único e ainda está a se transfonnar.

O

padrao mantido até 1960 é

considerado

como

“tradicional” e posterior a este

marco

considera-se

como

“modemo”.

Neste sentido, Porchat (1992:1l2) mostra algumas diferenças ~

entre as formas de uniao que

acabam

clarifrcando as idéias sobre os

mesmos. '

1-

EXPECTAIIVAS -QUANTO

À

DURAÇÃO:

o_ casamento tradicional

tem

a indissolubilidade

como

premissa. Só a morte separa.

No

casamento

(18)

não der ceito, se separa.

Ainda

há os casais que apenas coabitam, estes são

denominados concubinos.

1

_ \ ' ~

2-

EXPECTATIVAS

QUANTO

A

INTTMIDADE

NA

RELAÇAO:

no ~

casamento tradicional, as relaçoes estão mais vinculadas a

desempenho

de

papéis.

A

intimidade emocional tende a não ser cobrada e

tampouco

a

harmonia sexual. .A mulher é

mãe

devotada, sacrificada e altamente

respeitada; não é exigido que seja

uma

amante eficaz.

O

que diz respeito a

sexo diz respeito aos

homensfio

casamento

modemo,

as reações estão

mais vinculadas a exigências emocionais, psicológicas e sexuais.

Exigem-

se intimidade e comunicação. Questiona-se o grau de satisfação obtido na

relação e a espécie de satisfação que se quer. V

3-

EXPECTATIVAS

QUANTQ

Às DIFERENÇAS

Dos

PAPÉIS

MASCULINOS

E

FEMININOS:

no

casamento tradicional, repete-se a

visão do pai

como

patriarca, protetor e provedor, e que a mulher é

um

ser

mferior./No casamento

modemo,

os papeis não estão mais rigidamente

defmidos.

Ambos

os cônjuges podem,

em

princípio, sustentar a casa e

cuidar dos filhos.

A

mulher não e' mais somente a rainha do lar e

mãe

de

família. Está definida a igualdade, e a interação do casal pode ser muito

competitiva,

embora

também

possa ser de colaboração e troca.

Agora

temos

uma

mulher, via de regra,

com

dupla

jomada

de traballio e

com

muitos conflitos-relativos à maternidade e ao lar, de

um

lado, e à realização

pessoal de outro.,

4-

EXPECTATIVAS

QUANTO AO

PROJETO

DE

VIDA:

no casamento

(19)

aos filhos.%\Io casamento.

modemo,

o projeto está

também

vinculado à

realização pessoal da mulher. '

~

A

forma do casamento burguês acaba fomentando os

novos valores dentro do relacionamento conjugal que, muitas vezes, são

reguladas pelos sentimentos, pelas imagens, pelos desejos, por mitos e por

(20)

cc

A

construçao

da

nmagem

~

(21)

2.1 -

PAIUXDOXO

DO

AMOR

CONIUGAL

_

O

amor

já serviu de base para muitas obras. Foi escrito

em

prosa e

em

verso, porém, pouco ou quase nada se escreveu sobre o

mesmo numa

academia, local do saber onde as questões subjetivas são

relegadas .a segundo plano.

Pode-se perceber, ao longo de nossa história, que os

~

poetas encontraram

no

amor.

uma

questao fundamental de seus trabalhos.

“Se para. os poetas falar sobre o

amor

ݎ

uma

dessas questões

fundamentais que de maneira explícita

se constitui

na

essência de suas obras,

para

os demais mortais escrever sobre

o

amor

é

como

se estivessem alterando

a ordem

natural das coisas. E; se

dentre os demais mortais .encontram-se

juristas, cientistas políticos e,

em menor

escala, filósofos, está aí

um

bom

motivo

para

serem ridicularizados, deplorados

e censurados

por

aqueles que

amam

(22)

Muitas pessoas não

vêem

com

bons olhos, ou melhor,

não consideram o

amor

como

um

assunto” 'aa ser abordado

em uma

universidade, local do saber onde prevalece a cientificidade. Aqueles que

ousam

enfrentar o

mundo

da ciência e estudam esse tema,

acabam

sendo, de

certa fonna, subjugados. *

“A mente sensata desacredita

I

enfaticamente no

poder

do amor.

. Parece-nos algo ilusório.

Chamamos

isso de auto-ilusão, ópio

da

mente das

pessoas,

uma

tolice idealista,

uma

ilusão não-cientiffica.

Somos

preconceituosos contra todas as teorias

que .tentam demonstrar 0

poder

do

amor

e de outras forças positivas

na

determinação do comportamento

humano

e

da

personalidade;

na

influência sobre a evolução biológica,

social, mental e moral; na influência no

direcionamento dos acontecimentos

históricos;

na formação

de instituições

sociais e

da

cultura.

Para

0 meio

instruído elas não são cpnvincentes

ou

cientificas e sim preconceituosas e

(23)

Não

há dúvidas que o

amor

é

um

assunto dificil de lidar,

porém, alguns autores que perceberam a importância de aprofundar os

estudos sobre o

mesmo,

deixaram de lado o preconceito e dedicaram

uma

partede seus estudos ao tema.

