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O idoso cidadão na universidade aberta para a terceira idade.

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XXVII Congreso de la Asociación Latinoamericana de Sociología. VIII Jornadas de Sociología de la Universidad de Buenos Aires. Asociación Latinoamericana de Sociología, Buenos Aires, 2009.

O idoso cidadão na

universidade aberta para a

terceira idade.

Rita de Cássia Oliveira, Flávia da Silva

Oliveira y Paola Andressa Scortegagna.

Cita: Rita de Cássia Oliveira, Flávia da Silva Oliveira y Paola Andressa Scortegagna (2009). O idoso cidadão na universidade aberta para a terceira idade. XXVII Congreso de la Asociación Latinoamericana de

Sociología. VIII Jornadas de Sociología de la Universidad de Buenos Aires. Asociación Latinoamericana de Sociología, Buenos Aires.

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O idoso cidadão na

universidade aberta

para a terceira idade

Rita de Cássia Oliveira,

Universidade Estadual de Ponta Grossa – PR

soliveira13@uol.com.br

Flávia da Silva Oliveira,

Faculdades União – Ponta Grossa – PR

flasoliveira@uol.com.br

Paola Andressa Scortegagna,

Universidade Estadual de Ponta Grossa – PR

paola_scortegagna@hotmail.com

INTRODUÇÃO

A terceira idade, nos últimos anos, vem assumindo cada vez mais um papel relevante na sociedade brasileira. Observa-se que o número de idosos, está aumentando continuamente, reforçando a quebra do paradigma da juventude populacional, pois o Brasil está envelhecendo.

Segundo o IBGE, há cerca de 19 milhões de idosos, o que representa aproximadamente 10% da população brasileira. E este contingente etário está em contínuo crescimento. Segundo projeção, no ano de 2025 haverá um contingente de 34 milhões de idosos, ou seja, 15% da

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população. Assim, percebe-se que o Brasil, aos poucos, tem modificado o seu perfil demográfico,

seguindo a tendência mundial de envelhecimento populacional.

O envelhecimento é resultado da crescente queda das taxas de natalidade e de mortalidade atribuídas ao avanço científico e tecnológico, contraditoriamente ainda se evidenciam muitos preconceitos e estereótipos negativos com relação a essa faixa etária.

Definir velhice, em tempos de quebra de paradigmas é um desafio. Há quem faça uso dessa palavra para designar algo ou alguém fora de moda, sem utilidade ou ainda, improdutivo. Felizmente, essa visão pejorativa do termo vem sendo sobreposta por uma concepção mais ampla, onde fatores como o cronológico, biológico, psicológico e social devem ser analisados. (OLIVEIRA, 1999).

Se efetuada uma análise sob uma perspectiva histórica, pode-se compreender que o idoso é uma invenção social emergente da dinâmica demográfica, do modo de produção, da estrutura social vigente, das ideologias dominantes, dos valores e culturas preponderantes.

A juventude e a velhice não são concepções absolutas, mas interpretações sobre o percurso da existência e, dessa maneira são passíveis de transformações.

“A tendência no Brasil é valorizar aquilo que é novo e desprezar o que é velho” (OLIVEIRA, 1999, p.62). A própria educação faz o velho se sentir um objeto fora de uso.

Sendo assim, considerar o idoso “inativo” apenas levando em conta o aspecto cronológico, sem considerar aspectos individuais, onde existem pessoas que aos 50 anos já apresentam sintomas de velhice ao passo que outras aos 80 são saudáveis e atuantes, é um enquadramento muito

limitado e superficial.

Como afirma Oliveira (1999, p.123) “[...]o envelhecimento da população é um fenômeno global que traz importantes repercussões nos campos social e econômico, especialmente nos países em desenvolvimento.”

A velhice, em geral é vista como uma fase de decadência, de inutilidade, de isolamento e de incapacidade para aprender. Esses preconceitos rotulam e dificultam qualquer investimento que beneficiem essa clientela.

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Todas as experiências por que passa o ser humano pressupõe aspectos positivos e

negativos. A maneira como cada um encara a situação é que constituirá o diferencial e possibilitará outros avanços.

