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Clinical Update. Restauração com Resina Composta de Dentes Anteriores Fraturados Relato de Caso Clínico. Procedimento Restaurador

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Academic year: 2021

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Restauração com Resina Composta

de Dentes Anteriores Fraturados

Relato de Caso Clínico

Dr Saul Antunes Neto

Desde o surgimento das resinas compostas, das técnicas de condicionamento ácido, das estruturas dentárias e dos sistemas de união à dentina e ao esmalte, a resolução estética de casos de fraturas dentais tornou-se procedi-mento conservador com a obtenção de resultados estéti-cos altamente satisfatórios.

Vamos descrever um caso clínico onde foi empregado téc-nica adesiva direta para a resolução de fraturas coronári-as de dois dentes superiores anteriores.

A paciente do sexo feminino, 15 anos, sofreu acidente automobilístico no qual ocorreu fratura mandibular que iniciou-se na região do 43, percorreu a sínfise mentoni-ana e finalizou-se na região do 33, ocasionando a perda do elemento dental 32 e fratura do condilo mandibular esquerdo (fig. 1).

Após o término do tratamento cirúrgico, a paciente apre-sentou-se em nosso consultório para que fosse iniciado o tratamento de recuperação estética do sorriso (fig. 2).

Realizando a anamnese, exame clínico e radiográfico e a con-fecção de modelos de gesso para estudo, iniciou-se o plane-jamento do tratamento clínico. Foi feita uma moldagem com Jeltrate Chromatic e vazado um modelo de gesso com gesso Durone tipo IV. Sobre o modelo de gesso para estudo foi realizado o enceramento diagnóstico e a confecção de uma muralha em silicone “Silon IP” (figs. 3 e 4), que serviu como guia para a reconstrução da face palatina , facilitando assim a obtenção da curvatura palatina, guia anterior e minimizando a necessidade de acabamento nesta área.

O elemento dental 11 apresentava comprometimento pul-par, sendo indicado o tratamento endodôntico prévio à reconstrução dental. O mesmo foi realizado utilizando-se instrumentação rotatória do conduto radicular e ob-turação do conduto com cones de gutapercha e cimen-to endodôntico a base de resina epóxica flexível con-tendo tungstato de cálcio AH-Plus (fig. 5).

Através do exame clínico da paciente observou-se uma discreta vestibularização do dente 11, sendo que a pacien-te relata que os bordos incisais eram alinhados e por esse motivo não se optou pela execução de nenhum tipo de movimentação ortodôntica para o realinhamento dental. Após esta fase de preparação prévia iniciou-se o trata-mento restaurador propriamente dito.

Procedimento Restaurador

- Execução de profilaxia dental com Pasta Profilática Nu-pro de granulação fina;

- Aferição da tomada de cor que já havia sido previamen-te tomada nas duas primeiras consultas;

- Confecção do mapa das cores a serem utilizadas; - Marcação de detalhes de anatomia interna e externa dos dentes vizinhos.

Fig. 5 Fig. 4 Fig. 3

Fig. 2 Fig. 1

(2)

Foi realizado o isolamento absoluto dos dentes anterio-res, de modo que fosse possível a observação dos den-tes vizinhos para melhor harmonização da restauração, além do afastamento dos tecidos bucais, facilitando os procedimentos restauradores.

A partir do exame radiográfico prévio, foi realizada a de-sobstrução parcial do tratamento endodôntico previa-mente realizado e o preparo intra-canal para o recebimen-to de pino estético em fibra de vidro (fig. 6).

Previamente à cimentação do pino, foi realizado o condi-cionamento ácido do conduto com ácido fosfórico a 37% pelo período de 15 segundos, lavagem e eliminação dos excessos de umidade com pontas de papel absorvente. Optou-se pela utilização de um sistema adesivo com presa dual, o que é possível através da utilização de igual quanti-dade de Prime & Bond NT misturado à Self Cure Activator. A mistura foi realizada no interior de um pote Dappen plás-tico e aplicado no interior do conduto radicular preparado com o auxílio de um micro-brush, deixando a mistura umede-cer completamente toda a dentina intra-radicular ácido pre-parada por 20 a 30 segundos; eliminou-se os excessos com uma ponta de papel absorvente, sendo realizada a fotopoli-merização do sistema adesivo por 20 segundos.

Para a cimentação foi escolhido o Cimento Resinoso Enfor-ce com Flúor, devido à sua baixa viscosidade, possibilidade seleção de cores e sua presa dual, o que garante que o cimento tenha tomado presa mesmo nas partes mais pro-fundas dos condutos radiculares, onde não há a possibili-dade de se obter a polimerização através de luz (figs. 7 e 8). Uma vez cimentado o pino estético, realizou-se o corte do mesmo para não interferir na construção da restaura-ção. Foi realizado o acabamento dos ângulos cavo-su-perficiais, confeccionando-se um bisel curto com ± 2 mm de extensão nas margens de esmalte, o que permite obter uma superfície mais reativa ao condicionamento ácido, favorecendo a obtenção de uma união mais intensa entre o material restaurador e a estrutura dental.