Neste sentido, citamos a importância do trabalho de

Borges Filho, que escreveu sobre o

amor

de Gramsci.

O

autor apresentou

um

outro lado da vida do italiano, sua subjetividade, ou seja, a luta contra a

solidão, contra a doença e ao desamor. Porém,

como

0 próprio Borges Filho

(19--) cita, “se tratando de Gramsci, este lado não está separado daquele

outro que o

tomou

o mais luminoso teórico da revolução socialista

no

Ocidente.” _

“Para Gramsci, o

amor

não

se

resumia apenas no aspecto metaĒsico,

deveria ser algo mais,

uma

colaboração

de obras,

uma

união de energias

para a

luta, além de

uma

questão de felicidade

mas

talvez a felicidade _ fosse

precisamente isso. ” (Borges Filho, 19--)

Como

vemos, Gramsci,

um

teórico marxista, não negou

a importância do

amor

nasrelações htunanas. Foi mais longe ao estudar

brevemente a psicanálise recém difundida na Alemanha, para que, através

desta, pudesse encontrar respostas aos problemas enfrentados por Júlia, que

(24)

,

O

que queremos deixar evidente ao apontannos

brevemente o que pensava Gramsci sobre o amor, é que não se pode duvidar

de sua importância para as relações humanas, principahnente para o Serviço

Social Forense que vive o cotidiano de sua prática

com

casais que enfrentam

problemas de relacionamento conjugal, pois “o

amor

é algo que todos

sabemos que necessitamos, algo que estamos procurando (...)”. (Buscaglia,

1972: 18) ›

,

Mas

o que é o amor?

l

O

conceito que cada pessoa

tem

do

amor

advém

da

maneira

como

se vê no

mundo

e da- sua relação

com

o

mesmo.

“O

amor- é

um

jogo onde se procura

enxergar as diferenças existentes entre

uma

pessoa e todas as demais.”

. (George Bernard

Shaw

apud J ablonski,

l99l:73)

“Há

pessoas que jamais se

apaixonariam se nunca tivessem ouvido

falar do amor.” (François de

La

Rochefoucauld apud J ablonski,

1991 :7 3)

“O amor

é constituído

por

um

tal

tecido. de paradoxos, e existe

em

tao

(25)

que é possível afirmar-se praticamente

qualquer coisa sobre ele e de

alguma

forma

estar certo. ”

(Hemy

Finck apud

J ablonski, 1991273)

“O

amor

é

quando

começamos

por

enganar

a

nós

mesmos

e terminamos

por

enganar a outra pessoa.” (Oscar

Wilde apud J ablonski, 1991173)

“Amar

significa entregar-se

sem

garantias, entregar-se completamente,

na

esperança de que nosso

amor

produza

amor

na

pessoa amada.

Amar

é ato de confiança, e qualquer pessoa

de

pouca

confiança será de

pouco

amor.” (Erich

Fromm

[S.l.: S.n., 19--] )

“Não

existe

amor

onde não existe

desejo.” (Gandhi apud Jablonski,

1991:74)

“Por ser exato o

amor

não

cabe

em

si..

Por

ser encantado, o

amor

revela-

se.

Por

ser amor, invade e

fim.

(26)

Embora

essas frases não consigam captar a essência do

~

sentimento

em

questao,

podem

servir para mostrar algumas facetas do amor.

Vários elementos

podem

ser detectados nessas afirmações, porém,

uma

despertou

em

nós

um

especial interesse, que é a idealização e que A.J.O., 23

anos, usuário do Serviço Social das Varas de Família e que está separado há

10 meses "muito

bem

descreve: “quando pensava

em

relacionamento

conjugal, eu ficava sonhando

com

uma

mulher

que fosse. companheira e

que, acima de tudo, sentisse muito

amor

por

mim.”

“A idealização é

um

processo

psíquico pelo qual a qualidade

eo

valor

de

um

objeto são levados à perfeição.

A

identificação

com

o objeto idealizado

contribui

para

a

formação

e

para

o

enriquecimento das

chamadas

instâncias ideais

da

pessoa (ego ideal,

ideal de ego). ” (Jablonski, 1991375)

A

idealização contribui para a fonnação de imagens,

como

por exemplo, do principe encantado e princesa encantada e acaba

sendo

um

dos componentes do encanto de

um

relacionamento. conjugal. V

O

encanto é a fase das paixões, dos sonhos, onde a fantasia

tem

um

papel

preponderante, pois é o sustentáculo de

um

ideal de

amor

romântico,

como

(27)

2.1.1 -

A

SÍNDROME

DO

AMOR

ROMÂNTICO

O

amor

romântico, segundo Johnson (1987), não é

apenas

uma

fonna de amor,

mas

e todo

um

conjunto psicológico,

uma

combinação de idéias, crenças, atitudes e experiências. Estas idéias,

freqüentemente contraditórias coexistem no nosso inconsciente e,

sem

que

percebamos,

dominam

nossos comportamentos e reações.