POLÍTICAS PÚBLICAS E A CIDADANIA PARA A TERCEIRA IDADE

Paralelamente a esse panorama real, lentamente se iniciou uma preocupação com relação às políticas públicas voltadas para essa faixa etária. Em especial no Brasil, em 1994, foi aprovada a Lei 8.842/94 que estabelece a Política Nacional do Idoso. Infelizmente apesar de preconizar alguns aspectos favoráveis para essa faixa etária pouco foi contemplada na prática.

Segundo Fernandes (1997) se a sociedade brasileira proporcionasse aos cidadãos mais velhos um tratamento e a consideração dispensada aos adultos, eliminar-se-ia os estatutos especiais para os idosos.

Dessa maneira, a luta em prol do idoso continuou e foi aprovada em 2003 a Lei 11.742/03 - Estatuto do Idoso, que veio resgatar, os princípios constitucionais que garantem aos cidadãos idosos direitos que preservem a dignidade da pessoa humana, sem discriminação de origem, raça, sexo, cor e idade.

Essa Lei mobilizou muitas discussões em diferentes segmentos da sociedade, levantando a bandeira da discriminação e da marginalização da qual o idoso, em diferentes situações, estava sendo vítima. A preocupação com essa faixa etária, não pode ser restrita apenas a sociedade política, mas deve ser um compromisso de toda a sociedade civil, através de uma conscientização do processo de envelhecimento.

O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03) prevê em seu capítulo V, artigo 20, ter o idoso o direito à educação, e, em seu artigo 21 rege que o Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados.

Esses artigos demonstram o reconhecimento da educação permanente como instrumento eficiente para a valorização e reconhecimento do idoso como um cidadão atuante, participativo e por isso merecedor de atendimento com qualidade.

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O Estatuto, por ter sido resultado de ampla discussão política, está valorizando mais esse

segmento da população e dessa maneira, o idoso tem recebido mais atenção da sociedade política e civil no que se refere as ações práticas voltadas para a melhoria e promoção da qualidade de vida desse segmento da população.

Oliveira (2001), afirma que a cidadania está diretamente vinculada aos direitos humanos, que constitui uma conquista da humanidade, e o registro formal foi com a Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada em 1948 pela organização das Nações Unidas (ONU), tem suas matizes marcantes nas cartas de Direito dos Estados Unidos (1776) e da Revolução Francesa (1798).

A referida Declaração composta por 30 itens, enfoca que todos os homens são iguais ainda que perante a lei, sem discriminação de raça, credo ou cor. E ainda: a todos cabe o domínio sobre seu corpo e sua vida, o acesso a um salário condizente para promover a própria vida, o direito à educação, à saúde, à habitação, ao lazer. Considera direito de todos expressar-se livremente, militar em partidos políticos e sindicatos, fomentar movimentos sociais, lutar por seus valores. Todo indivíduo tem o direito a ter uma vida digna.

Assim, deve-se compreender a cidadania como participação política e como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando cotidianamente atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito.

O exercício pleno da cidadania não pode ser simplesmente outorgado por lei, mas, que, cumpre ao indivíduo conquistá-lo e exercitá-lo constantemente nos diferentes momentos e situações vivenciadas no cotidiano, desenvolvendo o sentido de sua responsabilidade pessoal e social. Deste modo, embora a escola seja a instituição formal responsável pela formação das novas gerações, a educação para a cidadania deve fazer-se presente em todas as instâncias da vida social, envolvendo a família, a comunidade, as associações, os sindicatos, os partidos políticos.

Não são poucas as situações em que esses direitos são desrespeitados, sejam com relação ao gênero, por exemplo, mulheres são menos remuneradas que os homens, ou até pouco tempo não podiam assumir determinados cargos; com relação as faixas etárias, a exploração do trabalho e da prostituição infantil; retirando da criança o direito a crescer em um ambiente saudável e receber escolaridade necessária para o sua integração social. Em outro extremo encontram-se os idosos, considerados improdutivos pela sociedade apenas consumidores, sendo na grande maioria marginalizados. Para essas categorias crianças e idosos, dois extremos frágeis da

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sociedade, visando garantir os direitos, criou-se o Estatuto da Criança e do Adolescente e o

Estatuto do Idoso respectivamente.

EDUCAÇÃO PERMANENTE E AS UNIVERISIDADES PARA A TERCEIRA IDADE

A educação emerge como uma alavanca para o fortalecimento da auto-estima e da integração dos idosos na sociedade, procurando transpor as limitações e os preconceitos que aprioristicamente são impostos a essa faixa etária (NERI, 2004).