O condicionamento ácido do esmalte dental foi feito por 15 segundos (fig. 9), seguido pelo condicionamento ácido da dentina e do esmalte por mais 15 segundos (fig.10), o que permite obter uma superfície adequada para a aplica-ção dos sistemas adesivos de ultima geraaplica-ção com a forma-ção de uma zona híbrida de espessura uniforme em toda a sua extensão. Isso garante ótimos níveis de adesão e de selamento marginal das restaurações ao longo do tempo.

Observar que foi feito uma extensão do condicionamento ácido por mais 2mm além do término do bisel. Acreditamos que esta extensão, que chamamos de zona de adesão em linha zero, seja responsável pelo melhor mascaramento do término das restaurações e contribui para o não apareci-mento de linhas brancas nestas regiões (fig.11).

Fig. 11 Fig. 10 Fig. 9 Fig. 8 Fig. 7 Fig. 6

(3)

Posteriormente ao condicionamento ácido das estruturas dentárias, foi realizada a aplicação do sistema adesivo Prime & Bond NT que, por possuir cargas nanométricas em sua composição, apresenta menores índices de contração de polimerização e forma uma zona híbrida reforçada, permitin-do obter restaurações de excelente durabilidade. A aplica-ção deste sistema adesivo deve ser realizada sobre a denti-na úmida, porém não encharcada, devendo o adesivo mo-lhar completamente toda a região por pelo menos 20 segun-dos. Se durante este tempo for observada áreas onde esteja havendo uma evaporação excessiva, nova quantidade de-verá ser aplicada. A fotopolimerização deve ser realizada por um período de 10 a 20 segundos. Uma segunda camada deste adesivo foi aplicada e polimerizada para que as super-fícies dentais apresentassem um aspecto caramelizado (fig.12), garantindo assim que todas as áreas disponíveis para adesão fossem adequadamente preparadas.

O processo restaurador com Esthet-X, uma resina compósi-ta do tipo Micro-Híbrida, iniciou-se com a adapcompósi-tação da guia de silicone na face palatina (fig. 13).

Inserção da primeira camada de material restaurador (fig.14).

Diferentemente dos materiais tradicionais, foi aplicada uma camada de esmalte na face palatina. A camada de esmalte palatino limita-se à espessura do esmalte do den-te natural, variando-se as espessuras para criar efeitos de transparências semelhantes as existentes nos dentes naturais (figs. 15 e 16).

Após a aplicação e fotopolimerização do esmalte, foi apli-cada uma camada de dentina opaca para criar os efeitos de opacidade interna, assim como a caracterização dos lóbulos de desenvolvimento interno (fig. 17).

Neste ponto, é de extrema importância fazer com que o material seja aplicado somente sobre a dentina. Notem que os lóbulos não são cones perfeitos e que as pon-tas dos lóbulos muipon-tas vezes estão subdivididas em cones menores. Isso auxilia na obtenção de uma esté-tica superior.

Os espaços existentes entre um cone e outro foram pre-enchidos com material de corpo regular nas cores pré-selecionadas e aplicados segundo o mapa de cores con-feccionado durante a fase de diagnóstico. Após a foto-polimerização desta camada de material, foi novamente aplicada uma camada de esmalte que estendeu-se des-de o início do bisel até o bordo incisal (fig. 18), sempre com o cuidado de se imprimir todo o relevo anatômico superficial, criando uma “crista marginal” que deve vir desde o terço gengival até o bordo incisal, formando uma linha contínua e suave que marque o início das faces proximais. Neste passo, a utilização de um pincel seco e macio é particularmente interessante para cria-ção de uma textura superficial.

Fig. 17 Fig. 16 Fig. 15 Fig. 14 Fig. 13 Fig. 12

(4)

O acabamento e polimento da restauração deve ser feito imediatamente após ao seu término. Para isso, foi realiza-do o alisamento e a preparação da superfície da restaura-ção para receber o polimento propriamente dito. O polimento final foi realizado utilizando-se a pasta de polimento Poli I e II e o brilho final obtido com a pasta Foto Gloss (fig.19)

Conclusão

O sistema restaurador Esthet-X permite obter-se níveis de transparência e brilho extremamente semelhante ao das estruturas dentárias naturais. O comportamento deste material em relação a capacidade de manutenção do brilho em muito se assemelha ao das melhores resinas microfil, fazendo com que técnicas complicadas, como a técnica de sanduíche (microhíbrida + microparticulada), possam ser facilmente substituídas por técnicas de aplicação através de camadas, possibilitando a obtenção de restaurações altamente estéticas, que buscam a naturalidade através de coloração intrínseca, somente comparáveis aos dentes naturais

Fig. 19 - Pós-operatório imediato

Controle de 1 ano Fig.18

(5)

03- Plástica dental da região antero

superior

Antes

Depois

Controle de Dois Anos

Dr. Saul Antunes Neto Clínico Geral - Petrópolis - RJ

Outros Casos Resolvidos

com Esthet-X

01- Fechamento de Diastema

Antes

Depois

Caso Gentilmente cedido pela Profa Dra. Luciola Rangel de

Luca Fraga

Titular da Disciplina de Dentistica da FONF

02- Restauração de desgaste Incisal e

vestibular do 11 e substituição de

restauração deficiente em resina compósita

na incisal do 21

Antes

Depois

Prof. Dr. Rodrigo Reis – Titular da Disciplina de Dentistica Resturadora e Materiais Dentarios da FO-UNIGRANRIO.

Referências

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