Além

de fazer parte de mecanismos psicológicos

inconscientes, o

amor

romântico acaba servindo de raiz sócio-cultural para o

romantismo vivido atuahnente,

uma

vez que o

mesmo

tem

se manifestado

ao longo de nossa história e teve sua origem no

amor

da corte na Provença

(França) do século XII.

“Essa sociedade produziu a tradição

intensamente '

romântica conhecida

COm0

6117201' C0l"ÍêS, quê' S6 lOl”l'l0u O

`

padrão para

os modelos ocidentais

posteriores do

amor

romântico.”

(Kreps, 1992271)

“Sob

a

influência de certas idéias

religiosas

da

época, o

amor

cortês

idealizava

um

relacionamento

'espiritual ”

entre

homens

e mulheres.

Havia

três características no

amor

. cortês e elas ajudarão

a

compreendê-lo.

ti'

l

ati,

(28)

Em

primeiro lugar, jamais deveria

existir

um

envolvimento sexual entre o

cavaleiro e sua dama.

O

relacionamento entre eles era de

natureza ideal, espiritual, e tinha

a

finalidade de elevá-los acima do nível

físico, grosseiro, levando-os a cultivar

sentimentos refinados e sutis.

A

segunda exigência do

amor

cortês era

que eles

não

se casassem

um

com

o

outro.

De

fato,

a

dama

geralmente era

~

casada

com

outro nobre, o que

nao

impedia o cavaleiro andante de a

adorar e servir, de torná-la alvo de seu

idealismo e de suas aspirações

espirituais.

O

que ele não podia era

manter

um

relacionamento

com

ela,

pois isto equivaleria a trata-la

como

uma

mulher mortal,

comum

e o

amor

cortês exigia que ele a tratasse

como

umadivindade,

como

um

símbolo do

eterno feminino e de sua

alma

feminina.

A

terceira exigência era que

ambos

mantivessem acesa a paixão ardendo

intimamente de desejo

um

pelo outro,

mas

que se esforçassem

para

espiritualizar esse desejo,

(29)

símbolos do`

mundo

arquétipo divino e

~

nuncareduzindo

a

paixao aos aspectos

comuns

do sexo ou do casamento.”

(Johnson, 1987271)

O

amor

cortês era vivido nas cortes feudais da

Europa

medieval e sustentava

uma

série de comportamentos da época,

como

o

amor, afmidade, devoção, experiência espiritual e beleza. Foi a fonte

inspiradora dos trovadores do século XII, que exaltavam o

amor

infeliz,

com

isso o

amor

cortês contribuiu para o surgimento do romantismo.

Segundo

Muszkat

(In Porchat, 1992), este tipo de

amor

expressava-se através de

práticas gentis e cavalheirescas de

um

jovem

para

com

uma

dama, a

quem

ele

amava

até à exaltação.

O

amor

cortês não permitia envolvimento sexual, era

apenas

um

ideal espiritual, por isso era oposto ao casamento. Penetrou

em

nossa cultura e

sem

que percebêssemos

mudou

nossas atitudes, sendo a

maneira pela qual os

homens

procuravam encontrar sua ahna.

As

pessoas

envolvidas pelo

amor

cortês idealizavam algo perfeito e divino, alguma

coisa que fosse maior que o

amor

carnal, chegando mais ao nível da

adoração. '

A

palavra romance e o nosso ideal romântico chegaram

até nós através dos romances literários, que foram a alavanca de impulsão

desse sentimento para a sociedade ocidental.

Dessa forma,

uma

nova possibilidade surge

no

(30)

romântico acaba idealizando

um

romance e

dominando

nossos

comportamentos. Sendo assim, acreditamos que o

amor

romântico

contribui para a fonnação do encanto

em

tomo

do relacionamento conjugal,

pois está pautado

numa

série de crenças que

acabam

em

veneração do

romance ideal.

i

~

Johnson (1987:l4l) nos diz que:

“O

nosso ideal de

romance

nos

ensina que precisamos procurar o

, êxtase máximo, descobrir o bosque

encantado pelo único meio que

conhecemos, nos apaixonando

O

amor

romântico, muitas vezes, nasce dentro das

pessoas, a partir das experiências observadas

em

livros, novelas e peças de

teatro, pois nestas situações o

amor

sempre triunfa e

no

final o herói e a

mocinha acabam

vivendo felizes para sempre. Constatamos,

em

nossa

investigação

com

os usuários do setor de Serviço Social, que esta situação

foi vivenciada por R.S.L., 28 anos, casada por 5 anos e separada há 10

meses: “quando eu era solteira, eu vivia sonhando

com

belos homens, que

muito

me

amassem

e tivessem muito carinho por

mim

(...). Esses sonhos

nasciam dentro de

mim,

pois assistia às novelas e lia os romances, então

ficava imaginando que na vida real iria acontecer o

mesmo.”

“Esse mito é tão poderoso, porque é

construído .a partir de imagens simples

(31)

1

sobre nós

sem

que tenhamos

consciência disso.

O

mundo

do mito é

aquele no qual os atos são retratados

nos limites concebidos do desejo

humano

ou

próximo

deles.