Embora prescrito no Estatuto a criação de Universidades Abertas para a Terceira idade, percebe-se a inexistência de um espaço educacional para essa clientela, um lugar adequado que se busque o aprimoramento do conhecimento, a busca de novos conhecimentos, visando a promoção do ser humano (LIMA, 2000).

A educação permanente se apresenta como a necessidade de ampliar a participação dos indivíduos na vida social e cultural, visando a melhoria nas relações interpessoais, qualidade de vida, compreendendo o mundo e tendo esperança de futuro. Pela educação permanente assume-se uma nova concepção de vida humana, cujo princípio central é só aprender a ser, mas principalmente viver para aprender, interagindo com quem está ao seu redor.

Segundo Gadotti (1984) a educação permanente é a necessidade de uma educação que se prolonga durante toda a vida, uma necessidade de continuar constantemente a formação individual. Ressalta-se a idéia de totalidade como a que melhor exprime o ponto de partida da educação permanente, na medida em que focaliza o homem em toda a sua dimensão, imerso em uma realidade social.

O fenômeno educativo deve ser entendido como uma prática social situada historicamente em uma realidade total; dependendo do projeto de homem e de sociedade que se deseja construir, a educação pode ser trabalhada dentro de uma perspectiva ingênua ou crítica, dentro de uma perspectiva que vise alienar ou libertar os seres nela envolvidos, surgindo como instrumento eficaz na criação do tipo de homem e de sociedade idealizada (OLIVEIRA, 1999).

Dentro dessa perspectiva da educação permanente e sendo a universidade um lugar por excelência para o aprimoramento, a pesquisa, a busca do conhecimento e também a

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democratização do saber, timidamente surge em seu âmago um espaço educacional para essa

clientela.

As universidades ampliam sua função social, “buscando integrar aqueles que se encontram à margem do processo de desenvolvimento” (OLIVEIRA, 1999, p.240).

Os diferentes programas oferecidos pelas Instituições de Ensino Superior são formas alternativas de atendimento ao idoso, visando além da valorização dessa clientela, maior conscientização da sociedade em geral a respeito do processo de envelhecimento da população do nosso país que é uma realidade (BOTH, 2003).

Com a inserção do idoso na comunidade universitária, a integração entre gerações ocorre necessariamente, fomentando debates sobre as questões que envolvam essa faixa etária, analisando preconceitos e discriminações ora sustentados socialmente e que se apresentam sem fundamentação científica.

O próprio idoso, ao se conscientizar de seu espaço na sociedade, terá de si mesmo uma visão mais otimista, considerando-se produtivo, útil, capaz de muito ainda colaborar para a sociedade na qual está inserido.

UNIVERSIDADE ABERTA PARA A TERCEIRA IDADE: UATI NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

Desde o ano de 1992, a Universidade Estadual de Ponta Grossa , através da sua

Universidade Aberta da Terceira Idade(UATI), tem trabalhado a fim de resgatar o idoso para o convívio e integração sociais através de uma atualização cultural e assim, valorizar o idoso e

melhorar sua qualidade de vida a partir do momento em que contribui para que eles compartilhem seus sonhos, idéias e retomem a prática de construir projetos de vida, conquistando assim de volta uma posição importante no seio da família e da comunidade.

A UATI, fundamenta-se na concepção de educação permanente e auto realização do idoso. Estrutura-se com abordagem mulltidisciplinar, priorizando o processo de valorização humana e social da terceira idade, analisando constantemente a problemática do idoso nos diversos aspectos; biopsicológicos, filosóficos, político, espiritual, religioso, econômico e sóciocultural. Preocupa-se em proporcionar ao idoso melhor qualidade de vida, tornando-o mais ativo, alegre, participativo e integrado à sociedade.

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Basicamente a UATI estrutura-se em disciplinas teóricas e práticas, totalizando 240 horas,

ao longo de três semestres letivos, seguindo o calendário universitário.

As disciplinas teóricas abordam as diferentes dimensões humanas e sociais, apresentadas por diferentes profissionais em suas áreas específicas, entre elas: sociologia, filosofia, psicologia, direito, previdência social, história, geografia, relações humanas, educação, esoterismo, política, economia, medicina, fisioterapia, odontologia, nutrição, jornalismo, turismo, educação física e meio ambiente.