É

um

mundo

de arquétipos, de imagens

típicas ou recorrentes que ressoam

profunda-mente dentro de nós. Esses

arqué tipos

atuam

através de

~

associaçoes inconscientes.” (Kreps,

l992:84)

Os

arquétipos são. “formas de pensamento universal

(idéia) que contém

uma

grande parte de emoção. Essa forma de

pensamento cria imagens ou visões que correspondem a alguns aspectos da

situação consciente.,

É

um

depósito permanente de

uma

experiência que foi

constantemente repetida durante muitas gerações”. Ulall e Lindzey,

1984190)

Q

Para entendermos melhor o poder do

amor

romântico e

como

os arquétipos atuam

em

nosso inconsciente e se relacionam

com

a

nossa idéia de amor, e

também

para apontarmos a força dos traços culturais,

citaremos-um conto de fadas que fez parte da infância de muitas pessoas:

“A

Bela Adormecida”.

Para Kreps (l992:77), os principais elementos que

(32)

0 “o lvilãoz

uma

mulher velha,

com

poderes mágicos;

0 0 ajudante:

uma

mulher

jovem

com

poderes mágicos;

0 a princesa: vítima da vilã,

uma

linda

jovem

que adonnece;

'

0 - seu pai: o protetor; ›

.

0 o herói:

um

valoroso príncipe, que

tem

êxito e se

toma

seu

novo

protetor.”

Neste conto de fadas, a princesa é a própria

representação do padrão de perfeição, pois é jovem, linda

como

um

anjo e

delicada.

No

final, quando é acordada, encontraseu principe encantado que

veio para salvá-la e declara todo o seu amor.

Transpondo esse conto de fadas, para a vida real,

verificamos que o

mesmo

acontece

com

as pessoas.

Quando

estão

vivenciando

um

romance, -tendem a idealizá-lo,

sonham

encontrar

um

companheiro maravilhoso e que juntos serão felizes para sempre.

Identificamos este fato no relato de M.L., 34 anos, que está'

em

processo de

separação judicial: “Sempre imaginei que

um

relacionamento conjugal era

uma

coisa maravilhosa,

com

muitos filhos e que todos viveriam na mais

,i .

perfeita união” .

.

A

continuidade

do

amor

romântico se dá pela passagem

dos arquétipos para os esteriótipos.

“Um

estereótipo é

uma

forma padrão

invaríável ~

que não tem

(33)

individualidade,

como

se fosse tirado de

i

um

molde.” (Kreps, l992:80)

A

busca do.

amor

verdadeiro acaba criando

um

estereótipo de

homem

e mulher perfeitos e leva as pessoas. a procurarem

incansavehnente por seu par ideal, ou seja,

acabam

buscando

um

companheiro que preencha suas expectativas. ~

~

Confonne

o depoimento de C.R.G., 26 anos, separada há

dois anos, “o

homem

dos

meus

sonhos era carinhoso, bonito,

com

um

bom

emprego,.um

homem

quase perfeito, que fosse companheiro e amigo na

alegria e na tristeza”. «

Nossa

cultura ensina que os

homens

e as mulheres

têm

um

papel a desempenhar, onde

um

faz parte das fantasias e desejos do

outro, além disso, faz

com

que haja

um

processo de “encantamento”, ou

seja,

acabam

relacionando-se

com

sua própria projeção.

Na

verdade, é

uma

fantasia que só pode ser vivida interionnente e é isso que muitaspessoas

acabam-fazendo ao criarem as expectativas

em

tomo

de

um

relacionamento

conjugal. _

“O mundo

físico é verdadeiro e real,

o

mundo

interior

também

é verdadeiro

e real, é

quando

os confundimos,

`

quando não

conseguimqs viver o

mundo

interior

como

`

símbolo,

quando

tentamos localizlá-lo

em

pessoas de.

(34)

ilusório é criado.

O

mundo

ilusório é o

mundo

projetado, que assim distorce

tanto o interior quanto ol exterior, de

maneira

que

não conseguimos enxergar

nenhum

deles tal

como

é. ” (Johnson,

19871215) '

~

Nosso

inconsciente acaba criando expectativas tao

alucinantes que

nem

sempre a realidade

toma

possível a realização dos

mesmos,

por isso muitos relacionamentos conjugais

acabam

sendo apenas

uma

vivência imaginária,

como

veremos a seguir, e se não forem vividos,

trazem frustrações e angústias que são ingredientes que ajudam a formar o

desencanto

em

tomo

da vida conjugal. '

(35)

2.2

-AESTRUTURAÇÃO

Do

IMAGINÁRIO

E

A

CRIAÇÃO

Do

CÔNJUGE

IDEAL

~ \

De

que falamos até agora senão _da força do imaginário

sobre o desejo e sonhos das pessoas? Neste sentido,

vamos

colocar o

imaginário

como

um

outro fator que atua

no

inconsciente e faz

com

que as

pessoas criem o encanto

em

tomo

do relacionamento conjugal.

“O

imaginário - ou o

campo

~

imaginário - constitui se pela criaçao

imaginativa,

como

um

mundo

que se

~

opoe ou se substitui ao

mundo

da

realidade perceptiva sem, no entanto,

atingir

um

nível. delirante. ” (Pieron,

1987 :277)

I

A

estruturação. do imaginário e, para o sujeito,

um

processo inconsciente e abre caminho para o sonho e para o desejo.

O

sonho é a manifestação do.

mundo

dos desejos e

freqüentemente expressam necessidades e desejos inconscientes, profundos,

aqueles que não conseguimos reconhecer conscientemente.

“O

sonho retrata

a

situação interna

do sonhador, cuja verdade e realidade

0 consciente reluta

em

aceitar

ou não

aceita de todo (...)¬ o sonho é

a

(36)

expressão de

um

processo psíquico

'

inconsciente, alheio

a

vontade e longe

do controle

da

consciência. Esse sonho

representa

a

verdade e

a

realidade

'

~ ))

interior, exatamente

como

eles sao.

(Jung, l990:l4)

O

conteúdo de

um

sonho acaba revelando o desejo de

tuna pessoa.

No

que se refere a

um

relacionamento conjugal, este acaba

sendo o reflexo do conteúdo imagináriona vida dessas pessoas, onde os

desejos inconscientes que fazem parte dos sonhos,

tomam-se

0 referencial

para a vida real 'e para a idealização do relacionamento encantado,

como

nos

mostra o depoimento de S.C.N., 38 anos, que procurou o Serviço Social

pedindo

um

auxílio para resolver os problemas

com

o marido, “imaginava

que

um

relacionamento fosse “as mil maravilhas°(. ..)”.

O

conteúdo simbólico do inconsciente acaba vindo à

~

tona, ou seja, sao projetados para a vida real,

como

um

sonho a ser

concretizado.

- Warat

(1990), nos diz que é difícil distinguir realidade e

sonho

sem

criar mitos, pois os sonhos são

um

fiel espelho de nossos

escurecidos objetos de desejo.

~

Pensando dessa fonna,

somos

levados, através de nosso

imaginário sonhador, a criar os mitos

em

tomo

do relacionamento conjugal

(37)

o encanto

em

tomo

do

mesmo

e que se não forem concretizados,

podem

'‹

(38)

2 3

OS

MITOS

DO ENCANTO

E

DO

DESENCANTO:

A

PASSAGEM

DA

1LUsÃo

À

REALIDADE

DA

RELAÇÃO

CONJUGAL

“Eu

sonhava encontrar

uma

pessoa

que

me

amasse e respeitasse e que este

sentimento fosse reczproco. Juntos

iríamos trabalhar

para

adquirir bens

materiais. Nesses sonhos as diferenças

seriam controladas e

a

vida -seria só de

amor,

sem

brigas e ressentimentos,

mas

a

vida a dois mostrou-me que

nem

sempre a realidade é igual ao sonho.

De

repente 'vi

meu

castelo

desmoronando

e o que restou foi

desencanto, que virou brigas e

separação.

Meu

companheiro

não

conseguiu ser o príncipe que imaginei

que fosse,

mas

continuo acreditando

nos

meus

sonhos, pois preciso deles

para

encarar a realidade.” (R.S., 28

anos, ex-prostituta)

Este e

um

relato que retrata a construção do encanto e o

(39)

Os

mitos, além de fazerem parte de

mn

componente

romântico do encanto do laço conjugal, são de certa forma

uma

tradição

sócio-cultural que

acabam

sendo repassados de geração a geração.

Os

mitos são trazidos conosco, são mensagens

gravadas

em

nosso inconsciente e que

moldam

nosso comportamento

diante de

um

relacionamento conjugal e nos levam a criação de

expectativas sobre os

rumos

que nossa vida está tomando. Essas

mensagens inconscientes

acabam

contribuindo para criação dos mitos

conjugais e são reflexo de toda a existência do indivíduo, ou seja, da vida

em

família, do relacionamento

com

os pais, dos livros que lemos, dos

meios de comunicação,

enfim,

das influências extemas, que são a fonte da formação do inconsciente coletivo, que segundo Hall e Lindzey (l984:89):

, '

_

“E

o resíduo psíquico

da

evolução

,mí

do

homem,

um

resíduo que

acumulou

em

conseqüência de experiências

repetidas durante várias gerações

(...).

É

o alicerce racional herdado de

toda

a

estrutura

da

personalidade.

Tudo aquilo que

uma

pessoa aprende

pela experiência recebe influência

substancial do inconsciente coletivo,

~

que exerce

uma

açao orientadora ou

seletiva sobre o comportamento desde

o início

da

vida. ”

(40)

Como

acabamos de ver, os mitos são fontes do

encantamento,

mas

a não confirmação dos

mesmos

pode acarretar

numa

serie de frustrações e desencantamentos. '

f

Grande parte dos casais que irivestigamos

em

nossa

pesquisa tiveram boas razões para viver

um

relacionamento conjugal.