As disciplinas práticas envolvem diferentes atividades, como: dança de salão, natação, hidroginástica, biodança, relaxamento e alongamento, atividades esportivas, informática, francês, espanhol, inglês, oficina da comunicação, pintura, artesanato e seresta.

O currículo é organizado de maneira interativa, conforme as opções dos próprios idosos, sendo as disciplinas teóricas de caráter obrigatório e as práticas de caráter optativo.

O Estágio realizado na UATI, constitui o último semestre letivo do Programa, onde são programadas atividades como visitas a diversas instituições, entre elas: hospitais, asilos, creches, grupos de convivência de idosos. São realizadas entrevistas para detectar as reais necessidades de cada local e depois desenvolvem-se atividades filantrópicas, assistenciais, recreativas, visando uma socialização e integração.

As atividades desenvolvidas atualmente, assumem as características de Projetos e são brevemente descritas a seguir:

- Resgate Cultural de brincadeiras e cantigas: foi realizado um trabalho de pesquisa, em equipe, na qual resgatou-se as principais cantigas de rodas e brincadeiras de infância, elaborando um álbum descritivo. Realizou-se uma apresentação demonstrativa para os próprios alunos da UATI e depois saíram em diferentes locais previamente agendados, fazendo as devidas

apresentações. Todos os alunos estavam caracterizados e realizaram atividades interativas, convidando as pessoas a participarem das brincadeiras e das cantigas.

- Contador de Histórias; os alunos receberam orientações e em equipes, organizaram um teatro representando diferentes histórias infantis clássicas, com as devidas caracterizações dos personagens. Primeiramente apresentaram para o próprio grupo de colegas e depois foram distribuídos em diferentes locais para realizar as apresentações.

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- Memorial – História de Vida: Esse projeto foi desenvolvido individualmente pelos alunos.

Cada um relatava sua história, registrando os fatos mais marcantes ao longo da vida, com

ilustrações, fotografias, cartas, poemas, enfim o que era mais significativo, registrando e elaborando um álbum. Posteriormente, foi marcado um dia onde todos apresentaram a sua produção e cada um contou alguma passagem de sua vida que mais lhe seria marcante, pela tristeza ou pela alegria.

Existe ainda o Grêmio da universidade Aberta para a Terceira Idade, com regulamento próprio e diretoria organizada que, sob a coordenação do Programa, organiza viagens e festas ao longo do ano. Entre as principais festividades registram-se: Festa dos Calouros, Festa do Dia das Mães, Festa Junina, Festa da Primavera e Festa Natalina.

Todas essas atividades foram desenvolvidas e comprovadamente atingiram o objetivo de manter os idosos ativos e participativos na comunidade, além de resgatar a auto-estima e a valorização individual, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e exercício pleno da cidadania.

Para o melhor conhecimento do Programa, buscou-se identificar o perfil dos idosos, identificar a relevância do programa para a inclusão dos idosos no âmbito familiar e social; relacionar diferentes depoimentos sobre a melhoria de vida dos idosos que freqüentam a UATI.

Caracterizou-de esta pesquisa como do tipo descritiva e explicativa. Realizou-se entrevista com os idosos com o objetivo de coletar os depoimentos sobre as mudanças de comportamento após terem freqüentado o Curso da Universidade aberta para a Terceira Idade.

Perfil dos alunos da UATI

O Curso da UATI na UEPG possui cerca de 300 alunos, sendo que pelo seu reconhecimento acadêmico foi institucionalizado pela Res.C.A.n.º56 /97.

Os idosos que participam do Programa são na maioria mulheres, reforçando o fenômeno da feminização da velhice, e possuem acima de 55 anos.

Com o objetivo principal de melhor conhecer o idoso que freqüenta a UATI, buscou-se o perfil dos alunos de 1992 até 2008 e coletar depoimentos e relatos sobre as mudanças de

comportamento por eles identificados após freqüentarem o Curso. No período de matrículas levantado nesta pesquisa, 1992-2008, o total de alunos envolvidos no Curso Universidade Aberta

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para a Terceira Idade da Universidade Estadual de Ponta Grossa foi de 738 (setecentos e trinta e

oito idosos), sendo que 301 (trezentos e um) idosos, representando 42% possuem entre 61 a 70 anos, seguido da faixa etária compreendida entre 51 e 60 anos, com 258 (duzentos e cinqüenta e oito) idosos, representando 34%.