Cada

. 9~ .

um

considerava o outro

como

um

ser maravilhoso e esperava achar isto

sempre. Qualquer que tenha sidb o nível de maturidade, quando passaram a

viver juntos, a maioria to fez porque encontrou alguém importante e

significativo, que quis entrelaçar suas vidas e depositar suas expectativas.

Viveram

um

relacionamento conjugal, experimentando

um

encantador sentimento de acolhimento. Acreditavam que as diferenças.

pessoais seriam logo resolvidas e que a união seria livre de con'Ílitos e

decepções, pois o

amor

seria forte o suficiënfe' para superar qualquer

obstáculo mantendo, desta forma, a paixão e a vitalidade do relacionamento.

Com

o passar do tempo, a realidade

começou

a se

intrometerfibrutahriente na fantasia e junto a isso

começou

a ficar evidente

~

que certas expectativas nao se confirmaram.

Depois de muitas lutas para manter o encanto de

um

laço

conjugal vivo, chegou o

momento

em

que a realidade foi mais forte, e

acabou revelando sua verdad'e¬ir‹a×fa_ce, desta forma, não houve mais espaço

(41)

Restou-lhes o espaço das Varas de Família

como

alternativa para reflexão

~

e, muitas vezes, soluçao para a situação conflitante.

A

fase puramente fantasiosa cede espaço ao

desencanto.

Ao

cair a máscara do sonho, o que

fica

é a realidade.

V “Para muitos

casais, o desencanto

permanece

em

segredo

bem

V disfarçado agindo de

forma

subterrânea. _

Na

superfície o

relacionamento conjugal prossegue -

bons momentos,

maus

momentos.

Os

desapontamentos que

homens

e

mulheres

podem

sentir são expressos

em

momentos

de raiva, ressentimento

e queixas repetitivas sobre as

mesmas

cansativas discussões.

Para

outros,

uma

espécie de desistência,

uma

resignação que se reflete

em

tristeza e

até

mesmo em

depressão.” (Kinder e

Cowan,

1990120)

Destacamos, para melhor compreensão do exposto, o

depoimento de A.M.E., 42 anos, separada há 1 ano, diz que “é dificil

aceitar que

um

relacionamento chegou ao fim,

sem

ajuda é complicado,

pois o que existe é

uma

grande sensação de fracasso, e

uma

falta de

(42)

revoltante, no início, pois parece que não conseguimos o que queríamos,

fomos derrotados pela realidade”. '

V

Mas

chega o

momento

de nos confrontarmos

com

as

expectativas irreais e

começarmos

a ver as diferenças entre as imagens que

constmirmos do outro e seus lados obscuros e cotidianos.

A

história da humanidade e a influência da

mesma

em

nossas vidas, levou-nos a acreditar que o

amor

sobrevive a qualquer

dificuldade. Este tipo de amor, promovido pelo

amor

romântico, baseia-se

em

abstrações.

De

repente todas essas representações

caem

por terra,

ou

seja, tira-se o véu do imaginário de

um

relacionamento conjugal. t

_

Rougemont

(1988) diz que o desejo perde seu controle

absoluto sobre nós no

momento

em

que deixamos de endeusá-lo, então, o

encanto acaba se quebrando.

O

desencanto acontece porque o dia-a-dia do relaciona-

mento

conjugal trouxe

um

mundo

real para perto das pessoas, ou seja, as

projeções, as idealizações, os mitos se depararam

com

a realidade

com

o

cônjuge alcoolizado, a* falta de dinheiro, a infidelidade,

as violência, o

desemprego e todas as mazelas a que estão sujeitos os casais no convívio cotidiano.

O

efeito final é ainda mais frustrante, pois se desfaz o

mito' e junto

com

ele, a expectativa de ter encontrado o príncipe

encantado; somos devolvidos à dimensão certa da realidade.

(43)

Neste sentido, apresentaremos alguns mitos levantados

por Kinder e

Cowan

(1990) que contribuem para a formação do encanto

do relacionamento conjugal e que se não foram confirmados no cotidiano,

podem

levar ao desencanto.

MITO

1: o relacionamento conjugal vai fazê-lo sentir-

se completo e inteiro. '

“Este mito é 0 mais corriqueiro no

relacionamento conjugal.

Não

importa

quão

saudável emocional-

mente sejamos, muitos de nós acalentam

a

fantasia secreta

em

grande parte inconsciente de que o

laço conjugal nos tornará seguros,

inteiros e completos, de

uma

maneira

tal que, solteiros, jamais

conseguiríamos. ” (1990:27) _

Idealizamos que

um

relacionamento conjugal fará

com

que da união de duas pessoas surja

uma

fusão, ou seja, que juntos serão

uma

só pessoa e que

um

completará o outro, formando apenas

um

coração.

Identificamos esse sentimento no relato de K.P.R., 27

anos, que vive o segundo relacionamento conjugal.

“Eu

tive

uma

infância

(44)

carinhoso e amigo, que

me

compreenderia

em

qualquer situação e eu a ele,

ou seja,

um

completaria o outro.”

Porém,

nem

sempre o laço conjugal pode ser a fonte

para satisfazer nossos desejos de

amor

e contatos

humanos

mais íntimos.

Muitas pessoas, ao viverem

um

relacionamento

conjugal, descobrem que a idéia de plenitude faz parte de

uma

fantasia.

Aos

poucos vão percebendo que cada indivíduo

tem

sua subjetividade e

descobrem que o laço conjugal não é a solução para os problemas de

confiança *e auto-estima. Este tipo de relação pode confundir insatisfação

pessoal

com

fracasso

no

relacionamento conjugal,

como

nos mostra

A.M.E., 42 anos.

“Eu

não

me

sentia recompensada afetivamente. Faltou

amizade e

também

uma

relação de confiança.

O

desencantamento maior

foi

quando

percebi que o que eu esperava de afeto não existia (...).”

MITO

2: o seu parceiro pode

mudar

se ele realmente o

ama.

“Somos

levados

a

crer que

a

mudança, até

mesmo uma

radical

_ modificação do vínculo conjugal é

totalmente possível.

O

pressuposto

subjacente é que se o seu parceiro

realmente 0 ama, fará esforços

hercúleos

para

caber

na forma

exata

(45)

Sem

que percebamos, acabamos reproduzindo a idéia que as

mudanças

de atitude e comportamento são fáceis de ocorrer, mas, às

vezes, acabamos esquecendo que

nem

sempre isto é válido, pois

um

companheiro pode querer mudar, e isto toma-se

uma

dolorosa tarefa.

Muitos dos traços da nossa personalidade foram desenvolvidos

como

meios

de nos proteger de danos psicológicos, por mais que tentamos modificá-los,

inconscientemente ainda precisamos dele.

A.M.E, 42 anos, disse-nos a este respeito:

“com

a ajuda

da psicanálise compreendi que o outro não

modifica

em

função da gente.

Nós

é que temos que tomar atitudes quando as coisas nãoestão bem.

pessoas que não

têm

condições de mudar, pois existem bloqueios tais que

não

conseguem

enxergar os problemas, isto é,

uma

máscara de auto-defesa.

pessoas que

têm

que reconheceros problemas para conseguir

mudar

e,

muitas vezes, precisamos do auxílio de

um

especialista.”

MITO

3: se vocês realmente se

amam,

o romance deve

continuar a florescer.

“Os

sentimentos românticos e o

amor

estão ligados e no entanto são estados

psicológicos da mente muito diferentes.

O

romance

é caracterizado

por

momentos

de rara intimidade, êxtase,

desejo e idealizaçao.

Percebemos

que

(46)

gêmeas.

Nos

estágios iniciais de

qualquer relacionainento,

procuramos

aquele sentimento gostoso de excitação

e fascinação, aquele intensificado

desejo de vida.

Mesmo

assim,

uma

verdade básica semi_-oculta: o

romance

é baseado mais

na

fantasia do que

na

realidade. Ele tem mais

a

ver

com

o

que projetamos, é baseado

em

mistérios, fantasias, esperanças e

desejos. Os-defeitos são minimizados e

as virtudes exageradas. ” (l990:32)

Voltamos a nos deparar

com

o

amor

idealizado, onde

depositam

no

companheiro todas as suas expectativas, sendo a maneira de

materializá-las.

V `

Nem

sempre 0 companheiro consegue correspondê-las e,

para o idealizador essa pessoa 'que até então era

um

príncipe encantado

acaba se

tomando

um

ser real,

com

defeitos e qualidades que

nem

sempre

estamos totahnente preparados para aceitar. '

A

.

E.M.R., 33 anos, que não se separou judicialmente para

não afastar a filha do pai: “Imaginava que o

homem

da

minha

vida fosse

carinhoso comigo, que seria

um

ótimo pai para os nossos filhos, que fosse

honesto e trabalhador. Só que o N., 40 anos, não é nada daquilo que

(47)

filhos.

Como

pude

me

enganar tanto

com

ele?

Eu

amava

aquele

homem

e

imaginava que se ele

me

amasse todos os problemas se resolveriam, pois o

amor

é

um

sentimento forte que une as pessoas até nos

momentos

mais

dificeis.”

l\/HTO 4: seu parceiro deve compreender você.

“Há

uma

suposição a respeito do

amor

que leva a mais dificuldades no

relacionamento. conjugal do que

qualquer outra, é

a

noção de que

quando

alguém

ama

você, ele irá quase

que intuitivamente compreendê-lo. ”

(l990:33)

Os

casais

costumam

afmnar que no início do

relacionamento

um

companheiro sabe exatamente o que o outro está

pensando.

Há uma

química tão intensa entre eles que as palavras

tomam-se

desnecessárias.

A

convivência leva-os a

um

conhecimento profundo que, às

vezes, conseguem adivinhar os pensamentos. Isso mostra que os casais

têm

a expectativa que

um

deve conhecer muito

bem

o outro, saber o que faz o

outro sentir-se

bem

e o que pode magoá-lo.