Quanto à escolaridade, 43%, ou seja, 317 (trezentos e dezessete) cursistas, quase a metade, apresentou ensino fundamental incompleto - antigo ensino primário. Em seguida, representando 172 (cento e setenta e dois) cursistas possuem o ensino médio completo, sendo um percentual de 24% do total.

Com relação ao estado civil dos cursistas, percebe-se que 45%, 333 (trezentos e trinta e três) idosos são casados, seguidos por 278 (duzentos e setenta e oito) idosos, representando 38% que são viúvos.

Analisando a atividade profissional, 373 (trezentos e setenta e três) idosos são aposentados, representando 52%, ou seja, mais da metade. Outro percentual de 33%, correspondendo a 248 (duzentos e quarenta e oito) idosos desenvolvem trabalhos no lar.

Referente ao número de alunos matriculados na UATI, do total de 738 (setecentos e trinta e oito), verifica-se que 65%, ou seja, 479 (quatrocentos e setenta e nove) idosos concluíram o curso, sendo 441 (quatrocentos e quarenta e um), representando 92% do sexo feminino e 38 (trinta e oito), representando 8% do sexo masculino. Esse percentual de concluintes pode ser considerado satisfatório o que reforça o sucesso e interesse dos idosos em freqüentarem cursos em busca de conhecimento, informação e atualização.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os programas voltados para a terceira idade cada vez mais tem sido criados pelas instituições de ensino na sociedade brasileira porque é imprescindível a sensibilização da população e do poder político para o problema da velhice, que é do interesse de todos.

Ainda são incipientes as iniciativas, considerando o grande contingente de idosos brasileiros, porém, cada vez mais esse compromisso e responsabilidade social das instituições tem contribuído para o resgate da cidadania dos idosos brasileiros, na medida em que são superados os estereótipos negativos atribuídos à velhice.

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Sem dúvida, a busca de um novo paradigma da velhice está sendo debatido, voltado mais

para a valorização e maior reconhecimento social do idoso, delineando um outro cenário nacional, trazendo como protagonista a figura do idoso ativo.

Os idosos constituem um segmento da população que precisa de atenção, investimento e espaço para uma vida de boa qualidade. É necessário que os idosos se organizem, possibilitem a continuidade e a organização em torno de seus interesses básicos.

Portanto, se faz necessário o início da transformação progressiva do lugar social da terceira idade, possibilitando um espaço e valorização dos idosos pelo reconhecimento da velhice como etapa natural da vida, permitindo uma imagem do idoso enquanto sujeito psíquico existente e como agente social que vive, contribui e participa da sociedade a que pertence.

Referências

o ÂNGULO, Marcos. A aprendizagem na terceira idade, sob o ponto de vista geriátrico. In: Cadernos da Terceira Idade, Sesc, São Paulo, 1991.

o BOTH, Agostinho. Envelhecimento humano: múltiplos olhares. Passo Fundo: UFPF, 2003. o GADOTTI, Moacir. A educação contra a educação. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1984. o GARCIA, A. Educación y envejecimiento. Barcelona, PPU, 1994.

o LAFOREST, Jacques. Introdución a la Gerontologia.. Barcelona, Herder, 1991. o LIMA, Mariúza Pelloso. Gerontologia educacional. São Paulo, LTr, 2000. o MIRA y LOPES. A arte de envelhecer. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1981. o MISHARA & RIEDEL. El proceso de envejecimiento. Madrid, Morata, 1986.

o MOODY, H.R. Philosophical presuppositions of education for old age. Educational gerontology, n.1, Barcelona, CEAC, 1989.

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o OLIVEIRA, Flávia da Silva. A implementação do Estatuto do idoso nas áreas de saúde e educação pela

Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2006. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais

Aplicadas, Universidade Estadual de Ponta Grossa.

o OLIVEIRA, Rita de Cássia da Silva. Terceira idade: do repensar dos limites aos sonhos possíveis. São Paulo, Paulinas, 1999.

o PALMA, Lucia. Educação permanente e qualidade de vida. Passo Fundo, UPF, 2000. o SIMSON, Olga. As múltiplas faces da velhice no Brasil. Campinas, Alínea, 2003.

Referências

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