Para D.P.M., 27 anos, casado há 4 anos,

nem

sempre isto

acontece. “(...)

minha

mulher não consegue perceber que eu sinto falta de

reconhecimento, de elogios. Estou cansado de trabalhar, de fazer as coisas e

não ser reconhecido. Para ela isso não

tem

importância,

mas

eu preciso

(48)

Esta situação demonstra que

nem

sempre o companheiro

consegue adivinhar os pensamentos, pois muitos casais

têm

uma

lista

,›

crescente de sentimentos, necessidades e preocupações que ha muito

tempo

deixaram de verbalizar, supondo serem óbvios.

Acabam

esquecendo que,

às vezes,

as

pessoas precisam ouvir palavras que

possam

apaziguar suas

dúvidas e inseguranças. Então, à

medida

que o

tempo

passa, vai

aumentando a incompreensão e o desencanto. V

MITO

5: as diferenças

devem

ser negociadas.

“Homens

e mulheres freqüentemente

temem

diferenças de estilo e de valores,

eles são levados

a

acreditar que o

amor

~

e similares sao

a

mesma

coisa.

O

medo

das diferenças existe

em

todos os

níveis do comportamento humano.,

É

como

se elas

ameaçassem

apenas,

porque, às vezes, nos deixaram

desconfortáveis. Se as pessoas são

diferentes, não temos certeza se. irão

nos entender, ou gostar de nós.”

(1

99036)

*

_

O

medo

das diferenças é o resultado do

medo

da solidão

que esta pode ocasionar, ou seja, as pessoas idealizam que

em

um

ambiente

(49)

não correm o risco de

uma

provável separação, que para muitos é sinônimo

~

de solidao.

«L

A

negociação das diferenças passa a ser

uma

máscara

para ansiedades

mal

resolvidas ou lutas pelo poder entre

um

homem

e

uma

mulher.

Para, M.C.L., 40 anos, professora da la série, casada há

20 anos: “as pessoas

com

temperamentos e valores diferentes

têm

tudo para

não serem felizes no relacionamento conjugal, é

uma

luta travada'

com

as diferenças individuais.”

MITO

6 :

num bom

relacionamento conjugal os

companheiros

têm

sonhos e objetivos idênticos.

“A fantasia

da

fusão perpassa do

princípio ao

fim

a

_maíoria' dos

relacionamentos conjugais (...). ”

(l990:38) '

Com

essa visão de sonhos e objetivos idênticos, as

pessoas

imaginam

garantir

uma

simbiose no relacionamento, o que

contribuirá para que o

mesmo

seja etemo e feliz.

Para V.L.C., 25 anos, está separado,

mas

quer

reconciliar-se

com

a. mulher: “quando a gente vive

um

relacionamento

(50)

que não deixa de ser totahnente

uma

verdade,

mas

nem

sempre isso

acontece, pois cada

um

tem

o direito de ter seus próprios sonhos.”

Mas nem

sempre. as pessoas estão preparadas para

respeitarem a subjetividade do outro, ou seja, para que além dos sonhos

em

comum,

que o companheiro se realize enquanto individuo.

MITO

7 :

um

relacionamento conjugal para ser saudável.

deve ser estável.

“Todos nós desejamos

um

certo grau de

estabilidade

na

vida; de outro

modo,

haveria muita incerteza e ansiedade

sobre o desconhecido.

Uma

das razões

porque

casamos

é proporcionar

um

contexto ou estrutura que nos faça

sentir seguros. 'Eu queria

me

estabelecer' é a razão

dada

por

muitos

que optam

por

um

relacionamento

conjugal, que

para

muitos é

uma

espécie de refúgio das dificuldades

da

vida

numa

sociedade complexa e

crescentemente incerta. ” ( 1990140)

Uma

vida segura é o que muitos esperam quando

pensam

em

relacionamento conjugal.

Algumas

pessoas assim idealizam,

(51)

pais, padrastos ou avós, outros, porque terão

uma

vida tranqüila,

sem

muitas

surpresas, o que se traduz

como

o

medo

do novo.

R.R.V., 52 anos; “na casa de

meus

pais a vida era

uma

loucura. Havia brigas, violência .e bebida.

Não

queria isso para

mim.

Então, aos 17 anos, conheci E. que

me

prometeu muito

amor

e carinho, aí

acabei fugindo de casa.”

- ›-

O

relacionamento conjugal é

um

empreendimento sujeito

a sucessos e fracassos e, às vezes, toma-se

um

“zig-zag” emocional, isto é, o

ambiente conjugal acaba sendo permeado por

momentos

de extrema

felicidade; e outros, de brigas. Neste contexto, os problemas advindos do

relacionamento familiar anterior ao laço conjugal _ acabam,

inconscientemente, sendo refletidos no relacionamento conjugal.

`

Desse modo, a insegurança que este acarreta repete a insegurança vivida

anteriormente tornando insuportável a convivência do casal.

'

Esses mitos que foram explorados,

acabam

criando a

~

representaçao do relacionamento conjugal, que reflete na idealização de

um

companheiro maravilhoso que o compreenderá

em

qualquer situação, pois o

amor

vence qualquer batalha. Se seguirem algumas “regrinhas” serão

felizes para sempre.

Porém, muitas vezes, os mitos. deixam suas máscaras

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